Você está na página 1de 22

Ergonomia

APRESENTAÇÃO

Dentro de um ambiente profissional trabalham pessoas de estrutura corporal, gênero e culturas


diferentes, entre outras características. Por esse motivo, ferramentas, postos de trabalho e
máquinas nem sempre estarão adaptados a tais diferenças. Para que isso não deixe o trabalhador
lesionado, implementa-se a ergonomia no ambiente de trabalho, assunto que abordaremos nesta
Unidade de Aprendizagem.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar a aplicação da ergonomia no ambiente de trabalho.


• Reconhecer as diferentes situações que exigirão adaptações para atender a ergonomia.
• Indicar melhorias para implementar a ergonomia.

DESAFIO

O funcionário Emanuel trabalha como ajudante de pedreiro, tem 1,60 m de altura, 52 kg e 22


anos. Está há 10 meses na empresa e há dois meses vem reclamando de fortes dores na coluna
depois de fazer o transporte manual dos sacos de cimento para o estoque da obra.

Ontem à tarde, o funcionário estava fazendo o descarregamento dos sacos de cimento, cujo peso
50 kg cada, e, quando estava em cima do caminhão, sentiu sua coluna travar, desequilibrou-se e
caiu, batendo com a cabeça e a lateral direita no chão.

Identifique quais foram os problemas no processo produtivo que resultaram no acidente.

INFOGRÁFICO

Veja no infográfico as avaliações realizadas com base nos sintomas apresentados e percebidos
pela área de saúde e segurança da empresa.

CONTEÚDO DO LIVRO

A ergonomia é a área da ciência que estuda a relação do homem com o seu ambiente de
trabalho, com a finalidade de proporcionar proteção ao trabalhador e evitar que ele desenvolva
doenças consequentes de suas atividades profissionais.

Acompanhe o capítulo Ergonomia, da obra Ergonomia e conforto ambiental , na qual serão


apresentadas as leis e normas, bem como as principais relações da ergonomia relacionadas à
segurança do trabalho.

Boa leitura.
ERGONOMIA E
CONFORTO
AMBIENTAL

Fernando Pinheiro Weber


Revisão técnica:

Henrique Martins Rocha


Engenheiro Mecânico
Mestre em Sistemas de Gestão
Doutor em Engenharia Mecânica
Pós-Doutor em Projetos/Desenvolvimento de Novos Produtos

W373e Weber, Fernando Pinheiro.


Ergonomia e conforto ambiental / Fernando Pinheiro
Weber ; [revisão técnica: Henrique Martins Rocha]. – Porto
Alegre : SAGAH, 2018.
148 p. : il. ; 225 cm.

ISBN 978-85-9502-596-7

1. Ergonomia. 2. Engenharia de produção. I. Título.

CDU 331.101.1

Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin — CRB 10/2147


UNIDADE 1
Ergonomia
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„ Reconhecer a importância da aplicação da ergonomia no ambiente


de trabalho.
„ Identificar diferentes situações que exigirão adaptações para atender
às necessidades ergonômicas.
„ Indicar melhorias para implementar a ergonomia.

Introdução
As mudanças nos contextos econômico e organizacional, o compor-
tamento individual e o ambiente de trabalho são apenas algumas das
variáveis inseridas nos processos de produção. Na garantia da eficiência
e manutenção do fluxo produtivo constante, a ergonomia desempenha
um importante papel.
Neste capítulo, você vai estudar sobre a aplicação da ergonomia no
ambiente produtivo e verificar o quanto é importante o conhecimento da
Norma Regulamentadora (NR) nº. 17 do Ministério do Trabalho. Além disso,
você vai identificar algumas modificações ergonômicas que podem ser
implementadas nas empresas e verificar as etapas da análise ergonômica.

