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Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho

Ergonomia
Greici C. Lorenz de O. Santos
Fisioterapeuta – Ergonomista

greiciclorenz@outlook.com
(55) 99617.0244
ERGONOMIA

Objetivos do curso
Promover o entendimento da teoria aplicada na prática dos
conceitos e abordagens ergonômicas;

Promover o aprendizado para a identificação de riscos ergonômicos


e das oportunidades de melhorias/adequações.
ERGONOMIA

MÓDULO I – ERGONOMIA

 Conceitos e Histórico;
 Benefícios da Ergonomia;
 Níveis de Exigência, Abordagem e Tipos de Ergonomia;
 Fisiologia, Posturas e Movimentações corporais;
 NR 17 – ERGONOMIA.

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ERGONOMIA

O que é
Ergonomia?

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ERGONOMIA

O QUE É ERGONOMIA?

É o estudo das relações entre o homem e tudo que que envolve o seu trabalho:

 as posturas e movimentos realizados;


 os equipamentos que são utilizados
 ambiente em que o trabalho é realizado;
 a forma de realizar as atividades...

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ERGONOMIA

ERGONOMIA O termo Ergonomia é derivado das palavras gregas


- HISTÓRICO / CONCEITOS Ergon (trabalho) e Nomos (regras).

Em 1949, o engenheiro inglês Kenneth Frank Hywel Murrell, criou na Inglaterra, na Universidade de
Oxford, a primeira sociedade nacional de ergonomia, a Ergonomics Research Society.

“Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o ser humano, o seu trabalho, equipamento e


ambiente, e particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia, na
solução de problemas surgidos neste relacionamento“.

Em 1959, foi organizada a International Ergonomics Association (IEA), em Estocolmo.


Em 2000, a IEA aprovou uma definição, conceituando a ergonomia e suas especializações:

“Ergonomia (ou fatores humanos) é a disciplina científica, que estuda as interações entre os seres
humanos e outros elementos do sistema, e a profissão que aplica teorias, princípios, dados e
métodos, a projetos que visem otimizar o bem estar humano e o desempenho global de sistemas."
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ERGONOMIA

Em 1960, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) define ergonomia como:

“Aplicação das ciências biológicas conjuntamente com as ciências da engenharia para lograr o ótimo
ajustamento do ser humano ao seu trabalho, e assegurar, simultaneamente, eficiência e bem-estar”.

Em 31 de agosto de 1983, foi criada a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO).

“A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho às características fisiológicas e psicológicas do


ser humano”.

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ERGONOMIA

Norma Regulamentadora 17 – ERGONOMIA


Aprovação - Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978
Redação: Portaria MTPS n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990
Atualização: Portaria MTb n.º 876, de 24 de outubro de 2018

"Esta norma visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um
máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente".

Interesse pela ergonomia no meio empresarial brasileiro.

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ERGONOMIA

Ilda (1993), define a ergonomia como "o estudo da adaptação do trabalho ao homem”.
Envolvendo não somente o ambiente físico (máquinas e equipamentos), mas também
os aspectos organizacionais de como esse trabalho é programado e controlado para
produzir os resultados desejados”.

Segundo Thibodeau (1995), "a ergonomia contribui no projeto e modificação nos


ambientes de trabalho maximizando a produção, enquanto aponta as melhores
condições de saúde e bem-estar para os que atuam nesses ambientes". Segundo o
autor, essa abordagem deve ser "holística e interdisciplinar", o que trouxe a
necessidade do conhecimento do trabalho e da tarefa, do trabalhador e do usuário, da
organização e do ambiente.

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ERGONOMIA

Desenvolvimento da Desenvolvimento da
Revolução Industrial
Ergonomia Tecnologia

Final do século XIX e início do século XX, que começaram a surgir teorias e princípios
que visavam normalizar o processo produtivo das fábricas a fim de se obter maior
produção e minimizar o desperdício, tanto de tempo quanto de materiais.

Sanders e McCormick (1993)

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ERGONOMIA

Adaptação das armas para caça e


sobrevivência, tornando-as de forma segura,
confortável e eficaz.
Surgiu pela necessidade do homem de facilitar
sua vida.

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ERGONOMIA

Onde aplicamos
Ergonomia?

