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Centro de Educação Tecnológico Parceira dos Educadores.

CETCB
Centro de Educaçã o
Tecnoló gico de
Capim Branco

Apostila - Ergonomia
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Índice

Introdução 01
Classificação da Ergonomia 02
Arranjo Físico 04
Recomendações de Ergonomia para o Trabalho na Posição Sentada 08
Ergonomia no Automóvel 10
Obstáculos da Ergonomia na Empresa 13
Rendimento da Máquina Humana 15
Fadiga Metabólica 23
Fundamentos da Biomecânica 24
Conforto Acústico 25
Organização Ergonômica do Trabalho em Altas Temperaturas 25
Conseqüência da Má Iluminação 30
Recomendações de Ergonomia para Iluminação dos Ambientes de trabalho 31
Cor e Sinalização 33
Orientação ao trabalhador sobre com Manusear Cargas 38
A LER e os Trabalhadores no Comércio 40

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Introdução

É um conjunto de ciências e tecnologia que procura a adaptação confortável e


produtiva entre o ser humano e seu trabalho, basicamente procurando adaptar as condições
de trabalho às características do ser humano.
A Ergonomia é relativamente recente no mundo do trabalho. Embora o termo tenha
sido cunhado no século passado, apenas no início deste século falou-se em alguma coisa
prática decorrente da ergonomia, no caso, a mudança na escola de arquitetura francesa
decorrente da assimilação e colocação em prática do conceito de ergonomia aplicada ao
interior de edifícios e construções.
Na história do trabalho, a aplicação da Ergonomia é muito recente, e somente
pode-se falar de “ergonomia aplicada ao trabalho” a partir dos anos 50, com o projeto da
cápsula espacial norte-americana.
*1948 – Através do projeto da cápsula espacial norte-americana, nasce o conceito
moderno de Ergonomia: naquele instante, foi necessário fazer todo o replanejamento de
tempo e de meios de se fazer a viagem ao espaço, em decorrência de desconforto pelo qual
passaram os astronautas no primeiro protótipo da cápsula espacial, surgia assim, através da
antropometria, o conceito de que o fundamental não é adaptar o homem ao trabalho, mas
ao contrário, procurar adaptar as condições de trabalho ao ser humano.
Nascia assim o conceito moderno de Ergonomia: um conjunto de ciências e
tecnologias que procura fazer um ajuste confortável e produtivo entre o ser humano e seu
trabalho, basicamente procurando adaptar as condições de trabalho às características do
ser humano.
Em ergonomia, o binômio conforto-produtividade andam juntos. Não é possível
pensar-se somente no conforto, sem se pensar na produtividade, também não é possível
pensar-se só na produtividade se não se pensar no conforto, porque este resultado de
produtividade será transitório.
Hoje estamos em outra era: a era da polivalência, da organização de produção
celular, com grupos semi-autônomos, porém em grande parte das empresas ainda perdura
a organização taylorista-fordista, enquanto que em outras ainda perdura o mais profundo
empirismo administrativo. A Ergonomia é capaz de dar sustentação positiva às formas
modernas de se administrar a produção, mas também é capaz de ajudar as fábricas
tayloristas- é um modelo de produção que vem consolidar o processo capitalista onde o
trabalhador perde a autonomia e a criatividade acentuando a dimensão negativa do
trabalho. Recebe esse nome por ser um método de planejamento e de controle dos tempos
e movimentos no trabalho, fordistas - Consistia em organizar a linha de montagem de cada
fábrica para produzir mais, controlando melhor as fontes de matérias-primas e de energia,
os transportes, a formação da mão-de-obra a diminuir a incidência dos problemas,
principalmente das lesões por esforços repetitivos / traumas cumulativos - são definidas
como desordens dos tecidos moles causadas por esforços e movimentos repetidos.

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História da Ergonomia

O termo ergonômico é relativamente moderno, passou a ser adotado em 1949,


quando a criação da 1ª sociedade de Ergonomia que congregava o fisiológico. A
Ergonomia vem do vocabulário grego ERGON = TRABALHO, NOMOS = LEI, este
vocábulo não explica bem o objetivo desta disciplina, podemos defini-la sendo um
conjunto de conhecimentos a respeito do desenvolvimento do homem em sua atividade, a
fim de explicá-los a concepção da tarefa dos instrumentos das máquinas e dos sistemas de
produção.
A Ergonomia nasceu da necessidade prática. Ligada à prática já que sem aplicação
perde a razão de ser ela apoiada em dados sistemáticos - são observações documentadas
ou resultados da medição, utilizando métodos científicos.

Origem da Ergonomia como Ciência

Na Segunda Guerra Mundial as armas e instrumentos de guerra eram altamente


modernos. Os radares, os submarinos, etc., não tendo os soldados conhecimento
suficientes para manejarem, isto rejuntava em uma elevada freqüência de acidentes,
quando seu uso errado, de forma a preocupar os mais altos escalões militares.
A solução foi simplificar os instrumentos de guerra para que em número maior de
soldados poderem usá-los. Organizaram equipes de engenheiros, médicos e psicólogos
para o exame destes instrumentos e máquinas.

Objetivos da Ergonomia

É reduzir o cansaço físico / mental, os erros dos operários, os acidentes do trabalho


e os custos operacionais. Aumentar o conforto do trabalhador, a produtividade e a
rentabilidade - é o retorno esperado de um investimento descontando custos, tarifas e
inflação

Classificação da Ergonomia

Ergonomia de Concepção

É o estudo ergonômico de instrumentos e ambientes de trabalho antes da


construção da empresa. Exemplo: Como colocar uma máquina numa curva de nível de
ruído conhecido dentro de um ambiente de trabalho onde se encontram inúmeras outras
máquinas. Ela deve ser posicionada de forma que o nível de ruído resultante não ultrapasse
limites que provoquem lesões na audição do trabalhador. (corretiva) acontece quando há a
intervenção em um Posto de Trabalho já existente.

Ergonomia Corretiva

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É o estudo ergonômico que modifica os sistemas já existentes. Portanto, só é feito


após a construção e instalação de máquinas, instrumentos e ambientes de trabalho. É mais
oneroso - despesas, gastos em processo e sua eficácia é limitada.

Observação: No Brasil, devido à existência de um grande número de máquinas e


ambientes de trabalho para os quais não foram considerados os princípios ergonômicos,
quando de seu projeto, a aplicação da ergonomia corretiva é de grande importância.

Ergonomia Seletiva

É aquela onde se consegue o selecionamento do homem ideal e ou da faixa de


utilizadores ideais para a máquina, atividade ou ambientes já existentes. Na interação da
área de seleção de pessoal como na área de segurança e medicina do trabalho é
importantíssima neste campo. Para obter resultados eficientes no campo da ergonomia
seletiva, é fundamental a utilização e o preenchimento correto da ficha do profissional, que
fornece dados referentes à sua função, tipo de equipamento utilizado pelo operador,
postura no trabalho, manejo de cargas que a função impõe, perfil psicológico, médico e
antropométrico ou operador.

Dados Antropométricos

Antropometria

É o estudo das características e das medidas do ser humano. Antropométria é


definida como o estudo das medidas das várias características do corpo humano. Abrange,
principalmente, o estudo das dimensões diâmetros: pesos, centros de gravidade do corpo
humano e suas partes. Estudando os ângulos, velocidade, aceleração, força e espaço
adivindos de movimentos do corpo humano e de suas partes. Utilizando ainda os dados
biomecânicos.
No projeto de arranjo e espaço de trabalho, o ideal seria adaptar cada um deles aos
seus respectivos operadores. Mas isto, em geral, é tecnicamente inviável, de impossibilitar
a fabricação em série e resultar em custos altos. A técnica economicamente seria então
fazer o estudo visando atender a maior faixa de utilizadores, dentro de um limite ótimo de
custo.

Determinação da Faixa de Utilizadores

O limite máximo da faixa de utilizadores seria, evidentemente, uma faixa de 100%,


ou seja, toda população dos utilizadores. Entretanto, para esta faixa, o projeto em geral é
tecnicamente e/ou ergonomicamente inviável. Por isso, um projeto objetivo em princípios,
a sua adaptação às características dimensionais de no mínimo 90% dos utilizadores, ou
seja, pessoas cujas dimensões variam entre os padrões de 5% e 95%.

O que significa pessoa – padrão 5%?

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Da mesma forma, o percentual pessoa 95% significa que 95% das pessoas do
levantamento considerado tem dimensões ou capacidade físicas inferiores e que apenas
5% têm dimensões ou capacidades físicas a este padrão.

Curva de Distribuição das Medidas Humanas

O tratamento dos dados antropométricos pelos métodos estáticos - funcionam


como abstrações – é o processo mental em que as idéias estão distanciadas para trechos de
programas resultam em geral, quando as medidas antropométricas, têm uma curva de
distribuição normal.
Valores de Antropométria Estatística Americana e considerações Ergonômicas são
um número de pessoas com determinadas medidas. Este levantamento antropométrico
realizado na USA, onde está relacionado às dimensões estatísticas do corpo humano.
Observem que os dados apresentados não são dados médios, pois, tais valores apresentam
medidas inferiores e superiores (5% e 95%). Em um levantamento onde iremos utilizar
somente dados médios, das dimensões do copo humano.

Há três fatores que impulsionaram o desenvolvimento de pesquisas sobre o


desempenho do homem em suas atividades profissionais, são eles:

Exigências Técnicas
 Máquinas complexas – difícil operação;
 Fabricação miniaturizada - com dimensões e massa reduzidas;

Exigências Econômicas
 Maiores custos operacionais - Toda tecnologia nova tem custos inicialmente
maiores;
 Trabalho de turnos - É aquele em que os trabalhadores ocupam sucessivamente os
mesmos postos de trabalho, a um determinado ritmo;

Pressão Social dos Trabalhadores


 Riscos de saúde - pode ser definido como a possibilidade de um evento nocivo;
 Pressão do meio ambiente - sofre com o desenvolvimento que representa um fator
de risco, devido às atividades humanas sem controle, Ex: os despejos de esgotos
sem canalização;

Disciplinas que contribuem para a Ergonomia

Psicologia: Fornecer dados sobre a capacidade mental do homem.


Fisiologia: Fornecer dados sobre o funcionamento do corpo humano.
Antropométria: fornecer dados sobre as dimensões e medidas do homem.

Sistema Homem / Máquina / Meio Ambiente


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A análise do trabalho é o dimensionamento correto da área que conduzem a um


projeto, sem dúvida, possibilita o desempenho da operação industrial com conforto e
segurança. Dessa forma, como decorrência, teremos satisfeito os textos legais correlatos
ou que, especificamente, determinam condições para os centros de produção.
A CLT – Consolidação das Leis de Trabalho, em seu título II estabelecem uma
série de determinações a serem obedecidas quando do seu dimensionamento. As maiores

partes das suas seções agem indiretamente, e, quanto às instalações, máquinas e


equipamentos, diz textualmente:
Artigo 185: em nenhum local de trabalho poderá ter acúmulo de máquinas, materiais ou
produtos acabados, de tal forma que constitua riscos de acidentes para os empregados.
Artigo 189: deixa-se espaço suficiente para a circulação em torno das máquinas, a fim de
permitir seu livre funcionamento, ajuste, reparo e manuseio dos materiais e produtos
acabados.

Parágrafo 1º: entre as máquinas de qualquer local de trabalho deverá haver passagem livre
de pelo menos 0,80 centímetros, que será de 1,30m quando entre partes móveis de
máquinas.

Parágrafo 2º: a autoridade competente em Segurança do Trabalho poderá determinar que


essas dimensões sejam ampliadas, quando, assim, o exigirem as características das
máquinas e instalações ou tipos de operações.

Estudos de Fluxos de trabalho, de Matéria e por Áreas

a) Noções Preliminares - Ao longo da história, a arte surge como uma constante da


atividade humana. Embora assumindo formas de expressão distintas , são formas
básicas de fluxo

b) Para a Produção
Para linhas de Montagem - são utilizadas no processo de produção em série para
que o produto em fabricação seja deslocado ao longo de postos de trabalho;

Circular - Caracteriza-se como uma comunicação divulgada a muitas pessoas ou a um


órgão, serve para transmitir avios, ordens ou instruções;

*Normalmente para um operador só.

O estudo do fluxo é feito em dois níveis:

 O estudo do fluxo geral do edifício, - é estudo de Detalhamento, Implantação Geral,


Melhorias Operacionais e Montagem implantação de layout básico, estudo de fluxo
material, onde se procura determinar o fluxo geral e a resposta deverá ser a localização
dos diversos departamentos produtivos e de serviços:
 O estudo do fluxo interno, - Estudos que levam em consideração especificamente a
resistência ao fluxo, são seu diâmetro interno, seu comprimento e a pressão do fluxo

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nos departamentos, onde irão localizar os equipamentos produtivos e as instalações


auxiliares da produção.

Fluxo Geral do edifício

Deve-se procurar:

 Definir os departamentos produtivos, através do estudo das atividades que serão


desenvolvidas na indústria. Exemplo: Fundição, setor usinagem, etc.
 Definir os departamentos auxiliares, e serviços, através de listas de verificação.
 Levantar o fluxo do material através dos departamentos definidos anteriormente.
Seja, por exemplo, um fábrica que para produzir um produto A (PA) necessita das
seguintes atividades:
 Fundição – injeção de plástico – usinagem – pintura.
 Pré-montagem – montagem – teste – pintura final – embalagem.
A fábrica será também utilizada para fundição de terceiros, e fabricação de outros
produtos mais simples. Imaginando o fluxo do material, teríamos:

Fluxo do material

O fluxo foi levantado sem a preocupação de se pensar nas áreas de cada um dos
departamentos: somente foram utilizadas as relações entre as áreas. A etapa seguinte é a de
posicionamento dos setores produtivos e auxiliares, racionalizado o fluxo e posicionando
próximos aos departamentos e serviços que possuem relacionamento de trabalho. É o
gráfico das relações de atividades dos departamentos.

A partir do esquema das relações de atividades, deve-se fazer o cálculo das áreas
necessárias aos departamentos. A partir daí deve-se fazer o gráfico de relações das áreas.

Arranjo Físico

O Arranjo Físico (layout) é um item de fundamental importância para a segurança


no projeto de uma fábrica, pois assegura um entrosamento interno perfeito e um
funcionamento harmônico da empresa - Para permanecer no mercado a mesma necessita
apresentar uma boa organização de pessoas, métodos, procedimentos e sistemas. Para que
tudo isso seja possível,

O arranjo Físico depende do estudo dos seguintes itens:

1.Volume de produção - de uma empresa será maior ou menor dependendo do volume de


recursos empregados pela mesma - Além disso, é preciso avaliar, com cuidado, a
disponibilidade de capital próprio e de terceiros. Depois, calculamos quanto precisaremos
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gastar em montagem, ou seja, o custo das máquinas, equipamentos, ferramentas, veículos,


mobiliário, imóveis e outros materiais permanentes que compõem o investimento fixo.
1. Dimensionamento de áreas – distribuição uniforme;
2. Projetos do processo de produção ou tipo de produção ou do produto – descrição
formalizada, Ex: projetos;

3. Seleção do equipamento de produção – escolha de equipamento que atende as


necessidades especifica;
4. Sistemas de transporte usado – especificação do transporte se atende à necessidade
especifica;
5. Tipo de sistema operacional – manual ou automatizado;
6. Espaço entre os equipamentos – dimensionamento correto;
7. Corredores ou vias de acesso – bem delimitado;

O LAY-OUT ou planta baixa da empresa (projeto simples com vista superior) é


também o estudo das condições humanas da empresa. Dentre este estudo podemos
destacar os seguintes itens:

a) Iluminação ambiente que pode ser natural ou artificial;


- Natural – que vem da natureza, ex; raios solares;
- Artificial – que é produzida através de maquinários, ex; lâmpadas diversas;
b) Ventilação do ambiente, natural ou artificial;
- Natural – que vem da natureza, ex; condições climáticas vento;
- Artificial – que é produzida através de maquinários, ex; ar condicionado, ventilador;
c) Ruído provocado pelo processo de produção;
- Som em excesso e desagradável aos nossos ouvidos causando perca auditiva parcial
ou permanente;
d) Radiações: ionizantes ou não ionizantes;

- é definida como aquela que tem energia suficiente para interagir com os átomos
neutros do meio por onde ela se propaga. Em outras palavras: essa radiação tem energia
para arrancar pelo menos um elétron de um dos níveis de energia de um átomo do meio,
por onde ela está se deslocando. Alguns tipos de radiação eletromagnética também são
ionizantes, como os raios UV, X e gama,

- como o nome diz, são as que não produzem ionizações, ou. seja, não possuem energia
capaz de produzir emissão de elétrons de átomos -Dessa radiação fazem parte os tipos:
radiofreqüência, infravermelho e luz visível.
e) Eficiência dos corredores existentes – área livre para trânsito;
f) Movimentação de peças, máquinas ou equipamentos – áreas bem delimitadas;

Finalmente, verificamos a produtividade para certificarmos quanto à eficiência do


LAY-OUT.
Conceito

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Arranjo Físico: é um estudo sistemático, que procura uma combinação perfeita


das instalações industriais equipamentos e o homem que concorrem para a produção
dentro de um espaço disponível.
Layout: é o projeto das instalações, máquinas e equipamentos, mostrados em uma
visão mais clara e ampla. É à vista de cima das instalações.

