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WBA0858_v.1.

APRENDIZAGEM EM FOCO

ERGONOMIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Renan Primo
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior

A ergonomia é uma ciência relativamente nova que busca entender


como o ser humano se relaciona com os sistemas e elementos do
trabalho, a fim de modificá-lo e transformá-lo para aumento do
conforto, saúde e segurança do trabalhador. Ela contribui para uma
redução de custos para a organização e sociedade de modo geral, a
partir da busca por uma cultura de prevenção de acidentes, doenças
ocupacionais e absenteísmo.

Tendo isso em vista, a ergonomia encontra-se tensionada entre


dois objetivos: o primeiro, centrado na organização, observado
sobre diferentes aspectos, como produtividade, confiabilidade,
eficiência, qualidade, durabilidade, sistemas de controle etc. E o
segundo centrado no humano, implicando em ações em diferentes
dimensões como, saúde, conforto, segurança, usabilidade,
acessibilidade, satisfação etc. Nenhuma outra ciência declara, de
forma tão específica esse duplo objetivo.

Vale ressaltar que a abordagem metodológica da ergonomia


é denominada de Análise Ergonômica do Trabalho (AET).
Diferentemente dos métodos científicos tradicionais, em que as
hipóteses são previamente elaboradas e explicitadas, na AET elas
são construídas, validadas e/ou refutadas ao longo do processo.
Essa abordagem possui duas características essenciais: sentido
ascendente de investigação e flexibilidade de delineamento. Tais
características permitem investigar o trabalho real do sujeito,
respeitando sua variabilidade, assim como da situação de trabalho
e dos instrumentos. Além disso, ela permite revelar a complexidade

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do trabalhar, levando-se em consideração os fatores humanos e
organizacionais da atividade.

Portanto é indispensável que, tanto empregadores quanto os


trabalhadores, estejam atentos à aplicação da ergonomia, a partir
da inserção de uma cultura ergonômica, por meio de treinamentos,
boletins informativos, palestras, projetos e criações de comitês
internos de ergonomia, demonstrando, assim, a preocupação e
importância do tema.

Por meio da disciplina de ergonomia, você será capaz de:


compreender os fundamentos da ergonomia e suas origens;
discorrer sobre a importância, aplicações e regulamentações da
ergonomia; dialogar sobre as dimensões do estudo ergonômico;
compreender os agentes causadores de doenças ocupacionais,
discorrer sobre aspectos antropométricos, analisar postos de
trabalho quanto suas características e não conformidades,
identificar as lesões mais comuns no ambiente de trabalho e
caracterizar os prejuízos pessoais e materiais advindos das doenças
ocupacionais.

INTRODUÇÃO

Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira


direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática
profissional. Vem conosco!

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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3

TEMA 1

Ergonomia: conceitos e aplicações


______________________________________________________________
Autoria: Renan Primo
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior
DIRETO AO PONTO

A ergonomia é uma ciência que se caracteriza por ser relativamente


nova, que busca entender como o ser humano se relaciona com
os sistemas e elementos do trabalho, com o intuito de modificá-lo
e transformá-lo para aumento do conforto, saúde e segurança do
trabalhador. Além disso, a ergonomia contribui para uma redução
de custos para a organização e sociedade de modo geral, a partir da
prevenção de acidentes, doenças ocupacionais e absenteísmo, que
se beneficiam com a produtividade do trabalhador saudável.

Nascida em 1950 com a definição do termo Ergonomics, a ergonomia


se dividiu em duas abordagens: a anglo-saxônica e a franco belga. A
diferença entre as duas é sutil, porém, ambas se complementam.

A ergonomia anglo-saxônica, também chamada de Human Factors


(fatores humanos, em tradução livre) pretende adaptar a máquina ao
homem. Já a ergonomia franco belga, denominada primeiramente de
Análise da Atividade, busca adaptar o trabalho ao homem. A primeira
abordagem visa uma análise mais instrumental, empírica. Já a segunda,
busca uma visão mais profunda e integrada da atividade de trabalho,
cujas intervenções se aplicam para além da adaptação do homem às
máquinas. No entanto, percebe-se que ambas as abordagens possuem
um objetivo principal comum: combater a visão de que o homem que
deveria se adaptar ao trabalho, visão esta agravada por correntes como
taylorismo e fordismo – que ainda hoje são vistas.

