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Durante a II Guerra Mundial, a ergonomia desenvolveu-se quando, pela primeira vez, houve uma
conjugação sistemática de esforços entre a tecnologia e as ciências humanas, com resultados de um
trabalho interdisciplinar tão gratificante, que foi aproveitado pela indústria, no pós-guerra.
No fim da Guerra, os EUA e a Europa descobriram que, se a indústria bélica podia tirar partido desta nova
disciplina, a ERGONOMIA, as indústrias não bélicas também o poderiam fazer. Em 1949, foi então
fundada a Sociedade de Pesquisas Ergonômicas na Universidade de Oxford. Em 1961, foi organizada a
Associação Internacional de Ergonomia, em Estocolmo.
Atualmente vários países estão desenvolvendo esta disciplina e entre eles podemos destacar: USA,
Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, Alemanha e Polônia etc. No caso do Brasil, apesar de relativamente
recente, a Ergonomia está-se desenvolvendo na medida em que é objeto de estudo e aplicação. Em
comparação a outros países da América Latina, no entanto, a Ergonomia brasileira está mais avançada.
O termo ergonomia deriva do grego, onde ergon (trabalho) e nomos (regras), significando o estudo de
formas (regras) de melhor adaptação dos projetos de máquinas, equipamentos, sistemas e tarefas para
se adaptarem ao trabalho do homem.
A Ergonomia é uma disciplina que estuda as interações dos homens com outros elementos do sistema,
objetivando melhorar o bem-estar do homem na operacionalização global do sistema.
Ergonomia, antes de mais nada, é uma atitude profissional que se agrega à prática de uma profissão
definida. Neste sentido é possível falar de um médico Ergonomista, de um psicólogo Ergonomista, de um
designer Ergonomista e assim por diante. (GENTE)
Dentro dos projetos da Ergonomia estão para serem eliminadas as condições de insegurança,
insalubridade, desconforto e ineficiência para que se adaptem cada vez mais às capacidades e às
limitações do homem.
Neste estudo se incluem vários aspectos, como a postura e os movimentos na realização de um trabalho.
A forma como dever ser realizada a atividade laboral, se sentado, em pé, puxando e/ou elevando cargas.
Entre as normas regulamentadores, a de número 17 (NR-17) é a que rege a Ergonomia no Brasil. Esta
norma especifica quais são as condições mínimas de conforto físico e mental que uma empresa deve
possuir para com seus trabalhadores, visando a estabelecer parâmetros que permitem a adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores. Também a mesma norma
estabelece parâmetros mínimos para o trabalho em atividades de teleatendimento/telemarketing nas
diversas modalidades neste serviço.
» Ergonomia física: lida com as respostas do corpo humano à carga física e psicológica. Incluem
manipulação de materiais, arranjo físico de estações de trabalho, demandas do trabalho e fatores, como
repetição, vibração, força e postura estática, relacionada com lesões músculo-esqueléticas.
Neste campo do saber estudam-se, também, os fatores ambientais, como ruídos, vibrações, iluminação,
clima, agentes químicos, informações captadas pelos órgãos dos sentidos humanos, a conjugação
adequada desses fatores com os controles e os cargos e, ainda, como desenvolver outras tarefas
em geral.
Ergonomista
No Brasil, ergonomistas são pessoas que adquirem conhecimentos de Ergonomia por treinamentos que
realizam e/ou também trabalham na área. Em outros países, já existe graduação em Ergonomia e
profissionais de saúde, como engenheiros, fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros, desenhistas
industriais, médicos e outros que podem adquirir esses conhecimentos também em cursos latu senso
(pós-graduação em Ergonomia). Ergonomistas realizam seu trabalho em consultorias, indústrias,
instituições de pesquisa, universidades, órgãos normativos, saúde ocupacional, treinamentos e outros.
IMPORTÂNCIA DA ERGONOMIA
Uma série de problemas sociais relacionados com a saúde, a segurança, o conforto e a eficiência pode
ser solucionado pela Ergonomia. A exemplo temos os acidentes com aviões, carros, guindastes, tarefas
domésticas e diversos outros que podem ser prevenidos, pois muitos são causados por erros humanos.
