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Apostila
Formação de Brigada de Incêndio
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Introdução..................................................................................................................3

Normalização e Legislação........................................................................................4

Prevenção de Incêndios.............................................................................................5

Métodos de Extinção...............................................................................................12

Plano de Combate a Incêndios................................................................................35


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Proteção contra incêndios

Introdução

Uma das fontes alternativas de energia é a calorífica.

As usinas termoeléctricas utilizam-se do fogo para gerar força elétrica que,


posteriormente, movimentará os equipamentos de nossas industrias. Quando controlado
pelo homem, o fogo é um instrumento de grande valor.

Há casos, porém, em que o fogo torna-se um agente destruidor, fugindo ao controle do


homem. É o caso de cigarros acesos, jogados a beira de estradas, ou queimados nas
áreas rurais feitas de forma inadequada, atingindo grandes proporções, incendiando
florestas, lavouras, casas, matando animais e, às vezes, seres humanos.

Temos, então, a ocorrência do incêndio, que gera a destruição de patrimônio e, o que é


mais importante, atinge o homem no seu bem mais precioso: a vida.

Deve-se, portanto, conhecer dois aspectos básicos de proteção contra incêndio, para
nossa própria segurança.

O primeiro aspecto é o da prevenção de incêndios, isto é, evitar que o corra fogo,


utilizando-se certas medidas básicas, que envolvem a necessidade de conhecer, entre
outros itens:

a) características do fogo;
b) propriedades de riscos dos materiais;
c) causas de incêndios;
d) estudo dos combustíveis.

Quando, apesar da prevenção, ocorre um principio de incêndio, é importante que ele


seja combatido de forma eficiente, para que sejam minimizadas suas conseqüências.
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Para que esse combate seja eficaz, deve-se, ainda:

a) conhecer os agentes extintores;


b) saber utilizar os equipamentos de combate a incêndios;
c) saber avaliar as características do incêndio, o que de terminará a melhor atitude a
ser tomada.

Resumindo, a proteção contra incêndios engloba:

 Prevenção de incêndios
 Combate ao incêndio.

Os conhecimentos apresentados a seguir objetivam fornecer subsídios para começar a


"operar" na área; as características dos serviços, dos materiais empregados, dos
processos de fabricação, etc., e que determinarão as soluções mais adequadas a cada
empresa.

Normalização e Legislação

O capítulo V da CLT, conforme redação aprovada pela Lei 6.514 de dezembro de 1977,
estabelece as condições mínimas exigidas para a execução de atividades produtivas.

A Portaria 3.214, que aprova 28 Normas Regulamentadoras, complementa e explica as


diretrizes da Lei 6.514.

Em particular, a Norma Regulamentadora n.º 23 (NR-23), apresenta os requisitos


exigidos em relação à Proteção contra Incêndio. Alguns de seus itens são analisados
neste trabalho, porém deverá haver uma preocupação em estuda-la com maior
profundidade.

Em termos de legislação, deve-se também procurar conhecer o que estabelece a


legislação estadual, municipal, inclusive as normas do IRB (Instituto de Resseguros do
Brasil) do Corpo de Bombeiros da localidade, da ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas) entre outros.
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Os aspectos principais abordados pela NR-23 são:

a) saídas
b) portas
c) escadas
d) ascensores
e) portas corta-fogo
f) combate ao fogo
g) exercícios de alerta
h) classes de fogo
i) extinção por meio de água
j) extintores (tipo, inspeção, quantidade, localização, sinalização),
k) sistemas de alarme

Em relação a extintores, existe obrigatoriedade de manutenção da ficha de controle,


com um mínimo de informações (e apresentado modelo básico, que pode ser acrescido
de outras, informações julgadas importantes; tal modelo deve ser entendido como
recomendação). Essa ficha pode ser guardada no setor de Segurança, e dever ser
apresentada sempre que solicitada pela fiscalização.

Citamos o exemplo da proibição de utilização de água em sistemas de chuveiros


automáticos. O desenvolvimento dos itens posteriores permitirá fazer uma análise crítica
dessa Norma.

Prevenção de Incêndios

Para que se tenha noção do que significa exatamente "Prevenção de Incêndios" devem
ser analisadas "a priori" quais as condições que possibilitam o surgimento de um foco de
incêndio, pois prevenir nada mais e que impedir que haja fogo ou que ele fuja do
controle do homem.

 Princípios básicos do fogo

Pode-se definir o fogo como conseqüência de uma reação química, denominada


combustão, que produz calor ou calor e luz.
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Para que ocorra essa reação química, dever-se-a ter no mínimo dois reagentes que, a
partir da existência de uma circunstância favorável, poderão combinar-se. Os elementos
essenciais do fogo são:

 combustível
 comburente
 fonte de calor

1º - Combustível

Em síntese, combustível é todo material, que possui a propriedade de queimar e entrar


em combustão. Os combustíveis podem apresentar-se em 3 estados físicos:

 solido (madeira, papel, tecidos, etc.);


 líquido (álcool, éter, gasolina, etc.);
 gasoso ( acetileno, butano, propano, etc.);

2º - Comburente

Normalmente, o oxigênio se combina com o material combustível, dando inicio à


combustão.

O ar atmosférico contém, na sua composição, cerca de:

- 21% de oxigênio.
- 78% de nitrogênio
- 01% de outros gazes

3º - Calor

É o elemento que possibilita a reação entre o combustível e o comburente mantendo e


propagando a combustão, como a chama de um palito de fósforos.

Note-se que o calor propicia:


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a) elevação da temperatura
b) aumento de volume dos corpos
c) mudança no estado físico das substâncias

Há casos de materiais onde a própria temperatura ambiente já serve como fonte de


calor.

4º - Condições propicias

É importante notar que, parar inicio da combustão, além dos elementos essenciais do
fogo, há a necessidade de que as condições em que esses elementos se apresentam
sejam propicias para o inicio do fogo.

Se pensar em um escritório iluminado com uma lâmpada incandescente de 100 watts,


temos no ambiente:

a) combustível: mesa, cadeira, papel, etc.;


b) comburente: oxigênio presente na atmosfera,
c) calor: representado pela lâmpada incandescente ligada.

Se aproximar uma folha de papel da lâmpada quando esta estiver acesa, haverá o
aquecimento do papel e este começara a liberar vapores que, em contato com a fonte
de calor (lâmpada), se combinará com o oxigênio e entrará em combustão.

Portanto, somente quando o combustível se apresenta sob a forma de vapor ou gás ele
poderá entrar em ignição, ou seja, se ele se apresentar no estado solido ou liquido,
haverá a necessidade de que seja aquecido, para que comece a liberar vapores ou
gases.

Esquematicamente, podem-se considerar vários casos:

a) sólido  aquecimento  vapor


Ex.: papel

b) sólido  aquecimento  líquido  aquecimento  vapor


Ex.: parafina

d) líquido  aquecimento  vapor


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d) gás  já se apresenta no estado físico adequado à combustão.


Ex.: acetileno.

Quanto ao oxigênio, ele deverá estar presente, no ambiente, em porcentagens


adequadas.

Se ele estiver reduzido a porcentagens abaixo de 16%, diz-se que a mistura


combustível-comburente está muito rica, e não haverá combustão.

5º - Triângulo do fogo

Quando os três elementos se apresentam em um determinado ambiente, sob condições


propicias, temos o chamado triângulo do fogo.

Existem variações nesta forma de apresentação considerando-se, por exemplo, uma


pirâmide, com o acréscimo do termo "condições propicias".

Características dos elementos essenciais do fogo

1 - Combustíveis

Todo material possui certas propriedades que o diferem de outros, em relação ao nível
de combustibilidade, Por exemplo, pode-se incendiar a gasolina com a chama de um
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isqueiro, não ocorrendo o mesmo em relação ao carvão coque. Isso porque o calor
gerado pela chama do isqueiro não seria suficiente para levar o carvão coque à
temperatura necessária para que ele liberasse vapores combustíveis.

Cada material, dependendo da temperatura a que estiver submetido, liberara maior ou


menor quantidade de vapores. Para melhor compreensão do fenômeno, definem-se
algumas variareis, denominadas:

a) ponto de fulgor;
b) ponto de combustão;
c) temperatura de ignição,

a) Ponto de fulgor

É a temperatura mínima em que um combustível começa a desprender vapores que, se


entrarem em contato com alguma fonte externa de calor, se incendeiam. Só que as
chamas não se mantém, não se sustentam, por não existirem vapores suficientes. Se
aquecermos pedaços de madeira, dentro de um tubo de vidro de laboratório, a uma
certa temperatura a madeira desprendera vapor de água. Este vapor não pega fogo.

Aumentando-se a temperatura, num certo ponto, começarão a sair gases pela boca do
tubo.

Aproximando-se um fósforo aceso, esses gases transformar-se-ão em chamas. Por ai,


nota-se que um combustível solido (a madeira) numa certa temperatura desprende
gases que se misturam ao oxigênio (comburente) e que se inflamam em contato com a
chama do fósforo aceso.

