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Um material com

a qualidade

LIVRO / eBOOK

ERGONOMIA

Licensed to Taciane Lino - tacilino@yahoo.com.br - 347.930.478-82 - HP17516421643087


DENTRO DA NOVA
REALIDADE DO

PGR/GRO

Janeiro/22
1
MANUAL DE UTILIZAÇÃO DO E-BOOK OU LIVRO

O que é?
É com muito prazer que a Equipe do ifacilita
Ergonomia disponibiliza o livro sobre “Ergonomia dentro
da nova realidade do Programa de Gerenciamento de
Risco (PGR) e Gerenciamento de Risco Ocupacional (GRO)”.
Esse livro foi fruto de muito empenho da nossa equipe
em fornecer ao leitor um material completo e com as
principais informações referente ao tema. Esse material
não tem o objetivo de se esgotar em si, ou seja, não tem a
pretensão de conter todos os comentários relevantes
para essa norma e sim iniciar uma discussão e ajudar ao
profissional que atua com a Ergonomia a pensar de
maneira crítica sobre o tema e dar, minimamente,
subsídios para sua atuação profissional.

Como usá-lo?
Primeiro vamos aos tratamentos: nós falaremos com
você, querido leitor ou leitora, como “profissional de
Ergonomia” ou “Ergonomista”.
Você deve ler o documento normalmente, de cima
para baixo (óbvio!). Atente-se pois esse documento é
MANUAL

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dividido em capítulos, os quais foram citados no sumário
e ao clicar neles, você é direcionado ao capítulo
correspondente.
A maior parte do texto foi escrita usando a
formatação dessa linha (formatação normal, tamanho 12).
Os títulos podem vir em destaque com letras maiores
(como essas) e chamam atenção para a mudança de
tema.
Fazemos várias citações de outras fontes no texto,
sempre destacando com aspas (“assim”).
Quando você vir um texto sublinhado em outra cor
(como esse), se tratará de um link clicável e ao clicar nele,
você será enviado para outra página. Fazemos isso para
tornar o conteúdo mais completo e interativo.
Por diversas vezes nós disponibilizamos um material
extra para complementar o conteúdo, também dispostos
em links, só que para acessá-los você deverá clicar na
imagem sobre o tema. Baixe ou faça cópia desses
materiais.
Por fim, toda vez que o esse sinal aparecer ( )
significa que foi citada alguma funcionalidade ou
ferramenta do ifacilita Software de Ergonomia, a qual
pode te ajudar a simplificar o processo ou aumentar sua
eficiência no trabalho com Ergonomia.
Se tiver alguma dúvida, nos envie para
comercial@ifacilita.com.br que nosso time de
ergonomistas se esforçará para responder! Não sabemos
tudo, mas conhecemos quem sabe…

2
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
2
Manual de utilização
Sumário
4
Introdução

5
Ergonomia na atualização da nova NR 01

20
Identificação dos perigos ergonômicos -
Avaliação Ergonômica Preliminar AEP

49
Construindo o PGR e formalizando o
GRO

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59
ÍNDICE

Controle dos riscos Ergonômico e


formação do Plano de Ação

93
Avaliação dos riscos ergonômicos -
Análise Ergonômica do Trabalho AET

134
Análise Ergonômica do Trabalho dentro
da nova NR17

157
Conclusão

158
Referências

3
É com grande prazer que apresentamos
nosso primeiro livro, intitulado “Ergonomia
dentro da nova realidade do PGR/GRO”, um
conteúdo criado com muito carinho e
INTRODUÇÃO atenção aos conceitos e referências legais e
técnicas a respeito do tema.
Quer um resuminho do que vamos falar em cada
capítulo?
Primeiro, vamos fazer um resumo das novas Normas
Regulamentadoras (NRs) 01 e 17 e uní-las nos
comentários, pois o conhecimento do Ergonomistas
sobre elas deve ser integrado para você entender como
deve atuar diante dessa nova realidade. Ainda neste
primeiro capítulo vamos te dar um infográfico
esquematizando como sugerimos que você faça seu
processo de trabalho como ergonomista diante dessa
nova realidade.
No segundo capítulo vamos nós explicaremos tudo
que você precisa saber sobre a AEP, para te dar
segurança na hora de oferecer ao seu cliente esse novo
serviço, inclusive mostrando como adicionar a AEP no

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IRO; vamos te dar, ainda, alguns modelos de AEP para
você usar ou editar.
No terceiro capítulo vamos te mostrar como iniciar
o processo de formalização do PGR, mostrando todos os
detalhes do IRO; inclusive te fornecendo um super
modelo de IRO para você usar ou melhorar.
O quarto capítulo te mostrará como devem ficar as
melhorias ergonômicas dentro desta nova lógica do
PGR, bem como falar do Plano de Ação (PA) e de todos os
detalhes importantes para usar essa ferramenta a seu
favor na gestão de ergonomia e dos riscos
ocupacionais; vamos te fornecer também um modelo de
PA para você usar ou editar.
Nos quinto e sexto capítulos falaremos da avaliação
dos riscos, explicando como fica nossa querida AET
nesse novo cenário, como justificar a realização ou não
da mesma; vamos te fornecer também um modelo
mínimo de AET para uso ou edição.

Gostou? Então vamos lá....

4
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
ERGONOMIA NA
ATUALIZAÇÃO DA
NOVA NR 17
I
Esse é o primeiro capítulo da série sobre a Ergonomia na nova Norma
Regulamentadora 17 (NR17) e dentro do PGR/GRO.

Primeiro, começamos com uma pergunta: Ergonomista, você já teve


acesso à nova versão da NR 17, publicada em outubro de 2021?
Se não, acesse o artigo que fizemos sobre as normatizações em que o
Ergonomista pode atuar, baixe a Tabela de normativas e acesse a versão
final do documento. É importante que você dê uma boa lida nela, com
atenção. No último capítulo, nós te oferecemos uma versão comentada!
Nosso livro está já com o conteúdo atualizado para essa nova versão.
Nesse primeiro capítulo nós faremos um super resumo das novas
Normas Regulamentadoras (NRs) 01 e 17, unindo-as em comentários, pois o

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conhecimento do Ergonomistas sobre elas deve ser integrado, para que
você consiga entender como deve atuar diante dessa nova realidade.
Ainda neste primeiro capítulo vamos te dar um infográfico
esquematizando como sugerimos que você faça seu processo de trabalho
como ergonomista diante dessa nova realidade.
Esperamos que você aprenda de uma forma fácil e leve com esse
primeiro capítulo!

O Ergonomista deve
preparar-se pois as
atualizações das
NRs 01 e 17 irão
mudar a forma com
que ele irá
trabalhar!

5
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
PRESENTES DO CAPÍTULO
Esses são os presentinhos que te daremos neste primeiro
capítulo do livro.

01 Nova NR 17
Norma Regulamentadora 17 atualizada (versão 07/10/2021)

02 Infográfico
Resumo com o macroprocesso que o Ergonomista deve seguir, para
conseguir trabalhar com as novas exigências das NRs 01 e 17.

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Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Ergonomista, esse é o primeiro de 6 capítulos sobre a nova NR 17 e sobre a
Ergonomia dentro do Gerenciamento Risco Ocupacional (GRO) e do
Programa de Gerenciamento de Risco (PGR). Leia cada um deles com muita
atenção e prometemos que no final, você terá condições de entender a nova
realidade da NR17 e sua relação com o NR01, bem como saberá de fato
trabalhar com essa novidade, como se tivesse pago por um curso completo!

Você está em dúvida de como agir diante do PGR/GRO?


Não sabe como deverá ser seu processo de trabalho agora, com a Análise
Ergonômica Preliminar (AEP)?
Não sabe quando deve e quando não deve aprofundar a avaliação,
realizando e justificando a Análise Ergonômica do Trabalho (AET)?
Não sabe como preencher o Inventário de Risco Ocupacional (IRO) com as
informações da Ergonomia?

Se a resposta para algumas dessas perguntas é SIM, então leia nosso


material até o final pois nos esforçamos (como sempre) para que no final
você possa:
● Entender como a Ergonomia se encaixa dentro da lógica do PGR/GRO;
● Saber como realizar as ações do GRO;
● Saber como criar um PGR;
● Saber como fazer uma AEP;

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● Receber alguns modelo de AEP para você usá-los ou melhorá-los;
● Saber quando se deve aprofundar a avaliação dos riscos
ocupacionais com a AET, ou seja, quando devo sair da AEP e ir para a
AET e como justificar a realização dessa AET;
● Saber, de forma minimamente aceitável, como realizar uma AET;
● Saber criar seu próprio modelo de AET;
● Receber um modelo de AET para usá-lo ou melhorá-lo;
● Saber como é a nova lógica para indicar uma melhoria ergonômica;
● Saber como criar um IRO;
● Receber um modelo de IRO, para usá-lo ou melhorá-lo;
● Saber como criar o Plano de Ação (PA);
● Receber um modelo de PA, para usá-lo ou melhorá-lo;

Talvez seja o mais completo conteúdo para Ergonomistas sobre o


tema!

Conceituando o tema central da nossa série, a Ergonomia, essa pode ser


entendida como uma ciência que busca estudar a atividade e suas
interfaces com outros elementos do sistema para que esse seja seguro,
confortável e eficiente para todos os atores envolvidos.

17.1.1 Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer


as diretrizes e os requisitos que permitam a
adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores,

7
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
de modo a proporcionar conforto, segurança, saúde
e desempenho eficiente.

O não respeito à aplicação dos conceitos da Ergonomia gera um sistema


doente, seja ao adoecer o trabalhador, seja ao reduzir a lucratividade de
uma organização.

Mas normatizar uma área toda não é tarefa fácil… Uma norma tem como
objetivos gerais fixar obrigações, definir ações fiscais, harmonizar e
desenvolver práticas novas, reforçar práticas antigas, regular a
concorrência, mas, sobretudo, ela tem uma influência simbólica, ou seja, o
fato de termos uma NR só de Ergonomia e outras tantas que falam de
Ergonomia mostra a importância do tema: pensar no desenho do trabalho!

Será que dá pra colocar toda a área da Ergonomia dentro de uma norma,
de forma plena, dando conta de toda sua diversidade?
● Colocar em uma norma a Ergonomia como engenharia (normas,
projetos, higiene ocupacional) e como antropologia (ouvir o
trabalhador, respeitar as experiências dos trabalhadores, estudar a
atividade);
● Colocar na norma uma Ergonomia que consiste no funcionamento do
homem e dos outros componentes do sistema, na tentativa de se

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aproximar das situações reais de trabalho;
● Colocar em uma norma as diferentes dimensões do trabalho:
biológicas, psicológicas, psíquicas e sociais;
● Coloca em uma norma uma Ergonomia que almeja tornar o trabalho
algo pleno e que contenha as capacidades de “poder fazer”, “poder
sentir”, “poder pensar” e “poder debater” (Daniellou - 1999).

Obviamente que não é possível colocar em um documento toda a


complexidade da Ergonomia e qualquer tentativa nesse sentido deve ser
entendida como algo limitado, que sempre carece de discussão e de
proposições de melhorias.

Num breve resumo histórico, em 1990 nasce a primeira versão da NR 17, a


qual trouxe resultados importantes:
Ampliou a divulgação da AET, mudando o foco do risco para a atividade de
trabalho;
Apontou os holofotes para os fatores organizacionais com determinantes
de adoecimento;
Deu origem às ações sobre o setor de serviços (antes só havia NRs para as
indústrias);
Ampliou o desenvolvimento da profissão de Ergonomista no Brasil;
Foi a base para a criação da NR36.

O contexto de criação da NR 17, no final da década de 80, era completamente


diferente de hoje: eram poucos os sindicatos com força para participar
ativamente da discussão (apenas sindicatos dos bancários e de
processamento de dados), ainda acuados pelo período pós Constituição de
88; eram apenas 3 AFT envolvidos no processo e muito

8
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
poucos pesquisadores em Ergonomia no país…

O resultado foi uma NR17 que privilegiou os setores dos bancos e de


processamento de dados, mas com avanços importantes.

Em 2001 foi criada a Comissão Nacional da Ergonomia (CNE) e houve uma


grande disseminação do conhecimento na área. No mesmo ano foi lançada
a Nota Técnica 60, sobre alternância de posturas no trabalho.

Em 2006 a Ergonomia passou a fazer parte das metas nacionais, pois os


setores de serviços cresceram (supermercado, teleatendimento etc) e havia
muitos casos de adoecimento como resultado da “falta de Ergonomia”.

As discussões sobre a nova NR 17 começaram ainda em 2019, num momento


de recuo dos sindicatos. O trabalho de criação e aprovação do texto da
nova NR 17 foi iniciado na Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP)
em fevereiro de 2020, com a participação de representantes dos
empregados, dos empregadores e do Estado, sendo concluído em março de
2020 com, quase 100% de consenso.

O processo de aprovação da nova NR 17 recebeu 2007 comentários de todas


as entidades e de centenas de ergonomistas. O movimento de ergonomistas

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(nem tão organizado quanto deveria) esteve presente para reivindicar
aspectos importantes da norma!

O grupo que participou da atualização da NR sabia que existia “no ar” (de
forma implícita) um risco grande de reduzir a Ergonomia e a AET a um
conjunto de riscos que faria parte do PGR, o que, além de estar
conceitualmente errado, iria piorar muito as condições de trabalho, um
movimento contrário ao que esse grupo desejava.

Era preciso também reduzir o caráter de norma de “processamento de


dados” de cunho fisiológico e ampliar o caráter mais genérico, mas
incorporando as outras dimensões da atividade

Ficamos por um tempo aguardando a publicação do texto da nova NR 17, em


virtude de uma liminar contra as publicações das novas normas da CTPP.

Em 23/07/21 foi publicada a Portaria SEPRT/ME Nº 8.873, de 23/07/21 que


prorrogou o início da vigência das NRs 01, 07, 09 e 18 para 03/01/2022. Esse
adiamento é fundamental, pois o início da vigência das NR 01 e NR 07 sem a
publicação do novo texto da NR 17 causaria inconsistências no PGR.

Afirmamos mais: o adiamento da NR 01 e do início da obrigatoriedade do


PGR provavelmente aconteceu pela não publicação da NR17. Isso mostra que
a partir do início do PGR, a NR 17 terá valor similar às outras NRs, ou seja, os
perigos ergonômicos relacionados a situações de trabalho terão o mesmo
valor dos riscos ambientais e de acidentes.

9
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
As novas redações das NR 01 e NR 17 têm estreita relação, de forma que
cumprir a NR 17 é cumprir a NR 01, pelo menos no que diz respeito à
Ergonomia.

Com a publicação da nova NR 17, com vigência a partir de 2022, o


Ergonomista pode fazer do resto do ano de 2021 um período de transição,
em que tanto ele quanto as organizações deverão aprender como funciona
o GRO, criar seus procedimentos, testar e amadurecer seus processos, para
que em janeiro/2022 (se essa data não mudar) comecem a valer de vez.

Por conta disso, o Ergonomista deve procurar seus clientes e


oferecer seus serviços. Nossa sugestão é que já sejam utilizadas
a nova metodologia da NR 01 e a nova proposta da NR17. Além
disso, desde que a última AET seja recente, o Ergonomista pode
aproveitar os dados dessa para criar o seu primeiro PGR, não
tendo a necessidade de uma nova AET.

Antes de entrarmos na nova redação da NR 17, vamos relembrar alguns


conceitos presentes no Glossário da nova NR 01:

Organização: “Pessoas ou grupo de pessoas com suas

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próprias funções, com responsabilidades,
autoridades e relações para alcançar seus objetivos .
Inclui, mas não é limitado a empregador, a tomador
de serviços, a empresa, a empreendedor individual,
produtor rural, companhia, corporação, firma,
autoridade, parceria, organização de caridade ou
instituição, ou parte ou combinação desses, seja
incorporada ou não, pública ou privada.”

Estabelecimento: “local privado ou público, edificado


ou não, móvel ou imóvel, próprio ou de terceiros, onde
a empresa ou a organização exerce suas atividades
em caráter temporário ou permanente.”

Setor: “a menor unidade administrativa ou


operacional compreendida no mesmo
estabelecimento.”

Retirando um trecho da NR 01:

1.5.3.1. A organização deve implementar, por


estabelecimento, o gerenciamento de riscos
ocupacionais em suas atividades.
1.5.3.1.1.1 A critério da organização, o PGR pode ser
implementado por unidade operacional, setor ou
atividade.

10
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Esse novo texto afirma a importância de se analisar o trabalho com foco na
ATIVIDADE DE TRABALHO, um conceito importantíssimo na Ergonomia!

Vamos falar a verdade: existe outro profissional que entende tanto de


atividade quanto o Ergonomista? Não tem!!

Para nivelar os conceitos, vamos lembrar da relação entre TAREFA e


ATIVIDADE. Todo Ergonomista sabe que ATIVIDADE é diferente de TAREFA,
sendo que essa última pode ser entendida como algo que é reproduzido
sob condições determinadas e resultados antecipados (o que não é real). Já
ATIVIDADE, ou “o que é executado pelo indivíduo para efetuar a tarefa” pode
também ser entendido como “o que” é feito e “como” é feito.

Para isso, o Ergonomista deve estudar a interação do indivíduo com o meio


(ambiente de trabalho) e com os outros indivíduos, analisando os conceitos
de variabilidade (capacidade de o trabalho possuir variações, pelas
diferenças entre as organizações e entre os indivíduos) e regulação
(mecanismo de controle importante do trabalhador que dá a ele a
capacidade de analisar a diferença entre a saída de um processo planejado
e o que realmente sai, criando ajustes para reduzir essa diferença).

O profissional em Ergonomia deve analisar as interações do trabalhador

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com os outros elementos do sistema e identificar as interações que têm
potencial de causar prejuízos à saúde física e mental do trabalhador, bem
como de reduzir a eficiência da produção.

As novas normas reafirmaram alguns termos (como os citados acima) e


deixaram claro para as organizações que o PGR pode ser implementado por
unidade, setor ou atividade.

O ifacilita Ergonomia é o único sistema da área que permite que o consultor


“estratifique” a empresa da forma que desejar, podendo ir de organização,
estabelecimento, até posto de trabalho, atividade de trabalho e ação
técnica. Além disso, o ifacilita permite que se associe à análise da atividade
de trabalho as interações com máquinas, equipamentos, mobiliários,
ferramentas, matérias-primas, produtos/serviços, metas e outros.

O Ergonomista deve ter claro o conceito de perigo (ou fator de risco) e


risco, dentro dessa nova abordagem das NRs 01 e 17:
Perigo ou Fator de Risco: fonte com o potencial de
causar lesões ou agravos à saúde. Elemento que,
isoladamente ou em combinação com outros, tem o
potencial intrínseco de dar origem a lesões e agravos
à saúde.

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Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Risco Ocupacional: Combinação da PROBABILIDADE
de ocorrer uma lesão ou agravo à saúde causados
por um evento perigoso, exposição a agente nocivo
ou exigência da atividade de trabalho, e da
SEVERIDADE dessa lesão ou agravo à saúde.

É importantíssimo que o Ergonomista entenda bem esses conceitos de


perigo e risco! O eSocial aumentou essa confusão um pouco mais, mas
temos que ter claras essas definições e saber usá-las dentro do trabalho em
Ergonomia.

Falamos detalhadamente sobre esses conceitos na série de artigos sobre a


NR 01. De forma geral e superficial, podemos considerar que o perigo
ergonômico (ou fator de risco) é uma potencial fonte de lesão gerada por
uma exigência da atividade de trabalho ou exposição a evento perigoso ou
a um agente nocivo. Usamos a palavra “potencial” pois o perigo, sem o
contato com o trabalhador, não tem necessariamente potencial de gerar
lesão/agravo.

Já o risco ergonômico inicia-se com o contato do trabalhador com aquele


perigo, ou seja, o risco irá gerar (em maior ou menor grau) lesões e agravos.
Para identificar a magnitude dessa lesão, classifica-se a magnitude do risco,

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sendo esta dependente da probabilidade e da severidade dessa lesão ou
agravo à saúde.

Para exemplificar, temos o exemplo da surfista na praia, com a água cheia de


tubarões. A água com tubarões é um perigo e caso a surfista entre na água,
se configuraria o risco.

Exemplos na Ergonomia:
- um painel com marcadores visuais embaçados seria um perigo (ou fator de
risco) e um trabalhador tentando enxergar os mostradores deste painel, um
risco;
- uma sala mal iluminada é um perigo e se torna um risco quando um
trabalhador tem que realizar alguma atividade nesta sala;

12
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
- uma caixa no chão seria o perigo (ou fator de risco) e um trabalhador
realizando o transporte manual de carga, o risco (vide imagem abaixo);

Perceba que o perigo se torna um risco maior ou menor à medida que o


trabalhador tem maior probabilidade de ter uma lesão e quanto maior for a
possível severidade dessa lesão.

Dentro dessa discussão de termos, talvez o nome mais correto para o


Ergonomista substituir a expressão “Fator de Risco” fosse “perigo ou risco

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proveniente da exigência das atividades e condições de trabalho”.

1.5.3.1.1 O gerenciamento de riscos ocupacionais deve


constituir um Programa de Gerenciamento de Riscos -
PGR.

17.3 Avaliação das situações de trabalho


(...)

17.3.1.1 Devem ser previstos planos de ação específicos,


nos termos dos itens 5.1.1 e 5.1.3 da NR de Programa de
Gerenciamento de Riscos, para as situações de
trabalho nas quais a organização possa agir
diretamente com a implementação de melhorias ou
de soluções conhecidas, atendido o previsto nesta
norma regulamentadora.

Para identificar, avaliar e reduzir os perigos e riscos, as novas NR01 e NR17


trazem os empregadores como responsáveis por criar ações que permitam à
organização gerenciar seus riscos ocupacionais. Essas ações devem estar
em plena integração com as demais normas, em especial para os
Ergonomistas, as NR 17, NR 12, NR 36, NR 07, NR 24 e as demais normas
específicas de cada área em que o profissional atua.

A figura abaixo mostra o GRO como “guarda-chuvas” para as demais normas


regulamentadoras, de forma que as demais normativas (gerais e setoriais)
deverão estar inseridas na mesma sistemática de gerenciamento de riscos
ocupacionais, inclusive a NR17.

13
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Detalhamos os conceitos de GRO e PGR na série sobre a NR01 , mas de forma
geral, podemos conceituar o gerenciamento de risco ocupacional como
sendo uma série de processos que devem ser realizados continuamente
com o objetivo de identificar, avaliar e controlar os perigos e riscos
ocupacionais dentro de uma organização.

A materialização desses processos se dá através dos documentos


Inventário de Risco Ocupacional (IRO) e Plano de Ação (PA), que irão conter
as medidas de prevenção e de controle dos riscos, a partir da classificação
dos riscos. A figura abaixo representa isso.

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Ergonomista, atenção: deve ficar claro que as empresas podem SIM ter um
subprograma de Ergonomia funcionando em paralelo ao GRO/PGR. porém
você deve:
- adicionar seus processos de trabalho (Avaliação Ergonômica Preliminar -
AEP, Análise Ergonômica do Trabalho - AET, proposições de melhorias -
Plano de Ação, implantação das melhorias e etc.) dentro dos processos do
GRO da organização;
- adicionar as informações dos seus documentos (AEP, AET, Plano de Ação,
Relatório de Melhorias Ergonômicas, Protótipos e etc.) dentro da
documentação do PGR (Inventário de Risco, Plano de Ação e Anexos).

O GRO deve ter seus processos como uma parte dinâmica, num formato
bem parecido com o do PDCA, ou seja, um processo contínuo de avaliação,
planejamento, ação, reavaliação, retroalimentação e ajuste da ação com as
seguintes sistemática:

14
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
1. Identificação dos perigos
2. dos riscos
3. Avaliação Controle dos riscos
4. Acompanhamento

17.3 Avaliação das situações de trabalho


17.3.1. A organização deve realizar o levantamento
preliminar das situações de trabalho que demandam
adaptação às características psicofisiológicas dos
trabalhadores.

17.3.1.1 Devem ser previstos planos de ação específicos,


nos termos dos itens 5.1.1 e 5.1.3 da NR de Programa de
Gerenciamento de Riscos, para as situações de
trabalho nas quais a organização possa agir
diretamente com a implementação de melhorias ou
de soluções conhecidas, atendido o previsto nesta
norma regulamentadora.

17.3.4 Deve ser realizada Análise Ergonômica do


Trabalho - AET da situação de trabalho (...)

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A nova NR 17 entra nesse processo do PGR, como um elo entre o GRO e o PGR,
estabelecendo o diálogo entre eles. Esse diálogo se dará pelos processos de
Identificação de Perigos e Avaliação dos Riscos, ambos alimentados pelos
fatores de riscos dispostos na NR 17, citado na NR 17 como “Avaliação das
Situações de Trabalho”

Entende-se como “avaliação das situações de trabalho” a avaliação de todos


os componentes envolvidos na atividade: as características dos
trabalhadores, as condições do meio ambiente, as condições técnicas de
trabalho, os maquinários, ferramentas e mobiliários, as exigências das
atividades, as prescrições e as atividades que eles estão desempenhando.

Essas avaliações poderão ser feitas tanto pelo AEP quanto pela AET. Nos
próximos artigos nos aprofundaremos em cada uma dessas fases.

15
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Importante lembrar que esses riscos deverão estar contidos dentro do PGR e
que depois servirão de pano de fundo para a criação das medidas de
prevenção e controle dos riscos. De acordo com a classificação dos riscos
(com base em suas características de probabilidades e consequências),
esses serão priorizados e terão suas medidas de controle contidas no plano
de ação geral da empresa.

Vale relembrar aqui que esse PGR pode ser dividido por organização, por
estabelecimento, por setor, por atividade, etc, da forma que fizer mais
sentido para a empresa

O Ergonomista deve abordar os acidentes de trabalho

É comum que o Ergonomista se envolva com os adoecimentos (LER/DORT,


tendinites, dorsalgias e até doenças psicológicas/mentais), mas estamos
falando dos “acidentes típicos”, dos famosos traumas, cortes e quedas,
dentre outros...

Para o Prof. Dr. Gilmar Trivelato, da Fundacentro, os acidentes de trabalho


também devem ser analisados pelo Ergonomista, pois a maior parte dos
fatores tem relação com a atividade de trabalho e fatores tais como a
organização do trabalho, os quais são estudados pela Ergonomia.

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Nós escrevemos um artigo bem legal sobre o tema.

PCMSO e a Ergonomia

1.5.3.1.3 O PGR deve contemplar ou estar integrado


com planos, programas e outros documentos
previstos na legislação de segurança e saúde no
trabalho.
(...)

1.5.3.2.1 A organização deve considerar as condições


de trabalho, nos termos da NR-17.

17.1.1.1 As condições de trabalho incluem aspectos


relacionados ao levantamento, transporte e descarga
de materiais, ao mobiliário, às máquinas e
equipamentos e às condições ambientais do posto de
trabalho e à própria organização do trabalho.

Nós vamos citar de forma mais detalhada isso nos próximos artigos, mas o
Ergonomista deve identificar qual a legislação de saúde e segurança do
trabalho (SST) que a organização que o contratou deve cumprir e criar o
PGR com base nesse arcabouço legal.

Obviamente, para o Ergonomista, as normativas mais importantes são a


NR17 (Ergonomia) e a NR 07 (Programa de Controle Médico da Saúde
Ocupacional - PCMSO).
16
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
A nova redação da NR 17 cita como “condições de trabalho”questões
relacionadas a:

● Levantamento, transporte e descarga de materiais;


● Mobiliário;
● Máquinas e equipamentos;
● Condições ambientais;
● Organização do trabalho.

Deve haver uma interlocução do PGR com outras normas e é muito


importante que seja clara a relação entre NR 01, NR 07 e NR 17. O desrespeito
ao que a NR17 aponta como correto sobre os itens acima tem potencial de
gerar lesões ou agravos à saúde sobre o trabalhador, os quais devem ser
reportados ao PCMSO.

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De nada adianta uma boa interlocução entre o PGR e as outras normas se
não houver a participação dos trabalhadores, os quais devem ser
consultados quanto a percepção dos riscos ocupacionais e comunicados
sobre os riscos que foram consolidados no IRO, bem como sobre suas
medidas de prevenção e controle do plano de ação do PGR.

Uma boa ligação entre a Ergonomia e a NR07 gera, além de melhoria das
condições de trabalho (o que evita o adoecimento causado/agravado pelo
trabalho), melhora da eficiência do processo produtivo.

Desafios impostos ao Ergonomista

Ergonomista, você sabe que nem tudo são flores e existem alguns desafios
que você deve ultrapassar.

Para nós, o maior dos desafios está relacionado com a política de saúde e
segurança que as empresas brasileira têm: de forma geral, pontual (não
acontece de forma contínua), emergencista (agindo apenas em casos de
emergências), minimalista (atendendo minimamente as normas - quando
atendem), entendendo o dinheiro utilizado com SST como gasto
desnecessário e que pode ser reduzido e com ações individuais sobre os
trabalhadores. Essas características batem de frente com o entendimento
que as novas NR01 e NR17 têm do gerenciamento de risco ocupacional.

17
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Outro desafio está relacionado à melhora da integração da gestão dos
diferentes riscos em uma organização, nos quais os fatores ambientais e de
acidentes têm maior valor do que os ergonômicos. O desafio é integrar as
culturas de saúde e segurança com a cultura de ergonomia. Além disso,
essa integração não será fácil, pois o palavreado e a forma de trabalho da
área da segurança nem sempre são semelhantes aos da Ergonomia, sendo
necessário haver um ajuste de ambas as partes, sempre de olho nos limites
e exigências legais.

Existe ainda o desafio do IRO não condizer com a realidade da empresa:


muitas organizações podem “se esconder” por detrás de um inventário de
risco “fake”, com informações que não condizem com a realidade dentro dos
seus muros. Isso dificultaria muito a adoção de práticas de melhores
condições de trabalho, visto que “assumir o problema” é o primeiro passo
para a mudança...

