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ERGONOMIA

DESCOMPLICADA

FERRAMENTAS COMO FORMA DE


CONHECIMENTO CONTINUADO
AUTORES:
Abnael Nunes Santos (Graduando em Fisioterapia - Universidade Federal de
Sergipe)
Amanda Gama dos Santos (Graduanda em Fisioterapia - Universidade
Federal de Sergipe - Membro do GPEFH)
Caroline Oliveira Gois (Graduanda em Fisioterapia - Universidade Federal de
Sergipe)
Jadson Rodrigues Santos (Graduando em Fisioterapia - Universidade
Federal de Sergipe - Membro do GPEFH)

ORIENTADORES:
Maria Goretti Fernandes

COLABORADORA:
Izabela Souza da Silva.

CRÉDITOS:
O presente e-book foi elaborado como parte das atividades da disciplina
Fisioterapia em Saude do Trabalhador e Ergonomia, ministrada pela Profª
Drª Maria Goretti Fernandes, com docência na Universidade Federal de
Sergipe (UFS).

Nosso agradecimento, a toda equipe envolvida nesse projeto, e em


especialmente a professora Dra. MARIA GORETTI FERNANDES, por todo
o apoio durante o desenvolvimento desse e-book com o intuito de aprimorar
o nosso conhecimento, capacidade de inovação e entender nossos
horizontes além do que é possível em sala de aula, e não menos
importante, levar o que tem de melhor da ergonomia e saúde do trabalhador
para nosso público alvo (fisioterapeutas e acadêmicos do curso de
Fisioterapia). Agradecemos por toda a dedicação e empenho na
implantação desse projeto!
Apresentação

Prezado leitor, o presente e-book tem como


objetivo realizar uma abordagem para
fisioterapeutas, através de 4 capítulos,
buscando facilitar o acesso e compreensão
das ferramentas ergonômicas, tendo em vista
a grande importância para a prática clínica, e
os bons resultados da aplicabilidade. Dessa
forma, o recurso é apresentado de forma
dinâmica e interativa, de maneira que você
possa ter acesso ao conteúdo de uma forma
diferente, além de poder relatar suas
experiências. Pensamos especialmente em
você ao produzir o nosso e-book. Aproveite ao
máximo, e esperamos que possamos ajudá-
los. Vem com a gente!
Sumário

CAPÍTULO 1 - Ergonomia por outro ângulo...............................05


CAPÍTULO 2 - Blitz ergonômica.................................................09
CAPÍTULO 3 - Aplicativos ergonômico para smartphones.........19
CAPÍTULO 4 - Desmistificando questionários de avaliação.......26
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................38
REFERÊNCIAS...........................................................................39
O
TR
OU
Capítulo 1

R
PO
IA LOU
OM G
N ÂN
GO
ER
Amanda Gama dos Santos
Vamos relembrar!
Ergonomia - disciplina científica relacionada ao entendimento das interações
entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas e à aplicação de
teorias, princípios, dados, métodos e projetos a fim de otimizar o bem-estar
humano e o desempenho global do sistema homem-máquina-ambiente
(VECCHI; SANTIAGO, 2013).

Saiba mais!
O desempenho produtivo de uma empresa depende das condições
ergonômicas que ela disponibiliza, procurando reduzir a fadiga, estresse,
erros e acidentes; proporcionando confiança, satisfação e saúde aos
trabalhadores e que as atividades sejam executadas com mais motivação
e empenho, conforto e melhoria nas comunicações entre os membros da
equipe e dos gerentes de processo.
(DUL, 2004; BARBOSA, 2016).

E você, fisioterapeuta, tem grande contribuição para isso, melhorando a


qualidade de vida e o desempenho do trabalhador. Sabemos que muitas são
as suas funções, aqui estão algumas delas:

Prestar consultoria;
Avaliar condições ergonômicas;
Avaliar qualidade de vida no trabalho;
Estabelecer a causa cinesiológica funcional;
Participar da elaboração de programas;
Adequar os locais de trabalho às habilidades do trabalhador;
Aplicar ginástica laboral;
Ensinar e corrigir o modo operatório laboral;
Implementar cultura ergonômica;
Elaborar e avaliar processos seletivos;
Emitir laudos.

(Classificação Brasileira de Ocupações, 2009; BARBOSA, 2016)


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Vamos relembrar!
Risco Ergonômico - relacionados às posturas prolongadas e muitas vezes inadequadas.
Como também, associada ou não a solicitação constante de movimentações tanto da região
da coluna vertebral, quanto dos membros inferiores e superiores, a isto associa-se a
utilização de ferramentas e/ou máquinas extremamente pesadas as quais exigem do
indivíduo uso de força muscular (NETO, 2016).
Dentre tantas atribuições voltadas a você, reunimos nos próximos capítulos algumas
ferramentas ergonômicas que podem te auxiliar na prática clínica, além de facilitar o
entendimento das mesmas. Mas nos conta, qual é a ferramenta que você mais utiliza
na ergonomia?

Saiba mais!
A norma regulamentadora (NR-17), visa estabelecer
parâmetros que permitam a adaptação das condições
de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, proporcionando conforto, segurança e
desempenho eficiente.

E agora vem aí a blitz ergonômica. Ei! Mas antes: pare, atenção e siga! Aproveite o
trajeto, ele foi feito especialmente para você.

Espero que possamos ajudar.


Vamos lá!!!

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Capítulo 2

BLITZ ERGONÔMICA
Abnael Nunes Santos
Blitz Ergonômica
Uma das formas de prevenir doenças ocupacionais é a adoção de práticas ergonômicas.
Nesse sentido, a blitz postural ou ergonômica faz parte de um conjunto de orientações que
visam conceber e planejar o ambiente de trabalho, respeitando o fluxo de produção e as
características físicas do indivíduo, bem como fazer adequações no posto de trabalho,
quando necessário (ROTHSTEIN et al., 2013).
Todas as orientações são desenvolvidas respeitando os preceitos da ergonomia, ajudando
a reduzir o aparecimento de lesões que impactam diretamente na qualidade de vida do
funcionário.

