Você está na página 1de 125

UNICAMP / FEEC / EXTECAMP

INTRODUÇÃO À ENERGIA
SOLAR FOTOVOLTAICA
Sistemas Isolados e Conectados à Rede

MÓDULO 3 – SISTEMAS CONECTADOS À REDE

FEEC - Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação


Material: Prof. Marcelo G. Villalva
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 2

Professor da Aula

• João Lucas de Souza Silva


• Especialista em conversores, softwares de
dimensionamento fotovoltaico, e baterias;
• Professor no IFSP;
• Mestre e Doutorando pela UNICAMP;
• Instrutor em outros cursos, como o curso
da UNICAMP/EXTECAMP;
• Trabalhei com estudo e desenvolvimento
de otimizadores de potência;
• Participação em projeto Campus
Sustentável;
• Projetos de análise de viabilidade de
usinas de minigeração e com bateria;
• Atualmente, trabalho com sistemas de
armazenamento de energia à bateria para
Usinas Fotovoltaicas.
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 3

SFCR – Sistema Fotovoltaico Conectado a Rede

1. Introdução e Conceitos Básicos de Funcionamento

2. Categorias de SFCR e Regulamentação

3. Sistemas de Tarifação

4. Componentes de um SFCR

5. Projeto/Dimensionamento de SFCR

6. Exemplos de Instalações Fotovoltaicas

7. Perfil Econômico
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 4

Sistema conectado à rede (grid-tie)


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 5

Sistema Conectado à Rede


RN 482/2012 ANEEL

Fonte:
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 6

Sistema conectado à rede: grid-tie


• Consumidores são alimentados simultaneamente
pela rede elétrica e pelo sistema fotovoltaico
• O excedente de energia é exportado para a rede.
• Este tipo de sistema não emprega baterias.
• O objetivo dos sistemas grid-tie de micro e mini
geração é a autoprodução de energia.
• Usinas solares funcionam também como sistemas
grid-tie. O que muda é a escala. O princípio de
funcionamento é o mesmo.
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 7

Geração centralizada x distribuída


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 8

Consumidor x prossumidor
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 9

Auto-consumo remoto, geração compartilhada


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 10

Sistema grid-tie com net metering


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 11

Resolução 482/2012 e 687/2015


Regulamenta a micro (<75kW) e minigeração (>75kW e <5MW) para
residências e empresa, cria o sistema de compensação de energia e
simplifica o acesso ao sistema de distribuição.

Pontos Importantes:
• Isenção de PIS/Cofins na energia injetada a nível federal. ICMS em alguns
estados
• A bandeira tarifária incide sobre o consumo líquido
• Validade dos créditos de 60 meses
• Autoconsumo remoto: O crédito de energia pode ser compensado em outra
unidade consumidora, no mesmo CPF ou CNPJ e na mesma distribuidora.
• Geração compartilhada: condomínios, cooperativas ou consórcios podem
receber créditos de um único sistema fotovoltaico.
• Consumidores livres não podem participar do sistema de compensação de
créditos.
• Custos de adequação: são de responsabilidade da distribuidora no caso de
microgeração e do acessante no caso de minigeração.
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 12

ICMS
CONVÊNIO ICMS 16, DE 22 DE ABRIL DE 2015 – Conselho Nacional de
Política Fazendária

Autoriza a conceder isenção nas operações internas relativas à circulação de


energia elétrica, sujeitas a faturamento sob o Sistema de Compensação de
Energia Elétrica de que trata a Resolução Normativa nº 482, de 2012, da
Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL.

Pontos principais:

• Adesão de todos os estados da união


• Aplica-se somente à compensação de energia elétrica produzida por
microgeração e minigeração definidas na referida resolução, cuja potência
instalada seja, respectivamente, menor ou igual a 75 kW e superior a 75 kW e
menor ou igual a 1 MW
• não se aplica ao custo de disponibilidade, à energia reativa, à demanda de
potência, aos encargos de conexão ou uso do sistema de distribuição, e a
quaisquer outros valores cobrados pela distribuidora
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 13

