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Ergonomia

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O QUE É ERGONOMIA?

A Ergonomia busca promover as melhores condições de trabalho ao


trabalhador.

De acordo com a Ergonomics Research Society (1949), “Ergonomia é o


estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e
ambiente e, particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia,
fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse
relacionamento”.

Já para Wisner (1987), “Ergonomia é o conjunto dos conhecimentos


científicos relacionados ao homem e necessários à concepção de
instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o
máximo de conforto, segurança e eficiência”.

As mudanças tecnológicas e as novas técnicas de gestão dos negócios


têm causado várias alterações nos métodos e processos de produção. Para
acompanhar estas mudanças, é necessário proporcionar aos
funcionários/colaboradores condições adequadas para que estes possam
exercer suas tarefas e atividades com conforto e segurança. Desta forma, é
necessário projetar o posto de trabalho e, organizar o sistema de produção
com concepção ergonômica.
Tendo em vista o processo de desenvolvimento pelo qual passa os
setores industriais e de serviços em nosso país com o processo de automação
e informatização, a adequação ergonômica dos postos de trabalho e do
sistema de produção são necessidades imediatas.
Com o processo de globalização que estamos vivenciando, a empresa para
sobreviver precisa tornar-se competitiva, portanto é necessário que ela
modernize seus recursos técnicos (máquinas, equipamentos, ferramentas
métodos e processos de produção), qualifique e capacite seus recursos
humanos (funcionários / colaboradores) e proporcione boas condições de
trabalho aos mesmos.
A produtividade e a qualidade do produto ou do serviço estão
diretamente ligadas ao posto de trabalho e ao sistema produtivo, e estes,
deverão estar ergonomicamente adequados aos funcionários / colaboradores,
para que estes possam realizar suas tarefas com conforto, eficiência e eficácia,
sem causar danos à saúde física, psicológica e cognitiva.
Tendo como premissas que os profissionais da Segurança e Medicina do
Trabalho são os responsáveis pela gestão da qualidade de vida dos
funcionários/colaboradores de uma empresa, portanto, devem interagir e
integrar com os profissionais da gestão da produção e da gestão
administrativa, para juntos vencerem os desafios do presente e planejar o
futuro das organizações.
O futuro das organizações dependerá cada vez mais da criatividade e da
participatividade dos funcionários/colaboradores na solução dos problemas e,
isto só será possível, se o ambiente de trabalho estiver ergonomicamente
adequado.

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O que temos observado na maioria das empresas brasileiras,


especialmente as empresas do setor industrial, é um total descaso para com as
condições de trabalho e, consequentemente, com a qualidade de vida dos
funcionários / colaboradores.
Somente em algumas empresas multinacionais ou transnacionais como
estão sendo denominadas atualmente e, em algumas grandes empresas
nacionais, a Ergonomia esta sendo utilizada como ferramenta para melhorar a
eficiência e eficácia dos funcionários / colaboradores nos postos de trabalho.
Vale salientar que a questão ergonômica em uma empresa não se
restringe a realizar a Análise Ergonômica para atender a NR-17 de Ergonomia
do Ministério do Trabalho, como muitos profissionais da área de Segurança e
Medicina do Trabalho acreditam e conhecem e, muito menos, restrita a
prevenção das LER/DORT.
A percepção restritiva e obtusa em relação ao caráter multidisciplinar da
Ergonomia pode ter contribuído (ou ainda estar contribuindo ) para que muitos
profissionais de Segurança e Medicina do Trabalho tenham ficado relegados
em segundo plano em suas empresas, para as quais, os SESMETS não
passam de centros de despesas e custos, portanto, não recebem investimentos
e inovações.
Os profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho necessitam
conhecer melhor a ciência Ergonomia, e utilizar os recursos da Tecnologia
Ergonômica em suas empresas, não só para proporcionar melhores condições
de trabalho, mas também, contribuir para melhoria contínua dos novos
métodos de gestão da produção e da gestão administrativa.
A Ergonomia deve estar presente nas mais diversas áreas da empresa,
que deverá estar interagindo e se integrando na Gestão da Qualidade, pois a
busca da Qualidade Total passa necessariamente pela Qualidade de Vida no
Trabalho.