Aplicação da ergonomia ao ambiente


de trabalho
As mudanças ocasionadas pelas mudanças econômicas, tecnológicas e, con-
sequentemente, das relações de trabalho tornam cada vez mais necessárias
a absorção e adaptação de novas demandas nas organizações. Manter-se
14 Ergonomia

atualizado é uma obrigação para uma empresa que visa ao lucro e que quer
alcançar e manter vantagem competitiva no longo prazo.
Os processos produtivos não são fáceis de serem entendidos, uma vez
que envolvem seres humanos e toda a sua complexidade, englobando, assim,
os seus aspectos psicológicos, fisiológicos, sociais, ambientais, entre outros.
Dessa forma, trabalhar com o ser humano não é uma tarefa fácil, pois trata-
-se de uma “máquina” com poucos padrões, embora algumas com algumas
características em comum. Daí a importância de um processo cuidadoso de
seleção, treinamento e retenção de talentos, de forma que os recursos humanos
estejam suficientemente satisfeitos a fim de trabalharem em uníssono com os
objetivos estratégicos das organizações.
Em um cenário econômico competitivo, todos os fatores da produção devem
ser considerados. Como produzir melhor e com mais eficiência? Essa é uma
pergunta frequentemente abordada nas grandes empresas. A partir do século
XX, os estudos da produção, com foco na interação entre homem, máquina e
ambiente de trabalho, começaram a surgir, sendo Frederick Winslow Taylor
um grande estudioso dessa questão. No entanto, atualmente, a ergonomia
tem um conceito diferente do proposto por Taylor, conforme leciona Corrêa
e Boletti (2015). O conceito mais atual da ergonomia não é adaptar o homem
à máquina, mas adaptar a máquina ao homem, criando um sistema de in-
teração entre as partes. Manter uma linha de produção eficiente significa
prestar atenção na máquina e, também, nos trabalhadores — somente assim
um sistema funcionará adequadamente.
Para que ocorra o equilíbrio do sistema proposto de interação entre ho-
mem e máquina, a ergonomia deve ser considerada, pois foca na qualidade
do processo, não somente adaptando as máquinas aos trabalhadores, mas
também verificando as características ambientais envolvidas e como podem
afetar a qualidade do trabalho, conforme afirma Iida (2005).
A preocupação com a qualidade de vida dos trabalhadores não é ape-
nas uma questão de eficácia produtiva — ela vai além, uma vez que, no
Brasil, a NR nº. 17 do Ministério do Trabalho, intitulada “Ergonomia” e
conhecida como NR–17, tem força de lei. Portanto, a preocupação com o
bem-estar e a qualidade de vida no trabalho não tem apenas o objetivo de
otimizar a produção ou adaptar a máquina; existe, ainda, o aspecto legal
(BRASIL, 1978).
Ergonomia 15

A Associação Brasileira de Ergonomia conceitua ergonomia da seguinte forma:

A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica re-


lacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos
e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios,
dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar humano e
o desempenho global do sistema (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
ERGONOMIA, 1999).

A ergonomia pode fazer parte de todo o processo, desde o projeto de um


produto (já adaptado a determinadas condições) até a verificação de produtos
ou formas de trabalhar já existentes, propondo adequações. As soluções, na
grande maioria das vezes, não são tarefas fáceis a ponto de serem resolvidas
na primeira tentativa. Na maioria dos casos, conforme leciona Iida (2005),
a tarefa é complexa e exige diversas tentativas ou análises, não existindo
respostas prontas.

A ergonomia está classificada em três formas de contribuição:


„ Ergonomia de concepção — ocorre quando a ergonomia contribui ainda na fase
de projeto do produto, da máquina ou do ambiente.
„ Ergonomia de correção — esse tipo de contribuição é aplicado em situações reais
já existentes, abrangendo problemas de segurança, fadiga, doenças do trabalho,
entre outros.
„ Ergonomia de conscientização — quando os problemas não são corrigidos nas fases
de concepção ou correção, muitas vezes é importante conscientizar o operador a
trabalhar de forma segura, bem como oportunizar treinamentos e aperfeiçoamentos
para a execução da atividade.
16 Ergonomia

