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Ergonomia - Área de atuação


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Contextualização Científica

Parte do entendimento quanto à relevância do tema, deriva da necessidade de o profissional de segurança, em espe-
cial engenheiro de segurança do trabalho, conhecer os conceitos e contextos para que todo o estudo desta matéria não
passe despercebido, visto que não podemos ignorar os diversos fatores que incidem sobre o trabalhador. A base teórica do
conhecimento é de grande valia para sua eficaz aplicação na prática.  Vamos falar de ergonomia: O termo Ergonomia deriva
do grego (érgon: Trabalho; nomos: leis ou regras), resumidamente definida como “As leis que regem o trabalho”, especifica-
mente, sendo estudo das regras e normas do trabalho, para efeito de atendimento as necessidades do ser humano. 
Segundo Marques et al. (2010), a ergonomia tem evoluído de forma significativa e, atualmente, pode ser considerada
como um estudo científico interdisciplinar do ser humano e da sua relação com o ambiente de trabalho. Ela contribui no pro-
jeto e modificação dos ambientes de trabalho maximizando a produção, enquanto aponta as melhores condições de saúde e
bem-estar para os que atuam nesses ambientes.
     

Sistema Homem-Máquina

Nesta etapa gosto de comentar a respeito do filme: Tempos Modernos, em que Charlie Chaplin, faz uma grande sátira
ao contexto da revolução industrial e as relações homem máquina. O filme evidencia que o patrão com atitudes autocráticas,
detemina que acelerem ainda mais a produção de bens, porém sem levar em consideração os limites do ser humano, tempo
de descanso e o stress ocasionado. Esses fatores combinados, levarao como resultado o acidente, a perda de tempo e
perda material. O filme é um retrato do século XX, porém não tão distante assim. Conseguimos enxergar esta lamentável re-
alidade nas indústrias de hoje do século XXI, que expõem colaboradores a condições adversas. Seja por falta de visão em-
presarial, correm riscos de sujeição a reclamações trabalhistas devido a inobservância da lei em vigor no país.
A Ergonomia ou engenharia humana permite o foco do projeto com caráter de sistema, ao contrário do entendimento
habitual do desenho de máquinas, que considerava os fatores humanos como complementares. Usando-se esse critério de
sistema, foi explorado um modelo de produção homem-máquina, para verificar se tal sistema era sensível a variações de ca-
ráter ergonômico. Foi necessário a realização de estudos que comprovasse todos fatores de perda de qualidade e produtivi-
dade motivados pelas falhas de projeto.
Tenho um bom exemplo real desta relação de importância homem-máquina. Certa vez durante visita para reconheci-
mento de riscos ambientais em lojas de uma rede de sapatarias me deparei com um almoxarifado com pé direito de aproxi-
madamente 1,70 m, o que impossibilitava a circulação de pessoas na posição ereta, obrigando os trabalhadores à adoção
de postura inadequada. Quando informado ao gerente da loja que esta condição era por natureza incorreta; o mesmo deu
retorno de que era impossível corrigir, visto que a estrutura física da loja não permitia mudanças em seu lay-out construtivo.
Ao receber esta devolutiva como especialista de segurança, sugeri ao mesmo a contratação de anões (pessoas que sofrem
de nanismo), esta orientação foi involuntária e sem ironia, mas sem qualquer tipo de regulamento técnico, foi baseada ape-
nas no entendimento de adaptação da relação de homem ambiente de trabalho. Surpreendentemente após 12 meses, retor-
nei ao local para reavaliação do posto de trabalho e me deparei com pessoas anãs trabalhando no estoque da loja. Destaco
a importância do dia a dia do especialista em segurança, a necessidade de saber lidar com grandes desafios e surpreenden-
tes soluções.
 
Sugestão: assista o filme Tempos Modernos (dir. Charles Chaplin, 1936).  Gera grandes e belas reflexões sobre a relação do
trabalhador com seu ambiente de trabalho.
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Tipos de Ergonomia    
Para uma ordenação desse campo empregamos uma classificação destes conteúdos, sugerida pela International
Ergonomics Association (IEA): ergonomia física, cognitiva e organizacional. Para simplificar essa divisão subdividiremos a
ergonomia física em ergonomia do posto e ergonomia ambiental, formando assim nossa divisão de conteúdos.
 

Ergonomia física

Por ergonomia física entenderemos o foco da ergonomia sobre os aspectos físicos de uma situação de trabalho. E eles são
inegavelmente reais: trabalhar engaja o corpo do trabalhador exigindo-os de várias formas ao longo da jornada de trabalho.
A ergonomia física busca adequar estas exigências aos limites e capacidades do corpo, através do projeto de interfaces ade-
quadas para o relacionamento físico homem-máquina : as interfaces de informação (displays) as interfaces de acionamentos
(controles). Para tanto são necessários diversos conhecimentos sobre o corpo e o ambiente físico onde a atividade se
desenvolve.