Historicamente o projeto do posto de trabalho surgiu antes da


Ergonomia, ou seja, surgiu com o trabalho, e este, como sabemos, é tão antigo
quanto a humanidade.
A Ergonomia como ciência teve suas origens em estudos e pesquisas na
área da Fisiologia do Trabalho, mais especificamente na fadiga e no consumo
energético provocado pelo trabalho. Estes estudos tiveram como objetivo
diagnosticar os problemas que causavam a fadiga no trabalho e,
consequentemente, procurar soluções que pudessem eliminar e / ou minimizar
a fadiga no trabalho. Na Inglaterra, durante a I Guerra Mundial ( 1914 à 1917),
fisiologistas e psicólogos foram chamados para colaborar no setor industrial,
como recurso para aumentar a produção de armamentos com a criação da
Comissão de Saúde dos Trabalhadores na Indústria de Munições, em 1915.
Com o fim da guerra, esta comissão foi transformada no Instituto de Pesquisa
da Fadiga Industrial, que, por sua vez, realizou diversas pesquisas sobre o
problema da fadiga na indústria.
Em 1929, com a reformulação do Instituto de Pesquisa da Fadiga
Industrial, que se passou a chamar Instituto de Pesquisa Sobre Saúde no
Trabalho, o campo de atuação e abrangência das pesquisas em Ergonomia foi
ampliado. Nele foram realizadas pesquisas sobre posturas no trabalho e suas
consequências, carga manual e esforço físico, seleção e treinamento de
trabalhadores, bem como, foram analisados as consequências das condições

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ambientais (iluminação, ventilação e etc.) na saúde e no desempenho do


indivíduo no trabalho, delineando deste então a necessidade de agregação de
conhecimentos interdisciplinares ao estudo do trabalho.
Na II Guerra Mundial (1939 à 1945), com a utilização de equipamentos e
instrumentos bélicos, de concepção complexa e de alta tecnologia, exigia dos
operadores habilidades acima de suas capacidades e em condições ambientais
desfavoráveis e tensas no campo de batalha. Em função do elevado número
de problemas encontrados decorrentes da inadequação ergonômica nos
projetos de design dos equipamentos, instrumentos, painéis e consoles de
operação, os esforços foram redobrados para adequar estes produtos as
necessidades operacionais, a capacidade e limitações dos usuários (pilotos,
controladores e operadores), objetivando a melhoria no desempenho, redução
da fadiga e dos acidentes. Nasciam ai as primeiras aplicações práticas da
ergonomia na concepção de projetos de design de produtos e postos de
trabalho. O projeto de design do posto de trabalho torna-se ergonômico na
medida em que os conhecimentos científicos relativos ao homem são utilizados
na concepção do projeto de design, com vistas a reduzir a fadiga física, facilitar
a operação dos equipamentos e instrumentos, proporcionar segurança,
eficiência e eficácia.
Nos dias atuais o que estamos percebendo é que as maiorias dos
problemas ergonômicos estão exatamente onde sempre estiveram, ou seja, no
projeto das máquinas, dos equipamentos, das ferramentas, do mobiliário e do
posto de trabalho e, evidentemente, agravados pelas inadequações relativas a
organização do trabalho.
Desta forma, se não houver a adaptação ergonômica do projeto do posto
de trabalho os problemas ergonômicos continuarão a existir. Estes problemas
podem ser minimizados com ações paliativos (ginástica laborativa, pausas
durante a jornada de trabalho, redução da jornada de trabalho, rotatividade de
tarefas e etc.), mas, jamais eliminados em sua totalidade, pois com estas
ações, não se combate à causa, e sim o efeito. Por este motivo, é que se
devem aplicar os conhecimentos ergonômicos na concepção do projeto dos
postos de trabalho, das máquinas, das ferramentas, do mobiliário e, até mesmo
no planejamento da organização do trabalho.

Definições de Ergonomia

No sentido etimológico do termo:

Ergonomia significa estudo das leis do trabalho.

Murrel – 1949 – época que iniciou a concepção sobre a Ergonomia:

É conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessário para


os engenheiros conceberem ferramentas, máquinas e conjuntos de trabalhos
que possam ser utilizados com máximo conforto, segurança e eficiência.

Singleton - 1972

É a tecnologia do projeto de trabalho.

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Laville – 1977

É o conjunto de conhecimentos relativos ao comportamento do homem em


atividade, a fim de aplicá-los á concepção das tarefas, dos instrumentos,
das máquinas e dos sistemas de produção.

Aurélio

Estudo científico dos problemas relativo ao trabalho humano e que devem ser
levados em conta na projeção de máquinas e equipamentos e ambiente de
trabalho.

Conceito da Research Society (U.K.) - Sociedade Nacional de Ergonomia

É o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento


e ambiente e, particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia,
fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse
relacionamento.

Conceito da International Ergonomics Association (IEA):

É o estudo científico da relação entre o homem e seus meios, métodos e


espaços de trabalho. Seu objetivo é elaborar, mediante a contribuição de
diversas disciplinas científicas que a compõem, um corpo de conhecimentos
que, dentro de uma perspectiva de aplicação, deve resultar em uma melhor
adaptação ao homem dos meios tecnológicos e dos ambientes de trabalho e
de vida”.