Ao analisar as causas de acidentes, relaciona-se como causa o relacionamento inadequado entre homem
e máquina.
A ergonomia contribui com a prevenção de muitos agravos, como doenças do sistema músculo-
esquelético (dores nas costas) e psicológicas (estresse) que juntas constituem uma das maiores causas
de absenteísmos e de incapacitações no trabalho. Essas doenças muitas vezes são ocasionadas devido
ao mau projeto e ao uso incorreto de equipamentos. Devido a isso, muito países já obrigam a contratação
de ergonomistas nos serviços de saúde.
Os projetos realizados com bases ergonômicas devem atender a um percentual de 95% entre as
diferenças pessoais com alturas, pesos e outros fatores que diferem as populações. Isto significa que,
em 5% dessa população, os projetos não se enquadram em pessoas muito gordas, muito baixas ou altas,
mulheres grávidas, deficientes físicos, uma vez que nesses casos é necessário realizar projetos
específicos.
Utiliza-se da Ergonomia também para a realização de planejamento no ambiente escolar, tendo em vista
a expansão da utilização da informática nas escolas, pois o uso mais acentuado poder contribuir para
uma geração de crianças com sérios problemas osteomusculares, que se agravaria pelo fato de estarem
ainda em fase de crescimento. (ROCHA, 2003)
UNIDADE 2 - ERGONOMIA X DETERMINANTES DE SAÚDE
FATORES AMBIENTAIS
Muitas empresas optam por ouvir o trabalhador quanto às diferentes formas de se realizar um
determinado trabalho, até que se encontre uma que melhor se adapte às habilidades corporais e que
possam minimizar o desgaste físico e ao mesmo tempo aumentando a capacidade de realização da
atividade. Tendo em vista que muitos empregadores já adotam a ideia de que quanto mais confortável for
o local de trabalho mais será o grau de satisfação e, consequentemente, o desempenho da pessoa,
gerando um aumento significativo de lucros para a empresa.
Os aspectos psicológicos do ambiente de trabalho são também muito importantes de serem avaliados,
por isso as rodas de conversa entre colegas de uma local de trabalho, os intervalos para um lanche, ou
até eventos que ocorrem dentro das empresas facilitam a sociabilidade dos envolvidos e contribuem para
uma saudável convivência entre trabalhadores. Esta Ergonomia cognitiva trata dos aspectos mentais da
atividade de trabalho de pessoas e indivíduos, homens e mulheres, como cita Gente (2011):
O olhar do Ergonomista não se contenta em apontar características humanas pertinentes aos projetos de
postos de trabalho ou de se limitar a entender a atividade humana nos processos de trabalho de uma
ótica puramente física. Nesse movimento de ideias, apreende-se – o que os filósofos gregos já discutiam
– a importância dos atos de pensamento do trabalhador na consecução de suas tarefas. E com isso,
apreendemos que os trabalhadores não são apenas simples executantes, são capazes de detectar sinais
e indícios importantes, são operadores competentes e são organizados entre si para trabalhar. E que,
nesse contexto, podem até cometer erros.
Existem ainda locais de trabalho em que a pessoa permanece muito tempo isolada das outras pessoas,
podendo gerar comportamentos antissociais, inseguranças e dificuldades futuras de se relacionar com
outras pessoas.
Algumas empresas adotam instrumentos para avaliar a qualidade de vida e um dos mais utilizado é o
WHOQOL (Instrumento de Avaliação da Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde) que
possibilita o conhecimento da percepção do indivíduo, sua posição na vida, na cultura, seus objetivos na
vida, suas expectativas, seus padrões e suas preocupações. Segundo Rosa (2006), outro instrumento é
o WHOQOL-100, que contém 100 itens que avalia diferentes domínios da qualidade de vida.
Baseado também nesses determinantes, a Ergonomia dividiu os fatores de risco em ambientais.
