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Legislação e Normas

Técnicas

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 1


Legislação e Normas Técnicas

Conceitos e Hierarquias nas Normalizações

A sociedade é regida por algumas regras de comportamento, ou seja, por leis


fundamentais no ordenamento social. Entre outros “bens” protegidos pela legislação,
está a vida. E para garantir a nossa segurança e sobrevivência, existem regras
específicas que devem ser aplicadas e seguidas.

O direito surgiu pela necessidade do homem estabelecer regras na sua relação com
outros homens e com o universo. Ele precisou criar mecanismos que tornassem
possível o convívio em sociedade, prevendo, inclusive, sanções para aqueles que não
agissem de acordo com o ordenamento jurídico. (DA COSTA & DA COSTA, 2012)

Conhecida como Carta Magna ou Lei Maior, a Constituição Federal é a lei fundamental
e suprema de um Estado. Ela contém normas referentes à estruturação do Estado; à
formação dos poderes públicos; à forma de governo; à aquisição do poder de
governar; à distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos.
(MORAES, 2003) A ela devem adequar-se todas as outras normas.

A segurança do trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a Legislação de


Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras (NR), leis
complementares, como portarias e decretos e também as convenções internacionais
da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ratificadas pelo Brasil.

Com tamanha abrangência, o que as normas trabalhistas amparam é o bom


cumprimento pelo empregador daquelas prescrições voltadas à segurança e medicina
do trabalho, a fim de que os acidentes ou doenças ocupacionais sejam evitados ou,
pelo menos, minimizados, de modo a adotar as medidas mais apropriadas para isso.
Por outro lado, cabe aos funcionários ficar bem atentos às normas de segurança e
medicina do trabalho, colaborando com a empresa nas suas ações protetivas e
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observando as instruções e o bom uso de equipamentos. (EMPRESA E SEGURANÇA,
2016)

No Brasil, o processo de industrialização ocorreu de forma mais tardia em relação aos


países de economia central. Durante o período colonial e imperial (1500-1889), a maior
parte do trabalho braçal era realizada por escravos (índios e negros) e homens livres
pobres. A preocupação com suas condições de segurança e saúde no trabalho era
pequena e essencialmente privada. O desenvolvimento de uma legislação de proteção
aos trabalhadores surgiu com o processo de industrialização, durante a República
Velha (1889-1930). (MUNAKATA, 1984)

O empregador deve prestar o bom acompanhamento e fiscalização das medidas


tomadas para promover a saúde e o bem-estar dos trabalhadores que atuam nos
ambientes laborais de sua empresa, bem como fiscalizar o mais adequado
cumprimento das normas constantes na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e os
mandamentos das NR. Assim, a prevenção e a manutenção da segurança e da saúde
de sua mão de obra estarão em alto nível.

A legislação brasileira em SSO se desenvolveu inicialmente na mesma época e do


mesmo modo que a legislação trabalhista em geral. Ou seja, foi fruto do trabalho
assalariado, da rápida urbanização e do processo de industrialização que se iniciou no
país após a abolição da escravatura. Como o restante da legislação trabalhista, tem
como principal documento normativo a CLT. (BRASIL, 1943) Embora nem todas as
relações de trabalho subordinado sejam reguladas por esse instrumento jurídico, seus
princípios, especificamente na área de saúde e segurança do trabalho (SST), são
comuns a outras legislações na área.

Na atual estrutura organizacional do Estado brasileiro compete ao Ministério do


Trabalho e Emprego (MTE), entre outras atribuições, a fiscalização do trabalho, a
aplicação de sanções previstas em normas legais ou coletivas sobre esta área, bem
como as ações de segurança e saúde no trabalho. (BRASIL, 2003)

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Durante a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII,
houve um aumento notável do número de agravos relacionados ao trabalho. A
conjunção de um grande número de assalariados com a percepção coletiva de que o
trabalho desenvolvido era fonte de exploração econômica e social, levando a danos à
saúde e provocando adoecimento e morte, acarretou uma inevitável e crescente
mobilização social para que o Estado interviesse nas relações entre patrões e
empregados, visando à redução dos riscos ocupacionais. Surgiram, então, as primeiras
normas trabalhistas na Inglaterra (Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes, de 1802), que
posteriormente foram seguidas por outras semelhantes nas demais nações em
processo de industrialização. (ROSEN, 1994)

De acordo com o estabelecido no art. 155 (Lei 6.514, 1977), em que incumbe ao órgão
de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho:

I - Estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos


preceitos deste Capítulo.

II - Coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades


relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional,
inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho.

III - Conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das decisões
proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e
medicina do trabalho.

O organograma do MTE é apresentado na Figura 1, com a sua constituição.

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Figura 1: Organograma do Ministério do Trabalho. (MTE, 2016)

A atual estrutura regimental do MTE foi dada pelo Decreto 5.063, de 3 de maio de
2004, tendo como competência as seguintes áreas (BRASIL, 2004):

• política e diretrizes para a geração de emprego e renda e de apoio ao


trabalhador;
• política e diretrizes para a modernização das relações do trabalho;
• fiscalização do trabalho, inclusive do trabalho portuário, bem como aplicação
das sanções previstas em normas legais ou coletivas;
• política salarial;
• formação e desenvolvimento profissional;
• segurança e saúde no trabalho;
• política de imigração; e
• cooperativismo e associativismo urbanos.

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A legislação básica preventiva de segurança de trabalho, sendo estas a CLT e as NRs.

Observando a CLT, em seu capítulo V, com redação que lhe deu a Lei 6.514/77. As
NRs foram publicadas pelo MTE, Portaria 3.214/78, para estabelecer os requisitos
técnicos e legais sobre os aspectos mínimos de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO).
Atualmente, existem 36 NRs. Lembramos ao leitor que a elaboração e a modificação
das NRs são um processo dinâmico que necessita de acompanhamento, via internet,
pelo endereço eletrônico http://w.mte.gov.br.

As leis trabalhistas são os acordos legais que definem as permissões e proibições nas
relações entre contratantes e contratados. Essas leis que vão garantir os direitos
trabalhistas de cada indivíduo, conforme descrito por Yamakami (2013), e as primeiras
leis trabalhistas são listadas a seguir:

a) Lei 62, de 05/06/1935


“Assegurava ao empregado da indústria ou do comércio uma indenização, quando não
existia prazo estipulado para o término do contrato de trabalho e quando havia
despedida sem justa-causa.”

b) Lei 185, de 14/01/1936


“Instituía comissões de estudo do salário-mínimo.”

c) Decreto-Lei 5.432, de 1o/05/1943


“Aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho.”
Somente pelo Decreto 41.721, de 25/07/1957, que o Brasil adotou as recomendações
da OIT, as quais determinavam igualdade de direito dos trabalhadores nacionais e
estrangeiros em casos de indenização de acidente de trabalho.