Sendo assim, a ergonomia se encontra tensionada entre dois objetivos:


o primeiro, centrado na organização, que pode ser apreendido sobre
diferentes aspectos, como: produtividade; confiabilidade; eficiência;
qualidade; durabilidade; controle; e o segundo centrado nas pessoas,
implicando em ações em diferentes dimensões como: saúde; conforto;
segurança; usabilidade; acessibilidade; satisfação; prazer. Nenhuma
outra ciência declara, de forma tão específica esse duplo objetivo.
5
Tendo isso em vista, a International Ergonomics Association (IEA)
adotou em 2000 uma definição da ergonomia, considerada
atualmente uma referência internacional, reproduzida por Falzon
(2007), de que a ergonomia tem o objetivo fundamental de pensar
e compreender o trabalho de forma ampla e global, analisando
interações entre os seres humanos e os demais componentes de um
sistema. Assim, o ergonomista aplica princípios teóricos, métodos e
dados com o fim precípuo de otimizar e dar qualidade e bem-estar
para as pessoas que trabalham. Dessa forma, os ergonomistas
tem o papel importante de organizar, planejar, conceber e avaliar
sistemas com a finalidade de adaptá-los ao homem, tornando o
trabalho compatível com as capacidades e limites pessoais.

Esta visão integra e dialoga com as diversas abordagens e objetivos


ergonômicos, traduzindo, assim, de forma precisa, os fundamentos
essenciais da ergonomia.

Vale ressaltar que a partir da 3ª Revolução Industrial, o advindo da


Indústria 4.0 e o bombardeio tecnológico, foi necessária a criação
de ações normativas para o estabelecimento de diretrizes de
atuação, implementação, fiscalização e certificação. Alguns exemplos
nacionais de que a área de ergonomia está se desenvolvendo e
se fortalecendo se destacam, como o avanço e fortalecimento de
órgãos fiscalizadores e de associações compostas por profissionais
de saúde e segurança ocupacional, e o crescente interesse em busca
de capacitação na área de ergonomia, por meio de especializações,
capacitações e certificações, como a proporcionada pela Associação
Brasileira de Ergonomia (ABERGO).

Com a formalização da ergonomia em norma regulamentar em 1978


com a NR-17, cravando em nosso ordenamento a importância dessa
ciência e a obrigatoriedade pelas empresas de se aperfeiçoar cada
vez mais os postos de trabalho, com o objetivo de levar qualidade

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para seus empregados e prevenir lesões e doenças advindas do
trabalho, bem como o aumento de produtividade.

Por fim, com a estruturação e normalização da ergonomia, para


fins didáticos, a ergonomia se dividiu em três frentes, que se
distinguem, porém não se separam: a ergonomia física, cognitiva
e organizacional, cada qual com suas especificidades, porém não
deixando de se integrar, conforme figura 1.

Figura 1 – Frentes ou divisões da ergonomia

Fonte: elaborada pelo autor.

A ergonomia cognitiva aborda os processos mentais, tais como


percepção, memória, raciocínio e resposta motora, relacionados às
interações entre as pessoas e outros elementos de um sistema.

A ergonomia física se encarrega de compreender as características


da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica,
relacionadas com a atividade física em ambiente de trabalho.

Por fim, a ergonomia organizacional trata da utilização dos sistemas


sociotécnicos, abrangendo as estruturas organizacionais, políticas e
os processos e sistemas de trabalho.

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Referências bibliográficas
FALZON, P. Natureza, objetivos e conhecimentos da Ergonomia. Elementos de
uma análise cognitiva da prática. In: FALZON, P. (Ed.). Ergonomia. São Paulo:
Blucher, 2007. p. 3-20.

PARA SABER MAIS

A ergonomia não se destaca apenas por ser uma ciência


interdisciplinar, multidimensional e essencial para o trabalhador,
organizações e sociedade. Ela também é uma Norma
Regulamentadora (NR-17), criada e monitorada pelo então
Ministério do Trabalho e Emprego, desde 1978, data de seu
registro.

É preciso atenção pelos empregadores e organizações


quanto a ela, pois, além de prevenir danos à saúde, queda de
produtividade e absenteísmo, o seu não cumprimento pode
acarretar consequências, tanto para o trabalhador quanto para a
empresa.

Se o trabalhador se recusa a cumprir a NR-17 de forma


injustificada, fica caracterizado ato faltoso, podendo acarretar
penalidades previstas em lei, refletindo até em possíveis
demissões por justa causa.

Já para o empregador, caso seja constatada alguma irregularidade


durante uma fiscalização ou auditoria por órgão competente
do governo do Estado, a empresa será notificada. Ela, portanto,
terá um prazo de até 60 (sessenta) dias para a realização das
correções indicadas. Após esse período, será realizada nova
fiscalização, e se não houver conformidade com as alterações
indicadas, a empresa fica passiva de multa, podendo responder à
processos perante à Justiça do Trabalho.

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Portanto é indispensável que empregadores e trabalhadores
estejam atentos à aplicação da ergonomia, a partir da inserção de
uma cultura de ergonomia na empresa, por meio de treinamentos,
boletins informativos, palestras, entrevistas, projetos e da criação
de um comitê interno de ergonomia, demonstrando, assim,
preocupação e importância do tema.

