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ENTIDADES RELACIONADAS À

SEGURANÇA DO TRABALHO

Professora:
Me. Tatiane Caroline Ferrari
DIREÇÃO

Reitor Wilson de Matos Silva


Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey
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Designer Educacional Produção de Materiais
Editoração Produção de Materiais
Qualidade Textual Produção de Materiais

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação


a Distância; FERRARI, Tatiane Caroline;

Introdução à Segurança do Trabalho. Tatiane Caroline
Ferrari;
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.
45 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
1. Segurança. 2. Trabalho. 3. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 658


CIP - NBR 12899 - AACR/2

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sumário
01 6| O MISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO

02 13| A ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO

03 19| O MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

04 25| O MINISTÉRIO DA SAÚDE

05 31| A FUNDACENTRO
ENTIDADES RELACIONADAS À SEGURANÇA DO TRABALHO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Descrever o surgimento do Ministério do Trabalho e Emprego e explicar o
seu papel na Segurança do Trabalho bem como as suas funções.
•• Descrever o surgimento da Organização Internacional do Trabalho e expli-
car o seu papel na Segurança do Trabalho bem como as suas funções.
•• Descrever o surgimento do Ministério da Previdência Social e explicar o seu
papel na Segurança do Trabalho bem como as suas funções.
•• Descrever o surgimento da FUNDACENTRO, suas funções, bem como o seu
importante papel no cenário de pesquisa e desenvolvimento relacionado
a Saúde e Segurança do Trabalho..

PLANO DE ESTUDO

A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:


•• O Ministério do Trabalho e Emprego
•• A Organização Internacional do Trabalho
•• O Ministério da Previdência Social
•• O Ministério da Saúde
•• A FUNDACENTRO
INTRODUÇÃO

Com a evolução do trabalho - que culminou no desenvolvimento e evo-


lução da Segurança do Trabalho e das legislações trabalhistas - vários órgãos
(tanto públicos quanto privados) foram criados com objetivo principal de me-
lhorar o trabalho e a vida do trabalhador.
Estudaremos agora algumas das principais entidades relacionadas à Saúde
Segurança do Trabalho que atuam no Brasil. São elas: o Ministério do Trabalho
e Emprego (MTE), a Organização Internacional do Trabalho, o Ministério da
Previdência Social, o Ministério da Saúde e a FUNDACENTRO. Busca-se aqui
apresentar as dimensões desses setores da Segurança e Saúde do Trabalho no
Brasil, apresentando a evolução e a situação vigente de cada um.
Cada uma dessas entidades possuem uma função específica em relação a
Saúde e Segurança do Trabalhador. Enquanto o MTE fiscaliza o trabalho, com
o intuito de aplicação de leis e, consequentemente, prevenção de acidentes, a
Organização Internacional do Trabalho têm uma relação mais direta com o de-
senvolvimento de legislações. Enquanto isso, o Ministério da Previdência Social
trabalha com a parte financeira do acidente de trabalho e, o Ministério da Saúde,
juntamente com o SUS, é responsável pelo cuidado e reintegração do acidentado
no mercado de trabalho. O estudo de todas essas responsabilidades (aciden-
tes, legislações, pesquisas relacionadas a saúde do trabalhador, entre outros
tópicos), o desenvolvimento de novas tecnologias, tanto para a Segurança do
Trabalho como para a Saúde do Trabalhador, e a formação de profissionais da
área de segurança do trabalho são responsabilidades da FUNDACENTRO.
Com isso, visando o conhecimento de cada órgão, busca-se o entendimento
de que eles devem agir de forma conjunta, preservando o trabalhador e, assim,
a Saúde do Trabalho no Brasil e será capaz de buscar melhorias do desempenho
e ações que compreendem o vasto campo da Segurança do Trabalho no país.

introdução
6 Pós-Universo

O Mistério do
Trabalho e Emprego
Pós-Universo 7

Na atual estrutura organizacional do Brasil, compete ao Ministério do Trabalho e


Emprego (MTE) a fiscalização do trabalho, a aplicação de sanções previstas em normas
legais ou coletivas sobre esta área, bem como as ações de segurança e saúde no tra-
balho (BRASIL, 2003).
Embora na esfera das relações saúde/trabalho exista alguma sobreposição de
atribuições com o Ministério da Saúde (MS) e o Ministério da Previdência Social (MPS),
fica basicamente a cargo do MTE a regulamentação complementar e a atualização
das normas de saúde e segurança no trabalho (SST), bem como a inspeção dos am-
bientes laborais para verificar o seu efetivo cumprimento. De modo mais específico,
o MTE atua sobre as relações de trabalho nas quais há subordinação jurídica entre o
trabalhador e o tomador do seu serviço, exceto quando expressamente estabeleci-
do em contrário nas normas legais vigentes (CHAGAS, SALIM e SERVO, 2012).

Considerações Históricas
Que o trabalho é fonte de lesões e adoecimento, podendo levar até a morte é fato
conhecido desde a Antiguidade. Embora de modo esparso, há citações de aciden-
tes de trabalho em diversos documentos antigos. Há inclusive menção a um deles
no Novo Testamento de Lucas (o desabamento da Torre de Siloé), no qual faleceram
dezoito prováveis trabalhadores. Além dos acidentes de trabalho, nos quais a relação
com a atividade laboral é mais direta, também existem descrições sobre doenças
provocadas pelas condições especiais em que o trabalho era executado. Em 1700, o
médico Bernardino Ramazzini publicou seu famoso livro De Morbis Artificum Diatriba,
no qual descreve minuciosamente doenças relacionadas ao trabalho encontradas
em mais de 50 atividades profissionais existentes na época (OLIVEIRA, 1987). Apesar
dessas evidências, não há informação de qualquer política pública que tenha sido
proposta ou implementada para reduzir os riscos a que esses trabalhadores estavam
submetidos naquela época. Isso se deve ao fato as vítimas dos acidentes/doenças
relacionadas ao trabalho eram quase exclusivamente escravos e pessoas oriundas
dos níveis considerados como os mais inferiores da escala social.
Com a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII,
houve um aumento notável do número de agravos relacionados ao trabalho. O uso
crescente de máquinas (sem o devido treinamento), o acúmulo de operários em
locais confinados, as longas jornadas laborais, a utilização de crianças nas atividades
8 Pós-Universo

industriais e as péssimas condições de salubridade nos ambientes fabris são alguns


dos fatores que influenciaram o crescente número de acidentes da época. É impor-
tante destacarmos que, embora o assalariamento tenha existido desde o mundo
antigo, sua inserção no processo produtivo ocorreu de forma mais intensa com a in-
dustrialização (CHAGAS, SALIM e SERVO, 2012).
Os trabalhadores assalariados da época passaram a ter uma percepção cole-
tiva de que o trabalho desenvolvido era fonte de exploração econômica e social, e
que levava a danos à saúde, provocando adoecimento e morte. Isso acarretou em
uma inevitável e crescente mobilização social para que o Estado interviesse nas re-
lações entre patrões e empregados, visando à redução dos riscos ocupacionais.
Surgem então as primeiras normas trabalhistas na Inglaterra (Lei de Saúde e Moral
dos Aprendizes, de 1802), que posteriormente foram seguidas por outras semelhan-
tes nas demais nações em processo de industrialização (ROSEN, 1994). A criação da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1919, logo após o final da Primeira
Grande Guerra, mudou acentuadamente o ritmo e o enfoque das normas e práticas
de proteção à saúde dos trabalhadores, sendo atualmente a grande referência inter-
nacional sobre o assunto.
No Brasil, esse fenômeno ocorreu mais tarde. Isso se deve ao fato de que,
durante o período colonial e imperial (1500-1889), a maior parte do trabalho braçal
era realizada por escravos (índios e negros) e homens livres pobres. A preocupação
com suas condições de segurança e saúde no trabalho era mínima ou inexistente.
O desenvolvimento de uma legislação de proteção aos trabalhadores surgiu com o
processo de industrialização, durante a República Velha (1889-1930). Inicialmente
esparsa, a legislação trabalhista foi ampliada no Governo Vargas (1930-1945) com a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), instituída pelo Decreto-Lei no 5.452, em 1°
de maio de 1943 (BRASIL, 1943). Dentro da linha autoritária, com tendências fascis-
tas, que então detinha o poder, essa legislação buscou manter as demandas sociais
e trabalhistas sob o controle do Estado, inclusive com a criação do Ministério do
Trabalho, Indústria e Comércio, em 26 de novembro de 1930. Boa parte dessa legisla-
ção original foi modificada posteriormente, inclusive pela Constituição da República
Federativa do Brasil (CRFB), de 10 de outubro de 1988. Porém, muitos dos seus prin-
cípios e instituições continuam em vigor, tais como os conceitos de empregador e
empregado, as características do vínculo empregatício e do contrato de trabalho, a
Justiça do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho, a unicidade e a contribuição
Pós-Universo 9

sindical obrigatória, entre outros. A fiscalização do trabalho, então formalmente ins-


tituída, só passou a ter ação realmente efetiva vários anos depois (CHAGAS, SALIM e
SERVO, 2012).