Aplicação de um Arranjo Físico

O estudo das instalações abrange aquelas que já existentes e as planejadas,


procurando integrar a harmonizar os equipamentos, a mão-de-obra, o material utilizado, a
área de movimentação, a administração, a mão-de-obra indireta; enfim, todas as atividades
industriais determinadas em um Layout que garantir a Segurança e racionalização de custo
da produção.

Como Surgem Problemas do Arranjo Físico e o Seu Caráter Dinâmico

A própria rotina industrial, através da alteração de processos e avanços


tecnológicos, provocando os primeiros problemas de arranjo Físico, pois a produção
procura integrar o material mais a mão-de-obra e o equipamento. É muito importante que
os problemas do Arranjo Físico sejam bem estudados; essa garantia só será possível se
dispusermos de tempo necessário para esse estudo, pois a falta de informações antecipadas
provocará soluções de última hora que normalmente não são eficientes.

Melhoria das Condições de Trabalho e Redução de Acidentes

Um bom Arranjo físico é sempre seguro, que se consegue principalmente através


de:
 Posicionamento perfeito das máquinas – dimensionamento correto;
 Isolamento do processo perigoso – impedimento de modo a evitar acidentes ou
incidentes;
 Corredores – bem sinalizado;
 Passagens – bem estruturada;
 Boa ventilação – ambiente confortável;
 Melhoria da iluminação – boa visibilidade;
 Redução, eliminação ou neutralização do Ruído – estudos para possíveis melhorias;
 Controle da vibração – substituição de maquinários que provocam vibrações;
 Controle do calor radiante – implantação de exautores, ventiladores ou ar
condicionado;

Diferentes Problemas do Arranjo Físico

O profissional de segurança pode-se defrontar com os seguintes problemas:


a) Dimensionamento de recursos indiretos (equipamentos, ferramentas, mão-de-obra
direta, matéria-prima)
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b) Distribuição do espaço entre as instalações


c) Dimensionamento das áreas existentes (espaço livre)

Objetivo do Arranjo Físico


Uma relação desses objetivos e alguns aspectos do Layout a ele associados, seriam:

a) Ruídos – ambiente sem ruídos;


b) Combustível – em local apropriado e sinalizado;

c) Iluminação – boa sem causa ofuscamento;


d) Ventilação – ambiente confortavelmente falando;

Aumentar a moral e a satisfação do trabalhador

a) Ordem – tudo em seu lugar;


b) Limpeza – local limpo;
c) Sanitários – limpos e bem higienizados;

Incrementar a Produção
 Melhorar o fluxo

Economia de Espaços
a) Menor quantidade de material em processos – somente material a ser consumido;
b) Distâncias minimizadas – aproveitamento de todo espaço físico;
c) Disposição racional das seções – sempre usar bom senso;

Redução de Manuseio

 Redução da movimentação no processo produtivo

Redução dos Custos Indiretos


 Linha de montagem automatizada – ex: fabricação de ferro gusa;

Melhoria da Disponibilidade dos Equipamentos


a) Melhor posicionamento dos equipamentos de alta precisão – somente aquilo que é
necessário;
b) Facilidade de controle de custos – controle ao alcance;

c) Facilidade para manutenção dos equipamentos – dimensionamento correto;

Otimização do Processo
 Reengenharia do processo que permite mudanças fundamentais que resultem em
melhoria da qualidade do ambiente e do ponto final acabado com redução de custos e
controle facilitado - O objetivo da otimização desse processo é minimizar o tempo
total de inserção, aumentando assim a utilização das máquinas.

Princípios do Layout
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a) Da integração – treinamento, orientação, conscientização sobre a empresa;


b) Da mínima distância – parâmetro especifico;
c) De obediência ao fluxo – seqüencia;
d) Da satisfação e segurança – ambiente de trabalho confortável e salário;
e) Da flexibilidade – facilidade de adaptação / aceitação;

Recomendações ao Estudo do Arranjo Físico

a) Planeje o todo e depois o detalhe – estudo x projeto;


b) Planeje o ideal e depois o prático – teoria x pratica;
c) Planeje para o futuro – ação x reação;
d) Procure a idéia de todos – consenso;
e) Utilize os melhores elementos de visualização – meios de comunicação;
f) Prepare para vender a idéia (convencer a todos das novas mudanças ou
implementações do sistema) – diferencial;

Dimensionamento das Áreas


- Dimensionamento de área baseado no arranjo já existente; adaptação de sua área às
necessidades de uso – modificação do ambiente;

Dimensionamento da Área e do Centro de Produção


- Em nossa conceituação, o Centro de Produção é uma unidade em funcionamento
independente da fábrica, ou de outra forma, é o equipamento (ou instalação), o operador
juntamente com todos os elementos e espaço necessário para o perfeito desempenho do
processo de produção. É a célula produtiva da fábrica, que deverá estar dimensionada para
receber os componentes do processo que são:
a) Equipamentos (máquinas de produção) – avançado e de fácil operação;
b) O processo de produção – funcional;
c) O operador na realização da operação que executa ou deve executar – trabalhador /
informado;
d) O livre acesso dos operadores – área livre para trânsito;
e) O acesso para manutenção – área / livre;
f) O acesso para os meios de transporte e movimentação – área delimitada para
movimentação;
g) Espaço para matérias primas não processadas – local / armazenamento / pátio;
h) Espaço para o produto resultante do processo – expedição / produto acabado;
i) Espaço destinado aos resíduos do processo – local apropriado;
j) Bancadas para ferramentas, dispositivos e instrumentos de trabalho – estrutura / apoio /
trabalhador;
k) Áreas para serviços da fábrica (iluminação, ventilação, água, ar comprimido, etc.) –
departamentos;
l) Atendimento às condições sanitárias e de conforto – ambiente agradável;

Área para instalação do Equipamento

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- É a posição estática do equipamento (estacionado), é o espaço necessário para o seu


simples posicionamento na célula de produção que se pode obter da seguinte maneira:

a) Medindo-se diretamente a máquina – dimensões / maquinários;


b) Medindo-se uma máquina semelhante – especificações / iguais;
c) Utilizando um catálogo técnico do equipamento – especificação / fabricante;

Área para Realização do Processo

 É toda a área indispensável ao equipamento para que esse possa executar


perfeitamente e sem limitações as suas operações e funções de processamento.

Área para o Operador Executar a Operação

 Esta área deverá ser definida para atender a padrões pré-estabelecidos, análise dos
movimentos, tabela de ergonomia humana, observações e bom senso.

Área para Acesso dos Operadores

 Área de entrada e saída e movimentação dos operadores.

Área de Acesso para Manutenção

 Destinada à realização de manutenção preventiva ou corretiva, programada ou


ocasional, para serviços regulares ou para acesso de equipamentos auxiliares
(máquinas de solda, de furar, etc.)

Área para Matérias Primas não Processadas

 Áreas que deverão ser dimensionadas de acordo com a quantidade, dimensão e formas
de armazenamento do material.

Área para o Produto Final Acabado

 Áreas que também deverão obedecer ao mesmo critério de dimensão, quantidade e


formas de armazenamento.

Área para Resíduos do Processo

 Esta área será definida de acordo com a forma física dos resíduos (Pó, limalha,
granulado, etc.), a freqüência, o método de coleta e a forma de reciclagem.

Áreas para Dispositivos, Instrumentos e Ferramentas

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 A definição desta área dependerá dos seguintes itens:

a) Sistema de programação de produção – cronograma / atividade;


b) Fluxo de produção – seqüencia / correta;
c) Sistema de programação e entrega e uso do ferramental – formulário / específico;
d) Dimensões do equipamento – medidas;
e) Método de armazenamento – procedimento / específico
f) Método de transporte – procedimento / específico

g) Medidas antropométricas do operador – dimensões / corpo humano;


h) Condições de conforto do posto de trabalho – qualidade / vida

Áreas para Serviços de Fábrica

 Esta área deverá ser definida para os serviços de fábrica necessários, verificando como
esses serviços são conduzidos ao centro de produção, levantando suas dimensões e
verificando o seu relacionamento com o centro de produção como por exemplo; a
iluminação, a ventilação, o ar comprimido, etc.

Áreas para o Atendimento aos Dispositivos Legais

a) Espaço entre as máquinas e equipamentos


b) Espaço entre partes móveis e fixas

Espaço de Trabalho

É o espaço imaginário, necessário para que o organismo exerça os movimentos


exigidos pelo trabalho. Existe um espaço de trabalho determinado para diversas posições
do corpo.

Escolha da Posição

a) Posição Sentada: reduz a fadiga, aumenta o equilíbrio e a estabilidade, permite


operações
eficazes sobre pedais de controle, aumenta a mobilidade e a rapidez das pernas.

- A posição sentada é a posição mais freqüentemente adotada pela maioria das pessoas
nas atividades profissionais, domésticas e no lazer. Pessoas que passam longos períodos
sentados sofrem mais de dor nas costas do que pessoas que se movimentam mais. Desta
forma, é importante considerar como ficamos sentados, que tipo de cadeiras utilizamos e o
que podemos fazer para prevenir a dor nas costas.

- Se você nunca se preocupou com a saúde das suas costas, adotando posturas erradas e
movimentos inadequados, saiba que essas são as principais causas da dor nas costas. Com
o passar do tempo, vai ocorrendo um desgaste das articulações da coluna, podendo levar à
degeneração dos discos intervertebrais (hérnia de disco) e à osteofitose (bico de papagaio).

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- Em um grande número de casos de dor nas costas, não se chega a um diagnóstico


claro. Geralmente, no decorrer do tempo, vários fatores de risco atuam em conjunto
ocasionando a dor: condicionamento físico deficiente, má postura, mecânica anormal dos
movimentos, pequenos traumas, esforço repetitivo, etc..

- Várias estruturas da coluna podem causar dor, incluindo os ligamentos que conectam
as vértebras, fibras externas do disco intervertebral, músculos, vasos sanguíneos e raízes
nervosas.

b) Posição em Pé: permite maior mobilidade – permite aos usuários irem muito alem do
lugar liberdade dos membros superiores (mãos e braços) e aumenta a área visual.
Permite maior controle dos movimentos e aumenta a força física para operar controles
manuais.

c) Outras Posições: ajoelhada ou de cócoras – abaixado sobre os calcanhares, devem ser


evitadas por oferecerem pouca estabilidade do corpo.

Superfícies de Trabalho Manual para o Operador Sentado

A superfície do trabalho é o espaço ocupado pelo corpo acrescido do espaço que ele pode
alcançar – dimensões de todo corpo com os membros na execução do trabalho. E a
definição deste espaço depende das características antropométricas do operador – medidas
do ser humano e do tipo de operação a ser realizada.

Recomendações de Ergonomia para o Trabalho na Posição Sentada

Ergonomia da cadeira de trabalho

Antes de enumerar as regras de ergonomia, três destaques importantes:

 Nesta seção, selecionaremos as regras gerais, para todos e qualquer trabalhador a


posição sentada, inclusive em fábricas, os destaques quanto a postos de trabalho
especiais serão
dados em outra seção deste capítulo, e neles não serão relembrados os aspectos aqui
colocados;
 A abordagem da posição sentada não pode se limitar - definida à cadeira de trabalho,
mas tem que incluir também a mesa e os demais acessórios da atividade (as
recomendações 1 a 11 a seguir se referem à cadeira, e as outras aos demais
componentes do posto de trabalho);
 Não existe nenhuma cadeira que possa ser usada, de forma contínua, ao longo das 8
horas de trabalho, pois a compressão dos tecidos exige mudanças periódicas de
posição. Recomenda-se a quem trabalha sentado levantar-se por 15 minutos após cada
duas horas de atividade – depende de cada empregador.

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1) A cadeira de trabalho deve ser estofada e de preferência, com tecido que permita
a transpiração.

O estofamento (ou espuma) reduz a pressão na região posterior das coxas,


facilitando a circulação, e reduz a pressão nos discos intervertebrais - é um disco de
cartilagem fibrosa presente entre os corpos das vértebras, nas articulações ex; coluna,
diminuindo a incidência de patologia discal – problema de coluna, Não há regra fixa sobre
a densidade - característica própria de cada material, por isso é classificada como sendo
uma propriedade específica da espuma; pessoas obesas toleram melhor espuma de menor
densidade e mais macias. A rigor, os fabricantes de cadeiras deveriam fornecê-las em três

padrões de densidade de espuma - maior volume, pois, tem mais massa em um pequeno
volume, visando uma adequação ao usuário.
Deve se destacar que cadeiras muito macias podem se tornar desconfortáveis se
usadas por muito tempo, principalmente quando há movimento externo, por exemplo: nos
automóveis.

Quanto ao tipo de revestimento, o melhor resultado é obtido com tecido de


algodão, o curvin - tecido napa só deve ser usado quando não houver calor; hoje, os
fabricantes já podem fornecer tecidos laváveis e que permitam a transpiração, a fim de
serem usados em empresas em que a higienização da cadeira é fundamental.

2) A altura da cadeira deve ser regulável.

Esta regra é explicativa por si só, resta destacar a importância de se operar o


mecanismo de regulagem de altura com facilidade – dispositivo de regulagem.

3) A dimensão anterior e posterior do assento não pode ser nem muito comprida
nem muito curta.

O tamanho ideal é aquele em que as coxas fiquem completamente apoiadas, porém


sem compressão na região posterior dos joelhos. Aqui também deveriam existir tamanhos
diferentes, visando atender as pessoas de diferentes tamanhos – tendo boa circulação
sanguínea.

4) A borda anterior do assento deve ser arredondada.

A região posterior das coxas, denominada fossa – nome de certas cavidades


poplíteas - veia poplítea tem uma trajetória ao lado da artéria poplítea e carrega sangue da
articulação do joelho e músculos na coxa e da porção posterior da panturrilha em direção
ao coração. é um ponto de grande vulnerabilidade - é definida como uma falha no projeto
ou implementação à compreensão, pois ali passam artérias, veias e nevos.

5) O assento deve estar na posição horizontal; é desejável que o assento se incline 10


a 15 graus para frente. Assentos inclinados para trás são inadequados em
cadeiras de trabalho.

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Na grande maioria das tarefas feitas na posição sentada há necessidade de


interação do ser humano com outro componente do posto de trabalho (uma alavanca, uma
botoeira, uma máquina de escrever, o teclado de um computador, ou simplesmente uma
superfície horizontal de mesa onde se vai escrever). Nesta situação, qualquer inclinação
para trás somente irá contribuir para distanciar o ajusto postural. A rigor, a inclinação para
trás somente é necessária quando se deseja obter sua maior vantagem; a estabilidade do
corpo na posição, tal como é necessário a se dirigir um veículo. Para escrever, sendo a
mesa de trabalho geralmente horizontal, será desejável que a cadeira tivesse uma discreta
inclinação (5 a 10 graus) para frente, o que facilitaria o ajuste postural.

6) Toda cadeira de trabalho deve ter apoio para o dorso

Conforme já citado, o apoio para o dorso - costa reduz a pressão no disco


intervertebral - coluna e coloca a musculatura para vertebral em repouso. O apoio dorsal
nem sempre será usado (por exemplo, no trabalho de escrita), mas seu rosto é importante
em praticamente todos os demais tipos de tarefa.

7) O ângulo entre o assento e o apoio dorsal deveria ser regulável; caso não o seja,
assento e encosto devem estar posicionados num ângulo de 100 graus.

Nesta angulação, tronco e coxa têm o melhor ajuste, de modo a conciliar o que é
bom para os discos intervertebrais - coluna com o que é bom para os músculos vertebrais.

8) O apoio para o dorso deve ter uma força que acompanhe as curvaturas da
coluna, sem retificá-la, mas também sem acentuar suas curvaturas.