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ERGONOMIA

BENEFÍCIOS DA ERGONOMIA

Melhorar as condições de trabalho e promovendo o conforto e a satisfação dos trabalhadores;


Promover a integridade física e psicológica do trabalhador;
Prevenir acidentes;
Promover confiabilidade (evitar o erro humano);
Aumentar a produtividade;
Melhoria da competitividade no mercado;
Redução absentismo e rotatividade;
Redução custos médicos (diretos e indiretos);
Preservar a saúde e a segurança dos trabalhadores.
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ERGONOMIA

NIVEIS DE EXIGÊNCIA

•Tecnológicas: relativas ao aparecimento de novas técnicas de produção que impõem novas


formas de organização do trabalho;

•Organizacionais: relativas a uma gestão mais participativa, trabalho em times e produção enxuta
em células que impõem uma maior capacitação e polivalência profissional;

•Econômicas: relativas à qualidade e ao custo da produção que impõem novas condicionantes às


atividades de trabalho, como zero defeito, zero desperdício, zero estoque, etc.;

•Sociais: relativas à melhoria das condições de trabalho e, também, do meio ambiente


(SANTOS, 2010).
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ERGONOMIA

ABORDAGENS DA ERGONOMIA

1. Quanto a abrangência:

Abordagem Microergonômica: Ergonomia do posto de trabalho

Abordagem Macroergonômica: Ergonomia de sistemas de produção

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ERGONOMIA

ABORDAGENS DA ERGONOMIA

2. Quanto a contribuição/ tipos de ergonomia

 ERGONOMIA DE CONCEPÇÃO OU ERGONOMIA DE PROJETO: Ergonomia preventiva,


que atua na fase de projetos, promovendo melhor organização do trabalho, dos
sistemas de produção, uso correto dos equipamentos e melhor postura dos
trabalhadores envolvidos.

 ERGONOMIA DE CORREÇÃO OU ERGONOMIA INDUSTRIAL: Ergonomia corretiva,


que atua em modificações restritas e parciais das situações existentes, como
iluminação, ruídos, dimensões, temperatura.

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ERGONOMIA

TIPOS DE ERGONOMIA

 ERGONOMIA DE PARTICIPAÇÃO: Envolvimento de todos, em todas as fases.


(Levantamentos, execução, validação e implementação).

 ERGONOMIA DE CONSCIENTIZAÇÃO: Capacitação e educação em Ergonomia –


Cultura Ergonômica: evitar posturas inadequadas desnecessárias e o uso
inadequado de equipamentos de trabalho.

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ERGONOMIA

TIPOS DE ERGONOMIA

 ERGONOMIA DO PRODUTO: é a ergonomia de concepção de um dado objeto;

 ERGONOMIA DA PRODUÇÃO: é a ergonomia de processos (chão de fábrica).

 ERGONOMIA DE LABORATÓRIO: é a pesquisa em ergonomia realizada em situação


controlada de laboratório;

 ERGONOMIA DE CAMPO: é a pesquisa em ergonomia realizada em situação real de


Trabalho.

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ERGONOMIA

ABORDAGENS DA ERGONOMIA

3. Quanto a interdisciplinaridade:
Engenharia: projeto e produção ergonomicamente seguros;
Design: metodologia de projeto e design do produto;
Psicologia: treinamento e motivação do pessoal;
Medicina e enfermagem: prevenção de acidentes e doenças do trabalho;
Administração: projetos organizacionais e gestão de R.H.;
Fisioterapia: Interligação entre medicina e engenharia através do estudo biomecânico.

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ERGONOMIA

MELHORIA ERGONÔMICA

É qualquer intervenção realizada para facilitar as atividades e


promover bem-estar.

Exemplos:
 Adequação do posto de trabalho;
 Reorganização do ambiente;
 Alteração dos procedimentos operacionais.
ERGONOMIA

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ERGONOMIA

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ERGONOMIA

FISIOLOGIA

1. SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO


Sistema Esquelético (OSSOS)
Sistema Combinado
Sistema Muscular (MÚSCULOS)

2. SISTEMA NERVOSO
Rede de comunicações do organismo, que possuem a função de captar os estímulos do
ambiente, "interpretá-los" e "arquivá-los” para elaborar respostas, as quais podem ser
dadas na forma de movimentos, sensações ou constatações.