O Ministério do Trabalho e Emprego


– Estrutura e Competências
Com a Revolução de 1930 surge o desafio de o Brasil sair da predominância da ma-
nufatura para a industrialização, que é marcada de um lado, pela aparição de relações
de trabalho com maior grau de complexidade e desenvolvimento, e de outro, pela
concretização da regulação do trabalho como instituto jurídico. Logo de início do
governo provisório, no mesmo ano de sua posse, por intermédio de Decreto nº 19.433
de 26 de novembro de 1930, Getúlio Vargas cria o Ministério do Trabalho, Indústria
e Comércio, que tinha como finalidade de superintender a questão social, o amparo
e a defesa do trabalhador do campo e da cidade (LUZ e SANTIN, 2010).
Nos anos posteriores (1932-1933) foram criadas as Inspetorias Regionais e as
Delegacias do Trabalho Marítimo (LUZ e SANTIN, 2010). A inspeção do trabalho tinha
por objetivo a verificação do cumprimento das leis dos regulamentos sobre a orga-
nização e regulamentação do trabalho. Os Inspetores do trabalho também faziam
inquéritos profissionais, propondo até mesmo medidas de prevenção e proteção
aos trabalhadores. Em 1940 as Inspetorias Regionais passaram a ser denominadas
Delegacias Regionais do Trabalho (DRT). Em 1960, com a criação do Ministério da
Indústria e Comércio, passou a ser denominado Ministério do Trabalho e Previdência
Social (MTPS), já que, naquela época, as Caixas de Aposentadorias e Pensões dos em-
pregados privados estavam sob a subordinação desse ministério (CHAGAS, SALIM e
SERVO, 2012).
Em 1966, por meio da Lei no 5.161 (BRASIL, 1966), foi criada a Fundação Centro
Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, hoje Fundação Jorge Duprat
Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), para realizar estudos
e pesquisas em segurança, higiene, meio ambiente e medicina do trabalho, inclusive
para capacitação técnica de empregados e empregadores. Em 1° de maio de 1974,
o MTPS passou a ser Ministério do Trabalho (MTb), com a vinculação da Fundacentro
(fundação de direito público), ocorrendo o desmembramento deste em relação a
10 Pós-Universo

Previdência Social, que passou a ter um ministério à parte. Durante breve período, entre
1991 e 1992 (no Governo Collor) houve novamente a fusão desses dois ministérios.
Em 13 de maio de 1992, com o novo desmembramento, passou a ser denominado
Ministério do Trabalho e da Administração Federal. Outra mudança ocorreu em 1° de
janeiro de 1999, quando passou a ser Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que
é a sua atual denominação (CHAGAS, SALIM e SERVO, 2012). A atual estrutura regi-
mental do MTE foi dada pelo decreto nº 8.894, de 3 de novembro de 2016, tendo
como competência as seguintes áreas (BRASIL, 2016):

•• Política e diretrizes para a geração de emprego e renda e de apoio ao


trabalhador.

•• Política e diretrizes para a modernização das relações do trabalho.

•• Fiscalização do trabalho, inclusive do trabalho portuário, bem como apli-


cação das sanções previstas em normas legais ou coletivas.

•• Política salarial.

•• Formação e desenvolvimento profissional.

•• Segurança e saúde no trabalho.

•• Política de imigração.

•• Cooperativismo e associativismo urbanos.

Martins (2009) descreve que o Ministério do Trabalho e Emprego é composto pelos


seguintes órgãos:

a. Conselho Nacional de Imigração.

b. Conselho Curador do FGTS.

c. Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador.

d. Conselho Nacional de Economia Solidária.

e. Secretaria de Políticas Públicas de Emprego.

f. Secretaria de Relações do Trabalho.


Pós-Universo 11

g. Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT).

h. Secretaria Nacional de Economia Solidária.

Dentro do MTE, as ações de segurança e saúde no trabalho estão particularmente


afeitas à Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), que tem, entre outras, as atribui-
ções descritas a seguir (Martins, 2009):

1. Dar as diretrizes, metas e prioridades a serem buscadas; orientar as ações


fiscais executadas pelos órgãos descentralizados do MTE; monitorar a exe-
cução das ações fiscais, promover estudos e analisar propostas de alteração
legislativa relativas ao mundo do trabalho.

2. Formular e propor as diretrizes da inspeção do trabalho, inclusive do tra-


balho portuário, priorizando o estabelecimento de políticas de combate
ao trabalho forçado, infantil, e a todas as formas de trabalho degradante.

3. Formular e propor as diretrizes e normas de atuação da área de segurança


e saúde do trabalhador.

4. Propor ações, no âmbito do Ministério, que visem à otimização de sistemas


de cooperação mútua, intercâmbio de informações e estabelecimento de
ações integradas entre as fiscalizações federais.

5. Promover estudos da legislação trabalhista e correlata, no âmbito de sua


competência, propondo o seu aperfeiçoamento.

6. Acompanhar o cumprimento, em âmbito nacional, dos acordos e conven-


ções ratificados pelo Governo brasileiro junto a organismos internacionais,
em especial à OIT, nos assuntos de sua área de competência.

7. Baixar normas relacionadas com a sua área de competência.

A Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) tem duas divisões. Ao Departamento de


Inspeção do Trabalho (DEFIT) compete subsidiar a SIT, planejar, supervisionar e coor-
denar as ações da secretaria na área trabalhista geral (vínculo empregatício, jornadas
de trabalho, intervalos intra e interjornadas, pagamento de salários, concessão de
férias, descanso semanal, recolhimento ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
etc.). O Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST) tem atribuições
12 Pós-Universo

similares, embora na área de segurança e saúde no trabalho (serviços de segurança


das empresas, controle médico ocupacional, equipamentos de proteção individual
e coletiva, fatores de risco presentes nos ambientes de trabalho, condições sanitá-
rias nos locais de trabalho etc.).
O MTE também tem presença em todos os estados do país, por meio das
Superintendências, Gerências e Agências Regionais. Cada um dos 26 estados da
Federação, além do Distrito Federal, conta com uma Superintendência Regional do
Trabalho e Emprego (SRTE), que até 3 de janeiro de 2008 era denominada Delegacia
Regional do Trabalho (DRT). A estas unidades descentralizadas, subordinadas direta-
mente ao MTE, competem a execução, a supervisão e o monitoramento das ações
relacionadas às políticas públicas de responsabilidade deste ministério, na sua área
de circunscrição, obedecendo às diretrizes e aos procedimentos dele emanados e,
inclusive, como responsáveis pela maior parte das ações de fiscalização trabalhista.
A sede da SRTE fica localizada na capital do estado. Com exceção de quatro SRTE lo-
calizadas em estados de menor população (Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins),
todas as demais possuem subdivisões na sua jurisdição – as Gerências Regionais do
Trabalho e Emprego (GRTEs), atualmente num total de 114. São Paulo, o mais po-
puloso estado da Federação, tem 25 GRTEs, além da área sob a responsabilidade
direta da superintendência. Além disso, existem mais de 400 Agências Regionais do
Trabalho (Artes), nas mais diversas cidades do país (MARTINS, 2009; CHAGAS, SALIM,
SERVO, 2012).
Pós-Universo 13

A Organização
Internacional
do Trabalho
14 Pós-Universo

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) foi criada pela Conferência da Paz,


assinada em Versalhes (Tratado de Versalhes), em junho do ano de 1919, logo após a
Primeira Guerra Mundial, e teve como vocação promover a justiça social e, em par-
ticular, fazer respeitar os direitos humanos no mundo do trabalho. Prevista na Parte
XIII deste Tratado, tal organização, com sede em Genebra, foi criada como um órgão
autônomo da Sociedade das Nações, tendo assim permanecido até 1946, momento
em que se transformou em agência especializada da Organização das Nações Unidas.
Interessante notar que a qualidade de membro da Sociedade das Nações não era re-
quisito para ser membro da OIT. O Brasil, como um dos países vitoriosos na primeira
guerra mundial, foi um dos vinte e nove signatários do Tratado de Versailles e, por-
tanto, membro fundador da OIT (ALVARENGA, 2007; OLIVEIRA, 2003, on-line1).
A OIT tem, entre os seus objetivos, a melhoria das condições de vida e a pro-
teção adequada à vida e à saúde de todos os trabalhadores, nas suas mais diversas
ocupações e a instauração da justiça social no mundo do trabalho, pois sem esta
é impossível a construção da paz mundial, escopo primordial da Organização das
Nações Unidas, da qual a OIT é agência especializada. Busca promover uma evolução
harmônica das normas de proteção aos trabalhadores. Desempenhou e continua de-
sempenhando papel fundamental na difusão e padronização de normas e condutas
na área do trabalho. Tem representação paritária de governos dos seus 183 Estados-
membros, além de suas organizações de empregadores e de trabalhadores (CHAGAS,
SALIM e SERVO, 2012). Cumpre ressaltar, inicialmente, que, desde a sua criação, a OIT
é a única agência do sistema das Nações Unidas que possui estrutura tripartite (re-
presentantes dos governos, empregadores e empregados) (ALVARENGA, 2007).
Os princípios fundamentais da Organização são definidos na Declaração da
Filadélfia de 1944, que, segundo Oliveira (2003, on-line)1 são:

a. O trabalho não é uma mercadoria.