Importância do E-book !
Algumas medidas simples podem evitar longos
períodos de desconforto e dor. Pensamos
nesse E-book como forma de contribuir na
prevenção das disfunções relacionadas ao
trabalho, ajudando você, fisioterapeuta, a
identificar potenciais riscos à saúde do
trabalhador.

Vamos lá! Vamos aprender? Nosso E-book contém informações


relevantes a respeito do uso e da organização de equipamentos
e mobiliários, assim como a postura correta de utilizá-los de
acordo com a NR 17.

VAMOS AS DICAS

Organização e uso de equipamentos e mobiliários


De acordo com a Norma Regulamentadora n° 17 os equipamentos e mobiliários devem
atender às características antropométricas de 90% dos trabalhadores, respeitando os
alcances dos membros e da visão, ou seja, compatibilizando as áreas de visão com a
manipulação. Dessa forma, proporcionará um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente do trabalhador (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2015).
Diversas são as consequências de se trabalhar em estações de trabalho ergonomicamente
incorretas e desorganizadas, assumindo-se maus hábitos posturais. Isso pode levar a
adoecimentos físicos e mentais, além de diminuir a concentração e a produtividade. Sendo
assim, comece sempre pelos ajustes em sua cadeira de trabalho. A partir daí, melhore a
organização dos demais equipamentos e mobiliários (JUSTIÇA FEDERAL, 2015).

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Cadeira
Para realizar o ajuste da cadeira, basta utilizar a alavanca localizada à direita, logo abaixo do
assento. Elevando-se a alavanca, poderá aumentar ou diminuir a altura do assento. Ao puxá-
la lateralmente, ajustará a inclinação de seu encosto (JUSTIÇA FEDERAL, 2015).

Atenção! Os exemplos a seguir ilustram as formas erradas da altura da cadeira.

(JUSTIÇA FEDERAL, 2015)

Ajuste a altura de forma que a coxa se mantenha paralela ao solo, com uma angulação
do joelho de cerca de 90º (JUSTIÇA FEDERAL, 2015).

(JUSTIÇA FEDERAL, 2015)

É fundamental que seus pés fiquem completamente apoiados no solo. Para isso, pessoas
mais baixas podem necessitar de um apoio para os pés (JUSTIÇA FEDERAL, 2015).

(JUSTIÇA FEDERAL, 2015)


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O apoio total fornece melhor estabilidade para os membros inferiores e coluna lombar, além
de evitar que as pernas permaneçam penduradas e que haja compressão na região
posterior dos joelhos, prejudicando a circulação sanguínea (JUSTIÇA FEDERAL, 2015).

A inclinação da cadeira deve ser ajustada de forma que o encosto permaneça levemente
inclinado para trás, em uma inclinação de 90º a 110º. Deve ser colocada inicialmente na
posição de 90º e inclinada lentamente para trás, até encontrar uma posição de melhor conforto
ao trabalhador (SENADO FEDERAL, 2015).
Algumas cadeiras possuem apoio de braços com regulagem lateral e de altura. O ajuste inicial
deve ser de forma que o apoio permaneça o mais próximo possível do corpo. Depois regule a
altura de forma que o cotovelo forme um ângulo de 90 graus, com o antebraço apoiado
(SENADO FEDERAL, 2015).

(JUSTIÇA FEDERAL, 2015)

Mesa
As mesas geralmente não possuem regulagem de altura. Esse ajuste é realizado com a
correção da altura da cadeira e, para alguns casos, apoio para os pés. A região abaixo das
mesas deve ficar livre (sem fios, cabos, CPUs), para que se possam movimentar os pés
livremente (SENADO FEDERAL, 2015).

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Monitor
O monitor deve estar centralizado à visão do usuário. Caso esteja deslocado para um dos
lados, mesmo que levemente, obrigará o trabalhador a realizar frequentes rotações de
cabeça, muitas vezes imperceptíveis, que poderão trazer sérios problemas em
médio/longo prazo (SENADO FEDERAL, 2015).

(JUSTIÇA FEDERAL, 2015)

Mantenha a tela distante de 50 a 70 cm da visão. Regule a altura do monitor de forma que a


parte superior da tela fique na altura dos olhos (quando sentado com boa postura) (SENADO
FEDERAL, 2015).

Teclado
O teclado deve estar centralizado com o monitor. Caso o trabalhador digite textos na maior
parte do tempo, deve-se centralizar o teclado com base na letra H. Caso o mesmo utilize com
maior frequência o teclado numérico, ajuste-o para a mão dominante. Uma alternativa é a
utilização de um miniteclado numérico separado (JUSTIÇA FEDERAL, 2015).

(JUSTIÇA FEDERAL, 2015)


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Ao utilizar o teclado, deve ser evitado a colocação do punho em posição de extensão ou
flexão (JUSTIÇA FEDERAL, 2015).

(JUSTIÇA FEDERAL, 2015)

Não mantenha as mãos no teclado por muito tempo. No máximo a cada 50 minutos, utilize o
apoio de braços da cadeira para descanso (JUSTIÇA FEDERAL, 2015).

(JUSTIÇA FEDERAL, 2015)

Mantenha o seu punho em posição neutra, tal como na figura abaixo (JUSTIÇA FEDERAL,
2015).

Digitação
A Norma Regulamentadora Nº 17, do Ministério do Trabalho, estabelece a realização de uma
pausa de 10 minutos a cada 50 minutos de digitação, para quem trabalha com entrada de
dados; coloca, também, um máximo de 8.000 toques no teclado por hora de digitação
(JUSTIÇA FEDERAL, 2015).
Caso seja utilizado algum material para leitura enquanto digita, posicione a sua frente, levando
o teclado para diante e colocando abaixo dos olhos, ou posicione logo depois do teclado, entre
este e o monitor. Caso o trabalhador tenha que flexionar a cabeça excessivamente, procure
colocar um apoio de leitura ou ajustar o material em cima de outras pastas, na intenção de
elevar o que for lido e não precisar sobrecarregar a coluna cervical (JUSTIÇA FEDERAL,
2015).
Deve ser evitado ao máximo ter que rodar a cabeça para ler documentos que irá digitar. Essa
rotação, em médio/longo prazo, poderá trazer sérios danos para a região cervical (SENADO
FEDERAL, 2015).