Apoios dorsais muito retificados – alterados apóiam exclusivamente a região


dorsal, estimulando para que se trabalhe em certa cifose (arqueamento para frente), com a
conseqüência indesejada já citada aumento assimétrico - é o grau de desvio, ou
afastamento da simetria, de uma distribuição da pressão do disco intervertebral. Por outro
lado, apoios dorsais excessivamente arqueados acentuam e exageram a curva da lordose
lombar - É o aumento anormal da curva lombar levando a uma acentuação da lordose
lombar normal e, embora apóiem bem a coluna e garantam redução da pressão nos discos
lombares, costumam levar à fadiga dos músculos do pescoço.

9) O apoio para o dorso deve ter regulagem de altura: este apoio pode ser tanto
estreito quanto de meio tamanho; neste caso, a adaptação pessoal é que
determina a decisão.

O apoio lombar estreito é perfeito por muitos lombálgicos crônicos; mas deve-se
chamar a atenção que, neste caso, a altura deste apoio deve ser regulável; o apoio de altura
média, que apóia a coluna lombar e a coluna dorsal, é o de maior versatilidade, pois atende
ao maior número de pessoas. Já o apoio dorsal alto, para ser ergonômico, tem que ter a
parte superior encurvada para trás, a fim de não bloquear o movimento dos membros
superiores por compressão da ponta da escápula – ombro / omoplatas. O ajuste de altura

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do encosto é explicado por razoes óbvias, para poder acomodar na altura correta tanto
pessoas altas como pessoas baixas.

10) Deve haver espaço na cadeira para acomodar as nádegas

Este espaço pode ser real ou virtual (espuma mais macia nesta região). A ausência
deste espaço acarreta que o encosto da cadeira, neste ponto, fique empurrando as nádegas
para frente, com desconforto – de acordo com a dimensão de cada ser humano.

11) Quando o posto de trabalho for semicircular – forma de circulo ou


perpendicular – sobre uma linha ou um plano, a cadeira deve ser giratória; e
quando o trabalho exigir mobilidade, deve haver rodízios adequados.

Os rodízios devem ser fabricados de forma a permitir um deslocamento ótimo, sem


que haja grande facilidade da cadeira correr (o que iria ocasionar instabilidade mecânica,
nem que haja dificuldade de se deslocar a cadeira (o que iria eliminar a vantagem do
rodízio). Um corolário – afirmação de uma verdade: a cadeira deve ter 5 pontos de apoio,
visando a estabilidade. Quando não houver necessidade de rodízio, mas o posto de
trabalho apresentar disposição semicircular, será indicado pelo menos que a cadeira gire
sobre seu próprio eixo.

12) Os pés devem estar sempre apoiados

O apoio incorporado ao posto de trabalho (em bancadas ou linhas de montagem) é


o mais adequado, e pode ser feito colocando-se para cada posto de trabalho, suportes que
caiba o apoio para os pés com escalonamento – é a redução ("enxugamento") do processo,
diminuindo o tempo e o custo do mesmo, a um processo mais simples, a cada 5 cm, de
forma que os trabalhadores os coloquem na altura que lhe for mais conveniente.

Em escritórios, pessoas altas e de média estatura não terão dificuldade de conseguir


apoiar os pés no chão (e isto é suficiente), porém as pessoas mais baixas provavelmente
terão que usar mesas de alturas padronizadas, e encontrarão dificuldades em apoiar os pés.
Nestes casos, o recomendado é o apoio para os pés portátil, de altura regulável. Ele deve
ser largo o suficiente para acomodar os dois pés (30 cm altura X 40 cm comprimento), a
inclinação é opcional, e se existir, não deve ser maior que 30 graus e sua superfície
superior devem ser de material não derrapante.

O apoio em anel – circunferência existente na própria cadeira mostra-se na maioria


das vezes inadequadas, pois comumente é fixo ou difícil de ter sua altura regular, e seu
posicionamento obrigar o trabalhador a ficar com as pernas para trás. O apoio dos pés ou
em suportes estreito é inadequado – de acordo com as medidas especificadas acima .

13) Deve haver espaço suficiente para as pernas abaixo da mesa ou posto de trabalho.

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Esta recomendação, por mais óbvia que possa parecer é importante ser citada,
devido á enorme freqüência com que os fabricantes de móveis colocam gavetas no lugar
das pernas; ou com que se enche o espaço para as pernas com caixas de papel ou outro
material.

14) A mesa de trabalho deve atender a alguns requisitos básicos da ergonomia.

Entre eles, destacamos:

 Borda anterior (que entra em contato com o antebraço - Parte do membro superior entre
o cotovelo e o pulso do trabalhador) arredondada;

 Gavetas leves – manuseio / fácil;


 Puxador de gaveta a serem pegos sem prensa, e não em pinça;
 Último nível de gaveta elevado, de tal forma que seu puxador esteja a não menos que 40
cm do chão – altura recomendável;
 Espaço para as pernas do trabalhador;
 Espaço para as pernas do interlocutor - pessoa que toma parte num diálogo;
 É desejável que a estrutura seja do tipo “C”, e não sob a forma de pés, pois permitirá a
instalação de postos de trabalho em “E” permitindo ao trabalhador girar com facilidade;
 Feita de material não reflexivo – não reflete luz (nunca fórmica branca e vidro sobre a
mesa).

15) Deve-se ter atenção especial com outros arranjos do posto de trabalho,
extracadeira, fundamentais para que se sente bem.

Em trabalhos em escritório, é especialmente importante a disposição correta dos


utilitários sobre a mesa de trabalho, tais como, calculadora, telefone, suporte para
documentos e outros; observa-se que lhe nada adiantará uma cadeira de bom padrão
ergonômico se o restante do posto de trabalho estiver incorreto.

Algumas palavras sobre apoio para os braços em cadeiras de trabalho

Para que funcionem bem, é necessário que sejam estofados macios, dotados de
altura regulável, dotados de regulagem da inclinação e poderem ser afastados lateralmente.
Como tudo isso encarece muito a cadeira, e como, se não apresentarem todas estas
características terão mais problemas do que vantagens. Os braços das cadeiras costumam
ser acessório, na grande maioria das vezes, totalmente dispensáveis.

Ergonomia do Automóvel

Uma das áreas mais críticas da ergonomia é no automóvel, pois ali existe uma
situação especial de trabalho (ou de fazer) em que as pessoas ficam sentadas, têm
necessidades de conforto, e uma delas o motorista, além do conforto, precisa esta
interagindo eficazmente com o automóvel, a fim de conduzir de forma confortável e
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segura. Podemos dizer que se faz uma viagem longa sem fadiga excessiva - Cansaço é
quando acabam as energias de um indivíduo e um outro em que a fadiga aparece após uma
ou duas horas de viagem.
Assim, automóveis ergonomicamente corretos serão dirigidos com mais facilidade;
seus usuários suportarão tempo maior de direção sem sinal de fadiga; o automóvel e suas
diversas partes, independente do conjunto propulsor - o que transmite movimento a
máquinas ou engenhos (diz-se de qualquer dispositivo ou mecanismo), serão acionados
com mais facilidade, o usuário fará menos força; e mulheres e pessoas idosas irão
manuseá-los sem sobre carga para os músculos e ligamentos.

A análise de qualidade ergonômica de um determinado veículo deve envolver pelo


menos 6 aspectos principais:
1. Conforto e eficácia na posição de dirigir
2. Áreas de alcance dos comandos
3. Interação eficaz
4. Ambiente interno do veículo quanto ao conforto
5. Área de espaço físico para os ocupantes
6. Dirigibilidade

1) Conforto e eficácia na posição de dirigir

Uma análise completa deve contemplar uma avaliação das possibilidades de ajustes
proporcionadas pelo veículo, de tal forma que sejam obtidos, pelo menos os seguintes
itens de conforto - bem-estar material, comodidade física satisfeita; aconchego e eficácia
- efeito útil:

 Ângulos de conforto na posição sentada – troncos e coxas deverão formar um ângulo


de 100º, que é a posição na qual os músculos estarão relativamente dimensionados e na
qual a pressão nos discos intervertebrais da coluna é mínima; esta angulação deve ser
tal que as coxas estejam com discreta inclinação para trás, a fim de facilitar a
estabilidade do corpo na poltrona;
 Ângulos de conforto e eficácia dos braços e antebraços – normalmente os braços
deverão estar na vertical, acompanhando o eixo do tronco, e os braços deverão estar
trabalhando na horizontal, apoiados sobre a estrutura do volante, que deve ser macia e
proporcionando boa pega, bom atrito;
 Os pedais devem estar posicionados de forma que haja superfície (área) adequada para
serem pressionados sem risco de deslizamento de pé, devem cumprir uma separação
adequada entre eles, e devem ser pressionados de modo que os pés se apóiem sobre
eles; o pedal vertical é contra indicado, uma vez que leva a fadiga da musculatura da
perna por contração estática - mecânica que investiga as propriedades de corpos que se
encontram em equilíbrio quando sob a ação de forças prolongada;
 A regulagem antero-posterior da poltrona do motorista deve ser muito bem estudada,
de forma que ao ser movida para frente a parte anterior da poltrona desça (ao contrário
do que ocorre normalmente com os automóveis); isto porque, a pessoa que tem
necessidade de colocar a poltrona para a frente é de estatura menor, e ao aproximar do
corpo do painel, caso a borda anterior da poltrona não desça, sofrerá compreensão da

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região posterior das coxas, na região imediatamente posterior ao joelho, com enorme
desconforto em viagens prolongadas;
 O volante deverá estar na posição o mais – próximo possível isto porque aplica-se ao
ser humano um regra importante: não se deve dobrar as juntas e o eixo do corpo deve
ser o mais vertical possível, quanto mais horizontal estiver o volante, tanto pior será a
situação para o corpo, que terá necessidade de adotar posturas forçadas no punho e nos
ombros, com fadiga e dores musculares;
 A posição relativa das pernas em relação às coxas também é importante, de modo a
proporcionar uma boa compreensão dos pedais, nos ângulos conhecidos de melhor
conforto e de menor sobrecarga, automóveis com pedais muito distantes são
desconfortáveis e inadequados;

2) Áreas de alcance dos comandos

Uma regra geral em ergonomia quanto ao posicionamento dos comandos é a


seguinte: todo comando de uso freqüente deve estar dentro da área de alcance normal e os
comandos de uso ocasional podem estar um pouco além, porém dentro da área de alcance
máximo. A distancia da área de alcance normal é obtida fazendo-se um semicírculo, com
os dois antebraços, estando os braços na vertical; a distância da área de alcance máximo é
obtida fazendo um semicírculo com os dois antebraços, estando os braços
horizontalizados. Mas nunca deve haver necessidade de retirar o tronco da posição sentada
para acionar qualquer comando.

Neste aspecto, merecem destaque numa analise ergonômica os seguintes pontos


fundamentais:

 Distâncias das alavancas de seta e de controle do limpador de pára-brisas:


 Distância da alavanca de marchas (considerar a situação do engate da terceira e da
quinta marchas, que é quando a alavanca se toma mais distante do corpo);
 Distância dos instrumentos comuns;
 Distância dos controles de rádio;
 Distância dos controles de acionamento do vidro elétrico.

3) Interação eficaz

Trata-se de uma das áreas mais críticas, e frequentemente ignorada nos projetos.
São pequenas sutilezas que garantem ao usuário um domínio mais fácil sobre o automóvel
nas diversas situações de utilização.

O usuário pode entender bem este ponto através da seguinte comparação: quando
não existe uma interação eficaz, parece que o carro compete contra a ordem do usuário,
não obedece à sua vontade.

Os seguintes pontos merecem ser avaliados:

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 Posicionamento e lógica da trava das portas – São anti-ergonômicas as travas


colocadas junto da coluna, mais anti-ergonômicas ainda quando o usuário, ao puxar a
alavanca interna, não consegue abrir a porta, tendo que mover o braço até os
“pininhos”, puxa-los para cima, para só então conseguir abrir a porta;
 Procura natural da marcha do câmbio - Dependendo da velocidade, segundo o
movimento que se faz, a macha já deve cair na posição correta, independentemente do
usuário ter que procurar pela posição exata da mesma;
 Mecanismo de bloqueio, de forma que a porta do lado do motorista somente se tranque
com a chave na ignição;
 Mecanismo de bloqueio, de forma que a tampa da porta malas tenha a possibilidade de
ser aberta sem a chave, impede o esquecimento da chave dentro do porta malas
(situação comum quando a pessoa vai retirar algum pacote e coloca as chaves dentro
do porta malas);

 Posicionamento do interruptor do vidro elétrico - Deve ser nas portas, em posição


perpendicular à porta e inclinada, para ser acionado sem desvios da mão; os
interruptores no console central, junto da alavanca de cambio, geram erros freqüentes e
desvio da atenção;
 Chave inteligente, que fecha os vidros elétricos ainda abertos quando o usuário deixa o
veículo;
 Ausência de reflexos os olhos de qualquer partem - Atualmente a estrutura do painel já
não reflete nos olhos como dos automóveis antigos, mas deve-se estar atento à
inclinação do plástico protetor dos instrumentos e às luzes excessivamente brilhantes;
 Mecanismo de estágios de travas na abertura e fechamento das portas - Se bem
colocados, proporcionam um conforto enorme para o usuário;
 Manopla do câmbio, - Acerta-se muito mais com o tipo de sapata (bengalinha) do que
com a manopla do tipo bola; além disso, na manopla do tipo bola a mão tem que fazer
um desvio postural indesejável (flexão);
 Bordas laterais baixas no assento e no encosto do motorista - As bordas altas,
semelhantes às poltronas de luxo, sob o argumento de proporcionar mais estabilidade
na direção esportiva, dificultam normalmente a entrada e saída da pessoa no veículo –
poltronas com bordas em excesso, ex; carros esporte.
 Forma da maçaneta de abertura das portas – Alguns tipos tornam a tarefa
extremamente difícil; outros forçam o pescoço em gatilho do dedo indicador, que não
tem forca para esse tipo de exigência; a forma correta é aquela que se abre fletindo os
dedos as mãos;
 Forma de posicionamento da alavanca interna de abertura da porta: devem ser de fácil
acionamento e não podem estar muito próximas das dobradiças, por isso irá resultar
em forca excessiva para se abrir as portas pelo lado de dentro;
 Tipo de cinto de segurança – O cinto inercial – falta de ação rígida sem pêndulo -
aquilo que se faz ou ocorre em intervalos regulares é desconfortável, aperta o usuário,
trava facilmente em curvas ou em freadas impossibilitando o acesso de usuários aos
painéis e instrumentos de controle em certas circunstâncias: o tipo pêndulo que
permite uma pequena folga entre o cinto e o tronco do usuário é muito mais

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confortável (tem-se que checar apenas a suficiência do item de segurança desse tipo de
cinto) cinto de três pontas.

4) Ambiente interno do veículo quanto ao conforto merecem destaque os seguintes


aspectos:

- Conforto térmico – Especialmente importante é o nível de ventilação interna, ainda mais


quando o veículo está em movimento e se deseja fechar todos os vidros para reduzir o
nível interno de ruído;

- Nível de ruído proporcionado pelo motor – Importantíssima é a verificação do mesmo


em situações de velocidade;
- Nível de ruído proporcionado pela ventoinha do ventilador;
- Tecidos de bancos, que devem ser de material que permita boa troca térmica com o corpo
do usuário.

5) Área de espaço físico para os ocupantes.

Este item pode parecer óbvio, mas cabe-nos destacar alguns aspectos importantes:

- Espaço para a perna direita do passageiro – frequentemente o passageiro que


viaja à frente, ao lado do motorista, tem que virar a perna direita para uma posição muito
desconfortável porque o abaulamento - forma curva, arqueada ou convexa da roda se
projeta para a cabine, tirando o espaço da perna. – caixa de ar.
- Altura do habitáculo – teto, de modo a proporcionar conforto para os altos;
- Espaço para as pernas no banco traseiro – é importante lembrar que na avaliação
de conforto deve ser considerado não apenas o espaço entre a borda do banco traseiro e a
parte posterior do banco traseiro;
Altura para os pés do passageiro do banco traseiro sob os bancos dianteiros;
Inclinação do volante, de forma a permitir que motoristas mais altos possam entrar
sem prender as pernas sob o volante.

6) Dirigibilidade.

Característica ou propriedade do que é dirigível

Neste aspecto, dois pontos se destacam:


 Escalonamento – seqüência dispor uma por detrás das outras correto de marchas – a
existência de “vazios” ou “buracos” no câmbio comprometem muito o conforto e a
eficácia da dirigibilidade;
 Rotação do motor em toque máximo – veículos cujo toque máximo seja obtido em
rotação muito alta do motor costumam ter sua dirigibilidade comprometida
especialmente em cidades e regiões montanhosas, e ainda mais se o cambio não estiver
corretamente escalonado.

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Como aplicar a Ergonomia na Empresa.

