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UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR

LORENA APARECIDA LINO DOS SANTOS

ERGONOMIA NO AMBIENTE DE TRABALHO

LONDRINA
2022
LORENA APARECIDA LINO DOS SANTOS

ERGONOMIA NO AMBIENTE DE TRABALHO

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado


ao Curso de Engenharia da Produção da
Instituição Pitagoras Unopar.

Orientador: Sthefan Piccinini

LONDRINA
2022
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ERGONOMIA NO AMBIENTE DE TRABALHO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Universidade Norte do Paraná, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Engenharia da Produção.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a).

Prof(a).

Londrina, 09 de 10 de 2022.
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Descrição do tema

O presente trabalho, refere se á Ergonomia no ambiente de trabalho, tendo


como objetivo analisar as causas dos problemas provocados por questões
relacionados a ergonomia. De modo que para uma boa qualidade de vida no trabalho
(QVT), as empresas, devem seguir algumas boas práticas de prevenção, levando em
consideração que a falta dessas condutas pode gerar alguns transtornos tanto para o
empregador quanto para o colaborador.

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO

Descrever os problemas ergonômicos causados no ambiente de trabalho, e


por meio deste tem – se como proposito apresentar como a ergonomia se atenta em
oferecer as melhores condições nos postos de trabalho, aos trabalhadores adequando
os processos organizacionais e os espaços físicos.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS

 Interação homem – maquina


 Procedimentos de coleta de dados dentro dos postos de trabalho
 Ergonomia e qualidade de vida
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5 METODOLOGIA

Para a realização do presente trabalho, foi e está sendo realizada uma Pesquisa
Bibliográfica, tendo como base de estudo artigos publicados, além de dissertações,
livros, sites, e banco de dados, se tratando de uma pesquisa qualitativa e descritiva,
não sendo usado qualquer outro tipo de método de pesquisa.
De modo, que acerca deste tema Ergonomia no Ambiente de Trabalho
utilizamos citações de autores como Ilda Itiro, Villa Rouco, Nigel Slack, Idalberto
Chiavenatto, Ana Cristina Limongi França dentre outros autores que foram citados até
aqui, que dissertaram sobre o tema de Ergonomia.
Além de que sobre o assunto em questão vale frisar que o problema inicial deste
é, como podemos evitar acidentes e as principais doenças ocupacionais causadas
dentro de um posto de trabalho, de maneira que ao decorrer da revisão bibliográfica
que foi realizada e decorrerá ao longo de todo trabalho, cabendo destacar os autores
que falam sobre o tema, e como doenças ocupacionais do tipo ergonômicas podem ser
evitadas, por meio da realização de métodos de QVT “Qualidade de Vida no Trabalho”.
O estudo do presente tema terá caráter essencialmente qualitativo, com ênfase
na observação e estudo documental de revisão de literatura já escritas sobre o tema,
por meio de levantamentos e cruzamento de materiais de pesquisa para que este seja
realizado da forma mais concisa, sempre com intuito de destacar o que é mais
essencial e relevante sobre a Ergonomia.
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3 JUSTIFICATIVA

O objeto de pesquisa apresentado neste, trata-se da Ergonomia no ambiente de


trabalho, a qual possui grande fator de relevância e anseios para diminuir os riscos á
saúde humana proporcionando sempre o bem-estar e o conforto dos indivíduos, tendo
em consideração a motivação e o desempenho dos funcionários alcançando sempre os
objetivos organizacionais.
Através do presente trabalho tem como foco ressaltar a importância da
ergonomia nos postos de trabalho, afim de diminuir as patologias provocadas pela má
postura, por exemplo, que podem provocar deficiência motora ou incapacidade física
no colaborador, desta forma se faz de absoluta importância no ambiente de trabalho
seguir à NR 17, afim de evitar doenças ocupacionais por má postura como já foi citado!
Levando em consideração os objetivos que abordam a saúde dos trabalhadores
e as doenças ocupacionais causadas nas execuções de tarefas a serem realizadas,
contendo-se em analise as críticas e os argumentos previstos pelos funcionários para
advindas supostas melhorias no ambiente de trabalho.
A crescente capacidade produtiva no desenvolvimento de aplicações e
segurança estabelecida de maneira sucinta pela empresa, tende-se a se preocupar
com os aspectos fisiológicos e ergonômicos que interagem aos postos de trabalho
limitando as condições física, psicológica e cognitiva dos colaboradores.
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INTRODUÇÃO