Fatores ambientais
Neste capítulo serão apresentadas as recomendações dos limites máximos de exposição a cada um dos
fatores ambientais de natureza física e química, como os ruídos, as vibrações, a iluminação, o clima e as
substâncias químicas que podem ser prejudiciais à saúde e à segurança, e o conforto dos seres
humanos.
De um modo geral, existem três tipos de medidas que podem ser realizadas para minimizar ou eliminar
os efeitos nocivos dos fatores ambientais.
Ruídos
Sabe-se que a presença de ruídos elevados e com longa duração de tempo pode provocar perda auditiva.
Este problema pode ser reduzido em locais de trabalho que existem ruídos constantes, estabelecendo
limites máximos admissíveis para esses ruídos. Esses níveis são expressos em decibéis ou dB(A), em
que um ruído em um ambiente doméstico calmo está por volta dos 30 dB(A). Uma britadeira pneumática
opera com nível de 100 dB(A). Outro exemplo ruído é o de um avião a jato que chega a 120 dB(A) a 50m
de distância dele.
Como parâmetro de ruído para o ser humano, é fixado 80 dB(A) como limite tolerado durante 8 horas de
exposição. Acima desse valor já existe o risco de ocasionar surdez, principalmente se esse ruído estiver
em uma intensidade constante. De acordo com (DUL, 2004), a cada aumento de 3 dB(A), deve haver
uma redução do tempo para metade, ou seja, se o ruído for de 83 dB(A), o tempo de exposição se reduz
para 4 horas.
A utilização de máquinas silenciosas tem sido mais amplamente recomendada para minimizar os ruídos
ambientais. As indústrias devem substituir peças metálicas por peças de plásticos, fazer confinamento
das partes ruidosas, colocando amortecedores onde existem vibrações e acrescentando isolantes
acústicos.
Também é preciso realizar manutenção regular das máquinas, uma vez que a substituição regular de
peças gastas e ruidosas, as regulagens e/ou lubrificações são medidas importantes.
A separação do trabalho barulhento do silencioso pode ser usada como estratégia para reduzir barulhos,
e isso pode acontecer organizando os trabalhos em horários diferentes.
Outras medidas também podem ser realizadas, como a simples distância da fonte de ruído, a utilização
de pisos e tetos acústicos, a proteção direta dos ouvidos com protetores auriculares (só devem ser usados
em último caso, quando os outros métodos falharem).
Vibrações
Vibrações são um tipo de agente físico nocivo que afeta os trabalhadores e que pode ser oriunda das
máquinas ou ferramentas portáteis a motor ou resultantes dos postos de trabalho. As vibrações
encontram-se presentes em quase todas as atividades, nomeadamente em construções e obras públicas,
indústrias extrativas, exploração florestal, fundições e transportes.
Os riscos devidos a vibrações mecânicas têm efeitos sobre a saúde e a segurança dos trabalhadores e
deles podem resultar perturbações musculoesqueléticas, neurológicas e vasculares, além de outras
patologias.
Cada parte do corpo é sensível a uma determinada faixa de vibrações. Vibrações de baixa frequência,
como 1 Hz, podem produzir sensações de enjoos, já as vibrações entre 1 e 100 Hz, principalmente entre
4 e 8 Hz, podem provocar algias no peito, dificuldades respiratórias, dores nas costas e vista
embaralhada. As vibrações de mão e braço, entre 8 e 1.000 Hz, produzem alterações na sensibilidade,
redução da destreza dos dedos, “dedos brancos”, distúrbios de músculos, ossos e articulações. As
ferramentas mais usadas possuem vibrações que variam entre 25 a 150 Hz.
Uma das formas de se prevenir as vibrações é a amortização, por exemplo, com estofados que absorvem
parte das vibrações nos bancos dos ônibus.
Iluminação
A quantidade de luz que é refletida para os olhos é medida em candela (cd/m²) e lux (intensidade da luz
que incide sobre a superfície de trabalho).
Utiliza-se de 10 a 200 lux para locais, como corredores, depósitos etc. Para realização de tarefas normais,
com leitura de livros, montagem de peças e operações com máquinas é preciso a intensidade entre 200
a 800 lux.