b. A liberdade de expressão e de associação constitui uma condição indispen-


sável para o progresso.

c. A pobreza em um dado lugar representa um perigo para o progresso social


de todo o mundo.

d. A luta contra as necessidades individuais e coletivas da população deve


ser levada a cabo tanto em nível nacional quanto internacional, tendo em
vista a promoção do bem comum.
Pós-Universo 15

e. Todos os seres humanos, qualquer que seja a sua raça, religião ou sexo, têm
o direito ao progresso material e ao desenvolvimento espiritual na liberdade
e na dignidade, com segurança econômica e igualdade de oportunidades.

A estrutura da OIT é constituída por três órgãos: o conselho de administração, a con-


ferência internacional do trabalho e a repartição internacional do trabalho, também
denominada de escritório central da OIT, a qual atua sob a direção de um conselho
de administração (ALVARENGA, 2007).
Com sede em Genebra, Suíça, a OIT tem uma rede de escritórios em todos os
continentes. É dirigida pelo Conselho de Administração, que se reúne três vezes ao
ano em Genebra. O conselho de administração é composto por 56 pessoas, das quais
28 são representantes dos governos, 14 são representantes dos empregadores e as
outras 14 são representantes dos trabalhadores. Dos 28 representantes dos gover-
nos, dez serão nomeados pelos estados membros de maior importância industrial
e 18 serão nomeados pelos estados membros designados para esse fim pelos de-
legados governamentais da conferência, excluídos os delegados dos dez membros
mencionados. Os representantes dos empregadores e os dos empregados serão,
respectivamente, eleitos pelos delegados dos empregadores e pelos delegados dos
trabalhadores à conferência (ALVARENGA, 2007).
A conferência internacional do trabalho ou assembleia geral de todos os estados
membros constitui o órgão supremo da OIT e é responsável por elaborar convenções
internacionais e recomendações, que se instrumentalizam por meio da regulamen-
tação internacional do trabalho da OIT. É o órgão que traça as diretrizes gerais da
política social adotada pela OIT e resolve as questões relativas à inobservância por
parte dos estados membros das normas internacionais do trabalho ratificadas por
eles (ALVARENGA, 2007). A Conferência Internacional do Trabalho é um fórum in-
ternacional, organizado pela OIT, que ocorre anualmente (em junho, também em
Genebra) para:

I - Discutir temas diversos do trabalho.

II - Adotar e revisar normas internacionais do trabalho.

III - Aprovar as suas políticas gerais, o programa de trabalho e o orçamento.

Nessas conferências, com representações tripartites dos países filiados, são discu-
tidas e aprovadas convenções sobre temas trabalhistas. As recomendações são
16 Pós-Universo

instrumentos opcionais que tratam dos mesmos temas que as convenções e esta-
belecem orientações para a política e a ação dos Estados-membros no atendimento
destas. Após aprovação nas conferências plenárias, devem ser apreciadas, num prazo
de 18 meses, pelos órgãos legislativos dos seus países, que podem ou não ratifi-
cá-las (ALBUQUERQUE, 2010). Embora tal ratificação não seja obrigatória, as linhas
gerais de suas recomendações têm sido implementadas, em maior ou menor grau,
em praticamente todos os países industrializados, principalmente no ocidente capi-
talista. A OIT elaborou 188 convenções desde 1919, das quais 158 estão atualizadas.
Destas, o Brasil ratificou 96, embora 82 estejam em vigor, tendo a última ratifica-
ção, da Convenção 151, ocorrido em 15 de junho de 2010. A título de comparação,
temos que, até meados de junho de 2010, a Noruega tinha ratificado 91 convenções,
a Finlândia, 82, a Suécia, 77, a Alemanha, 72, o Reino Unido, 68, a Dinamarca, 63 e os
Estados Unidos, apenas 14. Ou seja, o Brasil está entre os países que mais seguem,
pelo menos formalmente, as convenções da OIT (ILO, [2017], on-line)2.
No Brasil, a ratificação ocorre por ato de governo, mediante decreto, depois
de aprovado o texto pelo Congresso Nacional. Embora seja norma infraconstitucio-
nal, uma convenção aprovada pode alterar ou revogar normas em vigor, desde que
não dependa de regulamentação prévia e já esteja em vigor internacionalmente. As
convenções da OIT têm sua vigência iniciada doze meses após o registro de duas
ratificações, com duração indeterminada. O prazo de validade de cada ratificação é
de dez anos. Ao término, cada Estado-membro pode denunciá-la, cessando sua res-
ponsabilidade, em relação à ela, 12 meses após. Não tendo sido denunciada até 12
meses do término da validade da ratificação, renova-se a validade tacitamente por
mais dez anos. Das 82 convenções ratificadas e em vigor no Brasil, podemos dizer
que 20 tratam especificamente de Segurança e Saúde do Trabalho. Esta divisão é um
tanto arbitrária, já que é difícil separar normas de saúde e segurança de outras exigên-
cias trabalhistas tais como controle de jornadas, condições para trabalho em minas,
intervalos para repouso e alimentação, entre outras (CHAGAS, SALIM, SERVO, 2012).
As Convenções 148 e 155 da OIT, já ratificadas pelo Brasil, podem ser conside-
radas as mais amplas e paradigmáticas na abordagem de questões de Segurança e
Saúde do Trabalho. A Convenção 148 – contra riscos ocupacionais no ambiente de
trabalho devidos a poluição do ar, ruído e vibração, adotada pela OIT em 1977– foi ra-
tificada pelo Brasil em 14 de janeiro de 1982. Porém, só foi promulgada pelo Decreto
nº 93.413, de 15 de outubro de 1986. Esta convenção é responsável por definir que a
Pós-Universo 17

legislação nacional deve determinar a adoção de medidas que previnam e limitem


os fatores de risco ambientais no local de trabalho, privilegiando as medidas de pro-
teção coletivas em detrimento das individuais (como o uso de equipamentos de
proteção individual). Também estabelece que representantes dos trabalhadores e
dos empregadores sejam consultados ao se estabelecerem parâmetros de controle,
participando da sua implementação e cabendo a estes últimos a responsabilida-
de pela aplicação das medidas prescritas. Determina que os representantes podem
acompanhar as ações de fiscalização em Segurança e Saúde do Trabalho. Um outro
ponto tratado é a necessidade de controle médico ocupacional dos trabalhadores,
sem ônus para os mesmos (ILO, [2017], on-line)2.
A Convenção 155 – sobre segurança e saúde ocupacional e o meio ambien-
te de trabalho, adotada pela OIT em 1981 – foi aprovada no Brasil em 18 de maio de
1992 e promulgada pelo Decreto no 1.254, de 29 de setembro de 1994. É mais ampla
que a Convenção 148. Determina a instituição de uma política nacional de segurança
e saúde dos trabalhadores e do meio ambiente de trabalho, com consulta às partes
interessadas (trabalhadores e empregadores), com o objetivo de prevenir acidentes
e danos à saúde, reduzindo ao mínimo possível às causas dos riscos inerentes a esse
meio. O trabalho deve ser adaptado ao homem e não vice-versa. Estabelece que
os acidentes de trabalho e as doenças profissionais sejam comunicados ao poder
público, bem como sejam efetuadas análises com a finalidade de verificar a existên-
cia de uma situação grave. Exige também a adoção de dispositivos de segurança nos
equipamentos utilizados nos locais de trabalho, sendo isso responsabilidade dos em-
pregadores. Faculta ao trabalhador interromper a atividade laboral em que haja risco
significativo para sua vida e saúde, sem que seja punido por isso, bem como reforça
o direito à informação, por parte dos trabalhadores e seus representantes, dos riscos
porventura existentes nos locais de trabalho (ILO [2017], on-line)2.
Como já observado, várias outras convenções da OIT, ratificadas pelo Brasil,
versam sobre aspectos de segurança e saúde no trabalho, principalmente as elabora-
das a partir de 1960. Apenas citando as mais recentes, e com impactos significativos
nas normas de SST em vigor no Brasil, podemos enumerar a que estabelece pesos
máximos a serem transportados (127, de 1967), condições de funcionamento dos
serviços de saúde no trabalho (161, de 1985), uso de asbesto em condições de segu-
rança (162, de 1986), proteção à saúde dos trabalhadores marítimos (164, de 1987),
seguridade e saúde na construção civil (167, de 1988), segurança com produtos
18 Pós-Universo