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Normas e Organismos Normalizadores
A normalização está presente em diversas áreas do conhecimento e também na
indústria, no comércio, nos serviços e nas produções técnico-científicas como meio de
dar maior credibilidade mediante a qualidade gerada pelas normas técnicas, além da
segurança, da economia e da intercambialidade geradas pelo uso da normalização,
seus objetivos e métodos, seus órgãos regulamentadores.

A necessidade do uso da normalização como um caminho regrado tem realmente


importância apenas quando começam a surgir nos primeiros povoados a produção e
o comércio de bens comuns, assim a grande maioria de tudo o que era produzido e
consumido começou a ganhar formas iguais, como, por exemplo, o tamanho dos
artigos, o dinheiro, os pesos e as medidas, bem como a segurança do trabalhador
(GNIT, 2008).

As NRs relativas à segurança e medicina do trabalho são de observância obrigatória


pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e
indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam
empregados regidos pela CLT. (NR, 2016)

O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e


medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas
na legislação pertinente. Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao
cumprimento de suas obrigações com a segurança do trabalho.

Dentro do MTE, as ações de segurança e saúde no trabalho estão particularmente


afeitas à Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), um dos seus órgãos específicos
singulares, como pode ser observado na Figura 1, embora outras secretarias possam,
subsidiariamente, ter algum papel nessa área. A SIT tem, entre outras, as atribuições
descritas a seguir.

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1. Formular e propor as diretrizes da inspeção do trabalho, inclusive do trabalho
portuário, priorizando o estabelecimento de políticas de combate ao trabalho forçado,
infantil, e a todas as formas de trabalho degradante.

2. Formular e propor as diretrizes e normas de atuação da área de segurança e saúde


do trabalhador.

3. Propor ações, no âmbito do Ministério, que visem à otimização de sistemas de


cooperação mútua, intercâmbio de informações e estabelecimento de ações integradas
entre as fiscalizações federais.

4. Promover estudos da legislação trabalhista e correlata, no âmbito de sua


competência, propondo o seu aperfeiçoamento.

Acidente do trabalho é todo aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da
empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause a
morte, perda ou redução permanente ou temporária de condições para o trabalho.

São considerados acidentes do trabalho aqueles ocorridos durante o horário de


trabalho e no local de trabalho, em consequência de agressão física, ato de sabotagem,
brincadeiras, conflitos, ato de imprudência, negligência ou imperícia, desabamento,
inundação e incêndio. (PEIXOTO, 2011)

De forma geral, a segurança do trabalho é considerada um conjunto de ações que tem


a intenção de reduzir danos e perdas provocados por agentes agressivos. (CARDELLA,
2008) Essas ações incluem medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas
e psicológicas aplicadas com o intuito de se obter um ambiente de trabalho mais
seguro. (RIBEIRO, 2006)

A partilha de melhores práticas, provenientes do trabalho normativo, leva ao


desenvolvimento de melhores produtos e serviços. As normas passaram, ainda, a

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considerar de forma efetiva e partilhada pela Sociedade, a resposta sustentada a um
conjunto de preocupações nos domínios não apenas da qualidade, da segurança e da
saúde, mas também do ambiente, da ética e da responsabilidade social e da inovação.

A normalização é o processo de desenvolvimento, difusão e aplicação de normas


técnicas, para solução ou prevenção de problemas, com a participação de todos os
interessados, para a promoção da economia global. As normas técnicas estabelecem
as expectativas em relação a um produto, processo, serviço ou sistema de gestão,
quanto a requisitos de qualidade, de desempenho, de segurança, ambiental, de
procedimentos, de formas, de dimensões, de classificações e termologias, cuja
observância não é obrigatória. (SEBRAE, 2017)

Para garantir a segurança dos funcionários de uma empresa, a equipe responsável irá
avaliar e identificar as possíveis situações e os fatores de risco, utilizando alguns
métodos e ferramentas, e realizar um trabalho de controle para que as chances de
acidentes sejam minimizadas. Ou seja, após realizar um mapeamento de riscos,
os profissionais criarão regras e normas que deverão ser seguidas por todos os
funcionários, cada um em sua área, para evitar os acidentes. Levando assim a
melhores condições de trabalho dentro da empresa.

A Normalização consiste em organizar a cooperação efetiva entre as diferentes áreas


da economia nacional, de modo a (FERREIRA, 2017):

 Proteger a saúde e a segurança humana;


 Buscar constantemente melhores índices de produtividade;
 Conservar as fontes de recursos naturais;
 Minimizar o desperdício;
 Ajudar na transferência de tecnologia;
 Facilitar o comércio nacional e internacional.

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A Legislação relativa à Segurança e Medicina do Trabalho é parte integrante da CLT,
constituindo o Capítulo V, Título II, sob o título “DA SEGURANÇA E MEDICINA DO
TRABALHO”.

Aprovada inicialmente em 01/05/1943 pelo Decreto-Lei 5.452, o Capítulo V, da CLT,


foi alterado pela Lei 6.514, de 22/12/1977, publicada no Diário Oficial da União (DOU)
em 23/12/1977. Posteriormente, em 08/06/1978, a Portaria 3.214, do Ministério do
Trabalho, aprovou as NRs do Capítulo V, da CLT, as quais são constantemente
atualizadas.