TEORIA EM PRÁTICA

Imagine o seguinte cenário: alguns empregados de uma empresa


do ramo da construção civil têm apresentado dores nas articulações
de mãos, dedos, antebraço e coluna. As queixas começaram a
surgir depois que a empresa trocou o equipamento de serra que
realiza o corte de barras metálicas. A serra possui um gatilho que é
acionado pelo dedo indicador. Verificou-se que o gatilho apresenta
problemas de trava, gerando um esforço para acioná-lo, o que
poderia explicar as dores nos dedos, mãos e antebraços. Mas, o que
explicaria as dores na coluna? Ao observar a atividade, verificou-se
que os empregados jogam o corpo para a frente, como se usassem
o próprio peso para pressionar o corte, comportamento que não era
realizado quando utilizavam o equipamento antigo. O que explicaria
esse novo comportamento?

É possível identificar a aplicação e a aderência dos fundamentos


de ergonomia dentro deste contexto, assim como aspectos físicos,
cognitivos e organizacionais? Por gentileza, discorra sobre eles.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

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LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

O livro Introdução à Ergonomia: da prática à teoria, de Abrahão et


al. (2009), aborda de forma clara e dialógica a ergonomia e seus
principais conceitos. A introdução e o capítulo 1 são essenciais para
o entendimento desta ciência, que demonstrou ser tão complexa,
porém transformadora. Consulte a introdução e o capítulo 1.

ABRAHÃO, J. et al. Introdução à Ergonomia: da teoria à prática. São


Paulo: Edgard Blücher, 2009.

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Indicação 2

O livro Ergonomia, de Shiguemoto (2019), aborda de forma precisa


os aspectos principais da ergonomia em suas frentes de aplicação.
As seções 1 e 2 abordam a ergonomia física e cognitiva, tão
importantes para uma ação transformadora pelo profissional de
ergonomia.

SHIGUEMOTO, Ana C. G. Ergonomia. Londrina: Editora e


Distribuidora Educacional S. A., 2019.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. A ergonomia é uma ciência que busca entender o ser humano


e sua relação com os sistemas e elementos do trabalho, com
o intuito de modificá-lo e transformá-lo. Sobre a aplicação da
ergonomia, analise as afirmativas a seguir e assinale-as com V
(verdadeiro) ou F (falso):
( ) A ergonomia deve ser aplicada nos postos de trabalho, conforme
a atividade desenvolvida.

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( ) As medidas ergonômicas a serem adotadas, levam em
consideração, entre outros, o tempo diário da atividade, o
posicionamento adotado para realização do trabalho.
( ) A ergonomia estuda os parâmetros para proporcionar o
máximo de conforto, segurança e eficiência no desempenho do
trabalhador.
( ) A análise ergonômica do trabalho deve considerar as condições
de trabalho, que incluem aspectos relacionados a equipamentos
e a condições ambientais do posto de trabalho.
( ) O objeto da ergonomia restringe-se aos estudos voltados para
doenças ocupacionais.

a. V – V – F – V – V.
b. V – V – V – F – F.
c. F – V – V – F – F.
d. V – V – V – V – F.
e. F – F – F – V – F.

2. A ergonomia é uma ciência que se caracteriza por ser


relativamente nova. Seu marco inicial ocorreu no século XX,
a partir de 1950, quando houveram duas abordagens da
ergonomia: a anglo-saxônica e a franco belga. A abordagem
ergonômica franco-belga orienta-se pela(o):

a. Ênfase nas características da organização do trabalho.


b. Análise instrumental, empírica do trabalho.
c. Utilização dos aspectos legais para a concepção de
dispositivos de trabalho.
d. Formação de profissionais dispostos a se submeter às
adversidades do trabalho.
e. Estudo aprofundado do trabalho real, a fim de adaptar o
trabalho de forma integrada e multidimensional ao homem.
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GABARITO

Questão 1 - Resposta D
Resolução: O objeto da ergonomia não é somente intervir
sobre doenças ocupacionais, mas sim na saúde, conforto,
segurança, usabilidade, acessibilidade, satisfação e prazer no
trabalho. Por isso, a última afirmativa é falsa.
Questão 2 - Resposta E
Resolução: A ergonomia de abordagem franco belga,
também chamada de Análise da Atividade, pretende adaptar
o trabalho ao homem, de forma integrada e multidimensional,
considerando aspectos, físicos, cognitivos, organizacionais,
sociais, culturais, econômicos, ambientais etc.

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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3

TEMA 2

Doenças ocupacionais e postos de


trabalho ergonômicos
______________________________________________________________
Autoria: Renan Primo
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior
DIRETO AO PONTO

As doenças ocupacionais causam relevante impacto, não somente


na vida do trabalhador, mas em toda a sociedade. Um acidente ou
adoecimento tem custos elevados e variados: de dinheiro, de vida e
de tempo. A empresa deve ter essa consciência e garantir medidas
preventivas capazes de diminuir ou aniquilar ocorrências que
causem danos ao trabalhador.