Conceito da Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO):

“A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho às características


fisiológicas e psicológicas do ser humano”.

Definição da OIT

É a aplicação das ciências biológicas humanas e o ajustamento mútuo ideal


entre o homem e seu trabalho, cujos resultados se medem em termos de
eficiência humana e bem estar no trabalho. É um conjunto de ciências e
tecnologias que procura o ajuste confortável e produtivo entre o ser humano e
o seu trabalho.

O Projeto Ergonômico do Posto de Trabalho

Posto de Trabalho: é definido como a menor unidade produtiva em um


sistema de produção. O posto de trabalho envolve o homem, seu local de
trabalho, e toda ajuda material que o indivíduo necessita para realizar suas
tarefas, abrangendo: máquinas, ferramentas, equipamentos, mobiliário,
softwares, sistemas de proteção e segurança, EPIs e o próprio sistema de
produção. O projeto do posto de trabalho tem basicamente dois enfoques

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historicamente conhecidos; o enfoque taylorista e o enfoque ergonômico


tradicional e, com o advento da automação, informatização e dos novos
sistemas de gestão dos negócios, estamos conceituando neste artigo o
enfoque ergonômico global. A seguir apresentamos a definição e a
abrangência dos enfoques ergonômicos dos postos de trabalho:

 Enfoque Taylorista: é baseado no estudo dos movimentos corporais


para realizar uma tarefa e no tempo gasto em cada um desses
movimentos. O melhor método de trabalho é escolhido pelo menor
tempo consumido na realização das tarefas. O enfoque taylorista não
leva em consideração as características físicas e psicológicas dos
usuários / operadores, muito menos, as necessidades individuais dos
mesmos.

 Enfoque Ergonômico Tradicional: é baseado no princípio da redução


das exigências biomecânicas no intuito de minimizar a fadiga física, ou
seja, leva em consideração os limites e capacidades do indivíduo do
ponto de vista da biomecânica ocupacional e, as características
antropométricas dos usuários / operadores. No enfoque ergonômico
tradicional, o posto de trabalho é considerado um prolongamento do
corpo humano, visto que este trata apenas dos fatores físicos do posto
de trabalho. O enfoque ergonômico tradicional é aplicado na concepção
e/ou adaptação de postos de trabalhos tradicionais.

 Enfoque Ergonômico Global: segue os mesmos princípios do enfoque


ergonômico tradicional, abrangendo ainda os aspectos psicológicos e
cognitivos do indivíduo, bem como, os sistemas de produção (incluindo
os hardwares e softwares).

No enfoque ergonômico global, o posto de trabalho é considerado um


prolongamento do corpo e da mente humana, pois trata além dos fatores
físicos do posto de trabalho, os aspectos cognitivos ( na interface homem x
máquina e processo de produção ), bem como, as relações pessoais e
motivacionais no ambiente de trabalho. O enfoque ergonômico global é
aplicado na concepção e / ou adaptação de postos de trabalho e/ou ambientes
de trabalho informatizados e automatizados em ambientes industriais e
administrativos.

Objetivos do Projeto Ergonômico:

Qualquer que seja a abrangência e enfoque do projeto ergonômico do


posto de trabalho, estes devem atingir os seguintes objetivos:

 Adequar o posto de trabalho aos limites e capacidades do indivíduo


(física, psicológica e cognitivamente).
 Aperfeiçoar as condições de trabalho para conquistar eficácia, eficiência,
produtividade e qualidade.
 Proporcionar condições para desenvolvimento da criatividade e
participatividade dos funcionários/colaboradores.
 Evitar o erro humano, prevenir acidentes e doenças ocupacionais;

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 Proporcionar conforto, segurança, qualidade de vida, bem-estar e


satisfação no trabalho.

As empresas que tem como meta tornarem-se competitivas para


sobreviver no mercado globalizado, devem se utilizar da Ergonomia como
estratégia para aperfeiçoar as condições de trabalho e diminuir as influências
nocivas à saúde física e mental dos funcionários / colaboradores, e também,
proporcionar meios para que estes possam ser criativos e participativos em
suas organizações.
Os profissionais de Segurança e Medicina do Trabalho, devem se
preparar para os problemas do presente e se capacitar para os desafios do
futuro, onde a Ergonomia será sua principal ferramenta para integração e
interação com os setores produtivos e administrativos de suas organizações.
O projeto ergonômico do posto de trabalho (tradicional ou global) será
uma necessidade do ponto de vista social pois leva em consideração a saúde
física, psicológica e cognitiva do indivíduo), portanto de interesse dos governos;
e do ponto de vista econômico (pois terá meios de produzir mais e com melhor
qualidade), o que é de interesse da empresa e dos empresários.
Com a futura ISO 18.000 que trata de Saúde e Segurança, que em
breve estará aportando em nosso país, exigirão das empresas um amplo
programa de melhorias de condições de trabalho e de qualidade de vida no
trabalho, e a Ergonomia, mais uma vez, será utilizada para suprir esta nova
demanda, onde o projeto ergonômico do posto de trabalho será o foco central
da questão. Desta forma, a tecnologia ergonômica e o projeto ergonômico do
posto de trabalho, deverá proporcionar uma contribuição importante aos
governos e as empresas para harmonizar a relação entre o capital e trabalho, e
também, será um item de vital importância para a melhoria da qualidade e da
competitividade das empresas no mundo globalizado.