Consumo local: minigeração

Foto: Elvis Almeida / MySol


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 14

Consumo local: microgeração

Foto: Oscar Makoto Kojima / Jags Sol


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 15

Auto-consumo local: microgeração

Foto: Bruno Wilmer Fontes Lima / Solstício Energia


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 16

Usina de auto-consumo remoto

Foto: Jacy Araujo / Solbras


Sistema Conectado à Rede
RN 482/2012 ANEEL

Até 120 dias

Limites de Potência:
• Igual ou inferior à potencia disponibilizada (grupo B)
• Igual ou inferior à demanda contratada (grupo A) limitado a 5MW

Custo de Disponibilidade:
• Grupo B deve sempre pagar o consumo mínimo
• Grupo A deve pagar a demanda contratada
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 18

Solicitação de acesso na concessionária


De acordo com o Módulo 3 do PRODIST, a quantidade de fases e o nível de tensão
de conexão da central geradora serão definidos pela distribuidora em função das
características técnicas da rede e em conformidade com a regulamentação vigente.

A norma da distribuidora de energia local deve ser consultada.

Exemplo tirado das Normas do Grupo Energisa


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 19

Fatura de eletricidade antes do SFCR


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 20

Fatura de eletricidade após SFCR


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 21

O mercado fotovoltaico
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 22

Componentes do Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede

Painel Fotovoltaico Inversor para conexão à Rede

Cabeamento, Dispositivos de Proteção Estrutura de Fixação


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 23

Organização de um sistema residencial


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 24

Organização de uma usina solar


Módulos Fotovoltaicos

Atentar para:
Tolerância de Potência (Mismatch)
Garantias de eficiência
Estrutura de Fixação
• Deve suportar fortes ventos
• Ser adequada ao tipo de telhado
• Preferencialmente em alumínio –
baixo peso e longa vida útil
• Estruturas especialmente
projetadas economizam no tempo
de instalação

Telha Cerâmica

Laje ou telhado com pouca


inclinação
Telha Metálica
Arquiteturas Fotovoltaicas
• Com Inversor FV;
• Com Otimizadores Fotovoltaicos;
• Com Microinversores.
Inversores para Conexão à Rede
• É o responsável por transformar energia de CC para CA, com as mesmas características da
rede elétrica
• É o equipamento mais importante de um Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 29

O inversor solar
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 30

Funções dos inversores


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 31

MPPT – maximum power point tracking


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 32

O problema das sombras parciais


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 33

Inversor com múltiplas entradas de MPPT


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 34

Funções dos inversores


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 35

Tensão de entrada do inversor


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 36

Sistema de anti-ilhamento
Requisitos de um Inversor Grid Tie
• Deve possuir alta eficiência (>96%)
• Deve rastrear ponto de máxima potência (MPPT)
• Deve possuir proteção contra anti-ilhamento
• Controle do fator de potência
• Desconexão por sobre/sub frequência
• Desconexão por sobre/sub tensão
• Deve gerar uma onda com a mesma tensão e frequência da rede (sincronismo)
• Podem ser com ou sem transformador interno
• Devem seguir as normas ABNT NBR 16149 Sistemas fotovoltaicos (FV) – Características da
interface de conexão com a rede elétrica de distribuição, ABNT 16150 Sistemas
fotovoltaicos (FV) — Características da interface de conexão com a rede elétrica de
distribuição — Procedimento de ensaio de conformidade e ABNT NBR IEC 62116
Procedimento de ensaio de anti-ilhamento para inversores de sistemas fotovoltaicos
conectados à rede elétrica
• Inversores até 10kW devem possuir certificação INMETRO
• Monitoramento de energia e recursos de comunicação com fio ou sem fio
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 38

Tipos de Inversores
Inversor Central

• Um inversor para milhares de painéis


• Menor custo, maior eficiência
• Indicado para Usinas Fotovoltaicas
• Em geral >100kW

Inversor String
• Um inversor para vários painéis
• Indicado quando os painéis estão na mesma
orientação e para telhados sem sombreamento
• Em geral >1,5kW e <50kW

Microinversor
• Um inversor para cada painel
• Maior custo, porém a produção de cada painel é otimizada
• Indicado quando os painéis estão em orientações e
inclinações diferentes e para telhados com sombreamento
Curso de Energia Solar Fotovoltaica www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 39

Tipos de Inversores
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 40

Microinversor
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 41

MLPE – module level power electronics


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 42

Otimizadores de potência
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 43

Otimizadores de potência
•Aumento de eficiência (mais conversão de energia);