Na década de 1950, o governo atendeu às pressões políticas dos empregados da


Petrobras e concedeu, por meio da Lei 2.573, de 15/08/1955, o adicional de
periculosidade aos trabalhadores que prestassem serviço em contato permanente com
inflamáveis, correspondente a 30% do valor do salário. (ROCHA et al., 1993)

Por intermédio do Decreto Legislativo 24, de 29/05/1956, o Brasil ratificou a


Convenção 81, da OIT, estabelecendo que seus membros devam manter sistema de
inspeção do trabalho. O Decreto-Lei 229, de 28/02/1967, modificou a Capítulo V, da
CLT, em vários itens, destacando-se a exigência que as empresas mantivessem
“Serviços Especializados em Segurança e em Higiene do Trabalho”. (GOMES, 2012)

A Lei 6.514, de 22/12/1977, alterou o Capítulo V, Título II, da CLT, relativo à Segurança
e Medicina do Trabalho, legislação válida até os dias atuais. Essa lei foi regulamentada
por intermédio da Portaria 3.214, de 08/06/1978, que significou o grande salto
qualitativo nas ações prevencionistas, estimulando uma atuação mais eficaz por parte
das empresas, sindicatos, Ministério do Trabalho, entre outros. (GOMES, 2012)

As normas internacionais do trabalho têm sido o principal meio através do qual a OIT
tem agido desde a sua criação em 1919. As normas assumem a forma de Convenções
ou de Recomendações. As Convenções são tratados internacionais que vinculam os
Estados-membros que as ratificam. Ao ratificá-las, os Estados-membros

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comprometem-se a dar execução às disposições respectivas, tanto em âmbito
legislativo como na prática. (CAIROLA & CHIARABINI, 1999)

A OIT é a agência das Nações Unidas que tem por missão promover oportunidades
para que homens e mulheres possam ter acesso a um trabalho decente e produtivo,
em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade. O Trabalho Decente,
conceito formalizado pela OIT em 1999, sintetiza a sua missão histórica de promover
oportunidades para que homens e mulheres possam ter um trabalho produtivo e de
qualidade em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humanas,
sendo considerado como condição fundamental para a superação da pobreza, a
redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e o
desenvolvimento sustentável. (OIT, 2016)

Duas das funções mais importantes da OIT são o estabelecimento e a adoção de


normas internacionais de trabalho sob a forma de convenções ou recomendações.
Esses instrumentos são adotados pela Conferência Internacional do Trabalho com a
participação de representantes dos trabalhadores, empregadores e dos governos. A
aplicação das normas pelos países e é examinada por uma Comissão de Peritos na
Aplicação de Convenções e Recomendações da OIT que recebe e avalia queixas,
dando-lhes seguimento e produzindo relatórios de memórias para discussão,
publicação e difusão. (NR, 2016)

O Trabalho Decente é o ponto de convergência dos quatro objetivos estratégicos da


OIT: o respeito aos direitos no trabalho (em especial aqueles definidos como
fundamentais pela Declaração Relativa aos Direitos e Princípios Fundamentais no
Trabalho e seu seguimento adotada em 1998: (i) liberdade sindical e reconhecimento
efetivo do direito de negociação coletiva; (ii) eliminação de todas as formas de trabalho
forçado; (iii) abolição efetiva do trabalho infantil; (iv) eliminação de todas as formas
de discriminação em matéria de emprego e ocupação), a promoção do emprego
produtivo e de qualidade, a extensão da proteção social e o fortalecimento do diálogo
social. (OIT, 2016)

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 Sindicato – consiste em uma associação coletiva, de natureza privada, voltada
à defesa e ao incremento de interesses coletivos profissionais e materiais de
trabalhadores, sejam subordinados ou autônomos, e de empregadores.

 Convenções ou acordos coletivos – os primeiros são ajustes firmados entre


o sindicato dos empregados e o sindicato patronal; os segundos são ajustes entre o
sindicato dos empregados e uma ou mais empresas, prevendo cláusulas com direitos
e deveres dos membros da categoria (reajustes salariais, condições de trabalho etc.),
já previstas no ordenamento. (DELGADO, 2004)

A Segurança do Trabalho e o cumprimento das Normas de Segurança


são responsabilidades das empresas – quem cumprir, não faz mais que a obrigação, e
para aquelas que desobedecem, cabe ao Ministério do Trabalho e aos Sindicatos
identificarem o que está errado e aplicarem as medidas necessárias para corrigir os
problemas. Uma empresa não é criada para obter prejuízos e sim lucros, mas o lucro
não deve prevalecer sobre a vida humana. Para que haja equilíbrio entre capital e
trabalho a empresa deve proteger o seu maior patrimônio que é, indiscutivelmente o
trabalhador.

Leis Específicas à Segurança de Trabalho


Para que seja preservada a segurança do trabalho, é necessário cumprir algumas
normas e leis específicas que, quando seguidas, ajudam a evitar ou minimizar a
ocorrência de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho, protegendo a integridade
do trabalhador, como visa o Ministério do Trabalho.

A segurança do trabalho é definida por normas e leis. No Brasil a Legislação de


Segurança do Trabalho baseia-se na Constituição Federal, na CLT, nas NR e em outras
leis complementares como portarias, decretos e convenções internacionais da OIT e
Organização Mundial da Saúde (OMS), conforme descrito por Peixoto (2012).

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Embora seja um tema de grande relevância e destaque, cabe sempre ressaltar que o
cumprimento às normas de Segurança e Medicina do Trabalho é obrigatório para todas
as empresas e que a ausência da fiscalização, por parte do empregador, constitui
descuido com a saúde do trabalhador.

É obrigatório para o empregador o cumprimento das normas de Segurança e Medicina


do Trabalho, previstas no art. 157 da CLT (DECRETO-LEI 5.452, 2016):

CLT – Decreto-Lei 5.452, de 1o de Maio de 1943

Aprova a CLT.

Art. 157 – Cabe às empresas: (Redação dada pela Lei 6.514, de 22/12/1977)

I – cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho (incluído


pela Lei 6.514, de 22/12/1977).
II – instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a
tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais (incluído
pela Lei 6.514, de 22/12/1977).
III – adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional
competente (incluído pela Lei 6.514, de 22/12/1977).
IV – facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente (incluído pela Lei
6.514, de 22/12/1977).

Para o empregado, cabe lembrar que é também obrigatório o cumprimento de todas


as normas de Segurança e Medicina do Trabalho previstas no art. 158 da CLT:

Art. 158 – Cabe aos empregados: (Redação dada pela Lei 6.514, de
22/12/1977)

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I – observar as Normas de Segurança e Medicina do Trabalho, inclusive as instruções
de que trata o item II do artigo anterior (redação dada pela Lei 6.514, de 22/12/1977).
II – colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo (redação
dada pela Lei 6.514, de 22/12/1977).

Parágrafo único – Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: (incluído


pela Lei 6.514, de 22/12/1977)
a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do
artigo anterior (incluída pela Lei 6.514, de 22/12/1977).
b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa (incluída
pela Lei 6.514, de 22/12/1977).