químicos (170, de 1990), trabalho noturno (171, de 1990), prevenção de acidentes in-
dustriais maiores (174, de 1993), trabalho em tempo parcial (175, de 1994), segurança
e saúde na mineração (176, de 1995) e as piores formas de trabalho infantil e sua eli-
minação (182, de 1999) e segurança e saúde na agricultura (184 de 2001) (CHAGAS,
SALIM e SERVO, 2012).
Por último, a repartição internacional do trabalho constitui o secretariado téc-
nico-administrativo da OIT, e tem como funções centralizar e distribuir todas as
informações referentes à regulamentação internacional da condição dos trabalhado-
res e do regime do trabalho; em particular, o estudo das questões que lhe compete
submeter às discussões da conferência para concluir as convenções internacionais
assim como realizar todos os inquéritos especiais prescritos pela conferência inter-
nacional do trabalho ou pelo conselho de administração (ALVARENGA, 2007).
A OIT conta com 175 membros, entre os quais a Rússia, a França, o Reino Unido,
a República Popular da China e os Estados Unidos, que reentraram em 1980. Tem
representação paritária de governos destes 175 Estados e de organizações de em-
pregadores e de trabalhadores (OLIVEIRA, 2003, on-line1).
Pós-Universo 19

O Ministério da
Previdência Social
20 Pós-Universo

O desenvolvimento da Previdência Social brasileira, assim como em boa parte do


globo, teve início privativo, voluntário, mediante a formação dos primeiros planos mu-
tualistas. Em um plano mais abstrato, tratando genericamente dos direitos sociais no
Brasil, e não especificamente da Previdência Social, a Constituição Imperial de 1824
fez alusão à assistência social, ainda que indefinidamente e sem disposições concre-
tas sobre o Direito Previdenciário (SILVA, 2011).
Sempre coube ao Ministério da Previdência Social (MPS), por meio de seu Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS), anteriormente Instituto Nacional de Previdência
Social (INPS), dar amparo aos trabalhadores vítimas de acidentes e doenças profissio-
nais. A proteção acidentária brasileira começa antes mesmo do próprio nascimento
da Previdência Social em 1923, quando, em 15 de janeiro de 1919, o governo editou
o Decreto no 3.724, que instituiu a indenização às vítimas de acidentes, correspon-
dente a três anos de trabalho. Logo, a Previdência, já apresentava uma função de
seguradora, desde os seus primórdios dando proteção às consequências dos aci-
dentes e doenças profissionais de caráter indenizatório, vinculados inicialmente a
categorias profissionais mais organizadas da época, como ferroviários e da constru-
ção civil (CHAGAS, SALIM e SERVO, 2012).
Os benefícios acidentários foram se aperfeiçoando: as indenizações por partes
do corpo perdidas passaram a ser benefícios continuados, pagos mês a mês. No
período de 1944 a 1966, seguradoras privadas passaram a indenizar a acidentalidade
concorrencialmente com os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) existen-
tes por categoria profissional: industriários, bancários, comerciários, marítimos, entre
outros (TODESCHINI e CODO, 2009).
É interessante observar que a ação de controlar e fiscalizar os acidentes e as
doenças profissionais sempre foi função do Ministério do Trabalho que, durante muitos
períodos, esteve unificado com o Ministério da Previdência e com a Assistência Social.
A ação de fiscalização das condições de trabalho e do nascente contrato de trabalho
iniciou-se na década de 1930, com a criação do então Ministério do Trabalho, Indústria
e Comércio, já mencionado na aula anterior. A legislação que iniciou o detalhamen-
to de cuidados com o ambiente de trabalho foi a Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), em 1943, quando foi editado o capítulo V, que definiu uma série de regras
que as empresas deviam observar para manter as condições salubres de trabalho.
Contraditoriamente, também se instituiu o adicional de insalubridade onde persis-
tissem as condições insalubres, com desdobramentos nas chamadas aposentadorias
Pós-Universo 21

especiais insalubres no início de 1960, por meio da Lei no 3.807, a Lei Orgânica da
Previdência Social (CHAGAS, SALIM e SERVO, 2012).
Os anos 1960 e 1970 foram períodos em que se constatou um crescente número
de acidentes, mortes e doenças profissionais no Brasil – que passou a ser conhecido
mundialmente como “campeão de acidentes de trabalho”. Nesta época, pagamento
dos benefícios monetários a eles relacionados sempre coube à Previdência Social. A
média dos anos 1970 era de 1,5 milhão de acidentes, cerca de 4 mil óbitos e 3,2 mil
doenças profissionais. Em 1975 o número de acidentes registrados bateu o recorde
de 1,9 milhão, o que significava que nesse ano 14,74% dos 12,9 milhões de traba-
lhadores segurados sofrera algum acidente de trabalho. O governo militar da época,
preocupado com essa situação e visando uma maior atenção às questões de Saúde e
Segurança no Trabalho criou, em 1966, a Fundacentro, órgão que se dedica a estudos,
pesquisas, a formação de profissionais e ao aperfeiçoamento da legislação trabalhista
na área (CHAGAS, SALIM, SERVO, 2012). Esse fato evidenciou que, apesar da existên-
cia de leis trabalhistas aparentemente progressistas para a época, a aplicação desta
legislação era falha e muito difícil.
Talvez, o avanço mais significativo na legislação trabalhista que tenha ocorri-
do, como fruto do início das pressões sindicais, foi a criação, por meio da Portaria no
3.214 de 1978, das Normas Regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho. Estas
normas inicialmente estabeleceram exigências para que as condições de trabalho
fossem melhoradas: ampliou-se o papel das Comissões Internas de Prevenção de
Acidentes (CIPAs); estabeleceram-se parâmetros e limites no manuseio de substân-
cias químicas perigosas, maiores controles dos riscos físicos em geral; ampliaram-se
os serviços próprios de segurança e medicina do trabalho nas empresas (SESMTs);
exigiram-se procedimentos de fiscalização e inspeção prévia das empresas que se
instalavam, entre outras (CHAGAS, SALIM, SERVO, 2012).
De forma progressiva, a Previdência Social passou a reconhecer novas doenças
profissionais, principalmente devido a pressão imposta pelos sindicatos mais com-
bativos na época (bancários, metalúrgicos e químicos) – entre elas as LER/DORT, que
foram objeto de Instruções Normativas no final dos anos 1980. Na mesma época
também ampliou-se o reconhecimento das doenças profissionais em geral.
O impulso maior no reconhecimento das doenças profissionais deu-se a partir do
final dos anos 1980, quando se criaram programas de Atenção à Saúde do Trabalhador
na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), também por pressão sindical junto à
22 Pós-Universo

Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (CHAGAS, SALIM, SERVO, 2012). De 1984
a 1985, o reconhecimento das doenças profissionais saltou de 3,2 mil casos para 4
mil casos junto à Previdência Social, mostrando a intervenção do Ministério da Saúde
neste campo. Deve-se recordar que, nesse mesmo período, foram criados o Programa
de Saúde dos Trabalhadores Químicos do ABC e da Construção Civil (Diadema São
Bernardo) em parceria com a Secretaria de Saúde de São Paulo, e o Programa de
Saúde do Trabalhador da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo na Zona Norte
(MÉDICI, 2008). Esses programas foram precursores, e depois se disseminaram para
outras regiões do estado de São Paulo e do Brasil. Com a ação desses programas em
conjunto com ação do Ministério da Saúde por intermédio dos Centros de Referência
de Saúde do Trabalhador, após a Constituição de 1988, impulsionou o registro de
doenças profissionais e do trabalho na Previdência Social, que saltou de 6 mil (1986)
para 15 mil (1993).
A Lei Maior de 1988, marco da objetivação democrática e social do Estado
Brasileiro, tratou de alargar em demasiado o tratamento constitucional dado à
Previdência Social, dispondo pela primeira vez do termo “Seguridade Social”, como
um conjunto de ações integradas envolvendo Saúde, Assistência e Previdência Social.
Como bem salienta Silva (2011):

““
[...] a Seguridade Social é uma técnica moderna de proteção social, que se
busca implementar em prol da dignidade da pessoa humana. As suas diversas
facetas, quais sejam, a assistência, a saúde e a Previdência Social, no sistema
de Seguridade Social, deveriam atuar de articulada e integradas, mas perce-
be-se a existência de uma nítida separação no respectivo campo de atuação
extraída do próprio texto constitucional.