•Facilidade de manutenção devido à possibilidade de


isolar o módulo fotovoltaico defeituoso do sistema;

•Redução das perdas por mismatch (perdas ocasionadas


pelas diferenças de potência entre os módulos de um
string);

•Possibilidade de utilizar módulos de marcas e


características diferentes;

•Possibilidade de instalar módulos em ângulos,


orientações e condições de sombra diferentes;

•Maior segurança na instalação elétrica, rapid shutdown;

•Opção de monitorar individualmente a energia


produzida pelos módulos fotovoltaicos.
Curso de Energia Solar Fotovoltaica www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 44

Inversores de baixo custo (e baixa qualidade)


Inversores de mercado
Curso de Energia Solar Fotovoltaica www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 46

Inversores
Curso de Energia Solar Fotovoltaica www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 47

Inversores
Curso de Energia Solar Fotovoltaica www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 49

Requisitos do inversor
• O inversor deve desligar-se 2 s após a constatação do
ilhamento
• Após a detecção da ocorrência de ilhamento o inversor deve
aguardar um período entre 60-180 segundos antes de tentar a
reconexão.
• A reconexão só é possível se a rede estiver apresentando
frequência dentro da faixa aceitável (59 Hz < f < 61 Hz)
Curso de Energia Solar Fotovoltaica www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 51

Requisitos do inversor
• Distorção harmônica de corrente (limite de THD)

bom

corrente
senoidal pura

ruim

corrente com
harmônicas
Curso de Energia Solar Fotovoltaica www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 52

Fator de potência
• Antigamente o fator de potência imposto aos inversores
grid-tie era 1 (fator unitário)
• Atualmente as normas não só permitem como exigem que
os inversores tenham o fator de potência ajustável dentro de
certos limites
Curso de Energia Solar Fotovoltaica www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 53

Isolação com transformador


Curso de Energia Solar Fotovoltaica www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 54

Monitoramento
Monitoramento
• Permite identificar problemas no Sistema Fotovoltaico e garantir o melhor desempenho

Sistema de 1kW
gerando menos de
600W ao meio dia
indica um painel com
problema

Queda acentuada na
geração representa
problema com
sombreamento
Cabeamento e Proteção
Lado CC
• Entre os painéis fotovoltaicos e o inversor
• Deve ser sempre utilizado componentes próprios para
operação em CC
• Tensão CC pode chegar à 1.500V
• Devem ser utilizados cabos com proteção UV e dupla
isolação e capacidade de condução de corrente para
attender 1,25xIsc
• Deve possuir chave e proteção contra sobretensão
• Proteção contra sobrecorrente apenas no caso de três ou
mais strings ligadas em paralelo
• Essas proteções podem estar incorporadas ao Inversor
• Devem ser utilizados conectores próprios e de qualidade
• Tomar cuidado! Não é possível “desligar” o Sol
Lado CA
• Entre o inversor e a rede elétrica
• Deve possuir disjuntor, DPS
• Cabeamento deve ser projetado de acordo com a corrente
nominal do inversor
Curso de Energia Solar Fotovoltaica www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 57

Stringbox
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 58

Stringbox
Curso de Energia Solar Fotovoltaica www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 59

Quadro de proteção CC / string box


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 60

Dispositivo de proteção de surto


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 61

Dispositivo de proteção de surto


Curso de Energia Solar Fotovoltaica www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 62

Quadro de conexão e proteção CA


Curso de Energia Solar Fotovoltaica www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 63

Normas Técnicas
• IEC 60364-7-712 - Electrical installations of buildings – Part 7-712: Requirements
for special installations or locations – Solar photovoltaic (PV) power supply systems
– Apresenta os requisitos para a instalação de sistemas fotovoltaicos (dos painéis
até o inversor)
• NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão – Apresenta os requisitos para a
instalação de sistemas elétricos (do inversor até a rede)
• NBR 16274 - Sistemas fotovoltaicos conectados à rede — Requisitos mínimos para
documentação, ensaios de comissionamento, inspeção e avaliação de desempenho
• PRODIST MÓDULO 3 SEÇÃO 3.7 – Apresenta os procedimentos para acesso de
micro e minigeração distribuída ao sistema de distribuição
• NORMAS DA DISTRIBUIDORA LOCAL – Apresenta especificidades da rede
elétrica onde o sistema será instalado
• NBR 16150 de 03/2013 - Sistemas fotovoltaicos (FV) — Características da interface
de conexão com a rede elétrica de distribuição — Procedimento de ensaio de
conformidade
• NBR16690 de 10/2019 - Instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos - Requisitos
de projeto
• NBR IEC 62116 de 03/2012 - Procedimento de ensaio de anti-ilhamento para
inversores de sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 65

