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Curso de projetos de instalações fotovoltaicas

Prof. Dr. Lucas Vizzotto Bellinaso


Curso de projetos de instalações
fotovoltaicas

Prof. Dr. Lucas Vizzotto Bellinaso

lucas@gepoc.ufsm.br
Prof. Dr. Lucas Vizzotto Bellinaso
• Engenheiro Eletricista (2012), Mestre (2014) e Doutor (2017) em
Engenharia Elétrica pela UFSM
• Professor e Coordenador do Curso de Eng. Elétrica da UFSM/CT
• Foi sócio-fundador (2012) da Sonnen Energia, empresa pioneira da
área de energia fotovoltaica na região de Santa Maria.
• Participante do grupo de trabalho da ABNT responsável pela norma
brasileira de instalações fotovoltaicas
• Membro de comissões técnicas da ABNT/CB-003
• Membro de comissão técnica de Equipamentos para Sistemas
Fotovoltaicos no INMETRO
Programa
• PARTE 1 –SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE
1.1 – Introdução
1.2 – Dimensionamento de sistemas fotovoltaicos conectados à rede
1.3 – Exemplo de dimensionamento no software PVSOL
• PARTE 2 – PROJETO ELÉTRICO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
2.1 – Normas técnicas
2.2 – Especificação de dispositivos
2.3 – Projeto e dimensionamento
• PARTE 3 – Visita técnica
3.1 – Usina fotovoltaica da UFSM
3.2 – LabEnsaios Inversores INRI
Horários
• 09/11/2018 - 19:00 às 22:00 (PARTE 1)
• 10/11/2018 - 09:00 às 12:00 (PARTE 2)
• 10/11/2018 - 13:30 às 16:30 (PARTE 3)
PARTE 1

Sistemas fotovoltaicos conectados à


rede
Introdução
Resoluções Normativas – ANEEL

• Resolução 482/2012
• Sistema de compensação de energia
• Microgeração e minigeração
• Resolução 687/2015
• Geração compartilhada
• Autoconsumo remoto
Sistema de compensação de energia

• Tarifa mínima:
100 kWh: trifásico 50 kWh: bifásico 20 kWh: monofásico

400kWh
100 kWh

250kWh 300kWh

50 kWh
Sistema de compensação de energia

• Acúmulo de créditos

350kWh
100 kWh

350kWh 250kWh

100kWh
Outros modelos de geração – Res 687/2015

Geração compartilhada

Autoconsumo remoto
Potência total conectada à rede kWp

• Abril/2018:
Fonte: Greener – Estudo Mercado Fotovoltaico 2018/01
Potência total conectada à rede

Fonte: Greener – Estudo Mercado Fotovoltaico 2018/01


Número de instalações conectadas à rede - KWp

Fonte: Greener – Estudo Mercado Fotovoltaico 2018/01


Unidades consumidoras com geração fotovoltaica

Fonte: Greener – Estudo Mercado Fotovoltaico 2018/01


Número de instalações

Fonte: Greener – Estudo Mercado Fotovoltaico 2018/01


Modalidade de geração

• Geração compartilhada
• Complexidade de elaboração
• Incertezas regulatórios, tributárias
e jurídicas

Fonte: Greener – Estudo Mercado Fotovoltaico 2018/01


Maiores incertezas para o setor

Incertezas regulatórias

Fonte: Greener – Estudo Mercado Fotovoltaico 2018/01


Prazos para solicitação de acesso

Fonte: Greener – Estudo Mercado Fotovoltaico 2018/01


Preços de sistemas fotovoltaicos

Fonte: Greener – Estudo Mercado Fotovoltaico 2018/01


Dimensionamento de Sistemas
Fotovoltaicos
Tipos de sistemas fotovoltaicos

• Sistemas fotovoltaicos autônomos


• Independência da energia elétrica da concessionária.
• Utiliza banco de baterias para armazenamento da energia para uso quando
não há luz solar disponível.
• Sistemas fotovoltaicos conectados à rede
• Redução do consumo da energia elétrica do local.
• Energia é gerada onde há consumo (menores perdas no sistema elétrico).
• Não é possível gerar sua própria energia durante a noite (depende da rede da
concessionária ou outras fontes de energia).
• Sistemas fotovoltaicos híbridos
• Integra a vantagem dos sistemas autônomos e conectados à rede em um
único sistema fotovoltaico.
Sistemas fotovoltaicos conectados à rede