Ou seja, além dos Serviços de Medicina Ocupacional nas empresas para o diagnósti-
co das doenças, as diversas instâncias da rede de saúde pública influíram fortemente
na descoberta do iceberg escondido de tais doenças nos ambientes laborais. As dis-
cussões sobre saúde do trabalhador tiveram forte impulso também a partir das três
Conferências Nacionais de Saúde do Trabalhador organizadas pelo Ministério da
Saúde entre 1986 e 2005.
Pós-Universo 23

Nexo Técnico Epidemiológico


Previdenciário (NTEP)
O reconhecimento das doenças profissionais foi se ampliando no âmbito dos Programas
de Saúde do Trabalhador por intermédio dos Centros de Referência em Saúde do
Trabalhador (CERESTs), a partir de 2003 – um impulso que fez com que o Conselho
Nacional de Previdência Social, em 2004, criasse uma nova metodologia que reco-
nhecesse melhor as doenças profissionais, chamada Nexo Técnico Epidemiológico
Previdenciário (NTEP).
O referido Nexo é uma metodologia de concessão de benefícios previden-
ciários que tem sua aplicação disciplinada pelo Decreto nº 6042, de 12 de fevereiro
de 2007 e seus procedimentos e rotinas delineados pela Instrução Normativa nº 31,
de 10 de setembro de 2008 que revogou a IN/INSS nº 16 de 27 de março de 2007
(GONÇALVES, SANCHES, 2013). Esta metodologia, acoplada num primeiro momento
com uma ação de cobrança diferenciada por empresa, chamada Fator Acidentário de
Prevenção (FAP), estabeleceu que toda vez que houvesse incidência epidemiológi-
ca elevada de uma determinada doença em todo o Sistema Único de Benefícios da
Previdência Social haveria o enquadramento dessa doença como sendo de natureza
acidentária. Basicamente, o enquadramento permitido pelo Decreto n° 6.042/2007
e pelo atual Decreto n° 6.957/2009, em seu Anexo II, Lista C, diz que, se um trabalha-
dor pertencer a uma determinada atividade econômica da Classificação Nacional de
Atividade Econômica (CNAE) com alta incidência de doenças segundo a Classificação
Internacional de Doenças (CID), o caso será enquadrado como de doença profissio-
nal. Este procedimento utiliza a clássica tabela cruzada na epidemiologia de pertencer
a um CNAE, comparado ao de não pertencer ao mesmo CNAE, relacionado com as
pessoas doentes afetadas e as pessoas doentes não afetadas. Estas relações, além
da lista normal das doenças profissionais e do trabalho, permitem estabelecer atual-
mente 2.691 correlações entre CID e CNAE. Assim, inverteu-se o ônus da prova.
Anteriormente, era necessário que tal reconhecimento partisse basicamente do
médico da empresa ou do encaminhamento de serviços públicos; agora, o próprio
médico perito verifica compulsoriamente, independente da Comunicação de Acidente
do Trabalho (CAT) da empresa, se há esta relação estabelecida pela lista C, Anexo II,
do atual Decreto no 6.957. Ao lado disso, houve o aperfeiçoamento das Instruções
Normativas do INSS, para o melhor reconhecimento das doenças profissionais em
24 Pós-Universo

geral, independente da CAT, conforme expresso na IN n° 31, de setembro de 2008


(CHAGAS, SALIM , SERVO, 2012).

saiba mais
O Brasil, desde 2010, implantou uma série de medidas de forma a indivi-
dualizar, por empresa, o valor recolhido aos cofres públicos, destinado ao
financiamento dos benefícios por incapacidade laboral, seja por doença ou
acidente de trabalho. Entre tais medidas figuram a criação do Fator Acidentário
de Prevenção (FAP) e do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP).
A lógica que embasa essa ação é: paga mais quem investe menos em
Segurança e Saúde do Trabalho; paga menos quem investe mais. A alíquo-
ta de 1%, 2% ou 3%, por empresa, poderá ser reduzida pela metade, ou até
dobrar, de acordo com os índices de frequência, gravidade e custo dos aci-
dentes de trabalho. Ou seja, empresas que investirem em prevenção de
acidentes de trabalho poderão receber até 50% de redução dessa alíquota
e, em dimensão oposta, onerar-se em até 100%. Trata-se, portanto, da insti-
tuição de um fator, ora denominado Fator Acidentário Previdenciário - FAP,
que é um multiplicador sobre a alíquota de 1%, 2% ou 3% correspondente
ao enquadramento da empresa na classe do Código Nacional da Atividade
Econômica - CNAE, nos termos do Anexo V do Regulamento da Previdência.
Fonte: Gonçalves e Sanches (2013); Matos e Hostensky (2016).
Pós-Universo 25

O Ministério
da Saúde
26 Pós-Universo

Segundo Lima e Pinto (2003), dois projetos influenciaram a conjuntura de debates


sobre o modelo a ser encampado pelo futuro Ministério da Saúde, criado em julho
de 1953: um deles mantinha praticamente inalterado o modelo do Departamento
Nacional de Saúde (DNS); o outro pretendia juntar em uma única secretaria os serviços
de saúde pública e de assistência médica da Previdência Social. A estrutura original
do Ministério da Saúde foi herdada do DNS, e sua criação deu início à reorganização
das ações de saúde, acabando com a pulverização de recursos financeiros. Os servi-
ços de saúde vinculados ao Ministério da Saúde se organizaram por meio das ações
de saúde coletiva. A assistência médica individual e curativa ficaria vinculada à área
da Previdência Social, às instituições filantrópicas e à medicina privada.
A partir dos anos 1970 e durante toda a década de 1980, o Brasil passou por um
processo de redemocratização e, neste contexto, o Movimento da Reforma Sanitária
propõe uma nova concepção de Saúde Pública para o conjunto da sociedade bra-
sileira que inclui a Saúde do Trabalhador como campo de práticas institucionais no
Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2006). O modelo proposto inclui a partici-
pação dos trabalhadores na gestão e nas ações desenvolvidas além de enfatizar as
ações de vigilância e de educação em saúde.
Nesse processo político social surgiram alguns serviços de atenção à saúde do
trabalhador em Secretarias de Saúde de alguns estados e municípios, os quais reali-
zavam ações de assistência, de vigilância e de formação/ capacitação de pessoal. Em
São Paulo são estabelecidos os Programas de Saúde do Trabalhador (PST) em vários
escritórios regionais da Secretaria de Estado da Saúde, em articulação com o mo-
vimento sindical e com a cooperação internacional entre o Brasil e a Itália. Ao final
dos anos 1980 são desenvolvidas experiências similares nas secretarias de saúde de
Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia, que passam a compor um cenário do marco
inicial da saúde do trabalhador no SUS e estabelecem as bases da discussão sobre o
tema saúde do trabalhador no período pré-Constituição Federal de 1988 (CHAGAS,
SALIM, SERVO, 2012).
O marco legal referencial do processo de criação do SUS é a promulgação da
Constituição Federal em 1988, a qual expressa em seu Artigo 196° que: “a saúde é um
direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e eco-
nômicas” (BRASIL, 1988), e em seu Artigo 198° que: “as ações e serviços públicos de
saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema
único” (BRASIL, 1988).
Pós-Universo 27

A Saúde do Trabalhador, mais especificamente, é evidenciada no artigo 200°


da Constituição, que define que ao SUS compete executar as ações de saúde do
trabalhador e colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do
trabalho (BRASIL, 1988).
Em decorrência do definido constitucionalmente, é estabelecida a Lei Orgânica
da Saúde (LOS – Lei Federal no 8.080, de 19 de setembro de 1990), que reafirma a
Saúde do Trabalhador como integrante do campo de atuação do SUS e regulamen-
ta os dispositivos constitucionais sobre a Saúde do Trabalhador (BRASIL, 1990).
Assim, de acordo com o Artigo 6°, parágrafo 3°, da LOS, entende-se por Saúde
do Trabalhador: um conjunto de atividades que se destina, por meio das ações de vi-
gilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos
trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhado-
res submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo:

IV - Assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de


doença profissional e do trabalho.

V - Participação, no âmbito de competência do SUS, em estudos, pesquisas,


avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no
processo de trabalho.

VI - Participação, no âmbito de competência do SUS, da normatização, fiscali-


zação e controle das condições de produção, extração, armazenamento,
transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de má-
quinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador.

VII - Avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde.

VIII - Informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e a empresas


sobre os riscos de acidente de trabalho, doença profissional e do trabalho,
bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames
de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os precei-
tos da ética profissional.

IX - Participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde


do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas.

X - Revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de


28 Pós-Universo

trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais.