É importante destacar ainda que, embora o empregado tenha a responsabilidade de


cumprir normas, quanto à correta utilização dos equipamentos de proteção individual
(EPI), de máquinas e equipamentos, o empregador deve, além de instruir seus
funcionários, proceder regularmente à fiscalização a fim adequar a execução das
atividades laborais em conformidade com as determinações previstas pelas NR.

Mesmo com um único objetivo, os temas de cada NR são diferentes. Eles tratam desde
a prevenção de riscos ambientais a edificações até práticas de segurança com
materiais explosivos. Em geral, as 36 normas conseguem cobrir as principais atuações
empresariais do país, sendo que mais de uma norma pode ser aplicada a uma única
instituição, visando à segurança e à saúde dos trabalhadores.

Assim como nos demais segmentos, o ambiente de trabalho possui suas regras
próprias que visam garantir a saúde e a segurança das pessoas. No âmbito privado,
por exemplo, aplicam-se as NR do MTE. Este ministério já editou, ao todo, 36 NR. No
caso do serviço público, todos os aspectos referentes aos servidores são
regulamentados por legislação específica elaborada pelo Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MPOG). São exceções apenas as NR do MTE 07 (Programa de

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Controle Médico Ocupacional) e 09 (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais),
que se aplicam também ao serviço público por determinação do MPOG. (LAPS, 2016)
A legislação sobre SST para os servidores pode ser vista a seguir (LAPS, 2016):

● Art. 206-A da Lei 8.112, de 11/12/1990 – Dispõe sobre os Exames médicos


periódicos de servidores.
● Decreto 6.856, de 25/05/2009 – Regulamenta o Art. 206-A sobre Exames
Médicos Periódicos.
● Instrução Normativa 01, de 03/07/2008 – Estabelece Procedimentos mínimos
para a realização dos Exames Periódicos.
● Portaria 1.675 de 06/10/2006 – Estabelece os procedimentos operacionais a
serem implantados na concessão de benefícios de que tratam as Leis 8.112/90 e
8.527/97, que abrangem os processos de saúde, e dá outras providências.
● Orientação Normativa SRH/MPOG 02, 19/02/2010 – Trata da concessão dos
adicionais de insalubridade e periculosidade.
● Decreto 6.833, de 29/04/2009 – Institui o Subsistema Integrado de Atenção
a Saúde do Servidor Público Federal (Siass) e o Comitê Gestor de Atenção à Saúde do
Servidor.
● Portaria Normativa 03 – Estabelece orientações básicas sobre a Norma
Operacional de Saúde do Servidor (Noss).
• Cooperativismo e associativismo urbanos.
Na CLT, os dispositivos característicos sobre a Segurança e Medina do Trabalho se
encontram no Capítulo V do Título II – Das Normas Gerais de Tutela do Trabalho –,
perfazendo 70 artigos (do 154 ao 223). De modo geral, observa-se claramente que o
propósito é a melhor proteção da saúde e da integridade física e psicológica dos
empregados, criando-se normas mais gerais para que as iniciativas de resguardo e
amparo tomem forma e sejam concretizadas. Nesse contexto, tais normas da CLT
acabam servindo de base para a elaboração das NR (SST, 2016).

A Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB), promulgada em 5 de outubro


de 1988, foi fruto da necessidade de superação do regime autoritário vigente até 1985

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e dos anseios de elevação do nível de cidadania das massas. Esta consolidou e ampliou
direitos trabalhistas já existentes, além de criar outros. Entre os mencionados no art.
7o (direitos de trabalhadores urbanos e rurais) e relacionados de modo direto ou
indireto com a segurança e a saúde do trabalhador, destacam-se (BRASIL, 1988c):

• duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 semanais,


facultada a compensação de horários (inciso XIII);
• jornada de 6 horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva (inciso XIV);
• repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos (inciso XV);
• gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que
o salário normal (inciso XVII);
• redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança (inciso XXII);
• seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa (inciso
XXVIII);
• proibição de trabalho noturno, perigoso, ou insalubre a menores de 18 anos
e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
dos 14 anos (inciso XXXIII).

No MTE, a fiscalização de SST é realizada exclusivamente pelos auditores fiscais do


trabalho (AFT) – denominação atual dos seus inspetores do trabalho, lotados nas suas
diversas unidades descentralizadas – e sob a coordenação técnica da SIT. Embora seja
realizada prioritariamente por AFT subordinados tecnicamente a Divisão de Segurança
e Saúde de Trabalho (DSST), é responsabilidade de todos esses inspetores, já que
esse tipo de inspeção é inseparável daquela realizada para verificar outras exigências
trabalhistas tais como formalização do contrato, jornadas, períodos de descanso etc.
Desse modo, a apresentação que se segue refere-se em grande parte à inspeção
trabalhista como um todo, e não apenas à realizada na área de SST. (CHAGAS et al,
2011)

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Dentro de uma tendência iniciada no final dos anos 1990, especificamente na área de
SST do MTE, e que tem se expandido nos últimos anos, não sem alguns percalços, há
cada vez maior preocupação dos setores de planejamento e controle da inspeção em
buscar mudanças efetivas e duradouras na realidade do mundo do trabalho. Em
documento elaborado por grupo de AFT da área foram relacionados os objetivos
básicos desta proposta (SANTOS et al., 2002):

• substituição de uma ação aleatória, pontual, reativa, limitada pela ação


focada, global, proativa, continuada;
• utilização de estratégias e táticas diferenciadas, ao invés de uma abordagem
única;
• ampliação do diálogo social, em contraponto ao isolamento inicial;
• procura de resultados sustentáveis; e
• troca de uma abordagem de simples policiamento repressor pela busca do
comprometimento com a segurança e saúde no trabalho.

Responsabilidades Civil, Penal, Trabalhista e Previdenciária Decorrentes dos


Acidentes de Trabalho

Os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais provocam gravíssimas


repercussões em todo o ambiente empresarial, mas, especialmente, no campo jurídico,
constituindo, hoje, a prevenção de riscos uma área de gestão estratégica das
organizações. A prevenção de riscos profissionais proporciona um ambiente de
trabalho mais seguro e agradável aos trabalhadores promovendo sua dignidade e o
valor social do trabalho, além de representar a diminuição de custos para a empresa,
decorrentes de eventuais condenações judiciais.

A partir da preocupação com a segurança e saúde do trabalhador no ambiente de


trabalho e, concomitantemente, visando minimizar os custos do empregador com o
pagamento de indenizações decorrentes dos infortúnios laborais, é mister reconhecer
a importância de se detectar os riscos da atividade, adotar medidas preventivas, traçar

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estratégias de combate e, principalmente, dar-lhes efetividade constante (MOREIRA,
2010).