Uma das técnicas que temos usado com muito sucesso é a preparação do comitê de
Ergonomia, constituído de um grupo técnico – operacional da própria empresa, inclusive
com alguns representantes dos trabalhadores, que aparecem e fazem um mapeamento
ergonômico da empresa. Deduz as medidas necessárias para a melhoria ergonômica em
cada um deles e faz um cronograma das soluções – equipe dentro da empresa.

Uma das etapas mais importantes desta implantação é o treinamento básico de


ergonomia para supervisores e chefias de produção e manutenção, a partir do qual eles
mesmos irão deduzir uma série de medidas capazes de melhorar a condição ergonômica.
Também é importante o treinamento básico em engenharia para os engenheiros e demais
profissionais da área técnica da empresa. Pois serão eles que, em última análise, irão
reprojetar a empresa, que irão comprar novos equipamentos habilitando-os a estar
preparado para não só modificar as condições atuais de trabalho, mas também para prever
novas expansões e modificações dentro do critério ergonômico – ciclo de melhorias
continua.

Atuação Ergonômica

Em uma linha de montagem de rádios, onde é feita a soldagem de alguns


componentes dos aparelhos, há algumas queixas de dores nos braços e nas costas por parte
dos trabalhadores e são freqüentes os afastamentos por problemas de saúde:

São levantadas as seguintes reclamações;

a) Dores nos braços e nos ombros, que são atribuídos aos movimentos constantes que
precisão fazer nas operações de soldagem – repetitividade;
b) Dores no pescoço e nas costas relacionadas à posição de trabalho incômoda – postura;
c) Cansaço pelo ritmo acelerado de trabalho – sem escala de revezamento;
d) Irritação nos olhos e garganta devido à fumaça de solda – exposição à agente agressivo
à saúde sem qualquer proteção;

Nas etapas de trabalho são observadas as seguintes constatações:

a) Cada trabalhador aplica 30 pontos de solda por minuto, realizando esta operação com
o braço suspenso – equivalente a 1.800 pontos p/h e 14.400 pontos p/d sem descanso;
b) Os assentos não têm altura regulável e dependendo do trabalhador, ele fica em uma
posição inadequada – posicionamento único;
c) O nível de iluminação é insuficiente, fazendo com que o trabalhador precise curvar o
pescoço para olhar mais de perto os pontos de solda que aplica – iluminação precária;
d) Não há sistema de exaustão no local para retirada da fumaça da solda – sem
equipamento de proteção coletiva;
e) O ritmo de trabalho é acelerado porque não há pausa para descanso e, quando algum
trabalhador falta, os demais ficam sobrecarregados – sem escala e profissional para
substituição dos faltantes;

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Obstáculos da Ergonomia na Empresa:

1) Anarquia Gerencial – Sem liderança / governo

As pessoas se revesando quando querem e se quiserem, passando muito tempo


numa tarefa durante o dia para terem mais folga à tarde, não cumprindo o tempo de
repouso obrigatório para evitar fadiga.

2) A falta de Conhecimento de Engenharia nos Métodos de Produção.

Grande parte dos gerentes e supervisores de produção executam essa função sem
qualquer preparo – sem conhecimento e instrução ou escolaridade em engenharia e
métodos de produção, e assim colocam as linhas de montagem ou produção para rodar
sem qualquer base tecnológica de como faze-lo – e sim p/ indicação por parte do
empregador;

3) Assessoria Técnica em Ergonomia Interrompida.

Muitos gerentes e diretores já tiveram vontade de instruir a Ergonomia, mas


interromperam o trabalho diante de inúmeros casos de consultorias fracas incapazes de
proporcionar soluções consistentes – conceitos custos / sem benefícios;

Requisitos para Aplicação.

Os cinco pré-requisitos para que uma solução seja considerada ergonomicamente


correta:

1) Requisito Epidemiológico: deve ser capaz de reduzir a incidência de problemas de


coluna, de fadiga, de lesões por traumas cumulativos e outros – medicina do trabalho;
2) Requisito Biomecânico: estuda-se o trabalhador estar executando sua tarefa na nova
posição, percebendo-se que a mecânica humana está funcionando melhor;
3) Requisito Psicológico: o trabalhador aceita bem a solução ergonômica;
4) Requisitos Fisiológicos: nesta nova situação, o trabalhador se cansa menos;
5) Requisito de Produtividade: com a nova solução não ocorre nenhum prejuízo de
produtividade, ou até mais, a produtividade aumenta.

Como fazer chegar a Solução Ergonômica até as Empresas.

As soluções ergonômicas se dividem em 7 categorias principais:

1) Revezamentos que visam não causar sobrecarga a um grupamento muscular ou parte


do corpo – pausas de 5 a 10 minutos a cada hora trabalhada;
2) Pausas: adotadas quando o revezamento não é eficaz – opções a mais;
3) Melhorias na organização do trabalho – crescimento / constate;

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4) Melhorias no método do trabalho – fluxo de trabalho;


5) Pequenas melhorias em postos de trabalho – investimentos;
6) Projetos de melhorias ergonômicas – exemplo mobiliário adequado;
7) Orientação ao trabalhador sobre práticas correta – instrução;

Intervenção Ergonômica

Os degraus da intervenção ergonômica.


1º Passo
Transformar condições primitivas em postos de trabalho – exemplo; Os assentos não têm
altura regulável e dependendo do trabalhador, ele fica em uma posição inadequada. Este é
o trabalho de pelo menos 80% das soluções ergonômicas comumente aplicadas nas
empresas.

2º Passo
Melhorar as condições de conforto relacionadas ao ambiente de trabalho. Especialmente
em relação ao conforto térmico para trabalhos intelectuais, exemplo; nível de ruído,
iluminação e ventilação.

3º Passo
Melhorar o método de trabalho

4º Passo
Melhorar a organização do sistema de trabalho, pois muitas vezes o sistema é organizado
segundo uma linha de montagem, com uma série de situações anti-ergonômicas.

5º Passo
Ergonomia na concepção: trata-se da etapa mais avançada, na qual antes de se encomendar
ou construir uma máquina ou uma fábrica, procurando-se estudar o impacto ergonômico
sobre os passos, fazendo-se as devidas adequações.

Requerimento da Máquina Humana

Rendimento é uma das formas de avaliar o desempenho de uma máquina: numa


máquina de alto rendimento, boa parte do processo energético - relativo a energia é o
aproveitamento do trabalho mecânico; ao contrário, numa máquina de baixo rendimento a
maior parte da produção energética se perde sob a forma de calor.
Há uma concordância entre os estudiosos da fisiologia humana no trabalho que o
rendimento da máquina humana é muito baixo: raramente atinge os 30% nas condições de
trabalho industrial, e de no máximo 10% e em alguns tipos de atividade.

Este baixíssimo rendimento é importante para o ser humano, pois, vivendo na


maior parte do planeta Terra, sujeito a temperaturas ambientais menores do que a do seu
próprio corpo, e sendo um animal homeotérmico (de temperatura interna constante), o ser

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humano tem que estar sempre produzindo calor endógeno - que se origina, desenvolve ou
reproduz a partir do tecido interno de um órgão ou organismo para se manter vivo.

Na evolução do processo industrial haverá cada vez menos, a necessidade do ser


humano desenvolver o trabalho fisicamente pesado. Isto já é quase realidade na sociedade
industrial japonesa onde os executantes de trabalhos especializados são tantos e os
trabalhos pesados propriamente dito é tão pouco que é feito um rodízio de turmas para
atender à necessidade de execução daquele tipo de atividade.
Isto não é realidade no Brasil, e nem será tão cedo. Nosso predomínio ainda é de
pequenas empresas, onde o nível de automação é muito baixo, e a nossa realidade é de um
grande continente de trabalhadores, cuja única habilidade é para o trabalho físico
propriamente dito. Torna-se, portanto, indispensável conhecer às características da
máquina humana, no sentido de ajustar a exigência de dispêndio energético - aquilo que se
gasta, se consome; gasto, consumo, despesa da tarefa a esta capacidade.

Alimentação e Produtividade

Pode-se falar que a baixa ingestão alimentar diminui a capacidade de trabalho do


indivíduo. No entanto, a fim de enfatizar os aspectos principais da questão, abordaremos
os seguintes tópicos:

 Efeitos da ingestão insuficiente de alimentos ricos em energia (carboidratos e lipídios);


 Efeitos da restrição prolongada de proteínas;
 Efeitos do trabalho pesado instituído em ausência de desjejum;
 Efeitos da carência de vitaminas e outros oligoelementos;

Efeitos da ingestão insuficiente de alimentos ricos em energia

Os achados mais interessantes da literatura são aqueles referidos por Lehman,


durante a 2º guerra mundial, quando os trabalhadores de fabricas alemães foram
submetidos à restrição calórica: quando os trabalhadores que necessitavam de 4200
quilocalorias por dia recebiam apenas 3400 quilocalorias, seu rendimento caixa para 70%
recebendo 3000 quilocalorias, seu rendimento caia para 55%. Entre aqueles que
realizavam trabalho mais leve, a redução era ainda mais dramática: indivíduos que
necessitam de 2400 quilocalorias, quando recebiam apenas 2100 quilocalorias, tinham um
rendimento de apenas 40%.

Efeitos do trabalho pesado instituído em ausência de desjejum.

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Em situações de hipoglicemia, a capacidade de trabalho, tanto físico como


intelectual diminui, uma vez que, em ambos os casos, a origem do processo se dá ao
cérebro, que não acumula glicogênio e nem sua lipídio para o seu metabolismo.

Na prática, observa-se uma variação individual neste tipo de resposta, e se há


pessoas que efetivamente apresentam neste tipo de rendimento quando trabalham sem o
desjejum, existem outras cujo desempenho é normal.

Estas diferenças podem ser atribuídas a dois fatores:

 A variação individual no tipo de dieta: pessoas que tendem a se alimentar com


predominância de carboidratos para manterem sua capacidade de trabalho;
 A variação individual na resposta do pâncreas à ingestão alimentar: dois indivíduos,
com ingestão igual de carboidratos, terão uma secreção diferente de insulina; naqueles
em que a secreção for maior, haverá uma tendência maior à hipoglicemia em ausência
de desjejum, com diminuição da capacidade de trabalho.
No entanto, em atividades pesadas, iniciar uma jornada de trabalho sem o desjejum
pode comprometer a produtividade. Quanto mais cedo for o início do turno, tanto maior
será a probabilidade de o trabalhador começar a trabalhar sem um desjejum.
É bom lembrar as grandes distancias que costumam separar as fábricas do local de
moradia dos trabalhadores, obrigando-os a levantar muito cedo para chegar no horário.

Efeitos da carência de vitaminas e outros oligoelementos.

As principais situações de carências isoladas de oligoelementos e suas


repercussões sobre a capacidade de trabalho são as seguintes:

Deficiência de vitamina B1 na alimentação – pode acarretar comprometimento


na capacidade energética, pois a vitamina B1 é uma importante coenzima no processo de
quebra aeróbica de lipídios e carboidratos – situação possível de ocorrer entre indivíduos
que não têm
o hábito de comer verduras e legumes, e quando os comem, é apenas sob a forma de
alimentos cozidos. Deve-se lembrar que as vitaminas hidrossolúveis facilmente se perdem
no líquido de cocção; o problema é mais importante com a vitamina B1, porque ela não é
armazenada no organismo.

Deficiência de vitamina A na alimentação – pode acarretar comprometimento na


capacidade visual, principalmente na adaptação da visão às variações claro-escuro e na
visão com pouca luminosidade (o que é um fator de risco para acidentes de trabalho) –
situação possível de ocorrer entre trabalhadores que se alimentam muito mal, em
decorrência de um nível sócio-econômico baixíssimo; e entre pessoas que, apesar de terem
as condições financeiras para tal, não têm o hábito de comer verduras, peixes, fígado ou
outras substâncias ricas nesta vitamina.

Deficiência na ingestão de sódio – pode acarretar fraqueza muscular, tonturas e desmaio,


principalmente se o indivíduo trabalhar em ambiente quente; pode ocorrer também entre

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pessoas que ingerem pouco sal e alem disso ainda tomam diuréticos eliminadores de sal
por recomendação médica (doenças cardíacas e renais).

Insuficiência de ferro no organismo – pode ocasionar anemia, com desânimo e fraqueza,


por impossibilidade de chegado do oxigênio até os músculos. Pode vir em decorrência de:

- Alto custo dos alimentos que contêm ferro – nos alimentos vegetais que contêm 50% do
mesmo se perde durante a cocção;
- De verminoses particularmente Necator americanus;
- De sangramentos repetidos, às vezes invisíveis (sangramentos intestinais) ou pouco
avaliados quanto à sua gravidade (metrorragias, hemorróidas).

Hábitos Alimentares Inadequados.

Muitos dos transtornos à máquina humana são decorrentes não dos itens anteriores,
mas de hábitos alimentares inadequados. Entre os principais, entre população trabalhadora
de fábrica e de escritórios, citamos os seguintes:

Excesso de comida, particularmente de carboidratos, à hora da refeição servida na


empresa; é comum observarmos os pratos transbordando de arroz, feijão, com repetição
dos mesmos; excessos de carboidratos, ingerido de uma só vez, provocam fermentação
intestinal, favorecendo a formação de gases, além de não servir como um bom suporte
alimentar para o período interdigestivo, ocorrendo fome precocemente.

Excesso de gorduras, especialmente de carnes contendo gordura saturada – muitos


dos problemas de excesso de colesterol no sangue e de obesidade são devidos a este fator;
culturalmente no Brasil, se não se comer carne duas vezes ao dia, costuma-se ficar com a
sensação de se ter comido mal: além disso, as feijoadas e outros excessos são de difícil
digestão e contribuem para queda do rendimento no trabalho.

Pouca aceitação de pescados – no Brasil, o hábito de comer peixes é limitado ao litoral e


a algumas regiões do interior (é comum verificar a existência de populações em carência
protéica vivendo às margens de cursos de água piscosas);

Pouca aceitação de verduras e de legumes

Ingestão rápida do almoço e do jantar – no nosso meio, é comum as empresas


terem turnos de trabalho corridos, com 8 horas de duração, sendo que os 30 minutos de
almoço estão incluídos no horário de trabalho; se tomada rapidamente e em grande
quantidade, a comida ingerida irá ocasionar peso e desconforto pós prandial; além do fator
tempo insuficiente, a ingestão rápida também faz parte do hábito dos próprios
trabalhadores;

Almoço na própria bancada de trabalho ou no próprio galpão de trabalho –


ocorre principalmente entre os que levam marmita; esta situação favorece a intoxicação
ocupacional através da via digestiva;

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Ir para o refeitório com roupas previamente contaminadas – também nesses


casos, fica favorecida a intoxicação ocupacional através da via digestiva;

Não lavar as mãos antes das refeições – que favorece não só a infestação
intestinal por vermes, mas também intoxicação profissional;

Ingestão desnecessária de ceia – entre pessoas que trabalham durante a noite em


atividade leve; este hábito contribui para a obesidade;

Uso de refrigerante em quantidade excessiva – o que contribui para o


desconforto gastrointestinal;

Número excessivo de cafezinhos – por dia de trabalho, o que aumenta a secreção


ácida do estômago.

Fazer apenas uma refeição maior por dia – geralmente é a que é servida na
empresa.

A existência de hábitos alimentares inadequados, como os citados, superposta à


existência de verminoses intestinais e de problemas dentários que dificultam a adequada
mastigação dos alimentos, contribui para que as queixas relativas ao aparelho digestivo
alto se constituam numa das mais freqüentes, quando na revisão periódica dos
trabalhadores (quadro de dispepsia funcional).

Recomendações de Ergonomia

1. A empresa deve repor no mínimo as quilocalorias gastas ao trabalho

Esta afirmação se baseia na lógica da reposição energética de qualquer máquina a


serviço da empresa. Os textos do presente livro, particularmente dos capítulos 1 e 3,
permitem ao leitor calcular quantas quilocalorias por dia o trabalhador gasta a serviço da
empresa num dia típico.

2. Para o pessoal do turno da manhã, a jornada de trabalho deve ser precedida de um


desjejum.

Visa essencialmente repor o nível de glicemia no valor correto, indispensável para


o adequado funcionamento do cérebro, onde se iniciam todas as ordens para a atividade de
trabalho. Esta medida pode ser dotada sem maior dificuldade, instituindo-se um lanche à
porta da empresa, antes de se iniciar a jornada.

No Brasil, se aceita muito bem o pão francês com manteiga/margarina,


acompanhado de leite e pó achocolatado e adoçado com açúcar, quente ou frio, segundo a
estação do ano, a gosto do trabalhador. O desjejum deve, portanto, ser constituído
fundamentalmente de carboidratos de caia curta facilmente absorvíveis a nível intestinal.
Esta medida costuma ser desnecessária nos outros turnos.