 
Ergonomia cognitiva

A cognição trata da ergonomia dos aspectos mentais da atividade de trabalho de pessoas e indivíduos, homens e mulheres.
O olhar do ergonomista não se contenta em apontar características humanas pertinentes aos projetos de postos de trabalho
ou de se limitar a entender a atividade humana nos processos de trabalho de uma ótica puramente física. Nesse movimento
de idéias apreende-se - o que os filósofos gregos já discutiam - a importância dos atos de pensamento do trabalhador na
consecução de suas tarefas. E com isso, apreendemos que os trabalhadores não são apenas simples executantes, são ca-
pazes de detectar sinais e indícios importantes, são operadores competentes e são organizados entre si para trabalhar. E
que, nesse contexto, podem até cometer erros.

A ergonomia cognitiva tem como foco a mobilização operatória das capacidades mentais do ser humano em situação
de trabalho. Este campo da ergonomia tem como programa mínimo:  Inovações nos equipamentos, sobretudo que no que
tange à usabilidade das interfaces entre o operador e os equipamentos; Confiabilidade humana na condução de processos,
prevenindo as conseqüências dos erros humanos no controle de sistemas complexos e perigosos;  Otimização na operação
de equipamentos informatizados e seus softwares, prevenindo seu funcionamento inadequado ou bloqueios; A construção
da formação de novos empregados na implantação de novas tecnologias e/ou novos sistemas organizacionais;
Estabelecimento e manutenção de sistemas seguros, confiáveis e eficientes de comunicação e de cooperação. 
A ergonomia cognitiva se subdivide em dois campos: a cognição individual e a cognição coletiva ou social. No campo
da cognição individual se reúnem os vários estudos sobre o raciocínio e tomada de decisão que têm serventia na elaboração
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de procedimentos e normas operacionais. Muitos desses estudos se voltam para a formação profissional, sobretudo nos pro-
cessos de qualificação e requalificação tão necessários num mundo em sobressalto pela constante introdução de novas
tecnologias. 
 
Ergonomia organizacional 
 
Este tipo de análise ergonomica trata da otimização dos sistemas sociotécnicos que incluem pessoas como partes inte-
grantes do sistema e suas estruturas organizacionais, de processos e políticas. Os tópicos mais relevantes nesse modelo de
ergonomia são as relacionais ou seja: comunicações, o trabalho realizado em grupo, os projetos participativos, o trabalho co-
operativo, a organização em infra-estrutura de rede, a cultura organizacional, a organização sistemica de linha temporal do
trabalho e a gestão de segurança e da qualidade. Refere-se a questões de ambiente de trabalho e organização do trabalho,
funcionalidade, objetivos comuns e participação integrada de todos envolvidos. 
 
 

Referências Bibliográficas
Meireles, Gustavo Suriani de C. Masculo, Francisco S. (2008) Titulo: Ergonomia e segurança do trabalho; Disponível em: 
http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/10107/material/Cap 06 - Ergonomia e Segurança do
Trabalho.pdf; acesso em: 26 de agosto de 2020
 
Franceschi, Alessandro de Ergonomia / Alessandro de Franceschi. – Santa Maria : Universidade Federal de Santa Maria,
Colégio Técnico Industrial de Santa Maria ; Rede e-Tec Brasil, 2013. Titulo: Ergonomia; Disponível em:
https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/413/2018/11/12_ergonomia.pdf ; acesso em: 26 de agosto de 2020
 
Batalha, Priscila R., Mejia, Dayana, Priscila M.; Titulo: A importância da antropometria para a ergonomia; Disponível em:
https://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/182/79-A_importYncia_da_antropometria_para_a_ergonomia.pdf; acesso em:
26 de agosto de 2020.
 
Ureta, Lucio H. H; Titulo: Analise Ergonômica de um sistema homem Máquina, Disponível em:
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/abpa/article/viewFile/17151/15940, acesso em: 27 de agosto de 2020
 
Vidal, Mario C. Título: Introdução à ergonomia. Disponível em: 
http://www.ergonomia.ufpr.br/Introducao%20a%20Ergonomia%20Vidal%20CESERG.pdf, p.11 Acesso em : 25 de agosto de
2020
 
Melatti, Juliana; Titulo: Ergonomia; Disponível em: https://www.infoescola.com/saude/ergonomia/; Acesso em: 26 de agosto
de 2020
 
 

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