A Ergonomia é uma disciplina científica que busca entender a interação entre
seres humanos e o ambiente de trabalho. Seu objetivo é otimizar a eficiência,
segurança, bem-estar e desempenho global do sistema por meio da aplicação de teorias, princípios, dados e métodos em projetos e atividades laborais.
O termo "ergonomia" deriva das palavras gregas "ergon" (trabalho) e "nomos"
(leis e regras), refletindo a preocupação em adaptar o trabalho às características do ser humano. A Ergonomia engloba uma ampla gama de domínios, como ergonomia física, ergonomia cognitiva e ergonomia organizacional, abordando diferentes aspectos da interação humana com o trabalho. A ergonomia física se concentra na análise da interação entre o corpo humano e os elementos físicos do ambiente de trabalho, como posturas, movimentos, esforços físicos, vibração e conforto térmico. Já a ergonomia cognitiva investiga os processos mentais, tomada de decisões, percepção, memória e carga mental envolvidos nas tarefas laborais. Por sua vez, a ergonomia organizacional estuda a organização do trabalho, gestão, aspectos sociais e sua influência no desempenho e satisfação dos trabalhadores.
Os objetivos básicos da ergonomia envolvem alcançar eficiência, saúde,
segurança e satisfação no trabalho, proporcionando condições de trabalho compatíveis com as capacidades e limitações dos trabalhadores. Além disso, busca-se a produtividade como resultado de uma abordagem ergonômica, levando em conta não apenas os aspectos técnicos, mas também os fatores humanos. Ao longo do tempo, a ergonomia passou por um desenvolvimento significativo, consolidando-se como uma disciplina científica formal. As primeiras pesquisas em fisiologia do trabalho surgiram no início do século XX, e após a Segunda Guerra Mundial, o conhecimento aplicado durante o conflito começou a ser direcionado para melhorar as condições de trabalho civis. O conceito de ergonomia moderna ganhou força nessa época, com a formalização da Ergonomics Research Society em 1949. No Brasil, a ergonomia surgiu vinculada às áreas de Engenharia de Produção e Desenho Industrial, e a disciplina tem sido cada vez mais reconhecida e aplicada em diversos setores da indústria e dos serviços. A criação da Associação Brasileira de Ergonomia (Abergo) em 1983 impulsionou o desenvolvimento da área no país, e normas regulamentadoras, como a NR 17, foram estabelecidas para assegurar a adequação das condições de trabalho à ergonomia.
As aplicações da ergonomia são diversas e se adaptam a diferentes contextos. Na
fase de concepção, a ergonomia busca influenciar o projeto de produtos, máquinas e sistemas, considerando as características e necessidades dos usuários. Na fase de correção, o foco é solucionar problemas ergonômicos existentes, muitas vezes por meio de treinamento e conscientização dos trabalhadores. A conscientização dos usuários é uma abordagem na qual os próprios trabalhadores são capacitados para identificar e solucionar problemas ergonômicos no dia a dia do trabalho. A participação dos trabalhadores no processo de solução de problemas é fundamental para o sucesso das intervenções ergonômicas. A ergonomia tem aplicações em diversos setores, como indústria, agricultura, serviços e vida diária. Em indústrias, a ergonomia é aplicada no aperfeiçoamento do sistema homem-máquina-ambiente, considerando fatores físicos, cognitivos e organizacionais. Na agricultura e construção civil, a atenção recai sobre questões como o desenvolvimento de tarefas e condições de trabalho seguras. Já nos serviços, a ergonomia é utilizada para projetar sistemas de informação, organizar o trabalho em grupo e melhorar a gestão da qualidade. A ergonomia também se preocupa com a inclusão de minorias populacionais, como idosos, obesos e pessoas com necessidades especiais. A adaptação do trabalho a essas condições específicas é fundamental para garantir a igualdade de oportunidades e o bem-estar de todos os trabalhadores.
Ao analisar o custo e o benefício da ergonomia, é essencial considerar o
investimento necessário para implementar as medidas ergonômicas em relação aos resultados obtidos. A relação custo-benefício deve ser favorável, ou seja, o retorno gerado pelas intervenções ergonômicas deve ser maior do que o investimento realizado. Além disso, fatores intangíveis, como o impacto na motivação e satisfação dos trabalhadores, também devem ser levados em conta.
Em suma, a ergonomia é uma disciplina essencial para garantir que o ambiente
de trabalho seja adequado às necessidades e características dos trabalhadores. Sua aplicação abrange diversos campos, buscando melhorar a eficiência, a segurança, a saúde e a satisfação dos profissionais, resultando em benefícios tanto para as empresas quanto para os colaboradores. A implementação de princípios ergonômicos permite criar ambientes de trabalho mais produtivos, saudáveis e confortáveis, contribuindo para um melhor desempenho global do sistema laboral.
Risco ergonômico do trabalho repetitivo: Utilização da estesiometria da mão e força de preensão manual na prevenção e reabilitação das síndromes compressivas