A ergonomia, inicialmente, era aplicada apenas na indústria e nos setores


militar e espacial. Porém, cada vez mais outros setores vêm adotando as suas
diretrizes, inclusive no dia a dia das pessoas “comuns”. É evidente que, nos
projetos, existem concessões, às vezes relacionadas à postura, ao ruído ou a
outro tipo de desconforto; porém, em relação à segurança do operador, nenhuma
concessão deve ser permitida, já que os danos à saúde física do trabalhador
por vezes são irreparáveis.
Na indústria, a ergonomia tem como objetivo contribuir para a eficiên-
cia, a confiabilidade e a qualidade das operações. Está presente na interface
homem–máquina, na adequação dos postos de trabalho, na organização do
trabalho e na verificação das condições ambientais como um todo (ruído,
temperatura, luminosidade). Além das condições ambientais, estão inseridos
no escopo da ergonomia os aspectos relacionados com a fadiga, o tédio e a
monotonia, que podem ser ocasionados em tarefas repetitivas.
Na agricultura, a ergonomia avança de forma um pouco mais lenta, devido
às características dispersas das atividades desse setor. As máquinas agrícolas
vêm evoluindo constantemente, possibilitando mais conforto e segurança ao
trabalhador e visando a evitar os acidentes relacionados a esse tipo de máquina.
No setor de serviços, o qual inclui hospitais, lojas, escritórios e uma série de
outros locais de trabalho, a ergonomia é aplicada de diferentes formas. Em um
hospital complexo, por exemplo, onde diferentes equipamentos devem operar
em tempo integral, são necessárias escalas de trabalho, iluminação adequada
na sala de cirurgia, conforto para o paciente, acessibilidade à edificação e uma
série de outros requisitos.
A ergonomia também está presente no cotidiano, melhorando a qualidade
de vida em vários aspectos. Nesse contexto, a Norma Brasileira (NBR) nº.
9050, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), estabelece con-
dições para acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015).
Essa norma utiliza conceitos de ergonomia para tornar os locais acessíveis à
maioria da população.
Enfim, são inúmeras as maneiras de se aplicar a ergonomia ao ambiente de
trabalho e no dia a dia; difícil é imaginar uma situação na qual os conceitos
da ergonomia não se aplicam. A verificação das condições de trabalho deve
ser constante, e deve-se ter em mente que tanto os trabalhadores quanto a
empresa têm necessidades. Esse equilíbrio entre as condições ambientais da
Ergonomia 17

empresa e a qualidade de vida dos trabalhadores necessita ser mediado por


uma equipe multidisciplinar para que metas e resultados possam ser atingidos.

Modificações ergonômicas
Um dos objetivos da ergonomia é tornar o ambiente de trabalho mais seguro,
VDXGiYHOFRQIRUWiYHOHH¿FLHQWHFRQIRUPHOHFLRQDP'XOH:HHUGPHHVWHU
(2004). Nesse contexto, os autores Iida (2005) e Kroemer e Gradjean (2007)
HQIDWL]DPDVQHFHVVLGDGHVGHRWLPL]DomRGDH¿FLrQFLDHGHUHGXomRGDPRQR
tonia, do estresse, de erros e acidentes. Dessa forma, promove-se a segurança
no local de trabalho, sempre alinhada à produção.
Não é possível manter a produção de uma empresa com alto rendimento
quando ocorrem diversos afastamentos por lesões ou desconfortos. Tais pro-
blemas podem, inclusive, ser motivo de interdições temporárias realizadas pelo
Ministério do Trabalho. Com base nesses conceitos, as linhas de montagem
tradicionais, responsáveis por trabalhos monótonos e repetitivos, vêm dando
espaço para núcleos de trabalho. Trata-se de equipes menores, com maior fle-
xibilidade; isto é, uma célula produtiva, responsável por um produto completo.
Nessa mudança de forma de trabalho, a ergonomia tem papel fundamental.
Além da redução da fadiga, da monotonia e do tédio, nesse tipo de arranjo os
erros são mais fáceis de serem percebidos, e não é necessário que toda a linha
seja interrompida quando um erro é encontrado, pois este ocorre apenas no
núcleo do processo. Com isso, a distribuição de tarefas ocorre de forma mais
organizada, conforme leciona Iida (2005).
Os benefícios da modificação ergonômica no ambiente de trabalho se
tornam mais evidentes quando o próprio posto de trabalho é alterado. Em
escritórios, as pessoas utilizam o computador o tempo todo; assim, a adaptação
da estação de trabalho é muito importante para melhorar a qualidade das tarefas.
Como exemplo, podemos observar, na Figura 1, o registro da atividade muscular
dos ombros no ato de escrita. Na posição “A” é registrada a posição ótima de
escrever; na posição “B”, a altura elevada move a carga para os ombros; na
posição “C”, a altura está ainda mais alta do que na posição “B”, exigindo a
elevação lateral dos braços para compensar. Para a aplicação de um estudo
ergonômico, seja qual for o método aplicado, é necessário o conhecimento
dos movimentos corporais necessários para a tarefa.
18 Ergonomia

Figura 1. Registro da atividade da musculatura dos ombros.