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ERGONOMIA

SISTEMA ESQUELÉTICO

O corpo é constituído por


aproximadamente 206 ossos.

 Sustentação do corpo;
 Proteção de órgãos internos;
 Movimentos.

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ERGONOMIA

ARTICULAÇÕES

A articulação é um conjunto de elementos que


variam conforme a função que exercem -
superfície ósseas, partes moles interósseas e
partes moles periféricas.

Quando a função da articulação é dar grande


mobilidade a uma parte do esqueleto, como é o
caso das articulações dos membros, a peça atinge
maior grau de diferenciação.

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ERGONOMIA

LUBRIFICAÇÃO E DESLIZAMENTO
ARTICULAR

A cápsula articular é revestida por uma membrana conjuntiva, chamada membrana sinovial, ou
sinóvia, que recebe esse nome porque fabrica um líquido viscoso e transparente. Tem a função de
facilitar o deslizamento articular contribuindo para a mobilidade das articulações móveis (as fixas
não contêm esse lubrificante, pois não executam qualquer movimento).

A membrana sinovial é um tecido conjuntivo que possui vasos sanguíneos, linfáticos e nervos e sua
superfície interna é geralmente lisa e viscosa.

Com o movimento, os vasos linfáticos e sanguíneos absorvem mais líquido, enquanto o repouso das
articulações faz diminuir essa absorção.

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ERGONOMIA

SISTEMA MUSCULAR

 600 músculos no corpo humano


 40 a 50% do peso total.
 Contratilidade – Capacidade de
contração e relaxamento: Movimentos
posturais e fisiológicos.

 Músculos grandes: coxa;


 Músculos pequenos: face.

 Arredondados: orbiculares dos olhos;


 Planos: crânio;
 Fusiformes: braço.
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ERGONOMIA

TIPOS MUSCULARES

Músculo não estriado (músculo liso):


-Têm contração lenta e involuntária Ex.: Ereção dos pêlos na pele (“arrepio”), movimentos de órgãos,
associados aos movimentos peristálticos e ao fluxo de sangue no organismo.

Músculo estriado esquelético:


-Fixam-se aos ossos geralmente por meio de cordões
fibrosos, chamados tendões. Possuem contração
vigorosa e voluntária. Ex.: músculos dos membros
superiores e membros inferiores.

Músculo estriado cardíaco.


- Miocárdio, o músculo do coração, que promove os
batimentos cardíacos. Sua contração é vigorosa e
involuntária.
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ERGONOMIA

FIBRAS MUSCULARES

FIBRAS VERMELHAS, TIPO I OU RÁPIDAS


 Função para o movimento
 Maior volume
 Encontram-se mais superficialmente
 Baixa resistência à exercícios prolongados (fadiga)
 Elevada capacidade elástica
 Tendem a hipotonia com envelhecimento, sedentarismo ou no acometimento de
doenças neuromusculares
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ERGONOMIA

FIBRAS MUSCULARES

FIBRAS BRANCAS, TIPO II OU LENTAS


 Função postural
 Menor volume
 Encontram-se na região profunda
 Elevada resistência à fadiga
 Capacidade de deformação (plasticidade)
 Tendem ao encurtamento com envelhecimento, sedentarismo ou no acometimento de
doenças neuromusculares
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ERGONOMIA

FADIGA MUSCULAR

A fadiga muscular ou cansaço muscular


ocorre por causa do acúmulo de ácido
lático no músculo.

Em situação de intensa atividade muscular, os músculos estriados esqueléticos


necessitam de muita energia. Essa energia gera ácido láctico como produto final. Após
um período de repouso, o ácido láctico presente no músculo da pessoa é “queimado”,
e as dores musculares desaparecem.

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ERGONOMIA

ESFORÇO MUSCULAR

 TRABALHO / ESFORÇO ESTÁTICO


Contração muscular continua.

 TRABALHO / ESFORÇO DINÂMICO


Contração muscular dinâmica.