Mouse
Durante a utilização do mouse, deve-se evitar a manutenção do punho em extensão, flexão ou
desvios laterais. Além disso, o cotovelo deve ser mantido apoiado (SENADO FEDERAL,
2015).

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A região ao redor deve estar livre para que o movimento
não precise adaptar-se ao espaço. Posicione o mouse
dentro do espaço da largura do ombro. Além desse
espaço, a musculatura chegará mais rapidamente à fadiga
(SENADO FEDERAL, 2015).

(JUSTIÇA FEDERAL, 2015)

Muitos trabalhadores permanecem com a mão no


mouse mesmo enquanto leem textos ou realizam
outras atividades em frente ao computador. Assim
que terminar de utilizar o mouse, volte o braço para
uma posição neutra, de preferência utilizando o
apoio de braços da cadeira (SENADO FEDERAL,
2015.

(JUSTIÇA FEDERAL, 2015)

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Para aqueles que utilizam o mouse com muita frequência, é importante que alternem a
mão de manuseio do equipamento de tempos em tempos. Apesar da dificuldade inicial de
coordenação motora, será essencial para prevenir problemas futuros (SENADO FEDERAL,
2015).

Organização

(JUSTIÇA FEDERAL, 2015)

Uma boa organização da mesa de trabalho, com espaços livres para movimentar os braços e
operar o mouse, sem fios e cabos embaixo da mesa, e com bom posicionamento dos
equipamentos, é essencial não só para a prevenção de doenças ocupacionais, como também
para a motivação e satisfação do profissional com o seu ambiente de trabalho (SENADO
FEDERAL, 2015).
Aqueles objetos de uso frequente devem ser posicionados bem próximos, ao alcance das
mãos, de forma que não necessitem de movimentos da coluna vertebral para serem
alcançados. A repetição de movimentos forçados para atender um telefone, por exemplo,
pode ser muito prejudicial (JUSTIÇA FEDERAL, 2015).
Assim, organize a mesa para que esses equipamentos fiquem ao alcance. Aqueles de uso
esporádico devem permanecer mais distantes. A impressora é um bom exemplo de
equipamento que geralmente não precisa estar sobre a mesa de trabalho, liberando espaço
para a organização dos demais instrumentos (JUSTIÇA FEDERAL, 2015).
Esses ajustes são simples e rápidos de serem feitos. Defina quais são os objetos e
equipamentos mais utilizados e mantenha o ambiente de trabalho organizado (JUSTIÇA
FEDERAL, 2015).

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Postura

A tendência natural do ser humano é


movimentar-se. Ninguém consegue
permanecer completamente parado por muito
tempo. Normalmente, estejamos sentados ou
em pé, estamos constantemente mudando de
posição (JUSTIÇA FEDERAL, 2015).
Assim, é perfeitamente normal que o
trabalhador assuma diversas posturas durante
sua jornada de trabalho. O ideal é que o
trabalhador que tenha que permanecer
sentado em sua jornada de trabalho evite
manter-se em posições inadequadas. Além
disso, que realize pausas e levante-se
periodicamente; ajuste seus equipamentos e
mobiliários da melhor forma possível; e realize
alongamentos (ginástica laboral) para diminuir
a tensão gerada pelas posturas e pelo
estresse (JUSTIÇA FEDERAL, 2015).

(JUSTIÇA FEDERAL, 2015)

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Que tal executar a blitz ergonômica após apresentação do conteúdo exposto?

A blitz será executada a partir do momento que você, fisioterapeuta, conseguir


identificar os riscos inerentes a saúde do trabalhador, conforme apresentado acima.
A partir disso, será necessário classificar esses riscos em escalas, de acordo, com
o nível de urgência das adaptações que deverão ser realizadas, exposição ou
gravidade do risco a saúde do trabalhador. Sendo assim, umas das formas de
realizar essa tarefa é por meio de sinalizações com cores, tais como verde,
amarelo e vermelho. O verde poderá representar adequado; o amarelo poderá
representar cuidado ou atenção; e o vermelho poderá representar inadequado,
urgente, risco potencial, etc.

Sinalizando o posto de trabalho dessa forma, você conseguirá identificar e priorizar


a mudanças necessárias. Isso é sensacional! Além disso, com a ajuda de outras
ferramentas complementares a avaliação ergonômica você fará as adaptações das
condições de trabalho as características psicofisiológicas dos trabalhadores
identificadas dura a blitz ergonômica.
E o que falta para isso?

Você, fisioterapeuta, iniciar.


Abaixo descreva como foi sua experiência:
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Saiba mais!

A ABNT publicou a norma ABNT NBR ISO 9241-171:2018 - Ergonomia da


interação humano-sistema. Esta se relaciona a orientações sobre
acessibilidade de software, elaborada pela Comissão de Estudo Especial
de Ergonomia da Interação Humano-sistema (ABNT/CEE-126).

(“ABNT - Ergonomia da interação humano-sistema - Parte 171”, 2019)

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Agora você poderá implementar ao seu conhecimento sobre a NR-17 com
leituras sobre a norma ABNT NBR ISO 9241-171:2018 - Ergonomia da interação
humano-sistema, parte 171: que visa fornecer orientações sobre acessibilidade
de software, elaborada pela Comissão de Estudo Especial de Ergonomia da
Interação Humano-sistema (ABNT/CEE-126) (“ABNT - Ergonomia da interação
humano-sistema - Parte 171”, 2019). Além disso, ABNT NBR nos fornece
informações a respeito dos requisitos ergonômicos para o trabalho com
dispositivos de interação visual – que se refere a parte 11: Orientações sobre
usabilidade, adoção da ISO 9241-11:1998; e parte 12: Apresentação da
informação, adoção da ISO 9241-12:1998.