Também se apresenta como desafio integrar toda essa “nova” ideia de


gerenciamento de risco ocupacional às normas da produção, ou seja,
integrar todos os riscos contidos no PGR à gestão da produção. A
Ergonomia tem como objetivo não só a melhora da saúde do trabalhador,
como fica mais evidente no Brasil. A Ergonomia tem a vocação para
melhorar o processo de produção a ponto de gerar mais lucro para as

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organizações. Cabe ao Ergonomista provar isso aos gestores e participar
dessa integração, de forma que o respeito às normas não fique “custoso e
complicado” para a produção.

A incerteza pelas perspectivas futuras também pode ser um desafio ao


Ergonomista. Quais são os próximos passos dessas atualizações? Talvez
sejam:

1. Publicação do novo texto da NR;


2. Entrada em vigência das NRs 01, 07 e 09;
3. Atualização dos anexos I e II da NR;
4. Atualização da NR 17 ou criação de uma nova norma sobre fatores
psicossociais;

Um desafio que muitos Ergonomistas já estão passando é sobre como deve


ser definido seu novo processo de trabalho, agora com o PGR. Perguntas
como “por onde começar”, “o que fazer depois da Avaliação Preliminar?” e
outras estão tirando o sono de alguns colegas da área.

Pensando nisso, nós adiantamos um resumo com o macroprocesso que o


Ergonomista deve seguir, para conseguir trabalhar com as novas exigências
das NRs 01 e 17:

18
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Etapas para o Ergonomista atender as NR 01 e NR17

É indiscutível a importância das normas em Ergonomia. Porém, a


compreensão do trabalho, do seu desenho e dos componentes que
interagem para formar o sistema nunca irão caber em uma norma ou em um
PGR e é importante que os Ergonomistas batalhem para que “essa
Ergonomia complexa” esteja sempre presente e seja sempre aplicada!

Essa nova realidade possibilitará, ainda mais, que o bom Ergonomista

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mostre que a AET, quando feita corretamente, pode melhorar as condições
de trabalho dos empregados e gerar lucro aos empregadores!

Mas a mudança da legislação tem que vir acompanhada da mudança na


mentalidade dos Ergonomistas em geral. Um desafio importante será como
o Ergonomista poderá realizar todo esse trabalho, com tantas mudanças,
sendo o mesmo de antes. O Ergonomista também deve mudar e se adaptar
às novas exigências do mundo do trabalho!

A mudança no mundo do trabalho requer mudança também do profissional


de Ergonomia: mudança de comportamento e das ferramentas usadas para
outras que o ajudem a ser mais eficiente e assertivo e que de fato facilitem o
processo de trabalho do Ergonomista. Nesse sentido, nós lançamos o
ifacilita Ergonomia, como um software de Ergonomia, feito por Ergonomistas
para o Ergonomista. O ifacilita possui toda a estrutura necessária para a
atualização das NRs 01 e 17, com PGR, IRO, PA, AEP, AET e muito mais.

No nosso próximo Capítulo falaremos da Avaliação Ergonômica


Preliminar (AEP), uma incógnita na vida de muitos Ergonomistas.

19
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
IDENTIFICAÇÃO DOS
PERIGOS
ERGONÔMICOS -
II
AVALIAÇÃO
ERGONÔMICA
PRELIMINAR AEP
No capítulo anterior nós vimos sobre a nova realidade da atuação do
Ergonomista no Brasil, sobre a atualização da NR 01 e sugerimos um passo a
passo de como esse profissional pode estruturar suas ações.

Agora vamos falar profundamente da Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP),

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talvez a maior mudança na atualização da NR 17. Mostraremos como o
Ergonomista pode realizá-la.

Leia esse artigo até o final e aprenda como realizar a AEP, bem como receba
alguns modelos de AEP para você usá-los ou adaptá-los da forma que
quiser.

Talvez a
grande
diferença na
nova NR 17 é a
obrigatorieda
de de todas
as empresas
e órgãos públicos realizarem a AEP e
cumprirem a NR 17.

20
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
PRESENTES DO CAPÍTULO
01 Formulário de mudanças
Nós disponibilizamos um modelo de documento para ser baixado,
usado ou modificado por você. Sugerimos, ainda, que o transforme
em um formulário Google para facilitar seu trabalho.

02 Modelo AEP - NR 17 simples


Um modelo de Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP) baseado nos
itens da NR 17, com um conteúdo mais simples.

03 Modelo AEP - NR 17 completo


Um modelo de Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP) baseado nos
itens da NR 17, com um conteúdo mais simples.

04 Modelo AEP - Tabela 23 do eSocial


Sugestão de ferramenta para AEP com base nos 63 itens da falecida
Tabela 23 do eSocial, divididos entre Perigos Biomecânicos, de

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Mobiliários e Equipamentos, Organizacionais, Ambientais e
Psicossociais/Cognitivos.

05 Modelo AEP - SOBANE/DEPARIS


Sugestão para usar na AEP, a Metodologia SOBANE avalia o
bem-estar no local de trabalho e foi sugeridas pela Fundacentro.

06 Modelo AEP - IORA


A ferramenta Oira é uma sugestão de ferramenta de avaliação de
riscos de segurança e saúde no ambiente de trabalho feita pelo
pessoal da Fundacentro e da SIT (Secretaria de Inspeção do
Trabalho).

07 Modelo AEP - NR 17 + eSocial


A ferramenta Oira é uma sugestão de ferramenta de avaliação de
riscos de segurança e saúde no ambiente de trabalho feita pelo
pessoal da Fundacentro e da SIT (Secretaria de Inspeção do
Trabalho).

07 Modelo AEP para entregar ao cliente


Modelo em Word/Google Docs para você baixar, editar e entregar
para o cliente, como resultado da sua AEP.

21
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Contextualizando nosso assunto com base nas Normas Regulamentadoras
(NRs) 01 e 17:

1.5.4.2 Levantamento preliminar de perigos


17.3 Avaliação das situações de trabalho
17.3.1. A organização deve realizar o levantamento
preliminar das situações de trabalho que demandam
adaptação às características psicofisiológicas dos
trabalhadores.

Essa é uma das grandes novidades que os novos textos das NRs 01 e 17
trazem: a oficialização da necessidade de se realizar um levantamento
preliminar das situações de trabalho que demandam sobrecarga física e
psicológica sobre o trabalhador. Falamos da “oficialização da necessidade”,
pois muitos ergonomistas e auditores fiscais do trabalho já entendiam que o
Ergonomista deve fazer um mapeamento preliminar dos riscos da

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organização e, a partir dela, aprofundar em Análises Ergonômicas do
Trabalho (AETs) pontuais.

Você já leu nossa série sobre a NR 01 Lá nós descrevemos detalhadamente


essa fase. Nossa proposta agora é falar desse levantamento preliminar dos
perigos ergonômicos.

Dentro dos macroprocessos do Gerenciamento de Risco Ocupacional (GRO),


a Identificação dos Perigos é o primeiro processo que deve ser realizado.

22
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
O Levantamento Preliminar das Situações de Trabalho com um enfoque
Ergonômico também chamado de:
● Avaliação Ergonômica do Trabalho Preliminar (AETP)
● Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP)
● Análise Preliminar de Risco Ergonômico (APRE)
● Levantamento Preliminar de Risco Ergonômico (LPRE)
● Mapeamento de Risco Ergonômico (MRE)

Nem vamos retomar a discussão inicial sobre a semântica do termo “Risco


Ergonômico”. O correto seria “circunstâncias que levam ao descumprimento
dos princípios ergonômicos”.
Segundo fofocas Ergonômicas, a nova NR 17 chamará essa fase de Avaliação
Ergonômica Preliminar (AEP) e assim vamos chamar! Esse novo formato para
avaliação da situação de trabalho é obrigatório para todas as
organizações!

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A AEP pode ser entendida como uma avaliação mais superficial das
situações de trabalho, na qual deve ser apontados os perigos ergonômicos
que possam vir a sobrecarregar a saúde física ou psicológica dos
trabalhadores envolvidos na atividade.
Ergonomista, não confunda: dentro dos processos da nova NR 17, a
Avaliação das Situações de Trabalho pode ser dividida em duas fases:
● A AEP (Avaliação Ergonômica Preliminar), ainda na fase de
Identificação de Perigos;
● A AET (Análise Ergonômica do Trabalho), na fase de Avaliação dos
Riscos;

23
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Nesse artigo vamos falar da AEP! Já a AET, foco do nossos capítulos 5 e 6 do
livro é uma análise mais aprofundada das situações de trabalho, já
conhecida pelos Ergonomistas.

Nós estamos achando que vai acontecer bastante confusão entre as siglas
AEP e AET e alguns profissionais têm sugerido a mudança da ordem das
siglas de AEP para APE, apenas por uma maior facilidade no entendimento
do fonema. Nós achamos uma boa ideia!

Em situações em que há muito afastamento ou muito acidente, o


ergonomista deve avaliar por qual modalidade de avaliação (se AEP o AET)
deve-se começar. Caso a avaliação preliminar não seja demorada, ele pode
começar por ela e em pouco tempo iniciar a AET nestas situações de maior
risco. Nossa sugestão é que você inicie pela AEP e que nas situações de
maior risco, caso esse risco se confirme na AEP, já realize a AET (mesmo que

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seja em paralelo com a AEP).

É muito importante que sua AEP não tenha divergências da sua AET,
principalmente em relação às informações que os dois documentos
fornecem para o inventário de risco ocupacional (IRO).

Obviamente a AEP precisa ser documentada na forma de um relatório,


contendo os perigos ergonômicos relacionados a situações de trabalho.
Esse relatório não vai ser todo adicionado no IRO e nem será anexado a ele,
porém algumas informações deverão compor o inventário.

Ao contrário do que alguns colegas estão entendendo, a AEP não é feita


apenas aplicando ferramentas ergonômicas, apesar de ser possível sim que
para definir esses itens, pode ser usada alguma ferramenta ergonômica.

Por outro lado, o Ergonomista precisa se entender que não existe nenhuma
normativa que defina exatamente como deve ser a avaliação ergonômica
preliminar, qual recurso usar… Claro, existem norteadores, os quais vamos
falar ao longo deste artigo.

24
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Até o final desse artigo, nós vamos sugerir algumas formas de realizar a AEP
e, principalmente, tentar te fornecer conteúdo para que você mesmo analise
o que deve ou não ser aplicado no levantamento preliminar.

Uma dúvida que já vamos tirar desde já: qual profissional pode
fazer AEP?

Uma dúvida que está aparecendo: quem pode fazer a AEP? Tem que ser
Ergonomista? Tem que ter curso superior? Qualquer um da empresa pode
fazer? O Técnico em Segurança do Trabalho pode fazer? Tem que ser
especialista?

A lógica era para a empresa analisar seus riscos, começando pelos próprios
trabalhadores (mediante treinamento prévio), fazendo uma avaliação inicial
do ambiente de trabalho, com posterior avaliação técnica. Apenas depois,

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se fosse preciso, a empresa chamaria o profissional.

Mas para isso, o Estado deveria dar à empresa ferramentas para analisar
seus riscos preliminarmente, o que não é a realidade hoje. A Secretaria
Especial do Trabalho prometeu que ia divulgar uma ferramenta. Já a
FUNDACENTRO tem uma ferramenta para pequena empresa.

Se, conscientemente, a empresa comete um erro, ou seja, uma falsidade


ideológica, por exemplo ao dizer que não tem risco, quando tem o risco, o
Estado deveria ter ferramentas para avaliar isso, por exemplo, por ramo de
atividade. Óbvio que isso não deve ser feito com poucos auditores fiscais,
como se tem hoje.

Essa preocupação que está ocorrendo sobre “quem vai poder fazer” ou
“quem vai assinar” a AEP ou o IRO não faz sentido! É duro o que vamos falar,
mas esse interesse em quem pode fazer parece ser uma simples reserva de
mercado de alguns profissionais, já que a garantia de que profissionais
habilitados (com CREA, CRM, CREFITO e etc.) não resultou necessariamente
em trabalhos de boa qualidade (longe disso!).

25
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Existem profissionais habilitados por seus órgãos de classe e que não são
capacitados para realizarem um bom trabalho. Existem profissionais
habilitados e bem capacitados e que não fazem um bom trabalho…

Outro ponto sobre o mesmo assunto é que a história de que é o profissional


quem vai resolver o problema de SST da empresa não se sustenta! Quem
muda a realidade de SST de uma organização é a própria empresa e não um
consultor de ergonomia milagroso. A proposta do PGR é que ele seja
contínuo, diariamente, e um consultor não estará na empresa diariamente…
Então a empresa tem que estipular quem é a equipe interna que trabalhará
junto com o consultor para conseguir as transformações desejadas. A
gestão em SST é um processo estratégico, a longo prazo, que considera os
contextos internos e externos à organização, os perigos e oportunidades de
melhorias.

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Para o caso da realização da AET, a situação já está muito bem definida e
pacificada pela Nota técnica N° 287/2016/CGNOR/DSST/SIT:
“Em função do exposto, a empresa deve,
antes de tudo, garantir que o profissional
contratado possua efetivamente
conhecimento e capacidade para a
elaboração da AET. Da mesma forma, o
profissional responsável pela tarefa deve,
antes de tudo, cumprir de forma
criteriosa todas as exigências contidas
na NR-17 para o documento (por exemplo,
os critérios estabelecidos no item 8.4, do
Anexo II, da NR-17, para as AET nas
atividades de telemarketing). A AET é
considerada uma espécie de laudo,
portanto deve ser elaborada por
profissional de nível superior, que se
responsabilizará formalmente pelo
conteúdo do documento”

26
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Perceba que nem a nova NR 01, nem a NR17 indicam nenhum profissional
específico para a realização desses processos e para a confecção desses
documentos! A assinatura é de responsabilidade do empregador ou do
responsável pelo estabelecimento. Por conta disso, gostaríamos de

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apresentar uma sugestão para você, Ergonomista: para nós, com o tempo,
as organizações vão preferir contratar empresas de SST que tenham uma
equipe completa de profissionais, como se fosse um SESMT terceirizado,
com engenheiro de segurança, higienista, ergonomista, fisioterapeuta,
fonoaudiólogo, médico, psicólogo, enfermeiro e outros profissionais. Então
pense nessa possibilidade de convidar mais profissionais para atuar junto
OU oferecer seus para uma dessas equipes.

A equipe envolvida na criação do novo texto da NR 17 é otimista quanto à


indefinição dessas características.

Em brilhante entrevista ao canal Ergonomia da Atividade no Youtube, o Prof.


Dr. Mauro Muller (Auditor Fiscal do Trabalho e membro da comissão
responsável por elaborar o texto da nova NR 17 disse que:
“(...) em relação a esse levantamento
preliminar, eu entendo que não vai haver
essa obrigatoriedade”.
(Trecho retirado a partir de 1h:1min:10seg -
assista a entrevista na íntegra, clicando aqui)

27
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Dr. Mauro Muller completa:
“Empresas de médio porte, que tem um
técnico de segurança, ou que tem uma
assessoria contratada nessa área de
segurança e saúde, eu acredito que são
profissionais que têm a capacidade de
compreender as questões da ergonomia e
de fazer um levantamento minimamente
de acordo com a realidade e de acordo
com aquilo que está estabelecido na
norma, enquanto diretriz e enquanto
medida de prevenção“
(Trecho retirado a partir de 1h:3min:00seg -
assista a entrevista na íntegra, clicando
aqui)

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Já para o Prof. Dr. Gilmar Trivelato, da FUNDACENTRO, o qual também acha
que “a AEP pode ser feita por qualquer profissional da área de SST (técnico
em segurança) e eventualmente até, se você tiver, um instrumento, tipo um
check list, até uma pessoa que sabe ler e escrever bem, consegue fazer”.
Para ele, caso a APE seja feita de forma inadequada, vai desencadear
adoecimento e esses problemas físicos e psicológicos iriam aparecer no
PCMSO.

O Ergonomista certificado ABERGO Designer Claudio Noronha aponta que a


não necessidade de um profissional ergonomista na realização da AEP, gera
maior capilaridade entre as empresas, mas reconhece a perda de qualidade
do serviço em alguns casos.

Para o Prof. Gilmar Trivelato, “o que a


norma não quer é que fique criando essa
figura de ‘tal’ de laudo ergonômico”.
Segundo ele, não faz sentido sair fazendo
“laudinho ergonômico” pelas empresas,
como virou essa máfia com o eSocial.

28
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Ele fala que caso seja necessário o aprofundamento, aí sim deve-se chamar
um Ergonomista para fazer uma Análise Ergonômica, segundo ele “uma
coisa mais demorada, cara, que geralmente tem relação com a questão da
produção, não são só os aspectos de saúde e segurança, porque mexe na
organização do trabalho, mexe na organização da produção”.

O Prof. Trivelato fala ainda que no Brasil temos a lógica cartorial imperando,
inclusive na Ergonomia, o que gera a preocupação por “quem assina” tal
documento. Ele afirma que, para ele, para a realização da AET deveriam ser
profissionais certificados pelas associações correspondentes.

Nós, da Equipe ifacilita, com base na realidade vivenciada pelos nossos


Ergonomistas nos últimos 15 anos afirmamos que o cenário é complexo… Por
um lado, o país não possui profissionais da área de ergonomia suficientes
para atender todas as empresas que precisarão realizar a AEP. Por outro

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lado, em empresas que tiveram suas AETs feitas pelos próprios Técnicos em
Segurança do Trabalho lotados na unidade, as AETs são de baixíssima
qualidade, a ponto de que caso essas AETs fossem usadas como

AEP, elas seriam insuficientes! O empregador promove uma pressão sobre


esses profissionais de segurança para “amenizarem” (esconderem) riscos
muitos mais incapacitantes e fatais, o que leva esses profissionais a sumirem
com tais riscos.

Nossa sugestão é que o Ergonomista crie estratégias para realizar e


documentar a AEP de forma fácil, eficiente e eficaz. Esse profissional pode,
ainda, contar com ajuda de outros profissionais de SST ou do Comitê de
Ergonomia para esse levantamento preliminar. Para isso, o ifacilita
Ergonomia possui uma ferramenta completa para você criar seu modelo de
AEP (ou utilizar nossos modelos), bem como aumentar muito a eficiência do
processo (da criação do modelo, passando pela coleta e entrega do
documento finalizado). Com o ifacilita você consegue produzir mais e
melhor, com menos esforço, assim como a Ergonomia pede.

29
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Outra pergunta é se você, Ergonomista, deve já vender e realizar a AEP ou só
a partir de janeiro. A resposta é SIM, mas fundamentamos bem essa
resposta na nossa série sobre a nova NR 01.

Preliminares da AEP
A próxima pergunta que responderemos: como realizar a AEP? Por onde
começar? Como documentar?

Antes de começar a AEP, propriamente dita, é importante que o Ergonomista


realize algo parecido com as fases de “Análise da demanda e do contexto” e
“Análise global da empresa” do nosso querido Manual de Aplicação da NR17.

Inicialmente é importante coletar os dados iniciais da empresa como razão


social, endereço, CNAE (Classificação Nacional de Atividade Econômica),
número de funcionários registrados e outras informações, etc.

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Em um segundo momento, o objetivo não é começar uma AET, mas sim
entender de forma geral como é a empresa, quais produtos/serviços ela
trabalha, caracterizar os processos produtivos e os ambientes de trabalho
onde acontecem tais processos, bem como quais são as atividades de cada
fase desse processo, começando a entender como são os perigos das
situações de trabalho e do ambiente que os trabalhadores podem estar
expostos.

Nesse momento, você deve também coletar informações para conseguir


criar as ações do gerenciamento de risco e para preencher a parte inicial do
Inventário de Risco Ocupacional (IRO), tais como:
● Definir se a empresa está sensibilizada sobre as novas exigências da
NR 01 e NR 17 e até onde ela pretende, de fato, ir com o gerenciamento
de risco;
● Definir com será dividido o PGR (se por setor, por cargo ou por
atividade);
● Definir qual será o modelo de IRO da organização;
● Definir qual será o modelo de Plano de Ação (PA) da organização;

30
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
● Definir a metodologia da AEP;
● Definir os critérios de avaliação de risco, quais as ferramentas e
técnicas adotadas para avaliação de risco, com base na NBR ISO
31010/2021;
● Revisar dados disponíveis na literatura sobre os riscos relativos ao
processo;
● Analisar quais são as exigências legais de outras NRs sobre o processo
de trabalho presente no seu cliente;
● Definir como será feita a comunicação das informações;
● Características da população de trabalhadores
● Dados preliminares da segurança da empresa
● Quais unidades usadas para a divisão da empresa (unidade, setor,
etc.);
Ao longo dessa série nós vamos fornecer um modelo de IRO para você
baixá-lo para usar ou editar conforme desejar.

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1.2 Campo de aplicação
1.2.1 As NR obrigam, nos termos da lei,
empregadores e empregados, urbanos e rurais.
1.2.1.1 As NR são de observância obrigatória
pelas organizações e pelos órgãos públicos (...)

Um tema que dá um debate importante é sobre a obrigatoriedade de


cumprir ou não a NR 01 e NR17 em ambiente home office. Alguns
Ergonomistas estão sendo questionados por seus clientes sobre essa
obrigatoriedade. Sempre cabe discussão, mas nossa equipe acha que o item
1.2 da nova NR 01 demonstra que sim… O Ergonomista nem sempre tem
autorização para entrar no ambiente domiciliar onde acontece o home
office. Nós escrevemos um artigo bem legal sobre AET em home office que
pode te ajudar com algumas ideias…

Agora, o Ergonomista pode realizar um planejamento do que provavelmente


vai ser alvo de AEP e de AET.

31
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Realizando a AEP
Uma dúvida que está muito presente nos espaços de discussão é de como
fazer a Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP). Nós vamos dar super dicas
de como fazê-la e vamos ainda dar alguns modelos para te ajudar a criar
um modelo com a sua cara.
Nós não acreditamos que exista um modelo universal, que dê certo para
todos os tipos de negócios e de atividades, MAS o fato de você já poder
partir de um modelo, te ajudará a criar um molde de avaliação preliminar
que se encaixa, individualmente, para cada tipo de atividade.

O Ergonomista deve sempre atentar-se para o fato de que essa avaliação é


PRELIMINAR, ou seja, superficial. Essa AETP não deve ter o aprofundamento
de uma AET. Neste momento não é necessário realizar a AET! Aqui o
profissional deve apenas identificar se o perigo ergonômico (ou fator de

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risco ergonômico) está ou não presente, qual a fonte/circunstância, qual
tipo de agravo/lesão pode causar e qual grupo de trabalhadores está
exposto. A AET deverá ser feita dentro do processo de Avaliação do Risco,
trazendo esclarecimento sobre a probabilidade (P) daquele risco! A
avaliação das situações de trabalho devem ser aprofundadas com a AET
apenas em situações específicas, as quais iremos citar mais a frente. Nós
vamos falar com mais detalhes nos próximos artigos sobre esse assunto.

Nós vamos disponibilizar a sugestão de alguns modelos de AEP, mas o


Ergonomista deve ter claro que, independente do modelo usado, a AEP tem
que levar em consideração os itens que são citados na NR 17 e deve-se
completar com os 4 itens para identificação do risco, os quais citamos
acima. Você pode até colocar algum item extra, que se encaixe à sua
realidade, como os riscos psicossociais ou um outro risco comum no seu
cliente.

O Ergonomista poderá utilizar checklists que ele criar com base na NR17 ou
ferramentas que já são usadas (OCRA, NHO 11 e etc.), mas ele tem que se
lembrar que quase nenhuma ferramenta contempla todos os 5 itens da

32
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
NR17, devendo então ser complementada com os itens restantes,pelo menos.

Você pode fazer uma lista de verificação de perigos para utilizar na hora de
realizar a AEP. Essa fase não precisa ser quantitativa! Neste momento, não é
necessário quantificar o perigo! Na sequência, na Avaliação do Risco, as
avaliações quantitativas e qualitativas deverão ser trazidas.

Atenção Ergonomista: existem duas relações da AEP com o PRG, sendo:


1. Os perigos estarão contidos no Inventário de Riscos;

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2. As adequações ergonômicas devem estar contidas no Plano de Ação
Geral do IRO.
O importante é você definir critérios para identificação dos perigos (fatores
de riscos) proveniente das condições de trabalho, respeitando minimamente
o que está estabelecido na antiga e na nova NR 17:
1. Organização do trabalho
2. Levantamento, transporte e descarga individual de cargas
3. Mobiliário dos postos de trabalho
4. Trabalho com máquinas, equipamentos e ferramentas manuais
5. Condições de conforto no ambiente de trabalho

33
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Como já falamos, a nova NR 17 não trouxe os riscos psicossociais, mas nada
impede que você os coloque (negocie isso com a empresa, ainda na fase de
definição da metodologia). Uma sugestão que podemos te dar é de você
usar os perigos organizacionais para tentar associar aos psicossociais, já
que vários dos itens citados na norma geram sobrecarga psicossocial: às
normas de produção; o modo operatório; a exigência de tempo; a
determinação do conteúdo de tempo; o ritmo de trabalho; o conteúdo das
tarefas; os mecanismos de monitoramento da produtividade; movimentos e
posturas efetuadas de forma contínua e repetitiva, dentre outras.

São vários os exemplos que poderíamos discutir aqui para o Ergonomista


adicionar ou não na sua AEP. Um outro exemplo desses seria o do “cheiro”,
por exemplo de fumo em uma beneficiadora de tabaco ou de frango em uma
granja. Essa situação não é regulamentada e poderíamos falar que, por se
tratar de conforto, o Ergonomista quem deveria lidar com isso...

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Agora, de fato, iniciando a AEP, o Ergonomista deve lembrar que o processo
de Identificação de Perigos possui duas etapas: Levantamento Preliminar de
Risco e a Identificação dos Perigos.

Levantamento Preliminar de Risco: nessa etapa, o perigo e o risco ainda não


estão presentes na empresa e o Ergonomista vai agir de forma a prevenir o
risco, tentando evitar, ou eliminar ou reduzir o perigo.

1.5.4.2 Levantamento preliminar de


perigos
1.5.4.2.1 O levantamento preliminar de
perigos deve ser realizado:
a) antes do início do funcionamento do
estabelecimento ou novas instalações;
b) para as atividades existentes; e
c) nas mudanças e introdução de novos
processos ou atividades de trabalho.

34
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
17.3 Avaliação das situações de trabalho
17.3.1. A organização deve realizar o
levantamento preliminar das situações de
trabalho que demandam adaptação às
características psicofisiológicas dos
trabalhadores.

Atenção Ergonomista: esse está sendo um ponto de confusão de alguns


colegas: o levantamento preliminar deve acontecer em 3 situações:
1. “antes do início do funcionamento do estabelecimento ou novas
instalações”, como numa fase de projeto de uma nova organização,
nova unidade ou novo setor, por exemplo.
2. “para as atividades existentes”, podendo ser usada para analisar a
mudança de uma atividade já existente, como uma mudança
ocasionada pela implementação de uma melhoria ergonômica ou

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numa mudança de uma matéria prima usada no processo existente).
Nesse caso, o Ergonomista deve prever o aparecimento de perigos
ergonômicos diferentes e/ou atua já almejando a redução dos já
presentes.
3. “nas mudanças e introdução de novos processos ou atividades de
trabalho”, como na adoção de uma nova máquina, a adoção de um
novo processo. Nessa fase o Ergonomista aponta os perigos que
podem surgir e propõe melhorias para eliminar ou reduzir o “futuro
perigo”.

1.5.4.2.1.1 Quando na fase de levantamento


preliminar de perigos o risco não puder ser
evitado, a organização deve implementar o
processo de identificação de perigos e
avaliação de riscos ocupacionais, conforme
disposto nos subitens seguintes.

35
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
1.5.4.2.1.2 A critério da organização, a etapa de
levantamento preliminar de perigos pode estar
contemplada na etapa de identificação de
perigos.

O Ergonomista não tem como fazer sempre o levantamento preliminar de


risco, pois essa fase é preventiva, antes do risco aparecer, o que nem sempre
é a realidade que o Ergonomista encontra. Se ele não conseguir realizar o
levantamento preliminar, ele parte para a fase de Identificação dos Perigos.

A etapa de Identificação de Perigos pode acontecer ao mesmo tempo que a


fase de Levantamento Preliminar, mas existem situações que o Ergonomista
faz apenas o Levantamento Preliminar, como acontece na adoção de uma
nova máquina ou novo processo produtivo.

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Caso a organização não consiga fazer a eliminação ou redução do risco de
forma antecipada, realiza-se a fase seguinte: a Identificação dos Perigos.
Nesse caso, as fases de Levantamento Preliminar de Identificação dos
Perigos podem acontecer juntas.

Identificação dos Perigos (1.5.4.3):

Nessa fase, o Ergonomista deve identificar a existência dos agentes


causadores de perigos (se esse perigo está presente na organização), a
fonte ou circunstância causadora daquele perigo, o tipo de lesão/agravo e
o grupo de trabalhadores expostos.

Nesse momento o Ergonomista já mapeou o processo de trabalho, as


atividades dentro dos processos, os ambientes que acontecem tais
atividades e agora vai identificar os perigos oriundos das situações e
condições que são realizadas as atividades de trabalho e dos ambientes
que tais atividades acontecem, com base numa possível lista de verificação
(checklist) que ele tenha feito na fase que definiu a metodologia.

36
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
1.5.4.3 Identificação de perigos

1.5.4.3.1 A etapa de identificação de perigos deve


incluir:
a) descrição dos perigos e possíveis lesões ou
agravos à saúde;
b) identificação das fontes ou circunstâncias; e
c) indicação do grupo de trabalhadores
sujeitos aos riscos.

1.5.4.3.2 A identificação dos perigos deve


abordar os perigos externos previsíveis
relacionados ao trabalho que possam afetar a
saúde e segurança no trabalho.

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1.5.3.2.1 A organização deve considerar as
condições de trabalho, nos termos da NR-17.

17.1.1.1 As condições de trabalho incluem


aspectos relacionados ao levantamento,
transporte e descarga de materiais, ao
mobiliário, às máquinas e equipamentos e às
condições ambientais do posto de trabalho e à
própria organização do trabalho.