NBR 16690
Curso de Energia Solar Fotovoltaica www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 66

NBR 16690
• O traçado dos cabos deve ser feito de forma a evitar a
formação de laços

Errado – Área entre os Certo – Área pequena


condutores pode entre os condutores
induzir tensões no minimiza as tensões
caso de raios induzidas
Curso de Energia Solar Fotovoltaica www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 67

Ligação dos Cabos


Dimensionamento de Sistemas Fotovoltaicos
1° - Definição da Potência Teórica do Sistema Fotovoltaico
De maneira simplificada, o sistema fotovoltaico pode ser dimensionado da
seguinte forma:
𝐶ൗ
𝑃𝐹𝑉 = 𝐼𝑟𝑟
𝐹
• 𝑃𝐹𝑉 é a potência teórica do sistema, em kWp
• 𝐶 é o consumo anual de energia, em kWh/ano
• 𝐼𝑟𝑟 é a radiação solar local (em kWh/m2/ano) no plano de instalação dos painéis
• 𝐹 é o fator de performance do sistema.

• A radiação solar local pode ser obtida de atlas solarimétricos, como o do INPE,
disponível em http://maps.nrel.gov/swera
• Como estimativa, pode ser utilizada o valor “Latitude Tilt Irradiantion” que é a irradiação
na orientação ideal. Posteriormente esse cálculo pode ser refinado
• O fator de performance leva em consideração as perdas do sistema: Sombreamento,
mismatch, temperatura, sujeira, cabeamento, inversor, etc. Um valor base pode ser entre
0,80 e 0,85
Dimensionamento de Sistemas Fotovoltaicos

2° - Definição da Quantidade de Painéis Fotovoltaicos


• Deve-se escolher o modelo de painel fotovoltaico que será utilizado
• Deve-se dividir a potência teórica do Sistema FV (1° passo) pela potência nominal do
painel FV escolhido, podendo arredondar para cima ou para baixo

3° - Definição do Inversor
• Deve-se escolher o modelo do inversor que será utilizado, observando a tensão,
número de fases e frequência do inversor, e comparar com a rede elétrica do cliente.
• A potência do inversor pode ser até 25% inferior que a potência dos painéis
• Pode ser utilizado mais de um inversor (ex: 10kWp utilizando 2 inversores de 5kW)
• Verificar a quantidade de MPPTs do inversor, e o limite de potência delas
Dimensionamento de Sistemas Fotovoltaicos
4° - Definição do arranjo dos painéis fotovoltaicos
• Os painéis fotovoltaicos devem ser ligados em série e/ou em paralelo para chegar à
potência desejada. Preferencialmente os painéis devem ser ligados em série, pois a
instalação é mais simples
• Ligação em Série (String) Ligação em Paralelo (Array)
Dimensionamento de Sistemas Fotovoltaicos
4° - Definição do arranjo dos painéis fotovoltaicos
• Parâmetros a serem observados:
• A tensão Vmpp da string de painéis deve estar dentro do intervalo de operação do inversor
• A tensão Voc da string de painéis deve estar dentro da tensão máxima de entrada do
inversor
• A corrente Isc do arranjo deve ser inferior à corrente máxima do Inversor

5° - Definição das proteções e cabeamento


• O cabeamento do lado CC deve ser dimensionado para uma corrente de 1,25xIsc do
arranjo
• Os dispositivos de proteção devem ser próprios para operar no nível de tensão Voc da
string
• O cabeamento e as proteções do lado CA devem ser dimensionados para a corrente
máxima de saída do inversor

Observações
• Deve-se sempre utilizar painéis de mesma potência e instalados na mesma orientação
• Se for necessário instalar painéis em diferentes orientações, optar por inversores com
mais de 1 MPPT.
Exemplo
• 1° Passo: Definição da Potência Teórica
• Consumo e geração de energia médios

Consumo médio mensal: 1.213 kWh

Taxa Mínima Disp: 50 kWh (bifásico)