O fogo não continua porque os gases são insuficientes, formam-se em pequena


quantidade. O fenômeno observado nos indica o "Ponto de fulgor" da madeira
(combustível sólido), que é de 150º C (cento e cinqüenta graus centígrados).

O ponto de fulgor varia de combustível a combustível. Para a gasolina ele é de - 42º C


(menos quarenta e dois graus centígrados), para o asfalto é de 204º C (duzentos e
quatro graus centígrados).

b) Ponto de combustão
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Na experiência da madeira, se o aquecimento, prosseguir, os gases continuarão a sair


pelo tubo e, entrando em contato com o calor da chama do fósforo aceso, incendiar-se-
ao e manter-se-ao. Agora a queima não para. Foi atingido o "Ponto de combustão", isto
é, a temperatura mínima em que esse combustível solido, a madeira, sendo aquecido,

desprende gases que em contato com fonte externa de calor se incendeiam, mantendo-
se as chamas. No ponto de combustão, portanto, acontece um fato diferente, ou seja, as
chamas continuam.

c) Temperatura de ignição

Continuando-se o aquecimento da madeira, os gases, naturalmente, continuarão a se


desprender. Num
certo ponto, ao saírem do tubo, entrando em contato com o oxigênio (comburente), eles
pegarão fogo sem necessidade da chama do fósforo. Ocorre, então, um fato novo. Não
há mais necessidade da fonte externa de calor. Os gases desprendidos do combustível,
só pelo contato com o comburente, pegam fogo e, evidentemente, se mantém em
chamas.

Foi atingida a "Temperatura de ignição", que é a temperatura mínima em que gases


desprendidos de um combustível se inflamam pelo simples contato com o oxigênio do
ar. O éter atinge sua temperatura de ignição a 180ºC (cento e oitenta graus Célsios) e o
enxofre a 232º C (duzentos e trinta e dois graus Célsios).

Uma substancia só queima quando atinge pelo menos o ponto de combustão. Quando
ela alcança a temperatura de ignição bastará que seus gases entrem em contato com o
oxigênio para pegar fogo, não havendo necessidade de chama ou outra fonte de calor
para provocar as chamas. Convém lembrar que, mesmo que o combustível esteja no
ponto de combustão, se não houver chama ou outra fonte de calor, não se verificará o
fogo.

Grande parte dos materiais sólidos orgânicos, líquidos e gases combustíveis contém
grandes quantidades de carbono, e/ou de hidrogênio. Citamos como exemplo o gás
propano, cujas porcentagens em peso são aproximadamente 82% de Carbono e 18% de
Hidrogênio. O Tetracloreto de carbono, considerado não combustível, tem
aproximadamente, em peso 8% de Carbono e 92% de Cloro.

2 - Comburente
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Se considera genericamente a combustão como uma reação de oxidação, a composição


química das substancias determinará o grau de combustibilidade do material.

Há substancias que liberam oxigênio em certas condições, como o cloreto de potássio.

Outras substancias podem funcionar como comburentes, por exemplo, uma atmosfera
com cloro, tais casos são mais esporádicos e seu estudo envolveria uma
complementação de conhecimentos.

3 - Fontes de calor

As fontes de calor em um ambiente podem ser as mais variadas:

 a chama de um fósforo;
 a brasa de um cigarro aceso;
 uma lâmpada;
 a chama de um maçarico, etc.

A própria temperatura ambiente já pode vaporizar um material combustível; e o caso da


gasolina, cujo ponto de fulgor e aproximadamente de - 40ºC. Considerando-se que o
ponto de combustão e superior em apenas alguns graus a uma temperatura ambiente
de 20º C já ocorre a vaporização.

O calor pode atingir uma determinada área por condução, convecção ou radiação.

a) Condução

A propagação do calor é feita de molécula para molécula do corpo, por movimento


vibratório. A taxa de condução do calor vai depender basicamente da condutividade
térmica do material, bem como de sua superfície e espessura. É importante destacar a
necessidade da existência de um meio físico.

b) Convecção

É uma forma característica dos fluidos. Pelo aquecimento, as moléculas se expandem e


tendem a se elevar criando correntes ascendentes a essas moléculas e correntes
descendentes às moléculas mais frias. É um fenômeno bastante comum em edifícios
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pois através de aberturas, como janelas, poços de elevadores, vão de escadas, podem
ser atingidos andares superiores

C) Radiação

É a transmissão do calor por meio de ondas.

Todo corpo quente emite radiações que vão atingir os corpos frios. O calor do sol é
transmitido por este processo. São radiações de calor as que são sentidas quando as
pessoas se aproximam de um forno quente.

Técnicas de prevenção de incêndios

Para que haja uma combustão, é essencial a presença dos três elementos do triângulo
do fogo, o combustível, o comburente, a fonte de calor. Não existindo um desses
elementos, não se processara o fogo.

Em um ambiente industrial, temos materiais combustíveis (roupas, madeira, papel,


gasolina, graxa, óleo, etc.), comburente (oxigênio presente no ar atmosférico), fontes de
calor (soldagem e corte a quente, cigarros, fósforos, lâmpadas elétricas, tubulações de
vapor, solda elétrica, etc.

A prevenção consistirá em evitar que esses três elementos se combinem em condições


propicias que possibilitem a ignição.

Para tanto, é importante conhecer as principais causas de incêndios e as características


dos processos e materiais utilizados nas instalações que se quer proteger.

Segundo estatísticas da "National Fire Protection Associaton", entidade americana que


desenvolve estudos nessa área, as fontes de incêndios mais comuns são:

 eletricidade incluindo eletricidade estática = 21%


 atrito = 14%
 centelhas = 12 %
 ignição espontânea = 8%
 cigarros e fósforos = 8%
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 superfícies aquecidas = 7%
 chamas abertas = 5%
 solda e corte = 4%

O conhecimento das causas de incêndio consagrou certas praticas como


recomendáveis para maior segurança do trabalhador e das instalações. Por exemplo:

a) Armazenagem de material

É fato comum nas empresas usar, movimentar material inflamável. Exemplos: seção de
pintura, seção de corte e oxi-corte, trabalhos com solventes, depósitos de papel,
madeira, etc.

Algumas providências simples e práticas podem evitar a ocorrência do fogo:

 Manter sempre, se possível, a substância inflamável longe de fonte de calor e de


comburente, como no caso de operações de solda e oxi-corte. A operação de
solda e a fabrica estarão muito mais seguras se os tubos de acetileno estiverem
separados ou isolados dos tubos de oxigênio. Armazenagem em locais
separados contribuí muito para aumentar a segurança.
 Manter sempre, no local de trabalho, a mínima quantidade de inflamável para
uso, como no caso, por exemplo, de operações de pintura, nas quais o solvente
armazenado deve ser apenas o suficiente para um dia de trabalho.
 Possuir um depósito com boas condições de ventilação para armazenagem de
inflamável e o mais longe possível da área de trabalho, de operações.
 Proibição de fumar nas áreas onde existam combustíveis ou inflamáveis
estocados. Não se deve esquecer que todo fumante e um incendiário em
potencial. (Ele conduz um dos elementos essenciais do fogo: o calor.) Uma ponta
de cigarro acesa poderá causar incêndio de graves proporções.

b) Manutenção adequada

Além da preocupação com combustível e comburente é preciso saber como se pode


evitar a presença do terceiro elemento essencial do fogo: o calor. Como evitar sua
ação?
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Instalação elétrica em condições precárias

Fios expostos ou descascados podem ocasionar curtos circuitos, que serão origem de
focos de incêndio se encontrarem condições favoráveis à formação de chamas.
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Instalações elétricas mal projetadas

Poderão provocar aquecimento nos fios e podem ser origem de incêndios. Exemplo
trágico tivemos em São Paulo, em sinistro que roubou mais de uma centena de vidas
preciosas. A carga excessiva em circuitos elétricos pode e deve ser evitada.

Pisos antí-faisca

Em locais onde há estoque de líquidos ou gases inflamáveis, os pisos devem ser antí-
faisca, porque, um simples prego no sapato poderá ocasionar um incêndio. Pela mesma
razão, chaves elétricas a óleo oferecem maior proteção que chaves de faca.

Instalação mecânica

Falta de manutenção e lubrificação em equipamentos mecânicos pode ocasionar


aquecimento por atrito em partes moveis, criando a perigosa fonte de calor.

c) Ordem e limpeza

Os corredores, com papeis e estopas sujos de óleo, graxa pelo chão, são lugares onde
o fogo pode começar e se propagar rapidamente, sendo mais difícil a sua extinção. Isto
é especialmente importante no caso de escadas, porque ai as conseqüências podem ser
mais graves.

As decorações, os moveis, os equipamentos de escritórios devem merecer muita


atenção porque pode estar sendo muito aumentado o volume de material combustível
representado por móveis, carpetes cortinas e forros falsos. Todo esse combustível pode,
em certas circunstancias, transformar a fabrica numa gigantesca fogueira.

d) Instalação de pára-raios

Os Incêndios causados pelos raios são muito comuns. Daí, a instalação de pára-raios
ser uma proteção importantíssima.
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Métodos de Extinção

Como já foi visto, o fogo e um tipo de queima, combustão e oxidação. É um fenômeno


químico, uma reação química que provoca alterações profundas na substância que se
queima. Um pedaço de papel ou madeira que se inflama transforma-se em substancia
muito diferente. O mesmo acontece com óleo, gasolina ou com um gás que pega fogo.