Após o Ergonomista ter identificado o risco, ele deve:


1. Identificar o perigo
2. Descrever o perigo
3. Descrever as possíveis lesões e agravos à saúde;
4. Identificar as fontes e as circunstâncias para aquele perigo
5. Identificar o grupo de trabalhadores que estão expostos àqueles
perigos e àquelas fontes
6. Melhorias sugeridas
7. O que vai ou não aprofundar

37
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
As empresas que prestam serviço em ambientes externos (como por
exemplo, em outra empresa ou na conservação de rodovias, transporte de
produtos etc.) também são abarcadas por essa nova redação da NR 01.
Inclusive é o caso da empresa de Ergonomia, que presta serviço dentro de
outras, por exemplo. Nesse caso, deve-se fazer o mesmo processo de
identificação de perigos.

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Ergonomista, atenção: se sua empresa presta serviço em vários lugares ou
fica mudando constantemente de lugar de atuação, você deve atualizar seu
PGR com a mesma frequência da mudança! Claro que parte desse PGR será
semelhante, mas a atualização precisa ser feita (inclusive em relação à data
do documento, compatível com a do seu contrato com seu cliente), sempre
compatível com a realidade daquele ambiente e daquelas atividades.

Aqui o Ergonomista encontra um grande desafio, o de identificar os perigos


das organizações continuamente. Como o Ergonomista vai ter acesso a
todas as mudanças presentes numa organização, sendo que ele não está
presente nela todos os dias?

Nossa sugestão é que na sensibilização que você fizer na empresa, por


exemplo naquela palestra inicial para apresentação do serviço, após
contratação, que você adicione os processos da empresa o “Alerta de
Mudança”. Essa sugestão é utilizada por alguns de nossos Ergonomistas, os
quais disponibilizam um formulário online para que os trabalhadores
envolvidos em mudanças (gerência, manutenção, compras, qualidade,

38
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
engenharia etc) informem a outras pessoas que alguma mudança será
realizada, solicitando a opinião dos envolvidos (diretos e indiretos) sobre o
processo. Assim, todo aquele que pode ser impactado com a mudança, tem
a possibilidade de dar sua opinião, reduzindo a chance de se criar um novo
perigo com a mudança. Em seguida, de posse dessas informações, o
Ergonomista as transmite para todos os envolvidos opinarem.

Nós disponibilizamos um modelo de documento para ser baixado, usado ou


modificado por você. Sugerimos, ainda, que o transforme em um formulário
Google para facilitar seu trabalho.

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Já pensou se houvesse um sistema que fizesse isso de forma fácil e quase
automática? Então, existe: o ifacilita Ergonomia. A ferramenta de Plano de
Ação permite que todos os envolvidos em uma mudança possam dar sua
opinião e essa é compartilhada para todos os outros. Além disso, a cada
melhoria você consegue criar relatórios que comprovem a implantação
dessas.

Outro ponto que o Ergonomista deve sempre atentar-se é para o fato dessa
avaliação ser PRELIMINAR, ou seja, superficial. Essa AEP não deve ter o
aprofundamento de uma AET! A avaliação das situações de trabalho devem
ser aprofundadas com a AET apenas em situações específicas, as quais
iremos citar mais a frente.

Uma grande inovação dessa nova redação diz respeito sobre o tratamento
diferenciado das empresas MEI (Microempreendedor individual), ME
(Microempresa) e EPP (Empresa de Pequeno Porte):

39
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
● Empresas Microempreendedor Individual (MEI)
○ Nós escrevemos uma série de artigos da NR 01 e lá falamos sobre
a situação das empresas, segundo seu modelo tributário
○ Pela lei, a empresa MEI está dispensada de PGR e PCMSO, mas
receberá uma orientação preventiva através de um material
disponibilizado pela SIT (Secretaria de Inspeção do Trabalho) e
pela FUNDACENTRO.
○ Se a empresa MEI for prestar serviço em uma empresa maior,
principalmente serviços continuados, esse MEI deve fazer parte
do PGR da contratada.
○ A responsabilidade da saúde e segurança é de quem está
contratando!
○ Apesar de não estar previsto na legislação, por causa da lacuna
na lei e as similaridades, nós acreditamos que essa mesma
abordagem pode ser aplicada ao profissional Pessoa Jurídica (os

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“PJ”).
● As empresas ME e EPP, de graus de risco 1 e 2 estão dispensadas de
implementar e manter o PGR se não forem identificados riscos
ambientais (NR09) e, se também não forem observados fatores de
riscos ergonômicos relevantes.
○ A norma fala ainda que se essas empresas não identificarem
riscos ergonômicos, não precisam formalizar o PCMSO, MAS
NÃO EXIME as empresas de realizarem a vigilância e controle
médico da saúde dos seus trabalhadores, e realizar os exames
previstos na NR 07.
● As Empresas de Pequeno e Médio Porte (PME), com perigos e riscos
relevantes, que não têm SESMT, não são enquadradas na legislação de
Micro e Pequena empresa.
○ Essas empresas devem estabelecer e manter um PGR!

Cabe ressaltar que somente os riscos que forem identificados nessa fase,
poderão ser alvos de agentes fiscalizadores do Estado (Auditor, CEREST, MPT
etc). Porém a empresa não pode deixar de identificar algum risco (por

40
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
incompetência ou por manipulação proposital de dados).

Cabe explicação: a NR1 não fala exatamente o que deve ser feito com os
riscos físicos, químicos e biológicos. O item 9.3.5.1 da NR09 fala que caso os
agentes físicos, químicos ou biológicos gerem “risco evidente à saúde” e os
fiscais poderiam interromper a atividade imediatamente, sem esperar uma
avaliação qualitativa.

A nova NR 01 tira essa prerrogativa dos fiscais. Segundo ela, o auditor só


fiscalizaria caso esse risco estivesse no PGR OU teria que notificar a
empresa, para que essa identifique os riscos no PGR, pois só poderia ser alvo
“os perigos devem ser avaliados” que tivesse contidos no AEP e teria que
torcer para esse novo PGR ter um nível considerável de risco.

Os critérios de classificação de risco “soltos” são um risco para a

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confiabilidade da avaliação no LPR. Estamos vendo cada vez mais
classificações de riscos que os avaliadores acham conveniente, sem
respaldo legal ou técnico-científico.

Sugestões de modelos

Modelo NR17 Simples (clique na imagem)


Modelo de AEP baseado em uma versão mais simples e rápida da nova NR 17,
utilizando apenas os 5 itens principais da NR17: levantamento, transporte e
descarga de materiais, ao mobiliário, às máquinas e equipamentos e às
condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do
trabalho.

41
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Modelo NR17 Completo
Sugestão de ferramenta para AET com base em todos os itens e subitens da
nova NR 17, totalizando 60 itens. Para nós, o melhor modelo!

Modelo baseado na Tabela 23 do eSocial


Sugestão de ferramenta para AEP com base nos 63 itens da falecida Tabela
23 do eSocial, divididos entre Perigos Biomecânicos, de Mobiliários e
Equipamentos, Organizacionais, Ambientais e Psicossociais/Cognitivos.

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Modelo SOBANE - De Paris
A Metodologia SOBANE ampliar o bem-estar no local de trabalho e foi
sugeridas pela Fundacentro. A SOBANE é uma ferramenta belga que tem o
nome advindo de um acrônimo (Screening OBservation ANalysis Expertise -
Experiência em análise de observação de triagem).

42
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
O SOBANE sugere um levantamento participativo de risco e que trabalha a
avaliação do risco em 4 níveis de aprofundamento:
● Diagnóstico preliminar, onde os fatores de risco são detectados
(reconhecimento) e as soluções e dentes são colocadas em prática.
Seria o equivalente à “Levantamento Preliminar de Perigos” na NR01 ou
“Avaliação Ergonômica Preliminar” na NR17, como um diagnóstico
participativo e que utiliza ferramentas bem simples.
● Observação, onde os problemas restantes (que não puderem ser
resolvidos) são aprofundados, para cada fator de risco
separadamente (uma abordagem para cada nível de risco), e as
causas soluções são discutidas de maneira detalhada.
● Análise, onde, quando necessário, se recorrer a um prevencionista
para realizar as medições (quantificações) indispensáveis e
desenvolver soluções específicas, como seria as medições ambientais
ou à AET.

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● Perícia, em casos raros onde um especialista se torna indispensável
para estudar e resolver um problema específico. Esse último é muito
raro, quando alguém muito especializado deve ser contratado para
resolver um problema.

Na NR01 nós iremos trabalhar similarmente ao modelo de SOBANE, juntando


os níveis 3 e 4 dessa ferramenta a um só nível nas NRs 01 e 17.

Ela possui ferramentas em diversas línguas, algumas delas em Português


(não são todos os guias que possuem versões em português). Algumas
ferramentas (chamadas de programas) devem ser pedidas por email
(jacques.malchaire@uclouvain.be)

O SOBANE tem vários Guias, dentre eles, o Guia “Déparis” (Risco Participativo
de Depistagem ou Diagnóstico Participativo de Risco) é a ferramenta para o
Nível 1, ou seja, Triagem. Os outros níveis serão mostrados na fase de
Avaliação do Risco, ou seja, na fase de AET.

43
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
De acordo com Malchaire (2003), o método DeParis faz parte da estratégia
SOBANE (Screening, Observation, Analysis, Expertise) de gestão de riscos e
se baseia na prevenção de riscos por meio de um método estruturado, que
pode ser aplicado a qualquer organização. Ele tem como objetivo realizar
uma abordagem progressiva nas situações de trabalho em pequenas e
grandes empresas, coordenar a colaboração entre os colaboradores que
atuam nos diversos níveis da organização, visando realizar uma prevenção
mais rápida, eficaz e com um menor custo.

O método DeParis está estruturado sob a forma de 18 rubricas, que


questionam as condições de trabalho em relação aos seguintes itens: 1)
zonas de trabalho; 2) organização técnica entre postos; 3) locais de trabalho;
4) riscos de acidentes; 5) comandos e sinais; 6) ferramentas e material de
trabalho; 7) trabalho repetitivo; 8) manuseios/levantamento de peso; 9) carga
mental; 10) iluminação; 11) ruído; 12) ambientes térmicos; 13) riscos químicos e

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biológicos; 14) vibrações; 15) relações de trabalho entre trabalhadores; 16)
ambiente social local e geral; 17) conteúdo do trabalho; 18) ambiente
psicossocial.

O questionário sugere que, em cada rubrica, o participante realize uma


descrição breve da situação desejada e uma lista dos itens a serem
posteriormente monitorados. Por fim, deve-se fazer um julgamento global do
item analisado por meio de um sistema figurativo de cores e expressões
faciais.
● 😀A expressão facial acompanhada da cor verde indica uma situação
satisfatória.
● 😐 Já a expressão facial com a cor amarela sinaliza para uma situação
mediana que pode ser melhorada, se possível.
● 😔 Por fim, a expressão facial com a cor vermelha representa uma
situação insatisfatória, passível de ser perigosa, que deve ser
melhorada.

44
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Cabe ressaltar, que o método DeParis permite a adaptação da ferramenta
de acordo com a situação analisada, podendo modificar os termos, eliminar
aspectos que não são aplicáveis, modificando alguns ou até mesmo
incluindo outros aspectos complementares.

● Ambientes térmicos
○ PMV-PPD, IBUTG e PHS: Cálculo dos índices térmicos em função
dos 6 parâmetros básicos: Ta, Tg, HR, Va, M e clo

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○ PrevHeat: Avaliação rápida de uma condição de trabalho e
investigação de melhorias em função da estimação dos 6
parâmetros básicos: Ta, Tg, HR, Va, M e clo
● Fisiologia do trabalho
○ Interpretação da Frequência cardíaca: Avaliação do
metabolismo equivalente e da aceitabilidade de uma fase de
trabalho a partir do registro da FC e das caraterísticas do
trabalhador (idade, peso, altura)
● DORT
○ Carga limite acumulada: Avaliação da aceitabilidade (na hora e
no dia) de uma tarefa de levantamento de carga em função do
peso, da frequência e das distâncias de levantamento
○ Strain Índice de Garg: Previsão da prevalência de DORT no punho
em função da força necessária, do número de esforços, da sua
duração, das posturas, da velocidade de trabalho
○ Índice de levantamento de carga de acordo com a equação de
NIOSH: Carga limite e índice de levantamento de acordo com a
equação de NIOSH e percentagens de homens e mulheres com
risco.

45
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Lembrando de que em cada ferramenta, você deve usar apenas o nível 1
para a AEP!

Ferramenta OIRA

A ferramenta Oira é uma sugestão de ferramenta de avaliação de riscos de


segurança e saúde no ambiente de trabalho feita pelo pessoal da

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Fundacentro e da SIT (Secretaria de Inspeção do Trabalho). O nome vem do
acrônimo Online interactive Risk Assessment (ou Avaliação dos Riscos
Interativa Online). A ferramenta pode auxiliar pequenas empresas na
identificação e avaliação de riscos de saúde e segurança no ambiente de
trabalho. Cabe ressaltar que não é uma ferramenta específica para
Ergonomia e vários itens da nossa área não estão presentes. No final, a
ferramenta cria um plano de ação para melhorias que a empresa precisa
implementar…

Inicialmente você precisa criar uma conta aqui e depois tem acesso a várias
ferramentas de riscos para setores diferentes:
● Agricultura
● Trabalho elétrico IS
● Cabeleireiro
● Restaurantes e cantinas
● Trabalhando com eletricidade
● Trabalhar em um escritório

46
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Em seguida, você passa por 6 passos até a finalização da ferramenta, a
saber: na “Preparação”, na qual você coloca o nome da avaliação. Na fase
“Envolva” você é convidado a envolver mais pessoas no processo de
avaliação, inclusive outros funcionários da empresa. A fase de “Análise +
Avaliação” é onde realmente você fará a avaliação, marcando “Sim” ou “Não”
para o risco e qualificando-o como médio ou baixo. Por exemplo, no caso da
ferramenta para “Trabalho em escritório”, você tem “Trabalho geral no
escritório” (cadeiras, mesas, telas de computador, teclados, mouses,
instalação e interação desses dispositivos), “Ambiente e organização do
escritório” (trata do ambiente de trabalho do escritório, como espaço,
iluminação, ar interno, ventilação e ruído), “Ética de trabalho e estresse”
(trata do ambiente de trabalho social e espiritual), “Trabalho de segurança
ocupacional” (fala do trabalho de segurança e saúde nos locais de trabalho);
e “Outros riscos no trabalho” (em que você pode incluir outros riscos). Por
fim, na etapa do “Plano de ação”, onde você adiciona uma ação para cada

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risco, no modelo PDCA. No final, você gera um “Relatório” e de acordo com o
que vai implantando, vai mudando o “Status”.

Modelo NR17 + eSocial

Sugestão de ferramenta para AEP com base nos 5 itens da NR 17 nova


associados aos 63 itens da falecida Tabela 23 do eSocial.

Independente da metodologia que você vá usar, o resultado dessa AEP deve


ser a identificação e descrição dos perigos ergonômicos (ou fatores de
riscos ergonômicos) encontrados, as possíveis lesões/agravos à saúde, as
fontes e as circunstâncias que levam àquele perigo; a identificação do
grupo de trabalhadores expostos àqueles perigos.

47
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Também a partir dessa AEP, o Ergonomista irá sugerir as melhorias e
adequações ergonômicas como medidas de prevenção e controle dos
riscos, bem como melhora dos processos e da eficiência do trabalho. Essas
sugestões de melhorias ergonômicas devem ser classificadas quanto à
probabilidade de agravo e dispostas no Plano de Ação Geral do PGR da
organização. Nós escrevemos um artigo sobre o Plano de Ação e lá estamos
disponibilizando um modelo com base na atualização das normas, na
metodologia 5W2H e PDCA.

Por fim, o Ergonomista deve identificar quais situações ou ambientes de


trabalho devem ter seus perigos aprofundados por uma AET. Nós fizemos
uma lista bem completa de quais situações levam a aprofundar uma AEP e
disponibilizamos nos artigos sobre AET.

Esses itens deverão compor o Inventário de Riscos Ocupacional da

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Empresa. NÓS FIZEMOS UM MODELO DE AEP PARA SER ENTREGUE AO
CLIENTE QUE É MARAVILHOSO!. CLIQUE AQUI E BAIXE!

E aí Ergonomista? Realizar a AEP ficou mais tranquilo com nosso capítulo?


Envie uma mensagem na nosso Instragram dizendo o que achou do nosso
conteúdo: é bem importante pra nós!

Agora que fiz a Identificação dos Perigos, sei quais riscos estão presentes e
em quais atividades; sei quais fontes e circunstâncias geram esses perigos;
sei quais as lesões e agravos podem ser gerados por esses perigos; sei quais
trabalhadores estão expostos a esses perigos; sei as ações que posso fazer
para eliminar/reduzir o perigo; e seu quais perigos vou ter que aprofundar…
Agora você deve fazer três passos:

1. Enviar informações para o Inventário de Risco Ocupacional (IRO),


documento que formaliza o PGR (que falaremos no capítulo seguinte)
2. Resolve as ações mais rápidas, simples e que não requerem muito
trabalho (item que veremos no quarto capítulo seguinte - Plano de
Ação);
3. Realizar a Avaliação dos Riscos, que veremos no quinto capítulo da
série.
48
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
CONSTRUINDO O PGR
E FORMALIZANDO
O GRO
III
O terceiro capítulo mostrará como o Ergonomista deve atuar diante do
Inventário de Risco Ocupacional.

Nosso terceiro capítulo da série sobre NR17 falará da documentação


que formaliza o gerenciamento de risco ocupacional, chamada de Programa
de Gerenciamento de Risco (PGR), o qual é composto pelo Inventário de Risco
Ocupacional (IRO) e pelo Plano de Ação (PA). Falaremos do plano de ação no
quarto capítulo.

Leia esse artigo até o final e aprenda como criar um IRO e quais
informações o Ergonomista deverá passar para a empresa ou outro
responsável pela elaboração e consolidação do IRO. No final, vamos
fornecer um modelo massa de IRO para você usá-los ou adaptá-los da forma

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que quiser. Vale ressaltar que nossa intenção não é que nosso modelo seja o
único correto do Brasil… Nossa intenção é que o Ergonomista não parta do
zero…

O INVENTÁRIO DE
RISCO
OCUPACIONAL É O
DOCUMENTO QUE
FORMALIZA O PGR
E O ERGONOMISTA
TEM UMA PARTICIPAÇÃO PROTAGONISTA NA
CONSTRUÇÃO DESSE, ALIMENTANDO A
PARTIR DA AEP E DA AET

49
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
PRESENTES DO CAPÍTULO

01 Inventário de Risco Ocupacional


Inventário de Riscos Ocupacional é uma relação um pouco mais
detalhada dos riscos presentes nas atividades e processos de
trabalho de uma organização.

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50
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
O que é Inventário de Risco Ocupacional (IRO)?

A título de conceituação, um Inventário de Riscos Ocupacional é uma

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relação um pouco mais detalhada dos riscos presentes nas atividades
e processos de trabalho de uma organização.

Ele é um resumo estruturado dos riscos, contendo um esqueleto que


permita a identificação e caracterização dos riscos ocupacionais,
relacionando-os com os processos e atividades de trabalho, com
soluções para eliminação ou redução a níveis aceitáveis, bem como a
comprovação das ações que foram feitas.

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Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Dentro dos macroprocessos do gerenciamento de risco, o Inventário de
Risco é um documento que consolida as ações e recebe informações da fase
de Identificação de Perigos (para você Ergonomista, a AEP) e da fase de
Avaliação dos Riscos (que é a sua velha e boa AET).

Nós escrevemos um artigo bem completo do IRO na ótica da NR01. Nesse


artigo falamos que o IRO não é um laudo técnico! Ele é uma ferramenta
administrativa de gestão dos riscos que integra e sintetiza as informações
sobre avaliação de riscos, as informações sobre controle de riscos (pois
sintetiza as ações que devem ser tomadas), indica a prioridade/necessidade
de adoção de medidas preventivas e registra as ações de melhorias que
foram implantadas. Além disso, o IRO é uma ferramenta de comunicação,
informando os riscos e ações para diferente partes envolvidas.

1.5.7.3 Inventário de riscos ocupacionais

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1.5.7.3.1 Os dados da identificação dos perigos e
das avaliações dos riscos ocupacionais devem
ser consolidados em um inventário de riscos
ocupacionais.

Desde o início, o Ergonomista tem que ter em mente como será o IRO da
empresa, para que o resultado do seu trabalho (da Avaliação Ergonômica
Preliminar - AEP, da Análise Ergonômica do Trabalho - AET, do Plano de Ação
- PA e da implantação das melhorias) se encaixe na documentação que a
empresa irá usar para gerenciar seus riscos ocupacionais. Se o elo entre o
serviço do Ergonomista e o IRO da empresa fica complicado, o cliente vai ter
dificuldade em lidar com a Ergonomia…

Como falamos no nosso infográfico do primeiro artigo dessa série (você


baixou ele?) uma das primeiras partes é definir como será esse IRO.

52
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Importante relembrar que esses documentos são gerenciais e de
responsabilidade da organização, devendo ser datados e assinados pelo
responsável pelo estabelecimento (senão não é válido juridicamente), mas
pode ser co-assinado por um ou mais responsáveis técnicos.

Obviamente que a elaboração do IRO necessita do apoio ou assessoria de


um profissional de Saúde e Segurança do Trabalho (SST), porém sem
necessidade, por exemplo, de uma ART (Anotação de Responsabilidade
Técnica). Porém, no sentido jurídico, o consultor externo não tem como
garantir que as ações estão sendo cumpridas! Óbvio que o Ergonomista
pode ser o responsável por construir a documentação do PGR, bem como
para gerenciar a equipe responsável pelo PGR.

Após a AEP, o Ergonomista começa a pensar mais fortemente no Inventário


de Risco, no controle dos riscos ergonômicos e no Plano de Ação (PA).

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Depois disso, ele retomará a esses documentos após a Avaliação dos Riscos
Ocupacionais, que no caso é a Análise Ergonômica do Trabalho (AET).
Porém, após a AEP o Ergonomista já deve ter o IRO bem adiantado…
.5.3.1.1 O gerenciamento de riscos ocupacionais
deve constituir um Programa de Gerenciamento
de Riscos - PGR.
(...)
1.5.7 Documentação
1.5.7.1 O PGR deve conter, no mínimo, os
seguintes documentos:
a) inventário de riscos; e
b) plano de ação.
1.5.7.2 Os documentos integrantes do PGR devem
ser elaborados sob a responsabilidade da
organização, respeitado o disposto nas demais
Normas Regulamentadoras, datados e
assinados.

17.3.1.1 Devem ser previstos planos de ação


específicos, nos termos dos itens 5.1.1 e 5.1.3 da
NR de Programa de Gerenciamento de Riscos,
para as situações de trabalho nas quais a
organização possa agir diretamente com a
implementação de melhorias ou de soluções
conhecidas, atendido o previsto nesta norma
regulamentadora.

53
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Não existe PGR sem o processo já ter começado, pois a construção dos
documentos depende de todas as etapas do gerenciamento estarem
acontecendo… Lembrando que esses documentos têm que ser datados e
assinados.

O Ergonomista deve ter em mente que o PGR deve refletir a realidade da


empresa, então nada de esconder risco ou de omitir, como sabemos que
acontece com alguns colegas…

O ifacilita Ergonomia permite que você crie seu próprio PGR, com IRO e PA,
da forma como quiser. Caso prefira, no sistema nós te damos um modelo
para ser editado e utilizado. Fique tranquilo que, no caso do nosso sistema,
todo processo é datado e permitimos que você o imprima ou que use a
assinatura digital para formalizar a documentação.

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Todo o processo de identificação e avaliação de riscos pode gerar registros
intermediários e acessórios como, por exemplo, um checklist que o
Ergonomista usou na Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP) e que citou no
IRO. Mais uma vez: não é para anexar esse instrumento complementar no
IRO! Dele você vai extrair informações importantes para compor o IRO.

Obviamente que esse item não exclui a necessidade de elaborar e manter


registros de identificação de perigos e avaliação dos riscos previstos em
outras Normas Regulamentadoras (NRs), por exemplo, uma avaliação da
vibração ou uma AET na NR17. Pela centésima vez, o Ergonomista não vai
anexar esses documentos no IRO e sim extrair deles informações para
compor o IRO.

Para que o IRO atinja seus objetivos, ele deve ser construído seguindo uma
estrutura que já foi definida pelo texto da NR 01. Vamos falar dos pontos mais
importantes:
1.5.7.3.2 O Inventário de Riscos
Ocupacionais deve contemplar, no
mínimo, as seguintes informações:

54
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
a) caracterização dos processos e
ambientes de trabalho;
b) caracterização das atividades;
(...)
f) critérios adotados para avaliação dos
riscos e tomada de decisão.
Deve haver a caracterização dos processos, ambientes e das atividades de
trabalho.

Você, Ergonomista, tira essa de letra, concorda? Caracterizar o processo de


trabalho numa visão macro (setor a setor) ou até aprofundando um pouco
os processos dos principais produtos fabricados ou serviços produzidos
pela empresa, bem como as atividades (reais) para realizá-los.

Aqui vamos citar o item “f” de uma vez, pois apesar de ser o último item, na

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prática ele deverá ser um dos primeiros a serem expostos e devem ser
levados em conta para cumprir os demais itens (“c”, “d” e “e”). É indispensável
que, ainda no princípio, haja a definição dos critérios adotados para
avaliação dos riscos e para a posterior tomada de decisão.

1.5.7.3.2 O Inventário de Risco Ocupacional


deve contemplar (...)
c) descrição de perigos e de possíveis
lesões ou agravos à saúde dos
trabalhadores, com a identificação das
fontes ou circunstâncias, descrição de
riscos gerados pelos perigos, com a
indicação dos grupos de trabalhadores
sujeitos a esses riscos, e descrição de
medidas de prevenção implementadas;

O item “c” gera mais complicação: “descrição de perigo” deve ser algo mais
detalhado! O Ergonomista não deve citar simplesmente termos como
“postura sentada” ou “instalação elétrica”; ele precisa descrever com mais

55
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
detalhes. O problema é que isso não está regulamentado e precisa observar
como estão nas outras NR´s, no caso do Ergonomista, nas NR´s que ele atua,
não apenas na NR17. Fizemos um artigo super legal sobre as normativas que
o Ergonomista deve seguir.

Uma informação que não vem sendo falada é que O INVENTÁRIO DE RISCO
TEM QUE SER CONSTRUÍDO DE FORMA QUE EU CONSIGA RESGATAR
INFORMAÇÕES INDIVIDUALIZADAS PARA CADA TRABALHADOR!! Sem querer
repetir sempre a mesma informação, mas o ifacilita Ergonomia te fornece um
modelo de IRO, o qual pode ser editado ou até criar um modelo de IRO do
zero! Esse permite também que o Ergonomista identifique o trabalhador que
está exposto a esse risco, como pede a norma.

Preste a atenção Ergonomista: claro que o IRO não terá o nome do


trabalhador, em si. Essa caracterização será feita com a função ou cargo. O

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responsável pelo documento (que pode ser o Ergonomista) terá que manter
a parte do IRO (e não em anexo) uma lista de quem faz parte de cada função
para, por exemplo, definir quais serão os EPIs (Equipamentos de Proteção
Individual) ou os tipos de exames médicos.

Já a parte “descrição de medidas de prevenção implementadas” não faz


parte da “descrição de riscos” e sim com controle de perigo.

1.5.7.3.2 O Inventário de Risco Ocupacional


deve contemplar (...)
d) dados da análise preliminar ou do
monitoramento das exposições a agentes
físicos, químicos e biológicos e os
resultados da avaliação de ergonomia
nos termos da NR-17.
e) avaliação dos riscos, incluindo a
classificação para fins de elaboração do
plano de ação; e
f) critérios adotados para avaliação dos
riscos e tomada de decisão.

56
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Em algum lugar dentro do IRO você vai ter que colocar o monitoramento das
exposições, no caso da Ergonomia, ele deve conter os resultados da
avaliação ergonômica preliminar (AEP) e da Análise Ergonômica do Trabalho
(AET).

Entendendo a estrutura do IRO

O Inventário de Risco do PGR deve conter:

1. Caracterização dos ambientes de trabalho: caracterizar o ambiente de


trabalho, tanto em relação à parte civil, quanto ambiental.
2. Caracterização dos processos de trabalho: caracterizar como são os
processos produtivos, quais produtos fabricados e/ou quais serviços
são realizados; quais os processos ocorrem e em que ordem.
3. Caracterização das tarefas: caracterizar sucintamente as tarefas de

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trabalho que são realizadas pelos cargos;,
4. Identificação de perigos: identificar os perigos, bem como descrever as
lesões ou agravos, as fontes ou circunstâncias, definir o grupo de
trabalhadores, as ações de melhoria e quais itens devem ser
aprofundados na AET.
5. Dados da análise preliminar e os resultados da avaliação de
ergonomia nos termos da NR-17: em especial, o Ergonomista deve
informar os resultados da AEP. Não se deve colocar toda a AEP em
anexo!
6. Avaliação dos riscos (classificação dos risco, compatíveis com o plano
de ação): adicionar os resultados da AET, bem como da graduação
dos riscos. Não se deve colocar toda a AET em anexo!
7. Critérios adotados para avaliação dos riscos e tomada de decisão:
adicionar as medida de melhorias que deverão ser implementadas no
plano de ação.

57
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Uma informação que não vem sendo falada é que O INVENTÁRIO DE RISCO
TEM QUE SER CONSTRUÍDO DE FORMA QUE EU CONSIGA RESGATAR
INFORMAÇÕES INDIVIDUALIZADAS PARA CADA TRABALHADOR!! Sem querer
repetir sempre a mesma informação, mas o ifacilita Ergonomia te fornece um
modelo de IRO, o qual pode ser editado ou até criar um modelo de IRO do
zero! Esse permite também que o Ergonomista identifique o trabalhador que
está exposto a esse risco, como pede a norma.

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Preste a atenção Ergonomista: claro que o IRO não terá o nome do
trabalhador, em si. Essa caracterização será feita com a função ou cargo. O
responsável pelo documento (que pode ser o Ergonomista) terá que manter
a parte do IRO (e não em anexo) uma lista de quem faz parte de cada função
para, por exemplo, definir quais serão os EPIs (Equipamentos de Proteção
Individual) ou os tipos de exames médicos.

E aí Ergonomista? Criar e alimentar o Inventário de Risco ficou mais


tranquilo com esse capÍtulo do nosso ebook?