Quando o trabalho tiver de ser executado de pé, os empregados


deverão ter à sua disposição assentos para serem utilizados nas pausas que o
serviço permitir.

Considerações da Administração Científica de Taylor

• Enfoque mecanicista - A organização é comparada com uma máquina,


que segue um projeto pré-definido. Recebe críticas dos estudiosos em
administração. A partir desta visão, cada funcionário é visto como uma
engrenagem na empresa, desrespeitando sua condição de ser humano.

• Homo economicus - O salário é importante, mas não é fundamental


para a satisfação dos funcionários. O Reconhecimento do trabalho, incentivos
morais e a auto- realização são aspectos importantes que a Administração
Científica desconsidera.

• Abordagem fechada - A Administração Científica não faz referência ao


ambiente da empresa. A organização é vista de forma fechada, desvinculada
de seu mercado, negligenciando as influências que recebem e impõe ao que a
cerca.

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• Superespecialização do funcionário - Com a divisão de tarefas, a


qualificação do funcionário passa a ser supérflua. Dessa forma, o funcionário
executa tarefas repetidas, monótonas e gera uma desarticulação do
funcionário no processo como um todo.

• Exploração dos empregados - A Administração Científica faz uso da


exploração dos funcionários em prol de seus interesses particulares, uma
vez que o estímulo à alienação dos funcionários, falta de consideração do
aspecto humano e deficiência das condições sociais da época.

Seguidores de Taylor

• Henry Ford - Henry Ford é visto como um dos responsáveis pelo grande
salto qualitativo no desenvolvimento organizacional atual. Ciente da
importância do consumo em massa, lançou alguns princípios para agilizar a
produção, reduzir os custos e o tempo de produção.

• Integração vertical e horizontal - Produção integrada, da matéria-prima


ao produto final acabado (Integração vertical) e instalação de uma rede de
distribuição imensa (Integração horizontal).

• Padronização - Instaurando a linha de montagem e a padronização do


equipamento utilizado, obtinha-se agilidade e redução nos custos. Em
contrapartida, prejudicava a flexibilização do produto.

• Economicidade - Redução dos estoques e agilização da produção.

Reação dos trabalhadores

Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram para


lutar por melhores condições de trabalho. Os empregados das fábricas
formaram as trade unions (espécie de sindicatos) com o objetivo de melhorar
as condições de trabalho dos empregados. Houve também movimentos mais
violentos como, por exemplo, o ludismo. Também conhecidos como
"quebradores de máquinas", os ludistas invadiam fábricas e destruíam seus
equipamentos numa forma de protesto e revolta com relação à vida dos
empregados. O cartismo foi mais brando na forma de atuação, pois optou pela
via política, conquistando diversos direitos políticos para os trabalhadores.
Nessa mesma época surgiram estudos encabeçados pôr Frank e Lilian Gilbreth
e Morris Cooke, os primeiros preocupados com os estudos dos movimentos de
mão e corpo para a otimização dos esforços, eliminando-se movimentos inúteis
e projetando o uso de ferramentas e equipamentos mais adequados para os
trabalhadores, e Cooke adaptando os princípios da administração científica em
organizações nas não industriais.
Quase cem anos mais tarde, em 1949, um engenheiro inglês chamado
Murrel criou na Inglaterra a primeira sociedade nacional de ergonomia, a
“Ergonomic Research Society”. Nesta época que iniciou a concepção sobre
Ergonomia. Posteriormente, a ergonomia desenvolveu-se em numerosos
países industrializados, como a França, Estados Unidos, Alemanha, Japão e
países escandinavos.

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LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS (LER)

O conceito básico é que LER é uma terminologia guarda-chuva, que


engloba várias alterações das partes moles do sistema musculoesquelético
devido a uma sobrecarga que vai se acumulando com o passar do tempo.
Sem tempo para descansar adequadamente e se recuperar, os tendões,
articulações e músculos vão sofrendo alterações, e começam a ter dificuldades
para obedecer “ordens” do sistema nervoso central, seja pela dor ou pela
lentidão, por exemplo. Quando essas situações de “abuso” acontecem no
trabalho, temos as diversas alterações que expressam o sofrimento das
estruturas do sistema musculoesquelético, que se enquadram nas Lesões por
Esforços Repetitivos. São alterações que variam, desde dores musculares
(mialgia) e inflamações de tendões e sinóvias (tenossinovites) até alterações
graves do sistema modulador da dor.