A palavra oxidação significa também queima. A oxidação pode ser lenta como no caso
da ferrugem.

Trata-se de uma queima muito lenta, sem chamas. Na combustão de um papel, já há


chamas. É uma oxidação mais rápida. Na explosão da dinamite, à queima e oxidação é
instantânea e violenta. Chama-se oxidação porque é o oxigênio que entra na
transformação, ajudando a queima das substancias.

O tipo de queima que nos interessa é o que apresenta chamas.

Consideremos o triângulo do fogo:

Eliminando um desses elementos, terminará a combustão. Aí se tem uma indicação


muito importante de como se pode acabar com o fogo. Pode-se eliminar a substância
que esta sendo queimada (esta é uma solução nem sempre possível ). Pode-se eliminar
o calor provocando o resfriamento no ponto em que ocorre a combustão, a queima.
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Pode-se, ainda, eliminar ou afastar o comburente (oxigênio) do lugar da queima, por


abafamento, por introdução de outro gás que não é comburente.

O triângulo do fogo é como um tripé. Eliminando-se uma das pernas, acaba a


sustentação. Isto é, o fogo se extingue.

De tudo isso concluí-se que, impedindo a ligação dos pontos do triângulo, ou seja, dos
elementos essenciais, indispensáveis para o fogo, este não surgirá ou deixará de existir
se já tiver começado.

Quando num poço de petróleo que está em chamas, o que se deseja e afastar,
momentaneamente, é o oxigênio e/ou comburente, um dos elementos do triângulo de
fogo, para que o incêndio acabe, se extinga.

Quando num lugar onde existe material combustível e oxigênio se lê um aviso em que
se proíbe fumar, o que se pretende é evitar que se forme o triângulo do fogo, isto é
combustível, comburente e calor. O calor, neste caso, é a brasa do cigarro. Sem este
calor, o combustível e o comburente não poderão transformar-se em fogo.

4.1 - Classes de incêndio

Os incêndios, em seu inicio, são muito mais fáceis de controlar e de extinguir. Quanto
mais rápido o ataque às chamas, maiores serão as possibilidades de reduzi-las e
elimina-las. É a principal preocupação no ataque consiste em desfazer, romper o
triângulo do fogo. Mas, que tipo de ataque se faz ao fogo em seu inicio? Qual a solução
que deve ser tentada? Como os incêndios são de diversos tipos, as soluções serão
diferentes e os equipamentos de combate também.

É preciso conhecer, identificar bem o incêndio que se vai combater, para escolher o
equipamento correto. Um erro na escolha de um extintor pode tornar inútil o esforço de
combater as chamas ou pode piorar a situação aumentando as chamas, espalhando-as
ou criando novas causas de fogo (curtos-circuitos).
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Os incêndios são divididos em quatro (4) classes:

Classe A - Fogo em materiais sólidos de fácil combustão com a propriedade


de queimarem em sua superfície e profundidade e que deixam resíduos,
como: tecidos, madeira, papel, fibras etc.

Classe B - São líquidos e gazes inflamáveis que queimam somente em sua


superfície, não deixando resíduos, como óleos, graxas, vernizes, tintas,
gasolina etc.

Classe C - Fogo em equipamentos elétricos energizados, também queimam


somente em sua superfície como motores, transformadores, quadro de
distribuição, fios, etc., sob tensão.

Classe D - Fogo em elementos pirofóricos como magnésio, zircônio, titânio,


etc.

4.2 - Agentes extintores

Basicamente a extinção de um incêndio é feita por ação de resfriamento, abafamento ou


união das duas ações.

Ação de resfriamento: pela diminuição da temperatura do material incendiado a níveis


inferiores ao ponto de fulgor ou de combustão desse combustível. Nesse instante, não
haver; a emissão de vapores necessários ao prosseguimento do fogo.

Ação de abafamento: resultante da retirada do oxigênio; pela aplicação de um agente


extintor que deslocará o ar da superfície do material em combustão.

Dependendo do tipo ou da forma como certos agentes extintores são empregados,


outros efeitos podem aparecer, como a diluição de um líquido combustível em água e
interferência na reação química.
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A retirada do material combustível (o que está queimando ou que esteja próximo) evita a
propagação do incêndio sem criar a necessidade de um agente extintor.

4.2.1 Tipos de agentes extintores (1)

 Água (Jato Pleno - Neblina - Vapor)

A água é o agente de uso mais comum e tem sido utilizada há séculos, por causa de
suas propriedades de resfriamento, abafamento, diluição e emulsionamento. Este
capítulo trata da extinção do fogo com água e de suas limitações como agente extintor,
em suas três aplicações básicas: jato plano, neblina e vapor.

A extinção só pode ocorrer quando o agente extintor atinge o ponto onde existe a
combustão. O método convencional de extinção e aplicar, na base do fogo, jato pleno,
mediante linhas de mangueiras, ou com extintores do tipo de carga de água.

Outra maneira convencional, e freqüentemente mais eficaz, é aplicar a água em forma


de neblina. Isto se faz através de esguichos especiais, pulverizadores e dispositivos
similares.

Além disto, em certos casos específicos , a água pode ser aplicada em forma de vapor.

 Agentes extintores de Água

Quando a superfície do material incendiado é resfriada, abaixo da temperatura em que


emite vapores suficientes, para apoiar a combustão, o fogo se extingue. Incêndios que
envolvam líquidos somente podem ser extintos por resfriamento quando o ponto de
fulgor do liquido está bem acima da temperatura da água aplicada.

Em certas situações, é necessário aplicar água de tal forma que se consiga o máximo
efeito resfriador. Isto significa que a água aplicada, absorvendo o calor da combustão,
deve ser aquecida a 100º C, convertendo-se em vapor (eventualmente superaquecido).
Tal resultado pode ser obtido mais rapidamente se a água for aplicada em forma de
neblina em vez de Jato pleno.
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Os fatores seguintes afetam a ação resfriadora da neblina:

 A taxa de absorção do calor é mais alta quanto maior o fracionamento da água


aplicada. Em determinado volume de água, a sua superfície livre é muito maior
em for ma de neblina;
 A taxa de absorção do calor é mais alta quanto maior a diferença de temperatura
entre a água aplicada e o ar, ambiente ou material em combustão;
 A taxa de absorção do calor depende do conteúdo de vapor no ar que esta na
vizinhança imediata das partículas de neblina (gotas);
 A taxa de absorção do calor depende da forma das partículas da neblina (gotas)
(a forma esférica é a melhor),

A partícula da neblina (gota) deve ser bastante grande para que alcance o ponto de
combustão (vencendo a resistência do ar, a força da gravidade e as correntes
ascendentes do ar aquecido). O diâmetro ótimo da gota é da ordem de 0,35 mm, porém
os diâmetros entre 0,1 mm e 1,0 mm são satisfatórios para a maioria dos casos.

Durante a aplicação da neblina, deve-se levar em conta a deflecção causada por


correntes térmicas e outros movimentos do ar. O resfriamento e a geração de vapor
(sinal de absorção do calor) são mais eficazes quando ocorrem no ponto de combustão.

 Extinção por abafamento

Caso o vapor for gerado em volume suficiente (dependendo da taxa de aplicação da


água, do tamanho das partículas e do calor de combustão), o ar pode ser deslocado ou
excluído e o fogo, em certos tipos de incêndio, pode ser extinto por este procedimento.

O abafamento, evidentemente, e favorecido quando o vapor que e gerado fica encerrado


na zona de combustão. O vapor tem pouco efeito resfriador sobre os combustíveis
comuns, não sendo, portanto, fator importante na completa extinção de tais incêndios.

O processo de absorção do calor pelo vapor termina quando começa a condensação, o


que significa que o vapor libera o calor. Esta condição se torna evidente pela formação
de nuvens (visíveis) de vapor de água.

A condensação que ocorre acima da zona de combustão não tem efeito resfriador algum
sobre o material incendiado.
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O vapor pode ser utilizado com vantagens no combate a incêndio em equipamentos que
contém líquidos inflamáveis ou combustíveis e que trabalham com altas temperaturas.

A aplicação da água fria, neste caso, poderia danificar os equipamentos.

A aguda pode ser também usada como agente abafador, particularmente no combate a
incêndios em líquidos mais pesados (por exemplo, bissulfureto de carbono) ,ou
insolúveis. A água deve ser aplicada levemente na superfície do liquido. A fim obter-se o
efeito abafador.

Se o combustível, quando aquecido, libera oxigênio, o abafamento não extingue o fogo.

 Extinção por diluição

Líquidos inflamáveis solúveis em água, podem, em certas circunstancias, ser extintos


mediante diluição. A porcentagem de diluição necessária para o efeito extintor varia
grandemente; o volume de água e o tempo necessário para a extinção variam também.

Por exemplo, num incêndio que envolva um derrame de álcool etílico ou metílico, a
técnica de diluição pode ser usada com êxito quando e possível obter uma mistura
adequada dos dois líquidos.