XI - A garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competen-


te a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de
trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde
dos trabalhadores (BRASIL, 1990).

É muito importante destacar que a incorporação do tema saúde do trabalhador no


âmbito do SUS, trazida pela Constituição Federal de 1988 e pela LOS, expressa, princi-
palmente, a necessidade de que o setor saúde não se limite a receber os acidentados
e adoecidos no trabalho, mas sim se dedique a desenvolver ações de promoção e
vigilância que transformem os processos e os ambientes de trabalho que impactam
negativamente na saúde da população (CHAGAS, SALIM, SERVO, 2012).

A Saúde do Trabalhador no
Ministério da Saúde
A inserção inicial da saúde do trabalhador no Ministério da Saúde foi na vigilância
sanitária e passou pela assistência à saúde, antes de se estabilizar na Secretaria de
Políticas de Saúde (SPS), em 1998, como Área Técnica de Saúde do Trabalhador. No
ano de 1999 foi criada uma Assessoria de Saúde Ocupacional na então Secretaria de
Assistência à Saúde, que mais tarde teve o nome alterado para Assessoria Técnica de
Saúde do Trabalhador. Assim, por alguns anos, o Ministério da Saúde teve duas áreas
de saúde do trabalhador na sua estrutura, com perspectivas diferenciadas, inclusi-
ve pelas próprias características e funções das secretarias, e pouco articuladas em
relação à formulação e implementação da Política Nacional de Saúde do Trabalhador
(PNST), sendo marcante até 2002 o predomínio da condução da Política pela Área
Técnica de Saúde do Trabalhador da Secretaria de Políticas de Saúde (SPS) (CHAGAS,
SALIM, SERVO, 2012).
Essa situação perdurou até o início de 2003, quando a Secretaria de Políticas de
Saúde (SPS) e a Secretaria de Assistência à Saúde se fundiram, transformando-se em
uma única e nova secretaria, a Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), com uma única
Área Técnica de Saúde do Trabalhador (COSAT). Em 2007, a Portaria GM/MS no 1.956,
de 14 de agosto, trouxe importante mudança de localização institucional da Área
Pós-Universo 29

Técnica de Saúde do Trabalhador no Ministério da Saúde, ao definir que a gestão e a


coordenação das ações relativas à Saúde do Trabalhador passassem a ser exercidas
pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) (BRASIL, 2007). A inserção da Saúde do
Trabalhador na esfera nacional da gestão na Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS)
reforça a abrangência das ações de vigilância, promoção, prevenção e controle de
doenças e agravos à saúde, constituindo espaço de articulação de conhecimentos e
técnicas da epidemiologia e de diversas disciplinas, de práticas dos profissionais e dos
saberes e das experiências dos trabalhadores. Esta concepção pretende estabelecer
uma dinâmica entre prevenção e assistência e uma ênfase na promoção da saúde,
como proposta transformadora da Reforma Sanitária em constante movimento. A
nova inserção da Saúde do Trabalhador no Ministério da Saúde se consolida com a
publicação do Decreto no 6.860, de 27 de maio de 2009, que formaliza a Coordenação-
Geral de Saúde do Trabalhador (CGSAT), no interior do Departamento de Vigilância
em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (DSAST) da Secretaria de Vigilância em
Saúde (SVS), cabendo à Secretaria a coordenação da gestão da Política Nacional de
Saúde do Trabalhador (PNST) (BRASIL, 2009).
30 Pós-Universo

A Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat) deve ocupar papel central na in-


tervenção sobre os determinantes dos agravos à saúde dos trabalhadores sob a égide
do campo da ST. Configura-se como uma estratégica no interior do Sistema Único
de Saúde (SUS) para enfrentamento das situações que colocam em risco a saúde da
população trabalhadora, sendo composta pela intervenção articulada em três dimen-
sões: a promoção da saúde, a prevenção das enfermidades e acidentes e a atenção
curativa. Entretanto, o Visat enfrente inúmeras dificuldades de atuação, como, por
exemplo, a falta de profissionais capacitados, a falta de investimentos e a dissocia-
ção de ações e programas de investimentos visando à melhoria de condições de
trabalho e à saúde dos trabalhadores. Neste último caso, deveriam existir as ações
conjuntas entre os órgãos públicos (Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério da
Previdência Social, Ministério da Saúde) visando a Segurança do Trabalho e a saúde
do trabalhador (COSTA et al., 2013).

fatos e dados
A despeito das enormes dificuldades para priorizar e fazer funcionar ações
de Visat dentro do SUS, podemos citar alguns exemplos de sucesso que
deveriam orientar e inspirar ações programáticas em nível nacional, como
os casos de: ação coordenada para controle da exposição ao benzeno nos
postos de combustíveis; ação articulada para coibir o uso do amianto no
Estado de São Paulo; ações interinstitucionais e negociações para vigilância
e prevenção de acidentes de trabalho em algumas cidades do estado de
São Paulo; vigilância à saúde do trabalhador canavieiro (Visat-Canavieiro);
ação para diagnóstico e intervenção nos casos de contaminação ocupa-
cional e ambiental da Shell/Basf na região de Campinas; a experiência de
matriciamento das ações de ST na atenção básica em Amparo-SP, a expe-
riência exitosa do Cesat Bahia, que integra as várias dimensões da atenção
integral, dentre outras.
Fonte: COSTA et al., 2013.
Pós-Universo 31

A FUNDACENTRO
32 Pós-Universo

A Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho, a


FUNDACENTRO, foi criada oficialmente em 1966, mas teve os seus primeiros passos
no início da década de 60, quando o país garantiu o título de campeão mundial de
acidentalidades. Como a preocupação com os altos índices de acidentes e doenças
do trabalho crescia no Governo e entre a sociedade, em 1960, o Governo brasileiro
iniciou gestões com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), com a finalidade
de promover estudos e avaliações do problema e apontar soluções que pudessem
alterar esse quadro. Foi então que a proposta de uma instituição voltada para o estudo
e pesquisa das condições dos ambientes de trabalho, com a participação de todos
os agentes sociais envolvidos na questão, começou a ganhar corpo. Um escopo
deste modelo foi apresentado em março de 1964, durante o Congresso Americano
de Medicina do Trabalho, realizado em São Paulo (FUNDACENTRO, 2006).
Em 1965, após a visita ao País de especialistas da OIT, e de novos estudos sobre
as condições necessárias para a implantação da iniciativa, o Governo Federal decidiu
pela criação de um centro especializado, tendo a cidade de São Paulo como sede
da nova instituição, em função do porte de seu parque industrial. Assim, em 1966,
durante o V Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes, realizado em São Paulo,
foi oficializada a criação da FUNDACENTRO, que teve sua primeira sede instalada no
bairro de Perdizes. Datam dessa fase inicial da entidade os primeiros estudos e pes-
quisas no País sobre os efeitos de inseticidas organoclorados na saúde; da bissinose
(doença ocupacional respiratória que atinge trabalhadores do setor de fiação, ex-
postos a poeira de algodão e juta); sobre as consequências das vibrações e ruídos
em trabalhadores que operam marteletes; sobre o teor da sílica nos ambientes de
trabalho na indústria cerâmica e ainda sobre os riscos da exposição ocupacional ao
chumbo (REIMBERG, 2016).
Para realizar suas primeiras atividades, o superintendente Moacyr Gaya formou
uma comissão que elaborou um relatório sobre a necessidade de equipamentos
e profissionais para iniciar os trabalhos e esboçou de um primeiro organograma.
Após as instalações, uma das ações iniciais da Fundação foi criar uma comissão para
estudo de ensaios de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), por solicitação
do Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho do Ministério do
Trabalho e Previdência Social em 1970. Dela, nasceu um projeto-piloto para óculos
e capacetes. No ano seguinte, no mês de outubro, foi inaugurada a exposição per-
manente de equipamentos de segurança (REIMBERG, 2016).
Pós-Universo 33