Apesar da grande evolução legislativa em garantir a diminuição de


riscos ocupacionais, por meio das normas regulamentares, e do
evidente resultado em números dessa evolução, ainda hoje temos
número expressivos de trabalhadores afastados por incapacidade/
doenças decorrentes do trabalho.

A exposição dos trabalhadores a agentes físicos, químicos e


biológicos acima do limite de tolerância, além do impacto dos
agentes ergonômicos quando estes são frequentes e repetitivos,
são as causas das principais doenças ocupacionais existentes.
É importante salientar que as doenças ocupacionais não se
destacam predominantemente pela sua gravidade, mas sim pela
sua frequência, prevalência e sutileza, ou seja, muitas são doenças
silenciosas. Por exemplo, o agente ergonômico é responsável pela
prevalência de lesões ou distúrbios como LER (Lesões por Esforços
Repetitivos) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao
Trabalho), englobando cerca de 30 doenças, indicando a grande
variabilidade e espectro de influência desse agente.

Para lidar com os agentes, é necessário um bom modelo


ergonômico de dimensionamento dos postos de trabalho, a fim de
prevenir situações indesejáveis.

O dimensionamento adequado promove o bem-estar e realização


das atividades de forma harmoniosa e adequada. Para isso, o
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ergonomista deve considerar: alturas (mesas, cadeiras) e alcances
(controles) compatíveis com as medidas antropométricas;
espaços suficientes para movimentos corporais (pernas, pés) e
dos equipamentos (partes móveis); posicionamentos e arranjos
convenientes dos mostradores (displays) e controles (botões);
posicionamentos e arranjos convenientes dos materiais (matérias-
primas, peças) e das ferramentas (chaves de fenda, soldadores). As
principais medidas corporais são ilustradas na Figura 1.

Figura 1 – Principais medidas corporais. A) Massa Corporal; B)


Estatura; C) Perímetro; D) Dobras cutâneas; E) Diâmetros ósseos

Fonte: Correa e Bolletti (2015, p. 36).

Os projetos dos postos de trabalho a partir do dimensionamento


devem procurar atender às necessidades e às variabilidades
do trabalho e do trabalhador. Corresponder às necessidades,
considerando a variedade luminosa, térmica, ambiental, acústica
e outros, de maneira a integrar a escolha das cores, texturas,
tamanhos e dimensões, faz com que todas essas condições possam
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influenciar na qualidade do trabalho. Por outro lado, um mal
dimensionamento pode produzir desconforto, aborrecimento,
estresse e irritação, afetando o desempenho no trabalho.

A análise ergonômica do trabalho é o método capaz de identificar as


problemáticas advindas dos postos de trabalho. O ergonomista recebe
uma demanda que pode ser tanto dos trabalhadores quanto da própria
organização. Com a demanda em mãos, o profissional se encaminha ao
contexto de trabalho por meio de uma investigação que se caracteriza
pela observação, entrevista, levantamento de dados, avaliação das
situações reais de trabalho. Após esse primeiro momento, será
escolhida uma situação de análise em que os ergonomistas irão propor
uma hipótese sobre a possível situação de análise.

Após a caracterização da hipótese, serão realizadas observações a


fim de confirmar ou não a hipótese definida. Caso a hipótese não se
confirme, o ergonomista poderá retornar às outras etapas e definir
uma nova situação de análise.

Se validada a hipótese, a próxima etapa é o diagnóstico e a formação


de recomendações e transformações dos contextos de trabalho. O
processo de transformação, introduz modificações nas situações de
trabalho, também denominado “projeto”. A dimensão de um projeto
pode englobar desde a compra de um equipamento até a concepção
de uma fábrica completa.

PARA SABER MAIS

Existe uma parte da ergonomia, influenciada pela psicodinâmica do


trabalho (PDT) que estuda as interações entre trabalhador e seus
pares, trabalhador e organização e trabalhador e clientes. Conforme
Dejours (1987), o estudo focaliza as sequelas psíquicas que a

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nocividade das condições de trabalho pode impor ao corpo, como a
ansiedade e angústia.

Essa parte da ciência busca compreender os aspectos psíquicos e


subjetivos que são mobilizados a partir das relações interpessoais e
da organização do trabalho. Busca, ainda, estudar os aspectos menos
visíveis que são vivenciados pelos trabalhadores ao longo do processo
produtivo, tais como: mecanismos de cooperação; reconhecimento;
sofrimento; mobilização da inteligência: vontade e motivação e
estratégias defensivas que se desenvolvem e se estabelecem a partir
das situações de trabalho (HELOANI; LANCMAN, 2004).

A PDT compreende que o trabalho é um elemento central na


construção da saúde e identidade dos indivíduos, e que sua
influência transcende o tempo da jornada de trabalho propriamente
dita e se estende para toda a vida familiar e tempo do não-trabalho
(BANDT et al., 1995).

A partir do momento que o homem não pode modificar a tarefa


de acordo com suas necessidades e desejos (para a realização do
trabalho real), o sofrimento de natureza mental e da própria luta
contra o sofrimento começam.