Para tarefas especiais, quando há grandes exigências visuais, o nível de iluminação precisa ser
aumentado, para tanto é recomendado a colocação de um foco de lux diretamente sobre a tarefa. Neste
caso, usa-se de 800 a 3.000 lux.
» Combinar a iluminação localizada com a ambiental, sendo que a iluminação localizada deve ser
ligeiramente superior a luz ambiental.
» Usar luz de fusa no teto, substituindo as superfícies lisas e polidas de mesas, paredes e objetos, ou
superficies foscas e de fusores, que ajudam a dispersar a luz.
» Quebrar a incidência direta da luz nos olhos; a fonte dessa luz não deve ficar dentro do campo visual,
para tanto deve ser colocado acima da cabeça ou ao lado, atrás dos ombros.
» Evitar as oscilações da luz florescente, pois a mesma pisca na mesma frequência da corrente alternada.
Clima
São quatro os fatores que contribuem para um clima de trabalho em boas condições: a temperatura do
ar, o calor radiante, a velocidade do ar e a umidade relativa.
O clima pode ser ajustado de acordo com o tipo de trabalho realizado, pois, em trabalhos pesados, a
pessoa se sentirá melhor num clima mais frio.
A umidade do ar relativa acima de 70% ou muito seco, abaixo de 30%, pode afetar o conforto térmico,
uma vez que o ar seco provoca irritação nos olhos e nas mucosas, além de produzir eletricidade estática
(risco de incêndios, choques desagradáveis, interferências em equipamentos). Já um ar muito úmido, ou
seja, saturado a 100%, dificulta a evaporação do suor, tornando-se desagradáveis para trabalhos
pesados. A umidade do ar pode ser controlada, adicionando ou retirando água do ambiente.
Importante
É importante evitar-se superfícies muito quentes ou muito frias, pois ocorre a troca de calor que pode ser
diminuída, colocando-se superfícies refletoras, como uma folha de alumínio polido entre o corpo e a
superfície.
» Agrupar as tarefas que exigem esforços físicos semelhantes dentro de uma mesma sala, pois, de
acordo com o esforço físico de cada grupo de pessoas, deverá ser regulado o tipo de temperatura.
» Ajustar as tarefas ao clima externo. Como não é possível controlar o clima externo, pode-se fazer as
tarefas pesadas mais lentamente ou intercaladas com pausas, para permitir que o corpo elimine o calor
adicional gerado pelo metabolismo.
» Ajustar a velocidade do ar, pois, se a velocidade ultrapassar 0,1m/s, deve-se aumentar a temperatura
do ar para conservar o conforto térmico.
» Reduzir os efeitos do calor radiante com material isolante, em superfícies quentes ou frias, e manter
as pessoas longe das fontes de radiação.
Substâncias químicas
As substâncias químicas apresentam-se sobre a forma de líquidos, gases vapores, poeiras e sólidos, e
muitos podem causar mal-estar e doenças quando inaladas ou ingeridas quando em contato com a pele
e os olhos.
Os produtos químicos que podem provocar acidentes devem conter um alerta, devidamente padronizado.
Em caso de poluição, deve-se controlar a fonte do agente, em seguida, o processo de propagação desse
agente e, por último, as pessoas atingidas. Esta é a hierarquia que existe para as medidas de controle.
» Proteger individualmente, afastando os trabalhadores das fontes poluentes e/ou usando equipamento
de proteção individual (máscaras para poeiras, aventais e luvas protegem de líquidos).
Ruídos
Nível de ruídos
Vibração
Prevenção da vibração
16. A vibração é contida na fonte?
Iluminação
24. As diferenças proporcionais do brilho entre o local da tarefa, os arredores e o ambiente geral são
mantidas?
Melhoria da iluminação
Clima
Conforto térmico
Frio e calor
37. O clima não é muito quente ou muito frio?
38. Não há contato de pele com materiais muito quentes ou muito frios?
Controle do clima
O desgaste dos órgãos dos sentidos humanos vem ocorrendo com mais frequência nos
dias de hoje, principalmente devido a utilização de máquinas informatizadas que operam cada vez
mais com um grande número de informações que precisam ser realizadas ao mesmo tempo.