Outra coisa: QUER UMA LIVE PARA EXPLICAR RESUMIDAMENTE O EBOOK,


FALANDO DA ERGONOMIA, A NOVA NR 17 E PGR/GRO? ENTÃO DEIXE SEU
COMENTÁRIO NO DIRECT DO INSTAGRAM DO IFACILITA: “QUERO SER
CONVIDADO PARA A LIVE” que te mandaremos o link pelo email.

Deixe um recado pra nós no Instagram e nos ajude a melhorar nosso serviço.
O próximo passo agora é criar o Plano de Ação, o qual nós falaremos no
nosso próximo capítulo. Até lá!

58
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
CONTROLE DOS
RISCOS ERGONÔMICOS
E FORMAÇÃO DO
IV
PLANO DE AÇÃO
Falaremos de controle de riscos e plano de ação no quarto capítulo do livro
série sobre a Ergonomia na nova NR 17, dentro do PGR/GRO.

Ergonomista, nosso quarto capítulo falará da fase de Controle de Risco


Ocupacional, bem como da documentação que formaliza esse controle dentro do
Programa de Gerenciamento de Risco (PGR): o Plano de Ação.

Resolvemos colocar esse tema nessa ordem pois, na prática, o Ergonomista


começa a pensar no controle dos riscos ergonômicos e a criar o plano de ação
nessa fase, após a Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP).

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Lendo esse artigo até o final você aprenderá como a NR01 entende o Controle
de Risco, o que ajudará você a criar ações de melhorias ergonômicas mais
eficientes. Você verá também as principais características que um Plano de Ação
deve ter. No final, vamos fornecer dois modelos de Plano de Ação para você usá-los
ou adaptá-los da forma que quiser. Mais uma vez ressaltamos que nossa intenção
não é que nosso modelo seja o melhor, mas sim que você não parta do zero ao criar
o seu…

O PLANO DE
AÇÃO É UM DOS
DOIS
DOCUMENTOS
OBRIGATÓRIOS DO
GRO. NELE ESTÃO
CONTIDAS
AS RECOMENDAÇÕES DE PREVENÇÃO E
CONTROLE DOS RISCOS OCUPACIONAIS DE
ORIGEM ERGONÔMICA.

59
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
PRESENTES DO CAPÍTULO

01 Plano de Ação 1
Modelo de plano de ação estilo PDCA.

02 Plano de Ação 2
Modelo de plano de ação estilo PDCA, porém com detalhamento da
recomendação e da fase de projeto.

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Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO


Ergonomista, nosso quarto capítulo da série sobre NR17 falará da fase de
Controle de Risco Ocupacional, bem como da documentação que formaliza
esse controle dentro do Programa de Gerenciamento de Risco (PGR): o Plano
de Ação.

Resolvemos colocar esse tema nessa ordem pois, na prática, o Ergonomista


começa a pensar no controle dos riscos ergonômicos e a criar o plano de
ação nessa fase, após a Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP).

Lendo esse artigo até o final você aprenderá como a NR01 entende o
Controle de Risco, o que ajudará você a criar ações de melhorias
ergonômicas mais eficientes. Você verá também as principais características
que um Plano de Ação deve ter. No final, vamos fornecer dois modelos de
Plano de Ação para você usá-los ou adaptá-los da forma que quiser. Mais
uma vez ressaltamos que nossa intenção não é que nosso modelo seja o

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melhor, mas sim que você não parta do zero ao criar o seu…

Controle de Risco Ocupacional

Controle de Risco Ocupacional nada mais é que uma série de ações que a
organização deve fazer como medida de prevenção ao adoecimento ou de
resolução de alguma situação já presente. O processo de Controle dos
Riscos deve ser bem definido, para que não haja erros que comprometam o
resultado do PGR.

A NR17 não fala explicitamente sobre a proposição de medidas de controle


de prevenção às lesões ou agravos à saúde. Ela cita apenas:

17.4.4 Devem ser implementadas medidas de


controle que evitem que os trabalhadores, ao
realizar suas atividades, sejam obrigados a
efetuar de forma contínua e repetitiva
(...)

61
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Anexo I - Operadores de Checkout
6.1. Todos os trabalhadores de operação e de
gestão devem receber capacitação que
proporcione conhecer as formas de
adoecimento relacionadas à sua atividade,
suas causas, efeitos sobre a saúde e medidas
de prevenção.
(...)
6.1.2. A capacitação deve incluir, no mínimo, aos
seguintes itens:
b) medidas de prevenção indicadas para a
redução dos riscos relacionados ao trabalho;

Fica claro que a NR 17 não apresenta muita coisa sobre como devem ser
feitas as medidas de prevenção dentro da Ergonomia. Sendo assim, o

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Ergonomista deve procurar entender como a NR 01 trata disso...

A NR 01 indica 4 etapas para o controle de riscos ocupacionais:


1. Criação, implementação e acompanhamento das medidas de
prevenção
2. Plano de Ação
3. Acompanhamento da saúde dos trabalhadores
4. Análise de acidentes e doenças ocupacionais

Em resumo, o processo de Controle dos Riscos Ocupacionais deve ser feito


pela adoção de medidas de prevenção, através da criação, implementação,
acompanhamento e atualização do Plano de Ação . Além disso, os
resultados dessas medidas devem ser acompanhados, bem como a saúde
ocupacional dos trabalhadores e os acidentes e doenças relacionadas ao
trabalho. Em todas as fases o Ergonomista pode estar presente!

Vamos falar de cada uma dessas partes, dentro da NR 17:

62
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
1. Medidas de Prevenção

A organização tem que adotar medidas de prevenção para eliminar, reduzir


ou controlar os riscos sempre com base nas exigências previstas nas NRs e
nos dispositivos legais; quando a classificação dos riscos ocupacionais
assim determinar e quando houver evidências da associação entre as
lesões/agravos à saúde dos trabalhadores com os riscos e as situações de
trabalho identificados.

Aproximando para a Ergonomia, o PGR deve objetivar eliminar, reduzir ou


controlar os riscos sempre que:
● houver uma exigência prevista na NR17. Atenção Ergonomista: aqui
você deve observar as medidas de prevenção e controle indicadas
pelas NRs que você está aplicando, normalmente NR 17, NR 12, NR 32, NR
36 e etc. Se as medidas indicadas pelas NRs e nos “dispositivos legais”

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estiverem sendo aplicadas, você deve evidenciar (formalizar no PGR). Se
não houver, você deve colocar como melhoria a ser realizada. Por
exemplo: ao identificarmos um problema de conforto luminoso, temos
que resolver pois a nova NR 17 cita “A iluminação deve ser projetada e
instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras
e contrastes excessivos.” (item 17.8.1);
● for identificado risco moderado, alto ou intolerável (Vamos falar sobre
a classificação dos riscos nos artigos seguintes link
https://www.ifacilita.com.br/post2/63/nao-tenha-pressa,-esse-artigo-se
ra-publicado-em-breve);
● houver evidências de associação no PCMSO ou algo parecido (queixa
subclínica ou atestados indicarem ou afastamento INSS ou FAP/SAT);

O Ergonomista deve entender e definir as medidas de prevenção


necessárias para o controle dos riscos ocupacionais. Tanto a Avaliação
Ergonômica Preliminar (AEP), quanto a Análise Ergonômica do Trabalho (AET)
podem fornecer informações quanto à necessidade de se adotar medidas
de prevenção!

63
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
1.5.5.1.1 A organização deve adotar
medidas de prevenção para eliminar,
reduzir ou controlar os riscos

A organização deve controlar seus riscos ocupacionais, com base nos


perigos e riscos encontrados e no nível de risco classificado. Essas medidas
de prevenção devem ser tomadas para (nesta ordem) eliminar, reduzir e
controlar os riscos ocupacionais.

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Conforme falamos na série sobre NR01 , existe ainda o tratamento
diferenciado das empresas MEI, MP e EPP

Dentre essas empresas, as que não identificarem risco no levantamento


preliminar, estão dispensadas de formular o PGR. Porém, qual trabalho que
não apresenta um perigo ergonômico proveniente das situações e ambiente
de trabalho? Essa discussão vai longe e não vamos fazer ela aqui...

Na NR17, inicialmente, não havia essa desobrigação, ou seja, todas as


empresas, independentes do porte, tinham a obrigação de cumprir a NR17.
Sejamos francos: o que essa obrigatoriedade gerava de positivo? A maior
parte das empresas cumpriam essa obrigatoriedade? Claro que não! Então,
para alguns, esse item foi positivo.

64
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Esse item da norma veio em resposta à pressão das empresas, pois aquelas
com poucos funcionários têm (teoricamente) normalmente menor impacto
de adoecimentos e acidentes. Porém nós sabemos que o impacto sobre a
saúde e segurança dos seus funcionários é tão grande (ou maior!) quanto
numa multinacional! Também não vamos entrar nesse mérito, já que já é
uma coisa consolidada.

Mesmo na ausência da elaboração do PGR por parte do MEI, ME e EPP, a


empresa contratante de uma empresa que presta serviços em Ergonomia
que seja MEI precisa incluir as atividades e riscos da contratada no seu PGR!
b) a classificação dos riscos ocupacionais assim
determinar, conforme subitem 1.5.4.4.5;

(Relembrando o item 1.5.4.4.5: 1.5.4.4.5 Após a


avaliação, os riscos ocupacionais devem ser

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classificados, observado o subitem 1.5.4.4.2,
para fins de identificar a necessidade de
adoção de medidas de prevenção e elaboração
do plano de ação.)
As ações de melhoria devem ser planejadas e realizadas conforme a
classificação do nível de ação. Riscos gravíssimos pedem ações em nível
crítico e medidas imediatas devem ser tomadas! Conforme falamos, vamos
falar sobre a classificação dos riscos nos capítulos seguintes.

c) houver evidências de associação, por meio


do controle médico da saúde, entre as lesões e
os agravos à saúde dos trabalhadores com os
riscos e as situações de trabalho identificados.

A partir do momento em que houver uma associação (nexo causal) entre


lesões e agravos à saúde com os riscos ou situações de trabalho, ações de
prevenção

65
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
devem ser tomadas. Essa informação pode vir do ambulatório, do PCMSO,
do RH, do próprio trabalhador, da CIPA (nesses últimos casos, a situação
terá que ser investigada).

1.4 Direitos e deveres

1.4.1 Cabe ao empregador:


g) implementar medidas de prevenção,
ouvindos os trabalhadores, de acordo com a
seguinte ordem de prioridade:
I. eliminação dos fatores de risco;
II. minimização e controle dos fatores de risco,
com a adoção de medidas de proteção coletiva;
III. minimização e controle dos fatores de risco,
com a adoção de medidas administrativas ou

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de organização do trabalho; e
IV. adoção de medidas de proteção individual.

(...)

1.5.5.1.2 Quando comprovada pela organização


a inviabilidade técnica da adoção de medidas
de proteção coletiva, ou quando estas não
forem suficientes ou encontrarem-se em fase de
estudo, planejamento ou implantação ou, ainda,
em caráter complementar ou emergencial,
deverão ser adotadas outras medidas,
obedecendo-se a seguinte hierarquia:
a) medidas de caráter administrativo ou de
organização do trabalho;
b) utilização de equipamento de proteção
individual - EPI.

66
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Estes itens continuam dando muito o que falar! Cada vez mais a legislação
vem apertando os empregadores para que respeitem a ordem de prioridade
para resolução dos perigos e riscos.

A organização tem o dever de implementar medidas de prevenção, sempre


com a participação dos trabalhadores, de acordo com uma ordem já
definida de prioridade:

I. Eliminação dos fatores de risco;


II. Minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de
proteção coletiva;
III. Minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas
administrativas ou de organização do trabalho; e (por fim, no final, depois de
tudo isso…)
IV. adoção de medidas de proteção individual.

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Veja a ilustração abaixo:

De forma geral, temos um perigo que se transforma em risco quando o


trabalhador fica exposto a ele, como o caso de uma água com piranhas
sendo o perigo e a existência do risco quando o nadador resolve entrar na
água. Claro que caso o trabalhador esteja fora da água, não existe risco,
existindo apenas o perigo.

67
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Eliminar o perigo ou risco é a primeira ação que deve ser feita/tentada.
Nesse exemplo, eliminar o risco significa colocar o nadador em outras
águas, longe das águas com as piranhas ou retirar todas elas da água.

Uma outra alternativa é a substituição do perigo ou risco, porém essa tem


que ser por algo menos perigoso do que o anterior, obviamente, com a
substituição das piranhas pelo nemo.
Dentro da hierarquia, caso o perigo/risco não possa ser eliminado ou
substituído, pode-se aplicar o controle via solução de engenharia / medidas
coletivas, que são controles que requerem mudanças físicas e sua eficácia
não depende do comportamento de quem está exposto.
Sempre que houver a adoção de controle de engenharia (medida coletiva),
no seu plano de ação deve conter ações para manutenção,
acompanhamento e avaliação dessa medida/sistema!

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1. Esses controles exigem manutenção preventiva e corretiva. Adicionar
os custos previstos de manutenção preventiva na planilha de gastos.
2. Deve-se fazer o acompanhamento desse controle, com inspeções (lista
de verificação/checklist) ou com monitoração dos parâmetros
técnicos, de emissão, de exposição e etc.
3. Por fim, deve-se avaliar o resultado, por exemplo, avaliando o
percentual da conformidade ou o parâmetro/valor de referência.

Já a aplicação de controles com medidas administrativas e práticas de


trabalho (como avisos, treinamentos, normas, controles), são medidas
administrativas que requerem dos trabalhadores e empregadores atitudes,
ou seja, que eles façam algo, o que significa que essas ações dependem do
comportamento dos trabalhadores.

Vale a pena chamar a atenção aqui que muitas abordagens


comportamentais não trazem resultados interessantes, pois faltam antes
uma medida de controle coletivo.

68
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Sempre que houver medidas de controle administrativo e práticas de
trabalho, essas devem ser acompanhadas quanto a sua efetividade e
permanência após a implantação.

No caso de medidas administrativas, o Ergonomista pode trabalhar com 2


tipos de procedimentos:
● Procedimentos gerais
○ Ex.: Regra geral para transporte de carga;
○ Deve-se ter atenção para que os procedimentos prescritos
possam ser reproduzidos na prática.
● Procedimentos específicos
○ Ex.: Regra para transporte de carga no Setor de Expedição ou
regra para o transporte de vidro;
○ Normalmente deve-se associar esse tipo a um Procedimento
Operacional Padrão (POP), como um complemento de um

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processo geral.

O acompanhamento desse tipo de medida deve ser feito com inspeções, em


que os comportamentos são observados, de forma o mais contínua possível.
A avaliação do resultado pode ser pela porcentagem que as ações ocorrem
em conformidade com o padrão previsto.

Realização e avaliação do treinamento e capacitação também são formas


de controle administrativo, pois esperamos que pessoas com conhecimento
passem a adotar comportamentos mais adequados.
● Acompanhamento da formação
○ Formação necessárias por atividade/cargo
○ Cursos realizados
○ Trabalhadores capacitados Nível
● Avaliação do resultado da formação
○ 1º nível: avaliação da reação (usar uma escala Likert para avaliar
a satisfação dos participantes)
○ 2º nível: avaliação do conhecimento (provas teóricas e práticas)
○ 3º nível: impacto positivo nos indicadores de SST

69
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
6.2. O treinamento deve conter noções sobre prevenção e
os fatores de risco para a saúde, decorrentes da
modalidade de trabalho de operador de checkout, levando
em consideração os aspectos relacionados a (...)

1.7 Capacitação e treinamento em


Segurança e Saúde no Trabalho
1.7.1 O empregador deve promover
capacitação e treinamento dos
trabalhadores, em conformidade com o
disposto nas NR.
(...)

A nova NR 01 traz ainda a possibilidade de realizar os treinamentos a


distância e semipresencial, sendo observadas as exigências tecnológicas,
operacionais, administrativas e de estruturação pedagógica do Anexo II da
NR 01.

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O Treinamento Ergonômico é uma das ações mais propostas pelos
Ergonomistas e a própria NR 17 cita o treinamento como uma forma de
prevenção de lesões ou adoecimentos.

17.5.4 Todo trabalhador designado para o


transporte manual regular de cargas
deve receber treinamento quanto aos
métodos de levantamento, carregamento
e deposição de cargas.

Todo trabalhador que transportar carga manualmente deve passar por


treinamento ergonômico! Apesar de sabermos que o treinamento não
resolve em todos os casos e de que alguns colegas indicam treinamento
para tudo, não podemos subestimar a importância de um com treinamento!
Dentro da NR 17, os anexos de operador de checkout e teleatendimento
apresentam tópicos exclusivos sobre o tema:

70
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
ANEXO I - TRABALHO DOS OPERADORES DE
CHECKOUT
6. Informação e formação dos trabalhadores:
6.1. Todos os trabalhadores envolvidos com o trabalho
de operador de checkout devem receber treinamento,
cujo objetivo é aumentar o conhecimento da relação
entre o seu trabalho e a promoção à saúde.

ANEXO II - TRABALHO EM
TELEATENDIMENTO/TELEMARKETING
6. Capacitação dos Trabalhadores
6.1. Todos os trabalhadores de operação e de gestão
devem receber capacitação que proporcione
conhecer as formas de adoecimento relacionadas à
sua atividade, suas causas, efeitos sobre a saúde e
medidas de prevenção.

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6.1.1. A capacitação deve envolver, também,
obrigatoriamente os trabalhadores temporários.
6.1.2. A capacitação deve incluir, no mínimo, aos
seguintes itens:
a) noções sobre os fatores de risco para a saúde em
teleatendimento/telemarketing;
b) medidas de prevenção indicadas para a redução
dos riscos relacionados ao trabalho;
c) informações sobre os sintomas de adoecimento
que possam estar relacionados a atividade de
teleatendimento/telemarketing, principalmente os
que envolvem o sistema osteomuscular, a saúde
mental, as funções vocais, auditivas e acuidade visual
dos trabalhadores;

O ifacilita possui uma ferramenta completa de treinamento, com


possibilidade de cadastrar treinamentos, de associar os funcionários aos

71
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
treinamentos que eles devem passar, com alarmes disparados caso algum
trabalhador não tenha o treinamento, com coleta de assinatura de maneira
fácil, avaliação do treinamento e relatórios sobre o tema.

Só por fim, depois de tudo, caso as ações acima apresentem inviabilidade


técnica (e não financeira, como muitos empresários confundem), pode-se
aplicar o Equipamento de Proteção Individual (EPI).

O Ergonomista deve começar a se atentar (recado para aqueles que não


pensaram nisso ainda) para essa hierarquia de medidas de controle de
risco, começando por medidas coletivas de engenharia, medidas de
caráter administrativo e tendo como última ação uma medida de controle
individual.
Trazendo para a Ergonomia, ficaria assim:

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A organização deve implementar medidas de prevenção, de acordo com a
classificação de risco, respeitando a ordem de prioridade citada acima!
Alguns Ergonomista vão ter que se adaptar em propor melhorias
respeitando a ordem de prioridades… Além disso, a “negociação” das
melhorias com a empresa também poderá ser um pouco mais difícil. Por
exemplo, no caso de um trabalhador agachar para pegar uma caixa várias
vezes no chão, o que antes alguns Ergonomistas orientavam como
“treinamento para agachar corretamente” ou “rodízio”, o bom profissional de
Ergonomia terá que propor (repito, por exemplo):
1. A eliminação do fator de risco, como a colocação de uma esteira
com alimentação automática, eliminando essa ação dentre as que o
trabalhador realiza;

72
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
2. Se a primeira solução não for tecnicamente possível (repito:
tecnicamente; e não financeiramente), ele deverá registrar essa
impossibilidade técnica e terá que tomar medidas de proteção coletiva
para minimizar o risco, como uma mesa pantográfica, que traz até a
altura adequada a caixa;
3. Se esse segundo passo não for tecnicamente possível (repito:
tecnicamente; e não financeiramente), após registrar essa
impossibilidade técnica, o Ergonomista poderá tomar medidas de
organização do trabalho, tais como rodízio entre os trabalhadores que
manipulam a carga, para que diminua o tempo de exposição, por
exemplo. O profissional da Ergonomia pode, ainda, realizar medidas
administrativas, como treinamentos de transporte de carga e avisos
escritos (placas) informando a forma correta de transportar carga.
4. Por fim, o Ergonomista poderia orientar o uso, por exemplo, de um
cinto lombar (não vamos entrar no mérito da eficácia desse recurso e

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se ele é ou não um equipamento de proteção individual, pois não é
esse o mérito do exemplo).

É muito importante que as ações de melhoria para o controle de risco


sejam criadas respeitando essa hierarquia!

2. Implementação e acompanhamento das medidas de


prevenção
A partir do momento que você, Ergonomista, sabe o que fazer, agora você
deve implementá-las e acompanhar a execução desta implementação,
monitorando em seguida se as medidas que havia previsto foram eficazes.

73
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Plano de Ação

Para que a implantação das melhorias seja eficiente, é necessário a


construção de um Plano de Ação (PA), uma metodologia representada por
um documento que sistematiza um planejamento de trabalho necessário
para atingimento de um resultado desejado ou na resolução de problemas.

1.5.5.2. Planos de ação


1.5.5.2.1 A organização deve elaborar plano de
ação, indicando as medidas de prevenção a
serem introduzidas, aprimoradas ou mantidas,
conforme o subitem 1.5.4.4.5.
1.5.5.2.2 Para as medidas de prevenção deve ser
definido cronograma, formas de
acompanhamento e aferição de resultados.

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Um plano de ação usando a metodologia 5W2H atende perfeitamente às
exigências das normas. Fizemos um artigo sobre a metodologia 5W2H para
você entender melhor sobre o tema. Minimamente o plano de ação deve
conter quais os riscos que serão atacados, as medidas de prevenção e
quando elas serão implementadas.

Como já citado vááááárias vezes, o Plano de Ação é um dos dois


documentos mínimos exigidos pelo PGR. É ele quem evidência
documentalmente as ações de gerenciamento de controle dos riscos
ocupacionais, mostrando as ações a serem realizadas pela organização.

74
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Algumas medidas serão introduzidas, ou seja, implantadas. Outras serão
aprimoradas, o que significa que algumas medidas que não estiverem com a
eficácia satisfatória, você terá que revisá-las e melhorá-las. Por fim, outras
medidas devem ser mantidas, pois foi comprovada que a eficácia foi
satisfatória para eliminar ou reduzir a níveis triviais os riscos.

O PA existe dentro da lógica da definição das medidas a serem adotadas


para eliminar ou reduzir os riscos a níveis aceitáveis e também do
acompanhamento da implantação das ações. O grande problema é quando
a empresa não tem uma cultura de melhoria contínua em SST: sabe aquelas
empresas que têm a cultura do “apagar o incêndio”, ou seja, só agem
quando a coisa ficou grave!?

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O Ergonomista não deve se responsabilizar totalmente por uma ou outra
ação, já que esse, normalmente, não tem toda autonomia necessária para
implementação. Como princípio básico para o bom gerenciamento de risco
ocupacional é que as ações preventivas devam ser conduzidas pelos
responsáveis pelos processos de trabalho. As ações têm que ocorrer no
dia-a-dia e um Consultor de Ergonomia normalmente não está presente
todos os dias na empresa e se você for funcionário CELETista em
Ergonomia, você não é onipresente e consegue estar em todos os lugares ao
mesmo tempo!

Então se quem está lá conduzindo os processos de trabalho, não estiver a


frente desse, ele de fato não irá acontecer. Os especialistas em SST, em
especial em Ergonomia, apenas assessoram e orientam o processo de
melhoria, com exceção das questões mais burocráticas, como a geração e
organização de documentos, coisa que o ifacilita pode ajudar.
75
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
O Ergonomista tem o desafio de obter o comprometimento da
administração, dos gerentes de unidades e trabalhadores, assegurando a
efetiva participação de todos, além de dispor de recursos e competências
necessários.

1.5.5.3 Implementação e acompanhamento


das medidas de prevenção
1.5.5.3.1 A implementação das medidas de
prevenção e respectivos ajustes devem ser
registrados.
1.5.5.3.2 O desempenho das medidas de
prevenção deve ser acompanhado de
forma planejada e contemplar:
a) a verificação da execução das ações
planejadas;

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b) as inspeções dos locais e
equipamentos de trabalho; e
c) o monitoramento das condições
ambientais e exposições a agentes
nocivos, quando aplicável.
1.5.5.3.2.1 As medidas de prevenção devem
ser corrigidas quando os dados obtidos
no acompanhamento indicarem ineficácia
em seu desempenho.

Em seguida, a organização deve acompanhar o controle dos riscos


ocupacionais e registrar os avanços, replanejando as novas melhorias
necessárias…

É indispensável que a organização crie uma forma de comprovar as


melhorias realizadas e que meça o desempenho de cada ação realizada.

O ifacilita Ergonomia permite que para cada ação sugerida e implementada,


seja criada uma documentação que comprove a modificação.

76
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
No momento do passo a passo que estamos (terminamos a AEP), as ações
de melhorias apresentadas como resultado do levantamento preliminar
devem ser do tipo:

● Urgentes, do tipo que se não for realizado, pode causar prejuízo


importante à saúde do trabalhador ou morte;
● “Simples” e sem necessidade de aprofundamentos (caso contrário,
carecem de uma Análise Ergonômica), como no caso de adicionar um
assento correto onde os trabalhadores sentam-se em barris de
madeira ou adicionar um suporte de computador + teclado
independente + mouse, em operadores de notebook.

Outro item que temos que frisar é que atividades pontuais e esporádicas
(ex.: limpar o pátio após chuva forte), que não acontecem frequentemente,
não precisam de IRO.

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O Ergonomista deve fazer uma AEP e o PA, documentando de forma bem
sucinta, A NÃO SER que haja alguma atividade crítica de risco.
1.5.5.1.3 A implantação de medidas de prevenção
deverá ser acompanhada de informação aos
trabalhadores quanto aos procedimentos a
serem adotados e limitações das medidas de
prevenção.

Um ponto importante, que o povo da Ergonomia já está craque, é que as


implantações das medidas de prevenção devem ser sempre acompanhadas
de informação aos trabalhadores, desde a sugestão da melhoria, validação
do que será implantado e aprovação das medidas de prevenção adotadas,
após implantação.

Como deve ser feito,, as medidas de prevenção devem ser informadas e


aprovadas (validadas) pelos trabalhadores, de preferência, com
formalização documental da aprovação, no que alguns Ergonomistas
chamam de “Relatório de Melhoria Ergonômica” ou algo do tipo…

77
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
O ifacilita Ergonomista possui a funcionalidade de criar com poucos cliques
tal relatório, de forma que cada ação pode dar origem a um desses
relatórios, os quais podem ser vendidos individualmente para a empresa ou
fazer parte do seu pacote dentro do contrato.

Alguns profissionais estão afirmando que no plano de ação só devem ser


adicionadas medidas de prevenção para perigos e riscos significativos e
isso não é verdade! No Plano de Ação devem ser adicionadas todas as
medidas de prevenção que serão introduzidas, aprimoradas e mantidas! Se
existe um risco “não significativo”, mas o qual está assim por existir uma
medida que está sendo mantida, você deve colocar tal medida no plano de
ação.

Se uma ação já é implementada, como um checklist para transporte manual


de carga, para ser aplicado antes do transporte acontecer, essa deverá

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também fazer parte do seu plano de ação, pois essa deve ser mantida.
1.5.5.2.2 Para as medidas de prevenção deve ser
definido cronograma, formas de
acompanhamento e aferição de resultados.

A ação a ser tomada deve estar alinhada ao perigo ou risco, ao nível do


risco que foi identificado e avaliado nas fases de AEP e AET.

Apesar da norma não especificar qual a metodologia (nem era o esperado),


você pode utilizar o Plano de Ação no modelo 5W2H, uma ferramenta de
gestão de ações, cujo nome vem de 7 perguntinhas que devem ser feitas ao
definir uma ação:

● What (O que?) - O que deve ser feito? Qual é a ação a ser realizada?
● Why - Porque? - Porque deve ser feito?
● Where - Onde? - Onde será feito? Em qual organização ou
estabelecimento ou setor ou ambiente a ação será realizada?

78
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
● Who - Quem? - Quem fará a ação?
● When - Quando? - Quando a ação deverá estar finalizada,
apresentando data de início e fim se preciso.
● How - Como? - Como a ação será feita? Quais as etapas?*
● How much - Quanto custa? - Qual o valor investido nessa ação?

* No caso da ação possuir várias etapas, ela pode ser subdividida em


sub-ações ou sub-etapas, para facilitar o processo.

Nós escrevemos um super artigo sobre o plano de ação do tipo 5W2H, caso
você queira se aprofundar mais no assunto.

O Plano de Ação deve conter, no mínimo:


1. Cronograma
2. Forma de acompanhamento

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3. Forma de aferição de resultados

O cronograma mostra quando irá iniciar e terminar a implantação da ação.


No PA deve-se ter também a forma como será acompanhada a implantação
e a maneira como será feita a mensuração dos resultados.

A partir dessa mudança na NR 01, um dos documentos que o Ergonomista


deve pedir para a empresa no início do trabalho será o PGR e o Plano de
Ação vigentes na organização, pois isso dará a ele uma ideia de como a
empresa leva a sério (ou não) a gestão de SST, o que mostrará como levará a
gestão de ergonomia.

Dicas importantes sobre um Plano de Ação


● Use o IRO e outros relatórios de avaliação (como a AEP e AET) como
fonte para o Plano de Ação.
● Nós sugerimos que você use o modelo de plano de ação que a
organização já utiliza! Caso não tenha, abaixo temos duas sugestões
de modelos.