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ERGONOMIA

COLUNA VERTEBRAL

A coluna é o eixo do corpo, com uma sucessão de leves curvas que diminuem o esforço da
33 musculatura em nos manter em pé, sentados e em movimento.
ERGONOMIA

COLUNA VERTEBRAL – ESTRUTURAS


Medula

Vértebras

Discos Intervertebrais

Músculo Articulações (facetas)

Ligamentos
Raízes nervosas
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ERGONOMIA

COLUNA VERTEBRAL – Disco Intervertebral

Função de suportar e distribuir cargas na


coluna vertebral;

Restringe movimentos excessivos dos


segmentos vertebrais;

Se adaptam/movimentam conforme as posturas são realizadas;

Avascular (não apresenta vasos sanguíneos) e aneural (não apresenta inervação);

“Amortecedor” entre as vertebras que permite a realização dos movimentos.


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ERGONOMIA

Extensão de coluna Flexão de coluna

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ERGONOMIA

Hérnia de Disco

Disco Normal

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ERGONOMIA

Raiz nervosa comprimida

Disco herniado

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ERGONOMIA

Coluna vertebral – alterações posturais

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ERGONOMIA

Relação entre inclinação do pescoço e o peso sobre a coluna

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ERGONOMIA

Nível de tensão no terceiro


disco lombar da coluna
Mesmo sentado de forma correta, ainda assim,
é mais prejudicial que a posição em pé.

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ERGONOMIA

ENVELHECIMENTO
 Processo natural de degeneração da estrutura corporal.

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ERGONOMIA – Posturas e cuidados para dormir
Posição: Barriga para cima

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ERGONOMIA – Posturas e cuidados para dormir
Posição: Barriga para cima

 Travesseiro com altura adequada. Nem


muito baixo, nem muito alto para não
causar compensações de coluna cervical.

 Apoio embaixo dos joelhos para promover relaxamento de membros


inferiores, da região lombar e consequentemente das demais regiões
da coluna. A altura pode ser de acordo como cada um se sente mais
confortável, em relação a coluna lombar principalmente.
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ERGONOMIA – Posturas e cuidados para dormir
Posição: De lado

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ERGONOMIA – Posturas e cuidados para dormir
Posição: De lado

 Sugestão: Utilizar
 Travesseiro com altura adequada.
um apoio até a
Nem muito baixo, nem muito alto
altura do calcanhar
para não causar compensações
para promover um
de coluna cervical.
relaxamento e
posicionamento
mais adequado.

 Apoio entre os joelhos para promover


relaxamento de membros inferiores, da
 Para promover mais conforto e região lombar e consequentemente das
melhor posicionamento da coluna e demais regiões da coluna. A altura pode ser
membros superiores, utilizar um de acordo como cada um se sente mais
apoio para os membros superiores. confortável, em relação a coluna lombar
46 principalmente.
ERGONOMIA – Posturas e cuidados para dormir

Sempre estará causando exigências posturais e


EVITAR!!! musculares de várias regiões do corpo.

Falta alguma
postura?
Deitar em posição inadequada e dormir mais rápido, podendo sentir
O QUE VOCÊ algum desconforto?
PREFERE? ou
Deitar em posição adequada, podendo demorar um pouco mais para
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dormir e acordar sentindo-se melhor?
ERGONOMIA – Posturas e cuidados para levantar da cama
 A postura para levantar da cama é tão importante quanto a postura para dormir. O simples
fato de levantar-se de forma errada pode causar dores e desconfortos desnecessários.

 Independente da postura que estiver


deitado, posicione-se de lado,
movimentando-se de forma a sentar-se
na cama, lentamente e com ajuda dos
membros superiores e somente após
levante da cama.
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ERGONOMIA

POSTURA DE TRABALHO E
MOVIMENTOS

 Toda atividade necessita um trabalho muscular desde a manutenção para uma simples
postura ou para a execução de gestos e movimentos, o que diferencia é a exigência de
esforço das regiões musculares.

 Para manter as posturas e realizar os movimentos existe o trabalho conjunto do sistema


nervoso que comanda as ações e do sistema musculoesquelético que executa as ações.

Ex: Até para manter-se sentado sem realizar movimentos existe exigência de um trabalho
muscular para manter esta postura.

Uma boa postura pode significar um dia mais produtivo e menos cansativo.
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ERGONOMIA

Postura
ERGONOMIA

MOVIMENTAÇÃO MANUAL
DE CARGAS

 Levantar;
 Empurrar;
 Puxar;
 Transportar.