Veja alguns trechos a seguir, a respeito do assunto abordado acima:

A ABNT NBR ISO 9241 fornece orientações de ergonomia e especificações para


o projeto de software acessível para uso no trabalho, no lar, na educação e em
lugares públicos. Além disso, abrange questões associadas ao projeto de
software acessível para as pessoas com diferentes níveis de aptidões físicas,
sensoriais e cognitivas, incluindo aquelas que estão temporariamente incapazes
e os idosos (“ABNT - Ergonomia da interação humano-sistema - Parte 171”,
2019).

Já, a ABNT NBR ISO 9241-11 define usabilidade e explica como identificar a
informação necessária a ser considerada na especificação ou avaliação de
usabilidade de um dispositivos de interação visual em termos de medidas de
desempenho e satisfação do usuário (“ABNT Catalogo”, 2019).

Por outro lado, ABNT NBR ISO 9241-12 complementa a parte 11 fornecendo
recomendações ergonômicas para a apresentação de informação e propriedades
específicas de informações apresentadas em interfaces gráficas e textuais
usadas para tarefas de escritório (“ABNT Catalogo”, 2019).

Continue a leitura acessando a Associação Brasileira de Normas Técnicas. Além


disso, você poderá acessar a Association Advancing Occupational and
Environmental Health (ACGIH) organização cientifica beneficente que visa
promover a saúde ocupacional e ambiental (“ACGIH - Association Advancing
Occupational and Environmental Health”, 2019). Assim como, The National
Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) que visa o trabalho mais
seguro e saudável. Além do que, sua missão é desenvolver conhecimento no
campo da segurança e saúde no trabalho transferindo assim para a prática. A
NIOSH tem como finalidade, além do estudo da segurança e saúde no trabalho,
capacitar empregadores e trabalhadores para criar locais de trabalho com mais
segurança e menos impacto a saúde do trabalhador(“CDC - The National
Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH)”, 2019).

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Anotações gerais

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Anotações gerais

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CONCLUSÃO

Foi muito bom interagir com você. E, por isso, queremos


agradecer a sua continuidade a leitura. Esperamos que
esse conteúdo, fundamentado na NR-17 e em diferentes
normas e organizações nacionais e internacionais, possa
contemplar uma excelente fundamentação para o
conhecimento e execução da blitz ergonômica, assim
como formas de adaptações as condições
psicofisiológicas a partir da identificação de riscos no
ambiente de trabalho.

22
Capítulo 3

APLICATIVOS
ERGONÔMICOS PARA
SMARTPHONES
Jadson Rodrigues Santos
Pessoal, já vimos vários conceitos sobre Ergonomia até agora, mas vamos relembrar mais
esse trecho:

Ergonomia é o estudo da adequação da tecnologia e do ambiente das atividades


humanas às pessoas (International Ergonomic Association, 2019).

Dessa forma, não podemos esquecer de aliar a tecnologia com o conhecimento das técnicas
ergonômicas. Então por que não começar pela moda do momento: aplicativos para celular!
Já vou parar de enrolação e ir direto ao assunto. Aproveita essa lista de 6 aplicativos
específicos para auxilio profissional na análise ergonômica e mais 7 aplicativos com foco em
gestão empresarial, comunicação e ferramentas para atividades básicas ligadas a ergonomia.
Todos estão disponíveis gratuitamente para Android na loja Google Play.

Pontos de Verificação Ergonômica

Estre aplicativo de pontos de verificação permite criar listas


interativas para uso em seu ambiente de trabalho. No total existem
132 pontos de verificação, divididos em 9 categorias. A interface do
aplicativo está em evolução, no entanto ainda é intuitivo e de fácil
utilização.
Como exemplo de sua utilização tem-se as “Vias de transporte
desocupadas e sinalizadas” em que é possível recordar ou adquirir
conhecimento sobre os principais pontos. Lá é possível saber o que é
importante, o porquê, e como. Além de várias outras dicas sobre
esse e mais centenas de assuntos. (Google Play Store, 2019)
Durante a criação de um checklist você pode adicionar anotações
sobre cada ponto, além de sinalizar se aquela verificação é
importante ou não. Existem diversas forma de personalização. Faça o
download e desfrute dessas funcionalidades!

Carga Postural (REBA)

Em resumo, esse aplicativo serve para analisar, de forma rápida,


o risco devido a uma postura forçada durante qualquer tarefa.
É fácil, simples e eficiente!
Esta ferramenta inclui os fatores de carga postural dinâmico e
estático, sua interação entre a pessoa e a carga mobilizada, a
gravidade para a manutenção da postura sobre os membros
superiores, e também sugere a melhor forma de evitar lesões
corporais graves.
Em adição, existe um sistema de pontuação para a atividade
muscular relativa a cada segmento corporal, em que são
considerados fatores como: movimentos repetidos, ângulo do
(Google Play Store, 2019) movimento, ação da gravidade, força e outros. A partir dessa
pontuação o aplicativo classifica a URGÊNCIA para a correção
da postura.
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ErgoEvalApp

Esse é outro aplicativo semelhante ao acima citado, mas também


muito útil. O seu diferencial é que ele faz avaliação dos riscos
ergonômicos através de diferentes metodologias, o que permite ter
informações bastante fidedignas para aqueles que ainda estão sem
experiência na análise ergonômica.
Este aplicativo analisa as condições de trabalho e ainda fornece
informações quantitativas sobre as mesmas. Por isso ele possui a
metodologia mais utilizada para diferentes condições de trabalho.
Método de avaliação da carga postural: Método REBA
(Google Play Store, 2019)
Método de avaliação da manipulação manual de cargas: Guia INSHT
Método de avaliação de movimentos repetidos: OCRA Check List.