Segundo o art. 19 da Lei 8.213/91, “acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício
do trabalho a serviço da empresa ou exercício do trabalho dos segurados referidos no
inciso VII art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para
o trabalho”.

A lei também considera acidente do trabalho a doença profissional e a doença do


trabalho. As chamadas doenças ocupacionais (CORTEZ, 2006):

*DOENÇA PROFISSIONAL é a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho


peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo
MTE.

*DOENÇA DO TRABALHO é a adquirida ou desencadeada em função de condições


especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona diretamente, e
constante da respectiva relação elaborada pelo MTE.

*ACIDENTES DO TRABALHO em seu conceito devem estar presentes a subtaneidade


da causa e o resultado imediato, ao contrário das doenças que possuem
progressividade e imediatidade do resultado.

Quando ocorre um acidente do trabalho, o fato tem repercussões nos âmbitos penal,
civil, previdenciário e trabalhista, respondendo cada um que para ele concorra na
medida de sua participação.

Para haver responsabilização do empregador e seus agentes, é necessário existir nexo


causal entre a conduta deles e o resultado danoso (causalidade naturalística) ou entre
o resultado dano e a conduta que deveriam ter adotado (causalidade normativa).

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 18


No acidente de trabalho real e na doença do trabalho, o empregador sempre tem o
domínio da situação fática. No acidente do trabalho por ficção e na doença profissional
a situação esteja ao seu controle, não tendo ele meios para previr ou evitá-los, quase
sempre.

Segundo o item 4.4 da NR 4, os SESMT têm a finalidade promover a saúde e proteger


a integridade do trabalhador no local de trabalho, sendo integrados por médico do
trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho, técnico de
segurança do trabalho e auxiliar de enfermagem do trabalho, variando o número e a
especialidade desses profissionais, bem como o tempo mínimo de dedicação diária à
função, de acordo com o grau de risco da atividade da empresa e o número de
empregados no estabelecimento (SILVA, 1999).

Por força da Emenda Constitucional 45, publicada em 31 de dezembro de 2004, a


competência da Justiça do Trabalho foi ampliada para abranger o julgamento das
ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes das relações de
trabalho (art. 114, VI, da Constituição da República). Ao estender às relações de
trabalho em geral a competência trabalhista, o reformador constitucional atribuiu à
apreciação da Justiça do Trabalho também os conflitos decorrentes do trabalho pessoal
prestado nos contratos de atividade, ou seja, nas relações autônomas, temporárias,
avulsas e eventuais.

Dentre os elementos da relação de emprego, o mais importante é a subordinação


jurídica, eis que o “trabalho subordinado é o objeto do contrato regulado pelo Direito
do Trabalho”. A subordinação está ligada ao comando, direção de um ponto superior;
o contratante define o modo da prestação, o tempo, os horários de entrada e saída.
(DELGADO, 2011)

A responsabilidade civil consiste na efetivação da reparabilidade abstrata do dano em


relação a um sujeito passivo da relação jurídica que se forma. Reparação e sujeito

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 19


passivo compõem o binômio da responsabilidade civil, que então se enuncia como o
princípio que subordina a reparação à sua incidência na pessoa do causador do dano.

Não importa se o fundamento é a culpa, ou se é independente desta. Em qualquer


circunstância, onde houver a subordinação de um sujeito passivo à determinação de
um dever de ressarcimento, aí estará a responsabilidade civil. (PEREIRA, 2001)

Pode-se dizer que a responsabilidade civil gera como obrigação o dever de reparar o
prejuízo causado a outra pessoa, seja por fato próprio seja por pessoas subordinadas
a outras. (RODRIGUES, 1979)

De acordo com a legislação trabalhista, o empregador é obrigado a oferecer ao


empregado todos os equipamentos de segurança contra possíveis acidentes no
trabalho; além disso, também deve oferecer cursos de segurança, orientar no uso
adequado dos aparelhos de segurança, verificar se os mesmos estão sendo utilizados
de forma a evitar os possíveis danos em caso de acidente no trabalho. (GOULART &
ANGELUCI, 2010)

A atividade de risco pressupõe a possibilidade de um perigo incerto, inesperado, mas,


em face de probabilidades já reconhecidas por estatísticas, é esperado. A natureza da
atividade é a peculiaridade que vai caracterizar o risco capaz de ocasionar acidentes e
provocar prejuízos. A atividade de risco é aquela que tem, pela sua característica, uma
peculiaridade que desde já pressupõe a ocorrência de acidentes. Tem ela
intrinsecamente ao seu conteúdo um perigo potencialmente causador de dano a
alguém. O exercício de atividade que possa oferecer perigo representa um risco, que
o agente assume, de ser obrigado a ressarcir os danos que resultarem para terceiro.
(MELO, 2006)

A responsabilidade trabalhista pode derivar do contrato, como a de indenização


consistente na incorporação da gratificação de função, pela reversão do cargo de
confiança; de fato pré-contratual ou antecedente ao contrato, como a indenização por

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 20


danos morais decorrente de discriminação na seleção de candidato a emprego; de fato
pós-contratual, como a indenização por danos morais decorrente de informações
inverídicas e depreciadoras das qualidades de ex-empregado e de fato extracontratual
ou aquiliano, como a obrigação do sindicato de indenizar o empregador pelos prejuízos
causados em decorrência de greve abusiva em atividade essencial. (BELMONTE, 2007)

Os danos morais trabalhistas podem ocorrer por ofensas (BELMONTE, 2007):

1) De natureza individual:
1.1) Por ofensas aos atributos valorativos da personalidade (à integridade moral
da pessoa humana e ao bom nome da pessoa jurídica). São as violações à honra, à
imagem.
1.2) Por ofensas aos atributos físicos ou “materiais” da personalidade (à
integridade física da pessoa humana). São as violações à vida, saúde, subsistência,
liberdade pessoal ou de locomoção.
1.3) Por ofensas aos atributos espirituais da personalidade (à integridade
psicológica da pessoa humana). São as violações a intimidade, vida privada, igualdade,
liberdade sexual, autoria científica e artística. Os danos morais de natureza individual
podem ser subjetivos ou interiores, quando avaliados em relação à sua repercussão
no próprio ofendido (dores d’alma), e objetivos ou exteriores, quando pertinentes à
projeção social das ofensas, ou seja, a sua repercussão em relação ao meio social.