Em tanques, comumente não se pratica o método de diluição, por três motivos:

a. - grande volume de água necessário,


b. - possibilidade de trasbordamento;
c. - perigo de ebulição, caso o liquido for aquecido a 100º C ou mais.

b) Limitações da água e da neblina

A água, agente extintor universal, tem limitações em certos tipos de incêndios. As


características que limitam o seu uso como agente extintor incluem: tensão superficial,
reatividade com certos materiais, condutividade elétrica, viscosidade, baixa opacidade e
reflexão. Além disto, a água pode ser ineficaz nos incêndios em líquidos inflamáveis de
baixo ponto de fulgor.
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Algumas destas limitações podem ser eliminadas ou reduzidas com a adição de


substancias que alteram as características físicas da água.

 Tensão superficial

A tensão superficial da água reduz sua capacidade de penetração a dispersão em


combustíveis enfardados ou empilhados, como por exemplo, o algodão. Nestes
casos torna-se necessário, desmantelar os fardos em empilhamento, aplicando água
no seu interior, ou então, adicionar um agente umectante, a fim de reduzir a tensão
superficial e possibilitar a penetração.

 Reatividade com certos materiais

Em geral, a água não deve ser aplicada em materiais como carbonatos, peróxidos,
sódio metálico, pó de magnésio, etc., os quais reagem violentamente.

 Condutividade elétrica

A água, em seu estado natural, contém impurezas que a tornam boa condutora de
eletricidade. Portanto, não deve ser aplicada em incêndios que envolvam equipamentos
elétricos energizados.

Recomenda-se, em primeiro lugar, desligar a corrente elétrica do equipamento


incendiado, antes de aplicar água. Deve ser levado em conta, porém, que em certas
linhas de alta voltagem pode ficar um potencial perigoso durante algum tempo após o
desligamento. Caso existam condensadores elétricos no circuito, ou haja um cabo que
por qualquer motivo tenha capacitância, a corrente demora algum tempo em dissipar-se.
Se dois ou mais cabos de alta tensão estão instalados numa torre, ou em duas torres
paralelas, pode gerar-se, após o desligamento de um cabo, uma corrente induzida no
cabo desenergizado, caso este tenha capacitância. Também o cabo desenergizado
pode ser acidentalmente energizado por contato com outra linha durante o combate a
incêndio.

Em certas circunstâncias, a corrente não pode ser cortada, porque isto pararia
equipamentos necessários para o combate a incêndio (por exemplo, bombas etc.). Em
tal caso, somente agentes extintores não condutores devem ser usados (agentes
químicos secos, pó ou gás carbônico)
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 Viscosidade

A água tem baixa viscosidade e, quando aplicada a uma massa incendiada, escoa
rapidamente. A baixa viscosidade também limita a sua capacidade de cobrir o fogo.

 Opacidade e reflexividade

Testes realizados demonstram que a neblina de água, aplicada de forma a criar uma
fina camada na superfície de uma chapa metálica, mantinha esta chapa a temperatura,
suficiente para se proteger contra os danos devidos à exposição de um incêndio em
gasolina. Porém, quando a neblina foi aplicada como simples cortina de água entre o
metal e o fogo, sem molhar a superfície da chapa metálica, o grau de proteção foi muito
menor. Neste ultimo caso, a temperatura da chapa metálica foi três até quatro vezes
mais alta que na primeira experiência, na qual a água molhava levemente a superfície
metálica protegida.

Os testes indicaram que, provavelmente por causa da falta de opacidade, a água tem
pouca capacidade de prevenir a passagem do calor de radiação.

c) Limitações do vapor

O vapor extingue incêndios através da exclusão do ar ou redução do conteúdo do


oxigênio do ar atmosférico, de maneira similar ao gás carbônico ou outros gases inertes.

Embora muitos incêndios tenham sido extintos com vapor, seu uso foi freqüentemente
ineficaz por falta de conhecimento das suas limitações. Exceto para aplicações
especiais, o vapor não e dai para frente utilizado modernamente como agente extintor.

Para uso do vapor no combate a incêndio é preciso se dispor de grandes e constantes


volumes. É difícil extinguir incêndios em combustíveis cuja combustão forme brasa, por
ser baixo o seu efeito resfriador. Em alguns tipos de incêndios, como por exemplo em
nitrato de amônia e materiais oxidantes similares, o vapor e completamente ineficaz.

Deve também ser levado em conta o risco de queimadura; a nuvem visível do vapor
condensado, normalmente conhecida como "Vapor", não oferece proteção.
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Recomenda-se limitar o uso de Jatos de vapor principalmente a pequenos espaços


encerrados, deve ser aplicado durante muito tempo, a fim de garantir a completa
extinção,

d) Neblina de água em incêndios de líquidos inflamáveis e líquidos combustíveis

O óleo combustível pesado, óleo lubrificante e outros produtos de petróleo, de alto ponto
de fulgor, não produzem vapores em volume razoável, antes de serem aquecidos.

Entretanto ,uma vez incendiados, o calor do fogo causa vaporização suficiente para que
a combustão continue. Caso seja aplicada neblina na superfície do líquido incendiado, o
resfriamento reduzirá a taxa de vaporização de maneira suficiente a se extinguir o
incêndio.

A água tem a sua capacidade extintora limita da em líquidos inflamáveis de baixo ponto
de fulgor, tais como os que estão incluídos na classe A-B-C, da norma ABNT-P-NB- 98-
1961. Qualquer volume de água atingindo a superfície dum liquido de baixo ponto de
fulgor, incendiado, não ferverá, mas provavelmente descerá ao fundo.

Caso o liquido esteja num tanque, a água poderá causar trasbordamento. Em caso de
incêndio em líquido derramado, a água provavelmente espalhará as chamas. Portanto,
em incêndios deste tipo a espuma é o agente mais indicado.

e) Resumo dos usos de água

O uso de água em incêndios de produtos de petróleo pode ser resumido da seguinte


maneira:

Água como agente resfriador

 interrompe a liberação de vapores da superfície de um produto de alto ponto de


fulgor, extinguindo assim o incêndio;
 protege os homens contra as chamas e o calor de radiação, quando os mesmos
fecham uma válvula ou realizam outra tarefa que exige aproximação;
 protege as superfícies expostas ao fogo; esta proteção é mais eficaz quando as
superfícies estão a uma temperatura superior a 100º C;
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 emprego dos jatos de água é eficaz no resfriamento de torres, vasos, tanques,


estruturas metálicas, etc.

Água como agente mecânico

 controla vazamentos;
 dirige, quando convenientemente aplicada, o fluxo do liquido, de forma a prevenir
sua ignição, ou remover o fogo para uma área onde cause menos prejuízos;

Água como agente deslocador

 Desloca o liquido inflamável para cima ou além do ponto de vazamento, antes ou


durante o fogo.

(1) Extraído da matéria "Proteção contra Incêndios" elaborada por João Bidim para
"Curso de Engenheiros de Segurança do Trabalho" - FUNDACENTRO.

 Agentes extintores de Espuma

A espuma para combate a incêndio é um agregado de bolhas cheias de gás, geradas de

soluções aquosas. Sua densidade é menor do que a dos líquidos inflamáveis e


combustíveis. É usada principalmente para formar uma capa flutuante de cobertura.
Extingue o incêndio neste liquido, cobrindo e resfriando o combustível de forma a
interromper a evolução dos vapores e impedir o acesso do oxigênio.

É útil como agente de prevenção e extinção de incêndio em situações as mais variadas,


envolvendo produtos inflamáveis. Ela satisfaz todas as exigências referentes a um fluido
de densidade muito baixa e alta capacidade de absorver calor.

a) Espuma mecânica (de ar)

A espuma mecânica (de ar) é formada por meios puramente mecânicos, sendo gerada
por turbulência física que incorpora ar numa solução de água, contendo uma pequena
proporção de extrato.

Dependendo desta mistura, a espuma de ar pode ser de maior ou menor consistência. O


grau de mistura pode produzir uma consistente de pequenas bolhas homogêneas, com
baixa taxa de decomposição, ou, então, pode gerar um aglomerado heterogêneo com
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bolhas que se desfazem mais rapidamente, dando uma taxa alta de decomposição. A
temperatura dos líquidos geradores de espuma, e de água, não afeta as características
de espuma gerada.

b) Espuma química

A espuma química é produzida mediante uma reação química que gera bolhas de gás
carbônico em solução de água, contendo um composto emulsionador.

A concentração química e a capacidade de expansão variam. Em temperaturas baixas,


a espuma química é gerada lentamente e tem sua expansão reduzida. Em temperaturas
muito altas, a espuma se forma rapidamente, com grande expansão, porém, sofre rápida
desintegração.

c) Tipos especiais de espuma

Em adição aos dois tipos de espuma mencionadas, existem líquidos especiais para a
geração de espumas mecânicas, a fim de atenderem a riscos específicos.

 Líquidos de espuma de baixa temperatura

São concentrados proteínicos convenientemente protegidos, para armazenamento e uso


no equipamento de geração de espuma, a temperatura baixa até 30º C abaixo de zero,
para uso tanto a 3% como a 6% por volume.