SBN Ergo+

Este é um ótimo aplicativo usado para criar e organizar


avaliações ergonômica e fazer relatórios detalhados sobre o
movimento.
É uma ferramenta poderosa e de fácil utilização que
proporciona a capacidade de realizar uma avaliação
ergonômica e dados de auditoria em tempo real enquanto
avalia o campo de trabalho.
Este aplicativo é um complemento ao programa de
computador com o mesmo nome, porém possui
funcionalidades totalmente independentes. Nele pode ser
incluída listas de verificação e medidas, e também foto do
(Google Play Store, 2019)
local de trabalho. É possível recuperar dados de avaliações
já concluídas, atualizar ações corretivas e dinamizar tudo
isso com o programa para computador.
É um excelente aplicativo!

Ergo/IBV Tool

Esse é outro aplicativo que segue a mesma linha do


anterior. Adicionamos aqui porque a escolha depende
muita da preferência de utilização do leitor.
Porém, é valido citar que o mesmo não tem relação
com programas de PC, é totalmente focado para o
telefone celular. E por mais, há um foco na analise de
ângulos no ambiente de trabalho. É possível selecionar
pontos específicos e adicionar os dados sobre os
ângulos no aplicativo, então o resto é com ele!
Experimente e veja qual você prefere!
(Google Play Store, 2019)

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Doutores da Postura

Outro aplicativo interessante. Produzido por estudiosos do Brasil, tem foco na ergonomia e
em atuação preventiva.
A proposta do aplicativo é reunir conhecimento de diversos profissionais da área, e sinaliza
sobre a atuação preventiva em relação a ergonomia no trabalho. O aplicativo possui
programas específicos, equipe personalizada, monitoria do seu desempenho, profissionais
de outras áreas da saúde, consideração da Norma Regulamentar 17, entre várias outras
funções!

(Google Play Store, 2019)

Pronto, estude ao máximo todas formas possíveis que podem trazer


eficiência a sua análise ergonômica fisioterapêutica e faça correlação
aos aplicativos citados anteriormente. Logo mais, confira mais essa lista
incrível!

Slack: comunicação interna

O Slack é um app que tem por objetivo melhorar a


comunicação interna entre os colaboradores de uma
empresa, fazendo com que o e-mail seja deixado de
lado para essa função.
São diversas as funções oferecidas pelo aplicativo, que
oferece uma plataforma virtual em que os funcionários
podem se comunicar, registrar e trocar informações
com os colegas por mensagens de texto, áudio ou
vídeo. Além disso, também é possível anexar
documentos às mensagens.A principal vantagem do
Slack é que todas as mensagens enviadas ficam
armazenadas em um só local, de modo que a (Google Play Store, 2019)
comunicação seja centralizada, evitando a perda de
informações.

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Trello: gerenciamento de projetos

Qualquer empresa que se preze precisa ter uma


metodologia para gerenciar as suas equipes e os seus
projetos, evitando que algo deixe de ser feito em meios
aos processos por esquecimento, por exemplo. O Trello
veio para ajudar nesse sentido! Podendo ser utilizado
tanto em desktops como em celulares com acesso à
internet, o Trello é uma plataforma composta por boards,
que nada mais são do que quadros que contém listas e
informações sobre um determinado projeto.
Dessa forma, cada quadro pode conter assuntos sobre
(Google Play Store, 2019)
um projeto na empresa e todos os envolvidos podem
contribuir com a edição e cadastro de novas
informações.

Google Drive: trabalho remoto

As empresas que atuam no formato home office ou


que possuem colaboradores em diferentes locais,
podem utilizar o Google Drive como uma ferramenta
para gerenciar e compartilhar arquivos.
Planilhas, fotos, documentos, entre outros arquivos
podem ser compartilhados facilmente no Google
Drive.

(Google Play Store, 2019)

Dropbox: armazenamento em nuvem

É importante para as empresas manter os arquivos


importantes, como contratos, propostas e outros
documentos, armazenados em nuvem, para que
possam ser acessados em qualquer local.
O Dropbox é um dos melhores aplicativos para
isso, pois é muito simples de ser utilizado. O app
pode ser utilizado de forma gratuita, mas o espaço,
nesse caso, é limitado.
(Google Play Store, 2019)

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WhatsApp: troca de mensagens

Não podíamos fazer uma lista de apps para smartphones sem


citar o popular WhatsApp. Esse aplicativo pode ser muito útil
para trocar informações rapidamente com clientes e colegas.
A opção de fazer chamadas de voz e de vídeo também é
muito interessante para as empresas, pois assim se
economiza o valor gasto com ligações de longa distância, por
exemplo. (Google Play Store, 2019)

S. Graph: Planejador, calendário, relógio, widget

Esse aplicativo é sensacional! Não tem como não o amar.


É uma mão na roda para organizar todo o seu dia, com
todas as suas tarefas e desejos. Ele possui centenas de
gráficas totalmente interativos para dinamizar sua rotina!
Em suma, é um calendário em horas. Sim, isso mesmo.
Ele serve como um temporizador de assuntos para a
organização exata de seu tempo. Este planejador possui
widgets de relógio analógico, recebe todos os eventos e
tarefas do seu calendário do Google os organiza em um
segmento discográfico de 12 partes!
Deixe-nos resumir algumas utilidades para que você,
leitor, tenha mais ideia do que estamos falando:
Planejamento diário do tempo com cronograma;
Contabilidade e monitoramento do horário de trabalho;
(Google Play Store, 2019)
Horario de aulas da escola, faculdade ou outros;
Programação do dia dia com toda a rotina;
Temporizada e alerta sobre viagens;
Programação de refeições, medicamento e atividades
esportivas; Organização de seus objetivos diários.

Break Pro

Para finalizar é um fenomenal, que ideia maravilhosa!


Este aplicativo é utilizado para impulsionar sua decisão
sobre pausas durante o trabalho. Ele te notifica, dá dicas
e possui várias formar de alongamentos e exercícios que
podem ser utilizados para manter o seu bem-estar no
trabalho. Inclusive, o aplicativo possui um programa
especifico com alongamentos, exercícios, sons, tudo
gravado em vídeo e com fotos para tornar as instruções
muito mais interativas. Sim! TUDO GRAVADO EM
VÍDEOS! (Google Play Store, 2019)
Vai lá, dá uma olhada!