O TERMO DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO


TRABALHO (DORT) É SINÔNIMO DE LER?

Quem utilizou pela primeira vez o termo DORT no Brasil foi a


Previdência Social, na sua ordem de serviço OS 606, de 5 de agosto de 1998.
Essa ordem de serviço trata da Norma Técnica sobre Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho e é uma atualização da Norma
Técnica sobre Lesões por Esforços Repetitivos, de 1993. Contém duas partes.
Na primeira parte, adotou a terminologia DORT, tradução de Work-Related
Musculoskeletal Disorders (WRMD) e definiu critérios para diagnóstico. Na
segunda parte, definiu os critérios de incapacidade e de concessão de
benefícios previdenciários.
Se considerarmos apenas a primeira parte da ordem de serviço,
podemos afirmar que os conceitos lá expressos nos levam à conclusão de que
DORT é sinônimo de LER. O que mudou foram os critérios de concessão de
benefícios por parte da Previdência Social. E mais ainda do que as mudanças
na Norma Técnica em questão, o que mudou realmente, foi o comportamento
dos peritos do INSS.

DOENÇAS QUE PODEM SER ENQUADRADAS COMO LER OU DORT

Depende do ponto de vista. O Ministério da Saúde publicou, através da


Portaria MS nº 1339/GM, de 18 de novembro de 1999, uma lista de doenças
relacionadas ao trabalho e há várias que podem ser enquadradas como
LER/DORT. Entre elas, citamos tendinite de flexores e extensores dos dedos,
bursite de ombro, tenossinovite de DeQuervain, tenossinovite do braquio-radial,
síndrome do túnel do carpo, tendinite de supraespinhoso, tendinite de biciptal,
epicondilite.
A Previdência Social considera entre as LER/DORT várias doenças,
listadas tanto na Ordem de Serviço 606/98 (Norma Técnica de LER/DORT) e
mais recentemente no Decreto 3048, de 6 de maio de 1999. Em tese, ambas
as listas são bastante amplas.

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NR 17 - Ergonomia

“17.1. Esta Norma Regulamentadora visa estabelecer parâmetros que


permitam a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente.”

17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.

17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora:


17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso
da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o
levantamento e a deposição da carga.

17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada


de maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte
manual de cargas.

17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a


dezoito anos e maior de quatorze anos.

17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas,
por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou
sua segurança.

17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de


cargas, que não as leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias
quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar
sua saúde e prevenir acidentes.

17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas deverão


ser usados meios técnicos apropriados.

17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o


transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser
nitidamente inferior àquele admitido para os homens, para não comprometer a
sua saúde ou a sua segurança.

17.2.6. O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de


vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico
deverão ser executados de forma que o esforço físico realizado pelo
trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a
sua saúde ou a sua segurança.

17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equipamento


mecânico de ação manual deverá ser executado de forma que o esforço físico
realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não
comprometa a sua saúde ou a sua segurança.

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17.4. Equipamentos dos postos de trabalho.

17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem


estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à
natureza do trabalho a ser executado.

17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação,


datilografia ou mecanografia deve:

a) Ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser


ajustado proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando
movimentação frequente do pescoço e fadiga visual;
b) Ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo
vedada a utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que
provoque ofuscamento.

17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com


terminais de vídeo devem observar o seguinte:

a) Condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do


equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e
proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador;
b) O teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao
trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas;
c) A tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de
maneira que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento
sejam aproximadamente iguais;
d) Serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.

17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com


terminais de vídeo forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas as
exigências previstas no subitem 17.4.3, observada a natureza das tarefas
executadas e levando-se em conta a análise ergonômica do trabalho.

17.6. Organização do trabalho.

17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características


psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em


consideração, no mínimo:

a) As normas de produção;
b) O modo operatório;
c) A exigência de tempo;
d) A determinação do conteúdo de tempo;
e) O ritmo de trabalho;
f) O conteúdo das tarefas.

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17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do


pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da
análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte:

a) Todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de


remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em
consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores;
b) Devem ser incluídas pausas para descanso;
c) Quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual
ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir
um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior
ao afastamento.