A ergonomia no ambiente de trabalho tem suas principais relações entre o ser


humano e as maquinas, onde podemos investigar as áreas e as aplicações de serviço
dentro de um ramo de atividade a serem executadas por colaboradores que procuram
a maneira adequada para evitar as, mas condições que possam afetar a saúde nas
atividades complexas e repetitivas.
Para tornar se um posto eficiente com a ciência ergonômica e as orientações
adequadas para a produção de acordo com a NR17 (Norma Regulamentadora de
ergonomia) que consiste na segurança e o bem-estar dos trabalhadores, para evitar
doenças ocupacionais causadas durante o período de trabalho, deve sempre conter
algumas pausas para que o indivíduo possa relaxar os músculos do corpo e mente.
Com a intervenção ergonômica é necessário se adequar nas interfaces ligadas
nos diagnósticos psicológicos, físicos e cognitivos no ambiente de trabalho, desta
maneira buscando reduzir problemas gerados devido à falta de ergonomia e impactos
econômicos, provocados à partir dos problemas de acidentes de trabalho, que podem
vir a ocorrer. Sendo assim no meio para poder aprender a lidar e agir de maneiras
concretas e seguras para não haver riscos, acidentes e posturas inadequadas durante
o período que exerce suas atividades laborais.
O investimento em melhorias no ambiente de trabalho e nos instrumentos é
essencial para ter uma boa qualidade de vida e bem-estar, afim de minimizar as
doenças ocupacionais, valendo ressaltar que dessa forma também causaria a redução
nos gastos financeiros dos postos de trabalho, levando em consideração que muitas
dessas, podem vim acarretar em indenizações.
Neste sentido, é possível chegar à conclusão que para que haja (QVT)
Qualidade de Vida no Trabalho, é preciso que haja uma fiscalização adequada se as
medidas ergonômicas estão sendo aplicadas de acordo com a NR 17, dentro das
atividades laborais exercidas pelo trabalhador, sendo muito necessária nas empresas,
assim como já citado anteriormente.
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2 INTERFACE HOMEM-MÁQUINA

Há algum tempo, o homem era comparado como um complemento da complexa


produção. O homem adaptava-se a máquina ou a função, sem levar em conta os
fatores fisiológicos, características individuais, o meio ambiente e várias condições
inadequadas de trabalho. (SILVA,2005)
Já para a inglesa Ergonomics Research Society, Ergonomia é o estudo do
relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente,
particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia, na
solução dos problemas surgidos desses relacionamentos. (BARROS, 1996)
Na busca de tornar o binômio homem-máquina em um sistema
produtivo eficiente, os estudos ergonômicos podem ser divididos
em dois campos distintos. A partir desta afirmação, podem-se
identificar como os campos de atuação da ergonomia, a
ergonomia de produto ou concepção e a ergonomia de processo
ou de produção. (BARROS, 1996)
Qualquer processo industrial dependera para seu acionamento, de um sistema
integrado homem-máquina, que deverá funcionar harmoniosamente. (Verdussem 1978,
p. 4)
De acordo Verdussem (1978, p. 4), este sistema é uma sucessão de
informações que estimulam os sentidos, levando a decisões que resultam em ações
que, por sua vez, determinam novos estímulos, numa contínua alimentação.
Figura 1. Tempos Modernos Charlie Chapilin (relação homem-máquina)

Fonte: Extraido do Filme Tempos Modernos de Charlie Chapilin (1936)


Em Tempos Modernos Charles Chaplin satiriza a linha de
produção do sistema fordista. Um clássico do tema do trabalho, o filme
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se passa no período imediatamente posterior a depressão econômica
de 1929, decorrente da quebra da Bolsa de Nova Iorque, quando o
desemprego atingiu em cheio a sociedade norte-americana. Nele a
“modernidade” figurada na sociedade industrial, urbana, na linha de
montagem e especialização do trabalho, é alvo da crítica. No filme o
operário, ao conseguir emprego numa grande indústria, transforma-se
em líder grevista, e é perseguido por suas ideias “subversivas”. O filme
trata também das desigualdades entre a vida dos pobres e das
camadas mais abastadas. (RUY, 2018)
Escobar (2020), sintetiza que; na segunda metade do século XVII, a Europa
passou por uma série de mudanças que transformaram completamente a estrutura da
sociedade. Esse período ficou conhecido como Revolução Industrial que, iniciada na
Inglaterra, foi responsável por consolidar o sistema capitalista, pondo fim à
preponderância do capital mercantil sobre o industrial.
Quadro 1. Quadro comparativo, referente o começo da relação Homem-Máquina

Fonte: Ruy (2020)