• Sistemas fotovoltaicos conectados à rede


Sistemas fotovoltaicos conectados à rede

• Módulos fotovoltaicos mais comuns no mercado

silício monocristalino silício policristalino


Mais eficiente Mais barato
Sistemas fotovoltaicos conectados à rede

• Tamanho dos módulos


60 células: 250 Wp a 300 Wp 72 células: 300 Wp a 360 Wp

2,0 m
1,66 m

1,0 m 1,0 m
Módulos fotovoltaicos

• Curva V-I
Inversor

• Controle da corrente injetada na rede


• (ver dados do catálogo)
• Seguimento do Ponto de Máxima Potência
• Normas de conexão com a rede
• Portarias Inmetro
• NBR 16149
• NBR IEC 62116 – Anti-ilhamento

Inversor trifásico PHB14k - DT


Sistemas fotovoltaicos conectados à rede

• Quando selecionar o inversor deve-se analisar com cuidado o


catálogo do fabricante. Um ponto importante é verificar a faixa de
operação do inversor em que é capaz de rastrear o ponto de máxima
potência.
• Além disso, deve-se verificar a
máxima tensão permitida no lado CC
do inversor.
Sistemas fotovoltaicos conectados à rede

• Radiação solar (posicionamento dos módulos fotovoltaicos)


• Para definir a melhor posição do arranjo fotovoltaico, devem ser instalados
com sua face voltada para o Norte geográfico.
• Sistemas fotovolaticos autônomos definem seu ângulo de inclinação segundo
um critério que garanta que haverá energia para o mês com menor incidência
solar.
• Em sistemas fotovoltaicos conectados à rede, adota-se um ângulo que
apresente a maior média anual na geração elétrica, pois o consumidor utiliza
a energia da concessionária durante o período noturno.
Exemplo de projeto de SF conectado à rede

• Projeto de um sistema fotovoltaico residencial conectado à rede.


• Programa para auxiliar o dimensionamento:
https://colab.research.google.com/drive/10iQlqBbJ5EWSB8rKy-VWoaCVqrnCkKBD
Etapas para dimensionamento de microgeração FV

1. Analisar a conta de energia da residência


• Calcular consumo médio mensal
• Calcular a energia máxima que poderá ser produzida para utilizar créditos
• Descontar a tarifa mínima (M – 30 kWh, B – 50 kWh, T – 100 kWh)
Etapas para dimensionamento de microgeração FV

2. Estimar a potência máxima do sistema a ser instalado


• Em Santa Maria: min 110 kWh/kWp na orientação Norte, inclinação 24°
• Site PV Watts: https://pvwatts.nrel.gov/pvwatts.php
• Utilizar Azimute de 0° (orientação Norte)
Etapas para dimensionamento de microgeração FV

3. Estimar o número de módulos fotovoltaicos e a área necessária


• O modelo do módulo fotovoltaico é pré-definido
Etapas para dimensionamento de microgeração FV

4. Estudo do local, buscando o local


mais viável para instalação
• O ideal é posicionar todos os módulos
voltados para o Norte (azimute 0°),
inclinação 24°
• Analisar possíveis sombreamentos
• Perdas máximas devido a
posicionamento não ideal

• Em caso de escolha de ângulo de inclinação


e azimute não-ideal, pode-se adicionar
módulos fotovoltaicos para compensar a
perda de geração
Etapas para dimensionamento de microgeração FV

5) Fazer o projeto 3D de posicionamento dos módulos fotovoltaicos


• Desenho do local
• Posicionamento dos módulos
• Simulação de sombreamentos
Etapas para dimensionamento de microgeração FV

6) Selecionar o/os inversor(es) utilizado(s)


• Verificar número mínimo e máximo de módulos por inversor
• Quando há diferentes inclinações de módulos: separar entradas MPPT

• Regras de projeto:
1. A potência do inversor deve ser no mínimo 90% da potência do arranjo
fotovoltaico, para evitar perdas de energia em alta potência
2. Tensão CC máxima do inversor deve ser superior a 1,25 x a tensão de
circuito aberto dos módulos
3. A tensão de MPP do arranjo fotovoltaico deve estar dentro da faixa de
operação do inversor
4. A corrente Isc máxima do arranjo fotovoltaico deve estar adequada para o
inversor
Etapas para dimensionamento de microgeração FV