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ERGONOMIA

LEVANTAMENTO MANUAL

 Aproximar-se do local de pega do objeto;


 Manter a coluna reta e usar a musculatura das pernas para se
movimentar;
 Manter a carga próxima do corpo, na altura da cintura, com os braços
estendidos para transportar;
 Distribuir a sustentação do peso nos dois membros superiores, de
forma simétrica;
 Não fazer rotações (movimentos de girar o tronco) sem ao mesmo
tempo mover os pés.
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ERGONOMIA
ERGONOMIA

POSTURA DE TRABALHO EM PÉ

QUANDO?
Deslocamentos contínuos;

Movimentos amplos de membros superiores;

Manipulação de cargas, com peso igual ou superior a 4,5Kg;

Operações frequentes em vários locais de trabalho, fisicamente


separados.
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ERGONOMIA

 Manter a postura adequadamente reta.

 Utilizar alternadamente a perna direita e


a esquerda como apoio, para facilitar a
circulação sanguínea ou reduzir as
compressões sobre as articulações.

As tarefas que exigem que o trabalhador fique constantemente em pé


provocam uma sobrecarga nos membros inferiores, que podem apresentar
edemas, pois os músculos não se movimentam o suficiente para bombear a
quantidade adequada de sangue de volta para o coração.
ERGONOMIA

 Utilizar apoio para os pés em trabalhos prolongados ou utilização de


estrados/plataformas.
ERGONOMIA

Quando se trabalha em pé é importante que:

 Os objetos necessários à execução da tarefa


sejam de fácil alcance, de modo a evitar
esforços e cansaços desnecessários;

 A altura da bancada esteja ajustada à


estatura do trabalhador evitando posturas
inadequadas de coluna;

 A superfície sobre a qual o trabalhador


esteja em pé seja adequada e resistente às
condições de trabalho.
ERGONOMIA

TRABALHO SENTADO

Vantagens:

 Baixa solicitação da musculatura dos membros inferiores, reduzindo,


assim, a sensação de desconforto e cansaço;
 Menor consumo de energia.

Ficar sentado o dia todo não faz bem para a saúde e é por isso que deverá
haver variações e alternâncias nas tarefas desenvolvidas para prevenção do
sedentarismos.
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ERGONOMIA

Orientações importantes para o trabalho sentado:

 Manter-se próximo da mesa de trabalho de frente para o local


da tarefa;

 Manter a coluna alinhada e apoiada no encosto da cadeira;

 Pés sempre apoiados no chão ou apoio para os pés;

 Ajustar as regulagens da cadeira conforme a necessidade


individual.
ERGONOMIA

Cuidado com a coluna!


ERGONOMIA
ERGONOMIA

MESA DE TRABALHO

 Distribuição dos materiais e áreas de trabalho.

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ERGONOMIA

NORMA REGULAMENTADORA 17
- ERGONOMIA

 17.1 – Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer


parâmetros que permitam a adaptação das condições
de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente.

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ERGONOMIA

17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento,


transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições
ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.

17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características


psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica
do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho,
conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora.

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ERGONOMIA

 17.2 – Levantamento, Transporte e Descarga Individual de Materiais

 17.3 – Mobiliário dos postos de trabalho

 17.4 – Equipamentos dos postos de trabalho

 17.5 – Condições ambientais de trabalho

 17.6 – Organização do trabalho

ANEXO I – Trabalho dos Operadores de Checkout

ANEXO II – Trabalho em Teleatendimento/Telemarketing

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ERGONOMIA

17.2. Levantamento, Transporte e Descarga Individual de Materiais

17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é
suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição
da carga.

17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de maneira
contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas.

17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a dezoito anos e maior
que quatorze anos.

17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um
trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança.

17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as
leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que
deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes.
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ERGONOMIA

17.2. Levantamento, Transporte e Descarga Individual de Materiais

17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas deverão ser usados meios
técnicos apropriados.

17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual de
cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para os
homens, para não comprometer a sua saúde ou a sua segurança.

17.2.6. O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de vagonetes sobre
trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico deverão ser executados de forma
que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e
não comprometa a sua saúde ou a sua segurança.

17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de ação


manual deverá ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja
compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança.
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ERGONOMIA

17.3. Mobiliário dos postos de trabalho


17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve
ser planejado ou adaptado para esta posição.