 Líquidos geradores de espuma para álcool

Trata-se de concentrados proteínicos, contendo substancias que oferecem maior


resistência contra a decomposição da espuma gerada, quando utilizada em líquidos
solúveis em água, tais como álcool , éter e outros solventes orgânicos. São fabricados,
geralmente, para uso em proporções de 6% por volume em água.

Uma vez que os líquidos geradores de espuma têm diferenças químicas básicas, o
concentrado de um tipo deve ser misturado com o concentrado de outro tipo. A mistura
de tipos pode produzir precipitação dos componentes ativas, entupindo a equipamento e
tornando a mistura inoperante. Quando a precipitação não ocorrer imediatamente, pode
haver uma redução considerável das propriedades espumígenas da mistura e suas
características de extinção podem ser destruídas completamente.
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d) Uso de espuma em geral

Todas as espumas são basicamente uma mistura estabilizada de água e O 2 ou ar, em


forma de uma massa de baixa densidade, refletora de calor, a qual é capaz de fluir e
nivelar-se automaticamente, em superfícies horizontais de líquidos ou sólidos, e de
aderir a superfícies verticais. São úteis sempre que se precise do efeito resfriador da
água e quando sejam necessárias características para criar uma cobertura capaz de
vedar os vapores.

As espumas que tem as características físicas e químicas apropriadas, para a risco


contra a qual devem proteger, são capazes de extinguir a incêndio progressivamente
quando aplicadas à taxa exigida. Uma capa de espuma, cobrindo a superfície do líquido,
é capaz de prevenir a desprendimento de vapores durante varias horas porém, quando
o seu conteúdo de água é drenada, torna-se mais vulnerável à decomposição mecânica.
A capa pode ser retirada após um período conveniente de tempo e, freqüentemente, não
afeta o produto com o qual entra em contato.

A espuma pode ser também usada para proteger estruturas e equipamentos contra a
radiação térmica. Devido à sua opacidade quando aplicada à superfícies sólidas, a
espuma reflete calor sendo que a lenta evaporação do seu conteúdo de água exerce
efeito resfriador.

A espuma serve ainda para reduzir ou interromper a geração de gases tóxicos de


líquidos e sólidos. Pode ser também usada para encher cavidades ou espaços
encerrados, onde se podem acumular gases tóxicos ou vapores inflamáveis.

e) Uso em derivados de petróleo

O uso mais importante da espuma é no combate a incêndios nos derivados do petróleo


do tipo da gasolina, com altas pressões de vapor e baixo ponto de fulgor. A espuma é o
único agente extintor permanente usado para incêndios deste tipo e sua aplicação suave
às superfícies inflamadas permite se extinguirem as chamas progressivamente,
consolidando seu progresso até a extinção completa.
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A espuma pode ser também usada para cobrir áreas expostas com inflamáveis e
prevenir, assim, o desprendimento de vapores que poderiam incendiar-se. Os riscos de
derrames são rapidamente controlados, mediante a aplicação da espuma.

Grandes áreas expostas com gasolina inflamada, como, por exemplo, no caso de
desastres de aviação, na decolagem ou no pouso, exigem a aplicação de grandes
volumes de espuma, afim de extinguir o incêndio ou, ainda, possibilitar os trabalhos de
salvamento. A espuma é também usada, ocasionalmente, nas pistas dos aeroportos,
para reduzir o risco de centelhas geradas por atrito, quando uma aeronave necessita
pousar com as partes metálicas inferiores da fuselagem.

f) Limitações da espuma

A espuma não é considerada agente adequado para incêndios que envolvam gases
liqüefeitos de petróleo (GPL) , como por exemplo, butano, propano, butadieno, etc.,.

Senso comum deve ser usado quando se aplica espuma em recipientes contendo
produtos quentes, cuja temperatura esta acima do ponto de ebulição da água, seja por
circunstâncias normais, ou devido à exposição ao fogo.

Pode ser desaconselhavel o uso de espuma em tanques contendo óleos de alta


viscosidade, tais como o "Bunker Oil" (óleo combustível para navios), os quais tenham
permanecido em combustão durante um período prolongado. Em tais circunstancias, a
água da espuma pode agitar violentamente o óleo e causar seu transbordamento.

A espuma é condutora de eletricidade; portanto; Jatos plenos deste agente extintor não
devem ser usados contra incêndios em equipamentos elétricos energizados.

g) Espuma de alta expansão

Outro procedimento de produção de espuma, utiliza a chamada espuma de "alta


expansão" ou "espuma leve" ("HI-EX"). A sigla "HI-EX" é formada pelas letras iniciais
das palavras inglesas "High-Expansion" (em português "alta expansão").
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O produto difere essencialmente daquele cita da anteriormente, devida a uma expansão


mais ampla da mistura, forma da par um agente espumante e a água.

Enquanto que são necessários 160 1itros de solução (água + líquido gerador) para
produzir 1m3 de espuma comum, o mesmo resultado atualmente é obtido com 1 litro de
solução com novo agente (água + 15 cc do líquido gerador).

A "HI-EX", ou espuma de alta expansão, é simplesmente constituída por uma emulsão


ou espuma de sabão", composta de bolhas de ar envoltas por um detergente e água.

Nos geradores, cuja potência depende da força motriz empregada, o agente espumante
é aspirado do mesmo modo nos equipamentos comuns de espuma; a mistura atravessa
uma tela e a seguir é lançada por meio de um ventilador, que se liga a um tubo de tecido
leve (nylon), cujo diâmetro pode ultrapassar 1 metro.

Os geradores são unidades portáteis, podendo ser transportados a qualquer ponto de


aplicação. Nas fabricas, conforme os riscos , podem ser instaladas em posições fixas

Este tipo de espuma é especialmente adequada para combater incêndios no interior de


prédios ou navios, para sufocar incêndios em subsolos, almoxarifados ou locais de difícil
acesso.

O problema do surgimento de água pode ser resolvido por meio deste procedimento,
devido a pequena quantidade que é necessária para produzir a espuma; deve ser
também destacada a fato, multo importante, de que os estragos causados pela água são
reduzidos ao mínimo.

Tendo em vista o aumento dos riscos de incêndios, devido ao uso crescente de novos
combustíveis nas industrias não há duvida de que este tipo de espuma constitui um
meio de extinção de grande eficácia, sendo de destacar que não apresenta nenhum
risco à saúde, não ataca metais, não é caustica, nem corrosiva.

Devido ao fato de que é possível produzir este tipo de espuma rapidamente, e em


grande quantidade, o enchimento de grandes espaços nos edifícios ou navios é obtido
facilmente e em pouco tempo, podendo-se atingir todas os locais, a menos que haja
paredes divisórias sem aberturas de comunicação entre os riscos.
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Tendo em vista a aplicação da espuma em grandes volumes, é lógico perguntar-se o


que poderá ocorrer ao material estocado no interior de um prédio ou navio.

Imaginemos que uma casa comum, ou um local com um espaço de 500 m³, sejam
cheios de espuma; a quantidade de água empregada é de 500 litros. Esta quantidade
está, porém, espalhada em todo o espaço, inclusive no mobiliário ou na carga.

Pode-se, então, supor que a dispersão da água é tal que os resultados ficam dentro dos
limites aceitáveis e não será necessário leva-los em consideração.

Se enchermos completamente com a espuma um local com 2.500 m 3 e a fecharmos,


não ficarão muitos vestígios da espuma depois de algum tempo, pois estes
desaparecerão após 24 horas. A espuma será absorvida e os 2.500 litros de água
necessários para a produção serão, em grande parte, absorvidos ou evaporados.

A espuma de alta expansão é adequada para os incêndios das classes A e B e


sobretudo nos recintos de difícil acesso e em subsolos. É muito eficaz como meio de
extinção auxiliar, tornando-se muito útil para os corpos de bombeiros oficiais e
industriais, principalmente nos casos em que a fumaça e os gases nocivos tornam difícil
o ataque ao fogo, quando há escassez de água, quando se querem evitar os estragos
causados pela água ou ainda, nos casos em que o CO2 ou os outros meios de extinção
não são eficazes.

No caso de grandes áreas incendiadas por líquidos inflamáveis, após ter sido aplicado o
pó, a espuma evitará a reignição. Sendo compatível com o pó, oferece uma proteção
eficaz contra a radiação do calor, isolando, abafando, resfriando e extinguindo o fogo
completamente.
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 Agentes extintores de Gás Carbônico

O gás carbônico tem sido usado, desde há muitos anos,


para a extinção de incêndios em líquidos inflamáveis e em
equipamento elétrica energizado. As propriedades que
tornam o gás carbônico conveniente para uso em certos
incêndios, e as que limitam seu uso em outras ocasiões, são
discutidas neste capitulo.

Propriedades que afetam a extinção dos incêndios.

O gás carbônico tem varias propriedades que recomendam


sua aplicação na extinção de incêndios. Não é combustível e
não reage com a maioria das substâncias. Tem sua própria
pressão para a descarga do extintor ou do cilindro de
armazenamento.
Sendo gás, pode penetrar e espalhar-se em todas as partes
da área incendiada. No estado gasosa conduz eletricidade e
pode ser, portanto, usado em equipamentos elétricos
energizados.