2) De natureza coletiva:
2.1) Aos direitos fundamentais individuais trabalhistas.

Nota-se o avanço da legislação, com a possibilidade de pleitear a indenização no


Direito comum, ou seja, pela Previdência Social, cumulado com a ação contra o
empregador, porém, observa-se que não foi completa a mudança, sendo ainda
necessário demonstrar a culpa do empregador. Como se pode observar nos estudos
de Gonçalves (2008): O avanço, no entanto, não foi completo, adotada apenas a
responsabilidade subjetiva, que condiciona o pagamento da indenização à prova de

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 21


culpa ou dolo do empregador, enquanto a indenização acidentária e securitária é
objetiva. Os novos rumos da responsabilidade civil, no entanto, caminham no sentido
de considerar objetiva a responsabilidade das empresas pelos danos causados aos
empregados, com base na teoria do risco criado, cabendo a este somente a prova do
dano e do nexo causal.

É devido ao acidentado segurado que ficar incapacitado temporariamente para o


trabalho (por mais de 15 dias consecutivos). Quanto ao trabalhador avulso, o auxílio-
doença ficará sob responsabilidade da Previdência Social, contando-se a partir do dia
seguinte ao do acidente, onde a renda mensal do auxílio-acidentário é de 91% do
salário-de-benefício (art. 61 da Lei 8.213). O percentual não mais se aplica em relação
ao que for mais favorável ao segurado, mas sobre o salário-de-benefício. O auxílio-
doença será devido a contar do 16o dia seguinte ao do afastamento do trabalho em
consequência do acidente (OLIVEIRA, 2001).

Logo, é de suma importância ao empregador assegurar-se o direito de defesa, pois o


dever de indenizar o empregado não quer dizer que o empregador não tenha direito
a se defender de um ato abusivo. Todavia, ele deve garantir primeiramente a
indenização e posteriormente discutir qual é seu direito.

Estrutura das Normas Regulamentadoras

NR é aquilo que se estabelece como base ou medida para a realização ou avaliação


de algo, que é ou que age conforme regulamentado por lei. Muito se fala sobre a
necessidade de uma empresa seguir as NRs, pois elas são obrigatórias e existe uma
fiscalização severa com aplicação de multas. Porém, não é comentado como funciona
essa fiscalização e porque esses tipos de regras são tão importantes para o país.

As NR foram elaboradas e são modificadas por uma comissão tripartite composta


por representantes do governo, empregadores e dos empregados. As NR somente
podem ser elaboradas e modificadas por meio de Portarias expedidas pelo MTE, e isso

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 22


acontece sempre que esse órgão sente que algo precisa ser modificado, melhorado ou
excluído (DA COSTA & DA COSTA, 2012).
As NR são criadas a partir das seguintes necessidades (EMPRESA E SEGURANÇA,
2016):

– Demandas da sociedade.
– Bancadas de empregadores e trabalhadores.
– Órgãos governamentais.
– Necessidades apontadas pela inspeção do trabalho.
– Compromissos internacionais.
– Estatísticas de acidentes e doenças.

O processo de criação das NR se dá pelas seguintes etapas (EMPRESA E SEGURANÇA,


2016):

– Definição de prioridades: Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP).


– Formulação de texto técnico básico: Grupo de Trabalho (GT) ou Grupo de Estudos
Tripartite (GET).
– Consulta pública: publicação no DOU pela SIT.
– Discussão tripartite: Grupo Tripartite de Trabalho (GTT).
– Análise final: CTPP, seguida de revisão pela SIT.
– Publicação: SIT.
– Acompanhamento da implementação: Comissão Nacional Temática Tripartite
(CNTT).

As NR podem ser definidas como o conjunto de disposições e procedimentos técnicos


relacionados com a segurança e a saúde do trabalhador em determinada atividade ou
função.

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 23


Os principais objetivos das NR são (TAGOUT, 2016):

 Instruir os empregados e empregadores a respeito das devidas precauções que


devem ser tomadas a fim de evitar acidentes de trabalho ou doenças
ocupacionais.
 Preservar e promover a integridade física dos trabalhadores.
 Estabelecer a regulamentação pertinente à segurança e saúde do trabalho.
 Promover a política de segurança e saúde do trabalho dentro das empresas.

Em decorrência das mudanças ocorridas na CLT com a sanção da Lei 6.514/1977, em


8 de junho de 1978 é aprovada pelo Ministro do Trabalho a Portaria MTb 3.214,
composta de 36 NR – uma delas revogada em 2008 – que vêm tendo a redação
modificada periodicamente, visando atender ao que recomendam as convenções da
OIT. As revisões permanentes buscam adequar as exigências legais às mudanças
ocorridas no âmbito do trabalho, principalmente no que se refere aos novos riscos
ocupacionais e às medidas de controle, e são realizadas pelo próprio MTE, inclusive,
por delegação de competência pela SIT. As NR estão em grande parte baseadas em
normas semelhantes existentes em países economicamente mais desenvolvidos. As
NR da Portaria 3.214/1978 são as seguintes (CHAGAS et al., 2012).

 NR 1 – Disposições Gerais.
 NR 2 – Inspeção Prévia.
 NR 3 – Embargo ou Interdição.
 NR 4 –SESMT.
 NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – Cipa.
 NR 6 –EPI.
 NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO.
 NR 8 – Edificações.
 NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.
 NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.
 NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais.

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 24


 NR 12 – Máquinas e Equipamentos.
 NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão.
 NR 14 – Fornos.
 NR 15 – Atividades e Operações Insalubres.
 NR 16 – Atividades e Operações Perigosas.
 NR 17 – Ergonomia.
 NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.
 NR 19 – Explosivos.
 NR 20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis.
 NR 21 – Trabalho a Céu Aberto.
 NR 22 – SSO na Mineração.
 NR 23 – Proteção contra Incêndios.
 NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho.
 NR 25 – Resíduos Industriais.
 NR 26 – Sinalização de Segurança.
 NR 27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério
do Trabalho (revogada pela Portaria MTE 262, de 29 de maio de 2008).
 NR 28 – Fiscalização e Penalidades.
 NR 29 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário.
 NR 30 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário.
 NR 31 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na
Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura.
 NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde.
 NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados.
 NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e
Reparação Naval.
 NR 35 – Trabalho em Altura.
 NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento
de Carnes e Derivados.