7. Definir local de inversor, caixas e passagem de cabos


8. Determinar comprimento dos cabos do lado CC e CA
• Calcular perdas no cobre
• Perda máxima de 3% nos cabos (ABNT NBR 16690)
Etapas para dimensionamento de microgeração FV

9. Escolha econômica dos cabos


• ks/c é o preço do sistema (R$/kWp) dividido pelo preço do metro do cabo de 4
mm²
Etapas para dimensionamento de microgeração FV

10. Dimensionar os dispositivos


• Seleção dos cabos
• Caixas
• Dispositivos de Proteção Contra Surtos
• Diodos de boqueio (se necessário)
• Quadros elétricos CA e CC junto ao inversor
• Chave de desconexão
• DPS
• Passagem de cabos até quadro da instalação CA
11. Análise financeira
Exemplo PV Sol

• Baixar software PV Sol (versão Trial)


• Casa
• Santa Maria, RS
• Consumo na imagem ao lado
• Tarifa: R$0,80/kWh
Curso de projetos de instalações fotovoltaicas
Prof. Dr. Lucas Vizzotto Bellinaso
Programa
• PARTE 1 –SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE
1.1 – Introdução
1.2 – Dimensionamento de sistemas fotovoltaicos conectados à rede
1.3 – Exemplo de dimensionamento no software PVSOL
• PARTE 2 – PROJETO ELÉTRICO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
2.1 – Normas técnicas
2.2 – Especificação de dispositivos
2.3 – Projeto e dimensionamento
• PARTE 3 – Visita técnica
3.1 – Usina fotovoltaica da UFSM
3.2 – LabEnsaios Inversores INRI
Horários
• 09/11/2018 - 19:00 às 22:00 (PARTE 1)
• 10/11/2018 - 09:00 às 12:00 (PARTE 2)
• 10/11/2018 - 13:30 às 16:30 (PARTE 3)
Parte 2

Projeto de sistemas fotovoltaicos

Normas técnicas
Especificações dos dispositivos
Normas relacionadas a projeto de sistemas fotovoltaicos

• ABNT NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão


• ABNT NBR 16690 - Instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos — Requisitos de projeto
• IEC 60374-7-712:2002 – Electrical installations of buildings – Part 7-712: Requirements for special installations or
locations – Solar photovoltaic (PV) power supply systems
• IEC 62109 (1 e 2) - Safety of power converters for use in photovoltaic power systems
• ABNT NBR 16274:2014 – Sistemas fotovoltaicos conectados à rede — Requisitos mínimos para
documentação, ensaios de comissionamento, inspeção e avaliação de desempenho
• IEC 62446 - Grid connected photovoltaic systems – Minimum requirements for system documentation,
commissioning tests and inspection
• Regulamentações de conexão de micro e minigeração de distribuidoras brasileiras de energia
elétrica
Princípios fundamentais

• Principais tipos de sistemas fotovoltaicos


• arranjo fotovoltaico é conectado a cargas em corrente contínua
• arranjo fotovoltaico é conectado a um sistema em corrente alternada via
inversor isolado
• arranjo fotovoltaico é conectado a um sistema em corrente alternada via
inversor não-isolado
• Desconexão possível em todos os polos condutores de corrente
Princípios fundamentais - aterramento
• Caso A: Isolação galvânica interno ou externo e lado CC Caso B: Sem isolação galvânica e lado CC não aterrado
não aterrado

• Caso C: Isolação galvânica interno ou externo e lado CC • Caso D: Sem isolação galvânica e lado CC aterrado
aterrado

NÃO PERMITIDO
Princípios fundamentais - aterramento
• Caso A: Isolação galvânica interno ou externo e lado CC
não aterrado

Requisitos:
• Dispositivo de Supervisão de Isolamento (DSI)
• Alarme local e remoto se R < Riso,min
Princípios fundamentais - aterramento
Caso B: Sem isolação galvânica e lado CC não aterrado