 Uso de gás carbônico

O gás carbônico é eficaz como agente de extinção, em primeiro lugar, porque reduz o
conteúdo do oxigênio no ar a um ponto em que este deixa de apoiar a combustão. Em
condições adequadas de controle e aplicação, obtém-se também certo efeito resfriador.

 Extinção por abafamento

O gás carbônico é armazenado sob pressão no estado líquido e, quando liberado,


descarrega-se para a área incendiada, principalmente em forma de gás. Em geral, 453 g
(uma libra) de gás carbônico no estado líquido, pode, de acordo com as estimativas,
produzir aproximadamente 0,240 m3 de gás livre, à pressão atmosférica. Quando
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aplicado em cima de materiais inflamados, cobre-os, diluindo o oxigênio a uma


concentração em que este não pode apoiar a combustão.

 Extinção por resfriamento

A expansão rápida do líquido para o estado gasoso, no momento da liberação do gás


carbônico do cilindro de armazenamento produz um efeito resfriador, convertendo uma
parte em neve. Esta neve rapidamente evapora, absorvendo a calor do material
inflamado e da atmosfera ambiente. Entretanto, o volume do calor absorvido é
relativamente pequeno, em comparação com o volume absorvido pela água.

c) Limitações do gás carbônico

O gás carbônico como agente extintor tem relativamente poucas limitações, as quais
podem ser resumidas no seguinte: toxicidade, superfícies quentes e brasa, materiais
contendo oxigênio e metais pirofóricos.

 Toxicidade

Embora o gás carbônico não seja toxico, pode causar desmaios, e até a morte, quando
está presente em concentrações necessárias para a extinção de incêndios. Isto se deve
a asfixia e não ao efeito toxico.

A concentração de aproximadamente 9 % é o máximo que a maioria das pessoas pode


respirar, sem desmaiar em poucos minutos. A concentração de mais ou menos 20 %
pode ser fatal, a menos que a vítima seja imediatamente transferida para ambiente
ventilado.

A respiração artificial, em geral, dá resultado satisfatório, graças à natural tendência do


gás carbônico em estimular a respiração.

Em geral, o risco não é grande, porque uma pessoa não desmaia aspirando
concentrações fortes, apenas durante o tempo necessário para se retirar da área.
Porém, o risco pode ser mais grave em caso de recintos maiores e quando o gás
carbônico entra em áreas como poços, valas, etc.
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 Superfícies quentes e brasa

Incêndios aparentemente extintos com o uso do gás carbônico podem reiniciar-se após
a dissipação da atmosfera abafadora, caso permaneçam no local brasa ou superfícies
metálicas aquecidas. Nestas circunstancias, poderá ser necessária reduzir o conteúdo
de oxigênio para, aproximadamente, 6% e manter esta concentração durante um
período de tempo prolongado, até que a brasa e/ou superfícies quentes se resfriem
abaixo da temperatura de ignição do combustível. Em alguns casos, o resfriamento do
material poderá exigir horas e até dias, período durante o qual deverá ser conservada a
concentração da gás carbônico.

 Material contendo oxigênio

O gás carbônico não é eficaz como agente extintor em incêndios envolvendo


substancias químicas que contém oxigênio, como, por exemplo, o nitrato de celulose,

 Metais pirofóricos

Incêndios em metais pirofóricos, tais como sódio, potássio, magnésio, titânio e zircônio,
não podem ser extinto com gás carbônico. Estes metais decompõem o CO2.

 Agentes extintores químicos secos


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O termo agente químico seco refere-se aos pós


extintores com base em bicarbonato, os quais são
usados, em primeiro lugar, para extinguir incêndios das
Classes B e C. "Agente químico seco universal",
refere-se a pós extintores com base em fosfato de
amônia, os quais tem sido considerados eficazes para
uso em incêndios das Classes A B e C. Os termos
agente químico seco e agente químico seco universal
não devem ser confundidos com "pó seco", termo usado
para identificar agentes pulverizados, elaborados
primariamente para uso em incêndios de metais
pirofóricos.

a) Propriedades extintoras

Ao ser aplicado diretamente na área do incêndio, o agente químico seco faz com que as
chamas se apaguem completamente, no momento. Não são conhecidos definitivamente
o mecanismo exato e o principio químico da ação extintora. Abafamento, resfriamento e
isolamento contra a radiação contribuem para a eficácia extintora do agente, porém
estudos recentes parecem indicar que uma reação desagregadora em cadeia, na
chama, pode ser a causa principal da extinção.

 Ação abafadora

Tem sido opinião geral, desde há anos, que propriedades extintoras das agentes
químicos secos baseiam-se principalmente na ação abafadora do gás carbônico,
liberado quando o bicarbonato de sódio é aquecido pelas chamas. O gás carbônico, sem
duvida, contribui para a eficácia do agente químico seco, da mesma forma como o
volume do vapor de água, liberado quando se aquece a agente químico seco, porem, os
testes, em geral, contradizem a opinião de que estes gases são fatores de maior
importância. Por exemplo, foi demonstrado que 2 Kg de agente químico seco são tão
eficazes como 4,5 Kg de gás carbônico. Considerando o fato de que, mesmo se todo o
agente químico se decomponha e uma determinada quantidade produza apenas 26%
(peso) de gás carbônico, é evidente que o agente químico seco não extingue
primariamente devido aos efeitos abafadores. Como prova adicional contra a teoria da
ação abafadora, foi apontado o fato de que certos sais pulverizados que não liberam gás
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carbônico, vapor de água, ou outros gases, quando os sais são aquecidos (por exemplo,
carbonato de sódio), são agentes eficazes de extinção.

 Ação resfriadora

A ação resfriadora do agente químico seco não pode ser apontada como um fator
importante na extinção rápida de incêndios. Uma tese, elaborada por C.S.McCamy, H.
Shoub, e T.C.Lee, e baseado em estudos das capacidades térmicas de vários pós,
testados quanto à eficácia da extinção, contém estimativas da quantidade necessária de
calor, a fim de aumentar a temperatura de quantidades de igual peso, de vários
materiais, de 18º C para 300º C. Dois agentes extintores que os autores verificaram ser
iguais quanto a eficácia extintora - um agente químico seco contendo 95%, ou mais, de
bicarbonato de sódio e bórax com 2% de estearato de zinco - absorvem 259 e 463
calorias por grama, respectivamente. O bicarbonato de sódio, que foi só levemente
inferior na eficiência da extinção, absorveu, de acordo com uma estimativa, 79 calorias

por grama, ao ser aquecido de 18º C para 300º C. A tese em que este trabalho é
relatado tem o título de "Fire Extinguishment by Means of Dry Powder", (Extinção de
Incêndio com Pó Seco) e foi publicada pela Reinhold Publishing Company, 430 Park
Avenue, New York 22, N.Y. ,numa coleção de teses apresentadas no Sexto Simpósio
sobre a combustão.

 Isolamento da radiação

A descarga de um extintor de agente químico seco produz uma nuvem de pó entre a


chama e o combustível . Supõe-se que esta nuvem isole o combustível de uma parte do
calor radiado pelas chamas. McCamy, Shoub e Lee, ao relatarem seus testes de
avaliação deste fator, concluíram que o fator isolamento é de alguma importância.

 Reação desagregante em cadeia

A teoria da reação em cadeia na combustão foi apresentada por alguns pesquisadores


para fornecer a chave ao que possa ser este fator desconhecido na extinção. Esta teoria
assume a presença de radicais livres na zona de combustão e indica que as reações
destas partículas são necessárias para a combustão continua. Caso assim seja , pode
ser que a descarga de uma nuvem de agente químico seco nas chamas impeça a união
das partículas reativas e a continuação da recaio em cadeia na combustão.

b) Uso
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O agente químico seco tem sido apreciado pela sua eficácia na extinção de incêndio em
liquido inflamáveis. Recomenda-se também para uso em incêndios que envolvam alguns
tipos de equipamento elétrico, tendo ainda certa aplicação, limitada, na extinção
superficial de incêndios de combustíveis comuns.

O agente químico seco universal pode ser usado em incêndios de materiais


combustíveis comuns, em líquidos inflamáveis e em incêndios que envolvam
equipamentos elétricos.

c) Limitações dos agentes químicos secos

O agente químico seco não produz atmosfera inerte permanente acima da superfície
dos líquidos inflamáveis. Portanto, não extingue o incêndio permanentemente, caso
existam no local fontes de reignição, como, por exemplo, superfícies metálicas quentes.

Não deve ser usado em locais onde estão situados relês e contatos elétricos delicados,
como, por exemplo, em centrais telefonias, porque neste tipo de instalações as
propriedades isolantes do agente poderiam tornar inoperante o equipamento.

 Agentes extintores halogenados

Os agentes extintores halogenados são os compostos que tem na sua composição


química carbono mais o Flúor, Cloro, Bromo ou iodo. Este ultimo elemento pode ser de
custo elevado, e é pouco usado. Existem dois tipos de agente: o liquido vaporizante e o
gás liqüefeito, ambos expelidos mediante um propelente gasoso, como por exemplo, o
nitrogênio.