O homem recebe informações da máquina e atua sobre ela com acionamento de algum dispositivo
de controle, por este motivo, esta interface precisa ocorrer de forma ergonômica.
As informações que o trabalhador deverá encontrar nas máquinas que irá operar são, na sua maioria, do
tipo visuais, auditivas e táteis.
As informações visuais devem ser apresentadas de forma adequada à percepção dos olhos, as táteis
devem ser adequadas ao sentido tátil, precisando então que os caracteres sigam as recomendações a
seguir.
» Como as informações são captadas principalmente pela visão, é preciso que as informações
apresentem a característica de legibilidade de telas, livros, jornais, prontuários, informativos de checagem
rápidas (check- list), revistas e, também, para materiais para apresentação, como slides e outras
projeções multimídias.
» A forma de preparação dessas informações devem ser adequadas à capacidade de precepção dos
olhos, por isso deve-se evitar textos com todas as letras maiúsculas, pois, de acordo com (DUL, 2004),
as letras minúsculas são melhores de se identificar que as maiúsculas. Como o leitor enxerga a palavra
inteira em um único relance, não precisando reconhecê-la letra por letra, as letras que possuem traços
para baixo (g, p, q, y ...) e as com traços para cima (t, k, d...) são mais fáceis de serem identificadas o que
facilita a visualização, melhorando o processamento da informação. Deve-se também evitar grandes
espaços em branco entre as palavras, pois esses espaços prejudicam a legibilidade, quebrando a
continuidade da linha, forçando a visão do usuário. O tipo de letra, o tamanho da fonte e a utilização de
contrastes em textos, gráficos ou outros, também são fatores importantes na hora da escolha para realizar
textos extensos, comandos em telas ou outras informações.
» Não se recomenda a utilização intensa da audição para a realização de comandos, mas quando é
necessário. Devido a sobrecarga da visão, deve-se optar por sons de baixas frequências (graves), pois
são melhores para a propagação do som, superando cantos e obstáculos e facilitando o trabalho dos
usuários na sua identificação.
Para a Ergonomia, outros órgãos dos sentidos que podem ser utilizados para captar informações são: a
audição, o olfato, o paladar, o tato, o senso cinestésico e a sensação térmica, sendo que o olfato, o
paladar e a temperatura só devem ser usados na captação de sinais de alerta, como, por exemplo, a
utilização de odores em gases nocivos.
A utilização do senso cinestésico ocorre em máquinas em que ocorre diminuição do campo visual, por
exemplo, o alcance da alavanca do câmbio e dos pedais por uma motorista sem ter que olhar para eles,
ou a digitação por meio de um teclado de computador quando uma pessoa treinada já sabe sem ver a
posição de cada comando da letra que prefere.
Para facilitar a identificação tátil são feitas elevações em superfícies para diferenciar um comando do
outro, na impossibilidade de se utilizar o campo visual.
Existem, no mercado, inúmeros maquinários que operam vários comandos ao mesmo tempo, exigindo
do usuário vários órgãos dos sentidos de uma só vez, como, por exemplo, um operador de voo. Ele utiliza
sua visão o tempo inteiro, então, para saber que precisa realizar outro comando, faz-se necessário a
utilização dos sons como alerta, pois, se ao invés do sinal sonoro ele tivesse que utilizar ainda mais seu
campo visual, sua visão ficaria mais comprometida. O mesmo ocorre com a ambulância que possui como
sinal de alerta uma sirene e mesmo assim utiliza a luz (com cores diferentes às dos outros veículos), para
que os motoristas que, possivelmente não escutem o som da sua sirene devido a outros sons, possam
atender a este comando utilizando a visão.
A operacionalização dos controles é uma tarefa que exige bastante cuidado e concentração por parte dos
usuários, devido aos riscos de acidentes em casos de confusão entre botões, alavancas, controles e
outros dispositivos inerentes ao trabalho.