Requisitos:
• Dispositivo de Supervisão de Isolamento (DSI)
• Desligar da rede ou não se conectar se R < Riso,min
• Alarme local e remoto
• Proteção contra corrente residual (fogo e choque elétrico)
Mais detalhes no seguimento da aula
Princípios fundamentais - aterramento
Requisitos:
• Aterramento em um único ponto, de acordo com catálogo do fabricante
• Proteção contra faltas que geram sobrecorrente no lado CC: desconecta-se o
aterramento
• ou DSI em caso de aterramento por resistência
Mais detalhes no seguimento da aula

• Caso C: Isolação galvânica interno ou externo e lado CC


aterrado
Princípios fundamentais – esquemas elétricos
• Uma única série fotovoltaica
Princípios fundamentais – esquemas elétricos

• Diagrama unifilar → sistema de pequeno porte

Rede Medidor Quadro de distribuição


elétrica kWh DSV
DPS

Cargas

Chave de Chave de
desconexão CC desconexão CA
Caixa com DPS
(d > 10m)

Cabo CC
=
Inversor
... ..

... ..

d
DPS
DPS DPS
Princípios fundamentais – esquemas elétricos
• Múltiplas séries fotovoltaicas
Princípios fundamentais – esquemas elétricos

• Múltiplos
subarranjos
fotovolaticos
Princípios fundamentais – esquemas elétricos

• Diagrama unifilar → sistema de grande porte


Quadro de distribuição
Rede Medidor
DSV
PEN/PE

Barra de equipotencialização.
Proteção contra sobre corrente (necessária
caso os fios não suportem 1,25 IscSTC. Outros circuitos
Caixa de derivação 1

..... DPS
Proteção contra sobretensão (se
necessária e para d > 10m)
.....

.....
.....

.....

.....
Chave de Chave de
..... desconexão CC desconexão CA

Cabo CC
principal =
Inversor
.....

.....
Diodos de bypass Carcaças Diodos de bloqueio Chave de desconexão
(se convenientes) (cobre 6mm²) (se necessários) da série fotovoltaica
(para manutenção) DPS
Vd > 2 UocSTC DPS

.....
Caixa de derivação n

..... DPS

Chave de desconexão do
sub grupo fotovoltaico
.....

.....
.....

.....

.....

Caixa de derivação
..... principal
Princípios fundamentais – esquemas elétricos

• Múltiplas entradas
no inversor com
SPMP individuais
• Arranjos
independentes
Princípios fundamentais – esquemas elétricos

• Múltiplas entradas
no inversor com
conexão paralela
interna
• Necessário
proteção contra
sobrecorrente no
pior caso
Princípios fundamentais – otimizadores CC

• Série fotovoltaica construída com otimizadores CC em série


• 1 otimizador por módulo (conexão direta)
• Não é necessario proteção contra sobre-corrente
• Conexão junto ao módulo
• Considera-se como uma série fotovoltaica convencional
Princípios fundamentais – otimizadores CC
Princípios fundamentais – otimizadores CC

• Série fotovoltaica construída


com otimizadores CC em
paralelo
• 1 otimizador por módulo (conexão
direta)
• Não é necessario proteção contra
sobre-corrente na entrada
• Conexão junto ao módulo
• Pode ser necessária proteção
contra sobre-corrente na saída
Proteção de sistemas fotovoltaicos

• Proteção contra choque elétrico → segurança


• Equipotencialização → aterramento das partes metálicas
• Seccionamento automático da alimentação
• Lado CC → redundância na segurança e alarme de falhas
• Secionamento para manutenção
• Proteção dos equipamentos → confiabilidade
• Proteção contra sobrecorrente
• Proteção elétrica
• Proteção eletromagnética
• Padronização e sinalização → informação
• Evita erros no trabalho de equipe técnica
• Alerta p/ usuários inadvertidos do risco de choque elétrico
Proteção contra choques elétricos

• Seleção e instalação dos componentes deve contribuir para uma


manutenção segura
• Proteção contra fugas de corrente
• Seccionamento de circuitos
• Instalação dos equipamentos deve seguir orientação dos fabricantes
• CUIDADO: Inversores variam de conteúdo de dispositivos de proteção
internos
Proteção – Aterramento da estrutura

• Todas as partes metálicas do sistema fotovoltaico devem ser


equipotencializadas para evitar choques elétricos
• Estrutura de fixação
• Frame dos módulos
• Uso de técnicas que garantam que rompa a camada de óxido do
alumínio
Proteção – Lado CC