Nesse ponto, o homem não mais domina o seu trabalho; pelo


contrário é dominado por ele. O trabalho já não oferece condições
para sua estruturação psíquica nem oportuniza vivências de prazer.

Referências bibliográficas
BANDT, J.; DEJOURS, C.; DUBAR, C. La France malade du travail. Paris: Bayard,
1995.
CORREA, V. M.; BOLETTI, R. R. Ergonomia: fundamentos e aplicações. Porto
Alegre: Bookman Editora, 2015.

18
DEJOURS, C. A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. São
Paulo: Oboré Editorial, 1987.
HELOANI, R.; LANCMAN, S. Psicodinâmica do trabalho: o método clínico de
intervenção e investigação. Prod., São Paulo, v. 14, n. 3, set./dez. 2004.

TEORIA EM PRÁTICA

Imagine a seguinte situação hipotética: Maria, uma operadora de


telemarketing, entra de férias, e quando retorna, se depara com
uma surpresa. Seu coordenador, muito feliz, explica que os postos
de trabalho passaram por uma melhoria. O sistema de trabalho foi
alterado para um sistema novo e tecnológico, e como complemento,
os computadores também tiveram que ser trocados. Maria,
inicialmente, ficou feliz, porém ao começar sua rotina, percebeu
alguns incômodos. Com o novo computador, o espaço que ela tinha
para suas anotações reduziu, e ela tinha que fazê-las na diagonal,
torcendo um pouco seu tronco e se esticando para vê-las. Além
disso, o novo computador possuía uma entrada para seu telefone
(com headsets) diferente da entrada do computador antigo, o que
implicou em uma redução no comprimento do fio de telefone
para seu ouvido. Isso limitava sua movimentação. E, por fim, Maria
percebeu que esse novo computador era tão tecnológico, que
possuía uma robustez tamanha que a impossibilitava de alterar sua
altura e inclinação, forçando-a a olhar levemente para baixo. Com
o tempo, a empresa começou a receber atestados de afastamentos
por dores na coluna, ombros e pescoço. Além disso, percebeu-
se que o tempo das ligações aumentaram em 15%, o que era um
indicativo de perda de produtividade.

A partir deste contexto, quais teriam sido os problemas desta


alteração do posto de trabalho, visto que ele foi pensado para
facilitar a rotina e produtividade de Maria e seus colegas? Por que
essa melhoria não aconteceu de forma satisfatória?

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Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

A primeira indicação é derivada do livro Doenças Ocupacionais–


Agentes: Físico, Químico, Biológico, Ergonômico, de De Moraes (2014).
Deve-se consultar o capítulo 1 de introdução, que traz um panorama
completo sobre doenças ocupacionais. O livro aborda, de forma
clara e dialógica, os principais agentes causadores de doenças
ocupacionais. A introdução aborda os principais conceitos sobre

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doenças ocupacionais, seus agentes, o histórico, desenvolvimento e
características dos estudos sobre doenças ocupacionais. Para tanto,
neste capítulo, direcione a sua atenção aos agentes ergonômicos,
pois estes dialogam diretamente com a disciplina de ergonomia.

DE MORAES, M. V. G. Doenças Ocupacionais–Agentes: Físico,


Químico, Biológico, Ergonômico. São Paulo: Editora Saraiva, 2014.

Indicação 2

A segunda indicação é derivada do livro Ergonomia: Projeto e


Produção de IIda e Guimarães (2018). Deve-se consultar o capítulo
9, denominado Posto de Trabalho. De maneira geral, o livro aborda
a ergonomia em todos os seus aspectos mais importantes, desde
sua história, até um detalhamento de aspectos físicos, cognitivos
e organizacionais, sendo este um livro robusto, porém ideal para
consultas. O capítulo 9 aborda de forma detalhada os aspectos
principais de um posto de trabalho, baseado em um modelo
ergonômico prospectivo, discorrendo sobre os objetivos e o projeto
de um posto de trabalho, a análise propriamente dita da tarefa,
assim como seus arranjos físicos, dimensionamentos e ajustes
individuais, além de trazer exemplos, aplicações e estudos de casos.

IIDA, I.; GUIMARÃES, L. B. M. Ergonomia: Projeto e Produção. 3. ed.


Revista. São Paulo: Edgar Blucher, 2018.

QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.
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Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. A maioria das doenças ocupacionais são derivadas de


exposições à agentes físicos, químicos e/ou biológicos. Além
disso, os agentes ergonômicos a partir de esforços repetitivos,
trabalho monótono e alienante etc., contribuem para doenças
ocupacionais como LER e DORT. Sobre estes agentes, analise as
afirmativas a seguir e assinale-as com V (verdadeiro) ou F (falso):
( ) Os agentes físicos podem ser derivados de temperatura extrema,
radiação ionizante e não ionizante, umidade, pressões anormais,
ruído e vibração.
( ) Neblinas são consideradas agentes químicos, e podem causar
problemas respiratórios.
( ) A mordida e ataque de animais domésticos, como cães ou
selvagens como morcegos se caracterizam como agentes
ergonômicos.
( ) Os agentes ergonômicos podem ser caracterizados por um
mobiliário com espaços insuficientes para movimentos corporais,
como de pernas e pés.

a. V – V – V – V.
b. V – F – V – V.
c. V – V – F – V.
d. F – F – F – F.
e. F – V – F – V.