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3. A empresa deve zelar para que o trabalhador tenha condições de se alimentar


adequadamente fora do horário de trabalho.

É bom lembra que o alimento fornecido pela empresa no almoço ou no jantar em


duas dependências dificilmente reporá os estoques de energia, pois esta reposição,
conforme destacamos, demora de 2 a 3 horas para acontecer. Para ter energia para o
trabalho na empresa, o trabalhador tem que se alimentar bem em casa.

4. Deve-se evitar almoços com o conteúdo calórico excessivamente pesado.

No caso de atividades físicas muito pesadas, em que se torna necessário repor às


vezes milhares de quilocalorias, é melhor que isto seja feio através de um número maior
de relações do que através de uma só, devido aos problemas que isto pode ocasionar.

5. A reposição alimentar deve ser feita nos horários corretos.

Regras úteis para esta reposição:

 O turno da manhã nunca deve se iniciar antes de 6 horas;


 A principal refeição na empresa deve ser servida entre a terceira e a quarta hora após o
inicio da jornada;
 As pausas para lanche devem ser em número de duas, uma entre o início do turno e a

refeição maior, e outra entre a refeição maior e o final do turno; (a adequação


administrativa dessas pausas nem sempre se tem mostrado fácil, devido ao fato de nem
sempre ser viável interromper a função num horário pré-estabelecido; e também devido à
dificuldade de se mobilizar toda uma estrutura para servir um grande número de lanches
na hora certa de qualquer forma, soluções existem, bastando querer fazer); entre pessoal
administrativo, a
pausa de 10 minutos para o cafezinho, entre 9:30 e 10:00 da manhã e entre 15:30 e 16:00
horas atendem à necessidade;
 Pessoas que executam trabalho leve em turnos da noite devem ter uma ceia de valor
calórico mais baixo que aqueles que trabalham em atividade pesada, caso contrário,
irão engordar.

6. A alimentação servida pela empresa deve ser correta sob o ponto de vista nutritivo

Cabe à empresa tomar a primeira atitude em termos de alimentação correta,


tanto no sentido de evitar o excesso de colesterol, como no sentido de fornecer
vitaminas e outros oligoelementos necessários. Hoje já se conhece este assunto
razoavelmente bem, e cabe à empresa zelar junto aos terceiros de quem compra as
refeições que as regras de alimentação sadia sejam seguidas;

7. Deve-se conscientizar os trabalhadores de todos os níveis para que aprendam a comer


bem de forma sadia
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Trata-se de uma complementação extremamente importante, pois certamente na


grande maioria das empresas, o maior problema com que defrontará é o das pessoas que
irão comer em excesso, comer o que faz mal, e portanto, se tornam obesas e predispostas a
doenças em decorrência do que comem.

8. Criar hábitos adequados de acesso ao cafezinho, evitando-se o abuso do mesmo.


A cafeína presente no chá e no café é um potente estimulando do sistema nervoso
central. Sob sua ação, o fluxo do pensamento é mais rápido e mais claro, a vigília é maior
e a sensação da fadiga é menor. Após a ingestão da cafeína contida num cafezinho, a
pessoa se torna mais capaz de fazer um esforço intelectual prolongado e melhora sua
capacidade de associação de idéias. Os estímulos sensitivos são apreciados de forma mais
fina e o tempo de reação é menor. A atividade motora aumenta. Pessoas que trabalham
com datilografia alimentariam o número de toques e diminuem o número de erros. A
função muscular também é estimulada, tanto por aumento da atividade cortical, como pelo
aumento da quantidade de acetilcolina liberada na placa motora. Com todos esses efeitos,
é desejável que se tenha a liberdade de dois cafezinhos diários, na metade do expediente
da manhã e na metade do expediente da tarde.

Chamamos a atenção, no entanto, para os efeitos indesejáveis de um abuso na


ingestão de café:

 À fase de excitação segue-se uma fase importante de depressão da atividade do sistema


nervoso central;

 Aparece uma hiperestesia (hipersensibilidade) exagerada, muitas vezes desagradável;


 Ocorre uma diminuição do fluxo sanguíneo cerebral, que talvez explique cefaléia pós-
ingestão de grande quantidade de café;
 Aumento da secreção gástrica, causando desconforto gastrointestinal e favorecendo o
aparecimento ou recidiva de úlcera;
 Comprometimento do sono;
 Aumento do peso, como conseqüência do efeito de açúcar refinado.

Por tudo isso, o cafezinho continua tendo seu lugar: num local afastado, que
obrigue as pessoas a se deslocarem até ele durante a pausa da manhã e durante a pausa da
tarde, nunca uma garrafa em cada sala.

Do Trabalho Físico (Adequado)

Assim, na comparação entre homem e máquina, e destacando a superioridade da


máquina:

Como máquina de levantar cargas, mais uma vez fica o homem em desvantagem,
enquanto um indivíduo de 70 kg pode levantar com segurança apenas uma carga de 23kg
(1/3 de seu próprio peso), os equipamentos mecânicos levantam cargas dezenas e centenas
de vezes mais pesadas que seu próprio peso.

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Cabe lembrar, por fim, que o homem é um máquina que consome energia
enquanto parada.
Em repouso, nosso organismo trabalha. Seria comparado a que nossa máquina
tivesse uma espécie de “marcha lenta”, ritmo suficiente para manter a vida. Esta “marcha
lenda” é chamada de metabolismo basal.
O ser humano adapta-se ao trabalho físico aumentando a sua taxa de metabolismo.
Se o esforço for instruído bruscamente, o organismo irá lançar mão de mecanismo
anaeróbico para a produção de energia; se o esforço for instituído gradativamente, o
organismo lançará mão de mecanismos aeróbicos para a mesma finalidade.
Quando o indivíduo sai do repouso e entra em atividade, por conta de uma
exigência do trabalho físico, seus processos energéticos tratam de funcionar mais
aceleradamente, pois a substância básica de fornecimento de energia para os processos
celulares (chamada A TP ou trifosfato de adenosina) existe disponível para uso imediato
apenas em pequena quantidade. Outras substâncias de fornecimento de energia, chamada
somatória do tempo de ação da fosfoscreatina disponível e do ATP disponível não
ultrapasse 20 segundos.

Conseqüência do Trabalho Físico Pesado sem Racionalidade

As principais situações anti-ergonômicas no ajuste entre a carga de trabalho físico


e capacidade dos trabalhadores ocorre quando:
1. A carga de trabalho físico e a capacidade pesada para a quase totalidade dos
trabalhadores.

2. Apesar de não ser excessivamente pesada a carga de trabalho físico ultrapassa o limite
de 1/3 da capacidade de aeróbica do pessoal, não existindo pausas de recuperação
suficiente.
3. Quando o número de horas reais de trabalho é muito alto, seja na complementação de
rendimentos fora dela.
4. Quando os trabalhos em si são razoavelmente bem elaborados por trabalhadores
dotados de uma capacidade aeróbica relativamente alta, e um trabalhador novo, de
baixa
5. Capacidade aeróbica entre para aquela função ser uma verificação prévia de sua
condição física para tal.
6. Quando ao trabalho pesado vem superposto ao ambiente de alta temperatura.
As conseqüências básicas destas citações chamam-se fadiga por sobrecarga
metabólica que pode se apresentar de duas formas: Aguda e Crônica.

Fadiga Metabólica

Fadiga Aguda
A fadiga por sobrecarga metabólica aguda apresenta como principais
conseqüências, os efeitos de excesso de ácido lático nos tecidos que provoca dores
musculares, câimbras durante o trabalho, dor muscular e músculos endurecidos nos dias
que se seguem ao trabalho excessivamente pesado.

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A fadiga sobre carga metabólica crônico aparece de uma forma mais insidiosa, e se
manifesta em propensão para distúrbios. Nos músculos ligamentais, como as distensões,
tendinites, tenossimovites e lombalgias.
Os trabalhadores em geral, para compensar este tipo de fadiga praticam o chamado
“Pausa Furtiva”, demorando-se um tempo excessivo para realizar tarefas simples
demorando muito tempo na insatisfação sanitária, etc.
Enfim, a pausa furtiva acaba funcionando como um mecanismo de defesa do
trabalhador para se projetar da sobrecarga metabólica.

Postura de Trabalho

Os aspectos biomecânicos podem ser bem entendidos quando verificamos que,


apesar de se apoiar apenas sobre dois pés, e apesar de possuir um centro de gravidade mais
elevado que os quadrúpedes, ao ficar de pé sobre os dois pés o ser humano consome
relativamente menos energia que aqueles. A explicação para este fato está em alguns
detalhes de nossa anatomia:

 A fadiga dos músculos da panturrilha;


 O aparecimento de varizes, comuns em quem tem tendências hereditárias parado de pé
durante a maior parte da jornada, carregar cargas pesadas e trabalhar em ambientes
quentes (ao contrário do que muita gente pensa, andar muito e subir escadas não
acarreta varizes);
 Agravamento de lesões pré-existentes nos tecidos moles dos membros inferiores.

Trabalhar de pé se constitui na melhor alternativa quando:

 O posto de trabalho não tem espaço para acomodar as pernas do trabalhador;


 Há necessidade de manusear objetos de peso maior que 3,0 kg;
 Há necessidade de se deslocar para frente ou para os lados para pegar componentes /
ferramentas / dispositivos;
 Quando as operações são fisicamente distintas e requerem movimentação freqüente
entre as estações de trabalho,
 Quando se tem que fazer esforço para baixo, por exemplo, ao empacotar.

A posição Sentada

As condições ergonômicas para o trabalho sentado serão tratadas em capítulo


especial. Neste ponto, é importante citar que a posição sentada é indicada quando:

 Todos os itens necessários ao ciclo do trabalho podem ser fornecidos facilmente e


manuseados com facilidade dentro dos limites do espaço de trabalho, sem necessidade
de se desencostar ou de movimentar o tronco;
 Todos os itens de trabalho, ferramentas, componentes e dispositivos estão à altura
máxima de 6 cm do nível de trabalho;
 Não há necessidade de manusear pesos excessivos (não mais que 3,0 kg);
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 Tarefas que exijam montagens finas freqüentemente;


 Tarefas que exijam escrita frequentemente;
 Tarefas que envolvem o uso freqüente de máquinas de datilografar ou de computador.

A posição Semi-sentada (ou sentada, com apoio para as nádegas)

Na posição semi-sentada, preserva-se a agilidade de ação, muitas vezes


fundamental para quem trabalha de pé, evita-se a fadiga nos músculos da panturrilha, pois
muda-se o eixo de apoio dos membros inferiores, passando o apoio a ser distribuído entre
os membros inferiores e as nádegas.
Assim a indicação precisa para essa posição é:
 Quando é necessário agilidade para atuação sobre algum controle;
 Para evitar a fadiga, quando se trabalha de pé parado durante um grande número de
horas (operadores de máquinas operatrizes, dentistas, cirurgiões, desenhistas,
professores, etc.).

Postura alternada: de pé / sentado

Nesta situação, preserva-se a movimentação periódica do corpo, evita-se a fadiga


da posição de pé, evita-se também as dores no dorso e na região lombar, tão freqüentes na
posição sentada. Esta indicada quando:

 Ocasionalmente a necessidade de se atingir locais mais distantes de 40 cm do corpo


e/ou quando ocasionalmente se movimenta algum componente, peca ou ferramenta e
altura maior que 15 cm do plano de trabalho;

 Tarefas diversas devem ser feitas, sendo que algumas são feitas melhor na posição
sentada, e outras na posição de pé.

A postura de Cócoras

Discute-se muito sobre eventuais prejuízos circulatórios da posição de cócoras; por


outro lado, não se pode negar as vantagens de tolerância (e mesmo preferência) de muitas
pessoas para esta postura. Sabe-se ser a postura de cócoras uma posição de bom equilíbrio
para as pessoas acostumadas, bem como ser uma posição que favorece um alongamento
dos músculos do dorso, diminuindo a incidência de dores lombares e dorsais.
Sua grande contra-indicação está em movimentar-se nesta postura, o que teria
como resultado a possibilidade de ruptura dos ligamentos colaterais do joelho. Em outras
palavras, esta postura somente seria recomendada para pessoas que trabalham com
pouquíssima movimentação, com o cuidado de serem alertadas para se levantarem ao
terem que mudar de posição.

Fundamentos da Biomecânica

O ser humano, em diversos aspectos, pode ser comparado a uma máquina. Muito
do conhecimento da Ergonomia Aplicada ao Trabalho advêm do estudo da mecânica da
máquina humana. Os engenheiros mecânicos tem desenvolvido estudos analisando as
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características mecânicas desta máquina, e com isso deduzindo uma série de conceitos
importantes na adaptação do ser humano no trabalho.

As Alavancas e suas Implicações Práticas

Todas as vezes que colocamos interagindo um segmento rígido, girando sobre um


ponto de apoio fulcro, submetido à ação de uma força ou potência que age contra uma
resistência, temos uma alavanca. Pode-se fazer raciocínio semelhante para interpretar as
funções do sistema osteomuscular do ser humano: o segmento rígido é o osso, 0 ponto de
apoio ou fulcro é a articulação, a potência é exercida pelos músculos e a resistência é o
peso de segmento corpóreo, ou mesmo um peso que esteja sendo levantado.
Em mecânica, são descritos 3 tipos de alavancas, dependendo da posição relativa
dos diversos componentes:
O primeiro tipo é chamado de alavanca de 1º grau, ou alavanca interfixa. Neste
tipo, o ponto de apoio se encontra entre a potência e a resistência. É fácil depreender que
quando maior for a distância da potência ao ponto de apoio, tanto menor terá que ser a
potência necessária para vencer uma determinada resistência. Surge assim, um conceito
extremamente importante em biomecânica, qual seja o de braço de potência e de braço de
resistência. Braço de potência é a distância de potência ao ponto de apoio e braço de
resistência é a distância da resistência ao ponto de apoio. Assim, quanto maior o braço de
potência, tanto menor terá que ser a força para equilibrar ou vencer determinada
resistência.

O ser humano possui alavancas interfixas principalmente nas áreas relacionadas ao


equilíbrio do corpo: pescoço, lombossacras, joelhos e tornozelos.
O segundo tipo de alavanca é denominado alavanca de 2º grau ou inter-resistente.
Aqui, como braço de potência é sempre maior que braço de resistência, a intensidade da
força necessária para vencer uma determinada resistência é sempre menor que valor
nominal da resistência. Este tipo de alavanca não é praticamente encontrado nos
segmentos do nosso corpo.
A alavanca de 3º grau é também denominada alavanca interpotente, e sua
característica básica é que no braço de potência é sempre menor que o braço de
resistência. Em outras palavras, para vencer uma determinada resistência, há sempre
necessidade de se desenvolver um esforço físico bem maior do que o valor nominal da
resistência a ser vencida. Este é o tipo de alavanca predominante no nosso sistema
osteomuscular. Se por um lado este tipo de alavanca apresenta grande desvantagem
mecânica quando se trata de vencer resistência, ele apresenta uma vantagem acentuada no
que se refere à velocidade e amplitude dos movimentos, pois é fácil entender que uma
contração de 1 cm do músculo bíceps equivale a um deslocamento de aproximadamente
15 cm da ponta dos ciclos.

Contorções Dinâmicas

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O músculo humano se nutre principalmente no período de relaxamento. Isto é


devido ao fato de que, com o esforço muscular, a pressão interna do músculo ultrapassa o
valor da pressão arterial do sangue, ocorrendo um fechamento dos vasos sanguíneos que
nutrem os músculos.
Durante uma contração muscular dinâmica, o músculo se contrai, se encurta,
deixando momentaneamente de receber sangue, mas no instante seguinte se relaxa, se
alonga, e recebe o afluxo do sangue. No entanto, caso exista a chamada contração
isométrica ou estática, o músculo irá se contrair e permanecerá contraído, deixando de
receber seu aporte sanguíneo. Os processos metabólicos, que deveriam se passar por via
aeróbica, com a produção e acúmulo de ácido lático, que irrita as terminações nervosas do
músculo ocasionando dor.
O esforço é predominantemente dinâmico quando um músculo está executando
uma contração de intensidade menor que 50 de sua força máxima; é misto (estático e
dinâmico) quando a contração for maior que 50 % da força máxima, e à medida que se
aproxima de 100% da força máxima, o esforço se torna apenas estático.