• Deve ser considerado energizado inclusive quando o lado CA está


desligado
• Todos os dispositivos devem ser adequado para operação com tensão
CC e corrente CC, onde utilizados
• Isolação dupla ou reforçada (classe II) para módulos e cabos
• Condições para assumir SELV/PELV
• SELV (Safety Extra-Low Voltage)
• sempre 1,2⋅UOC STC < 120V
• PELV (Protected Extra-Low Voltage)
• 1,2⋅UOC STC < 120V, exceto em caso de falta à terra em outros circuitos
• Proteção básica não é necessária se tensão não ultrapassar 35 Vcc
Proteção – Lado CC

• Medidas de proteção do inversor


• Falta à terra no lado CC deve ser detectada, com o desligamento do inversor
no lado CA
• Em caso de falha de isolamento no lado CC, um alarme deve ser enviado
automaticamente às pessoas responsáveis
Proteção – Separação elétrica
• Caso A: Isolação galvânica interno ou externo e lado CC Caso B: Sem isolação galvânica e
não aterrado lado CC não aterrado

• Caso C: Isolação galvânica interno ou externo e lado CC • Caso D: Sem isolação galvânica e
aterrado lado CC aterrado

NÃO PERMITIDO
Proteção – Isolamento elétrico

• CASO B: Inversor sem isolação galvânica e lado CC não aterrado


• Usar DR tipo B no lado CA → corrente residual CA e CC
• Inversores com IEC 62109-2 já comprem o requisito
Proteção – Isolamento elétrico

• CASO C: Inversor com isolação galvânica e lado CC aterrado


• Necessário para a maioria dos módulos de filmes finos
• Falta no lado CC deve ser detectada e protegida

Corrente mínima de atuação da proteção

Pinv Ifalta
≤ 3 kVA ≤1A
> 3 kVA e ≤ 100 kVA ≤3A
> 100 kVA ≤ 5A
Proteção – Lado CA

• Utilizar Dispositivo de Corrente Residual (DR) junto ao quadro de


distribuição
• 30 mA se permitido pelo inversor (alguns inversores sem transformadores
podem não funcionar)
• Desarmam os circuito em caso de fuga de corrente no lado CA
• Pode ser utilizado um DDR
• Inclui proteção de sobre-corrente
Proteção – Lado CA

Seleção de DRs (sensibilidade)


• Proteção contra contato direto (30mA): Contato direto com partes energizadas pode
ocasionar fuga de corrente elétrica, através do corpo humano, para terra.
• Proteção contra contato indireto (100mA e 300mA): No caso de uma falta interna em
algum equipamento ou falha na isolação, peças de metal podem tornar-se “vivas”
(energizadas).
• Proteção contra incêndio (500mA): Correntes para terra com este valor podem gerar
faíscas e provocar incêndios.
Proteção – Seccionamento

Lado CC
• Objetivos do seccionamento
• Manutenção das séries fotovoltaicas (strings)
• Manutenção do inversor → desenergizar lado CC
• Seccionar polo positivo (+) e o negativo (-)
• Requer chaves bipolares
• Normas não explicitam o tipo dos seccionadores
• Pode ser externo ao inversor
• Pode ser integrado ao inversor se houver intertravamento (permitir desconexão somente se
estiver na posição aberta) ou sinal de alerta (não desligar sob carga)
• Normas não definem a quantidade de seccionadores.
• Pode-se seccionar cada string ou um conjunto de strings
Proteção – Seccionamento

Lado CC – Exemplo
• Específica para a aplicação fotovoltaica
Proteção – Seccionamento

Lado CA
• Objetivos
• Manutenção da rede elétrica → evitar energia do
inversor
• Manutenção do inversor → desenergizar lado CC
• Seccionar todas as fases + neutro → chaves bipolares
(F+N) ou tetrapolares (3F+N)
Resumo das proteções contra choque

• Aterrar todas as partes metálicas do sistema


• Módulos de silício cristalino → não aterrar 1 terminal CC
• Módulos de filmes finos → inversor com transformador
• Aterrar 1 terminal CC de acordo com o manual do inversor
• Se aterramento for por dentro do inversor com IEC 62109 → garante proteção contra
sobre-corrente no lado CC
• Inversores com certificações IEC 62109-1 e IEC 62109-2, ou
equivalentes
• Garante segurança contra choques elétricos no lado CC em caso de contato
em condutor único
• Ativar alarmes local e remoto do inversor
• DR no lado CA → evita choque elétrico no lado CA
• Seccionamento CC e CA → manutenção
Proteção dos equipamentos