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Anotações gerais

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Anotações gerais

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CONCLUSÃO

Foi muito bom interagir com você. E, por isso, queremos


agradecer a sua continuidade a leitura. Esperamos que
você, fisioterapeuta, possa aliar a tecnologia dos
aplicativos para celular a ergonomia de forma a sofisticar
e melhorar os aspectos organizacionais do seu trabalho,
assim como do empregador e trabalhador. Além de utilizar
os aplicativos como ferramentas para identificação e
redução do riscos ocupacionais.

32
Capítulo 4

DESMISTIFICANDO
QUESTIONÁRIOS DE
AVALIAÇÃO
Caroline Oliveira Gois
Se liga na definição abaixo!
Questionário é uma técnica de investigação composta por um conjunto de questões
apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões,
crenças, sentimentos, interesses, expectativas e situações vivenciadas(CHAER; DINIZ,
2011). É feito para gerar dados necessários para verificar se os objetivos foram
atingidos(CARMO, 2013; CHAER; DINIZ, 2011).

Porque um fisioterapeuta na avaliação das condições ergonômicas do posto de trabalho pode


escolher um instrumento como esse?

Durante a avaliação das condições ergonômica no posto de trabalho, os questionários podem


funcionar como instrumentos facilitadores na identificação de irregularidades. Além disso,
auxilia a identificar se metas e objetivos foram alcançados através das adaptações das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores realizadas por
determinados tipos de intervenções. Nesse caso, o questionário tem a finalidade de testar a
eficácia de determinada intervenção, caso o questionário seja aplicado antes e após a
mesma, como também poderá auxiliar a identificar possíveis fatores a se modificar no posto
de trabalho.

Se liga na informação
O trabalho constitui-se como um núcleo ao redor do qual o indivíduo
se constrói e organiza sua vida pessoal. Sendo que, para o
desenvolvimento de uma atividade de trabalho são necessários
subsídios, como condições de trabalho. As condições de trabalho são
definidas como um conjunto de fatores determinantes da conduta do
trabalhador (colaborador). Esses fatores são compostos por roteiro,
formalização das tarefas a executar e por características pessoais
dos colaboradores, tais como intelectuais ou de personalidade.
(STRABELI; NEVES, 2015).

Você já utilizou algum tipo de questionário ao realizar avaliação das condições ergonômicas
em seu posto de trabalho?

NÃO ( ) SIM ( ) Caso NÃO, chegou a hora de


aplicar! Porém, se você já
Se SIM, no quadro ao lado utilizou algum tipo de
cite quais questionários que questionário vale a pena saber
você já utilizou. um pouco mais sobre eles.

35
Se liga na informação
De acordo com Strabeli et al. (STRABELI; NEVES, 2015) as estatísticas
de acidentes e doenças nos ambientes laborais nos mostra a necessidade
da intensificação no conhecimento da ergonomia por parte de profissionais
e colaboradores como fator de extrema importância para as organizações
do trabalho.

Então vamos lá conhecer instrumentos diferentes que te auxiliarão na avaliação das


condições ergonômicas do posto de trabalho. Você fisioterapeuta irá descobrir como utilizar
questionários de uma forma fácil. É só acompanhar nossa seção questionários!

CHECKLIST PARA AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES ERGONÔMICAS EM POSTOS DE


TRABALHO E AMBIENTES INFORMATIZADOS
Esse instrumento é sensacional! Vai te ajudar a identificar se o mobiliário, equipamentos e
condições ambientais de trabalho proporcionam um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente ao colaborador. Utilizando-o você poderá avaliar no posto de trabalho:
- Cadeira
- Mesa de trabalho
- Suporte de teclado
- Apoio para os pés
- Porta-documentos
- Teclado
- Monitor de vídeo
- Gabinete e CPU
- Notebook e acessórios
- Interação e layout
- Sistema de trabalho
- Iluminação do ambiente
- Acessibilidade

Esse checklist é composto por uma sequência de sessões, que corresponde a cada um dos
tópicos acima. Sua interpretação se faz por meio das orientações abaixo.

- 91 a 100% dos pontos – condição


ergonômica excelente;
- 71 a 90% dos pontos – boa condição
Para interpretar
ergonômica;
o total de dados
- 51 a 70% dos pontos – condição
coletados deste
ergonômica razoável;
checklist veja o
- 31 a 50% dos pontos – condição
quadro ao lado:
ergonômica ruim;
- Menos que 31% dos pontos – condição
ergonômica péssima.

(COUTO; SANÁBIO, 2014) 36


E se quiser dominar melhor a avaliação do seu posto de trabalho utilizando esse instrumento,
antes de tudo, verifique a “NR 17 - NORMA REGULAMENTADORA 17" e fique atento a
todos os pontos.
Agora vamos praticar! No quadro abaixo, com base nos seus conhecimentos, você,
Fisioterapeuta, fará uma avaliação ergonômica do seu posto de trabalho (caso não seja
possível, simule em seu ambiente de estudo) utilizando esse instrumento. Na linha abaixo
escreva a pontuação de sua avaliação. Além disso, preencha nos balões da figura abaixo
quais são os postos de trabalho que você tem atendido que poderá utilizar esse instrumento.
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Vamos ao nosso próximo questionário!


Mas antes, queremos que você leio e vá imaginando em quais condições da sua prática
clínica esse questionário se aplicará.

CHECKLIST REFERENTE A CONDIÇÕES DE TRABALHO QUE INCLUEM EXIGÊNCIAS


ERGONÔMICAS DOS MEMBROS SUPERIORES.