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 25


Vale ressaltar que o Ministério do Trabalho, há mais de 10 anos, adota para
elaboração das NR o sistema tripartite e paritário, conforme preconizado pela OIT,
ou seja, participam ativamente, influenciando na elaboração das NR, os
empregados, os empregadores e o próprio governo. A forma de participação de
empregados e empregadores foi disciplinada pela Portaria do Ministério do
Trabalho 1.127, de 02 de outubro de 2003, a qual estabelece que a definição de
temas a serem normalizados e a identificação das normas a serem revisadas
deverão considerar pesquisas de natureza científica e sugestões da sociedade.

Além disso, deve ocorrer a publicação no Diário Oficial do texto básico elaborado,
para coletar sugestões de toda a sociedade, as quais serão analisadas pelo grupo
constituído. Com essa participação tripartite, as NR passaram a ter mais
legitimidade e maior aceitação dos atores sociais diretamente envolvidos
(OLIVEIRA, 2007). As normas utilizadas na Engenharia de Segurança do Trabalho
são apresentadas na Figura 2.

Figura 2: Normas Regulamentadoras utilizadas na Engenharia


de Segurança do Trabalho (TAGOUT, 2016).

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 26


As NR baixadas pelo Ministério do Trabalho têm eficácia jurídica equiparada à da
lei ordinária, devendo o empregador adotar todas as precauções para o seu devido
cumprimento. Algumas normas são de caráter genérico, aplicáveis a todos
empregadores e outras são específicas porque direcionadas para determinadas
atividades. Assim, se a vítima, por exemplo, trabalhava com explosivos, devem-se
pesquisar todas as regras prescritas na NR-19; se atuava em obras de construção,
é necessário analisar a NR-18; se trabalhava numa mineradora, a pesquisa será
feita na NR-22, e assim por diante (OLIVEIRA, 2007).

NR 1 – Disposições Gerais
A NR 1 tem como objetivo principal a preservação da saúde e da integridade física do
trabalhador no exercício das suas funções, funciona também como amparo legal nas
definições dirigidas a cada setor da empresa, bem como poderá ser descrita ao
funcionário diretamente. Todas as ordens de serviço emitidas deverão ter a ciência do
empregado.

Esse processo é muito importante e todas as disposições que estão inseridas dentro
da NR 1 são aplicadas de acordo com o possível, aos trabalhadores avulsos (São
aqueles que prestam serviços com a intermediação da entidade de classe, que tem o
seu pagamento feito sob a forma de rateio), às entidades ou empresas que lhe tomem
o serviço e aos sindicatos que representam tais categorias profissionais (BONCIANI,
2016). A Figura 3 ilustra a apresentação da NR 1.

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 27


Figura 3: NR 1 – Disposições Gerais.

Já no item 1.1, da mesma norma, as disposições contidas nas NR aplicam-se, no que


couber, aos trabalhadores avulsos, às entidades ou às empresas que lhes tomem o
serviço e aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais.

No item 1.4 da NR 1, conforme Portaria SSMT 06 (1983), a Delegacia Regional do


Trabalho (DRT), nos limites de sua jurisdição, é o órgão regional competente para
executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho, inclusive
a Campanha Nacional de Prevenção dos Acidentes do Trabalho (Canpat), o Programa
de Alimentação do Trabalhador (PAT) e ainda a fiscalização do cumprimento dos
preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho.

À DRT ou à Delegacia do Trabalho Marítimo (DTM), nos limites de sua jurisdição,


compete:

a) adotar medidas necessárias à fiel observância dos preceitos legais e regulamentares


sobre segurança e medicina do trabalho;
b) impor as penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e
regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;
c) embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro de obra, frente
de trabalho, locais de trabalho, máquinas e equipamentos;
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 28
d) notificar as empresas, estipulando prazos, para eliminação e/ou neutralização de
insalubridade;

De acordo com a NR 1, conforme Portaria SSMT 06 (1983), para fins de aplicação das
NR, no item 1.6, a obra de engenharia, compreendendo ou não canteiro de obra ou
frentes de trabalho, será considerada um estabelecimento, a menos que se disponha,
de forma diferente, em NR específica. Considera‐se:

a) empregador: a empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da


atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços.
Equiparam‐se ao empregador os profissionais liberais, as instituições de beneficência,
as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitem
trabalhadores como empregados;
b) empregado: a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário;
c) empresa: o estabelecimento ou o conjunto de estabelecimentos, canteiros de obra,
frente de trabalho, locais de trabalho e outras, constituindo a organização de que se
utiliza o empregador para alcançar seus objetivos;
d) estabelecimento: cada uma das unidades da empresa, funcionando em lugares
diferentes, tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório, loja, oficina, depósito,
laboratório;
e) setor de serviço: a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no
mesmo estabelecimento;
f) canteiro de obra: a área do trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem
operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra;
g) frente de trabalho: a área de trabalho móvel e temporária, onde se desenvolvem
operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra;
h) local de trabalho: a área onde são executados os trabalhos.

Mediante a NR 1, o empregador tem como função, segundo o item 1.7 (Portaria SSMT
06, 2016):

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 29


 Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança
e medicina do trabalho.
 Elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência
aos empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos.
 Informar aos trabalhadores sobre os riscos profissionais que possam originar-
se nos locais de trabalho; os meios para prevenir e limitar tais riscos e as
medidas adotadas pela empresa; os resultados dos exames médicos e de
exames complementares de diagnósticos aos quais os próprios trabalhadores
forem submetidos; os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais
de trabalho.
 Permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos
preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho.
 Determinar os procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou
doença relacionada ao trabalho.

Já ao empregado, conforme o item 1.8 presente na NR 1, cabe:

 Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde do


trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador.
 Usar o EPI fornecido pelo empregador.
 Submeter-se aos exames médicos previstos nas NR.
 Colaborar com a empresa na aplicação das NR.

É considerado ato faltoso a recusa injustificada do empregado caso as normas citadas


não sejam cumpridas e acarretará ao empregador a aplicação das devidas penalidades
pela legislação pertinente.

Todas as empresas têm a obrigação do cumprimento das normas, com relação à


matéria, que sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos
Estados ou Municípios.

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 30


Outra finalidade da NR 1 é determinar que a Secretaria de Segurança e Saúde no
Trabalho (SSST) é órgão que tem como objetivo coordenar, orientar, controlar e
supervisionar atividades relacionadas com segurança e medicina do trabalho
(BONCIANI, 2016). Ela também dá competência às Superintendências Regionais do
Trabalho e Emprego (SRTE) regionais, e aponta as responsabilidades do empregador
e empregados. A ilustração das atividades contempladas pela NR 1 são apresentadas
na Figura 4, com um esquema representativo.