O tetracloreto de Carbono foi o primeiro agente extintor deste grupo a ser usado.

Entretanto, por serem seus gases venenosos, o seu emprego torna-se cada vez mais
restrito. Pelo mesmo motivo, o uso de Brometo de Metila ficou também reduzido.
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O Clorobromometano foi introduzido como agente extintor na aviação e marinha alemã


durante a ultima guerra. É muito menos tóxico que os dois agentes acima. Estudos
posteriores, nos E.U A., comprovaram que o Bromo é o comandante mais ativo da
molécula halogenada.

a) Aplicação

Os agentes extintores halogenados são mais convenientes nas situações em que um


incêndio pode ser controlado com o mínimo de danos e que o peso do agente e do
equipamento extintor é de importância crítica. Por exemplo, o Bromotrífluorometano é
utilizado nos sistemas de extinção de incêndios das aeronaves comerciais. Este agente,
que é um gás liqüefeito, tem dispersão imediata na área do incêndio, porém os jatos dos
aparelhos extintores não alcançam grande distancia.

O Clorobromometano é um "líquido vaporizante" o qual pode ser aplicado em forma de


jato e que alcança distancias maiores do que o agente anterior. Sua dispersão na área
do fogo porém, é mais lenta e menos ampla.

b) Toxicidade

Uma vez que os agentes halogenados reagem com os fragmentos de moléculas do


combustível , criam em certos casos com postos que são mais perigosos que o próprio
agente. Por exemplo, o Tetracloreto de Carbono, em si muito toxico, gera, quando
aplicado, o Fosgênio. Para se avaliar completamente o risco de toxicidade, deve ser
considerada a eficiência relativa dos agentes halogenados individuais. Por exemplo,
quanto mais eficiente o agente, menor será a quantidade a ser aplicada e mais rápida a
extinção.

c) Fatores de corrosão

Alguns destes agentes apresentam o problema da corrosão. O Brometo de Metila corroí


com severidade
o alumínio e suas ligas. Por outro lado, este agente tem um efeito corrosivo
insignificante no aço inoxidável, mesmo que haja alta porcentagem de umidade.
Entretanto, o Brometo de Metila, com a umidade, gera o ácido Hidrobromico, o qual em
sua decomposição pode-se tornar altamente agressivo a certos metais.
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O Clorobromometano seco (contendo máximo água 0,02 %) praticamente não ataca o


aço, bronze e chumbo, porém de extrema importância controlar o conteúdo da umidade,
porque, presença desta, o agente corroí o ferro. Como a maioria dos outros agentes
contendo cloro e bronze, este agente corrói o alumínio, magnésio e zinco. O tetracloreto
de carbono também é corrosivo especialmente na presença de umidade, ocasião em
que gera o ácido clorídrico, atacando principalmente o ferro e outros metais.

Os agentes contendo flúor são mais estáveis. Entretanto, atacam de certo modo o
bronze, especialmente na presença de umidade; o alumínio é afetado menos do que o
aço. O método de operação dos extintores carregados com agentes halogenados é
similar ao manuseio dos extintores carregados com água.

A aplicação destes agentes extintores atualmente é limitada a finalidades especificas,


como nos aviões. Não tem aplicação geral dos outros agentes já discutidos.

 Resumo das informações

A Tabela 1 apresenta de forma condensada as informações do subitem anterior.


TABELA 1 - Agentes extintores por classe de incêndio.

Agentes Extintores
Classes de Água Espuma CO2 Pó Químico
incêndios
Papel
Tecidos NÃO NÃO
A SIM SIM
Madeira ** ***
Fibras
Óleo
Gasolina
NÃO
B Graxa SIM SIM SIM
*
Tinta
G.L.P
Equipamento
C s elétricos NÃO NÃO SIM SIM
energizados
D Magnésio NÃO NÃO NÃO SIM
Zircônio Pó químico
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Titânio especial

NOTA: Variante para Classe "D": Usar método de limalha de ferro fundido.
* Não é utilizada em jato pleno, porém pode ser usada sob a forma de neblina.
** Pode ser usado em seu inicio.
*** Há pós químicos especiais (Monec, ABC) que são eficientes nesta classe de
incêndio.

Tipos de Equipamentos para Combate a Incêndios

Os mais utilizados são:

 Extintores
 Hidrantes
 Chuveiros automáticos ou outros.

1 - Extintores

Quando foram estudadas as classes de fogo, foi apresentada uma tabela que indicava,
de acordo com a classe de incêndio, o tipo de agente extintor a ser utilizado. É preciso
conhecer muito bem cada tipo de extintor.

 Extintor de espuma
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Seu funcionamento se dá pela reação química entre


duas substancias: o sulfato de alumínio e o
bicarbonato de sódio dissolvidos em água.

O desenho ao lado mostra de modo simplificado este


extintor. Dentro do aparelho, esta o bicarbonato de
sódio e um agente estabilizador de espuma,
normalmente o alcaçuz e num cilindro menor é
carregado o sulfato de alumínio. Ao ser virado o
extintor, as duas misturas vão se encontrar,
acontecendo a reação química. O manejo é bastante
simples:
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1. O operador aproxima-se do fogo com o extintor na posição normal


2. Vira o extintor.
3. Dirige o jato para a base do fogo.

Quando o agente estabilizador não é colocado, a espuma formada pela reação


rapidamente se dissolve, perdendo o seu efeito de abafamento. Nesses casos é
utilizado apenas em incêndios classe A e é denominado "Carga Líquida".

No comercio são vendidos extintores de 10 litros ou carretas de 50, 75, 100 e 150 litros.
Embora simples o extintor de espuma necessita de uma serie de cuidados para que,
quando houver necessidade, ele possa ser usado eficazmente:

 A cada 5 anos, deverá sofrer um teste hidrostático, em firma idônea.


É um teste em que é usada a pressão da água para verificação da
resistência do extintor à pressão que se forma dentro dele quando é
usado.
 A cada 6 meses, deverá ser descarregado e recarregado
novamente.
 Semanalmente, deverá sofrer inspeção visual e o bico do jato
deverá ser desobstruído, desentupido, se for o caso.

É um extintor relativamente barato e dá uma boa cobertura, evitando que, num fogo já
dominado, recomece a ignição, ou seja, que voltem as chamas.

b) Extintor de água

O agente extintor é a água. Há dois tipos comerciais:

 Pressurizado

É um cilindro com água sob pressão (Figura 1). O gás que dá a pressão, que impulsiona
a água, geralmente é gás carbônico ou nitrogênio. Existem alguns a ar. O manuseio é
simples. O operador deve se aproximar até uma distância conveniente, retirar o pino de
segurança, e dirigir o jato de água para a base do fogo.

 A pressurizar
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Há uma ampola de gás e, uma vez retirado o pino de segurança, o gás é liberado e
pressiona a água. A ampola pode ser interna (Figura 2), ou externa ao cilindro que
contem a água.

Sua manutenção é mais simples que a do anterior, porém, devem ser tomados os
seguintes cuidados:

 Revisão e teste hidrostático a cada 5 anos.


 Anualmente deve ser descarregado.

São fornecidos extintores portáteis ou em carretas.


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Fig.1 – Água pressurizada Fig.2 - Água a pressurizar.

c) Extintor de gás carbônico (CO2)

O gás é encerrado num tubo com uma pressão de 6l atmosferas. Ao ser acionado o
gatilho, o gás passa por uma válvula num forte jato.
Como há possibilidade de vazamentos, este extintor deverá ser pesado a cada 3(três)
meses e, toda a vez que houver perda de mais de 10% (dez por cento) no peso, deverá
ser descarregado e recarregado novamente.

Como não deixa resíduos, e o ideal para equipamentos delicados. São fornecidos
extintores portáteis, desde 1 kg, até carretas de 45 kg ou mais.
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Fig. CO2 - Extintor de Gás Carbônico

d) Extintor de Pó Químico Seco

Utiliza bicarbonato de sódio não-higroscopico (que não absorve umidade) e um agente


propulsor que fornece a pressão e que pode ser gás carbônico ou nitrogênio. É
fornecido para uso manual ou carreta e pode ser sob pressão permanente ou injetada.

Estes extintores são mais eficientes que os de gás carbônico.

 Seu controle é feito pelo manômetro e, quando a pressão baixa; deve ser
recarregado.
 São semelhantes no aspecto aos extintores da água.
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e) Outros tipos

Há outros tipos de extintores de pó químico seco que podem ser utilizados com
eficiência nos incendias classe A. São chamados extintores de Pó tipo ABC (ver quadro
1 - item 4.1) ou Monex.

A instalação de extintores deve obedecer à seguinte tabela:

Área coberta por Risco de fogo Distância máxima a ser


Unidade extintores percorrida
500 m² Pequeno 20 m
250 m² Médio 10 m
150 m² Grande 10 m

Observação: Independentemente da área ocupada, deverão existir pelo menos dois


extintores para cada pavimento.