• Proteção elétrica
• Corrente reversa → Diodos de bloqueio
• Sobre corrente
• Fusíveis gPV lado CC
• Disjuntores CC e CA
• Proteção eletromagnética
• Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA)
• Dispositivos de Proteção contra Surtos
• Proteção contra interpéries
• Chuva, vento, sol, calor
Proteção Elétrica – Corrente reversa

• Objetivo
• Melhorar o aproveitamento energético do sistema
• Proteger os fusíveis gPV em caso de sombreamento
• Elemento de atuação → Diodo
• Não pode ser considerado como elementos de proteção (NBR 16690)
• Utilizar normalmente apenas 1 diodo por string (unipolar)
• Especificação dos diodos
• Tensão = > 2*VocSTC
• Corrente = > Isc.max
• Exemplo
• 14 módulos com VocSTC = 36 V
• Série fotovoltaica → VocSTC = 504 V
• Tensão de bloqueio mínima dos diodos → 1008 V
Proteção – Corrente reversa

• Ex.: Função dos diodos de bloqueio

Corrente
.....

.....

.....
reversa nula
Po > 0
Proteção – Corrente reversa

• Ex.: Sem diodos de bloqueio

Corrente
Po = 0

.....

.....

.....
reversa

Sombreamento
Proteção – Corrente reversa

• Ex.: Com diodos de bloqueio

Diodos de bloqueio

Corrente
reversa nula Po > 0
.....

.....

.....
Proteção – sobrecorrente – lado CC

• Objetivos
• Proteger condutores
• Proteger módulos fotovoltaicos contra corrente reversa causada pelo sombreamento
• Elemento de proteção → Fusível
• Utilização
• 3 ou mais strings (séries) fotovoltaicas em paralelo
• Condutor de capacidade < 1,25 Isc.max
• Isc.max → corrente de curto-circuito máxima de (p-1) strings, onde p é a
quantidade de strings em paralelo
• Exemplo: 4 séries fotovoltaicas de Isc = 8 A em paralelo
• Isc.max = (4-1)*8 = 24 A
• Programa para auxiliar o projeto:
https://colab.research.google.com/drive/1zfl0eEUlGYcGcrsX-5oVI5Iu3Haj8gFx
Proteção – sobrecorrente – lado CC

• Tipos
• Fusíveis gPV → mais utilizados (mais baratos)
• Disjuntores CC → não queimam
• Servem como chave de seccionamento
• Requisito da norma
• proteção bipolar → polo (+) e (-)

Disjuntor CC bipolar Fusível gPV


Porta fusível gPV
Proteção – sobrecorrente – lado CC

• Seleção de fusíveis e disjuntores


• Tensão
• Tensão fusível > 1,2 Voc.max
• Voc.max → tensão de circuito aberto máxima da string, na menor temperatura de
operação
• Corrente
• 1,5 Isc < Corrente fusível < 2 Isc
• Isc → corrente de curto circuito da string em condições normais

Fonte: Catálogo de Fusíveis gPV Socomec


Proteção – sobrecorrente – lado CC

• Exemplo: String com Isc = 8.5 A e Voc.max = 600 V


• Tensão mínima do fusível = 720 V
• Corrente do fusível → entre 12 A e 17 A

Fonte: Catálogo de Fusíveis gPV Socomec


Proteção – sobrecorrente – lado CC

• Exemplo: Esquemático

Fonte: Catálogo de Fusíveis gPV Socomec


Proteção – sobrecorrente – lado CA

• Objetivo:
• Proteger os cabos CA
• Proteger inversor
• Elemento de proteção → Disjuntor
• Tipos
• Bipolares → inversor monofásico
• Tetrapolares → inversor trifásico
• Projeto
• Considerar inversor como uma carga
• Norma: NBR5410 (Brasil)
Proteção eletromagnética