79
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
● A periodicidade pode ser de pelo menos um plano por ano, pois
normalmente as empresas geram planos orçamentários anuais. Esse
PA pode ou não sofrer divisões para semestrais, quadrimestrais, por
exemplo.
● A elaboração do documento pode ficar responsável pelo líder da área
de SST ou SME na empresa, bem como uma empresa de SESMT ou o
próprio consultor Ergonomista.
● É importante que o documento elaborado, bem como os prazos para
as ações, sejam, consultados e aprovados pelos responsáveis pelo
empregador e outros interessados, ficando no plano o que realmente
será feito ao longo do ano.
● Caso você indique uma melhoria e a empresa não tenha condições de
fazer, anexe a justificativa (e deixe a discussão para depois, entre
empresa e fiscais).
● No final, após aprovação, os responsáveis pelo estabelecimento devem

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assinar o documento;

1.5.5.3.2 O desempenho das medidas de


prevenção deve ser acompanhado de
forma planejada e contemplar:
a) a verificação da execução das ações
planejadas;
b) as inspeções dos locais e
equipamentos de trabalho; e
c) o monitoramento das condições
ambientais e exposições a agentes
nocivos, quando aplicável.

O acompanhamento das medidas de prevenção é feito avaliando o


desempenho das mesmas e isso deve ser feito inicialmente analisando se as
ações planejadas estão sendo feitas no tempo previsto (eficiência) e se ela
atingiu os objetivos propostos (eficácia).

80
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
As inspeções no local de trabalho também devem ser feitas pelo
Ergonomista para auxiliá-lo nesse acompanhamento das medidas de
prevenção, olhando se as ações foram feitas, se o risco foi resolvido, dentre
outras coisas.

Outra forma de acompanhar as medidas de prevenção é realizando o


monitoramento das exposições aos agentes nocivos (ergonômicos, físicos,
químicos, biológicos e de acidente).

Esse acompanhamento deve ser feito continuamente, seguindo o fluxo da


Metodologia do PDCA (planejar, desenvolver, checar e agir), a qual
escrevemos um artigo específico te ensinado como usar essa metodologia.

1.5.5.3.2.1 As medidas de prevenção devem ser


corrigidas quando os dados obtidos no

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acompanhamento indicarem ineficácia em seu
desempenho.
No caso do Ergonomista observar alguma medida de prevenção sugerida
anteriormente que durante o acompanhamento não apresentou a eficácia
imaginada, ela deve ser corrigida, propondo a mudança e sendo aplicada,
para depois ser reavaliada (ciclo PDCA).

Após a sugestão da melhoria e validação da proposta por parte dos


trabalhadores e da organização, o Ergonomista adiciona tal medida no
Plano de Ação e se inicia o processo de implementação, a qual deve ser
acompanhada por esse profissional. Seguindo a metodologia PDCA, o
Ergonomista deve medir o resultado das melhorias e realizar uma
reavaliação dos riscos que tal proposta iria eliminar ou minimizar.
81
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Se ao realizar a reavaliação do risco, citada acima, o Ergonomista encontra
ineficácia como resultado da avaliação de uma melhoria ergonômica, ele
deve “rodar o ciclo PDCA”, realizando novamente a proposição de melhoria e
implantação.

Dentro do Plano de Ação você pode, ainda, adicionar uma coluna de


“Objetivos da SST”, os quais pode colocar:

● Manter 100% de conformidades dos requisitos legais aplicáveis;


● Avaliar de forma satisfatória todos (100%) dos riscos considerados
incertos;
● Identificar perigos e avaliar riscos para todas (100%) as situações de
mudanças;
● Controlar todos (100%) os riscos a níveis aceitáveis ou toleráveis,
considerando os requisitos legais;

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● Analisar todos (100%) os acidentes e doenças relacionadas ao trabalho;
● Manter o PCMSO atualizado, com 95% dos exames médicos em dia;
● Preparar e manter plano de resposta para as possíveis situações de
emergência, de forma que todos (100%) os responsáveis saibam
realizá-lo;
● Manter atualizado o IRO e PA;
● Consultar e comunicar todos os trabalhadores sobre os riscos
existentes, mantendo 100% dos trabalhadores consultados e
informados;
● Comunicar os riscos para todos (100%) contratantes e contratados;
● Manter as competências para o GRO, com 100% dos trabalhadores
capacitados;
Uma dúvida que tem aparecido com frequência é se o Ergonomista tem que
colocar no IRO ou no plano de ação as ações de riscos com baixo nível de
risco na fase de avaliação de risco. Nesse caso, você mantém esse perigo
identificado (na fase de Identificação de Perigo), mantém o nível de risco
baixo (calculado pela probabilidade e severidade baixos, na fase de
Avaliação de Risco) e o adiciona no IRO mostrando que são baixos os

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Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
riscos de causar lesão. No plano de ação você deverá colocar como
“monitorar continuamente aquele risco”, para que ele continue baixo e,
também, com comprovação de que ele é constantemente observado.

Como sempre devemos fazer, as medidas devem ser informadas e aprovadas


(validadas) pelos trabalhadores, de preferência, com formalização
documental da aprovação, no que alguns Ergonomistas chamam de
“Relatório de Melhoria Ergonômica” ou algo do tipo…

O PA deve indicar as medidas a serem introduzidas (que não existiam e que


serão adicionadas), aprimoradas (que podem apresentar deficiências e
deverão ser corrigidas) e mantidas (significa manter o que vem dando certo,
como por exemplo realizar manutenção das medidas, como a manutenção
preventiva de um sistema de transporte de cargas manual ou atualizar as
ações de treinamento constantemente).

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O ifacilita ergonomia possui a funcionalidade Plano de Ação como você
nunca viu! Nossa ferramenta é baseada na metodologia 5h2W e com ele
você é capaz de:
● Lançar as ações a qualquer momento do seu trabalho (por exemplo no
meio do pátio da produção, em que teve uma ideia e precisa lançar
naquele momento - tipo aquela anotação que você faz no canto da
folha…);
● Associar cada ação a um responsável, seja você mesmo, um
funcionário seu, um funcionário da organização ou outro terceirizado;
● No caso de atraso da resolução, o responsável pela ação e o seu
superior podem receber um email automático lembrando que aquela
ação irá vencer em alguns dias;
● Ao ser implementada, a ação pode gerar um relatório de melhoria
(com possibilidade de adicionar fotos) que comprova que a ação foi
resolvida;
● Após implantação, você ou outro responsável pela ação pode gerar o
relatório de melhoria, como, por exemplo, quando o funcionário da

83
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
manutenção troca o sistema de iluminação, já bate a foto, preenche o
relatório de melhoria;
● Cobrar da empresa por cada relatório de melhoria realizada e muito
mais!

Conheça o ifacilita, se torne mais eficiente no trabalho, aumente seu lucro e


tenha mais tempo para as coisas que importam…

17.3.1.1 Devem ser previstos planos de ação


específicos, nos termos dos itens 5.1.1 e 5.1.3 da
NR de Programa de Gerenciamento de Riscos,
para as situações de trabalho nas quais a
organização possa agir diretamente com a
implementação de melhorias ou de soluções
conhecidas, atendido o previsto nesta norma

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regulamentadora.

A NR17 cita o plano de ação, dentro do PGR, com proposições de melhorias


para as situações ou ambiente de trabalho. Ela indica, ainda, que a empresa
deve agir constantemente na implantação dessas melhorias.

Nós disponibilizamos dois modelos de PA para você se embasar, editar e


usar.

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Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Acompanhamento e aferição dos resultados

Sugerimos um passo a passo simples para que o Ergonomista os siga para

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conseguir completar o processo de controle de riscos ocupacionais:

O esquema acima mostra que após o Ergonomista sugerir a melhoria, essa


ser aprovada pela organização e pelos trabalhadores, e ser colocada para
implantação, esse profissional estabelece os padrões e métodos para medir
o desempenho daquela ação. Em seguida, ele mede o processo e analisa se
o resultado está ou não de acordo com os padrões estipulados. Se estiver,
está tudo certo e nada deve ser feito, a não ser criar a

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Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
documentação de comprovação da implantação da melhoria. Se o resultado
não estiver de acordo com o esperado, esse deve iniciar as ações corretivas.
Em outras palavras:

1. Faça um planejamento;
a. Defina um padrão de desempenho;
b. Defina onde você pretende chegar;
c. Defina padrões baseados em requisitos legais e de melhores
práticas, de acordo com a política de SST definida pela empresa;
2. Realize a implementação do padrão;
3. Verifique a conformidade com o padrão;
4. Atue corretivamente;

Outra forma é você usar a abordagem para tratamento de risco sugerida


pela ISO 31.000 ou usar a abordagem da ISO 45.001, de planejamento e

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controle operacional. Não iremos entrar em detalhes aqui sobre essas
metodologias, sendo tratadas em um outros artigos específicos dessas ISOs..
1.5.5.2.2 Para as medidas de prevenção deve ser
definido cronograma, formas de
acompanhamento e aferição de resultados.

Para as medidas preventivas, o Plano de Ação necessita possuir um


cronograma (com prazos), a forma como a ação será acompanhada (se foi
ou não realizada) e como, de fato, você vai medir o resultado. Percebe que o
item 1.5.5.2.2 ficou incompleto ao não pedir o objetivo? Ficou faltando definir
onde quero chegar…

1.5.5.3 Implementação e acompanhamento das


medidas de prevenção
1.5.5.3.1 A implementação das medidas de
prevenção e respectivos ajustes devem ser
registrados.

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Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
A norma fala, ainda, que você deve acompanhar as medidas e realizar
ajustes ao longo do tempo, mediante necessidade, sempre registrando tais
acompanhamentos...
1.5.3.1.1.1 A critério da organização, o PGR pode
ser implementado por unidade operacional,
setor ou atividade.

O PGR pode ser implementado por unidade, por setor, por atividade ou até
por tipo de risco, como um plano só para ruído ou só para transporte de
carga ou para prevenção de problemas músculo-esqueléticos, por exemplo.
No caso de haver mais de um plano, a organização deve ter um plano
mestre, que una os planos de ação!

O Ergonomista pode, ainda, desmembrar e analisar o plano de ação e ações


segundo:

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● Por estrutura, por Unidade, Setor, Cargo e etc.
● Por classe de perigo ou medida de controle, como riscos químicos ou
proteção de máquinas ou proteção auditiva ou até de LER/DORT

Ergonomista, o ifacilita Ergonomia te ajuda nisso pois ele permite que você
estratifique seu plano de ação nesses itens acima e ainda mais: em
máquinas, equipamentos, processos produtivos, produtos/serviços e outros.
1.5.3.1.2 O PGR pode ser atendido por sistemas
de gestão, desde que estes cumpram as
exigências previstas nesta NR e em dispositivos
legais de segurança e saúde no trabalho.

Não queremos ser tendenciosos, mas esse sistema pode ser o ifacilita!
1.5.3.1.3 O PGR deve contemplar ou estar
integrado com planos, programas e outros
documentos previstos na legislação de
segurança e saúde no trabalho.

87
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
O PGR pode estar integrado, por exemplo, ao nosso querido Sistema ou
Programa de Ergonomia.

Como avaliar o desempenho do PGR e do Plano de Ação?

Para avaliar o desempenho do PGR e do Plano de Ação, o Ergonomista pode


usar Indicadores de desempenho!
Indicadores são importantes para nortear o trabalho, mostrando a situação
como está, a repercussão de uma medida de prevenção, a eficácia de um
PGR e outros...

O bom Ergonomista utiliza indicadores Proativos e Reativos. Escrevemos um


conteúdo muito legal sobre indicadores de desempenho!

De forma geral, Indicadores Proativos relatam o esforço da organização em

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fazer a prevenção, podendo ser:
● Porcentagem de conformidade legal;
● Porcentagem de riscos controlados (aceitáveis e toleráveis);
● Índice de Qualidade do Ambiente e Condições de Trabalho
● EAMETA;
● Índice de Satisfação do Trabalho;
● Percentagem de pessoas insatisfeitas - PPD (conforto térmico)
● Porcentagem de pessoas capacitadas;
● Porcentagem de treinamentos em dia;
● Porcentagem de ações planejadas executadas;
Já os Indicadores Reativos
● Índices de frequência e gravidade, conhecidos na SST;
● Absenteísmo;
● Índices ligados ao FAP - Fator Acidentário de Prevenção;
● Índice de Queixas Subclínicas;
● Indicadores de incidentes (“quase acidente”);
● Indicadores de acidentes;
● Indicadores de exames alterados do PCMSO;

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Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
O resultado dessa avaliação pode ser?

● O programa é eficaz!
1. Os riscos estão sob controle em níveis aceitáveis e toleráveis.
● Deve-se manter as medidas de controle existentes e realizar a
verificação constante;

● O programa apresenta deficiências!


2. Os riscos não estão sob controle porque as medidas propostas não
foram implementadas, embora continuem sendo adequadas para as
situações de risco identificadas.
● Deve-se implantar as medidas anteriormente planejadas,
reformulando cronograma e garantindo recursos, com
justificativas adequadas;
3. Os riscos não estão sob controle porque as medidas implementadas

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não foram adequadas ou eficazes, embora os riscos tenham sido bem
identificados e avaliados.
● Buscar desenvolver outras opções de controle e implementá-las,
verificando a eficácia após implementação;
4. Os riscos não estão sob controle porque não foram bem identificados e
avaliados adequadamente (ex.: quando não se identifica bem as causas do
problema)
● Realizar nova avaliação de risco, usando abordagens mais
adequadas;

3. Acompanhamento da saúde dos trabalhadores

Em paralelo às etapas 1 e 2, o Ergonomista deve fazer o acompanhamento


da saúde dos trabalhadores. Esse é um dos elos entre as NR 01, NR 17 e NR 07,
lembrando que a base do PCMSO serão os dados do PGR e é importante que
os números encontrados aqui sejam compatíveis com os do PCMSO.
1.5.5.4 Acompanhamento da saúde ocupacional
dos trabalhadores;

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Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
1.5.5.4.1 A organização deve desenvolver ações
em saúde ocupacional dos trabalhadores
integradas às demais medidas de prevenção
em SST, de acordo com os riscos gerados pelo
trabalho.
1.5.5.4.2 O controle da saúde dos empregados
deve ser um processo preventivo planejado,
sistemático e continuado, de acordo com a
classificação de riscos ocupacionais e nos
termos da NR-07.

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Conforme falamos nessa série, o IRO tem que fornecer informações para o
PCMSO e pro Plano de Ação e o Ergonomista deve participar ativamente
desse processo. O profissional de Ergonomia deve atuar no processo de
prevenção da saúde do trabalhador, desde o planejamento até as ações
realizadas; é o IRO indica que essas ações sejam feitas de maneira contínua.

4. Análise de acidentes e doenças ocupacionais

Toda organização que tem acidentes e adoecimentos do trabalho (alguma


não tem?) deve passar por uma análise do Ergonomista e, em seguida, esse
profissional deve propor uma melhoria contínua desse processo, ou seja,
reavaliar o risco novamente, avaliar a eficácia da medida de controle e assim
por diante.
1.5.5.5. Análise de acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho.
1.5.5.5.1 A organização deve analisar os
acidentes e as doenças relacionadas ao
trabalho.

90
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
1.5.5.5.2 As análises de acidentes e
doenças relacionadas ao trabalho devem
ser documentadas e:
a) considerar as situações geradoras dos
eventos, levando em conta as atividades
efetivamente desenvolvidas, ambiente de
trabalho, materiais e organização da
produção e do trabalho;
b) identificar os fatores relacionados com
o evento; e
c) fornecer evidências para subsidiar e
revisar as medidas de prevenção
existentes.

No caso da organização possuir acidentes ou adoecimentos (qual empresa

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não tem?), esses devem ser analisados e esse processo deve ser
documentado! Essa documentação não deve ser anexada ao PGR e sim
referenciada, para favorecer a rastreabilidade!

Nós temos uma série de artigos que fala sobre a investigação de acidentes,
inclusive com alguns presentes: modelos de análise de acidentes. Vale muito
a pena ler!

Essa análise deve ser feita considerando as situações geradoras dos


eventos (levando em conta as atividades efetivamente desenvolvidas, o
ambiente de trabalho, os materiais e a organização da produção).

91
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
A análise realizada pelo Ergonomista deve responder quais os fatores
relacionados com o evento causaram ou estão associados a ele.

Escrevemos um artigo sobre as normativas que o Ergonomista deve se


atentar e dentro desse artigo, disponibilizamos um acesso a mais de 130
normativas legais, técnicas, científicas que o Ergonomista deve observar e,
dentre elas, um Guia de Análise de Acidentes do Ministério do Trabalho,
divulgado através da Escola Nacional de Inspeção do Trabalho (ENIT).

Toda essa análise de acidentes tem um objetivo principal: fornecer


evidências para subsidiar a avaliação das medidas de prevenção, quanto à
sua eficácia! A partir dessa análise, o Ergonomista deve reconhecer as
deficiências existentes nas medidas de controle de risco, possibilitando
alterações e melhorias da gestão ergonômica e de SST.

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O ifacilita ergonomia possui uma ferramenta de análise de acidentes e
adoecimentos bem completa, com possibilidade de participação de todos
os envolvidos nessa análise e geração quase que automática do relatório de
acidentes. Você pode vender para seu cliente essa análise separadamente
ou incluir no seu pacote de serviços.

Chegamos ao final do nosso quarto (de seis) artigos sobre a NR17 dentro do
PGR e GRO. Agora, no quinto e sexto, nós iremos falar da Análise Ergonômica
do Trabalho (AET) dentro desse processo do gerenciamento de risco.

92
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
AVALIAÇÃO DOS RISCOS
ERGONÔMICOS -
ANÁLISE ERGONÔMICA
V
DO TRABALHO - AET
No quinto capítulo traremos informações sobre a Análise Ergonômica do
Trabalho (AET) e da Ergonomia dentro do PGR/GRO.

Como todos os outros, escrevemos com muito carinho nosso quinto capítulo
da série sobre NR 17 dentro Programa de Gerenciamento de Risco (PGR), o qual
falará sobre a Análise Ergonômica do Trabalho (AET).

A ordem dos temas é proposital, pois após a Avaliação Ergonômica Preliminar


(AEP) o Ergonomista deve partir para a AET em algumas situações.

Lendo esse capítulo até o final você aprenderá como usar a AET na etapa de
Avaliação do Risco Ocupacional, quais situações devem ou não levar a uma AET,

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quais itens devem ser adicionados nela para atender o Gerenciamento de Risco
Ocupacional (GRO). No final, vamos fornecer um modelo bem legal de AET para que
você possa usá-lo ou adaptá-lo da forma que quiser. Reafirmamos que nossa
intenção não é que nosso modelo seja o melhor, mas sim facilitar sua vida para que
você não parta do zero ao criar o seu…

O TRABALHO
DO
ERGONOMISTA
MUDOU COM A
ALTERAÇÃO
DAS NR´s 01 E 17.
A ANÁLISE
ERGONÔMICA DO TRABALHO TAMBÉM
MUDOU E VOCÊ, ERGONOMISTA, DEVE
ADAPTAR SEU TRABALHO A ESSA NOVA
REALIDADE.

93
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
PRESENTES DO CAPÍTULO

01 Planilha de Avaliação de Risco Ergonômico IRO


Planilha de Avaliação de Risco Ocupacional, para compor o
Inventário de Risco Ocupacional.

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94
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Vale aqui refazer a ressalva do primeiro capítulo, no qual falamos que
usamos para esse livro a nova NR 17 que foi divulgada recentemente.

Apesar de estarmos nos dois últimos capítulos do nosso livro, nos quais
ambos falarão da AET dentro do PGR/GRO, a etapa de Avaliação dos Riscos
é uma etapa intermediária do processo de Gerenciamento de Risco
Ocupacional indicado pela NR 01, que utiliza as informações da etapa
anterior (Identificação dos perigos) para criar a etapa posterior (de controle
dos riscos).

Para relembrar, após a realização de um levantamento preliminar dos


perigos, pela AEP, da criação das recomendações de melhorias ergonômicas
mais “rápidas”, o Ergonomista chega numa etapa em que o risco é avaliado
mais profundamente e isso é feito com a ajuda da AET.

Tanto a AEP quanto a AET fornecem informações para compor o Inventário


de Risco Ocupacional e o Plano de Ações.

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O objetivo principal da avaliação de risco é levantar qual nível de cada risco
identificado (anteriormente como perigo) e você deverá adicionar essa
etapa dentro do seu modelo de AET. Fique tranquilo que mais a frente nós
vamos te mostrar como...

Citando a Norma Regulamentadora (NR) 01:

1.5.4.4 Avaliação de riscos ocupacionais


1.5.4.4.1 A organização deve avaliar os riscos
ocupacionais relativos aos perigos identificados em
seu(s) estabelecimento(s), de forma a manter
informações para adoção de medidas de prevenção.

No caso da Ergonomia, a organização deve realizar o controle de risco


ocupacional e isso é iniciado através da AEP dos perigos e, caso necessário,
da avaliação de risco ocupacional, que no caso da Ergonomia pode ser feita
através da AET.

95
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Desde a publicação da NR 17 antiga (a antiga, de 1978 e suas atualizações) e
do seu Manual de Aplicação em 2002, existe uma discussão sobre a
necessidade ou não de realizar a AET em toda a empresa.

Essa “necessidade” de uma AET de todas as atividades ou todos os postos


ou cargos da empresa é um erro que veio com a antiga NR 17. A maior parte
dos Auditores Fiscais do Trabalho (AFT) sempre entendeu que a AET é uma
metodologia de análise aprofundada e que deve ser utilizada em casos
específicos para analisar demandas importantes, mais complexas. Esses
AFTs sempre afirmaram que não era necessário uma AET de toda empresa.

O próprio Ministério do Trabalho (vamos chamar assim esse órgão) tentou


corrigir esse erro em 2002 através do Manual de Aplicação da NR17,
colocando no item 17.1.2 (entre as páginas 15 e 17) as demandas que
justificariam a realização da AET:

“A análise começa por uma demanda que pode ter


diversas origens.” (...) “A demanda deve ser estudada
para direcionar a análise.”

Além da AET não ser (nunca foi) necessária para todas atividades, postos e
cargos de trabalho, o novo texto da NR 01 traz que agora a realização da
AET não é obrigatória para todas as empresas, apesar da NR17 nova citar:

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17.2 Campo de Aplicação
17.2.1 Esta norma aplica-se a todos os ambientes e
situações de trabalho.

Ela cita ainda:

17.3.6 As organizações caracterizadas como


Microempresas ou Empresas de Pequeno porte estão
dispensadas de elaborar a AET.

Claro que isso não faz sentido em vários âmbitos e que não concordamos
com isso! Um funcionário pedreiro tem risco ao trabalhar para uma grande
construtora, mas o pedreiro que trabalha para uma microempresa não?

Mas feita a ressalva, a norma diz que organizações classificadas como MEI,
ME e EPP não são obrigadas a realizar a AET, se tiverem os graus de riscos 1
ou 2 (segundo o Decreto 6042). Evidentemente que essas empresas não são
proibidas de fazer e podem contratar o Ergonomista para realizar a AET, se
assim desejarem.

Atenção Ergonomistas: vale lembrar ainda que a AEP feita por essas
organizações, pode ter indicado a necessidade da realização da AET dentre
suas recomendações, o que, de certa forma, “obriga” a empresa a realizar
AET, como veremos abaixo. Os outros tipos de empresas estão obrigadas a
fazer a AET, desde que essa seja indicada pela AEP, nas situações que
iremos abordar abaixo.

96
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Vamos fazer uma autocrítica: a NR17 vigente obriga que toda organização
tivesse sua AET e, de fato, o que isso mudou no cenário geral?

Qual é nossa realidade atualmente:


● Pequena parte das empresas brasileiras com algum “traço” de
ergonomia (nem estamos falando de um programa ergonômico
eficiente);
● A maior parte dessas empresas que investiram em Ergonomia,
possuem “laudos” ruins, incompletos e que não mudaram nada a
realidade das condições de trabalho da empresa;
● A maior parte da “Ergonomia” que as organizações têm é representada
por laudos que não fazem jus aos requisitos mínimos de uma AET e a
maior parte são engavetados!
● Podemos contar nas mãos as organizações com bons ou ótimos
trabalhos de Ergonomia;
● Os bons Ergonomistas nem sempre são valorizados dentro do seu
trabalho.

A nova redação da NR 01 e NR 17 reforça de que a AET deve ser utilizada para


investigar e resolver uma determinada demanda, mais complexa.

Devo fazer a AET por atividade, por posto, por cargo, por setor?

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Uma discussão que encontramos frequentemente é se a AET deve ser feita
por posto, por atividade, por cargo, por setor e outras opções (como
processos, máquinas, ferramentas e etc).

Não existe nada em nenhuma norma e o que apresentaremos a seguir sobre


o tema será embasado no que entende nossa equipe de ergonomistas
estudiosos:

O Manual de aplicação da NR17 vigente fala em “situações de trabalho” (pág.


8 e 19), “tarefa” e “atividade” (pág. 16). Citando o manual:

“A análise ergonômica do trabalho é um processo


construtivo e participativo para a resolução de um
problema complexo que exige o conhecimento das
tarefas, da atividade desenvolvida para realizá-las e
das dificuldades enfrentadas para se atingirem o
desempenho e a produtividade exigidos.”

“Definição das situações de trabalho”.

“A descrição das tarefas prescritas, das tarefas reais e


das atividades desenvolvidas para executá-las”

O texto da nova NR 01 fala:

97
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
“1.5.3.1. A organização deve implementar, por
estabelecimento, o gerenciamento de riscos
ocupacionais em suas atividades.”

Porém, esse conceito de atividade da NR 01 é diferente do que pensamos na


Ergonomia, conceito que vimos no primeiro capítulo desta nossa série.

Aqui podemos considerar essa atividade, como:


● Função (ex.: “produzir pão” ou “coordenar a produção do setor”);
● Tarefa ou trabalho prescrito (ex.: “operar impressora” ou “realizar
manutenção preventiva das máquinas”);
● Processo de trabalho (ex.: “carregar caminhão” ou “separar carga”);

A nova NR 17 fala que as condições de trabalho relacionadas aos ambientes


e situações de trabalho devem ser analisadas e que, caso necessário, sejam
implementadas melhorias ou soluções conhecidas em tais situações e
ambientes para reduzir as demandas psicofisiológicas sobre os
trabalhadores.

O “moribundo” eSocial direcionava as AETs para serem feitas por cargo, já


que a maior parte das empresas já possuíam uma documentação de
segurança e saúde ocupacional (como o Programa de Risco Ambiental PPRA

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e o Programa de Controle da Saúde Ocupacional PCMSO) separados por
cargos.

Na literatura científica, independente da metodologia estudada, existe já


bem definido que a AET deve ser feita com a análise da atividade de
trabalho, mas não entraremos aqui nessa discussão.

Nossa opinião é que a forma de escolha deve ficar a cargo de (1) como o
Ergonomista está acostumado a trabalhar, associado à (2) como melhor se
encaixa ao que a empresa precisa. Agora o Ergonomista deve observar que
a forma de fazer deve “conversar” com o que a organização traz no seu
Inventário de Risco e como ela está acostumada a usar nos seus processos
de gerenciamento de risco.

Fizemos um levantamento com mais de 50 profissionais de Ergonomia e


percebemos que a maior parte realiza sua AET por cargo e atividade. Na
nossa pesquisa encontramos:
1. AET por cargo e atividade
2. AET por cargo e posto de trabalho
3. AET por posto e atividade
4. AET por setor e posto

Caso você possa escolher, baseado na experiência dos nossos


Ergonomistas, para facilitar o processo de gestão por parte das empresas e
respeitando o trabalho que já vem sendo desenvolvido nas organizações,
sugerimos que você separe sua AET por cargo e dentro dele, identifique
quais as tarefas que ele realiza, em quais ambientes (e postos), para depois
analisar as atividades que geram demanda em cada posto.

98
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Para te ajudar a entender nossa sugestão, você perguntaria:
1. Quais são os cargos da organização?
2. Quais são as tarefas / funções que cada cargo realiza?
3. Em qual ambiente (sala / galpão etc) que acontecem cada atividade?
4. Quais atividades geram demandas psicofisiológicas sobre o
trabalhador?
5. Priorize as atividades: quais são as atividades mais frequentes e/ou
que duram mais tempo e/ou que são realizadas por mais funcionários
e/ou que geram mais perdas de produção?
6. Realize a AET em cada uma dessas atividades.

Independente da forma que o profissional e a organização optem, ela deve


permitir que seja possível analisar e adequar os requisitos que permitam a
adaptação das condições de trabalho (organização do trabalho, transporte
de materiais, mobiliário, máquinas, equipamentos, condições ambientais) às
características psicofisiológicas dos trabalhadores.

A maior parte dos softwares que se dizem ser Ergonomia foi criada como um
“puxadinho” de softwares de outras áreas, como de contabilidade ou
engenharia de segurança. Esses têm uma estrutura pré-definida e fixa,
construída sem o olhar da Ergonomia e da variedade de possibilidades que
essa área apresenta.

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O ifacilita Ergonomia permite que você divida sua AET em todas essas
possibilidades! AET por atividade, por posto, por cargo, por setor, por tarefa,
inclusive com possibilidade de variar de um cliente para o outro. Entre em
contato conosco agora e saiba mais sobre essa ferramenta que vai facilitar
seu trabalho e permitir que você fature mais, com menos tempo de trabalho.

Quais as situações em que a AET deve ser realizada?

Talvez a dúvida mais frequente que os Ergonomistas estão tendo com essa
atualização da NR 01 e NR 17 é quando eu devo realizar a AET ou como eu
posso justificar a realização da AET.

Antes de responder essa pergunta, primeiro o Ergonomista deve deixar isso


claro no seu contrato e na sua metodologia de trabalho quais as
justificativas que o levará a realizar ou não uma AET, ou seja, quais os
motivos que farão você “parar” na AEP ou seguir para a AET.

Uma dica boa é você voltar ao infográfico que te demos no primeiro capítulo
da série e observar que no final da AEP você terá que justificar o que te
levou a optar pelo aprofundamento do estudo em um determinado caso e a
não aprofundar em outro… A metodologia presente no documento de AEP,
no seu Inventário de Risco Ocupacional (IRO) e na sua AET devem conter
essa explicação.

99
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Citando a NR 01:

1.5.3.2 A organização deve:


(...)
c) avaliar os riscos ocupacionais indicando o nível de
risco;
d) classificar os riscos ocupacionais para determinar
a necessidade de adoção de medidas de prevenção;

Relembrando, a NR 01 fala que os riscos devem ser avaliados, e o que é isso?