Conforto Acústico

A Ergonomia introduziu um conceito novo nas condições mínimas de trabalho. O


conceito de conforto acústico, tão importante para o trabalho intelectual. Recentemente,
uma série de pesquisas tem propiciado conhecimento suficiente para se estabelecer níveis
máximos de ruído por tipo de atividade, principalmente através da análise de aspecto
auditivo de determinado ambiente, uma vez que se sabe a muito tempo ser o ouvido
humano mais tolerante aos ruídos de baixa freqüência (mais graves) e muito pouco
tolerante aos ruídos de alta freqüência (mais agudos). O desenvolvimento das NC (Noise-
Curves) para os diversos tipos de atividades representou assim, uma grande evolução na
ergonomia do trabalho intelectual.

O ser humano pode sentir dificuldade de concentração diante de nível excessivo de


ruído, dependendo das características do ruído e das características do trabalho.

Conforto Térmico

Assim como no calor, no frio trazem prejuízos relacionados por este desconforto,
isto causa baixa produtividade.
O índice de temperatura efetiva traduz bem resultante de conforto sobre o ser
humano: a temperatura do ambiente, a umidade relativa do ar e a ventilação. O ábaco para
o cálculo da temperatura efetiva ambiente está na seção de Especificações Técnicas.
 Ventiladores de teto podem funcionar, desde que a temperatura do ambiente não esteja
acima de 29º centígrados.
 Deve-se fazer o uso de roupas específicas visando o conforto térmico.

O uso de roupas específicas para manter o conforto térmico é indicado, exceto


quando existem contra indicações para tal. São elas:

Contra-indicações para o uso de roupas de proteção de frio.

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 Quando o processo de produção requer que o operador use determinado tipo de


uniforme;
 Quando a proteção extra, impedir os movimentos necessários ao trabalho;
 Quando eventuais luvas comprometerem a destreza do trabalhador;
 Quando houver picos de atividade pesada, nas quais o trabalhador irá suar e esta roupa
extra irá comprometer o processo de evaporação.

Contra-indicações de uso de roupas que facilitam a evaporação.


 Quando se tiver de usar roupas de proteção contra fogo, água ou substâncias químicas;
 Quando o processo de produção requer que o operador use um determinado tipo de
uniforme;
 Quando roupas mais permeáveis à troca de vapor d’água colocam em risco a
integridade física do trabalhador.
Em escritórios fechados mantidos em ambiente de temperatura controlada o fumo deve
ser proibido.
Nestes casos, deve ser criada uma área especial para os fumantes, com saída do ar
e da fumaça para o meio externo.

Iluminação nos Ambiente de Trabalho

No trabalho intelectual, a iluminação adequada se constitui num dos principais


itens para o trabalho correto e para o conforto humano. A percepção visual adequada
depende da iluminação (qualitativa e quantitativa) e das dificuldades da tarefa.
Para a iluminação correta dos ambientes de trabalho, dois fatores merecem
destaque: a intensidade de iluminação (ou iluminamento), geralmente expressa em lux,
e a luminância ou brilhança, que é a sensação de brilho e de ofuscamento percebida por
uma pessoa a partir de uma fonte de luz (como por exemplo, uma lâmpada), ou refletida
por uma superfície.
Até algum tempo atrás, dava-se uma importância muito maior à intensidade de
iluminação, e dava-se pouca importância à luminância. Atualmente, em trabalho
intelectual, principalmente depois do computador e dos incômodos reflexos na tela, o fator
iluminância ou brilhança passou a ser destacado como um fator igualmente importante.

Organização Ergonômica do Trabalho em Altas Temperaturas

Na maioria das vezes, as soluções recomendadas a seguir, devem ser instituídas


em conjunto, com o objetivo final de eliminar ou minimizar a sobrecarga térmica e
proporcionar condições de conforto para trabalhar. Em geral, as medidas de redução do
calor radiante e de redução da umidade relativa do ar são mais eficazes que as medidas de
refrigeração do ar, especialmente em:
- Áreas abertas ou difíceis de serem fechadas;
- Áreas onde ocorre uma grande renovação de ar, comumente como uma parte do
processo químico;
- Áreas onde a causa primária do calor é uma fonte de calor radiante;
- Áreas de alta umidade, como em fábrica de produtos químicos, onde a umidade
do ar pode ser controlada.

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Interposição de barreira de metal polido entre a fonte de calor radiante e o


trabalhador.

Representa a principal medida, e é a de efeitos mais brilhantes. Utiliza uma das


características do calor, que enquanto radiação infravermelha reflete-se bem em
superfícies espelhadas de qualquer natureza. A barreira de calor mais facilmente utilizável
é o alumínio. Assim, pode-se construir barreiras de alumínio polido sob a forma de
biombos, pode-se revestir o lado externo de fornos com uma barreira de alumínio, bem
como pode-se colocar telhas com a superfície externa de alumínio polido; pode-se revestir
o teto de um ônibus ou de aeronaves com alumínio polido, e o resultado, em todos os
casos, é a redução extraordinária do calor que atinge o trabalhador.
Naturalmente, esta medida é indicada quando o calor é proveniente de uma fonte
bem definida; quando o calor vem de fontes difusas, terá pouca utilidade.

Afastamento do homem da fonte de calor radiante.

Trata-se da segunda medida de importância; este afastamento pode ser:


 Através do afastamento do trabalhador da fonte de calor radiante (aumento da
distância entre os dois);
 Através da redução do tempo em que o trabalhador fica exposto a fonte de calor
radiante.

Na segunda forma, é importantíssimo entender-se que o trabalho no ambiente


quente deve ter a mesma filosofia do “pit-stop” das corridas de automóvel: tudo deve ser
planejado para que o tempo naquela atividade seja o mínimo possível; todos os
preparativos são feitos fora da exposição do calor, todas as ferramentas ficam preparadas e
maximiza-se a eficácia na execução da tarefa eliminando os fatores de dificuldade, treina-

se bem os operadores, e assim o tempo que os mesmos gastam naquele ambiente fica
minimizado.

Programação do horário das atividades segundo as horas do dia.

Medida incrivelmente barata, muitas vezes consegue-se extrema racionalidade com


a sua aplicação. Estuda-se as tarefas programáveis em ambientes quentes, e as mesmas são
planejadas para o horário de 6-7 horas da manhã (quando se necessita da luz do dia) ou
então para a noite (quando não se necessita da luz do dia); evita-se, a todo custo, que as
mesmas sejam feitas entre 10 e 17 horas.

Redução do dispêndio energético na função.

Esta medida está bastante relacionada à anterior, para tal, deve-se dar atenção
especial à redução do peso a ser levantado, à colocação de equipamentos mecânicos para a
sustentação de cargas e equipamentos elétricos para garantir a movimentação de material
pesado.

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Redução da umidade do ar do ambiente

Possibilita que ocorra a perda de calor por evaporação, podem ser utilizados
demidificadores, cuja eficácia e conveniência dependerão de estudo do tamanho da área,
da gravidade do problema e do equipamento necessário.

Ventilação do ambiente

O aumento da ventilação aumenta a evaporação do suor, e, portanto diminui a


sobrecarga térmica, se a temperatura do ar ventilado estiver abaixo de 25º C.

No entanto, se a temperatura do ar estiver acima de 33º C, a ventilação deve ser


evitada: primeiro porque se torna desconfortável receber uma ventilação com ar quente;
segundo porque o ar quente pode significar uma fonte de ganho de calor, e não de perda.

O aumento da ventilação é também contra-indicado quando ocasionar mobilização


de poeiras e fumaças sobre o trabalhador, como em plantas químicas; e quando o aumento
da ventilação exerce o efeito de soprar sobre papéis e documentos fazendo-os voar.
De qualquer forma, é contra-indicado que a velocidade do ar que chega ao
trabalhador seja maior que 1,0 metro por segundo, pois irá ocasionar sensação de
desconforto.

Refrigeração do ar

Solução geralmente aplicável a escritórios, e raramente recomendada em


ambientes industriais. Para que seja eficaz, é necessário que o ambiente esteja fechado. É
contra-indicada em ambientes abertos.

Pausas

Devem ser calculadas segundo os valores encontrados de IBUTG. É de máxima


importância que as pausas cientificamente calculadas sejam cumpridas pelo trabalhador,
não se deixando que o mesmo administre as pausas sob sua responsabilidade ou tolerância.
Em ambientes com alta quantidade de calor radiante, é indicado que o repouso seja
feito em salas com ar condicionado, e cuja temperatura efetiva esteja regulada por 20º - 23
ºC.

Aclimação ao Calor

Em termos práticos, é conseguida em 6 dias, embora a adaptação hidroeletrolítica


(aumento da taxa de sudorese e diminuição do sódio no suor) só ocorra completamente
após 3 semanas e adaptação cardíaca completa após 3 meses.
Inicia-se com 50% da carga de trabalho no primeiro dia, aumentando-se 10% por
dia até atingir-se 100% ao final de 6 dias.

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Após afastamento por 9 ou mais dias consecutivos (inclusive férias, naturalmente),


recomenda-se que as pessoas passem por uma reaclimação de 4 dias.
Em afastamento de 4 a 9 dias por doenças, deve-se respeitar uma reaclimação de 2
dias.

Reposição Hídrica e eletrolítica

Quando o indivíduo trabalha em ambiente quente, a sede aparece e é tão mais


intensa quanto mais aclimada for o indivíduo, por duas razões: quanto mais aclimado,
maior é a capacidade do indivíduo de desenvolver sudorese, resultando em maior perda de
volume líquido; e quanto mais aclimado, menor é a eliminação de sódio no suor; o líquido
extracelular torna-se hipernatrêmico, estimulando assim o centro da sede.

No entanto, um ponto importante a ser considerado é que raramente o indivíduo


bebe a água que precisa, deixando para completar o necessário durante a refeição.
O volume de água necessária depende da intensidade da perda, que por sua vez
depende da carga de calor ambiental mais o metabolismo. O índice de sobrecarga térmica
dá uma idéia muito aproximada da quantidade de água que é perdida por evaporação, mas
esse valor rarissimamente é maior ou igual a um litro por hora.
A água deve ser bebida de preferência parceladamente, de 15 em 15 minutos, e não
deve estar à temperatura menor que 120º C, pois a água muito fria inibe a sede quando o
ambiente é muito quente, pode contribuir para o desenvolvimento de irritações e infecções
de vias aéreas superiores.
Sob sobrecarga térmica deve-se forçar a ingestão hídrica, pois a sede costuma ser
insuficiente para repor toda a água perdida pela sudorese.
Uma técnica útil para se verificar a suficiência da reposição hídrica é pesar o
trabalhador ao início e ao final da jornada; e ao início da jornada seguinte.
Sobre a reposição salina, atualmente há um consenso de que ela não é necessária
entre trabalhadores aclimados, pois com a secreção de aldosterona pelas glândulas supra-
renais, ocorre retenção de sódio no organismo e a perda diária pelo suor é resposta pela
alimentação, o fornecimento de alimentação um pouco mais salgada, ou de pipoca
(naturalmente salgada) costuma ser uma técnica excelente para a reposição eletrolítica.
Quando pessoas pouco ou não aclimatadas são colocadas para trabalhar em
ambientes muito quentes, é então indicada a solução de água mais cloreto de sódio na
concentração fisiológica (9 g de NaCl para um litro de água), fria, à temperatura de 100 -
150º C. Preparados comerciais como Rehidrat, Hidrax e Hidrafix atendem a esta
necessidade. Uma preparação fácil de ser feita em qualquer empresa é a fórmula do soro
caseiro: utilizando-se a colherzinha própria para tal, distribuída pelos centros de saúde,
coloca-se 8 medidas de açúcar e 4 medidas de sal em 1 litro de água.

Roupas adequadas e óculos com filtro infravermelho

Sob o ponto de vista de conforto térmico, uma roupa adequada é aquela que
absorve pouco calor radiante e que permite a evaporação do suor. O algodão e o linho são
os tecidos comprovadamente mais eficazes quanto ao segundo aspecto. Quanto à absorção
de calor apenas as vestimentas de metal polido é que refletem adequadamente os raios
infravermelhos. Os tecidos de algodão ou linho têm uma absorção relativamente grande de

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calor radiante (ondas do infravermelho) sem diferenças significativas quanto à cor. A


situação não é a mesma quanto à cor. A situação não é mesma quanto à radiação solar, sob
a qual os tecidos de cor escura absorvem mais o calor que os de cor clara.
Também importante para a eliminação do suor é que não se forme uma película de
ar entre a pele e o tecido, película esta que passaria a funcionar como um isolante térmico.
Assim, quanto mais próximo a roupa estiver do corpo, melhor será a evaporação do suor.
Trabalhar com a roupa molhada é uma solução prática adotada em alguns locais:
antes de assumir seu posto de trabalho num ambiente quente, o indivíduo entra sob um
chuveiro frio, molhando sua roupa. A repercussão orgânica da carga de calor radiante do
ambiente de trabalho é muito menor neste caso, pois o aquecimento da interface do tecido
molhado sobre a pele é muito mais difícil do que a interface do tecido seco sobre a pele.
Quando começa a se sentir desconfortável, o trabalhador volta a se banhar sob o chuveiro
frio. Esta solução também é favorável em situações de cura à exposição ao ambiente muito
quente, onde não haja risco de choque elétrico.

Também adotado por muitos é o trabalho sem camisa, só de calção ou bermuda,


favorecendo assim a troca térmica, com evaporação fácil de suor para ar. Esta medida é
contra-indicada quando houver risco de acidente às partes do corpo expostas, e sob luz
solar, pois favorece ao aparecimento de doenças de pele, inclusive o câncer.

Roupas de gelo

Trata-se de já questões onde se põe gelo ou gel congelado nos bolsos. São eficazes
em proteger o trabalhador de um aumento rápido da temperatura interna.

Indicação:
- trabalho moderado ou pesado em ambientes de baixa sobrecarga térmica;

Contra-indicações:
- ambientes de alta sobrecarga térmica, pois impedem o mecanismo da evaporação;
- trabalhos que exigem postura forçada, pois limitam os movimentos.

Roupas de alumínio

Indicadas para exposição de curta duração e atividades leves em ambientes muito


quentes; se o trabalho poderá ser acumulado no corpo, pois a roupa não permitirá a
evaporação do suor.

Roupas de alumínio com circulação interna de ar

São indicações quando se vai ter exposição de curta ou longa duração em ambiente de
alta sobrecarga térmica, dentro de determinados limites, tolera-se atividade física mais
pesada com este tipo de vestimenta.

Óculos com filtro infravermelho


A proteção contra a catarata é garantida pelo uso constante de óculos com filtro
infravermelho.

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Seleção medica adequada

Diversas doenças e mesmo situações não caracterizadas como doenças podem contra-
indicar o individuo para o trabalho em ambientes de altas temperaturas (ver parte de
especificações técnicas da maquina humana – omitimos a explicação dos motivos, por
fugirem ao escopo deste livro – ver os livros temas de saúde ocupacional, fisiologia do
trabalho aplicada e caderno ergo 12, do autor).

Revisões periódicas de saúde

O controle periódico deve ser feito semanalmente (pela enfermagem do trabalho)


durante a primeira semana do trabalho.
Nas revisões semestrais (obrigatórias pela legislação brasileira) devem ser
pesquisados:

- Historia de ferimentos acidentais repetitivos no trabalho (podem ser indicadores de


má tolerância à sobrecarga térmica);
- Ausências freqüentes por doenças;
- Perda de peso (a fim de diagnosticar desidratação crônica, ou mesmo desnutrição);
- Conjuntivite e inicio de catarata;
- Dermatites e queimaduras
- Hipertensão arterial;
- Sintomas e sinais de úlcera péptica, gastrite ou colo irritável;
- Sinais de insuficiência renal, com exame de urina de rotina (a fim de detectar a
função de concentração e tendência a calculo), uréia e creatinina no plasma e depuração de
creatinina (como medida da filtração glomerular).

Particularmente importantes são as revisões de trabalhadores expostos a altas temperaturas


com mais de 45 anos, pois a partir dessa época a capacidade aeróbica cai muito, se o
trabalho não for de maior exigência metabólica.

Deve-se programar a redução do grau de sobrecarga térmica a que estão expostos os


trabalhadores com mais de 45 anos, visando não expô-los a grandes sobrecargas.