Fonte: Kroemer e Gradjean (2007).

Para se conduzir modificações ergonômicas, entre outros métodos exis-


tentes, pode ser realizada uma análise ergonômica do trabalho (AET),
conforme estabelece a NR–17 (BRASIL, 1978). A aplicação da AET ajuda a
verificar as situações problemáticas no sistema produtivo, conforme leciona
Iida (2005). Porém, somente com o conhecimento prévio da demanda, da
tarefa ou da atividade uma análise correta poderá ser aplicada. Ainda, deve
ser realizada uma análise para cada indivíduo; caso contrário, o resultado não
será satisfatório. Todas as etapas devem ser corretamente executadas para o
bom êxito do estudo técnico.
Ergonomia 19

Melhorias para adaptar a ergonomia


Fundamentalmente, a ergonomia tem por objetivo melhorar a qualidade do
trabalho em vários aspectos, como físicos, sensoriais, cognitivos, sociais e
organizacionais. Nesse enfoque, está intrínseco o aspecto de prevenção das
GRHQoDVGRWUDEDOKR,GHQWL¿FDGDDQHFHVVLGDGHGHPXGDQoDDLQGLFDomRGH
melhorias é feita com base em um dos métodos de análise existentes. São
diversos os métodos e ferramentas para a execução da AET, não existindo
método certo ou errado; cada um possui características que melhor se aplicam
a determinadas situações.
Em uma análise ergonômica, inicialmente, deve-se apontar as primeiras
observações em relação ao ambiente de trabalho, caso não exista histórico de
aplicação da ergonomia na empresa. O escopo da NR–17 prevê os seguintes
aspectos a serem observados (BRASIL, 1978):

1. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.


2. Mobiliários dos postos de trabalho.
3. Equipamentos dos postos de trabalho.
4. Condições ambientais de trabalho.
5. Organização do trabalho.

Existem dois anexos sobre o trabalho dos operadores de checkout e o tra-


balho em teleatendimento ou telemarketing. É importante ressaltar a extensão
do conteúdo da norma; além de condições ambientais, o documento também
contempla a organização do trabalho.
Apesar de a norma estabelecer parâmetros e algumas recomendações,
estes não são absolutos, mas referência. O objetivo da NR–17 é proporcionar
máximos conforto e segurança e desempenho eficiente. A tolerância de
limites de segurança pode ser medida de forma objetiva; porém, em relação
ao conforto, a medição se torna mais complexa (BRASIL, 1978). Para essa
avaliação, a participação do trabalhador é fundamental; somente este
pode afirmar se determinada solução está atendendo às expectativas. Esta
é uma das diferenças em relação à organização do trabalho proposta por
Taylor: a participação do trabalhador. Cada vez mais, os colaboradores
devem ser consultados sobre o mobiliário, as ferramentas e demais inter-
faces da produção.
20 Ergonomia

Outro conceito que deve ser entendido é o de produção eficiente. Para a


NR–17, produzir de maneira eficiente não corresponde à produção máxima
da linha de produção, sem medir as consequências na saúde do trabalhador
(BRASIL, 1978). Muito pelo contrário, a eficiência está ligada ao desempenho
satisfatório de toda a vida de trabalho. A eficiência, nesse caso, está relacio-
nada com a manutenção do trabalhador durante todo o período produtivo
estipulado de trabalho. Como a tendência da previdência social é aumentar
a idade mínima de aposentadoria, até mesmo devido à situação econômica
do país, as empresas devem oferecer condições de trabalho adequadas para
manter o trabalhador na ativa durante o período necessário.
De acordo com o item 17.1.2 da NR–17, cabe ao empregador realizar as
análises ergonômicas. Lembrando que a norma recomenda análises em ativi-
dades mais complexas, e a solicitação, quando de forma protocolar e rotineira,
acaba gerando resultados obsoletos ou ineficientes (BRASIL, 1978). Por isso,
é importante entender a demanda, a tarefa e a atividade, que, basicamente,
representam as três etapas da AET:

1. Análise da demanda — definir problemas a serem resolvidos.


2. Análise da tarefa — estudar as condições de trabalho nas quais o tra-
balhador exerce as suas atividades.
3. Análise da atividade — estudar o comportamento humano no ambiente
de trabalho.

