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SUMÁRIO
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NOSSA HISTÓRIA
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1. ERGONOMIA: CONCEITUAÇÃO, IMPORTÂNCIA E APLICAÇÕES
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repetitivos, distúrbios musculoesqueléticos relacionados com o trabalho, bem como
aspectos ambientais (ruído, vibração, iluminação, temperatura e agentes tóxicos),
projetos de posto de trabalho envolvidos com saúde, segurança, conforto e eficiência.
Os aspectos cognitivos estão focados nos processos mentais, que envolvem a
percepção, memória, processamento de informação, raciocínio e resposta motora que
afeta a interação entre os seres humanos e os outros elementos do sistema. Como
exemplo de estudos neste domínio tem-se: carga mental de trabalho, tomada de
decisão, desempenho especializado, interação humano-computador, estresse e
treinamento, conforme estes se relacionam com os projetos que envolvem seres
humanos e sistemas. Os aspectos organizacionais (também conhecidos como
macroergonomia) estão relacionados com a otimização dos sistemas sociotécnicos,
incluindo a sua estrutura organizacional, políticas e processos. Exemplos deste último
domínio incluem comunicações, projeto de trabalho, organização temporal do
trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho,
cultura organizacional, organizações em rede, teletrabalho e gestão da qualidade.
Com base na informação destes três domínios é possível organizar o trabalho
de forma favorável ao ser humano e ao sistema produtivo. O objetivo da ergonomia
é adaptar o trabalho ao ser humano e não o inverso, como ocorre erroneamente em
muitas situações de trabalho.
Desta forma, podemos explicitar que a ergonomia contemporânea estuda e
aplica as informações sobre o comportamento humano, as habilidades, limitações e
outras características dos seres humanos ao design de ferramentas, máquinas,
sistemas, tarefas, trabalhos e ambientes para o seu uso de forma produtiva, segura,
confortável e efetiva (SANDERS & MCCORMICK, 1993; HELANDER, 1997).
Karwowsky (2005) advoga que, na sua origem, a ergonomia estava focada na
interação humano-máquina; hoje em dia ela pode ser definida, de maneira geral, como
a interação humano-tecnologia. Neste contexto, o autor define tecnologia como um
sistema composto por pessoas e organizações, processos e equipamentos que irão
criar e operar artefatos tecnológicos.
Assim, a ergonomia estuda a adaptação do trabalho ao ser humano e o
comportamento humano no trabalho. Ela enfoca:
O ser humano: características físicas, fisiológicas, cognitivas, psicológicas e
sociais;
A máquina: equipamentos, ferramentas, mobiliário e instalações;
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O ambiente: efeitos da temperatura, ruído, vibração, iluminação e
aerodispersoides;
A organização do trabalho: jornada de trabalho, turno, pausa, monotonia etc.
Tal enfoque pode ser trabalhado sob contribuições (aplicações) que viabilizam
as condições de trabalho (IIDA & BUARQUE, 2016), como:
Ergonomia de concepção: quando a aplicação diz respeito ao
desenvolvimento de produto, máquina, ambiente ou sistema.
Ergonomia de correção: quando a ergonomia é aplicada em situações reais
A ergonomia emergiu como uma disciplina científica nos anos 1940, como
consequência da crescente complexidade dos equipamentos técnicos. Começou-se a
perceber que as vantagens decorrentes do uso dos novos equipamentos não estavam
se concretizando, visto que as pessoas não conseguiam entendê-los e utilizá-los.
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Figura 1: O homem vitruviano de Da Vinci
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ergonomia foi gradualmente se tornando reconhecida em outras áreas, como no
projeto de produtos para consumidores (carros e computadores, p.ex.).
Em 1949, em um encontro de psicólogos e fisiologistas renomados, o termo
ergonomia foi cunha- do. Mais tarde naquele ano, o mesmo grupo de cientistas formou
a Ergonomics Research Society (ERS), que se tornou a primeira sociedade mundial
de ergonomia.
De acordo com Hendrick (1993), a evolução da ergonomia a partir da Segunda
Guerra Mundial pode ser organizada em quatro fases, segundo a tecnologia enfocada.
Veja mais detalhes no Quadro 1.
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e gerando maior aceitação e colaboração por
parte dos envolvidos.
Fonte: Janka Dharmasena/iStock/Thinkstock.
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2. A NORMA REGULAMENTADORA (NR-17) E A ATIVIDADE PROFISSIONAL
DO ERGONOMISTA
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(viii) Avalia os resultados da implementação das recomendações
ergonômicas; e
(ix) Demonstra comportamento profissional.
Para possuir esta competência técnica-profissional é essencial que o
profissional em ergonomia possua uma formação adequada e tenha uma qualificação
técnica compatível com esta função. Para isto a ABERGO criou o Sistema de
Certificação do Ergonomista Brasileiro (SisCEB), que é um conjunto de normas e
procedimentos que tem como objetivo certificar pessoas, equipes e empresas
prestadoras de serviços de ergonomia com a garantia de assegurar a competência
técnica para o fornecimento de tais serviços aos seus clientes.