14. Orientações especiais no caso de exposição a altíssimas temperaturas

Deve-se tomar pelo menos os seguintes cuidados:


1. Ter este tipo de trabalho (geralmente de manutenção em condições extremas), como
uma tarefa classificada, para a qual existe obrigatoriamente uma PPTE (permissão para
trabalhos especiais);
2. Ter bem definido o tempo de permanência, segundo a temperatura ambiente;
3. Adotar roupas especiais, conforme antes citado;
4. Definir para o trabalhador, claramente, o tempo máximo de permanência, possibilitando
a existência de outros trabalhadores, para que exista revezamento quando estiver se
aproximando o limite de tempo determinado

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5. Orientar o trabalhador sobre os sintomas de sobrecarga térmica, e as condutas a adotar


caso venha a senti-los;
6. Colocar sinalizadores (walk-talk) (medidor de freqüência cardíaca), de forma a
possibilitar que o trabalhador sinalize verbalmente para a equipe de controle como está se
sentido, na existência de um monitor de freqüência cardíaca, seu valor será o monitor
biológico da exposição à freqüência cardíaca devera exceder o máximo estabelecido pelo
médico da empresa para aquele trabalhador.
7. Após a exposição à sobrecarga térmica intensa, evitar fornecer bebida gelada, pois
poderá causar sintomas gastrointestinais

Orientações aos trabalhadores que executam atividades em ambientes quentes

1 . Cumpra rigorosamente os horários determinados para se trabalhar e os horários


determinados para fazer pausa; evite a prática de forçar o trabalho nas primeiras horas da
manhã para ficar maior parte do tempo livre à tarde, pois isto pode ocasionar
conseqüências graves.
2. Procure verificar com o médico sua pressão arterial frequentemente, caso não haja
sinais de pressão alta, você pode se beneficiar com a ingestão de uma quantidade um
pouco maior de sal, por exemplo, na comida ou mesmo com outros alimentos que
naturalmente levam sal (pipoca, amendoim torrado etc.)
3. Beba água fira à vontade, mas evite beber água gelada. Beba também bastante água em
casa. Na empresa, caso esta lhe sirva solução salina, beba à vontade. Não tenha ceio de
beber água em excesso, pois em situação normal o nosso organismo é capaz de eliminar
todo e qualquer excesso.
4. Use as roupas adequadas que lhe são fornecidas pela empresa, inclusive os óculos de
proteção.
5. Procure manter a forma física, através de ginástica, pois isto irá facilitar a sua condição
de trabalho com o passar da idade. Ande de bicicleta, corra ou pratique o esporte que você
tem hábito pelo menos 30 minutos 3 vezes por semana.
6. Evite engodar, pois isto irá comprometer muito sua capacidade de trabalhar.
7. Procure conhecer os sinais precoces da sobrecarga térmica, como tontura, náuseas e
cãibras, e deixe a área quente quando estes sinais se apresentarem.

8. Nunca trabalhe em ambiente quente quando estiver com febre ou com alguma doença
que ocasione febre.

Conseqüência da má-iluminação

Queda do rendimento
Constitui-se mais obvia das conseqüências, conseqüência esta frequentemente
ignorada. Este prejuízo existe especialmente para as tarefas em que a visão é fundamental
(tais como linhas de montagem e transcrição de dados), mas é também evidenciada
quando é necessário o trabalho intelectual e é muitíssimo nítida em pessoas com mais de
45 anos.
Nas pessoas com mais de 45 anos, o comprometimento visual devido à baixa intensidade
de iluminação é devido a dois fatores: opacificação gradativa dos humores do olho (humor

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aquoso e humor vítreo) e presbiopia (dificuldade de acomodação para perto devido à perda
de estabilidade do cristalino), que se acentua em ambientes mais escuros.

Fadiga visual
É característica por ardor e dolorimento dos olhos, vermelhão da conjuntiva,
modificações da freqüência do piscar, lacrimejamento, fotofobia, diplopia, sensação de
visão velada, percepção de auras coloridas em torno de objetos, persistência anormal de
pós-imagens, instabilidade da imagem em sua definição ótica e espacial.
Alem disso, costuma vir com seguintes sinais e sintomas extra-oculares: cefaléia de
características variáveis, frequentemente agravada pelo cumprimento da tarefa, sensações
de vertigem, manifestações diversas de natureza gasto intestinal, sensação de desconforto
e irritabilidade fácil.
Sua relação com a má iluminação é bem evidente, principalmente com:

 Trabalho com empenho visual feito em situação com baixa iluminação;


 Existência de alta luminância no ambiente de trabalho;
 Existências de tremores da iluminação, principalmente ligada à iluminação
fluorescente; esta causa de fadiga pode existir mesmo quando as lâmpadas estão
funcionando oscilando a 60 vezes por segundo, que normalmente é imprescindível ao
olho humano, mas que provoca fadiga quando esta é a única forma de iluminação de
determinado ambiente;
 Existência de reflexos no campo visual do trabalhador (atualmente é a principal causa,
principalmente os reflexos na tela dos monitores de vídeo de computador).

Erros comumente cometidos em relação à iluminação dos locais de trabalho e suas


conseqüências

Erro 1 – Nível insuficiente de iluminamento


Gera percepção inadequada dos detalhes, queda do rendimento, erros, além de fadiga.
Situações mais comuns:

 Número insuficiente de lâmpadas por área a ser iluminada;


 Janelas muito estreitas para a quantidade de luz desejável por iluminação natural;
 Galpões e construções largos construídos sem iluminação natural pelo teto;
 Uso exclusivo de lâmpadas de teto nos galpões e nos postos de trabalho em geral;
 Prédios administrativos em nível de subsolo, prejudicando a entrada de luz do dia,
ficando os trabalhadores expostos à luz artificial durante todo o tempo;
 Iluminação insuficiente para percepção de pequenos detalhes, obriga os mecanismos
de convergência e acomodação a funcionarem de forma forçada, com fadiga;
 Falta de limpezas nas luminárias, reduzindo-se assim sua capacidade de refletir a luz.

Erro 2 – existência de claridade excessiva ou de ofuscamento leva basicamente à


fadiga visual.

Situações mais comuns:

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 Uso da lâmpada incandescente (com auto-brilho); a alta luminosidade desta fonte de


luz origina reflexos difusos no papel, na mesa de trabalho e em qualquer superfície
refletora;
 Mesas posicionadas de frente às janelas (se o campo visual do individuo se defrontar
com a luz externa proveniente de uma janela, ocorrerá o deslumbramento); fontes de
luz no campo visual do trabalhador;
 Mesa de trabalho com superfícies refletoras: mesas claras polidas, mármore, vidro
sobre a mesa, livros impressos com papel brilhante, bancadas de trabalho metálicas
com alto-brilho;
 Luz do sol penetrando por janela e atingindo local para onde o trabalhador tem que
direcionar a mirada;
 Terminal de vídeo do computador de frente para a janela – capta na tela o reflexo da
luz externa;
 Terminal de vídeo do computador de costas para a janela – o individuo terá o reflexo
da luz externa sobre seus olhos;
 Terminal de vídeo que, mesmo voltado para paredes, está muito distante da parede
mais próxima, e capta na tela o brilho das lâmpadas mais distantes existentes no teto;
 Existência de partes polidas nas máquinas ou equipamentos.

Erro 3 – tamanho inadequado de letras e objetos

Leva a fadiga visual e a posturas forçadas, principalmente no pescoço, para se


enxergar os detalhes. Situações mais comuns:
 Os tipos, letras, figuras ou detalhes visuais de tamanho muito pequeno obrigam o
individuo a forçar os mecanismos de acomodação, e os detalhes visuais mínimos, que
deveriam ser lidos à 30 cm de distância dos olhos, só o serão a 15cm de distância,
gerando grande esforço de acomodação e convergência e contribuindo para a fadiga
visual;
 Ausência de lupas, associada à impossibilidade de aproximar um objeto dos olhos,
obriga o individuo a curvar o tronco e pescoço, com a conseqüente fadiga muscular e a
possibilidade de problemas para a coluna cervical.

Erro 4 – inexistência de bom contraste dos limites do objeto

Leva também à fadiga visual, por tempo prolongado de convergência. Situações


mais comuns:

 Uso de lâmpadas incandescentes para ambientes de trabalho: elas provocam sombras


fortes com prejuízo visual;
 Uso de piso escuro e polido, contrastando com superfícies brancas;
 Uso de equipamentos pretos contrastando com fundo branco (máquina de datilografia
preta sobre uma mesa de tampo branco);

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 Posição errada de mesas de trabalho em escritório: janelas à direita de pessoas destras


e à esquerda de pessoas canhotas, originando sombras fortes.

Erro 5 – uso de lâmpadas de baixa reprodutividade cromática

O uso indiscriminado de lâmpadas deste tipo (por exemplo, vapor de sódio) para
atividades em que a percepção de cores é fundamental pode levar a erros na execução das
tarefas.

Recomendações de ergonomia para iluminação dos ambientes de trabalho

O nível de iluminação deve ser adequado

Em tarefas dependentes de precisão visual, à medida que se aumenta o nível de


iluminância, ocorre um aumento diretamente proporcional da produtividade, até um
determinado ponto, a partir do qual o aumento da produtividade se torna discreto.
Aumentos ainda maiores da iluminância devem ser tratados com cuidado, pois podem
ocasionar reflexos e deslumbramentos.
 A intensidade mínima de iluminância dos postos de trabalho deve ser mantida dentro
dos valores recomendados pela norma brasileira NBR 5413, que prevê os níveis
adequados e mínimos de iluminância por grupo de tarefas visuais e por tipo de
atividade (ver Especificações);
 Técnicas, (adiante neste capítulo);
 Pessoas idosas necessitam de maior iluminância do que os jovens e adultos;
 Na medida do possível, na construção de galpões, deve-se prever o tipo de teto fileiras
de telhas translúcidas e abertura de janelas que permitam boa iluminação natural
durante o dia, com o cuidado para que não haja reflexo direto da luz do sol sobre os
postos de trabalho;
 O nível de iluminância nos postos de trabalho deve ser suplementado, segundo as
exigências visuais de cada função, com iluminação localizada, fornecida de
preferências por tubos fluorescentes. Neste caso, cuidar para que existam no mínimo
dois tubos por calha, e que os mesmos estejam defasados entre si (como a lâmpada
fluorescente oscila 60 vezes por segundo, os dois tubos devem ser instalados de forma
que quando um estiver aceso, o outro deve estar apagado);

 Na dificuldade técnica de se colocar tubos fluorescentes fora de fase, deverá ser


providenciada uma lâmpada incandescente de 60 watts para cada 16 m2, cuja função é
a de evitar a fadiga por tremor imperceptível das lâmpadas fluorescentes;
 Deve-se mesclar a iluminação artificial com a iluminação natural, com janelas
projetadas para permitir a entrada adequada da luz natural.

Em ambientes maiores e onde trabalham menor número de pessoas, se ganha mais em


relação custo/benefício com um nível de iluminação localizada através de luminárias de
mesa com tubos fluorescentes.

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Evitar reflexos e ofuscamento

 Dar preferência a luzes fluorescentes para os locais de trabalho, sua brilhança é bem
menor. Arranja-las de forma que a iluminação seja do tipo semi-direta, e não direta.
Isto nem sempre é fácil de conseguir na iluminação direcionada sobre o posto de
trabalho nas fábricas. Neste caso, ver recomendações seguintes:
 As superfícies de trabalho devem ser foscas a fim de reduzir a possibilidade de
deslumbramento por brilho refletido;
 As fontes de luz direta devem ser cobertas com material translúcido, capaz de difundir
a luz. Assim, em iluminação direta usar acrílico ou vidro branco, no caso de janela
muito baixa, ter vidro branco na parte inferior;
 Nenhuma fonte de luz deve estar dentro de um ângulo de 30 cm, mirada normal do
trabalhador;
 As iluminarias devem estar em posição tal em relação à mesa e os bancos de cada
trabalho que a eventual reflexão da luz por elas emitidas não encontre o campo visual
do trabalhador;
 Mesas de escritório devem estar situadas perpendiculares à janela que deve estar à
esquerda de pessoas destras e à direita de pessoas canhotas;
 Devem existir persianas ou vidros brancos que impeçam a luz do sol diretamente no
campo visual do trabalhador ou sobre a sua superfície de trabalho;
 Devem ser consideradas todas as recomendações relacionadas à prevenção de
contrastes excessivos.

Formas de se reduzir os reflexos na tela de terminais de vídeo de computador

Especificamente quanto a este tipo de reflexo, as seguintes medidas são


recomendadas:
 Posicionar os terminais de vídeo perpendiculares às janelas: nunca de frente nem de
costas; caso seja posicionado de frente ou de costas assegurar-se que na janela existam
persianas, e que estas permaneçam fechadas;
 Procurar posicionar a tela do terminal o mais próximo possível da parede, de forma a
evitar os reflexos das lâmpadas no teto;
 No caso de salas amplas, colocar uma divisória atrás de cada trabalhador, na altura e
largura suficiente para bloquear o reflexo das luminárias mais próximas e mais
distantes;
 A mesa de trabalho não deve ser branca, deve ser fosca;

 Se estas medidas não forem suficientes, inclinar a tela um pouco para baixo ou vira-la
um pouco para o lado, eliminado o reflexo.

O tamanho do objeto deve ser adequado

 As letras, tipos e figuras a serem lidos; o fio de corte de uma fresa a ser afiada, ou
qualquer outro elemento a ser observado, devem possuir o tamanho máximo a fim de
serem adequadamente percebidos pelo olho humano, o tamanho mínimo de um objeto,
letra ou tipo, deve ser tal que uma pessoa com visão normal consiga enxerga-lo bem,

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em todos os seus detalhes, a 30 cm dos olhos, caso seja necessário maior aproximação
dos olhos ao objeto (distancia menor que 30 cm), torna-se necessário o uso de lupas;
 Os objetos de pequeno tamanho exigem níveis muito pequenos;
 Deve-se evitar material escrito com tipos muito pequenos.
Além disso, o ângulo de visão do material escrito deve estar na perpendicular dos
olhos (a importância dos porta-textos ou suportes para documentos foi destacada no
capítulo anterior).

Deve existir um bom contraste dos limites do objeto

O contraste adequado é tão importante quanto à intensidade da iluminação (às


vezes, mais importante). Segundo Grandjean, numa atividade de extrema precisão, com
alto nível de contraste, exigindo um iluminamento de 1000 lux, se o nível de contraste for
reduzido para um contraste mediano, o iluminamento deverá ser de 3000 lux, o mesmo
trabalho, com baixos níveis de contraste, exigirá um iluminamento de 10000 lux.
Um dos problemas dos altos níveis de iluminamento é a redução do contraste, com
a conseqüente diminuição da percepção visual. Da mesma forma, o contraste muito
intenso costuma ser prejudicial, pois provoca deslumbramento.

 A iluminação suplementar deve ser fornecida através de tubos fluorescentes, devendo-


se evitar lâmpadas incandescentes em locais de trabalho, pois estas prejudicam o
contraste;
 O uso de cores contrastantes entre si favorece o adequado contraste dos objetos de
trabalho;
 No campo visual central a diferença de claridade deve ser de no máximo 3 vezes a
diferença de claridade entre o cetro do campo visual e a periferia de ser de até 10
vezes.

O contraste é melhor obtido quando se usa várias fontes de luz de menor


intensidade cada uma, do que apenas uma ou duas fontes de altíssima intensidade.
Em formulários, a existência de cores de bom contraste entre si é fundamental para
uma boa percepção visual.
Em situação de trabalho extremamente delicado, a iluminação, sem aumento da
intensidade do iluminamento.

 Usar material escrito com tinta preta, ao invés de lápis;


 Trocar as fitas das impressoras frequentemente.

Garantir uma boa reprodutividade cromática nas tarefas em que isto seja necessário

Nestes casos, o mais importante é garantir-se a participação da luz do dia, bem


como o uso de lâmpadas de boa reprodutividade cromática.

A cor na Segurança do Trabalho

O emprego da cor na Segurança do Trabalho deve respeitar o que estabelece a


Norma Regulamentadora nº. 26, da Portaria 3.214.
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Além da legislação, conta-se também com as normas da Associação Brasileira de


Normas Técnicas (ABNT), normas NB-76 e NB-54.
Contudo, quando se considera o emprego das cores em máquinas, paredes, tetos e
pisos, devemos sempre considerar os seguintes aspectos:

Máquinas

Em cada máquina podem-se considerar várias partes e, segundo sua função, cada
parte tem uma exigência diferente quanto às cores. Na pintura de máquinas, o problema
fundamental é tornar a parte ativa claramente distinta da parte fixa.

A parte ativa (por exemplo, a zona de trabalho) deve ser colorida de modo a
chamar sobre si a atenção das pessoas próximas, destacar-se da parte fixa, repousar a vista
dos trabalhadores, dar lugar a um nítido contraste cromático e ter brilhança próxima ao
objeto em trabalho da parte fixa.

Paredes

O ambiente interno destinado ao trabalho dá, com relação ao ambiente externo, a


sensação de reclusão.

Sinalização

É importante ter-se em mente que a reação aos sinais deve ser automática,
evitando-se que a pessoa se detenha, leia, analise e só então atue de acordo com as
instruções indicadas no sinal ou aviso. A uniformidade dos sinais e avisos é muito
importante, para que não só os operários de visão normal possam familiarizar-se com as
mensagens que eles transmitem como também aqueles daltônicos ou que não sabem ler.