Os controles precisam
» Ser identificados pelo tato, para isso precisam ter tamanhos e formas diferentes (material,
rugosidade...), para evitar confusão entre eles;
» Ter uma diferença de 30% de tamanho de um para o outro, em caso de controles com o mesmo
formato;
» Ter posição espacial que diferencie controles que acionam comandos contrários, por exemplo: botões
que levantem voo dos que pousam uma aeronave; botões que acendem uma chama dos que apagam;
» Ter acionamento de um botão de forma que precise ser girado ou pressionado, para evitar a sua
ativação acidentalmente quando se esbarra sem querer em um botão para evitar acidentes.
Outros aspectos devem ser levados em consideração, como: os controles devem ficar dentro da área de
alcance do usuário e suas disposições precisam ser de acordo com o seu grau de importância, a sua
frequência de uso e a sequência da operação a ser realizada.
A identificação dos controles pelo uso de cores diferenciadas deve ser usada, sendo recomendada a
utilização somente das cinco cores: verde, vermelho, azul, amarelo e laranja, mesmo sabendo que o olho
humano seja capaz de identificar outras cores. Deve-se, também, promover um contraste com a cor de
fundo; fazer associação entre a cor e seu significado: vermelho perigo, verde segurança, amarelo
atenção.
Um tipo de controle muito utilizado é o teclado do computador e o mouse, ambos devem ser usados para
evitar sobrecarga unilateral dos tendões e músculos de uma das mãos, em caso de utilizar o mouse
demasiadamente.
» Manter as articulações em posição neutra, pois nesta posição os músculos são capazes de liberar a
força máxima e os músculos e os ligamentos são menos esticados (tensionados).
» Manter os pesos próximos ao corpo. Quanto mais o peso se afasta do corpo mais são tensionados os
músculos e os tendões. Neste caso, os braços serão tensionados e o corpo penderá para frente.
» Evitar curvar o corpo para frente. Em média, a parte superior do corpo de uma adulto pesa 40kg e
quando o tronco se inclina para frente há uma contração dos músculos e dos ligamentos das costas para
manter esta posição, provocando o surg imento das dores.
» Manter a cabeça o mais próximo da vertical. A cabeça de um adulto pesa em média de 4 a 5kg e,
quando ela se inclina para frente, os músculos do pescoço são tensionados para manter esta postura, o
que provoca dores na nuca e nos ombros.
» Evitar torções no tronco. Neste caso, os discos elásticos entre as vértebras são tensionados e as
articulações e os músculos que existem nos dois lados da coluna vertebral são submetidos a cargas
diferentes, prejudicando a mesma.
» Evitar movimentos bruscos que produzem picos de tensão. O levantamento de carga deve ser feito
gradualmente, sendo preciso aquecer a musculatura antes de fazer uma nova força.
» Alterar posturas e movimentos. Todos os movimentos e as posturas devem sofrer alterações, para
evitar fadigas. Isso pode ser feito fazendo rodízios periódicos entre as tarefas que exigem movimentos
repetitivos.
» Diminuir a duração do esforço muscular contínuo. Este procedimento diminui a fadiga muscular
localizada, o que provoca queda do desempenho. Quando uma pessoa exerce 50% do esforço muscular,
o tempo máximo suportável é de, aproximadamente, dois minutos.
» Prevenir a exaustão muscular. Um músculo exausto precisa de trinta minutos para recuperar 90% de
sua capacidade. Músculos meio exaustos podem demorar quinze minutos para se recuperarem e a
recuperação total pode demora horas. Realizar várias pausas curtas são melhores do que somente uma
ou duas pausas longas.
FISIOLOGIA
Neste estudo, estima-se a demanda energética do coração e dos pulmões, exigida para um esforço
muscular.
Exemplos de atividades com gasto energético menor do que 250W: digitação, montagem de pequenas
peças, trabalhos domésticos, operação de máquinas leves, andar ao passo normal, ou pedalar por lazer.
Quando a energia gasta durante uma tarefa ultrapassar 250W, é preciso uma pausa para a recuperação,
que não pode ser no fim da jornada, pois isso pode levar os músculos a exaustão.