2. Os projetos dos postos de trabalho a partir do


dimensionamento, devem procurar atender às necessidades

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e as variabilidades do trabalho e do trabalhador. Estas
variabilidades podem ser caracterizadas como luminosas,
térmicas, ambientais, entre outras. Um posto de trabalho
mal dimensionado pode causar __________, __________ e
__________.
Analise a alternativa que completa a frase.

a. Alegria; paz; alta produtividade.


b. Sofrimento; desconforto; alta produtividade.
c. Prazer; baixa produtividade; sofrimento.
d. Desconfortos; estresse; baixa produtividade.
e. Alta produtividade; contentamento; prazer.

GABARITO

Questão 1 - Resposta C
Resolução: A mordida e ataque de animais domésticos,
como cães ou selvagens como morcegos, se caracterizam
como agentes biológicos e não agentes ergonômicos. Por
isso, a terceira afirmativa é falsa. As demais afirmativas são
verdadeiras.
Questão 2 - Resposta D
Resolução: Os projetos dos postos de trabalho a partir do
dimensionamento devem procurar atender as necessidades
e as variabilidades do trabalho e do trabalhador. Estas
variabilidades podem ser caracterizadas como luminosas,
térmicas, ambientais, entre outras. Um posto de trabalho mal
dimensionado pode causar desconfortos, estresse e baixa
produtividade.

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INÍCIO TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3

TEMA 3

Impactos do ambiente laboral


ergonomicamente inadequado
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Autoria: Renan Primo
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior
DIRETO AO PONTO

O posto de trabalho é caracterizado por componentes complexos,


em que o trabalhador deve lidar com materiais, equipamentos,
tarefas, demandas, gestão e demais conjunturas que compõem esse
ambiente. No desempenho de sua atividade, e influenciados pelos
diversos componentes, os trabalhadores se deparam com situações
que podem desfavorecer sua integridade física e psíquica. Ocorre
que determinados movimentos e posturas, se realizados de forma
inadequada, podem causar lesões ao trabalhador e, a longo prazo,
danos irreversíveis.

Em razão dessas problemáticas, a norma regulamentadora


17 (BRASIL, 2015), denominada de Ergonomia, foi criada com o
objetivo de estabelecer parâmetros que permitam a adaptação
das condições de trabalho às características psicofisiológicas
dos trabalhadores, de modo a proporcionar o máximo conforto,
segurança e desempenho a eles. Referida norma dispõe de
condições ergonômicas sobre atividades como levantamento,
transporte e descarga de materiais, além de orientar sobre o
mobiliário, os equipamentos e as condições ambientais do posto de
trabalho.

Uma postura inadequada pode transformar-se em lesões e dores


em diversos locais, como abdômen, lombar, coluna e ombros,
favorecendo a ocorrência de uma fadiga muscular. Conforme
Laville (1977), a fadiga manifesta-se por meio de dores, tremores,
limitações dos movimentos e sintomas de sobrecarga do sistema
cardiorrespiratório.

Além disso, novamente de acordo com a NR-17 (BRASIL, 2015), um


dos requisitos para um ambiente físico saudável é a orientação
sobre a altura e características da superfície de trabalho, que devem

25
ser compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida
dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento.

A repetitividade dos movimentos pode provocar uma série de


desgastes no trabalhador, colocando uma sobrecarga inadequada
sobre a coluna vertebral, por exemplo, podendo resultar em dores
em diversas partes do sistema musculoesquelético. Muitas são as
lesões que podem ser causadas por esforço repetitivo, estando
elas dentro do espectro das lesões denominadas de LER (Lesões
por Esforços Repetitivos) ou DORT (Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho). As lesões comuns do levantamento
de carga realizado de forma inadequada podem ser: síndrome do
interósseo anterior; síndrome do pronador redondo; tendinites,
entre outras.

Ademais, existe uma parte da ergonomia que trata sobre


os dispositivos de controle, e tem como objetivo melhorar o
desempenho do homem e, consequentemente, da máquina, com
a finalidade de minimizar erros humanos, acidentes e incidentes,
fadiga e estresse, otimizando o posto de trabalho.