A unidade extintora é calculada pela tabela:

Substâncias Capacidade dos Número de extintores


extintores que constituem unidade
extintora
Espuma 10 litros 1
Água
Gás carbônico 6 quilos 1
(CO2) 4 quilos 2
2 quilos 3
1 quilo 4
Pó químico 4 quilos 1
2 quilos 2
1 quilo 3

A disposição e sinalização dos extintores deve ser a das figuras 3 e 4.


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Observação

 O local dos extintores deve ser sinalizado por um círculo ou seta pintada
internamente de vermelho e borda de amarelo.
 A área livre para os extintores deve ser pintada vermelho, como mostram
as figuras acima.
 X = 1 metro, H = 1,60 metro (máximo)

2 - Hidrantes

As empresas que possuem sistemas de hidrantes-instalações de água com


reservatórios apropriados normalmente tem direito a descontos na tarifa de seguro
incêndio. Para tanto, devem estar enquadrados nas especificações do I.R.B (Instituto de
Resseguros do Brasil) e posteriores recomendações da SUSEP.

Devem ser distribuídos de forma a proteger toda a área da empresa por dois jatos
simultâneos, dentro de um raio de 40 metros (30 m. das mangueiras e 10 m. do jato).

Além da tubulação (1 1/2" ou 2 1/2"), dos registros das mangueiras (30 m ou 15 m.) ,
deve-se escolher requintes que possibilitem a utilização da água em jato pleno ou sob a
forma de neblina (requinte tipo universal).

As mangueiras devem permanecer desconectadas, conexo tipo engate rápido,


enroladas convenientemente, e sofrer manutenção constante.

Deve ser proibida a utilização das instalações indevidamente

3 - Chuveiros automáticos ("sprinklers")

O sistema de extinção de incêndios por chuveiros automáticos consiste na distribuição


de encanamentos cujos diâmetros diminuem à proporção que se afastam do
equipamento central.

Os bicos, sensíveis ao calor, à fumaça, ou a gases resultantes de um principio de


combustão: são distribuídos pelas instalações industriais.

Automaticamente se abrem, permitindo a passagem do agente extintor, que pode ser


água, gás carbônico ou halogenados.
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Embora de alta eficiência, é um sistema com custo de instalação elevado.


Há unidades extintoras individuais, compreendendo o cilindro com o agente extintor e o
bico de abertura automática.

Plano de Combate a Incêndios

Ao elaborar uma planificação que possibilite um eficaz combate a incêndios, três pontos
básicos devem ser observados, com a criação de grupos responsáveis pelo combate às
chamas, pelo abandono de local e pelo atendimento de primeiros socorros.

1 - Brigadas de incêndio

Seus integrantes tem como função prioritária eliminar princípios de incêndio, bem como
verificar condições inseguras, com risco de incêndio ou explosão. Deve haver
esquematizado um sistema de controle que proporcione rápida comunicação e
correspondente tomada de providências.

O grupo deverá ser constituído de elementos dos diversos setores, particularmente da


área de manutenção e de supervisão. Não se recomenda a participação de vigias ou
porteiros nesses grupos, embora o treinamento siga os mesmos princípios.

Esse treinamento engloba:

 isolamento de areais
 uso de extintores
 uso do sistema de hidrantes,
 controle do sistema de "sprinklers",
 conhecimento das instalações e diferentes tipos de risco.

As diferentes áreas da empresa devem possuir grupos especialmente formados, com


diversos níveis de autoridade, plenamente conhecidos pelos integrantes, facilitando a
tomada de decisões em caso de ausência de algum elemento.

2 - Equipe de abandono do local

O desconhecimento dos encaminhamentos de saída existentes e a causa principal do


surgimento de pânico quando do aviso de incêndio.
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Portanto, é imprescindível que se estabeleça um programa de abandono das


instalações, com elementos convenientemente escolhidos que supervisionarão os
treinamentos periódicos.

Desse modo, nos casos de emergência que requeiram saída imediata e ordeira do
ambiente de trabalho, o alarme será encarado normalmente, desenvolvendo-se o
abandono do local segundo as normas pré-estabelecidas.

Os exercícios podem ser realizados trimestralmente, inicialmente com data e hora


determinadas, em um segundo instante somente com data e posteriormente sem
nenhuma determinação pré-fixada.

De maneira geral, o plano compreende:

Objetivo = retirada do pessoal com rapidez e segurança;

Categorias

 empresa com população fixa;


 locais com população semi-fixa (escolas, hotéis);
 locais com população flutuante (lojas, cinemas);
 locais especiais (hospitais, casas de saúde);

Regras básicas

 unidade de largura - 0,60 m.


 velocidade de circulação - mesmo nível - 0,60 m/seg.- escadas - 0,45 m/seg.
 coeficiente de circulação - 1,3 pessoas/m.seg

Tempo de evacuação:

Tempo Total = Td + Ta + Tp + Tev

Onde: Td = tempo de detecção


Ta = tempo de alarme
Tp = tempo de preparação
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Tev = Tempo de evacuação

Pode-se notar que quanto mais desenvolvidos os sistemas de detecção e alarme e


quanto melhor o preparo e treinamento dos funcionários, os resultados serão mais
satisfatórios.

O tempo de evacuação pode ser calculado a partir da seguinte formula:

Tev = ___P__ + _Ch


Le x Ce V

Onde P = n.º de pessoas no edifício


Le = largura de saias e escadas (metros)
V = velocidade de circulação
Ch = comprimento horizontal das passagens
Ce = coeficiente de circulação

A legislação do município de São Paulo, em especial o decreto n.º 10.878 de 07 de


fevereiro de 1974, apresenta uma série de determinações que devem ser atendidas
pelas edificações para garantir um mínimo de segurança aos usuários.

3 - Grupo de primeiros socorros

O pronto atendimento de acidentados em casos de incêndio ou explosão pode significar


a própria vida do elemento atingido.

Todo setor da fabrica deverá possuir caixa de primeiros socorros com material
adequado, e pessoal convenientemente treinado.

4 - Procedimentos de caráter geral

Nenhum sistema de prevenção de incêndio será eficaz se não houver o elemento


humano para opera-lo.
Este elemento humano, para poder combater eficazmente um incêndio, deverá estar
perfeitamente treinado. É um erro pensar que, sem treinamento, alguém, por mais hábil
que seja, por mais coragem que tenha, por maior valor que possua, seja capaz de atuar
de maneira eficiente quando do aparecimento do fogo.
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Não existem regras definitivas e que resolvem tudo. Mas, existem as regras básicas
para o treinamento.

 Treinamento

Um treinamento constante deverá ser dado a todos os elemento da empresa ensinando-


os a:

1. saber localizar, de imediato, o equipamento de combate ao fogo;


2. se utilizar de um extintor;
3. engatar mangueiras;
4. fechar uma rede de sprinklers (chuveiros automáticos contra fogo)

Este treinamento poderá ser feito na própria área da fábrica, quando possível e, para
efeito de economia, pode-se utilizar os próprios extintores com carga vencida.

Uma vez que o pessoal esteja plenamente adestrado, será conveniente, vez por outra,
fazer exercícios mais reais, isto é, provocando-se e extinguindo-se focos de incêndio, a
fim de que, no caso de um sinistro a brigada saiba agir automaticamente.

Após esta etapa, alguns alarmes falsos completam o treinamento.

É também, interessante transmitir aos funcionários alguns conhecimentos de primeiros


socorros.

Deve-se sempre recordar que os primeiros cinco minutos, no combate ao incêndio, são
os mais importantes e deles pode depender todo o êxito ou fracasso da missão.

Recomendações para o caso de incêndio:

 Toda a área deve ser evacuada. Os curiosos e as pessoas de boa vontade só


atrapalham.
 A brigada de Incêndio deve intervir e, por seu chefe, isolar a área e dar combate
ao fogo.
 A brigada não tem todos os recursos e não domina todas as técnicas de combate
ao fogo.
 Portanto, em caso de duvida, deve ser chamado, imediatamente, o Corpo de
Bombeiros.
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 Antes de se dar combate ao incêndio, deve ser desligada a entrada de força e


ligada a emergência.

 Quando o Corpo de Bombeiros chegar, é preciso explicar qual o tipo de fogo


(classe A, B, C ou D) e orientar os soldados do fogo sobre a ara do incêndio.
 Os equipamentos elétricos que não puderem ser desligados, mesmo em caso de
incêndio, deverão possuir circuito elétrico independente e placa indicadora
próxima aos seus dispositivos de comando.
 Em qualquer caso, deve ser mantida a calma, deve-se atuar com serenidade, e
ninguém deve tentar ser herói.

Brigadas de Incêndio

Com a escassez de equipamentos do poder público e sua ineficiência no tempo gasto


para atendimento as chamadas de emergência, também agravado nas grandes cidades
pelo congestionamento de trânsito devido ao grande fluxo de veículos, as edificações de
uma maneira geral encontram-se vulneráveis à incêndios.

O valor de seu patrimônio e principalmente, o valor da vida de seus usuários é muito


maior e não pode ser negligenciado. Com base nestes dados a
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXl montou este treinamento especializado em
prevenção e combate a incêndio e primeiros socorros.

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