Geração mensal necessária: 1.163 kWh


Exemplo
• 1° Passo: Definição da Potência Teórica
• Definição da Potência do Sistema
𝐶ൗ
𝑃𝐹𝑉 = 𝐼𝑟𝑟
• 𝐶 = 1.163*12 = 13.956 kWh/ano 𝐹
• 𝐼𝑟𝑟 = 365*5,705 = 2.082 kWh/m2/ano
• 𝐹 = 0,85
• Pfv = (13.956/2.082)/0,85
• Pfv = 7,89 kWp
Exemplo 1
• 2° Passo: Definição da quantidade dos módulos
• Escolha dos módulos

Qtdpainéis = Pfv/Ppainel = 7,89/0,330 = 23,90 = 24 módulos FV


Potência CC do Sistema = 24 x 330 = 7,92 kWp
Exemplo
• 3° Passo: Escolha do Inversor
• Inversor pode ser até 75% menor que a potência dos arranjo FV

Potência CC = 7,92 kWp

Potência AC = 0,75 x 7,92

Potência AC = 5,94 kW
Exemplo
4° Passo: Definição do Arranjo dos Painéis

Tensão de Circuito Aberto:


24 módulos em série Voc = 24*45,6V = 1.094V > 1.000V
12 módulos em série Voc = 12*45,6V = 547,2V < 1.000V
Tensão de Operação:
12 painéis em série Vmpp = 12*37,2 = 446,4V > 240V e < 800V
Corrente de Curto Circuito (1 string em cada entrada):
String 1 (MPPT1) Isc = 9,45A < 18A
String 2 (MPPT2) Isc = 9,45A < 18A

O Arranjo será de 2 strings de 12 módulos


Curso de Energia Solar Fotovoltaica www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 77

Máxima tensão de circuito aberto (Voc) em strings


• As tensões dos módulos ligados em série são somadas.
• Deve-se tomar cuidado para que a tensão do string não ultrapasse a tensão
máxima permitida (em função dos outros componentes do sistema).

• Exemplo: Voc = 45,6 V em STC (25oC) (circuito aberto do módulo)


• Temperatura mínima do ambiente: 5oC
• Variação de temperatura = 25oC – 5oC = 20oC
• Coeficiente de tensão Voc/temperatura = -0,31% /
• Variação de tensão: = 0,31% x 20 x 45,6 = 2,83 V (aumento por módulo)

• Sistema com 12 módulos em série:


Voc = 12 x (45,6 + 2,83) = 581,16 (tensão de circuito aberto do string)
Exemplo
• 5° Passo: Proteções e Cabeamento

Lado CC
Tensão do Sistema
12 módulos em série Voc = 12 x (45,6 + 2,83) = 581,16
Corrente de Curto Circuito:
1 string em cada entrada Isc = 9,45A x 1,25 = 11,81 A

Condutores de 2,5 mm2 com dupla isolação e proteção UV


DPS CC Classe II, Uc=1000V, Up=<3.8kV, Imax>= 40 kA

Lado CA
Tensão do Inversor: 220V
Saída do Inversor: 26,1A

Condutores de 6 mm2
Disjuntor de 30A
DPS CA Classe II, Uc=275V, Up=<1.3kV, Imax=>40kA
Exemplo
Exemplo
Exemplo
Exemplo
Tipos de Instalações Fotovoltaicas

Telhado Fachada

Estacionamentos Solo
Integração à Edificação BIPV
Quando os módulos FV fazem parte do envelope do edifício, ou foram
instalados de forma integrada à arquitetura
Integração à Edificação - BAPV
Quando os módulos FV são instalados sobre o edifício, mas sem ser de
forma integrada à arquitetura
Caso 1 – Propriedade Rural (Solo)
Caso 1 – Sistema em solo
Caso 1 – Sistema em solo
Caso 1 – Sistema em solo
Caso 2 – Indústria (Telhado Metálico)
Caso 2 – Indústria (Telhado Metálico)
Caso 2 – Indústria (Telhado Metálico)
Caso 2 – Indústria (Telhado Metálico)
Caso 3 – Indústria (Telhado Fibrocimento)
Caso 3 – Indústria (Telhado Fibrocimento)
Caso 3 – Indústria (Telhado Fibrocimento)
Caso 3 – Indústria (Telhado Fibrocimento)
Caso 3 – Indústria (Telhado Fibrocimento)
Caso 3 – Indústria (Telhado Fibrocimento)
Caso 4 – Residência (Telhado Cerâmico)
Caso 4 – Residência (Telhado Cerâmico)
Caso 5 – Residência (Microinversores)
Caso 6 – Residência (Laje)
Caso 7 – Miniusina na Bahia