17.6.4. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o


disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte:

a) O empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos


trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no
número individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado,
para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie;
b) O número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve
ser superior a 8.000 por hora trabalhada, sendo considerado toque real,
para efeito desta NR, cada movimento de pressão sobre o teclado;
c) O tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o
limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de tempo
restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades,
observado o disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho,
desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual;
d) Nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa
de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da
jornada normal de trabalho;
e) Quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual
ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção em relação ao
número de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo
estabelecido na alínea "b" e ser ampliada progressivamente.

RISCO ERGONÔMICO

São aqueles relacionados com fatores fisiológicos e psicológicos


inerentes à execução das atividades profissionais. Estes fatores podem
produzir alterações no organismo e estado emocional dos trabalhadores,
comprometendo a sua saúde, segurança e produtividade.

 Movimentos repetitivos,
 Levantamento e transporte manual de pesos,
 Movimentos viciosos,
 Trabalho de pé,
 Esforço físico intenso,
 Postura inadequada,

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 Controle rígido de produtividade,


 Desconforto acústico,
 Desconforto térmico,
 Mobiliário inadequado,
 Etc.

Riscos ergonômicos são os fatores que podem afetar a integridade física


ou mental do trabalhador, proporcionando-lhe desconforto ou doença. Os
riscos ergonômicos podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos e
provocar sérios danos à saúde do trabalhador porque produzem alterações no
organismo e estado emocional, comprometendo sua produtividade, saúde e
segurança, tais como:

 LER/DORT,
 Cansaço físico,
 Dores musculares,
 Hipertensão arterial,
 Alteração do sono,
 Diabetes,
 Doenças nervosas,
 Taquicardia,
 Doenças do aparelho digestivo (gastrite e úlcera),
 Tensão,
 Ansiedade,
 Problemas de coluna, etc.

Para evitar que estes riscos comprometam as atividades e a saúde do


trabalhador, é necessário um ajuste entre as condições de trabalho e o homem
sob os aspectos de praticidade, conforto físico e psíquico por meio de: melhoria
no processo de trabalho, melhores condições no local de trabalho,
modernização de máquinas e equipamentos, melhoria no relacionamento entre
as pessoas, alteração no ritmo de trabalho, ferramentas adequadas, postura
adequada, etc.

POSTURA CORRETA

Dentre os distúrbios dolorosos que afetam a humanidade, a dor lombar


(lombalgia, dor nas costas ou dor na coluna) é a grande causadora de
morbidade e incapacidade para o trabalho, só perdendo para a cefaleia ou dor
de cabeça; e afeta mais os homens do que as mulheres.
Aos 30 anos de idade, inicia-se um processo de dessecação progressiva
dos discos da coluna vertebral, que sofrem maior risco de rompimento e
arrancamento, por perda de elasticidade e resistência. Hérnia de disco e "bico
de papagaio" são doenças comuns da coluna lesada. A postura no desenrolar
de tarefas pesadas é a principal causa de problemas de coluna, mais
precisamente na hora de levantar, transportar e depositar cargas, ocasião em
que os trabalhadores mantêm as pernas retas e "dobram" a coluna vertebral.
Pode ocorrer também outro movimento perigoso, o giro do tronco, quando a
carga for pega ou depositada mais para o lado e não necessariamente à sua

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frente. Quanto maior o peso da carga, maior será a pressão sobre cada
vértebra e cada disco. Quanto mais distante do corpo, maior será a pressão.
Cargas que representam o equivalente a apenas 10% do peso do corpo, já
causam problema à coluna. A postura correta do indivíduo ao trabalhar com o
computador doméstico (posição da coluna, das pernas, a altura dos olhos,
etc.). Quando as pernas e os pés não estão bem apoiados, por exemplo,
podem ocorrer câimbras após certo tempo de operação. O encosto da poltrona,
também deve ser curvo e ajustar-se às costas, sempre que possível. Quanto à
posição de trabalho em pé ou sentado, diz a Norma número 17 do Ministério do
Trabalho - MTE que: "sempre que o trabalho puder ser executado na posição
sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta
posição”. O trabalho em pé favorece a incidência do alargamento das veias
das pernas (varizes) e causa edemas dos tecidos dos pés e das pernas.

LIMITES HUMANOS

Via de regra, devemos estar atentos aos limites humanos quando se


está executando qualquer trabalho, em especial aqueles que exigem mais
esforço do que o normal. Esses limites podem ser classificados em três áreas:

Físico;
Fisiológico;
Mental e emocional.

Limites Físicos

Os limites físicos são aqueles ditados pelas características do indivíduo:


sexo, altura, peso e biotipo. Caso uma dada tarefa exija que você ultrapasse
esses limites, então, você precisa de ajuda. Essa ajuda pode ser uma escada,
uma chave de fenda, uma carreta ou algo que aumente a sua capacidade física
de realizar o trabalho. Não se angustie desnecessariamente e nem exceda os
seus limites. No capítulo sobre tratores damos outros exemplos desses limites.