Analisada a demanda de forma correta e estudando-se o problema de forma


adequada, a resposta ao problema ergonômico será satisfatória. Não devem
ser feitas análises abstratas ou genéricas; analisa-se algo concreto, para assim
entender o problema. O fluxo produtivo depende da manutenção das máquinas
e dos homens. Conhecer os limites e as potencialidades de cada um faz parte
da organização do trabalho. Somente com esses dois elementos trabalhando
de forma integrada, adequada, confortável e segura, torna-se possível obter
melhores resultados.
Ergonomia 21

Deimling e Pesamosca (2014) aplicaram a AET em uma empresa de confecções. O


posto de trabalho analisado foi o de fechamento das laterais de camisas, pois exigia
maior esforço e demonstrava problemas (verificação da demanda). De acordo com
o estudo, a AET possibilitou identificar todos os movimentos realizados pelos(as)
funcionários(as). Como resultado da aplicação da ferramenta de análise, verificou-se
que vários desses movimentos não estavam de acordo com as recomendações de
conforto para a função.
Para amenizar o problema, foram propostas três alternativas. A primeira compreendia
a reavaliação da máquina, a qual não permitia a aproximação ideal do operador do
equipamento. A segunda proposta consistia em providenciar uma cadeira com apoio
para os cotovelos, permitindo, dessa forma, a execução das atividades sem interferência.
A terceira proposta consistia em intercalar pausas de 3 a 5 minutos, para diminuir os
efeitos do trabalho repetitivo, e elaborar exercícios de ginástica laboral específicos
para a função. Essas considerações foram realizadas apenas para uma atividade dentro
da empresa, mas poderiam ser expandidas para outras áreas que apresentassem
reclamações ou afastamentos.

1. Assinale a alternativa e) Consiste em alterar espaços de


correta a respeito do atual trabalho visando ao conforto
conceito de ergonomia. dos usuários, mesmo que
a) Consiste em adaptar o isso implique contrariar o que
homem ao maquinário para está previsto na legislação.
aumentar a produtividade. 2. A ergonomia de conscientização:
b) Consiste em prever um a) ocorre quando a ergonomia
novo ambiente a partir de contribui ainda na fase de
uma análise realizada pelos projeto do produto, da
trabalhadores: a AET. máquina ou do ambiente.
c) Consiste em adaptar as máquinas b) é aplicada em situações reais
ao homem, criando um sistema já existentes, abrangendo
de interação entre as partes. problemas de segurança,
d) Consiste em adaptar o fadiga, doenças do
ambiente às demandas trabalho, entre outros.
operacionais da organização, c) ocorre quando os problemas
independentemente do não são corrigidos nas fases
conforto dos funcionários. de concepção ou correção,
22 Ergonomia

visando conscientizar os indivíduos às suas


o operador a trabalhar atividades laborais.
de forma segura. 4. As etapas da AET são,
d) é aplicada em situações respectivamente:
reais já existentes, visando à a) Análise da demanda, da
memorização de atividades tarefa e da atividade.
que causem menos estresse b) Análise da tarefa, da
físico e psíquico. demanda e da atividade.
e) ocorre quando a ergonomia c) Análise da atividade, da
contribui na fase de tarefa e de demanda.
implementação do produto, d) Análise da demanda, da
da máquina ou do ambiente. atividade e da tarefa.
3. A respeito da AET, é e) Análise da atividade, da
correto afirmar que: demanda e da tarefa.
a) ajuda a verificar as 5. Na AET, a análise da
situações problemáticas atividade consiste em:
no sistema produtivo. a) definir problemas a
b) a sua realização independe serem resolvidos.
do conhecimento prévio b) estudar as condições de
da demanda, da tarefa trabalho nas quais o trabalhador
ou da atividade. exerce as suas atividades.
c) mesmo se apenas algumas c) estudar o comportamento
de suas etapas forem humano no ambiente
executadas, garantirá o de trabalho.
êxito do laudo técnico. d) definir medidas de controle
d) pode ser realizada por da eficiência das atividades
amostragem, de forma coletiva. do trabalhador.
e) significa análise ergonômica e) estudar o comportamento das
das tarefas e visa adaptar máquinas utilizadas pelo homem.
Ergonomia 23