37
(Araújo; Antônio, 2014)
Por meio dele, você acompanhará as orientações técnicas quanto a caracterização de força de
alta intensidade, boa postura ao mover carga, esforço estático a serem considerados na
avaliação e outros que esse arquivo fornece. Esse questionário é interpretado por meio das
exigências do posto de trabalho, que consistem no somatório das pontuações das questões 1 a
10.

(Araújo; Antonio, 2014)

Após esta explicação, nas linhas abaixo nos conte o que você poderá implementar a
sua avaliação utilizando esse questionário:
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______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Se liga na informação
Fatores relacionados a satisfação com o trabalho e o desempenho no mesmo influenciam
tanto na qualidade de vida (QV), como na qualidade de vida no trabalho (QVT). Ambas
estão estreitamente relacionadas, sendo que a QVT está inserida, na QV Relacionada com
a Saúde (QVRS). E é por esse motivo, que a elaboração de instrumentos que mensuram a
qualidade de vida e qualidade de vida no trabalho têm ganhado importância, com vista em
obter um instrumento capaz de avaliar a percepção dos trabalhadores em relação a
diversos aspectos relacionados aos ambientes nos quais estão inseridos. A QVT e QVRS,
são embasadas na QV propriamente dita. Além de tudo, a relação entre a QV e saúde,
proporcionou a sociedade a criação de um instrumento para medição da QV chamado
World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-100), pela OMS. O WHOQOL-100
serviu de embasamento para futuros instrumentos de mensuração da Qualidade de Vida
no Trabalho, entre eles o QWLQ-78 desenvolvido por Reis Junior (2008).
(NETO, 2016).

QWLQ-78 QUALITY OF WORKING LIFE QUESTIONNAIRE - QUESTIONÁRIO DE


QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

O QWLQ-78 é um questionário de avaliação da qualidade de vidas no trabalho. Para utilizá-lo é


necessário entender que baseado nos indicadores que exercem influência sobre a qualidade de
vida foram criados quatro domínios pertencentes a esse questionário, são eles: físico/saúde,
psicológico, pessoal e profissional. Esses domínios foram criados para que houvesse uma
organização adequada entre os indicadores, além de serem baseados no instrumento
WHOQOL-100(NETO, 2016; REIS JUNIOR, 2008).
Além de tudo, para facilitar sua vida, foi baseado no QWLQ-78 que foi criada a versão
abreviada, o QWLQ-bref (Quality of Working Life Questionnaire (Questionário de Qualidade de
Vida no Trabalho – versão abreviada). Esta versão é similar ao QWLQ-78, visto que dispõe de
quarto questões do domínio físico/saúde, três do domínio psicológico, quatro do domínio
pessoal e nove do domínio profissional (NETO, 2016). Essas vinte questões estão sendo
apresentadas no quadro abaixo:
38
Se liga na informação
Qualidade de vida no trabalho é um conjunto de ações
desenvolvidas pelas empresas na implantação de melhorias
gerenciais, estruturais e tecnológicas, na busca da satisfação e
do bem-estar físico, psicológico, social e profissional dos
colaboradores. Esta pode ser avaliada por meio do QWLQ-78.
(NETO, 2016; REIS JUNIOR, 2008).

As questões selecionadas deverão ser respondidas baseando-se nas suas duas últimas
semanas. Onde será circulado o número que melhor corresponde a sua realidade, pensando
apenas nas últimas duas semanas, conforme orientações abaixo:

39
QUESTIONÁRIO BIPOLAR – AVALIAÇÃO DE FADIGA

Esse questionário visa avaliar o nível de fadiga dividindo-se em três momentos, sendo o
primeiro quando o colaborador inicia a jornada, o segundo na hora em que ele está saindo
para o almoço e o terceiro no final da jornada (BRANCO, 2019). No entanto, esse questionário
não se aplicar as seguintes condições:
1 - Funcionário com menos de 2 meses na função a qual está executando;
2 - Colaboradores que estão com quadro clínico de LER/DORT/lombalgia e/ou queixando-se
de dor;
3 - Colaboradores que retornaram de férias com menos de 3 semanas.
E para colaboradores que trabalham em esquema de rodízio (entre diferentes funções) para
que seja possível aplicar esse questionário de modo fidedigno é necessário que ele permaneça
na função a ser estudada por 3 dias consecutivos, sem rodizio entre eles, sendo o instrumento
aplicado no terceiro dia. Antes da intervenção, será explicado ao colaborador que no final do
terceiro dia o mesmo retomará as condições normais de rodizio em seu trabalho (BRANCO,
2019).
As orientações no quadro abaixo, serão dadas aos colaboradores para que possam responder
o questionário de forma mais adequada, se possível deixe-as acessíveis para auxiliar durante
o processo. Dê assistência a eles na hora de preencherem. Tire dúvidas!

- Se ele estiver se sentindo da forma que está à esquerda, marque 1;


- Se ele estiver se sentindo totalmente à direita, marque 7;
- Se for mais ou menos, marque 4;
- Mais para o lado da caracterização à esquerda, 3 ou 2;
- Mais para o lado da caracterização à direita, marcar 5 ou 6.

(BRANCO, 2019)

Não permita que o colaborador veja o resultado da avaliação anterior entre os três questionários.
Além disso, conforme você pode ver, quanto mais para a direita, maior é a fadiga (BRANCO,
2019). Vale, salientar que se o colaborador cumprir hora extra no dia da aplicação do
questionário, você fisioterapeuta deverá aplicar o último questionário da sequência (o terceiro) no
final da hora extra(BRANCO, 2019).
Na próxima página estão as imagens dos questionários que você utilizará. Caso queira ter
acesso ao questionário para aplica-lo, clique aqui AVALIAÇÃO DE FADIGA.