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Em um contexto histórico as revoluções industrias ocorreram devido a
necessidade de adaptação das organizações a demanda crescente de seu período,
visando assim um aumento de produtividade industrial. (RODRIGUES et al. 2020)
Sendo assim a Indústria 4.0 pode ser definida como uma recente
revolução industrial que vem surgindo globalmente e carrega uma
nova geração de indústria. É uma digitalização avançada do setor
manufatureiro conhecida, também, como 'Smart Factory' ou
'CyberPhysical Systems' (CPS). Que realiza a integração de
processos físicos e computacionais. (GLAS; KLEEMANN, 2016)
Segundo Pereira, et al. (2017) O conceito Industry 4.0 pode ser visto como uma
abordagem fundamentalmente nova que reunirá os mundos físico e digital.
A Indústria 4.0 está focada na criação de produtos, processos e
procedimentos inteligentes. Em operários inteligentes, máquinas e
recursos se comunicam facilmente. A essência da visão da
Indústria 4.0 reside na Internet das coisas e na Internet dos
serviços, o que significa a conectividade onipresente de pessoas,
coisas e máquinas. Produtos, equipamentos de transporte e
ferramentas "cooperam" para criar melhor cada etapa da
produção a seguir. Assim, leva à conectividade do mundo virtual e
a objetos físicos no mundo real. (KAGERMANN et al. 2013)
Trata-se de “um conceito de indústria proposto recentemente e que engloba as
principais inovações tecnológicas dos campos de automação, controle e tecnologia da
informação, aplicadas aos processos de manufatura”. (SILVEIRA, 2016).
O objetivo de uma indústria “4.0” é explorar o potencial resultante do uso
extensivo da Internet, a integração de processos técnicos e processos de negócio, o
mapeamento digital e a virtualização do mundo real, e a oportunidade de criar produtos
inteligentes. (VDE, 2013)
Neste cenário Romano et al. (2016) disserta sobre os robôs industriais foram
desenvolvidos para executar tarefas repetitivas que exigem força ou precisão, as
primeiras gerações destas máquinas apresentam programação fixa e executam
somente o que foi previamente definido e qualquer alteração no processo resulta em
paradas para reprogramação.
De acordo com Garcia (2016) a robótica autônoma inspira uma nova geração de
robôs capazes de sentir o ambiente em sua volta e operar por longas horas sem a
supervisão direta de humanos.
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Figura 2. Interação Industria 4.0 (homem-máquina)

Fonte: Oliveira (2019)


Estes equipamentos poderão aprender novas funções e se auto programarem o
que permitirá o seu uso em processos de produção flexível (GARCIA, 2016).
A evolução dos sistemas autônomos trará benefícios para a INDÚSTRIA 4.0.
Pois contribuirá para diminuição dos custos relacionados a mão de obra e possibilitará
uma fabricação mais flexível, com produtos customizados e em lotes sob medida.
(BARROS, 2016).

3. PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS DENTRO DOS POSTOS DE


TRABALHO

A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é a melhor maneira de se conhecer um


ambiente de trabalho, com a finalidade de propor mudanças e alterações que causarão
mudanças positivas nas condições de trabalho dos colaboradores. (FERREIRA; RIGHI,
2009)
Menezes e Santos (2014), citam que a AET é responsável pela geração de um
diagnóstico claro que ajudara a orientar e conduzir as modificações necessárias à
melhoria das condições ergonômicas do trabalho, focadas nos riscos identificados.
Segundo Dengo (2020), a Coleta de Dados é algo fundamental em uma Análise
Ergonômica, já que ela reúne as informações necessárias para computar nas análises
e chegar ao diagnóstico ergonômico final. Qual o risco ergonômico, qual a severidade
desse risco? Essas perguntas só podem ser respondidas pois você iniciou sua Análise
Ergonômica realizando uma coleta de dados eficaz. Ainda de acordo com Dengo
(2020), A entrevista com o colaborador é a primeira etapa da coleta, o início de tudo.
Na própria entrevista o ergonomista já consegue coletar dados importantes. As
medições também fazem parte da coleta de dados: medir mesa, cadeira, a distância
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que o colaborador pega uma carga, que levanta essa carga, a altura, o layout, se existe
espaço suficiente para a carga ser manuseada e para o trabalhador transitar.
O método AET está dividido em cinco etapas: análise da demanda; análise da
tarefa em um posto de trabalho; análise da atividade; diagnóstico; e recomendações.
(GUÉRIN et al., 2001)
Figura 3. Esquema da metodologia ergônomica (AET)

Fonte: Adaptado de Santos e Fialho (1995).