Iida (2018) afirma que para esse segmento da ergonomia, a máquina


acaba se tornando um prolongamento do homem, e, portanto, deve-
se criar dispositivos de controle que facilitem essa interação. Tal
integração é denominada de sistema homem-máquina-ambiente.
Segundo Iida (2018. p. 28), “Estímulos sensitivos podem ser
derivados de uma máquina, integrada a uma situação de trabalho,
ao ambiente do trabalho e às próprias instruções de trabalho”.
Dessa forma, a disposição das máquinas, seus controles e arranjos
interagem com o aspecto sensitivo do trabalhador.

Para ilustrar, a Figura 1 demonstra um teste que visa mensurar a


porcentagem de erros e acertos mediante a disposição das bocas
de fogão e seus respectivos mostradores, porém, espacialmente,

26
dispostos de formas diferentes. Verificou-se que, no 1º arranjo, não
há erros, principalmente porque há um tipo de correspondência
espacial entre as bocas dos fogões e os botões. Nos demais
arranjos, em que não há essa correspondência, houve erros de
porcentagem variada. Especificamente no arranjo nº 2, que é o
arranjo comumente encontrado nos fogões domésticos, o erro foi
de 6%, pois a disposição entre as bocas do fogão e os botões não
encontram correspondência. Este teste demonstra que a nossa
capacidade sensitiva, perceptiva e de ação combinadas à uma
máquina possuem particularidades e limitações, que podem não
favorecer a prevenção, produzindo até um incremento aos riscos de
erros operacionais.

Figura 1 – Porcentagens de erros no acionamento do fogão

Fonte: Iida (2018, p. 244 apud CHAPANIS; LINDENBAUM, 1959).

Referências bibliográficas
BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR 17 - Ergonomia. Brasília:
MTE, 2015.
IIDA, I.; GUIMARÃES, L. B. M. Ergonomia: Projeto e Produção. 3. ed. Revista. São
Paulo: Edgar Blucher, 2018.
LAVILLE, A. Ergonomia. São Paulo: EPU, 1977.

27
PARA SABER MAIS

Os dispositivos de controle possibilitam a interação entre homem


e máquina, atuando como a interface de comando para que o
operário possa introduzir informações ao sistema. Da mesma
forma, a máquina também interage com o operário, transmitindo
alertas que somente os operadores podem distinguir. Essa
relação pode ser considerada uma relação única e subjetiva,
na qual quem está de fora, não consegue mensurar a sua
importância e relevância.

Interações entre homem-máquina possuem como um dos pilares


a inteligência operária. Esse tipo de inteligência, denominada
por Dejours (1995) como a intelligence de la pratique (Inteligência
da Prática, em tradução livre), é uma inteligência astuciosa,
que tem raiz no corpo, nas percepções e na intuição sensível
do trabalhador. A atividade produtiva é resultado do uso dessa
inteligência, que se manifesta no confronto entre o que é imposto
pela organização do trabalho e as necessidades psíquicas do
trabalhador.

Esses conceitos dialogam diretamente com os conceitos de


competências para ação, abordados por Abrahão et al. (2009).
As competências podem ser entendidas como a articulação de
conhecimentos, representações, tipos de raciocínios e estratégias
cognitivas que o ser humano constrói e modifica no decorrer da
atividade.

28
Figura 2 – Representação do desenvolvimento de competências

Fonte: adaptada de Abrahão et al. (2009, p. 158).

A compreensão das competências, permite-nos compreender a ação


humana, as formas pelas quais o trabalhador evita o erro, como
antecipar uma possível falha, como a corrigir, quais são as etapas
prioritárias a serem realizadas primeiro, como ele lida com eventos
inesperados, como ele detecta e diagnostica um problema e como
organiza suas ações mediante suas demandas diárias, que incluem
as demandas físicas, cognitivas e organizacionais.

Referências bibliográficas
ABRAHÃO, J. et al. Introdução à Ergonomia: da teoria à prática. São Paulo:
Edgard Blücher, 2009.
DEJOURS, C. A Loucura do Trabalho: Estudo de Psicopatologia do Trabalho.
São Paulo: Cortez, 1987.

TEORIA EM PRÁTICA

Maria, uma trabalhadora experiente, atua na produção de matéria-


prima para confecção de calçados de diversos tipos. Todos os dias
ela precisa cortar um grande volume de couro, que será destinado
à confecção de botas e sapatos. A máquina onde Maria realiza os
cortes por muito tempo, emite um ruído e vibrações particulares,

29
que se alteram na medida em que ela aproxima a sua mão do ponto
de corte. A gestão da fábrica onde Maria trabalha, na intenção de
reduzir o ruído e vibrações e, consequentemente o risco físico e
ergonômico derivados desses ruídos, decide realizar um reparo na
máquina. Porém, para não atrapalhar o trabalho de Maria, decidem
realizar a manutenção no final de semana, sem comunicá-la. Na
segunda-feira, Maria chega ao seu posto de trabalho e, como de
costume, vai realizar o corte do couro em sua máquina, porém, sem
saber que passou por manutenções. Ocorre que, por não ouvir o
ruído e nem sentir as vibrações, Maria, sem perceber, aproxima
demais a sua mão da navalha ocasionando o acidente.