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA. O que é ergonomia. 1999. Disponível em:


<http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia>. Acesso em: 23
ago. 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050:2015: acessibilidade a edifi-
cações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015. Disponível
em: <http://www.acessibilidadenapratica.com.br/tag/nbr-9050-2015/>. Acesso em:
23 ago. 2018.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Gabinete do Ministro. Norma Reguladora nº. 17. Er-
gonomia. Diário Oficial da União, 6 jul. 1978. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/
images/Documentos/SST/NR/NR17.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2018.
CORRÊA, V. M. BOLETTI, R. R. Ergonomia: fundamentos e aplicações. Porto Alegre:
Bookman, 2015.
DEIMLING, M. F.; PESAMOSCA, D. Análise ergonômica do trabalho em uma empresa
de confecções. Ibroamerican Journal of Industrial Engineering, v. 6, n. 11, p. 37-58, 2014.
DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. São Paulo: Edgard Blucher, 2004.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Blucher, 2005.
KROEMER, K. H. E.; GRADJEAN, E. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao
homem, 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007.

Leitura recomendada
FREITAS, M. P.; MINETTE, l. J. A importância da ergonomia dentro do ambiente de pro-
dução. In: Simpósio Acadêmico de Engenharia de Produção, 9., 2014, Viçosa. Anais...
Minas Gerais: Universidade Federal de Viçosa, 2014. Disponível em: <http://www.saepro.
ufv.br/wp-content/uploads/2014.5.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2018.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

Veja na dica do professor como a ergonomia é praticada no ambiente de trabalho.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) As demandas para realização da análise ergonômica podem surgir de quatro origens.


Qual item não é uma delas?

A) Consultores.

B) Fiscal do Ministério do Trabalho.

C) Trabalhadores.

D) Direção da empresa.

E) Sindicato dos trabalhadores.

2) Com os resultados obtidos na análise da demanda, não é possível estabelecer:

A) Plano de intervenção ergonômica.

B) Eliminação dos riscos ergonômicos.

C) Recomendações ergonômicas para o posto de trabalho.


D) Identificação de problemas ergonômicos em postos de trabalho existentes.

E) Operações de mudanças de condições ergonômicas no posto de trabalho.

3) Qual item não é observado na análise da tarefa?

A) Condições ambientais de trabalho.

B) Organização do trabalho.

C) Ouvir os trabalhadores após a análise para que as informações não direcionem o resultado.

D) Técnicas de trabalho.

E) Observar os resultados da análise da demanda.

4) Os métodos elaborados por ergonomistas que envolvam a ciência ergonômica,


motora e mental são utilizados em que parte da Análise Ergonômica do Trabalho?

A) Análise da demanda.

B) Análise da tarefa.

C) Análise da atividade.

D) Laudo ergonômico.

E) Diagnóstico ergonômico.
5) Qual item pode dar origem a alguma síndrome como lesão por esforço repetitivo
(LER) e doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT) e estar
relacionado apenas a problemas comportamentais?

A) Erros humanos.

B) Queda da produtividade.

C) Acidentes de trabalho.

D) Panes do sistema.

E) Defeitos de produção.

NA PRÁTICA

Dentro das empresas, a ergonomia é aplicada através de adequações de mobiliário, máquinas,


equipamentos, normas de trabalho, entre outros.

Para que isso seja possível, é essencial que os trabalhadores aprovem as adequações, não apenas
na teoria. Portanto, muitas vezes é necessário produzir protótipos que serão testados pelos
trabalhadores.

SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

NR 17 - Ergonomia

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

CORRÊA, V.M.; BOLETTI, R.R. Ergonomia: fundamentos e aplicações. Série Tekne.

KROEMER, K.H.E.; GRANDJEAN, E. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao


homem.

Ergonomia no Trabalho

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Paranapanema S.A. - Programa Juntos Somos + Ergonomia

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Ergonomia - Serie Mão Dupla

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Ler e o Mundo do Trabalho

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Você também pode gostar