17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas,
escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura,
visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos:
a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a
distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento;
b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;
c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados
dos segmentos corporais.

17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisitos
estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés
devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos
adequados entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das características e
peculiaridades do trabalho a ser executado.
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ERGONOMIA

17.3. Mobiliário dos postos de trabalho

17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos
mínimos de conforto:
a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;
b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
c) borda frontal arredondada;
d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.

17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise
ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento
da perna do trabalhador.

17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados
assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores
durante as pausas.

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ERGONOMIA

17.4. Equipamentos dos postos de trabalho

17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às
características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia ou
mecanografia deve:
a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado proporcionando boa
postura, visualização e operação, evitando movimentação frequente do pescoço e fadiga visual;
b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a utilização
do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento.

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ERGONOMIA

17.4. Equipamentos dos postos de trabalho

17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo


devem observar o seguinte:
a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação
do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao
trabalhador;
b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo de
acordo com as tarefas a serem executadas;
c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as
distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais;
d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.

17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo


forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas as exigências previstas no subitem 17.4.3,
observada a natureza das tarefas executadas e levando-se em conta a análise ergonômica do
trabalho.
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ERGONOMIA

17.5. Condições ambientais de trabalho


17.5.1. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características
psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e
atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de
desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições
de conforto:
a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no
INMETRO;
b) índice de temperatura efetiva entre 20oC (vinte) e 23oC (vinte e três graus centígrados);
c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento.

17.5.2.1. Para as atividades que possuam as características definidas no subitem 17.5.2, mas não
apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído
aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de
72 valor não superior a 60 dB.
ERGONOMIA

17.5. Condições ambientais de trabalho

17.5.2.2. Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos nos postos de trabalho,
sendo os níveis de ruído determinados próximos à zona auditiva e as demais variáveis na altura do
tórax do trabalhador.

17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou
suplementar, apropriada à natureza da atividade.

17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.

17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar
ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.

73
ERGONOMIA

17.5. Condições ambientais de trabalho

17.5.3.3 Os métodos de medição e os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos


locais de trabalho são os estabelecidos na Norma de Higiene Ocupacional n.º 11 (NHO 11) da
Fundacentro - Avaliação dos Níveis de Iluminamento em Ambientes de Trabalho Internos. (Alterado
pela Portaria MTb n.º 876, de 24 de outubro de 2018)

17.5.3.4 A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve ser feita no
campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula
corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de incidência. (Excluído pela
Portaria MTb n.º 876, de 24 de outubro de 2018)

17.5.3.5 Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4, este
será um plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco centímetros) do piso. (Excluído pela Portaria
MTb n.º 876, de 24 de outubro de 2018)

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ERGONOMIA

17.6. Organização do trabalho

17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos


trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração, no
mínimo:
a) as normas de produção;
b) o modo operatório;
c) a exigência de tempo;
d) a determinação do conteúdo de tempo;
e) o ritmo de trabalho;
f) o conteúdo das tarefas.

75
ERGONOMIA

17.6. Organização do trabalho

17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço,
ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho,
deve ser observado o seguinte:

a) todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e vantagens


de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos
trabalhadores;
b) devem ser incluídas pausas para descanso;
c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15
(quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de
produção vigentes na época anterior ao afastamento.

76
ERGONOMIA

17.6. Organização do trabalho


17.6.4. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o disposto em
convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte:
a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envolvidos
nas atividades de digitação, baseado no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o
automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie;
b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8.000 por
hora trabalhada, sendo considerado toque real, para efeito desta NR, cada movimento de pressão
sobre o teclado;
c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 (cinco)
horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras
atividades, observado o disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não
exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual;
d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 minutos para
cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho;
e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15
(quinze) dias, a exigência de produção em relação ao número de toques deverá ser iniciado em
77 níveis inferiores do máximo estabelecido na alínea "b" e ser ampliada progressivamente.
ERGONOMIA

TRABALHO EM GRUPO

1. Descrever o trabalho (condições ambientais, operacionais, organizacionais,


físicas);

2. Apontar as condições inadequadas;

3. Propor melhorias.

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ERGONOMIA

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