• Objetivos da proteção
• Reduzir riscos de queima de equipamentos → reduzir prejuízos econômicos
• Aumentar segurança das pessoas
• Tipos de distúrbios eletromagnéticos a serem protegidos
• Descargas atmosféricas diretas → raios
• Descargas atmosféricas indiretas (próximas) → induzem
sobre-tensão no lado CC ou CA
• Chaveamentos indutivos na rede elétrica CA
• Métodos de proteção
• Redução dos laços de corrente
• Proteção contra descargas atmosféricas e surtos
Proteção eletromagnética – laços

Conceito → laços de corrente


• Lei de Faraday → Variação de fluxo magnético causado pela descarga
gera tensão em uma espira
• Regra → minimizar loops de corrente (espiras) das instalação
• Modo diferencial (+ e -) e modo comum (pelo terra)
Proteção eletromagnética – laços

Conceito → modo diferencial


• Redução da área dos loops (espiras) modo diferencial

Ruim Razoável Bom


Proteção eletromagnética – laços

Conceito → modo comum


• Exemplo: Grandes laços pela terra (cabo de proteção)

CA

DPS DPS CC
Retorno
pela terra
Barra de
Equipotencialização

RUIM
Proteção eletromagnética – laços

Conceito → modo comum


• Exemplo: Reduzidos laços pela terra (cabo de proteção)

CA

DPS DPS CC

BEP

BOM
Proteção eletromagnética – SPDA

• Análise da necessidade de SPDA na instalação


• Depende da estrutura onde o sistema está instalado
• Depende do sistema de equipotencialização e aterramento existente
Proteção eletromagnética – SPDA

• Sistemas fotovoltaicos pequenos → não necessitam de SPDA


• Usam malha de terra no solo
Proteção eletromagnética – SPDA

• Sistemas fotovoltaicos grandes → necessitam de SPDA


• Caso contrário → sistema fotovoltaico é um SPDA
• Necessidade de SPDA é dada pela IEC 62305-3
Proteção eletromagnética – surtos

• Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPSs)


• Usados no lado CC e no lado CA
• Componentes principais: varistores e spark-gaps

DPS fotovoltaico
Proteção eletromagnética – surtos

• DPS → funcionamento
• Limita sobretensões

Curva de um
varistor
Proteção eletromagnética – surtos

Tipos de DPS
• Tipo I
• maior corrente (>12,5kA, 10/350us)
• maior energia que pode ser absorvida
• suporta descargas diretas
• mais caro
• Tipo II
• corrente inferior (> 5kA, 8/20us)
• menor tensão de bloqueio
• descargas indiretas e surtos devido a chaveamento
• Tipo III
• dentro dos equipamentos
Proteção eletromagnética – surtos

DPS → Dimensionamento
• Tensão de operação do DPS:
𝑈𝑐(𝐷𝑃𝑆) ≥ 1,2 ⋅ 𝑁 ⋅ 𝑉𝑜𝑐𝑆𝑇𝐶
• 1,2 = fator que inclui variação de temperatura
• Número de módulos em série na string
• VocSTC = tensão de circuito aberto de cada módulo

• Exemplo:
• N = 10 módulos em série
• VocSTC = 36,7 V

𝑈𝑐(𝐷𝑃𝑆) ≥ 1,2 ⋅ 10 ⋅ 36,7 = 440,4 𝑉


Proteção eletromagnética – surtos

DPS → Dimensionamento
• Dispositivos disponíveis (fabricante Finder):

Modelo Tensão Uc (V)


7P.26.9.420.1020 420
7P.23.9.700.1020 700
7P.23.9.000.1020 1000
Proteção eletromagnética – surtos

DPS → Dimensionamento
• Regra de projeto
– Regra dos 10m
• Ex.:
d < 10 m

CA

DPS CC

BEP
Proteção eletromagnética – surtos

DPS → Dimensionamento
• Regra de projeto
– Regra dos 10m
• Ex.: d < 10 m

d > 10 m

CA

DPS DPS CC

BEP

Regra dos 10 m → vale também para lado CA


Proteção eletromagnética – surtos

DPS → Necessidade de uso


• Residências sem SPDA
• DPS tipo II no lado CC
• DPS tipo II lado CA do inversor
• DPS tipo II na entrada de energia
• Equipotencialização com
condutor de cobre 6 mm²
Proteção eletromagnética – surtos