Ainda em 1970, a Fundação, em convênio com a Faculdade de Saúde Pública,


promoveu o primeiro curso de Higiene do Trabalho, entre junho e setembro, com
a participação de 80 alunos. Foi também com essa instituição que a Fundacentro
fez sua primeira pesquisa epidemiológica, iniciada em 1971, com a participação de
profissionais da higiene e da medicina do trabalho em estudo para a verificação da
ocorrência da bissinose entre os trabalhadores da indústria de fiação e tecelagem
do algodão na cidade de São Paulo (REIMBERG, 2016).
Outro setor de atuação desde o princípio foi a indústria da construção. Em
outubro de 1971, foi criado o Grupo Especial de Prevenção de Acidentes na Construção
Civil (Gepac) (REIMBERG, 2016).
Em 1974, com a vinculação da FUNDACENTRO ao Ministério do Trabalho, cresce-
ram as atribuições e atividades da instituição, exigindo um novo salto da entidade: a
implantação do Centro Técnico Nacional, cuja construção teve início em 1981, sendo
concluído em 1983, no bairro de Pinheiros, em São Paulo.
No decorrer de sua história, a FUNDACENTRO viria ainda afirmar sua vocação
pioneira na área, com as pesquisas sobre as Doenças Osteomusculares Relacionadas
ao Trabalho - DORT (à época chamada de lesões por Esforços Repetitivas - LER).
É a partir do Centro Técnico Nacional - CTN da Fundacentro, na sede paulista,
que muitos avanços na área de segurança e saúde no trabalho têm sido produzidos
e incorporados à legislação brasileira, reduzindo os índices de acidentes e de doenças
ocupacionais nas mais diversas atividades profissionais.
Um dos focos principais desta instituição é a higiene do trabalho, que com-
preende normas e procedimentos adequados para proteger a integridade física e
mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas dos
cargos e o ambiente físico onde são executadas. A higiene do trabalho está ligada ao
diagnóstico e à prevenção das doenças ocupacionais, a partir do estudo e do contro-
le do homem e seu ambiente de trabalho. Ela tem caráter preventivo por promover
a saúde e o conforto do funcionário, evitando que ele adoeça e se ausente do tra-
balho. Envolve, também, estudo e controle das condições de trabalho (PACIULLO e
FRESCHI, 2013).
Hoje, a FUNDACENTRO está presente em todo País, por meio de suas unida-
des descentralizadas, distribuídas em 13 unidades distribuídas em: Belém/PA, Belo
Horizonte/MG, Brasília/DF, Campinas/SP, Campo Grande/MS, Curitiba/PR, Florianópolis/
SC, Porto Alegre/RS, Recife/PE, Rio de Janeiro/RJ, Salvador/BA, Santos/SP e Vitória/ES.
34 Pós-Universo

Atuando de acordo com os princípios do tripartismo, a Fundacentro tem no Conselho


Curador sua instância máxima. Nele estão representados, além do governo, os traba-
lhadores e os empresários, por meio de suas organizações de classe (REIMBERG, 2016).
A Fundacentro foi responsável pela formação dos primeiros engenheiros e téc-
nicos de segurança do trabalho, médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem
do trabalho, formados no Brasil. Mais de 100 mil alunos passaram pelos cursos de es-
pecialização, ministrados pela entidade até 1986.
O ineditismo e a importância de seus estudos deram à FUNDACENTRO a li-
derança na América Latina no campo da pesquisa na área de segurança e saúde
no trabalho. A Fundacentro é designada como centro colaborador da Organização
Mundial da Saúde (OMS), além de ser colaboradora da Organização Internacional do
Trabalho (OIT).
Ainda no plano internacional, a FUNDACENTRO mantém intercâmbio com
países das três Américas, da Europa, além do Japão e da Austrália. São ações que en-
volvem desde trabalhos na área de educação até o desenvolvimento de projetos de
sistemas de gestão ambiental (FUNDACENTRO, 2006).
Em coerência com a sua missão institucional, a Fundacentro empreendeu em
passado recente, esforços em relação ao desenvolvimento de estratégias de integra-
ção de informações em Segurança e Saúde no Trabalho, principalmente ao criar um
programa de ação de âmbito nacional. Dispõe, ainda, de uma rede de laboratórios em
segurança, higiene e saúde no trabalho e de uma das mais completas bibliotecas espe-
cializadas, além de profissionais formados em várias áreas, muitos deles pós-graduados
no Brasil e exterior, que atuam basicamente em três frentes (FUNDACENTRO, 2006):

•• Desenvolvimento de pesquisas em segurança e saúde no trabalho.

•• Difusão de conhecimento, por meio de ações educativas como cursos,


congressos, seminários, palestras, produção de material didático e de pu-
blicações periódicas cientificas e informativas.

•• Prestação de serviços à comunidade e assessoria técnica a órgãos públicos,


empresariais e de trabalhadores.

Para enfrentar os desafios, a FUNDACENTRO vem promovendo continuamente a me-


lhoria da estrutura organizacional e o realinhamento de suas ações, passando pela
modernização de seus recursos técnico-científicos e culminando numa gama de
projetos e atividades em sintonia com as necessidades atuais.
Pós-Universo 35

saiba mais
Do início de 2000 a meados de 2016, foram publicadas 116 portarias com
alterações de NRs, muitas motivadas por pesquisas da Fundacentro.
Destacam-se nesse período as mudanças em relação à NR 15 (Atividades
e Operações Insalubres). Em 2004, com a Portaria nº 99, de 19 de outubro,
foi incluído o item 7 do Anexo 12, vedando o uso de areia seca ou úmida
como abrasivo no processo de trabalho de jateamento, sistema já ante-
riormente proibido nos estados do Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná.
Um dos estímulos para a mudança foram as pesquisas desenvolvidas pela
Fundacentro no início dos anos 2000, como o estudo de marmorarias, em
conjunto com outras instituições, como Ministério Público, Cerest e Incor,
dentro do Programa Nacional de Eliminação da Silicose (PNES). Constatou-
se que o jateamento com areia é gerador de elevada concentração de sílica
cristalina e responsável por causar silicose, além do risco de os trabalhado-
res contraírem câncer de pulmão.
As discussões mais recentes da NR 15, com participação da Fundacentro
nos grupos técnicos, trataram de ruído (Anexos 1 e 2), calor (Anexo 3) e vi-
bração (Anexo 8). Este último foi alterado por meio da Portaria nº 1.297, de
13 de agosto de 2014, que também alterou o Anexo 1 da NR 9, que trata do
mesmo tema. Ambos os anexos colocam que os procedimentos técnicos
para a avaliação quantitativa das vibrações de corpo inteiro (VCI) e das vibra-
ções de mãos e braços (VMB) são os estabelecidos nas Normas de Higiene
Ocupacional (NHO) da Fundacentro.
Fonte: REIMBERG (2016)
atividades de estudo

1. No Brasil, os Ministérios do Trabalho e Emprego, Ministério da Previdência e Assistência


Social e Ministério da Saúde, entre outros órgãos, atuam na área de segurança e saúde
do trabalhado. Dentre suas competências, assinale a alternativa correta: 

a) Dentro do Ministério do Trabalho e Emprego, as ações de segurança e saúde no


trabalho estão particularmente afeitas à Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT).
b) A Fundacentro é responsável pelo desenvolvimento de pesquisas em Segurança
e Saúde no trabalho e não está vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego.
c) O Sistema Nacional de Vigilância em Saúde faz parte do Ministério da Previdência
Social e visa à promoção da saúde e à redução da morbimortalidade da popula-
ção trabalhadora, por meio da integração de ações que intervenham nos agravos
e seus determinantes decorrentes dos modelos de desenvolvimento e proces-
sos produtivos.
d) O Sistema Único de Saúde não possui nenhuma relação com a Saúde do Trabalhador,
devendo este sempre procurar o sistema privado na necessidade de assistência.
e) A Organização Internacional do Trabalho já desempenhou papel fundamental
na difusão e padronização de normas e condutas na área do trabalho, entretan-
to, esta organização foi extinta após a Segunda Guerra Mundial.

2. Dentre as Convenções ratificadas pelo Brasil, a Convenção 148 da Organização


Internacional do Trabalho (OIT), aprovada em Genebra em 1977 e promulgada pelo
Decreto n° 93.413 de 15 de outubro de 1986, refere-se a:

a) A proteção dos trabalhadores contra os riscos profissionais devidos à contamina-


ção do ar, ao ruído e às vibrações no local de trabalho.
b) A prevenção de acidentes e ergonomia.
c) A criação do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho.
d) A criação da FUNDACENTRO.
e) Ao uso de asbesto em condições de segurança.

3. Assinale a alternativa que contém a definição do Nexo técnico epidemiológico


previdenciário.

a) É a concessão de benefícios e de serviços previdenciários, particularmente os


de aposentadoria especial, nos casos de insalubridade e periculosidade.
atividades de estudo

b) É um relatório conjunto dos Ministérios da Previdência Social e da Saúde relacio-


nada a doenças e acidentes de trabalho.
c) Constitui contribuição obrigatória da empresa ao INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social), constante na folha de pagamento, com alíquotas de 1%, 2% ou
3%, de acordo com os índices de frequência, gravidade e custo dos acidentes de
trabalho, conforme o risco de acidentes de trabalho da atividade.
d) Conjunto de Normas Regulamentadoras (NRs) relativas à Segurança e Saúde do
Trabalhador.
e) É uma metodologia de concessão de benefícios previdenciários que demonstra a
existência de relação entre lesão e a atividade que o trabalhador desenvolve, por
meio do cruzamento de informações da Classificação Internacional de Doenças
(CID-10) e da Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE).