Para o novo texto da “norma mãe”, avaliar o risco significa indicar o nível de
risco ocupacional (que é determinado pela combinação da severidade das
possíveis lesões ou agravos à saúde com a probabilidade ou chance de sua
ocorrência).

Atenção Ergonomista: para cada perigo, você deve identificar a severidade,


a probabilidade e definir o nível de risco, como esquematiza a imagem
abaixo:

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1.5.4.1 O processo de identificação de perigos e
avaliação de riscos ocupacionais deve considerar o
disposto nas Normas Regulamentadoras e demais
exigências legais de segurança e saúde no trabalho.

1.5.3.2.1 A organização deve considerar as condições


de trabalho, nos termos da NR-17.

17.1.1.1 As condições de trabalho incluem aspectos


relacionados ao levantamento, transporte e descarga
de materiais, ao mobiliário, às máquinas e
equipamentos e às condições ambientais do posto de
trabalho e à própria organização do trabalho.

100
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Atenção Ergonomista: se você é do tipo técnico, que trabalha observando as
orientações técnico-científicas e se esquece de observar as exigências legais
da Ergonomia no Brasil, como o que é indicado pelas NRs, mude um pouco
sua forma de trabalhar: seu trabalho também deve ser pautado no que as
NRs indicam, tais como a NR 01 (mãe de todas), NR17 (Ergonomia), NR 36 (para
quem trabalha em frigoríficos e afins), NR12 (máquinas e equipamentos) e
outras NRs que alguns colegas já trabalham e que podem gerar demandas
para você.

A NR 01 cita que o trabalho do Ergonomista, minimamente, deve considerar


as condições de trabalho que são apresentadas pela NR 17, ou seja, o
profissional de Ergonomia deve analisar, pelo menos critérios ligados aos
assuntos de:
● Organização do Trabalho (item 17.4);
● Levantamento, transporte e descarga individual de materiais (item
17.5);
● Mobiliário dos postos de trabalho (item 17.6);
● Máquinas e equipamentos (item 17.7);
● Condições ambientais de trabalho (item 17.8);

Ainda em relação a quando sair da AEP e aprofundar com uma AET, o texto
da proposta da nova NR 17 cita, de forma genérica:

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“17.3.4 Deve ser realizada Análise Ergonômica do
Trabalho - AET da situação de trabalho, quando:
a) o problema demandar uma análise aprofundada;
b) for necessário um estudo para encontrar a melhor
solução a ser adotada ou
c) as modificações implementadas não levaram a um
resultado eficaz”

7 situações para realizar uma AET


Fizemos um estudo aprofundado sobre o tema e desse retiramos 7 situações
que objetivamente podem justificar a realização da AET:

101
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
1. Quando há a necessidade de uma avaliação mais aprofundada da
situação, que pode acontecer:
a. desde o início da AEP, quando o Ergonomista (com base na sua
expertise) já identifica que será preciso uma avaliação mais
aprofundada para lidar com aquela demanda: nesse caso, o
profissional deverá embasar tecnicamente sua escolha,
apontando os itens que seriam dificultadores para compor o
diagnóstico ergonômico que responderia tal demanda; ou
b. quando, após a realização da AEP, o Ergonomista perceber que
não será possível resolver a situação causadora do risco a partir
de uma melhoria “simples” a ser indicada nessa fase de
levantamento preliminar;

2. Quando são identificadas inadequações ou insuficiência das ações


que já foram adotadas, dentro da dinâmica do gerenciamento de risco
(quando “rodar” o ciclo PDCA) e o problema não foi resolvido. Ex.:
quando foi feita a AEP, indicada as melhorias, implantadas e na
reavaliação e verificou que as medidas foram insuficientes, por
exemplo, para evitar o adoecimento e os funcionários continuam se
afastando por aquela doença ou a ação ergonômica indicada não
está sendo usada.
3. Quando for sugerida pelo acompanhamento de saúde dos

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trabalhadores (PCMSO) e do item 1.5.5.1.1, alínea C da NR 01 (citada
abaixo): quando houver relação entre os agravos/adoecimento do
trabalhador e as situações de trabalho. Citando a norma, o médico
coordenador do PCMSO poderá indicar a realização da AET.

1.5.3.3 A organização deve adotar mecanismos para:


a) consultar os trabalhadores quanto à percepção de
riscos ocupacionais, podendo para este fim ser
adotadas as manifestações da Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes - CIPA, quando houver; e
b) comunicar aos trabalhadores sobre os riscos
consolidados no inventário de riscos e as medidas de
prevenção do plano de ação do PGR.
Como falamos anteriormente em outros artigos, nós Ergonomistas somos
craques em integrar nosso trabalho com a participação dos trabalhadores,
em todas as fases dos serviços. Dentre os momentos de participação dos
trabalhadores dentro dos serviços prestados pelos Ergonomistas pode usar
a participação dos trabalhadores para identificar se existe relação entre as
situações e ambientes de trabalho e as lesões ou adoecimentos.

4. Quando for observada causa relacionada às condições de trabalho


na análise de acidentes (citada no item 1.5.5.5.2. - citada abaixo), tendo
como resultado algum processo judicial ou não. A organização deve
realizar a análise de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho,
para encontrar as causas e agir preventivamente e corretivamente,
para que não ocorram novos acidentes. Quando essa análise estiver
relacionada com as condições de trabalho, uma AET deverá ser
realizada.

102
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
“1.5.5.5. Análise de acidentes e doenças relacionadas
ao trabalho
1.5.5.5.1 A organização deve analisar os acidentes e as
doenças relacionadas ao trabalho.
1.5.5.5.2 As análises de acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho devem ser documentadas e:
a) considerar as situações geradoras dos eventos,
levando em conta as atividades efetivamente
desenvolvidas, ambiente de trabalho, materiais e
organização da produção e do trabalho;
b) identificar os fatores relacionados com o evento; e
c) fornecer evidências para subsidiar e revisar as
medidas de prevenção existentes.”

5. Quando for observada causa relacionada às condições de trabalho


na análise da doenças relacionadas ao trabalho (citada no item
1.5.5.5.2. - citada acima), tendo como resultado algum processo judicial
ou não. A organização deve realizar a análise de doenças
relacionadas ao trabalho, para encontrar as causas e agir
preventivamente e corretivamente, para que não ocorram
agravamentos ou novos adoecimentos. Quando essa análise estiver
relacionada com as condições de trabalho, uma AET deverá ser

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realizada.

6. Quando o resultado de uma fiscalização do Auditor Fiscal do


Trabalho (AFT) identificar inconsistências no PGR, pode dar o start no
processo da necessidade de realização da AET.

7. Quando houver situações que geram perda de produtividade, erro do


produto e reclamações dos clientes da organização, de forma
considerável.

Agora que você já sabe objetivamente como definir quando deve ou não ser
feita a AET, fica mais fácil de continuar para a fase de Avaliação de Risco, no
caso da Ergonomia a AET.

De quanto em quanto tempo deve ser feita a avaliação de risco?

Taí uma outra dúvida que sempre está presente nos grupos de discussões
sobre Ergonomia: de quanto em quanto tempo deve ser refeita a AET.

Relembrando o que já falamos, a NR 01 indica que a avaliação dos riscos


ocupacionais seja um processo contínuo: após a Identificação de Perigos,
seja feita a Avaliação dos Riscos e posterior Controle dos Riscos. Em seguida,
retorna-se e faz-se novamente a Identificação de Perigos e assim por diante.

103
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
1.5.4.4.6 A avaliação de riscos deve constituir um
processo contínuo e ser revista a cada dois anos ou
quando da ocorrência das seguintes situações:
a) após implementação das medidas de prevenção,
para avaliação de riscos residuais;
b) após inovações e modificações nas tecnologias,
ambientes, processos, condições, procedimentos e
organização do trabalho que impliquem em novos
riscos ou modifiquem os
riscos existentes;
c) quando identificadas inadequações, insuficiências
ou ineficácias das medidas de prevenção;
d) na ocorrência de acidentes ou doenças
relacionadas ao trabalho;
e) quando houver mudança nos requisitos legais
aplicáveis.

A norma indica que deve acontecer uma avaliação de risco, pelo menos a
cada 2 anos. Nenhum dos nossos Ergonomistas conhece uma empresa que
ficou a mesma por 2 anos, o que (sinceramente) é quase impossível de existir!
Entra como exceção as empresas que possuem certificação de gestão em

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SST, que esse prazo pode ser dilatado para 3 anos.

A norma fala ainda que (A) após a implementação de uma melhoria


ergonômica como medida de controle e prevenção durante o trabalho de
gestão de ergonomia, deve-se fazer novamente a avaliação do risco.

No caso (B) da organização implementar inovações ou modificações,


modificando o processo de trabalho, deve-se também realizar a avaliação
do risco ocupacional, pois novos perigos e riscos podem surgir.

Outro cenário de reavaliação é quando são (C) quando são identificadas


inadequações, insuficiências ou ineficácias das medidas de prevenção,
como quando aplico uma medida de prevenção e essa é insuficiente, ou
seja, o que eu pensei em resolver, eu não consegui. Nesse caso, tenho que
reavaliar para saber se o risco manteve, reduziu ou até aumentou.

(D) Na ocorrência de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho, a


reavaliação dos riscos ocupacional deve ser refeita. Ergonomista, você
conhece alguma empresa que não tem alguma situação dessas? Isso, por si
só, já justificaria refazer a avaliação em todas as empresas do Brasil...

Por fim, no caso de (E) surgir uma nova exigência legal que seja aplicável à
organização, deve ser refeita a avaliação do risco ocupacional ergonômico.

Opinião polêmica: voltando aos 2 anos, podemos afirmar, então, que a cada
2 anos a AET deve ser refeita, concorda?

104
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
O Ergonomista atento pode estar se perguntando: mas onde
entra a AET nisso tudo?
Nesse momento, os perigos já estão identificados, eu fiz a AET e cheguei ao
diagnóstico ergonômico (vamos falar como fazê-la no sexto capítulo) e agora
vamos encontrar o nível de risco, dentro da Avaliação dos Riscos.

Definição do Nível de Risco Ocupacional Ergonômico


A essa altura, também já deve ter ficado claro para você que a NR17 aponta
a AET como estratégia para a etapa de Avaliação do Risco. Para atender
completamente às novas exigências das NRs 01 e 17, o Ergonomista deverá
mudar um pouco seu fluxo de trabalho, adicionando, por exemplo, a
definição do nível de risco de cada perigo identificado na Avaliação
Ergonômica Preliminar (AEP).

Citando a NR 01:

1.5.4.4.2 Para cada risco deve ser indicado o nível de


risco ocupacional, determinado pela combinação da
severidade das possíveis lesões ou agravos à saúde
com a probabilidade ou chance de sua ocorrência.

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O Glossário da NR 01 apresenta o conceito de Risco Ocupacional:

Combinação da PROBABILIDADE de ocorrer lesão ou


agravo à saúde causados por um evento perigoso,
exposição a agente nocivo ou exigência da atividade
de trabalho e da SEVERIDADE dessa lesão ou agravo
à saúde.

São muitos os tipos de estratégias para avaliação dos riscos:


● Avaliações qualitativas
● Avaliações semi-quantitativas
● Avaliações quantitativas (poucas medições)
● Avaliações quantitativas aprofundadas

105
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Como nós já comentamos na série sobre a NR 01, a ISO 31.000 traz mais de 40
técnicas para identificar perigos e riscos e vale a pena lê-la.

De uma forma bem prática, durante e ao final da AET, o Ergonomista deverá


chegar à conclusão de qual o nível do risco ocupacional “ergonômico” as
situações e ambientes de trabalho geram nas atividades, ou nos postos, ou
nos cargos analisados.

A NR 01 cita ainda que para a estipulação da severidade e da probabilidade,


a organização deve selecionar as ferramentas e técnicas de avaliação de
riscos que sejam adequadas ao risco ou circunstância em avaliação. Essas
definições devem estar claras na metodologia do IRO, da AEP e da AET, bem
como no seu contrato.

1.5.4.4.2.1 A organização deve selecionar as


ferramentas e técnicas de avaliação de riscos que
sejam adequadas ao risco ou circunstância em
avaliação.

O Ergonomista pode usar a metodologia da AET para avaliar o risco, desde


que, no final, seja indicar qual o nível do risco (repetindo pela milésima vez),
usando a probabilidade e a severidade.

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Utilizando como norte a metodologia indicada pelo Manual de aplicação da
NR17 vigente, o Ergonomista deve especular o nível de risco durante o
pré-diagnóstico e chegar à conclusão final do nível de risco após fechar o
diagnóstico ergonômico.

Existem dezenas de ferramentas que podem ser usadas pelo Ergonomista


para ajudá-lo a indicar o nível de risco ocupacional ergonômico. A NR01 não
“amarra” a utilização dessa ou daquela ferramenta específica! Cada
organização, cada atividade, cada situação pode se encaixar melhor em
determinada ferramenta e cabe a você, Ergonomista, escolher a que melhor
se adapta à sua realidade e da sua empresa.

Não seja um Ergonomista preguiçoso e utilize sempre uma, para todo caso!
Outra dica: veja qual(s) a empresa já utiliza e procure utilizar a(s) mesma(s)
(desde que seja usada corretamente), para facilitar o trabalho de gestão da
empresa.

A NBR ISO 31.010/2012 (Gestão de Riscos - Técnicas para o Processo de


Avaliação de Riscos) traz mais de 30 metodologias de avaliação de risco que
podem ser usadas pelo Ergonomista. Atenção: nem todas devem ser usadas
para avaliação de risco ocupacional!

Nessa tabela, observe o “Nível de Risco”, para escolher qual ferramenta usar.
Você deve optar por ferramentas ”fortemente aplicável” (FA) ou “aplicável” (A)
na coluna nível de risco.

106
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Observe na imagem acima, com o recorte da Tabela A.1 – Aplicabilidade das
ferramentas utilizadas para o processo de avaliação de riscos da NBR ISO
30010/2012 que a ferramenta Brainstorming não tem sua aplicação indicada
para avaliação do nível de risco.

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Já a ferramenta HAZOP, é “aplicável” para a definição do nível de risco,
porém é mais comumente utilizada em indústrias químicas.

Não existe na norma a indicação de nenhuma metodologia específica!

Existem diversas metodologias de avaliação de risco disponíveis para ajudar


os ergonomistas e as organizações a avaliar os riscos ocupacionais.

A escolha do método vai depender das condições do local de trabalho, do


número de trabalhadores, do tipo de atividades de trabalho e dos
equipamentos, das características específicas do local de trabalho, dos
riscos específicos da organização e da expertise do profissional que
aplicará.

O Ergonomista deve estudar a ferramenta e para usá-la precisa:


● identificar em quais situações são melhores aplicadas;
● entender quais entradas precisa dar para a ferramenta;
● entender quais saídas a ferramenta entrega;
● como chegar no nível de risco;

A mais utilizada é a “Matriz de Causa e Consequência”, uma ferramenta


“fortemente aplicada” para estipulação do nível de risco. Vide artigos da
NR01 sobre essa matriz.

Para definir o Nível de Risco de cada perigo identificado, o profissional de


Ergonomia deve observar dois fatores: (I) a Probabilidade e (II) a Severidade.

107
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
I) Probabilidade

Probabilidade é o grau de chance em que um evento pode acontecer e é


determinado pela frequência dos eventos do mesmo tipo numa série de
tentativas. Trazendo para a Ergonomia, é a probabilidade de ocorrer uma
lesão ou agravo à saúde a partir de um determinado risco. De uma forma
bem simplificada:
● Qual é a chance de um risco de transporte manual de carga causar
alguma lesão na coluna do trabalhador ou agravar um problema já
existente?
● Qual é a chance de um trabalhador adoecer a visão por trabalhar em
uma sala escura?
● Qual a chance de um trabalhador adoecer ao trabalhar em uma
organização em que a pressão por produtividade é alta.

Independente do método escolhido para ajudar na estipulação da


severidade (vamos falar do FMEA, Matriz de Risco e outras mais abaixo), o
Ergonomista deve seguir o que é indicado pela NR 01:

1.5.4.4.4 A gradação da probabilidade de ocorrência


das lesões ou agravos à saúde deve levar em conta:
a) os requisitos estabelecidos em Normas

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Regulamentadoras;
b) as medidas de prevenção implementadas;
c) as exigências da atividade de trabalho; e
d) a comparação do perfil de exposição ocupacional
com valores de referência estabelecidos na NR-09.

Atenção Ergonomista: você deve avaliar a probabilidade de ocorrer um


evento perigoso, da exposição a um agente nocivo ou da exigência da
atividade olhando:
● Para as medidas de prevenção já implementadas;
● Para as exigências das normas regulamentadoras;

Ergonomista, preste atenção para isso que estamos colocando aqui: existe
um critério definido para caracterização da probabilidade e essa NÃO
DEVE ser justificada com “nunca aconteceu acidente ou um adoecimento
aqui” ou “nunca houve reclamação”.

Você pode definir na sua fundamentação do IRO os critérios de


probabilidades que serão sugeridos aqui. A gradação da probabilidade
deve levar em conta 5 fatores:

1. Os requisitos estabelecidos em Normas Regulamentadoras, ou seja,


quais requisitos que as NRs já estabelecem para aquele perigo que
está tratando. Leia atentamente as NRs que você está aplicando no
seu trabalho, com um olhar de atenção para identificar quais as
medidas de prevenção que cada norma indica.

108
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Se a organização aplica todos os requisitos e medidas indicados,
minimamente, na NR17, você deve considerar como baixa a probabilidade de
ocorrer uma lesão ou agravo à saúde. Por outro lado, quanto menos
medidas ela cumprir, maior a probabilidade do trabalhador ter uma lesão ou
agravo.

Por exemplo, caso você esteja avaliando na AET o mobiliário, caso ele não
tenha sido concebido com regulagens de altura, a probabilidade de ocorrer
uma lesão é maior. Citando a norma:

17.6.2 O mobiliário deve ser concebido com regulagens


que permitam ao trabalhador adaptá-lo às suas
características antropométricas e à natureza do
trabalho a ser desenvolvido.

Outro exemplo: a NR 17 traz requisitos para o trabalho em checkout e caso a


organização siga todas as exigências apresentadas no anexo, a
probabilidade de haver um adoecimento do trabalhador é reduzida, por ela
já ter aplicado as indicações necessárias para reduzir o nível de risco.
Mas aí você nos pergunta: mas é errado que eu considere a epidemiologia
de absenteísmo, dos afastamentos, das queixas subclínicas para definir a
probabilidade?

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Não, errado não é! Você pode considerar, pois uma atividade ou ambiente
que gere riscos ao trabalhador, tem potencial de gerar adoecimento. Porém
você concorda que nem sempre isso aparece nas estatísticas? Essa é a
questão: se você valorizar muito a epidemiologia para definir a
probabilidade, certamente vai subestimar um risco...

Pode (sim!) ser feita também pela associação que o Ergonomista faz entre o
históricos de afastamentos (ou relatórios médicos ou dos fisioterapeutas)
com as exigências de trabalho, como fala a Classificação de Schilling, do
livro do Prof. Dr Renê Mendes.

Por exemplo, um caso que o trabalho é co-causador, são os afastamentos


por tendinite do manguito rotador do ombro em trabalhos que exijam
abduções frequentes do ombro.

Ainda existe a classificação para os casos que têm o trabalho como


desencadeador da doença, como em muitas doenças mentais. Uma
dificuldade é no caso desses fatores psicossociais.

Um exemplo é o Questionário Psicossocial de Copenhague (desenvolvido em


2000 por uma equipe de investigação do Instituto Nacional de Saúde
Ocupacional da Dinamarca).

Outra possibilidade é a utilização da ferramenta do ISLAS para riscos


psicossociais relacionados do trabalho.

Pode ser usado para estimar a probabilidade de um risco psicossocial.

109
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Existem questionários autorreferidos, com escalas que variam de 1 a 5, que
pode aplicar em determinado setor (individualmente não tem significado) e
pela média consegue usar nessa avaliação da probabilidade.

Existe ainda o caso da organização que cumpre as medidas indicadas e


ainda sim mantém o afastamento alto ou ainda sim apresenta relação entre
trabalho e adoecimento. Nesse caso, são as medidas de prevenção que não
são boas e uma nova análise deve ser refeita.

Olha que legal: o ifacilita Ergonomia consegue associar os afastamentos,


acidentes, atestados, queixas subclínicas, riscos e outros muitos aos itens
aos reais motivos, seja ele ligado a uma atividade, a uma máquina,
equipamento, mobiliário, ação técnica e muitas outras coisas dentro do
sistema. Imagine o sistema te informando que determinado mobiliário é
fonte de muitas queixas ou que aquela ferramenta está associada aos
afastamentos ou queixas subclínicas no setor. Fantástico né, e é… Saiba
mais!

2. As medidas de prevenção implementadas, ou seja, o Ergonomista deve


analisar quais as medidas de prevenção já implementadas. mas
ATENÇÃO: você deve observar a ordem de prioridade que está na NR
01. Citando a norma:

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1.4 Cabe ao empregador:
(...)
g) implementar medidas de prevenção, ouvidos os
trabalhadores, de acordo com a seguinte ordem de
prioridade:
I. eliminação dos fatores de risco;
II. minimização e controle dos fatores de risco, com a
adoção de medidas de proteção coletiva;
III. minimização e controle dos fatores de risco, com a
adoção de medidas administrativas ou de
organização do trabalho; e
IV. adoção de medidas de proteção individual.

b) a classificação dos riscos ocupacionais assim


determinar, conforme subitem 1.5.4.4.5;
(Relembrando o item 1.5.4.4.5: 1.5.4.4.5 Após a
avaliação, os riscos ocupacionais devem ser
classificados, observado o subitem 1.5.4.4.2, para fins
de identificar a necessidade de adoção de medidas
de prevenção e elaboração do plano de ação.)

As ações de melhoria devem ser planejadas e realizadas conforme a ordem


de prioridade citada acima e segundo a classificação do nível de ação.
Riscos gravíssimos pedem ações em nível crítico e medidas imediatas devem
ser tomadas! Riscos triviais carecem de menor atenção. Mais a frente nesse
artigo falaremos sobre a classificação dos riscos.

110
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Tenha muita atenção Ergonomista, pois isso quer dizer que para graduar a
probabilidade do risco gerar lesão ou agravo à saúde, você deve observar
primeiro presença e efetividade das medidas para (a) eliminar o fator de
risco. Depois observe a presença e efetividade das ações que buscam (b)
minimizar e controlar do fatores de risco, com a adoção de medidas de
proteção coletiva, com uma proteção para todos os trabalhadores expostos.
Em seguida você deve observar a presença de ações que buscam (c)
minimizar e controlar os fatores de risco, com a adoção de medidas
administrativas ou de organização do trabalho, seja por um treinamento ou
por uma redução do tempo de exposição àquele risco. Apenas depois disso
tudo você deve observar a presença da quarta e última medida na
hierarquia, para caso as outras 3 não forem tecnicamente possíveis, que é
(d) a ação de medidas de proteção individual do trabalhador.

Um exemplo claro é o conforto auditivo: imagine que uma empresa deu o


treinamento (item III, medida administrativa) e o protetor auricular (item IV,
EPI). Nesse caso, a probabilidade do trabalhador sofrer uma lesão ou agravo
à saúde é alta, pois não temos a eliminação do ruído na fonte ou a redução
por medidas coletivas. “Chupa essa manga”!

c) houver evidências de associação, por meio do


controle médico da saúde, entre as lesões e os

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agravos à saúde dos trabalhadores com os riscos e
as situações de trabalho identificados.

A partir do momento em que houver uma associação (nexo causal) entre


lesões e agravos à saúde com os riscos ou situações de trabalho, ações de
prevenção devem ser tomadas. Essa informação pode vir do ambulatório, do
PCMSO, do RH, do próprio trabalhador, da CIPA (nesses últimos casos, a
situação terá que ser investigada).

Conforme falamos acima, o ifacilita ergonomia possui uma funcionalidade


que permite a associação de diversos tipos de evento às situações,
ambiente e recursos de trabalho da organização.

3. O terceiro fator está diretamente ligado à Ergonomia, pois é


relacionado às exigências da atividade de trabalho. A probabilidade
por esse fator deve ser graduada com ajuda da AET, principalmente
observando:
○ Atividades (de rotina e não rotineiras), focando no conceito de
“atividade real e prescrita”, bem como nas que mais geram “riscos
ergonômicos” ao trabalhadores;
○ Processos de trabalho (entrada, processamento e saída);
○ Condições de trabalho
■ Organização do trabalho;
■ Levantamento, transporte e descarga de materiais;
■ O mobiliário, máquinas e equipamentos utilizados
(MFEMAs);
■ Condições ambientais de trabalho;

111
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
■ Fatores psicossociais (a nova NR 17 não traz explicitamente
esses fatores - havendo inclusive quem ache que virão em
uma norma separada, mas nós achamos que mesmo que
venha em norma separada, esses fatores devem ser
observados pelo Ergonomista). Cabe você discutir isso com
a empresa que contrata seus serviços. Existe, ainda, um
Projeto de Lei 3588/20 (link
https://www.camara.leg.br/noticias/800923-comissao-aprov
a-norma-para-prevenir-transtornos-mentais-em-trabalhad
ores/) sendo tramitado que fala da inclusão da
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) de um dispositivo
para que o governo edite uma NR com medidas de
prevenção e gestão de riscos no ambiente de trabalho que
podem afetar a saúde mental dos trabalhadores (riscos
psicossociais).

4. Evento perigoso, ou seja, ocorrência ou acontecimento com o


potencial de causar lesões ou agravos à saúde.

5. Perfil de exposição ocupacional aos riscos ambientais, devendo ser


observados os riscos ambientais com o olhar do conforto..

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O Ergonomista deve ficar atento pois para a avaliação dos riscos
provenientes de alguns agentes podem ser usadas metodologias
quantitativas ou qualitativas para avaliação.

Para exemplificar, podemos complicar mais um pouco… Se um trabalhador


está exposto a um alto forno, tendo como perigo físico a “irradiação de
calor” e ergonômico o “desconforto térmico”, como faríamos? Nesse caso,
iremos observar:
● NR 09 - Anexo 3 (Calor) - Nível de Ação (Quadro 1) e Limite de Exposição
Ocupacional (Quadro 2)
● NR17 - item 17.8 (Condições ambientais) - subitem 17.8.4.2 - sub-subitem
17.8.4.2.1 “Para avaliar as condições de conforto térmico devem ser
utilizados os índices Predicted Mean Vote (PMV) e o Predicted
Percentage of Dissatisfied (PPD), com base em normas técnicas
internacionais.”

O FMEA

Nós sugerimos a utilização de algumas ferramentas de quantificação de


risco, como o FMEA (sigla no inglês Failure Mode and Effect Analysis, na
tradução para o português “Análise de Modos de Falha e seus Efeitos”.

Nós escrevemos um artigo sobre o FMEA mostrando todos os detalhes


dessa metodologia. De forma geral, o FMEA, inicialmente usado como um
método semiquantitativo de Análise de Modo e Efeitos da Falha, foi testado
e aprovado como técnica de gestão e controle da qualidade por várias
empresas químicas e montadoras de carro nos anos 2000.

112
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Mais tarde, o Prof Dr Eduardo Ferro estudou e adaptou essa ferramenta
como um recurso ligado à gestão em ergonomia, sugerindo uma gradação
de risco.
O FMEA é uma ferramenta indicada pela NBR ISO 31010/12 como “aplicável”
para avaliação de risco ocupacional, porém deve ser adaptada para a
realidade das NRs 01 e 17. Essa adaptação é feita avaliando a probabilidade
e a severidade conforme a norma prescreve!

Lembramos que o Ergonomista deve justificar esses detalhes em sua


“Introdução” ou “Metodologia” do seu IRO ou AEP ou AET!
O FMEA deve ser usado encontrando um valor de 1, 2 ou 3 para os critérios
de Probabilidade, Severidade e Controle, conforme imagem abaixo:

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Perceba que no para definir a probabilidade, o Ergonomista pode optar em
utilizar ou o critério de histórico ou (um ou outro) o critério de exposição,
para selecionar os índices 1, 2 ou 3. Se ele optar em usar o histórico de
lesões ou agravos, como falamos acima, ele tem as seguintes opções:
1. Índice baixo - Nenhuma ocorrência relacionada ao agente;
2. Índice médio - Existem reclamações e ocorrências em termos de
verbalizações;
3. Índice alto - As queixas são frequentes e específicas ao agente, com
indicadores e registros demonstrativos.

Se o Ergonomista optar em usar o critério de exposição ao risco, ele tem as


seguintes opções:
1. Índice baixo - Pouco tempo, menos de 10% do tempo amostral (jornada
ou ciclo);
2. Índice médio - Tempo razoável, de 11 a 30% do tempo amostral (jornada
ou ciclo);
3. Índice alto - Muito tempo,mais que 30% do tempo amostral (jornada ou
ciclo).
Em seguida, o Ergonomista deve classificar quanto à severidade, a qual
veremos no tópico a seguir.

113
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
II) Severidade

Severidade é ao grau de prejuízo que as possíveis lesões ou agravos à saúde


podem causar, caso elas acometam o trabalhador. O Ergonomista deve
analisar o que de lesão ou agravo à saúde aquele risco pode causar no
trabalhador...

Independente do método escolhido para ajudar na estipulação da


severidade (FMEA, Matriz de Risco etc - vamos falar delas abaixo), o
Ergonomista deve seguir o que é indicado pela NR 01:

1.5.4.4.3 A gradação da severidade das lesões ou


agravos à saúde deve levar em conta a magnitude da
consequência e o número de trabalhadores
possivelmente afetados.

Se entende como magnitude da consequência o tamanho da consequência


que aquela lesão ou agravo pode causar no trabalhador exposto. Para
ajudar na identificação da magnitude da consequência, o Ergonomista deve
observar que um perigo/risco:
● que atinge uma parte do corpo tem magnitude menor do que o que
atinge ele todo;

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● que está presente numa exposição prolongada tem maior magnitude
do que o que tem exposição curta ou pontual;
● o qual o trabalhador recebeu treinamento de como lidar com ele, tem
magnitude menor do que o que não houve treinamento;

A partir desses critérios, o Ergonomista vai identificar:


● QUAL O EFEITO NOCIVO DESSE RISCO SOBRE O TRABALHADOR?
● QUAL O PIOR DANO RELACIONADO À EXPOSIÇÃO?