ANTROPOMETRIA
É preciso entender que Antropometria estuda as medidas humanas para adequação não somente do
trabalho ao homem contribuindo com a Ergonomia, mas também é um estudo que atende o ser humano
na sua harmonia com um universo de utensílios, tais como: na fabricação de carros, eletrodomésticos,
talheres, móveis como camas, berços, sofás, cadeiras, serrotes etc. Pode-se, então, afirmar que a
Antropometria estuda além das necessidades laborais! Um exemplo é a análise antropométrica realizada
abaixo a seguir.
Hoje em dia, a indústria planeja diversas novidades que encantam e ganham o mercado e a antropometria
precisa acompanhá-las. Um exemplo é a produção de “cangurus” para a sustentação dos bebês, como
mostra a reportagem abaixo intitulada “Comparação entre Cangurus Convencionais e Carregadores de
Bebê Ergonômicos”.
De acordo com esta reportagem, essas posturas são recomendadas pela Red Canguro, Associação
Espanhola para o Incentivo ao Uso dos Carregadores de Bebê. Por isso percebe-se que os estudos
ergonômicos estão presentes em diversos meios no dia a dia de cada ser humano.
CORPO E MOVIMENTO
A realização de movimentos exige muita energia, podendo provocar a sobrecarga dos músculos, do
coração e dos pulmões. Para levantamento manual de cargas, é importante que o ritmo de trabalho seja
determinado pelo próprio trabalhador, pois cada pessoa tem um ritmo de trabalho próprio. De acordo com
as recomendações ergonômicas internacionais, é aconselhável que o levantamento de carga manual não
ultrapasse os 23kg, diferentemente das normas brasileiras que adotam valores mais altos! Outro fator
importante é manter a carga próxima ao corpo, apoiar a carga sobre uma bancada de 75cm de altura
antes de começar o levantamento, ou seja, evitar pegar as cargas do chão. Recomenda-se, se possível,
segurar a carga com as duas mãos; a carga deve ser provida de alças ou furos laterais para encaixe dos
dedos, o tronco não deve ficar torcido durante o levantamento; a frequência dos levantamentos não
devem ser superior a um minuto e a duração do levantamento não deve ser superior que uma hora,
seguido por um período de descanso.
Existe uma equação desenvolvida pelo National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) dos
EUA, para determinar a carga máxima em condições desfavoráveis que uma pessoa pode exercer. Esta
equação considera que 99% dos homens e 75% das mulheres não suportam cargas na região dorsal
superiores a 340kg/força e que a energia gasta em uma hora de trabalho repetitivo é de 260W para
levantamentos até a altura da bancada e 190W para levantamento acima da bancada.
Para o levantamento de carga, a coluna deve estar reta na vertical e o objeto deve ser conservado o mais
próximo possível do corpo, evitando torcer o corpo para a frente; se for necessário, mova a perna
mantendo o tronco ereto, pois usar a musculatura das pernas previne a utilização da coluna. Deve se
evitar também girar o tronco durante o levantamento de uma carga, para evitar lesões nas costas
É recomendada a utilização de uma equipe para o levantamento de cargas superiores a 23kg. Existem
casos em que há a necessidade da utilização de equipamentos para levantamentos de cargas como, por
exemplo, carrinhos, alavancas, roldanas, guindastes e outros.
Para puxar ou empurrar cargas em movimento, como carrinhos, por exemplo, a força não deve ultrapassar
200N (cerca de 20kg/força) e, para movimentos com durações superiores a um minuto, a força permitida
para puxar ou empurrar cai para 100N.
Os carrinhos utilizados para o transporte de cargas devem ter duas rodas giratórias; devem ter pegas em
forma de barras, de modo que as duas mãos possam ser utilizadas para transmitir forças. É importante
também que o piso seja duro e nivelado.
Fisiológicos
Antropometria
Postura
Trabalho sentado
Trabalho em pé
Mudança de postura
Movimentos
Levantamento de cargas
Transportede cargas