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trabalho e devidamente credenciado junto ao CREA (Conselho Regional de
Engenharia).
O laudo ergonômico deverá ser realizado sempre que necessário, observando
o seu desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e estabelecimento de
novas metas e prioridades. Deve, ainda, ser refeito se houver modificações no posto,
no trabalho ou no usuário. Ele, por fim, deve ser guardado por um período mínimo de
vinte (vinte) anos.
A Norma Regulamentadora – NR-17 – Ergonomia (Lei no 6514/77 – Portaria
no 3751/90) estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte
de todas as empresas que admitam empregados que estejam expostos a riscos
ergonômicos.
O laudo ergonômico de uma estação de trabalho deve ser direcionado à análise
global do posto de trabalho, sempre levando em consideração o psicobiofísico do seu
operador. Ele deve ser elaborado por posto de trabalho individual, levando em
consideração a empresa como um todo. Nada deve ser analisado de forma
segmentada.
Conforme a NR 17, o objetivo do laudo ergonômico é estabelecer parâmetros
para a adaptação das condições de trabalho as características psicofisiológicas dos
trabalhadores.
Existem três tipos de laudos ergonômicos:
a) Laudo ergonômico do objeto;
b) Laudo ergonômico do posto de trabalho;
c) Laudo ergonômico funcional.
O laudo ergonômico denominado “consciente” deve ser realizado com estudos
visando os três tipos de laudos mencionados anteriormente, para que se tenha uma
real avaliação ergonômica do posto de trabalho.
O desenvolvimento de um laudo ergonômico consta de:
a) Estudo detalhado dos processos utilizados no desenvolvimento das
atividades;
b) Avaliações qualitativa e quantitativa dos riscos ergonômicos;
c) Avaliação do mobiliário e equipamentos frente às atividades (hora x
homem x trabalho);
d) Aferição e análise das condições ambientais dos locais de trabalho;
e) Aferição e análise do psicobiofísico do operador;
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f) Recomendações técnicas para melhoria das condições de trabalho;
g) Implantação de medidas de controle;
h) Treinamentos e cursos sobre ergonomia.
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3. ERGONOMIA NAS EMPRESAS
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A Figura 2, apresenta uma funcionária apresentando dor no ombro e o modelo
apresentando distâncias adequadas para a utilização de um notebook sobre uma
mesa.
c) ergonomia organizacional: se relaciona com a otimização de sistemas
sociotécnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e processos. São
tópicos relevantes: comunicação, gerenciamento de recursos humanos, projeto do
trabalho, projeto de turnos de trabalho, equipe de trabalho, projeto participativo,
trabalho cooperativo, novos paradigmas do trabalho, organizações virtuais,
teletrabalho e gerência de qualidade.
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3.1 Ergonomia na Construção Civil
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Figura 4: Trabalhador revestindo com argamassa
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A Figura 5 (a) mostra a técnica correta para o levantamento de cargas (caixa,
barra, saco, etc.). O joelho deve ficar adiantado em ângulo de noventa graus, braços
esticados entre as pernas, dorso plano, queixo não dirigido para baixo, pernas
distanciadas entre si lateralmente, carga próxima ao eixo vertical do corpo, tronco em
mínima flexão.
Figura 5: (a) Postura correta para carregar telhas que estão no chão; (b) Postura errada para
levantar do chão uma caixa de ferramentas pesada.
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Figura 6: Transportador de correia.
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Figura 7, apresenta (a) maneira errada de transportar mercadorias e (b) maneira
cor- reta de transportar.
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A Figura 8: Apresenta (a) um funcionário utilizando uma empilhadeira manual para transportar
cargas e (b) um carrinho para transporte de pneus.
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4. DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO
4.1 Introdução
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4.2 Acidente de Trajeto ou de Percurso
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Entre as principais classes de trabalhadores que sofrem com problemas de
saúde que podem estar relacionados ao trabalho, destacam-se:
1. Condutores de veículos, como táxi e ônibus, e profissionais que atuam
no transporte de cargas exercendo funções de carregamento e descarregamento.
Esses profissionais estão submetidos a constantes tensões envolvendo o sistema
musculo esquelético. Além disso, podem ter problemas relacionados à má postura,
uma vez que permanecem muito tempo em uma mesma posição.
2. Digitadores, caixas de supermercado e cabeleireiros. Esses
profissionais estão sujeitos a desenvolver LER e DORT, uma vez que forçam
músculos e ligamentos ao realizar as mesmas atividades diariamente, horas a fio.
3. Balconistas de farmácia, seguranças e professores são profissionais que
têm maior propensão a desenvolver problemas circulatórios, como varizes, varicoses
e trombose venosa (formação de trombos ou coágulos nas veias), uma vez que
permanecem muito tempo na posição estática em pé.
4. Mulheres que atuam como médicas, jornalistas e policiais militares,
segundo pesquisas, estão na relação das profissionais que mais desenvolvem
endometriose. Uma das razões para isso é que essas profissionais se submetem a
constantes pressões e a altos níveis de estresse.
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