40
Questionário 1: Inicio da Jornada

(VECCHI; SANTIAGO, 2013)

41
Questionário 2: No meio da Jornada

(VECCHI; SANTIAGO, 2013)

42
Questionário 3: Ao final da Jornada

(VECCHI; SANTIAGO, 2013)

43
Agora vamos aos critérios de interpretação desse questionário (BRANCO, 2019). Você
fisioterapeuta irá interpretar como:
- Fadiga acumulada – quando o primeiro questionário pontuar item 4, ou acima, nos seguintes
aspectos: dor nos músculos do pescoço, ombros, dor nos braços e quando ficar caracterizada
a continuidade das queixas ao longo da jornada; a marcação de item 4 ou superior ao início
da jornada nos itens cansado e produtividade comprometida depende de uma avaliação
melhor quanto às causas (BRANCO, 2019);
- Nível de fadiga – tomar como base o questionário do final da jornada;
- Ausência de fadiga: até 3 em cada um dos itens;
- Moderada – 4 ou 5 em algum dos itens (sendo que a pontuação inicial era menor que 3);
- Intensa – 6 ou 7 em algum dos itens;
- Há que se tomar alguns cuidados na interpretação do questionário quando o nível inicial
marcado em relação àquele item era de 3 ou 4. Nesse caso, tem se que interpretar se houve
um aumento da pontuação ao longo da jornada (BRANCO, 2019).

Agora você poderá aplicar seu questionário de forma simples e rápida. Espero que tenhamos
ajudado.

Chegamos ao fim da seção questionários e gostaríamos que nos descrevesse no quadro abaixo
o que achou de tudo isso.

44
Anotações gerais

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Anotações gerais

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CONCLUSÃO

Foi muito bom interagir com você. E, por isso, queremos


agradecer a sua continuidade a leitura. Esperamos que
esse conteúdo, fundamentado em questionários já
publicados anteriormente, tenha aplicabilidade na sua
prática clínica, durante avaliações das condições
ergonômicas do posto de trabalho e das adaptações as
características psicofisiológicas dos trabalhadores.

47
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dessa forma, os conhecimentos, as orientações e as técnicas aqui


apresentadas tem como propósito simplificar o mundo maravilhoso da
ergonomia. As concepções pedagógicas que foram aplicadas
baseiam-se em conhecimentos científicos, além de serem aliados com a
evolução tecnológica, e procuram dinamizar fatores da ergonomia a ponto de
auxiliar todos os fisioterapeutas apaixonados pela área.

48
REFERÊNCIAS

BARBOSA, R. C. T; MARSAL, A.S. Fisioterapia do trabalho: atuação do fisioterapeuta como


ergonomista. Visão Universitária. v.1, n.1, p.15-28,2016.
NETO, W. V. Segurança do trabalho na construção civil: avaliação da qvt por intermédio do
qwlq-bref. p. 32, 2016.
VECCHI, M. R.; SANTIAGO, R. A. Estudo para o risco ergonômico do trabalho de
fisioterapeutas do hospital universitário da universidade federal de juiz de fora. P. 58, 2013.
LOJA GOOGLE PLAY. Disponivel em: < https://play.google.com >. Acessado às 20:00H,
13/01/2019.
INTERNATIONAL ERGONOMIC ASSOCIATION. Disponível em:
<https://www.iea.cc/whats/index.html>. Acessado às 21:00H, 13/01/2019.
5 APLICATIVOS PARA CELULAR QUE AUMENTAM A PRODUTIVIDADE. Disponível em:
<http://ergocorp.com.br/noticias/5-aplicativos-para-celular-que-aumentam-a-produtividade-
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MINISTÉRIO DO TRABALHO. Norma Regulamentadora Nº 17 – Ergonomia. Brasília/DF,
2015. Disponível em: <http://www.trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-
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JUSTIÇA FEDERAL. Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Orientações ergonômicas.
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SENADO FEDERAL. Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional. Orientações
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ROTHSTEIN, J.R. et al., Impacto de uma metodologia interativa de ergonomia de
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ABNT - Ergonomia da interação humano-sistema - Parte 171. Disponível em:
<http://www.abnt.org.br/noticias/6107-ergonomia-da-interacao-humano-sistema-parte-171>.
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<https://www.acgih.org/>. Acesso em: 25 mar. 2019.
CDC - The National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH). Disponível em:
<https://www.cdc.gov/niosh/index.htm>. Acesso em: 25 mar. 2019.
BRANCO, J. C. Questionário bipolar avaliação de fadiga- questionário do início da jornada
de trabalho - pdf. Disponível em: <https://docplayer.com.br/5054550-Questionario-bipolar-
avaliacao-de-fadiga-questionario-do-inicio-da-jornada-de-trabalho.html>. Acesso em: 8 jan.
2019.
CARMO, V. O uso de questionários em trabalhos científicos. 2013.
49
REFERÊNCIAS

CHAER, G.; DINIZ, R. R. P. A técnica do questionário na pesquisa educacional. v. 7, n. 7, p.


16, 2011.
COUTO, H.; SANÁBIO, D. E. Check-list para avaliação das condições ergonômicas em
postos de trabalho e ambientes informatizados. p. 6, Versão 2014.
NETO, W. V. Segurança do trabalho na construção civil: avaliação da qvt por intermédio do
qwlq-bref. p. 32, 2016.
NR 17 - NORMA REGULAMENTADORA 17. Disponível em:
<http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr17.htm>. Acesso em: 5 jan. 2019.
REIS JUNIOR, D. R. D. Qualidade de vida no trabalho: construção e validação do
questionário qwlq-78 - pdf. Disponível em: <https://docplayer.com.br/25399130-Qualidade-de-
vida-no-trabalho-construcao-e-validacao-do-questionario-qwlq-78.html>. Acesso em: 8 jan.
2019.
STRABELI, G. I.; NEVES, É. P. (Pdf) Ferramentas, métodos e protocolos de análise
ergonômica do trabalho. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/300580015_FERRAMENTAS_METODOS_E_PRO
TOCOLOS_DE_ANALISE_ERGONOMICA_DO_TRABALHO>. Acesso em: 13 jan. 2019.
VECCHI, M. R.; SANTIAGO, R. A. Estudo para o risco ergonômico do trabalho de
fisioterapeutas do hospital universitário da universidade federal de juiz de fora. p. 58, 2013.

Espaço reservado para texto

50

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