Limites Fisiológicos

Os limites fisiológicos são aqueles que se relacionam a: tônus muscular,


aptidão física, descanso, efeitos de drogas, boa saúde e nutrição. Esses limites
podem variar de dia para dia e de estação do ano para estação. Assim, a
doença, a fadiga e a fome, por exemplo, que afetam os nossos limites durante
uma rotina de trabalho. Devemos dar atenção aos sinais de aviso emitidos
pelo próprio corpo e que podem, geralmente, preveni-lo da ultrapassagem dos
seus limites fisiológicos.

Limites Mentais e Emocionais

Os limites mentais e emocionais são de predição mais difícil e, em


geral, variam de dia para dia, dependendo do nível de estresse mental do
indivíduo. Se uma pessoa tem a capacidade de entender uma tarefa, captar a
informação e tomar decisões acertadas deve também ser capaz de executar

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Ergonomia

um bom trabalho com segurança. Considerando os aspectos


mentais/emocionais, o trabalho mais seguro será aquele que permita ao
trabalhador executá-lo de modo feliz, satisfeito e bem ajustado.
O estresse laboral, com sequelas nocivas para o indivíduo, age sob a
forma de moléstia, falta de saúde com alterações cardíacas e respiratórias,
gastrite, úlcera, transtorno do sono, náuseas e com isso há desgaste do
rendimento ou da qualidade de trabalho.

 Prevenção da fadiga no trabalho

Identificando e corrigindo os fatores de sobrecarga.

 Prevenção do erro humano

Não há um profissional específico para lidar com os problemas e


soluções no campo da ergonomia. Esse trabalho deve ser desenvolvido por
uma equipe multi e interprofissional na abordagem dos problemas e das
soluções ergonômicas no trabalho. Equipe multiprofissional composta por
pessoas que se complementam, tais como:

 Médico do trabalho,
 Engenheiro de segurança do trabalho,
 Técnico de segurança,
 Projetista,
 Desenhista industrial,
 Terapeuta ocupacional,
 Fisioterapeuta,
 Gerente,
 Supervisor,
 Trabalhadores de produção etc.

Ginástica Laboral

Realizada no local de trabalho, a ginástica laboral é uma prática dirigida


e assistida de exercícios físicos diários de curta duração e dinâmicas de
integração a partir do estudo de ergonomia em seu ambiente profissional. O
objetivo principal é alcançar o equilíbrio entre corpo e mente, relaxando a parte
física e renovando o espírito e vontade de cada pessoa.
Com a ginástica laboral você estará garantindo benefícios tanto para
seus colaboradores, como para sua própria empresa!
Além de diminuir a carga de estresse por interromper o trabalho, a
ginástica laboral ainda evita o sedentarismo. Esta prática pode melhorar muito
o desempenho de um funcionário, além de evitar lesões por esforço repetitivo
(LER) e outras doenças provocadas pelo trabalho contínuo e a falta de
exercícios físicos. Por conta destes benefícios, ela ajuda a diminuir o
afastamento dos funcionários da empresa.
A ginástica é composta por exercícios físicos, alongamentos,
relaxamento muscular e flexibilidade das articulações, e é uma prática coletiva,
promovendo a descontração e interação entre os colegas de trabalho. Além

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Ergonomia

disso, ela age psicologicamente, ajudando a aumentar o poder de


concentração e motivando-os em sua autoestima.

Benefícios para os trabalhadores

 Aumento do ânimo, disposição e concentração para executar suas


atividades diárias;
 Aumento do ânimo, disposição e concentração para executar suas
atividades diárias;
 Correção de vícios posturais;
 Estimulo a boas práticas de saúde e a uma vida mais ativa;
 Maior integração no ambiente de trabalho;
 Melhora a flexibilidade e mobilidade articular.

Benefícios para a empresa

 Diminui os índices de acidentes de trabalho e absenteísmo;


 Estimula o trabalho em equipe;
 Melhora na produtividade;
 Preveni a fadiga muscular e lesões ocupacionais.

A Ginástica Laboral vem conquistando cada vez mais adeptos. Esse


sucesso pode ser medido através de pesquisas realizadas junto às empresas.
Confira algumas conclusões:

 85% disseram se sentir mais dispostos após a ginástica laboral;


 75% disseram melhorar a integração da equipe de trabalho;
 89% disseram melhorar as dores nas costas, cabeça e nos ombros.