O autor afirma que a análise da demanda deve ser o ponto de partida da AET, por que
é a partir dela que se torna possível identificar os possíveis e prováveis problemas
existentes no ambiente de trabalho analisado. (GUÉRIN et al., 2001)
As condições de trabalho foram analisadas, quando se procurou levantar as
condições técnicas, ambientais e organizacionais do posto de trabalho em questão.
Nesse sendo, fez-se uso de documentos da empresa, observações e entrevistas com
os trabalhadores, medições do layout, ferramentas e equipamentos. (Dutra et al. 2017)
A análise das atividades trata-se do que de fato é realizado pelos trabalhadores,
relacionando-os a forma como os postos de trabalho são utilizados. É de essencial
importância realizar a análise das atividades para compreender as ações dos
trabalhadores e atingir os objetivos definidos ou redefinidos de acordo com o real.
(ABRAHÃO et al, 2009)
Nesta etapa estabeleceu-se um diagnóstico das principais patologias
ergonômicas existentes na situação de trabalho analisada, que devem merecer uma
transformação. Por fi m, na 5ª etapa, a metodologia busca a elaboração das
recomendações ergonômicas, as quais visam eliminar ou reduzir as inadequações
ergonômicas identificadas no posto de trabalho. (Dutra et al. 2017)
O diagnóstico é a etapa que procura utilizar as informações
adquiridas pelas observações do posto de trabalho e pela
aplicação de ferramentas ergonômicas para realizar um
diagnóstico sobre as condições de trabalho quais o operador está
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sujeito. Finalmente, as recomendações ergonômicas são feitas a
partir do diagnóstico realizado, são sugeridas recomendações que
possibilitem uma melhoria do posto de trabalho, adaptando-as às
características do operador, com o objetivo de aumentar a sua
segurança, bem-estar e desempenho. (Cardoso 2017)
De acordo com Falzon (2007), a ação ergonômica no posto de trabalho visará
eliminar os efeitos indesejáveis afetando o operador ou a tarefa. Para tanto, o
ergonomista pode buscar transformar as condições internas do agente e melhorar as
condições externas da tarefa, tornando-a mais flexível e aumentando os recursos do
ambiente, etc...
Análise Ergonômica do Trabalho, é o meio de aperfeiçoar os
processos produtivos, ao alcançar índices positivos de qualidade
e de produtividade dos produtos e/ou serviços prestados pelas
empresas, bem como a melhoria das condições de trabalho para
assegurar a saúde e a segurança dos trabalhadores, ou seja,
para a Ergonomia, os esforços, ao analisar as condições de
trabalho e as mobilizações do trabalhador para produzir, são de
atender aos critérios de saúde, segurança, qualidade e
produtividade, a patir da aplicação da metodologia na direção de
melhorar o ambiente de trabalho. (Dutra et al. 2017)
Cardoso (2017), cita que é de fundamental importância realizar uma intervenção
ergonômica numa organização quando se há fatores que põe em risco a integridade
física do trabalhador. Para que esta seja executada, é necessário a elaboração de um
planejamento, cujo a melhor forma de realiza-lo seja por meio de uma Analise
Ergonômica do Trabalho (AET).

4. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Segundo Chiavenato (2004), qualidade de vida no trabalho se apresenta como


uma preocupação do homem deu-se inicio da sua existência, com objetivo de facilitar
ou trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador na execução de suas tarefas. “O
conceito de qualidade de vida engloba vários aspectos como físicos, ambientas e
psicológicos do local de trabalho”.
A qualidade de vida no trabalho é um conjunto de ações adotadas na empresa
para proporcionar a melhoria no ambiente organizacional, como a definição de
procedimentos da tarefa e o cuidado com o ambiente físico. (França, 2014)
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Ainda de acordo com França (2014), dessa forma, é necessário investir em
qualidade de vida no trabalho para proporcionar bem-estar para os funcionários,
porque as pessoas precisam estar motivadas para que sejam produtivas e
desenvolvam um trabalho de qualidade, mas para isso precisam se sentir valorizadas e
satisfeitas com o trabalho que executam.
Para um melhor desenvolvimento das organizações, é preciso que os gestores
se preocupem com as condições de trabalho que oferecem aos seus funcionários,
visando proporcionar fatores que contribuam positivamente nas condições e qualidade
de vida dos trabalhadores (BORTOLOZO; SANTANA, 2011).
Gomes et al. (2009) apontam para a importância de se avaliar a percepção tanto
de trabalhadores quanto de gestores, quanto às práticas adotadas pela empresa, uma
vez que a análise de apenas uma das partes pode levar a uma interpretação
equivocada, devido à existência de viés na percepção de cada parte.
Não são apenas as condições físicas de trabalho que importam. É
preciso algo mais. As condições sociais e psicológicas também
fazem parte do ambiente de trabalho. Pesquisas recentes
demonstram que, para alcançar qualidade e produtividade, as
organizações precisam ser dotadas de pessoas participantes e
motivadas nos trabalhos que executam e recompensadas
adequadamente por sua contribuição. Assim a competitividade
organizacional passa obrigatoriamente pela qualidade de vida no
trabalho. (CHIAVENATO, 2004, p.349).