Caso 8 – MicroUsina na Bahia


Padrão de Entrada - Não estão no padrão
Padrão de Entrada - Alterações
Curso de Energia Solar Fotovoltaica Prof. Leonardo Araújo de Medeiros 107

Exemplos de Instalações Erradas


Curso de Energia Solar Fotovoltaica Prof. Leonardo Araújo de Medeiros 108

Exemplos de Instalações Erradas


Curso de Energia Solar Fotovoltaica Eng. Me. Bruno Wilmer Fontes Lima 109

Custos
Estrutura de Custos – Sistema Fotovoltaico de 5kWp – Ligação BT Telhado Cerâmico

4,659% 2,174%

4,659% 7,953%

42,588%
11,184%

26,762%

Módulos Fotovoltaicos Inversor Estrutura de Fixação


Cabos e demais materiais elétricos Mão de Obra e Instalação Projeto de Engenharia
Frete + Outros
Curso de Energia Solar Fotovoltaica Eng. Me. Bruno Wilmer Fontes Lima 110

Custos
Estrutura de Custos - Sistema de 100kWp – Ligação em BT – Telhado Metálico

2,370% 1,577%
2,326%
7,095%

11,944%

58,996%
15,688%

Módulos Fotovoltaicos Inversor Estrutura de Fixação


Cabos e demais materiais elétricos Mão de Obra e Instalação Projeto de Engenharia
Frete + Outros
Curso de Energia Solar Fotovoltaica Eng. Leonardo Araújo de Medeiros 111

Custos

Até 4 kWp, Fonte: Greener.


Curso de Energia Solar Fotovoltaica Eng. Leonardo Araújo de Medeiros 112

Custos

Até 1 MWp, Fonte: Greener.


Curso de Energia Solar Fotovoltaica Eng. Leonardo Araújo de Medeiros 113

Custos

Preço do Serviço de Integração, Fonte: Greener.


Curso de Energia Solar Fotovoltaica Prof. Bruno Kikumoto de Paula 114

Custos
• Módulo Fotovoltaico – R$ 2,20 - 2,50 /Wp
• Inversor
• R$ 2,50 – 3,00 / W (<2kW);
• R$ 1,30 – 1,60 / W (<5kW);
• R$ 1,00 – 1,50 / W (<10kW);
• Estrutura de Fixação
• Telhado Metálico/Fibrocimento - R$ 120 / Painel
• Telhado Cerâmico – R$ 150/Painel
• Laje – R$ 200/Painel
Curso de Energia Solar Fotovoltaica Eng. Me. Bruno Wilmer Fontes Lima 115

Retorno Econômico
• O retorno econômico de um sistema fotovoltaico é afetado por:
• Preço do Sistema
• Custo da Eletricidade
• Irradiação Solar do Local / Produção de Energia do Sistema Fotovoltaico
• Tem ficado na faixa dos 3.5 a 5 anos para grupo B;
• É importante levar em consideração a variação no preço da
eletricidade no longo prazo;
• Utilizar o fluxo de caixa descontado (levar em consideração
inflação, aumento na eletricidade, etc).
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 116

Orientação dos módulos

Não fazer! Cuidado com esse tipo de estrutura


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 117

Cuidados na instalação
• EPIs, linha de vida
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 118

Espaçamento dos inversores


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 119

Termografia
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 120

Sistemas de fixação
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 121

Sistema de fixação sem parafuso martelo


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 122

Fixação em telha zipada e laje


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 123

Materiais estruturais
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 124

O problema do arco elétrico


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 125

Erros nas instalações


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 126

Pisar nos módulos fotovoltaicos?


Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 127

Aterramento e equipotencialização
Curso de Energia Solar FV - UNICAMP www.cursosolar.com.br – Prof. Marcelo G. Villalva 128

Comissionamento: testes elétricos

Teste de tensão e corrente Teste de curva I-V

Você também pode gostar