Assim, todos os sinais de prevenção de acidentes serão uniformes e adaptados aos


seguintes casos:
 Sinalização de perigo: para sinalizar unicamente perigos específicos;
 Sinalização de atenção: para identificar possíveis perigos ou praticas inseguras;
 Sinalização de instrução de segurança: para dar informações sobre a pratica segura de
ordem geral;

Sinais informativos:

Para dar mensagens de natureza geral não prescritas nos itens anteriormente
descritos.

Sinais de perigo

Terão um fundo branco, sobre o qual aparecerá um oval de cor vermelha dentro de
um retângulo preto. Uma linha branca devera separar o perímetro exterior do oval
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vermelho do retângulo preto. A palavra “PERIGO” aparecera em branco, dentro do oval


vermelho. O conjunto assim descrito devera ficar na parte superior da área total do sinal. O
tamanho do oval e da palavra “PERIGO” variará de acordo com a dimensão do total do
sinal. As mensagens que serão incluídas na parte inferior deverão ser breves, porem,
completas.

Sinais de atenção

Compõe-se de um retângulo preto sobre um fundo amarelo. A palavra


“ATENÇÃO”, em cor amarela, deverá ficar centrada no retângulo preto, o qual ficará na
parte superior da área total do sinal.

Sinais de instrução de segurança

Constituem-se de um retângulo verde sobre o fundo branco, localizado na parte


superior da área total do aviso. As letras serão em branco sobre um retângulo verde.
Qualquer mensagem devera ir à parte inferior em letras pretas sobre o fundo branco.

Sinais direcionais

Terão fundo branco, com flechas brancas sobre um retângulo preto. A mensagem
deverá ser pintada na parte inferior, com letras pretas sobre o fundo branco.

Sinais de informação

Terão retângulos azuis sobre fundo branco, localizado na parte superior da área
total do aviso. As letras serão em branco sobre o retângulo azul. Qualquer mensagem
deverá ir na parte inferior, em letras pretas sobre o fundo branco.
Outro ponto importante a considerar na sinalização é o emprego dos símbolos, os
quais deverão ajustar-se às práticas comuns e conhecidas.
Deve-se também considerar, quanto ao uso da sinalização, se esta deverá indicar
condições ou riscos que devam ser vistos durante o trabalho noturno. Nesse caso, toda a
sinalização deverá receber tratamento com materiais que a tornam facilmente visíveis à
noite. Isto pode ser conseguido pela incidência de luz, por materiais refrigerantes ou pelo
uso de materiais fluorescentes que permitam sua contínua visibilidade.
O uso de sinalização, contudo, não será eficiente para a indicação dos riscos, se tal
sinalização não receber uma boa manutenção, quanto à sua conservação e, em especial, à

sua limpeza. Com esses simples cuidados muito bons resultados serão obtidos com o uso
da sinalização.

Orientação ao Trabalhador sobre Manusear Cargas

Os conceitos relacionados às técnicas de manuseio, levantamento e carregamento


de cargas sofreram mudanças importantes nos últimos tempos, principalmente depois dos
modelos biomecânicos, que demonstraram não haver grande vantagem na chamada

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“técnica correta” (pegar agachado e levantar fazendo força com as pernas) sobre a “técnica
errada” (pegar a carga com o tronco encurvado). Verificou-se que a “técnica correta” leva
a um cansaço muito maior, que nem sempre é possível pegar a carga agachando-se, e que
a técnica correta acarreta problemas importantes para os joelhos do trabalhador. Por tudo
isso,
atualmente não se fala mais de uma “técnica correta” e uma “técnica errada”, e preferimos
falar de “limites humanos” e de cuidados fundamentais no levantamento de cargas.

Quanto à técnica de manuseio de cargas

1. não há qualquer problema em levantar cargas do chão agachando e levantando as


pernas (posição agachada), como também não há problema em levantar fletindo o
tronco com as pernas estendidas (posição fletida), desde que sejam observados os
cuidados complementares.
2. para cargas volumosas: utilizar a posição semifletida: dobra-se as pernas um certo
tanto e encurva-se o tronco um certo tanto.
3. para peças que possam ser pegas com apenas uma mão no interior de caixas ou
caçambas: apoiar um dos braços na borda da caçamba e levantar com a outra; isto
alivia a força de compressão nos discos da coluna.

Limites de peso a serem levantados

 Na posição agachada, carga a ser pega no chão: 15 kg;


 Na posição fletida, carga a ser pega no chão: 18 kg;
 Nas melhores condições: 23 kg (carga elevada, próxima do corpo, com boa pega, sem
rotação lateral do tronco, pequena distância vertical entre a origem e o destino, menos
que uma vez a cada 5 minutos);
 Fora das condições acima: calcular o limite de peso recomendado pelo critério do
NIOSH;
 Quando a carga será elevada por apenas uma das mãos: multiplicar o valor encontrado
pelo critério do NIOSH por 0,6.

Os dois cuidados posturais mais importantes

 Pegar a carga simetricamente, evitando ao máximo qualquer torção da coluna lombar e


qualquer rotação lateral do tronco;
 Aproximar carga do corpo e leva-la o mais possível do corpo.

Os cuidados posturais complementares

 Antes de pegar um peso, enrijecer a coluna, de forma a colocar seus músculos em


condições prévias de boa capacidade para realizar o esforço a que se propõe;
 Avaliar a sua real capacidade para levantar aquele peso;
 Preferir pegar um peso de cada lado do corpo, do que o peso de um só lado (é
preferível pegar e carregar duas malas mais pesadas do que apenas uma mala);

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 Somente utilizar a técnica agachada quando a carga for compacta, e que caiba entre os
joelhos, a manobra de passar uma carga pesada e volumosa na frente dos joelhos, na
posição agachada, é extremamente perigosa para a coluna e para os joelhos;
 Desobstruir o aceso à carga a ser levantada, de forma a evitar flexões e torções da
coluna;
 Ao pegar uma carga mais pesada, respirar fundo e prender a respiração (este aumento
adicional de pressão no tórax diminui a pressão nos discos da coluna);
 Certificar-se das condições do piso, a fim de evitar tropeços e escorregões enquanto
transporta a carga.

Cuidados no transporte de cargas

 Nunca carregar cargas na cabeça, pois isto leva a degeneração dos discos da coluna
cervical, com tendência aumentada de cervicobraquialgia (é bom lembrar que nesta
região os espaços intervertebrais são muito estreitos, e o carregamento de cargas na
cabeça pode reduzir-los ainda mais);
 Ao carregar uma carga, procurar dividi-la em duas partes equivalentes, carregando
com alça uma de cada lado do corpo; caso não seja possível, carregar a carga bem
junto do corpo, “canga”, a fim de reduzir o peso que se está firmando.
 Na medida do possível, deve-se carregar a carga com os membros superiores
estendidos, junto do corpo, evitando-se fletir o antebraço sobre o braço;
 Outra medida importante é o uso de correias e cinturões, principalmente no transporte
de móveis. Os coletes abdominais têm função de impedir mecanicamente esforços
feitos de forma incorreta, e são recomendados;
 Evitar carregar mais que 30 kg.

Considerações Finais

 As recomendações ao trabalhador acima relacionadas são importantes, mas


provavelmente tão importantes quanto às mesmas é ir até o local de trabalho e avaliar
exatamente o tipo de serviço que o mesmo fará e dar orientações específicas, sobre
como manusear aquele tipo de carga;
 Idealmente na empresa deveria ter a ajuda de um fisioterapeuta ou de um professor de
educação física para estudar o tipo de exigência muscular de cada tarefa e programar
em desenvolvimento ou reforço muscular específico para os trabalhadores daquela
função.

A LER e os trabalhadores no comércio

Esse tipo de doença do trabalho tem afetado com freqüência cada vez maior os
trabalhadores no comércio e serviços. A extensa jornada de trabalha é uma das causas, já
que com o quadro reduzido os patrões impõem uma sobrecarga de trabalho aos
funcionários. Esse empregado, muitas vezes, opera microcomputador, carrega e embala
mercadorias, repõe estoques, entre outros. O setor de supermercados é o que apresenta
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maior incidência de LER-Dort. Na maioria dos casos os comerciários não procuram o


médico em função da jornada de trabalho extensa e também porque têm medo de serem
demitidos ou afastados do local de trabalho. A situação é preocupante já que a sub-
notificação de acidentes de trabalho, principalmente doenças profissionais, são muito altas
por falta de informação dos trabalhadores.

O que é LER?

É uma afecção que pode acometer tendões, sinovias, músculos, nervos, fáscias,
ligamento, isolada ou associadamente, com ou sem degeneração dos tecidos, atingindo
principalmente os membros superiores, região escapular e pescoço, de origem
ocupacional, decorrente de forma combinada ou não de:
1. uso repetido de grupos musculares;
2. uso forçado de grupos musculares;
3. manutenção de postura inadequada (posturas antiergonômicas).

Há também fatores adicionais que contribuem também para o aparecimento de


LER como: frio excessivo e estresse emocional. Digitadores são casos clássicos de
trabalhadores que desenvolvem LER.
Os estágios evolutivos da Lesão por Esforço Repetitivo passam pela sensação de
desconforto no membro afetado, dolorimento agudo durante a execução do trabalho,
podendo chegar até quadros de invalidez e incapacidade laborativa completa, tendo como
fases intermediárias: dores progressivas; aparecimento de adema; hipertrofia muscular;
distúrbios de sensibilidade; neuropatias por fenômenos fibro-estenosantes.
A lesão por esforço repetitivo (LER), ou lesão por trauma cumulativo (LTC), é
admitida como uma doença profissional, porém ainda pouco conhecida dos médicos em
geral e até mesmo de especialistas das áreas afins à doença, como neurologistas,
ortopedistas, reumatologistas, principalmente nos seus aspectos legais.
O diagnóstico da LER baseia-se na história clínico-laborativa, no exame físico
detalhado e nos exames complementares, quando justificado e na análise do trabalho
responsável pelo aparecimento da lesão. A LER pode apresentar-se de diversas formas
clínicas: cistos sinoviais; epicondilites; bursites; tendinites; fascites; síndromes
compressivas; cervicobraquialgia.
Esta síndrome é relatada desde 1700 quando Ramazzini – o pai da medicina do
trabalho – a descreve como “doença dos escribas e notórios”. Mais tarde aparece como
“doença das tecelãs” (1920) ou “doença das lavadeiras” (1965). O problema se amplia a
partir

de 1980, quando a doença – que atinge várias profissões que envolvem movimentos
repetitivos ou grandes imobilizações posturais – torna-se um fenômeno mundial, devido à
grande evolução do trabalho humano e aumento do ritmo na vida diária.
Hoje, a síndrome que é mais associada ao trabalho informatizado, já representa
quase 70% do conjunto das doenças profissionais registradas no Brasil. A prevenção foi e
continua sendo a melhor forma de combate a este tipo de patologia. A adoção de posturas
e ritmos de trabalho mais adequados (com a adoção de pausas ao longo da jornada de
trabalho) são fundamentais. Quando existe uma suspeita de lesão, o acompanhamento de

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um profissional torna-se primordial para a correta avaliação e tratamento do funcionário.


Algumas das patologias mais frequentemente associadas ao trabalho informatizado são:

Tendinite – inflamação aguda ou crônica dos tendões. Se manifestarem com mais


freqüência nos músculos flexores dos dedos, e geralmente são provocados por dois fatores;
movimentação freqüente, e período de repouso insuficiente. Manifesta-se principalmente
através de dor na região que é agravada por movimentos voluntários. Associados à dor,
manifestam-se também edema e crepitação na região.

Síndrome do Túnel do Carpo – Compressão do nervo mediano no túnel do corpo. As


causas mais comuns deste tipo de lesão são a exigência de flexão do punho, a extensão do
punho e a tenossinovite ao nível do tendão dos flexores.

Neste caso, os tendões inflamados levam a uma compressão crônica e intermitente da


estrutura mais sensível do conjunto que compõe o túnel do carpo: o nervo mediano.

Causas da LER

As causas da L.E.R. dependem de fatores relacionados ao meio ambiente, da


filosofia organizacional das empresas, do nosso comportamento no local de trabalho, nos
afazeres domésticos, por ausência de desenvolvimento muscular e/ou desnutrição, ou
mesmo nas situações de estresse vividas no nosso ambiente social ou familiar. Se nossos
músculos permanecerem a maior parte do tempo tensos, eles acabam sobrecarregados e a
fadiga muscular aparece.
Essa sobrecarga de músculos, tendões e ligamentos que se repete por horas
seguidas acaba por determinar a lesão dessas estruturas conhecida como Lesão de Esforço
Repetitivo (L.E.R).

Medidas Preventivas

1 – limitação do tempo de trabalho


2 – introduções de pausas para descanso e relaxamento
3 – correções de posturas corporais desfavoráveis
4 – adequação às características do trabalhador de máquinas, mobiliários, equipamentos e
ferramentas
5 – alteração no processo e organização do trabalho
6 – cabe ao empregador adotar essas medidas preventivas e realizar analise ergonômica
das condições de trabalho gerador de L.E.R.

7 – cabe ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho


da Empresa (SESMT) informar ao empregador e à Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA) a ocorrência dos casos de L.E.R.
8 – cabe à CIPA e SESMT a investigação das causas de L.E.R. a indicação ao empregador
das medidas corretivas e acompanhamento da execução das mesmas.

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9 – cabe ao trabalhador se informar sobre a L.E.R. e suas causas, e colaborar na adoção de


medidas preventivas.

Dicas

 Respire profundamente e espreguice hora ou outra, se tiver que permanecer muito


tempo na sua mesa.
 Busque sempre o apoio necessário para não sobrecarregar sua musculatura.
 Deixe o ambiente no qual você passa a maior parte de seu tempo o mais confortável
possível e não se esqueça que conforto e beleza nem sempre se complementam.
 Converse sobre tudo o que sabe sobre a L.E.R. com as pessoas de sua casa, no trabalho
ou nas horas de lazer, eles serão auxiliados por você na prevenção da doença, assim
como poderão auxiliá-lo na observação de seus hábitos.

Direitos dos Trabalhadores


(Cartilha LER / Instituto Nacional de Saúde do Trabalhador)

Norma regulamentadora 17 (condições de trabalho)

 Todo trabalhador que desenvolve atividade de entrada eletrônica de dados (como


digitador, caixa, etc.) não pode dar mais de oito mil toques por hora;
 O tempo efetivo de entrada de dados não deve exceder cinco horas
 Pausa de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados, garantindo-se que não haja
aumento do ritmo ou volume de trabalho em função do intervalo;
 É proibido qualquer incentivo à produtividade que não leve em conta seus reflexos
sobre a saúde;
 Quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento, a exigência de
produção deve começar em nível inferior aos 8 mil toques e ser ampliada
gradativamente;
 As empresas devem realizar análise ergonômica do trabalho, detectando e corrigindo
as situações inadequadas;
 A tela do computador deve ser móvel, possibilitando ângulos corretos de visibilidade e
protegendo a visão dos reflexos;
 As mesas e cadeiras devem ser ajustáveis.

Norma regulamentadora 09 (mapas de risco):

*Grupo IV
Trata dos agentes ergonômicos: trabalho físico pesado, trabalho em turnos ou
noturno, monotonia, ritmo excessivo de trabalho.

*Grupo V
Trata de agentes mecânicos: arranjo físico, máquinas e equipamentos, sinalização,
transporte de materiais, estados das ferramentas, etc.

Conduta correta dos médicos da empresa e demais profissionais de saúde


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1. Determinar a emissão da CAT, mesmo nos casos iniciais.


2. Fornecer para a perícia de acidentes de trabalho do INSS, ou aos órgãos do SUS, os
elementos necessários para a caracterização de a LER-DORT.
3. Informar aos portadores de LER-DORT a natureza da doença e suas causas
ocupacionais.
4. Entregar os resultados dos exames, originais ou cópias, ao portador da doença.
5. Garantir um período de afastamento prolongado para reverter completamente o
quadro, evitando alta precoce.
6. Encaminhar o portador de LER-DORT para tratamento especializado.
7. Empenhar-se para que o portador de LER-DORT não retorne ao trabalho nas mesmas
condições que deram origem à doença. Recoloca-lo em atividade compatível com seu
estado físico.

ATENÇÃO: É papel da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e do Sesmt


(Serviço Especializado de Engenharia de Segurança do Trabalho) da empresa investigar as
causas da LER-DORT, indicar ao empregador as medidas corretivas e acompanhar a
execução das mesmas. Cabe ainda a função de intervir nos ambientes geradores de LER-
DORT e alterar as condições agressivas para os trabalhadores com ações orientadoras e
punitivas

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