A ergonomia caracteriza-se por reunir diversos campos do conhecimento


humano; portanto, diferentes profissionais atuarão nas empresas, buscando a
adequação do ambiente de trabalho:

 Médico de trabalho: ajuda na identificação dos locais que provocam


acidentes ou doenças ocupacionais, e realiza acompanhamento de
saúde;

 Psicólogo: envolvido no recrutamento, seleção e treinamento de


pessoal; auxilia na implantação de novos métodos de trabalho;

 Engenheiro: contribui nos aspectos técnicos e tecnológicos,


modificando máquinas, ambientes e processo;

 Desenhista industrial: auxilia na concepção e adaptação de


máquinas, equipamentos, ferramentas, postos de trabalho e sistemas
de comunicação;

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Ergonomia

 Enfermeiro do trabalho: contribui nas recuperações de


trabalhadores acidentados, e na prevenção de doenças
ocupacionais;

 Engenheiro/Técnico de Segurança: ajuda na identificação e


correção de condições insalubres e perigosas;

 Programador de produção: contribui para criar um fluxo de trabalho


mais uniforme, evitando fadiga e sobrecarga;

 Administrador: ajuda a estabelecer planos de cargos e salários


mais justos, para motivar os trabalhadores;

 Comprador: auxilia na aquisição de máquinas e materiais mais


seguros e menos tóxicos;

Fatores considerados para projeto de um sistema de trabalho.

 Trabalhador: levam-se em conta as características físicas, fisiológicas,


sociais e psicológicas, a influência da idade, treinamento e motivação;

 Máquinas: são todas as ajudas materiais que o homem utiliza no seu


trabalho, englobando os equipamentos, ferramentas, mobiliários e
instalações;

 Ambiente: todas as características do ambiente físico que envolve o


trabalhador durante a realização de sua atividade, como temperatura,
ruídos, vibração, iluminação, presença de poeiras, gases, radiação;

 Informação: formas de comunicação existentes entre os elementos de


um sistema, a transmissão de informações, alimentação e tomada de
decisão;

 Organização: conjunto dos fatores anteriores no sistema produtivo,


envolvendo processos e pessoas, e a administração dos mesmos, além
da cultura da empresa;

 Consequências do trabalho: questões de controle como tarefas de


inspeção, estudos de erros e acidentes, gasto energético, fadiga e
estresse.

Aplicações

Intervenção ergonômica

 -Trabalho fisicamente pesado;

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Ergonomia

 Trabalho em ambientes de altas/baixas temperaturas, barulhento e


iluminação inadequada;
 Biomecânicas: postura, cadeiras, uso da coluna, uso dos membros
inferiores e superiores, e Organização ergonômica dos postos de
trabalho – uso do computador;
 Prevenção da fadiga;

Prejuízos para as organizações pela falta da ergonomia

 Absenteísmo e perda de produtividade;


 Gastos com afastados;
 Indenização pelo dano físico;
 Contingente de trabalhador com restrição;
 Deterioração nas relações humanas;
 A pressão do fenômeno LER e DORT sobre a empresa;

Soluções ergonômicas

 Eliminação do movimento/postura críticos;


 Pequenas melhorias;
 Projetos ergonômicos;
 Revezamento;
 Melhoria de método;
 Melhoria da organização do sistema de trabalho;
 Preparação para o trabalho (exercício de aquecimento,
distencionamento e ginástica compensatória);
 Orientação ao trabalhador e cobrar de atitudes corretas;
 Seleção mínima;
 Pausas de recuperação;
 Ingerir líquido (água, soro);

Os 05 pré-requisitos para a boa solução ergonômica

 Biomecânico;
 Epidemiológico;
 Fisiológico;
 Psicofísico;
 Produtividade;

Motivos do alto investimento em Ergonomia na atualidade

 Porque é o certo de se fazer;


 Quando o custo de não se fizer supera o custo de se fazer;
 Quando a empresa está muito pressionada;
 Retorno do investimento;
 Conforto físico e mental = Eficiência

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Ergonomia

Os investimentos em Ergonomia proporciona harmonia entre o homem e


o seu trabalho

A ergonomia é uma ciência que busca uma integração harmoniosa entre


o homem e o seu trabalho, propiciando benefícios como conforto físico e
mental. Decorrente desta harmonia obtém-se prevenção de patologias
ocupacionais e aumento da produtividade. Portanto, o principal objetivo da
Ergonomia é que o funcionário trabalhe com Segurança e Conforto para que
tenha uma melhor eficiência. “Ganham: o homem e a empresa.”

Os pilares para a eficiência do processo de ergonomia

 Apoio da alta gerência;


 Participação dos trabalhadores;
 Treinamento de ergonomia para todas as chefias e empregados;
 Eficácia do serviço médico;
 Estruturação administrativa para acompanhar os problemas e
preventivas (comitê de ergonomia);
 Acompanhamento dos resultados e melhoria contínua.

Meta final do processo de ergonomia

Conseguir reduções significativas das lesões e doenças relacionadas ao


trabalho através da aplicação de princípios ergonômicos corretos.

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