DPS → Necessidade de uso


• Construções com SPDA
• S > Lcrítico (distante do SPDA)
• DPS tipo II no lado CC
• DPS tipo II lado CA do inversor
• DPS tipo I na entrada de energia
• Equipotencialização com condutor de
cobre 6 mm²
Proteção eletromagnética – surtos

DPS → Necessidade de uso


• Construções com SPDA
• S < Lcrítico
• DPS tipo I+II no lado CC
• DPS tipo II lado CA do inversor
• DPS tipo I+II na entrada de energia
• Equipotencialização com condutor de
cobre 16 mm²
• Conectar frame dos módulos no SPDA
Proteção eletromagnética – surtos

DPS → Necessidade de uso


• Construções com SPDA
• S > Lcrítico (distante do SPDA)
• DPS tipo II no lado CC
• DPS tipo II lado CA do inversor
• DPS tipo I na entrada de energia
Proteção eletromagnética – surtos

DPS → Necessidade de uso


• Construções com SPDA
• S < Lcrítico
Proteção eletromagnética – surtos

DPS → Necessidade de uso


• Cálculo do comprimento crítico para distância de SPDA
VL.CRÍTICO
LCRÍTICO 
NG
Onde,
VL.CRÍTICO  115 - Residências
200 - Usina Fotovoltaica
450 - Edificações de serviço, industriais e agrícolas
N G  Média anual de raios por km²
Proteção eletromagnética – esquema

Parte CC

Parte AC

Fonte: ABB
Proteção contra intempéries

Objetivo
• Vida útil do sistema maior do que 30 anos
• Reduzir custos de manutenção

Característica dos materiais utilizados


• Resistência anti-UV
• Resistência à corrosão
• Resistência mecânica (fadiga)
Proteção contra intempéries

• Partes metálicas
• Estrutura de fixação, eletrocalhas, caixas
• Resistência à corrosão → aço inox, alumínio, aço galvanizado à fogo
• Cuidar contato entre metais diferentes
• Resistência mecânica → ventos de até 50 m/s
• Arruelas de pressão para evitar desparafusar
Proteção contra intempéries

• Cabos CC
• Dupla isolação → proteção contra choque elétrico
• Anti-UV
• Abrigados em eletrodutos/eletrocalhas
Proteção contra intempéries

• Conectores fotovoltaicos
• Tipo MC4 → popularizado
• IP67, anti-UV

Fonte: Multi Contact


Proteção contra intempéries

• Caixas externas
• Preferencialmente abrigadas do Sol
• Anti-UV, IP65
Proteção contra intempéries

• Caixas externas
• String box → DPSs, fusíveis e chave de seccionamento
NBR 5410 – Baseada na IEC 60364

• Dimensionamento dos condutores

Cabo de proteção /
Fase Neutro
terra
Dimensionamento dos condutores

Lado CA
• Dimensionar de acordo com NBR5410
Lado CC
• Recomendação: máximo de 1% de perdas em Pnom
• Tensão do MPP: 292 V
• Perda máxima de tensão:
ΔV = 1%∙292V = 2,92 V
• Corrente do MPP: 8,05 A
• Resistência máxima do condutor:
Rc = ΔV/Impp = 2,92V/8,05A = 0,36 Ω
Dimensionamento dos condutores

• Condutividade do cobre:
ρ = 0,0162 Ω∙mm²/m
• Comprimento: L = 20m + 20m = 40m
• Seção mínima do condutor:
S = ρ∙L/Rc = 1,8 mm²
• Condutor disponível: 2,5 mm²
• Verificar a capacidade de corrente do cabo
Sinalização de segurança
Sinalização de segurança

No inversor

PROCEDIMENTO PARA DESLIGAMENTO


SEGURO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO

- Desligue o interruptor CA localizado na caixa de medição

- Desligue o interruptor CC localizado próximo ao inversor


Alarme

• DPSs
• Utilizar aparelhos com monitoramento lógico do estado de saúde dos
varistores
• Inversores - IEC 62109 → alarmes redundantes
• Alarme local
• Alarme remoto → ativar rede de comunicação RS485 ou Ethernet para avisar
operador do sistema
Conclusão

• Comissionamento para iniciar operação


• ABNT NBR 16274
• Importante selecionar dispositivos adequados para garantir a
segurança do sistema e a durabilidade por 20 a 30 anos

• Próxima etapa: visita ao INRI e usina fotovoltaica

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