Além disso, para graduar a severidade, o Ergonomista deve, ainda, observar


o número de trabalhadores possivelmente afetados, ou seja, observar o
grupo de trabalhadores que compartilham do mesmo padrão de exposição
pela similaridade dos determinantes envolvidos: mesmas atividades, mesmo
ambiente, mesmo setor, mesmos produtos, mesma matéria prima e/ou
mesmos MFEMAs (uma sigla do sistema ifacilita que utilizamos para
identificar “máquinas, ferramentas, equipamentos, mobiliários e acessórios”).

Não vamos entrar aqui nesses conceitos, mas pode ser um grupo
homogêneo de exposição (GHR ou GES) ou de risco (GHR).

Claro que se um risco afeta um trabalhador, terá menos severidade caso


esse mesmo risco afete 50 trabalhadores.

Olha que incrível, através da ferramenta de identificação dos envolvidos nos


eventos, o ifacilita Ergonomia (link www.ifacilita.com.br) consegue identificar o
grupo de trabalhadores expostos a um risco, por exemplo:
● quais trabalhadores atuam naquele posto;

114
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
● quais trabalhadores realizam aquela atividade;
● quais trabalhadores atuam naquele ambiente;
● quais trabalhadores manipulam aquela ferramenta;
● quais trabalhadores usam aquele mobiliário, dentre outros exemplos;

Deve-se analisar a severidade também considerando as consequências dos


“acidentes ampliados”. A título de conceituação, a Convenção 174 da OIT:

“Todo evento inesperado, como uma emissão, um


incêndio ou uma explosão de grande magnitude,
envolvendo uma ou mais substâncias perigosas e que
exponha aos trabalhadores, a população ou ao meio
ambiente a perigos e consequências imediatas ou de
médio e longo prazo”.

Em resumo, o acidente ampliado é aquele que envolve não só a empresa,


mas também a população ou o meio ambiente. Nesse caso, obviamente a
severidade seria muito maior no caso de acidentes ampliados!

Mas como classificar a severidade?

Existem várias tabelas de severidades, como as seguir.

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Uma tabela com 4 níveis de severidade, apresentada com exemplo na Aula
do Auditor-Fiscal do Trabalho Rodrigo Vieira Vaz sobre o Gerenciamento de
Riscos Ocupacionais (GRO) e o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR),
na ENIT Escola Nacional da Inspeção do Trabalho:

Dentro do FMEA, após a classificação da probabilidade, definiremos a


severidade escolhendo entre os critérios de sobrecarga humana ou de
sobrecarga sobre a organização do trabalho.

115
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
No caso do critério de sobrecarga humana, temos as seguintes opções:
1. Índice baixo - Não geram sobrecargas humanas;
2. Índice médio - Geram situações de desconforto e fadiga;
3. Índice alto - Riscos que podem prejudicar a saúde, levando a lesões e
afastamentos.

Já no caso do Ergonomista optar pelo critério de sobrecarga na produção


da organização do trabalho, temos as seguintes opções:
1. Índice baixo - Pouca ou nenhuma interferência no processo;
2. Índice médio - O agente isolado pode interferir em paradas
momentâneas e pequenas perdas na produtividade;
3. Índice alto - Implicando em atrasos significativos de produção e
redução do trabalho planejado. Itens que não atendem à legislação
vigente.

Após analisar a probabilidade (escolhendo um dos critérios de histórico ou


exposição) e severidade (escolhendo um dos critérios de sobrecarga
humana ou de organização do trabalho), o Ergonomista deve classificar 1, 2
ou 3 para o item Controle, podendo ser seguintes opções:
1. Índice baixo - Existem bons planos de controle para lidar com o risco;
2. Índice médio - Existe um plano para lidar com o risco, mas há ausência
de procedimentos formais e há dúvidas sobre sua eficácia;

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3. Índice alto - Não existe um plano e conscientização para lidar com o
risco. As práticas operacionais indicam aparente descontrole de
exposição.

Nível de Risco

Por fim, o Ergonomista deve encontrar (com base na probabilidade e na


severidade), qual é o Nível de Risco para CADA perigo. Esse último passo de
classificação do risco será usado para que o Ergonomista possa, em
seguida, saber a ordem do que será atacado pelas melhorias.

A pergunta é: qual a prioridade de medidas que devem ser tomadas? Essa


resposta é feita pela classificação desses riscos em mais grave e menos
graves.

Dentro do FMEA, após o profissional de Ergonomia classificar 1, 2 ou 3 para


as opções de probabilidade, severidade e controle, ele deve multiplicar os
valores e encontrar o resultado entre 1 e 27, e dependendo do nível de risco,
ele caracteriza o risco, podendo ser:
● Risco intolerável, muito alto ou crítico (27 pontos): risco que você tem
que eliminar ou reduzir, a ponto de interromper a atividade enquanto
isso não é feito. Situações consideradas como potencialmente
causadoras de lesões, doenças e acidentes graves que podem gerar
afastamentos ou incapacidades funcionais. Não é dada atenção por
parte da empresa a estes riscos, considerando a negligência dos
mesmos;
● Risco substancial (12 a 18 pontos): risco alto. Situações consideradas
como causadora de lesões;

116
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
● Risco moderado (4 a 9 pontos): situações consideradas causadoras de
fadiga se desenvolvida por longo período e / ou sem meios de
controle;
● Risco tolerável (2 a 3 pontos): improvável risco à saúde do trabalhador,
relacionam-se mais a dificuldades esporádicas. É também considerada
uma ação técnica dentro da normalidade risco que deve ser eliminado
ou reduzido, mas pode ser que não haja medidas técnicas factíveis
para reduzir o risco. Numa discussão ética e filosófica: ou envolve um
custo muito elevado e a sociedade definiu como tolerável;
● Risco trivial (1 ponto): risco aceitável, que basta manter o nível de risco,
em que basta manter as ações que são feitas ou nenhuma ação é
necessária. A título de conceituação, esses também são chamados de
riscos triviais, são similares aos que uma pessoa vivencia no seu
cotidiano e que com precauções gerais (não específicas) ela consegue
controlar adequadamente as repercussões. Ação técnica normal ou
sem risco significativo.

A ferramenta que vai dar o nível de ação, chamada de Escala de


Aceitabilidade de Risco, varia de autor para autor, a qual apresenta
gradações de risco.

Você, Ergonomista, deve ficar atento a qual critério sua empresa cliente vai

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apresentar como critério de aceitabilidade. De forma geral temos:

Perceba as combinações, de algo que é provável e extremamente prejudicial


é intolerável. Porém, algo que é altamente improvável e levemente prejudicial
e gera risco trivial.

Finalizando a aplicação do FMEA, depois disso, ela classifica os riscos e


define o que deve ser feito em cada nível de risco:

117
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Dentro do FMEA, temos a tabela completa:

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SOBANE
Nós temos, ainda, a possibilidade de utilizar ferramentas para avaliação
qualitativa de riscos. São ferramentas que possibilitam a tomada de decisão
quanto à exposição e controle, sem a necessidade de avaliação quantitativa.
Além disso, essas foram criadas considerando uma escassez de recursos
humanos e financeiros, ou seja, não necessitam de grande número de
aplicadores e de gastos. Por fim, elas também têm o ponto positivo de
favorecer a concentração de esforços na prevenção da exposição aos
fatores de risco.

118
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Aqui apresentaremos uma delas, também sugeridas pela Fundacentro,
chamada SOBANE, uma ferramenta belga, que tem o nome advindo de um
acrônimo (Screening OBservation ANalysis Expertise - Experiência em
análise de observação de triagem, que sugere um levantamento
participativo de risco e que trabalha a avaliação do risco em 4 níveis de
aprofundamento:
● Diagnóstico preliminar, onde os fatores de risco são detectados
(reconhecimento) e as soluções e dentes são colocadas em prática.
Seria o equivalente à “Levantamento Preliminar de Perigos” na NR01 ou
“Avaliação Ergonômica Preliminar” na NR17, como um diagnóstico
participativo e que utiliza ferramentas bem simples.
● Observação, onde os problemas restantes (que não puderem ser
resolvidos) são aprofundados, para cada fator de risco
separadamente (uma abordagem para cada nível de risco), e as
causas soluções são discutidas de maneira detalhada.
● Análise, onde, quando necessário, se recorrer a um prevencionista
para realizar as medições (quantificações) indispensáveis e
desenvolver soluções específicas, como seria as medições ambientais
ou à AET.
● Perícia, em casos raros onde um especialista se torna indispensável
para estudar e resolver um problema específico. Esse último é muito
raro, quando alguém muito especializado deve ser contratado para

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resolver um problema.

Na NR01 nós iremos trabalhar similarmente ao modelo de SOBANE, juntando


os níveis 3 e 4 dessa ferramenta a um só nível nas NRs 01 e 17. Porém temos
que tomar cuidado pois alguns itens que caracterizam as condições de
trabalho não estão presentes no método SOBANE.

Uma das coisas interessantes é que ela estima a exposição em função da


frequência e duração do tempo.

119
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
O SOBANE também tem critérios para gradação do dano:

Você, Ergonomista, pode usar esses 7 critérios acima (apesar de termos

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indicado o FMEA kkkkkk), mas nada impede que você adaptá-los em menos
critérios.

O SOBANE traz ainda uma gradação da probabilidade, numa escala de 1 a


5:

Os critérios de interpretação de risco do SOBANE são parecidos aos da BS


8.800:

120
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
A ferramenta usa uma fórmula para estimar o risco:

Risco = Gravidade . Exposição . Probabilidade

Essa ferramenta mostra ainda que à medida que você vai aprofundando nos

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níveis, pode ser preciso mais de uma forma de avaliar um risco, ou seja, ela
não é a ferramenta “dona da verdade” e indica outros métodos para
complementar.

Além disso, como falamos no primeiro artigo, a ferramenta SOBANE ela


apresenta um checklist que pode ser usado na avaliação preliminar AEP:

Índice de Risco

Pode-se usar ainda o Índice de Risco, que é uma forma de se encontrar um


valor, um índice que representa o risco.

Para tal, você usa os valores dos critérios de probabilidade (de acordo com
os perigos, você utiliza uma tabela específica) e a partir daí multiplico pela
tabela de severidade e acha o nível de risco.

121
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Ergonomista, após realizar a avaliação do risco ocupacional e a
identificação do nível de risco, você tem condições de preencher uma das
tabelas mais importantes do IRO: a tabela com o resultado da Avaliação de
Risco Ocupacional (a qual chamamos de Anexo 5 no nosso modelo de IRO).

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Essa é uma ficha de reconhecimento e avaliação de riscos e nós fizemos
uma tabela que você pode baixar clicando na imagem abaixo:

Após o preenchimento da tabela com o resultado da Avaliação de Risco


Ocupacional, o Ergonomista deve propor soluções de melhorias que
resolvam tais problemas.

Nesse momento, siga a mesma lógica que apresentamos no capítulo


anterior, sobre Controle de Risco.

122
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
A organização deve controlar seus riscos ocupacionais, com base nos
perigos e riscos encontrados e no nível de risco classificado. Essas medidas
de prevenção devem ser tomadas para (nesta ordem!) eliminar, reduzir e
controlar os riscos ocupacionais.

Devem ser implementadas medidas de prevenção, sempre com a


participação dos trabalhadores, de acordo com uma ordem já definida de
prioridade:
I. Eliminação dos fatores de risco;
II. Minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de
proteção coletiva;
III. Minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas
administrativas ou de organização do trabalho; e (por fim, no final, depois de
tudo isso…)
IV. adoção de medidas de proteção individual.

Pronto, chegamos ao final do processo de avaliação. Após a classificação do


risco, o Ergonomista pode:
● Não fazer nada, pois a situação está ok.
● Considerar as opções de tratamento de risco, para eliminá-lo ou
reduzi-lo, claro, seguindo a hierarquia de controle, que já citamos
anteriormente, mas não custa lembrar;

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○ Medidas de proteção coletivas;
○ Medidas administrativas ou de organização do trabalho;
○ Medidas de proteção individuais.
● Manter os controles existentes, para que as situações riscos não
aumentem;
● Não tomar uma decisão naquele momento e realizar análises mais
aprofundadas para compreender melhor o risco.

Numa forma esquemática, temos:

Na imagem abaixo, o profissional de ergonomia inicia identificando o perigo,


avalia o risco e o define como aceitável. Se for o caso de manter o controle
para continuar aceitável, assim deve ser feito. Se nada mudar, o Ergonomista
deve reavaliar o risco a cada 2 anos e fecha o ciclo PDCA.

123
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Já no caso da imagem abaixo, o Ergonomista inicia identificando o perigo,
avalia o risco e define ele como Incerto pois a sua avaliação não foi
suficiente para chegar à conclusão, o que o obriga a adotar uma
abordagem de avaliação mais aprofundada para obter informações
adicionais, para depois reavaliar o risco no passo de “Identificação do
Perigo” e assim por diante.

Por fim, no do esquema abaixo, o Ergonomista inicia identificando o perigo,

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avalia o risco e define ele como Inaceitável, devendo tomar as medidas de
controle e depois refazendo a avaliação, iniciando pela Identificação do
Perigo, para confirmar se foi resolvido.

Abaixo, temos uma imagem que resume todo o processo:

124
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Ufat, chegamos ao final desse super ultra top mega artigo que tentou
esclarecer os principais pontos sobre a AET dentro do processo de PGR e

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dentro do IRO.

Esperamos que você tenha gostado do artigo! Se gostou, POR FAVOR, deixe o
comentário abaixo, faça festa e dê 3 pulinhos!

Esperamos que você tenha percebido com o ifacilita pode te ajudar em todo
esse processo!

No próximo artigo iremos destroçar a NR17, comentando item a item o que


você não pode deixar de analisar. Falaremos também o que deve ser
importado para o Inventário de Risco. Por fim, daremos um super modelo de
AET para você usar ou editá-lo.

125
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
ANÁLISE ERGONÔMICA
DO TRABALHO DENTRO
DA NOVA NR17
VI
O último capítulo do livro sobre NR17 no PGR/GRO destrinchará a nova
NR17 e te mostrará como realizar a AET.

Como todos os outros, escrevemos com muito carinho nosso sexto e


último capítulo do livro sobre NR 17 dentro Programa de Gerenciamento de
Risco (PGR) e nesse falaremos como realizar a Análise Ergonômica do
Trabalho (AET), bem como destrincharemos, item a item, a nova versão da NR
17.

Recapitulando, nós iniciamos fazendo um resumo das novas Normas


Regulamentadoras (NRs) 01 e 17, unindo-as nos comentários. No segundo
capítulo falamos sobre a AEP e te demos alguns modelos. No terceiro
falamos da formalização do PGR com o Inventário de Risco. No quarto

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capítulo falamos do Plano de Ação, do controle e prevenção dos riscos
ergonômicos e te demos um modelo. O quinto e sexto capítulos estamos
falando da AET e do novo texto da NR 17.

Lendo esse último capítulo até o final você aprenderá como realizar
uma AET e entenderá, item a item, o novo texto da NR 17.

A nova versão
da NR 17 trouxe
algumas
mudanças,
dentre elas os
passos para se
realizar a AET.

126
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
PRESENTES DO CAPÍTULO

01 NR 17 comentada
Nova versão da Norma Regulamentadora 17, sobre Ergonomia com
comentários, item a item.

02 Modelo de AET
Modelo de Análise Ergonômica do Trabalho (AET).

03 Modelo de resumo da AET para o IRO (Simples)

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Modelo mais simples de resumo da Análise Ergonômica do Trabalho
para adicionar no Inventário de Risco Ocupacional.

04 Modelo de resumo da AET para IRO (Completo)


Modelo mais completo de resumo da Análise Ergonômica do
Trabalho para adicionar no Inventário de Risco Ocupacional.

127
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
E como fica a AET nessa nova sistemática? Ela será
anexada ao PGR?
Ergonomista, você se lembra quando era contratado para fazer aquelas
AETs enoooormes de toda a empresa, posto por posto ou cargo por cargo?
Esse mundo acabou!

Agora a AET será pontual, para as atividades e situações que acionaram um


dos 7 gatilhos propostos.

Quais os passos para realizar uma AET?


A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é a verificação realizada das
atividades, situações e ambientes de trabalho existentes na empresa para
qualificação das condições laborais, de acordo com NR 17.

Para tal, essa norma indica, minimamente, a análise dos seguintes aspectos:
levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos
equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria
organização do trabalho.

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O Manual de Aplicação da NR17 de 2002 (ainda vigente, pois o novo ainda
não saiu), indica algumas fases obrigatórias para a realização da AET.
Porém a nova redação da NR 17 (07/10/21), reduziu essas fases em 6 fases:
análise da demanda e, quando aplicável, reformulação do problema; análise
do funcionamento da organização, dos processos, das situações de
trabalho e da atividade; descrição e justificativa para definição de métodos,
técnicas e ferramentas adequados para a análise e sua aplicação, não
estando adstrita à utilização de métodos, técnicas e ferramentas
específicos; estabelecimento de diagnóstico; recomendações para as
situações de trabalho analisadas; e restituição dos resultados, validação e
revisão das intervenções efetuadas, quando necessária, com a participação
dos trabalhadores.

Nós iremos unir as duas metodologias, adicionando os passos do Manual


de Aplicação dentro dos passos indicados pela nova NR 17.

Antes de começarmos a AET, propriamente dita, vamos revisar rapidamente


os passos que nos trouxeram até aqui. Inicialmente assinamos o contrato
com a organização, documento esse que continha quais eram os serviços,
os objetivos do serviço e uma descrição da metodologia utilizada. Em
seguida, faz-se uma visita para entender como é a empresa, seus setores e
principais características. Depois realiza-se a AEP, alimentando o Inventário
de Risco com algumas informações e o Plano de Ação com as melhorias
urgentes e “simples”. Ainda na AEP, a partir da presença de um dos 7 gatilhos
que falamos no capítulo anterior, decidimos realizar a AET e aqui estamos...

128
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
a) análise da demanda e, quando aplicável, reformulação do
problema

Correspondente à “Análise da demanda e do contexto” do Manual,, é o


levantamento das demandas da empresa e dos trabalhadores a respeito de
fatores relacionados à saúde, à segurança, à produtividade e às questões
sociais e legais que explicam a necessidade de um estudo ergonômico.

É importante citar os gatilhos que nos trouxeram até aqui, bem como os
principais achados da AEP.

b) análise do funcionamento da organização, dos processos, das


situações de trabalho e da atividade

Nessa segunda fase iremos unir as fases do Manual chamadas de “Análise


Global da Empresa”, “Análise da População de Trabalhadores” e “Definição
das situações de trabalho a serem estudadas”.

Na Análise Global da Empresa são coletadas informações sobre o


funcionamento da organização, seus processos de trabalho, tais como
informações históricas, gerais e específicas da empresa, do seu mercado de

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negócio, sobre seus produtos, organização da produção, setores e cargos e
outras características que auxiliam a nortear as demandas de ergonomia na
realidade da empresa.

Em seguida, procura-se entender melhor sobre a população de


trabalhadores, coletando informações sobre os funcionários que compõe o
quadro da empresa, em relação a suas características sócio-demográfica,
epidemiológicas, pessoais e coletivas.

Com base nessas informações coletadas até aqui, o Ergonomista deve


definir as situações de trabalho a serem estudadas. É comum que em uma
análise ergonômica dezenas de demandas apareçam, mas é indispensável
que o profissional da Ergonomia foque nas situações mais graves ou que
atinjam um número maior de pessoas, a fim de tornar a ação mais eficiente.

c) descrição e justificativa para definição de métodos, técnicas e


ferramentas adequados para a análise e sua aplicação, não
estando adstrita à utilização de métodos, técnicas e ferramentas
específicos

Já com as situações que serão estudadas, o Ergonomista deve escolher e


registrar aqui qual a métodos, ferramentas e técnicas ele irá usar para
avaliar o risco ocupacional proveniente das condições, situações e
ambientes de trabalho. Seria como se você atualizasse sua metodologia e
colocasse aqui, sucintamente. Sugerimos, ainda, que você adicione aqui o
modelo de RIO e Plano de Ação que você e a organização entraram em
consenso para usar.

129
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
A NR 01 cita ainda que para a estipulação da severidade e da probabilidade,
a organização deve selecionar as ferramentas e técnicas de avaliação de
riscos que sejam adequadas ao risco ou circunstância em avaliação. Essas
definições devem estar claras na metodologia do IRO, da AEP e da AET, bem
como no seu contrato.

1.5.4.4.2.1 A organização deve selecionar as


ferramentas e técnicas de avaliação de riscos que
sejam adequadas ao risco ou circunstância em
avaliação.

Existem dezenas de ferramentas que podem ser usadas pelo Ergonomista


para ajudá-lo a indicar o nível de risco ocupacional ergonômico. A NR01 não
“amarra” a utilização dessa ou daquela ferramenta específica! Cada
organização, cada atividade, cada situação pode se encaixar melhor em
determinada ferramenta e cabe a você, Ergonomista, escolher a que melhor
se adapta à sua realidade e da sua empresa.

A NBR ISO 31.010/2012 (Gestão de Riscos - Técnicas para o Processo de


Avaliação de Riscos) traz mais de 30 metodologias de avaliação de risco que
podem ser usadas pelo Ergonomista. Atenção: nem todas devem ser usadas
para avaliação de risco ocupacional!

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O Ergonomista deve estudar a ferramenta e para usá-la precisa:
● identificar em quais situações são melhores aplicadas;
● entender quais entradas precisa dar para a ferramenta;
● entender quais saídas a ferramenta entrega;
● como chegar no nível de risco;

O Ergonomista pode usar a metodologia da AET para avaliar o risco, desde


que, no final, seja indicar qual o nível do risco (repetindo pela milésima vez),
usando a probabilidade e a severidade.

Outra coisa, fundamente aqui seus critérios de probabilidades e


severidade.

Em seguida, você irá aplicar tal metodologia!


Você pode começar a análise da atividade, diferenciando a Tarefa Prescrita
da Tarefa Real: o trabalho prescrito não representa verdadeiramente o que
acontece com o trabalhador em sua atividade e esse tem que se sobrepor
para aproximar o que foi planejado do que realmente acontece. Essa análise
é importante pois mostra quais os constrangimentos que a tarefa impõe
sobre o trabalhador e sobre o processo produtivo. Aqui você pode descrever
a atividade de trabalho usando os seguintes elementos (copiados do
Manual de Aplicação da NR17 versão 2002). Preste muita atenção no pulo do
gato: a idéia é você analisar (I) quais itens abaixo apresentam diferença
entre tarefa prescrita e atividade real; (II) quais desses itens identificados
por você no passo anterior têm relação com as situações de trabalho
escolhidas e podem ser causas ou consequências dessas situações
analisadas; (III) descreva cada item, se esforçando para

130
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
fechar um diagnóstico, ou seja, apresentando explicitamente no texto a
relação causa de cada elemento abaixo e efeito causado sobre o conforto,
saúde e segurança do trabalhador, bem como sobre a eficiência do
processo de trabalho.

Antes de você ler os elementos sugeridos pelo Manual, nós sugerimos que
você leia a nova versão da NR 17 comentada, clicando na imagem abaixo:

Vamos aos elementos sugeridos pelo Manual, com adição de alguns citados
no novo texto da NR 17:

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● Dados referentes ao homem:
○ operador(es) que intervém no posto(s) e seu papel no sistema de
produção;
○ formação e qualificação profissional;
○ número de operadores trabalhando simultaneamente em cada
posto e regras de divisão de tarefas (quem faz o quê?);
○ número de operadores trabalhando sucessivamente em cada
posto e regras de sucessão (horários, turnos, modos de
alternância das equipes);
○ características da população: como descrito anteriormente.
● Dados referentes ao operador:
○ exigências antropométricas: posição dos comandos em relação
às zonas de alcance das mãos e dos pés;
○ posturas ou gestos do operador susceptíveis de impedir a
recepção de um sinal;
○ membros do operador envolvidos pelos diferentes comandos da
máquina;
○ a área de trabalho dentro da zona de alcance ideal
○ ações simultâneas das mãos ou dos pés;
○ grau de encadeamento dos gestos sucessivos;
○ grau de conformidade dos deslocamentos dos comandos em
relação aos estereótipos dos operadores;
○ grau de compatibilidade entre efeito de uma ação sobre um
comando, percebido (ou imaginado) pelo operador e a
codificação utilizada (forma, dimensão, cor) desse comando.
○ posturas extremas ou nocivas do tronco, do pescoço, da cabeça,
dos membros superiores e/ou dos membros inferiores;
○ movimentos bruscos de impacto dos membros superiores;

131
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
○ uso excessivo de força muscular;
○ frequência de movimentos dos membros superiores ou inferiores
que possam comprometer a segurança e a saúde do
trabalhador;
○ exposição a vibrações
○ exigência cognitiva que possa comprometer a segurança e
saúde do trabalhador.
○ implantar meios técnicos facilitadores;
○ adequar o peso e o tamanho da carga (dimensões e formato)
para que não provoquem o aumento do esforço físico que possa
comprometer a segurança e a saúde do trabalhador;
○ limitar a duração, a frequência e o número de movimentos a
serem efetuados pelos trabalhadores;
○ reduzir as distâncias a percorrer com cargas, quando aplicável; e
efetuar a alternância com outras atividades ou pausas
suficientes, entre períodos não superiores a duas horas.
● Dados referentes ao(s) mobiliário(s):
○ mobiliário apresentar regulagens, em um ou mais de seus
elementos
○ o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para
favorecer a alternância das posições
○ para o trabalho manual, o mobiliário deve atender aos seguintes

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requisitos mínimos:
■ características dimensionais que possibilitem
posicionamento e movimentação dos segmentos corporais,
de forma a não comprometer a saúde e não ocasionar
amplitudes articulares excessivas ou posturas nocivas de
trabalho;
■ altura e características da superfície de trabalho
compatíveis com o tipo de atividade, com a distância
requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura
do assento;
■ área de trabalho dentro da zona de alcance manual e de
fácil visualização pelo trabalhador;
■ para o trabalho sentado, espaço suficiente para pernas e
pés na base do plano de trabalho, para permitir que o
trabalhador se aproxime o máximo possível do ponto de
operação e possa posicionar completamente a região
plantar, podendo utilizar apoio para os pés
■ para o trabalho em pé, espaço suficiente para os pés na
base do plano de trabalho, para permitir que o
trabalhador se aproxime o máximo possível do ponto de
operação e possa posicionar completamente a região
plantar.
○ é utilizado apoio para os pés sempre que o trabalhador não
puder manter a planta dos pés completamente apoiada no piso.
○ Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender
aos seguintes requisitos mínimos:
■ altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da
função exercida;
■ sistemas de ajustes e manuseio acessíveis;
132
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
■ características de pouca ou nenhuma conformação na
base do assento;
■ borda frontal arredondada;
■ encosto com forma adaptada ao corpo para proteção da
região lombar.
○ Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados em
pé, devem ser colocados assentos com encosto para descanso
em locais em que possam ser utilizados pelos trabalhadores
durante as pausas.
● Dados referentes à(s) máquina(s), equipamento(s) e ferramenta(s)
○ estrutura geral;
○ dimensões características (croqui, foto, fluxograma de produção);
○ órgãos de comando;
○ órgãos de sinalização;
○ princípios de funcionamento da máquina (mecânico, elétrico,
hidráulico, pneumático, eletrônico etc.);
○ problemas aparentes;
○ aspectos críticos evidentes.
○ regulagens, em um ou mais de seus elementos
○ os componentes, como monitores de vídeo, sinais e comandos,
de forma a possibilitar a interação clara e precisa
○ localização e o posicionamento do painel de controle e dos

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comandos devem facilitar o acesso, o manejo fácil e seguro e a
visibilidade da informação do processo
○ Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de
dados com terminais de vídeo devem permitir ao trabalhador
ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas
○ Nas atividades com uso de computador portátil de forma não
eventual em posto de trabalho, devem ser previstas formas de
adaptação do teclado, do mouse ou da tela
○ Estão dispositivo de sustentação os equipamentos e
ferramentas manuais cujos pesos e utilização na execução das
tarefas forem passíveis de comprometer a segurança ou a saúde
dos trabalhadores
○ ferramentas com facilidade de uso e manuseio; e
○ ferramentas que evitem a compressão da palma da mão ou de
um ou mais dedos em arestas ou quinas vivas.
○ ferramentas manuais para que o tipo, formato e a textura da
empunhadura apropriados à tarefa e ao eventual uso de luvas.
● Dados referentes às ações dos operadores:
○ ações imprevistas ou não programadas;
○ principais gestos realizados pelo(s) operador(es);
○ principais posturas;
○ principais deslocamentos realizados pelo(s) operador(es);
○ principais ligações sensorimotoras;
○ grandes categorias de tratamentos de informações;
○ principais decisões a serem tomadas pelo(s) operador(es);
○ principais regulações ao nível do homem, do posto, do sistema;
○ principais ações do(s) operador(es) sobre a(s) máquina(s), as
entradas e as saídas.