É necessário investir em qualidade de vida no trabalho para proporcionar bem-


estar para os funcionários, porque as pessoas precisam estar motivadas para que
sejam produtivas e desenvolvam um trabalho de qualidade, mas para isso precisam se
sentir valorizadas e satisfeitas com o trabalho que executam. (FRANÇA, 2014)
As empresas devem procurar investir mais na qualidade de vida no trabalho de
forma preventiva e não apenas corretiva. (MOLLER, 2002)
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Tabela 1. Ranking de qualidade de vida

Fonte: Abrantes (2012)


Os fatores citados podem ter contribuído para dados de uma pesquisa publicada
pela Revista Exame, em que o Brasil está em segundo lugar no ranking entre países
em que a qualidade de vida no trabalho mais cresceu em dois anos. (ABRANTES,
2012)
De acordo com Abrantes (2012), qualidade de vida no trabalho é uma forma de
alcançar uma vida satisfatória, que é um anseio de grande parte da humanidade. Um
programa de qualidade de vida requer tempo e dedicação e deve ter acompanhamento
e direcionamento para que os programas tragam resultados positivos.
Os programas de QVT têm como objetivo criar uma
organização mais humanizada, mediante maior grau de
responsabilidade e de autonomia no trabalho, recebimento mais
constante de feedback sobre o desempenho, maior variedade e
adequação de tarefas e ênfase no desenvolvimento pessoal do
indivíduo. Nesse sentido, esses programas constituem uma das
mais eficazes formas de obtenção do comprometimento das
pessoas para os programas de qualidade total, já que favorecem
o envolvimento dos empregados nas decisões que influenciam
suas áreas de trabalho. (GIL, 2001, p. 276)
Westley (1979) afirma, ainda, que tais problemas devem ser interpretados como
categorias gerais que prejudicam a QVT, de modo que esforços concretos de
humanização no trabalho cotidiano devem ser empreendidos em sua direção.
16

Figura 4. Qualidade de vida no trabalho QVT

Fonte: Nunes (2020)


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), verificar as condições de
Higiene e Segurança no ambiente de trabalho consiste "num estado de bem-estar
físico, mental e social e não somente a ausência de acidentes e enfermidades”.
Hoje, ainda são poucas as empresas que adotam um novo
comportamento no que se refere à saúde dos trabalhadores, mas
estas poucas, não estão pensando só na produtividade, mas sim
num todo do trabalhador, sendo que para isso os empregadores
investem uma pequena parte de seus lucros em práticas para
melhorar o estado físico, psíquico, e social dos colaboradores (...)
(CARDOSO, 2012, p.06).
Qualidade de vida no trabalho (QVT) é o conjunto de ações de uma empresa
que envolve a implantação de melhorias e inovações gerenciais e tecnológicas no
ambiente de trabalho. (FRANCO, 2003, p. 42)
Vários fatores tentam explicar as razões para este elevado
índice de ocorrências de acidentes de trabalho, sendo as
principais: as falhas dos projetos, dos equipamentos, das
ferramentas e deficiências na manutenção dos diversos
elementos que envolvem os postos de trabalho, além disso, as
características psicossociais do homem em relação aos acidentes
também colaboram para este aumento visto que, ao tomarem
atitudes negativas os trabalhadores negligenciam os cuidados
que deveriam tomar. (Dela Coleta, 1999)
De acordo com Nascimento (2002, p. 48), no que se refere a segurança do
trabalho está se propõe a combater, também a partir de um ponto de vista não médico,
17
os acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras do ambiente quer
educando os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas a exemplo dos
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) ou os Equipamentos de Proteção Coletiva
(EPC).
Para Werther e Davis (1983), os esforços para melhorar a QVT devem estar
voltados em tornar os cargos mais produtivos e mais satisfatórios. Os projetos de
cargos devem levar em conta os aspectos relacionados aos fatores ambientais,
organizacionais e comportamentais, encontrando a justa medida de respeito pelas
limitações e exploração do potencial dos trabalhadores.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS

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