Nesse caso, o que ocorreu para ocasionar o acidente de trabalho?


Será que devemos apontar erro da trabalhadora? Como a
ergonomia explica e previne esse tipo de acidente?

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
30
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

O livro Ergonomia, organizado por Falzon (2007), tem como


objetivo apresentar os fundamentos da ergonomia, assim como
seus princípios e aplicações a partir de diversas obras e artigos.
Em seu capítulo 10, denominado As concepções dos instrumentos
como processo dialógico de aprendizagens mútuas, apresenta ao
leitor as diversas faces da concepção de artefatos e instrumentos,
levando-se em consideração o sistema homem-máquina-ambiente
e os processos de aprendizagem que o sujeito desenvolve para
manipular seus instrumentos e artefatos tecnológicos.

FALZON, P. (Ed.). Ergonomia. São Paulo: Edgard Blücher, 2007.

Indicação 2

O livro Introdução à Ergonomia: da prática a teoria tem como objetivo


apresentar os principais fundamentos da ergonomia. Porém, em
seu capítulo 5 denominado Cognição no trabalho, apresenta ao
leitor as diversas características e aplicações da cognição humana
no ambiente de trabalho. Essa abordagem corrobora com o que foi
discutido até aqui, visto que é de suma importância o entendimento
das formas de recebimento e processamento de informações, que
geralmente incluem um outro trabalhador e/ou uma máquina em
um determinado posto de trabalho.

31
ABRAHÃO, J. et al. Introdução à Ergonomia: da teoria à prática. São
Paulo: Edgard Blücher, 2009.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. A repetitividade dos movimentos, pode provocar uma série


de desgastes no trabalhador, colocando uma sobrecarga
inadequada sobre a coluna vertebral, podendo resultar em
dores em diversas partes do sistema musculoesquelético.
Sobre as doenças ocupacionais derivadas de esforços
repetitivos, analise as afirmativas a seguir e assinale-as com V
(verdadeiro) ou F (falso):
( ) A sigla LER significa Lesões por Esforços Reprimidos.
( ) DORT é uma doença ocupacional que atinge apenas os
membros superiores.
( ) As LER se caracterizam por serem um conjunto de lesões que
atingem principalmente os membros superiores.
( ) As LER e DORT são um conjunto de doenças que se
manifestadas, serão permanentes, sem chances de
recuperação.

32
a. V – V – V – V.
b. F – F – V – F.
c. V – F – V – F.
d. F – F – F – F.
e. F – F – V – V.

2. Os dispositivos de __________ possibilitam a interação


entre homem e __________, atuando como uma interface
de comando para que o trabalhador possa introduzir
__________ ao sistema. Da mesma forma, a __________ possui
um papel de interação com o operador, transmitindo
informações e mensagens por meio de alertas, sons,
vibrações, movimentos etc. No entanto, alguém que não
opera frequentemente esse sistema, dificilmente conseguirá
distinguir todas as mensagens e alertas, visto que a
construção do conhecimento, habilidades e experiências
são derivadas da ação em curso do trabalhador ao operar
aquele determinado sistema.
Analise a alternativa que completa a frase.

a. Segurança; gestão; informações; gestão.


b. Rede; gestão; conhecimento; organização.
c. Segurança; máquina; remuneração; máquina.
d. Controle; gestão; conhecimento; gestão.
e. Controle; máquina. informações; máquina.

GABARITO

Questão 1 - Resposta B
Resolução: A primeira afirmativa é falsa. LER significa Lesões
por Esforços Repetitivos e não reprimidos. A segunda
33
afirmativa é falsa. Os DORT são Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho e não é caracterizada por ser
apenas uma doença, mas sim um conjunto de doenças
relacionadas ao trabalho. A terceira afirmativa é verdadeira.
As LER se caracterizam por serem um conjunto de lesões
que atingem principalmente os membros superiores. Porém,
podem incidir em lesões nos membros inferiores, mesmo
sendo menos frequentes. A quarta afirmativa é falsa. As LER e
DORT são um conjunto de doenças que, se manifestadas, não
necessariamente serão permanentes. Inclusive há grandes
chances de reversão de um quadro inflamatório, por meio de
fisioterapias, cirurgias e medicações.
Questão 2 - Resposta E
Resolução: Os dispositivos de controle possibilitam a interação
entre homem e máquina, atuando como uma interface de
comando para que o trabalhador possa introduzir informações
ao sistema. Da mesma forma, a máquina possui um papel
de interação com o operador, transmitindo informações e
mensagens por meio de alertas, sons, vibrações, movimentos
etc. No entanto, alguém que não opera frequentemente esse
sistema, dificilmente conseguirá distinguir todas as mensagens
e alertas, visto que a construção do conhecimento, habilidades
e experiências são derivadas da ação em curso do trabalhador
ao operar aquele determinado sistema.

34
BONS ESTUDOS!

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