4. Criada oficialmente em 1966, a Fundacentro teve os primeiros passos de sua história


dados no início da década de 1960, quando o país era conhecido como “campeão
de acidentes”. Considerada a entidade de pesquisa na área de medicina e seguran-
ça do trabalho de maior relevância no país e vinculada ao Ministério do Trabalho e
Emprego, qual é o significado da sigla Fundacentro?

a) Fundação Centro de Pesquisa em Segurança e Saúde do Trabalho.


b) Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho.
c) Fundação Centro de Estudos em Segurança e Medicina do Trabalho.
d) Fundação Centro Jorge Duprat Figueiredo.
e) Fundação e Centro de Pesquisa em Segurança e Medicina do Trabalho.
resumo

Neste encontro foram apresentadas a história, os fundamentos e os objetivos de algumas


entidades relacionadas com a Segurança do Trabalho que atuam no Brasil. Foram elas:
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), responsável pela fiscalização e aplicação das
Normas Regulamentadoras nas empresas; a Organização Internacional do Trabalho (OIT),
que está mais focada na melhoria das condições de vida do trabalhador e na instauração
da justiça social no mundo do trabalho para a construção da paz mundial (já que a OIT
está associada a ONU) por meio da elaboração de Convenções anuais que reúnem diver-
sos países – incluindo o Brasil; o Ministério da Previdência Social, que está associado a parte
financeira do acidente, sendo responsável pelo auxílio ao trabalhador depois que o aciden-
te ocorre; o Ministério da Saúde, responsável pelo tratamento médico do acidentado; e a
FUNDACENTRO, que é um órgão de pesquisa e desenvolvimento tecnológico voltada para
a área de Segurança e Saúde do Trabalho e também pela formação de profissionais da área
de Segurança e Saúde do Trabalho.
Com o começo da industrialização brasileira, que culminou na classificação do país
em campeão de acidentes (nas décadas de 60 e 70), o papel das entidades voltadas a segu-
rança foi crescendo e ganhando importância aos olhos da sociedade. Mesmo assim, ainda
existem algumas dificuldades enfrentadas por esses órgãos, como por exemplo, a falta de
investimentos, a falta de comunicação entre os órgãos, a falta de funcionários, entre outros.
Um dos maiores problemas relacionado às entidades é a falta de comunicação entre elas.
Se existisse uma boa comunicação entre todos os órgãos relacionados à Segurança do
Trabalho, seria possível a obtenção de dados mais acurados em relação aos acidentes de
trabalho que ocorrem no país, assim como a proposta mais rápida e eficaz de medidas de
prevenção contra esses acidentes.
material complementar

Saúde e Segurança no Trabalho no Brasil: Aspectos Institucionais,


Sistemas de Informação e Indicadores
Autor: Ana Maria de Resende Chagas, Celso Amorim Salim e Luciana
Mendes Santos Servo
Editora: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – ipea

Sinopse: a obra conta com a colaboração dos ministérios da Previdência


Social, do Trabalho e Emprego e da Saúde. Um dos objetivos da publica-
ção é descrever os sistemas de informação disponíveis nos órgãos federais e que permitem
uma análise na área de Saúde e Segurança no Trabalho (SST). Além disso, apresenta a evolu-
ção, a situação vigente e os aspectos operacionais em cada um dos ministérios mencionados.

Comentários à Lei de Benefícios da Previdência Social – Lei n°8.213,


de 24 de julho de 1991
Autor: Daniel Machado da Rocha e José Paulo Baltazar Júnior
Editora: Atlas

Sinopse: trata-se de obra de fôlego que, a par de mostrar a evolução da


Seguridade Social no mundo e no Brasil, incorpora as alterações mais
recentes da legislação previdenciária. Neste contexto, destaca as inova-
ções da CF/88 na sistematização do tema, examina o alcance dos princípios de Seguridade
Social e comenta, em detalhes, cada dispositivo da ‘lei de benefícios’, no seu conteúdo atual,
com uma retrospectiva das alterações verificadas.
Obra recomendada aos operadores do direito, especialmente advogados e Juízes Federais
e Estaduais, que tratam da matéria em face da delegação de competência contida no § 3º
do art. 109 de nossa Carta Política, para candidatos de concursos públicos, bem como para
profissionais que laboram, em seu dia a dia, na defesa dos direitos fundamentais sociais dos
trabalhadores brasileiros e de seus dependentes.
material complementar

Comunicação e Saúde do Trabalhador


Autor: LAdriana Kelly Santos
Editora: Jurua

Sinopse: este livro apresenta um estudo pioneiro no campo da Saúde do


Trabalhador. A autora analisa os processos comunicativos de Programas
de Saúde do Trabalhador (PST), adotando como mediação os materiais
educativos (cartazes, folhetos, cartilhas) produzidos por instituições pú-
blicas que atuam na interface Saúde e Trabalho. O marco teórico-metodológico adotado
possibilita ao leitor conhecer gradativamente como os princípios vigentes no campo da Saúde
do Trabalhador são incorporados (ou não!) por PST do Sistema Único de Saúde (SUS); além
de oferecer uma compreensão no modo como são construídas as relações entre os atores
que atuam nesta área. A autora adota como estratégia investigativa a análise de materiais
educativos produzidos por PST e a realização de um estudo de recepção de materiais edu-
cativos por trabalhadores da construção civil. Os resultados indicam a necessidade dos PST
de ampliar a participação de diferentes atores nas ações preventivas e promotoras da saúde,
de modo a aproximar as demandas dos programas com as necessidades dos trabalhadores.
referências

ALBUQUERQUE, V. L. R. A OIT e a inspeção do trabalho no Brasil. Brasília: SIT/MTE, 2010.

ALVARENGA, R. Z. A Organização Internacional do Trabalho e a Proteção aos Direitos Humanos


do Trabalhador. Revista Eletrônica de: acórdãos, sentenças, ementas, artigos e in-
formações, v. 03, n. 38, p. 56-71, 2007.

BRASIL. Atos do Poder Executivo. Decreto Nº 8.894, de 3 de novembro de 2016. Aprova


a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções
de Confiança do Ministério do Trabalho, remaneja cargos em comissão e funções gratifica-
das e substitui cargos em comissão do Grupo Direção e Assessoramento Superior - DAS por
Funções Comissionadas do Poder Executivo - FCPE. Diário Oficial da União, n. 212, Brasília,
Seção 1, p. 1 -10, 2016.

BRASIL. Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988. Brasília: Congresso Nacional,


1988.

BRASIL. Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Consolidação das Leis do Trabalho.


Rio de Janeiro, 1943.

BRASIL. Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990. Diário Oficial da União, Brasília, 1990.

BRASIL. Ministério da Previdência Social. Decreto no 6.042, de 12 de fevereiro de 2007.


Altera o Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto no 3.048, de 6 de maio
de 1999, disciplina a aplicação, acompanhamento e avaliação do Fator Acidentário de
Prevenção – FAP e do Nexo Técnico Epidemiológico, e dá outras providências. Diário Oficial
da União, Brasília, 12 fev. 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 1.956, de 14 de agosto de 2007. Dispõe sobre a


coordenação das ações relativas à saúde do trabalhador no âmbito do Ministério da Saúde.
Diário Oficial da União, Brasília, n. 157, Seção 1, p. 30, 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 399, de 22 de fevereiro de 2006. Divulga o Pacto


pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido
Pacto. Regulamenta as Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde. Diário Oficial da União,
Brasília, n. 39, Seção 1, p. 43-51, 2006.
referências

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maio de 2009. Diário Oficial da União, Brasília, 2009.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria n° 518 de 04 de abril 2003. Adota


como atividades de risco em potencial concernentes a radiações ionizantes ou substân-
cias radioativas, o “Quadro de Atividades e Operações Perigosas”, aprovado pela Comissão
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de 21 de outubro de 1966. Autoriza a instituição da Fundação Centro Nacional de Segurança,
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REFERÊNCIAS ON-LINE

Em: <http://blog.newtonpaiva.br/direito/wp-content/uploads/2012/08/PDF-D3-06.pdf>.
1

Acesso em: 28 nov. 2017.


2
Em: < http://laborsta.ilo.org/STP/guest>. Acesso em: 27 nov. 2017.
resolução de exercícios

1. a) Dentro do Ministério do Trabalho e Emprego, as ações de segurança e saúde no


trabalho estão particularmente afeitas à Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT).

2. a) A proteção dos trabalhadores contra os riscos profissionais devidos à contamina-


ção do ar, ao ruído e às vibrações no local de trabalho.

3. e) É uma metodologia de concessão de benefícios previdenciários que demonstra


a existência de relação entre lesão e a atividade que o trabalhador desenvolve,por
meio do cruzamento de informações da Classificação Internacional de Doenças (CID-
10) e da Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE).

4. b) Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho.

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