133
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
● Dados referentes ao meio ambiente de trabalho
○ espaços e locais de trabalho em confronto com dados
antropométricos e biomecânicos;
○ ambiente sonoro;
○ ambiente térmico;
○ ambiente luminoso;
○ iluminação, natural ou artificial, geral ou suplementar,
apropriada à natureza da atividade.
○ a iluminação evita ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e
contrastes excessivos.
○ ambiente vibratório (intensidade, amplitude, freqüência);
○ ambiente tóxico (concentração de partículas e gases tóxicos).
○ Os equipamentos devem ter condições de mobilidade suficiente
para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do
ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos
ângulos de visibilidade ao trabalhador
○ locais de trabalho em ambientes internos onde são executadas
atividades que exijam manutenção da solicitação intelectual e
atenção constantes
■ medidas de controle do ruído nos ambientes internos
■ O nível de ruído de fundo para o conforto deve respeitar os
valores de referência para ambientes internos (o nível de

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ruído de fundo aceitável para efeito de conforto acústico
será de até sessenta e cinco decibéis dB(A), nível de
pressão sonora contínuo equivalente ponderado em A e no
circuito de resposta Slow (S).
■ adoção de medidas de controle da temperatura, da
velocidade do ar e da umidade
■ são adotadas medidas de controle da ventilação ambiental
para minimizar a ocorrência de correntes de ar aplicadas
diretamente sobre os trabalhadores
○ Exigências referentes à tarefa:
○ esforços dinâmicos: deslocamentos a pé, transportes de cargas,
utilização de escadas e outros. Devem ser levadas em conta a
freqüência, a duração, a amplitude e a força exigida;
○ esforços estáticos: postura exigida por uma determinada
atividade, estimativas de duração da atividade e frequência.
● Dados referentes à organização do trabalho
○ as normas de produção;
○ o modo operatório, quando aplicável;
○ a exigência de tempo;
○ o ritmo de trabalho;
○ o conteúdo das tarefas e os instrumentos e meios técnicos
disponíveis; e
○ os aspectos cognitivos que possam comprometer a segurança e
a saúde do trabalhador.
○ pausas para propiciar a recuperação psicofisiológica dos
trabalhadores, que devem ser computadas como tempo de
trabalho efetivo;

134
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
○ alternância de atividades com outras tarefas que permitam
variar as posturas, os grupos musculares utilizados ou o ritmo de
trabalho;
○ alteração da forma de execução ou organização da tarefa; e
○ outras medidas técnicas aplicáveis, recomendadas na avaliação
ergonômica preliminar ou na AET.
● Dados referentes às fontes de informação:
○ levantamento dos diferentes sinais úteis ao(s) operador(es);
○ diferentes tipos de canais (visuais, auditivos, táteis, olfativos ou
gustativos);
○ variedade de suportes (cor, grafismo, letras);
○ freqüência e repartição dos sinais;
○ intensidade dos sinais luminosos e sonoros;
○ dimensões dos sinais visuais (relação distância-formato, por
exemplo);
○ discriminação dos sinais de um mesmo tipo (sonoro, por
exemplo);
○ riscos dos efeitos de máscara ou de interferência de sinais;
○ dispersão espacial das fontes;
○ exigências de sinais de advertência e de sistemas de interação;
○ importância das diferenças de intensidade a serem percebidas.
● Dados referentes aos órgãos sensoriais.

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○ Visão:
■ campo visual do operador e localização dos sinais;
■ tempo disponível para acomodação visual;
■ riscos de ofuscamento;
■ acuidade visual exigida pela tomada de informação;
■ sensibilidade às diferenças de luminâncias;
■ rapidez de percepção de sinais visuais;
■ sensibilidade às diferenças de cores;
■ duração da solicitação do sistema visual.
○ Audição:
■ acuidade auditiva exigida para recepção dos sinais
sonoros;
■ riscos de problemas de audição (notadamente em razão de
intensidade sonora muito elevada; solicitando de forma
intensa o aparelho auditivo);
■ sensibilidade às comunicações verbais em ambientes
ruidosos;
■ sensibilidade às diferenças de sons (altura, freqüência,
timbre, tempo de exposição).
● Dados referentes aos dispositivos sinais-comandos:
○ número e variedade de comandos das máquinas;
○ posição, distância relativa dos sinais e dos comandos
associados;
○ grau de precisão da ação do operador sobre o comando das
máquinas;
○ intervalo entre o aparecimento do sinal e o início da ação;
○ rapidez e freqüência das ações realizadas pelo operador;

135
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
○ intervalo entre o aparecimento do sinal e o início da ação;
○ rapidez e freqüência das ações realizadas pelo operador;
○ grau de complexidade nos movimentos de diferentes comandos,
manobrados seqüencialmente ou simultaneamente;
○ grau de realismo dos comandos;
○ disposição relativa dos comandos e cronologia de sua utilização;
○ grau de correspondência entre a forma dos comandos e suas
finalidades;
○ grau de coerência dos diferentes movimentos de comandos com
efeitos similares.

Você percebeu que os itens acima tem todos os citados na NR 17?


● Organização do Trabalho (item 17.4);
● Levantamento, transporte e descarga individual de materiais (item
17.5);
● Mobiliário dos postos de trabalho (item 17.6);
● Máquinas e equipamentos (item 17.7);
● Condições ambientais de trabalho (item 17.8);

A partir dessa análise, você estabelece um pré-diagnóstico, ou seja, assim


que se identifica as situações foco da intervenção ergonômica, deve-se

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imaginar as causas prováveis daqueles constrangimentos com base na
diferença entre tarefa prescrita e atividade real analisada no passo anterior.
Aqui deve ser explicitado às várias partes envolvidas, o que poderá ser
posteriormente validado ou abandonado como hipótese explicativa para o
problema. É importante que esse pré-diagnóstico seja feito, mesmo que
mentalmente, pois a partir dele, no passo seguinte, serão medidos algumas
situações e indicadores para comprovar a situação e para servir de base
para uma análise da progressão da situação, após implantação da ação de
melhoria ergonômica.

Em seguida, com base no pré-diagnóstico feito, o Ergonomista deve analisar


quais os pontos devem ser quantificados ou qualificados na observação
sistemática da atividade. Nesse item avaliamos quantitativamente pontos
importantes para confirmar ou refutar as hipóteses do item acima,
auxiliando a fechar o diagnóstico ergonômico. São realizadas diversas
medições dos pontos importantes que explicam os constrangimentos
ergonômicos. Ergonomista, sugerimos que você especule seu o nível de risco
durante o pré-diagnóstico e chegar à conclusão final do nível de risco após
fechar o diagnóstico ergonômico.

d) estabelecimento de diagnóstico

Agora o Ergonomista deve estabelecer o diagnóstico ou diagnósticos.


Partindo das situações analisadas em detalhe, é possível formular um
diagnóstico local, que permitirá o melhor conhecimento da situação de
trabalho. São criados diagnósticos locais e globais para cada
constrangimento.

136
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Atenção Ergonomista: para cada perigo encontrado na AEP que acionou
alguma das 7 chaves, você deve fechar um diagnóstico, chegando a causa e
à consequência. Por fim, você deve Avaliar o Risco, encontrando a
Probabilidade, a Severidade, e classificando o Nível de Risco.

Em seguida, você deve validar o diagnóstico, ou seja, ele deve ser


apresentado a todos os atores envolvidos que poderão confirmá-lo,
rejeitá-lo ou sugerir maiores detalhes que escaparam à percepção do
analista. A validação é a única garantia da lisura dos procedimentos e da
pertinência dos resultados, pois só aqueles atores detêm a experiência e o
conhecimento da realidade e são os maiores interessados nas modificações
que advirão do diagnóstico.

Avaliação do Risco

Dentro da fase de diagnóstico, o Ergonomista deve Avaliar o Risco


Ergonômico, conforme citamos no capítulo 5. De uma forma bem prática,
durante e ao final da AET, o Ergonomista deverá chegar à conclusão de
qual o nível do risco ocupacional “ergonômico” as situações e ambientes de
trabalho geram nas atividades, ou nos postos, ou nos cargos analisados.

Citando a NR 01:

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1.5.4.4.2 Para cada risco deve ser indicado o nível de
risco ocupacional, determinado pela combinação da
severidade das possíveis lesões ou agravos à saúde
com a probabilidade ou chance de sua ocorrência.

O Glossário da NR 01 apresenta o conceito de Risco Ocupacional:

Combinação da PROBABILIDADE de ocorrer lesão ou


agravo à saúde causados por um evento perigoso,
exposição a agente nocivo ou exigência da atividade
de trabalho e da SEVERIDADE dessa lesão ou agravo
à saúde.

137
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Para definir o Nível de Risco de cada perigo identificado, o profissional de
Ergonomia deve observar dois fatores: (I) a Probabilidade e (II) a Severidade.

Lembrando o capítulo anterior, nós sugerimos a utilização de algumas


ferramentas de quantificação de risco, como o FMEA (sigla no inglês Failure
Mode and Effect Analysis, na tradução para o português “Análise de Modos
de Falha e seus Efeitos”. O FMEA é uma ferramenta indicada pela NBR ISO
31010/12 como “aplicável” para avaliação de risco ocupacional, porém deve
ser adaptada para a realidade das NRs 01 e 17. Essa adaptação é feita
avaliando a probabilidade e a severidade conforme a norma prescreve!

O FMEA deve ser usado encontrando um valor de 1, 2 ou 3 para os critérios


de Probabilidade, Severidade e Controle, conforme imagem abaixo:

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Perceba que no para definir a probabilidade, o Ergonomista pode optar em
utilizar ou o critério de histórico ou (um ou outro) o critério de exposição,
para selecionar os índices 1, 2 ou 3. Se ele optar em usar o histórico de
lesões ou agravos, como falamos acima, ele tem as seguintes opções:

1. Índice baixo - Nenhuma ocorrência relacionada ao agente;


2. Índice médio - Existem reclamações e ocorrências em termos de
verbalizações;
3. Índice alto - As queixas são frequentes e específicas ao agente, com
indicadores e registros demonstrativos.

Se o Ergonomista optar em usar o critério de exposição ao risco, ele tem as


seguintes opções:
1. Índice baixo - Pouco tempo, menos de 10% do tempo amostral (jornada
ou ciclo);
2. Índice médio - Tempo razoável, de 11 a 30% do tempo amostral (jornada
ou ciclo);
3. Índice alto - Muito tempo,mais que 30% do tempo amostral (jornada ou
ciclo).

138
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Dentro do FMEA, após a classificação da probabilidade, definiremos a
severidade escolhendo entre os critérios de sobrecarga humana ou de
sobrecarga sobre a organização do trabalho.

No caso do critério de sobrecarga humana, temos as seguintes opções:


1. Índice baixo - Não geram sobrecargas humanas;
2. Índice médio - Geram situações de desconforto e fadiga;
3. Índice alto - Riscos que podem prejudicar a saúde, levando a lesões e
afastamentos.

Já no caso do Ergonomista optar pelo critério de sobrecarga na produção


da organização do trabalho, temos as seguintes opções:
1. Índice baixo - Pouca ou nenhuma interferência no processo;
2. Índice médio - O agente isolado pode interferir em paradas
momentâneas e pequenas perdas na produtividade;
3. Índice alto - Implicando em atrasos significativos de produção e
redução do trabalho planejado. Itens que não atendem à legislação
vigente.

Após analisar a probabilidade (escolhendo um dos critérios de histórico ou


exposição) e severidade (escolhendo um dos critérios de sobrecarga
humana ou de organização do trabalho), o Ergonomista classifica 1, 2 ou 3
para o item Controle, podendo ser seguintes opções:

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1. Índice baixo - Existem bons planos de controle para lidar com o risco;
2. Índice médio - Existe um plano para lidar com o risco, mas há ausência
de procedimentos formais e há dúvidas sobre sua eficácia;
3. Índice alto - Não existe um plano e conscientização para lidar com o
risco. As práticas operacionais indicam aparente descontrole de
exposição.

Nível de Risco

Por fim, o Ergonomista deve encontrar (com base na probabilidade e na


severidade), qual é o Nível de Risco para CADA perigo. Esse último passo de
classificação do risco será usado para que o Ergonomista possa, em
seguida, saber a ordem do que será atacado pelas melhorias.

A pergunta é: qual a prioridade de medidas que devem ser tomadas? Essa


resposta é feita pela classificação desses riscos em mais grave e menos
graves.

Dentro do FMEA, após o profissional de Ergonomia classificar 1, 2 ou 3 para


as opções de probabilidade, severidade e controle, ele deve multiplicar os
valores e encontrar o resultado entre 1 e 27, e dependendo do nível de risco,
ele caracteriza o risco, podendo ser:
● Risco intolerável, muito alto ou crítico (27 pontos): risco que você tem
que eliminar ou reduzir, a ponto de interromper a atividade enquanto
isso não é feito. Situações consideradas como potencialmente
causadoras de lesões, doenças e acidentes graves que podem gerar
afastamentos ou incapacidades funcionais. Não é dada atenção por
parte da empresa a estes riscos, considerando a negligência dos
mesmos;

139
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
● Risco substancial (12 a 18 pontos): risco alto. Situações consideradas
como causadora de lesões;
● Risco moderado (4 a 9 pontos): situações consideradas causadoras de
fadiga se desenvolvida por longo período e / ou sem meios de
controle;
● Risco tolerável (2 a 3 pontos): improvável risco à saúde do trabalhador,
relacionam-se mais a dificuldades esporádicas. É também considerada
uma ação técnica dentro da normalidade risco que deve ser eliminado
ou reduzido, mas pode ser que não haja medidas técnicas factíveis
para reduzir o risco. Numa discussão ética e filosófica: ou envolve um
custo muito elevado e a sociedade definiu como tolerável;
● Risco trivial (1 ponto): risco aceitável, que basta manter o nível de risco,
em que basta manter as ações que são feitas ou nenhuma ação é
necessária. A título de conceituação, esses também são chamados de
riscos triviais, são similares aos que uma pessoa vivencia no seu
cotidiano e que com precauções gerais (não específicas) ela consegue
controlar adequadamente as repercussões. Ação técnica normal ou
sem risco significativo.
A ferramenta que vai dar o nível de ação, chamada de Escala de
Aceitabilidade de Risco, varia de autor para autor, a qual apresenta
gradações de risco.

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Você, Ergonomista, deve ficar atento a qual critério sua empresa cliente vai
apresentar como critério de aceitabilidade. De forma geral temos:
Perceba as combinações, de algo que é provável e extremamente prejudicial
é intolerável. Porém, algo que é altamente improvável e levemente prejudicial
e gera risco trivial.
Finalizando a aplicação do FMEA, depois disso, ela classifica os riscos e
define o que deve ser feito em cada nível de risco:

140
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
I) Definindo a Probabilidade

Você deve avaliar a probabilidade de ocorrer um evento perigoso, da


exposição a um agente nocivo ou da exigência da atividade olhando:
● Para as medidas de prevenção já implementadas;
● Para as exigências das normas regulamentadoras;

Fizemos uma NR 17 comentada item a item, chamando a atenção para os


itens que impactam no cálculo da probabilidade.

Conforme falamos e detalhamos no capítulo anterior, a gradação da


probabilidade deve levar em conta 5 fatores, aqui resumidos:

1) Os requisitos estabelecidos em Normas Regulamentadoras, ou seja, quais


requisitos que as NRs já estabelecem para aquele perigo que está tratando.
Leia atentamente as NRs que você está aplicando no seu trabalho, com um
olhar de atenção para identificar quais as medidas de prevenção que cada
norma indica. Se a organização aplica todos os requisitos e medidas
indicados, minimamente, na NR17, você deve considerar como baixa a
probabilidade de ocorrer uma lesão ou agravo à saúde. Por outro lado,
quanto menos medidas ela cumprir, maior a probabilidade do trabalhador
ter uma lesão ou agravo.

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2) As medidas de prevenção implementadas, ou seja, o Ergonomista deve
analisar quais as medidas de prevenção já implementadas. mas ATENÇÃO:
você deve observar a ordem de prioridade que está na NR 01. As ações de
melhoria devem ser planejadas e realizadas conforme a ordem de
prioridade citada acima e segundo a classificação do nível de ação. Riscos
gravíssimos pedem ações em nível crítico e medidas imediatas devem ser
tomadas! Riscos triviais carecem de menor atenção. Mais a frente nesse
artigo falaremos sobre a classificação dos riscos. Lembrando a ordem: você
deve observar primeiro a presença e efetividade das medidas para (a)
eliminar o fator de risco. Depois observe a presença e efetividade das ações
que buscam (b) minimizar e controlar do fatores de risco, com a adoção de
medidas de proteção coletiva, com uma proteção para todos os
trabalhadores expostos. Em seguida você deve observar a presença de
ações que buscam (c) minimizar e controlar os fatores de risco, com a
adoção de medidas administrativas ou de organização do trabalho, seja por
um treinamento ou por uma redução do tempo de exposição àquele risco.
Apenas depois disso tudo você deve observar a presença da quarta e última
medida na hierarquia, para caso as outras 3 não forem tecnicamente
possíveis, que é (d) a ação de medidas de proteção individual do
trabalhador.

A partir do momento em que houver uma associação (nexo causal) entre


lesões e agravos à saúde com os riscos ou situações de trabalho, ações de
prevenção devem ser tomadas. Essa informação pode vir do ambulatório, do
PCMSO, do RH, do próprio trabalhador, da CIPA (nesses últimos casos, a
situação terá que ser investigada).

141
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
3) Exigências da atividade de trabalho. A probabilidade por esse fator deve
ser graduada com ajuda da AET, principalmente observando:
● Atividades (de rotina e não rotineiras), focando no conceito de
“atividade real e prescrita”, bem como nas que mais geram “riscos
ergonômicos” ao trabalhadores;
● Processos de trabalho (entrada, processamento e saída);
● Condições de trabalho
I. Organização do trabalho;
II. Levantamento, transporte e descarga de materiais;
III. O mobiliário, máquinas e equipamentos utilizados (MFEMAs);
IV. Condições ambientais de trabalho;
V. Fatores psicossociais (a nova NR 17 não traz explicitamente esses
fatores - havendo inclusive quem ache que virão em uma norma
separada, mas nós achamos que mesmo que venha em norma
separada, esses fatores devem ser observados pelo Ergonomista).
Cabe a você discutir isso com a empresa que contrata seus serviços.

4) Evento perigoso, ou seja, ocorrência ou acontecimento com o potencial


de causar lesões ou agravos à saúde.

5) Perfil de exposição ocupacional aos riscos ambientais, devendo ser


observados os riscos ambientais com o olhar do conforto..

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Em seguida, o Ergonomista deve classificar quanto à severidade, a qual
veremos no tópico a seguir.

II) Definindo a Severidade

Você deve avaliar a severidade pela magnitude da consequência e para


ajudar na identificação da magnitude da consequência, o Ergonomista deve
observar que um perigo/risco:
● que atinge uma parte do corpo tem magnitude menor do que o que
atinge ele todo;
● que está presente numa exposição prolongada tem maior magnitude
do que o que tem exposição curta ou pontual;
● o qual o trabalhador recebeu treinamento de como lidar com ele, tem
magnitude menor do que o que não houve treinamento;

A partir desses critérios, o Ergonomista vai identificar:


● QUAL O EFEITO NOCIVO DESSE RISCO SOBRE O TRABALHADOR?
● QUAL O PIOR DANO RELACIONADO À EXPOSIÇÃO?

Além disso, para graduar a severidade, o Ergonomista deve, ainda, observar


o número de trabalhadores possivelmente afetados, ou seja, observar o
grupo de trabalhadores que compartilham do mesmo padrão de exposição
pela similaridade dos determinantes envolvidos: mesmas atividades, mesmo
ambiente, mesmo setor, mesmos produtos, mesma matéria prima e/ou
mesmos MFEMAs (uma sigla do sistema ifacilita que utilizamos para
identificar “máquinas, ferramentas, equipamentos, mobiliários e acessórios”).

142
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
e) recomendações para as situações de trabalho analisadas e

Nessa fase, são propostas as recomendações para melhoria das condições


de trabalho.

A organização deve implementar medidas de prevenção, de acordo com a


classificação de risco, respeitando a ordem de prioridade citada acima!

Alguns Ergonomistas vão ter que se adaptar em propor melhorias


respeitando a ordem de prioridades… Além disso, a “negociação” das
melhorias com a empresa também poderá ser um pouco mais difícil. Por

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exemplo, no caso de um trabalhador agachar para pegar uma caixa várias
vezes no chão, o que antes alguns Ergonomistas orientavam como
“treinamento para agachar corretamente” ou “rodízio”, o bom profissional de
Ergonomia terá que propor (repito, por exemplo):
1. A eliminação do fator de risco, como a colocação de uma esteira com
alimentação automática, eliminando essa ação dentre as que o
trabalhador realiza;
2. Se a primeira solução não for tecnicamente possível (repito:
tecnicamente; e não financeiramente), ele deverá registrar essa
impossibilidade técnica e terá que tomar medidas de proteção coletiva
para minimizar o risco, como uma mesa pantográfica, que traz até a
altura adequada a caixa;
3. Se esse segundo passo não for tecnicamente possível (repito:
tecnicamente; e não financeiramente), após registrar essa
impossibilidade técnica, o Ergonomista poderá tomar medidas de
organização do trabalho, tais como rodízio entre os trabalhadores que
manipulam a carga, para que diminua o tempo de exposição, por
exemplo. O profissional da Ergonomia pode, ainda, realizar medidas
administrativas, como treinamentos de transporte de carga e avisos
escritos (placas) informando a forma correta de transportar carga.
4. Por fim, o Ergonomista poderia orientar o uso, por exemplo, de um
cinto lombar (não vamos entrar no mérito da eficácia desse recurso e
se ele é ou não um equipamento de proteção individual, pois não é
esse o mérito do exemplo).

143
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
É muito importante que as ações de melhoria para o controle de risco
sejam criadas respeitando essa hierarquia!

Em seguida, deve ser criado um cronograma de implementação das


modificações, contendo informações com os tempos necessários a essas
modificações para que possam situar a todos os envolvidos sobre os prazos
concedidos pela legislação ou renegociá-los com o apoio das organizações
sindicais. Os prazos devem ser compatíveis com as transformações
propostas, incluindo a implementação de testes, criação de protótipos e
processos de modelagem, dentre outras coisas.

Em seguida, é feito o projeto de modificações/alterações, item que tem sido

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mais negligenciado segundo o depoimento dos auditores fiscais. Ora, fazer
um diagnóstico e não discutir nenhuma alteração para sanar os problemas
é completamente inútil. O analista deve propor melhorias das condições de
trabalho tanto no aspecto da produção como, principalmente, no da saúde.
Nas recomendações são indicadas as transformações e melhorias efetivas
das condições de trabalho propostas, incluindo aí, necessariamente, os
aspectos relativos ao desenvolvimento pessoal dos trabalhadores, como a
formação e o treinamento para as novas atividades ou os novos postos de
trabalho que estarão sendo implantados, se for o caso.

O acompanhamento das modificações/alterações: deve-se negociar


anteriormente a participação do Ergonomista para que a ação ergonômica
não termine com a proposição de soluções, que é apenas parte do
processo.

f) restituição dos resultados, validação e revisão das


intervenções efetuadas, quando necessária, com a participação
dos trabalhadores.

A última fase da AET indicada pela nova versão da NR 17 é a validação dos


resultados das intervenções. Aqui você deve comparar com o que foi
encontrado na AET, em especial na fase de Avaliação Sistemática.

Posteriormente, é preciso avaliar o impacto das modificações sobre os


trabalhadores, pois qualquer modificação acarreta alterações das tarefas e
atividades que deverão ser, novamente, objeto de outra análise, através de
instrumentos simples de avaliação como questionários de opinião dos

144
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
trabalhadores e grades de observação das posturas, desde que a situação
não seja muito complexa e dispense a presença do ergonomista. Por fim,
cria-se os Laudos de Conformidade Ergonômica, mostrando tais
conformidades.

Baixe seu modelo de AET clicando na imagem abaixo:

Pronto, finalizei minha AET! Agora, o que eu devo


importar para o IRO?

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ERGONOMISTA, TENHA MUITA ATENÇÃO:

A AET completa (todo o documento) não fará parte (necessariamente) do


PGR!

O “documento AET” será um documento à parte do PGR, podendo ser citado


como referência para consulta ou até ser adicionado como anexo.

Ao contrário do que muitos falam, o PGR não terá todas as


informações da AET!

Recapitulando, a imagem abaixo mostra quais informações da Avaliação


Preliminar AEP o Ergonomista deve alimentar o Inventário de Risco IRO
(nossa sugestão é que você utilize uma tabela para essa representação)..

145
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Já em relação à AET, você deve citar a data da realização da AET (ex.:
12/01/2022), citando o diagnóstico de cada perigo e risco como conclusão
dessa AET, dando rastreabilidade ao processo, ou seja, citando algo do tipo
“consultar AET tal”. Por fim, você colocar o nível de risco conforme a
ferramenta que escolheu.

Além disso é muito importante que o Ergonomista deixe claro no PGR quais
dessas 6 demandas citadas acima justificaram a realização da AET e se o
resultado dela responde essa(s) demanda(s), para o caso de uma futura
fiscalização do AFT.
O AFT, numa fiscalização, poderá pedir a AET de uma determinada
atividade, que foi citada no PGR para consulta.

Certamente ele irá querer saber (e o Ergonomista tem que deixar isso claro)
a ligação entre a AET e o Inventário: com qual registro no Inventário de Risco
essa AET está relacionada. Em outras palavras:
● Qual(s) demanda(s) justificou a realização da AET?
● A AET respondeu essa demanda?
● Quais as caracterizações dos riscos e prioridades de intervenção
estão presentes?
● Quais itens do Inventário de Risco se relacionam com a AET?
● Qual ação no Plano de Ação está relacionado com isso?
● Foi feita implantação da AET?

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Não é necessário copiar ou anexar a AET ao IRO! Atenção Ergonomista: não
é aqui que você vai colocar “onde você mediu”, “o instrumento de avaliação”,
“como calculou”: a informação deve ser sucinta… Se foi feita uma avaliação
quantitativa, deve-se ter um relatório a parte dessa medida e nele você
detalha o que foi feito.

Esses itens podem ser representados pela Tabela contendo as avaliações da


exposição a agentes ambientais, a qual deve-se sintetizar alguns pontos
importantes, fazendo referência ao relatório dessa avaliação.

O Ergonomista deve adicionar no IRO um resumo do diagnóstico


ergonômico, explicando cada o(s) perigo(s), o(s) nível de risco de cada
demanda (com FMEA, por exemplo).

● Modelo 1

146
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
Baixe seu modelo 1 clicando na imagem

● Modelo 2 (Completo)

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● Modelo 3 (por perigo)
○ Perigo (fonte de risco)
○ Evento perigoso / exposição a agenda ambiental / exigência da
tarefa
○ Lesões e agravos à saúde (danos à saúde)
○ Fontes e circunstâncias (causas ou fontes determinantes)
○ Grau de exposição
○ Controles existentes (com indicação da eficácia)
○ Trabalhadores expostos (listar grupo de exposição similar)
○ Exposição (frequência, duração, dados qualitativos ou
quantitativos)
○ Probabilidade e severidade da lesão ou agravos à saúde
○ Classificação do risco
○ Ação preventiva necessária
○ Índice de Risco

● Modelo 4 (Por função/grupo funcional)


○ Trabalhadores expostos - Função ou Grupo Funcional ou GHE
○ Perigo (fonte de risco)
○ Evento perigoso / exposição a agenda ambiental / exigência da
tarefa
○ Lesões e agravos à saúde (danos à saúde)
○ Fontes e circunstâncias (causas ou fontes determinantes)

147
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
○ Fontes e circunstâncias (causas ou fontes determinantes)
○ Grau de exposição
○ Controles existentes (com indicação da eficácia)
○ Exposição (frequência, duração, dados qualitativos ou
quantitativos)
○ Probabilidade e severidade da lesão ou agravos à saúde
○ Classificação do risco
○ Ação preventiva necessária
○ Índice de Risco

O que o Ergonomista deve informar a partir da AET:


1. Perigo que o risco está relacionado
2. Probabilidade
3. Severidade
4. Controle
5. Nível do risco
6. Caracterização do risco
7. Descrição do risco e prioridade de intervenção

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8. Diagnóstico ergonômico
9. Ação de melhoria

Por fim, o resultado da AET pode:


1. Indicar que o Inventário de Risco do PGR deve ser revisto, com uma
revisão da identificação dos perigos e avaliação dos riscos, indicando
que essa revisão pode ocorrer com enfoque:
a. Nos fatores ergonômicos, alterando (adicionando, retirando ou
definindo melhor) os fatores ergonômicos dantes apresentados.
Semelhante ao que ocorre com a AEP, os riscos e perigos
encontrados e suas classificações irão compor o Inventário de
Riscos.
b. Nos outros fatores (extra-ergonômicos) que foram analisados
pela AET;

Lembrando que, semelhante ao que acontece na AEP, após a AET, o


Ergonomista irá sugerir as melhorias e adequações ergonômicas como
medidas de prevenção e controle dos riscos, bem como melhora dos
processos e da eficiência do trabalho. Tais recomendações deverão fazer
parte do Plano de Ação Geral do PGR da empresa.

Cabe aqui aprofundar num aspecto conceitual da Ergonomia: alguns


resultados de AET mais complexos, por exemplo que envolvam adoecimentos
graves ou chance de riscos de incapacidades e mortes, não precisam ir para
o Inventário de Riscos! Eles devem vir acompanhados imediatamente de
projetos de mudanças e de implantações das melhorias, sem esse tempo de
ir pro PGR, ser classificado e etc.

148
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
CONCLUSÃO

A atualização das NRs acarretará em mudanças na


forma com que as organizações lidam com saúde,
segurança e ergonomia.

O Ergonomista deve atuar em consonância com diversas


normativas (legais e técnicas), em especial as NRs 01 e 17,
foco desse livro. O profissional atento irá atualizar-se e
iniciar seu trabalho dentro dessa nova realidade.

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A mudança das NR 01 e da NR 17 é uma boa oportunidade
de mudarmos algo que vínhamos fazendo de errado no
passado, por exemplo, dando pouca ênfase à gestão.

A partir de agora veremos com mais frequência os


contratos de gestão aparecendo, pois os PGR requer um
acompanhamento contínuo e se você tiver uma proposta
mais atrativa para a empresa, você ficará por um tempo
maior na empresa.

149
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
REFERÊNCIAS

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Portaria 787/2018

NR 01

NR 17 Antiga

NR 17 Nova

Tabela 23 eSocial - versão (extinta)

Ergonomia, Pierre Falzon, 1a Ed, 2007.

Compreender o trabalho para transformá-lo - A prática da


Ergonomia.
Guérin (2001)

La notion de régulation dans I´alyse de I´activité. Jacques


Leplat.

Canal Ergonomia na Atividade

SOBANE/DEPARIS

DEPARIS

SOBANE

Safety & Health Management System

150
Ergonomia dentro da nova realidade do PGR/GRO
O ifacilita Ergonomia agradece a todo seu time de

RECONHECIMENTOS marketing pelo empenho para construir e divulgar esse


material.

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profissionais e isso acontece pelo esforço que vocês
fizeram para criar, editar e publicar em tempo record
esse material.

Em nome dos leitores, agradecemos a todos!

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