Figura 4: Esquema representativo da NR 1.

Compete ainda à DRT, nos limites de sua jurisdição (TSTETECNOLOGIAS, 2006):

· Adotar medidas necessárias à fiel observância dos preceitos legais e regulamentares


sobre segurança e medicina do trabalho, inclusive orientar os empregadores sobre a
correta implementação das NRs;

· Impor as penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e


regulamentares sobre segurança e saúde ocupacional;

· Embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro de obra, frente


de trabalho, locais de trabalho, máquinas e equipamentos;

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 31


· Notificar as empresas, estipulando prazos para eliminação e/ou neutralização de
insalubridade;

· Atender às requisições judiciais para realização de perícias sobre segurança e


medicina ocupacional nas localidades onde não houver médico do trabalho ou
engenheiro de segurança do trabalho registrado no MTE.
O item 1.9 da NR 1 diz que o não cumprimento das disposições legais e regulamentares
sobre segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das
penalidades previstas na legislação pertinente.

NR 6 – Equipamento de Proteção Individual

Os acidentes são evitados com a aplicação de medidas específicas de segurança,


selecionadas de forma a estabelecer maior eficácia na prática. As prioridades são
(SANTOS, 2016):

 Eliminação do risco: torná-lo definitivamente inexistente. Exemplo: escada


com piso escorregadio, que deverá ser trocado por piso emborrachado e
antiderrapante.
 Neutralização do risco: o risco existe, mas está controlado. Esta alternativa
é usada na impossibilidade temporária ou definitiva da eliminação de um risco.
Exemplo: partes móveis de uma máquina – engrenagens, polias, correias etc.
– devem ser neutralizadas com um anteparo protetor, já que não podem ser
eliminadas.
 Sinalização do risco: medida adotada quando não for possível eliminar ou
isolar o risco. Exemplo: máquinas em manutenção devem ser sinalizadas com
advertência; locais onde é proibido fumar devem ser devidamente sinalizados.

A NR 6, que trata dos –EPI, estabelece e define os tipos de EPI que as empresas estão
obrigadas a fornecer a seus empregados, sempre que as condições de trabalho o

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 32


exigirem, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A
fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência
desta NR, são os arts. 166 e 167 da CLT. A Figura 5 apresenta um esquema da NR 6
e os EPI comuns utilizados para a segurança do trabalhador em diversos segmentos
da indústria.

Figura 5: NR 6 e os EPI
para a segurança do trabalhador.

O emprego do Equipamento Individual é uma determinação legal, contida na NR 6 da


Portaria MTb 3.214/78, que visa disciplinar as condições em que o mesmo deve ser
empregado na proteção do trabalhador. (PORTARIA SIT 25, 2016)

O empregador assume a obrigatoriedade de fornecer gratuitamente, sem nenhum


ônus para o trabalhador, o EPI adequado para a tarefa a ser executada, como meio
de neutralizar agentes físicos, químicos ou biológicos, nocivos à saúde do indivíduo.
(DOBROVOLSKI, 2008)

Um aspecto, desta vez de ordem da própria política de segurança, e também presente


nos canteiros de obra, é o mau emprego dos EPI. Esse equipamento, de acordo com
a legislação, “é todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou
estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador”.

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 33


Apesar de ser a última medida de segurança a ser tomada, e de existir uma NR
exclusiva para a sua regulamentação – a NR 6 – muitas empresas não fornecem com
frequência os EPI aos empregados e não orientam quanto ao seu uso, principalmente
devido as falhas de comunicação, conforme atribui Mesquita (1998). Por isso explica-
se o fato de o EPI ser usado de modo inadequado, insuficiente ou ineficaz, o que pode
causar, segundo alguns relatos de operários, reações adversas ou incômodas.

As empresas são obrigadas a fornecer aos seus funcionários EPI destinados a proteger
sua saúde e sua integridade física. Todo equipamento deve ter o Certificado de
Aprovação (CA) do MTE, e a empresa que importar EPI também deverá ser registrada
junto ao Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho, existindo para esse fim
todo um processo administrativo.

Por outro lado, o empregado está obrigado a usar o EPI fornecido pela empresa de
modo adequado e exclusivamente para o fim a que se destina, sendo a recusa ao seu
uso considerada infração que pode ser punida, na forma da legislação, até mesma
dispensa por justa causa do empregado faltoso.

Todas as atividades profissionais que possam imprimir algum tipo de risco físico para
o trabalhador devem ser cumpridas com o auxílio de EPI, que incluem óculos,
protetores auriculares, máscaras, mangotes, capacetes, luvas, botas, cintos de
segurança, protetor solar e outros itens de proteção. Esses acessórios são
indispensáveis em fábricas e processos industriais em geral. (DOBROVOLSKI, 2008)
Segundo o item 6.3 da NR 6, conforme Portaria SIT 25 (2016), a empresa é obrigada
a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado
de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os
riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e,

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 34


c) para atender a situações de emergência. Nenhum EPI poderá ser comercializado
e/ou adquirido sem que possua o CA, o qual atesta haver sido o equipamento aprovado
pela autoridade competente apto para o fim a que se destina (expedido pelo Ministério
do Trabalho e Administração [MTA]).

Obriga-se o empregador, quanto ao EPI (Portaria SIT 25, 2016) a:


a) adquirir o tipo adequado à atividade do empregado;
b) fornecer ao empregado somente o EPI aprovado pelo MTA e de empresas
cadastradas no Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalho/ Ministério
do Trabalho e Administração (DNSST/MTA);
c) treinar o trabalhador quanto ao seu uso adequado;
d) tornar obrigatório o seu uso;
e) substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica;
g) comunicar ao MTA qualquer irregularidade observada no EPI.
Obriga-se o empregado, quanto ao EPI, a:
a) usá-lo apenas para a finalidade a que se destina;
b) responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o uso.

Considera-se EPI todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo


trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a
saúde no trabalho, e a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,
EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas
seguintes circunstâncias: sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam
completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças
profissionais e do trabalho; enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implantadas; e para atender a situações de emergência. (PAIVA, 2013)

Os tipos de EPI utilizados podem variar dependendo do tipo de atividade ou de riscos


que poderão ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador e da parte do corpo que

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 35


se pretende proteger, tais como: proteção auditiva: abafadores de ruídos ou protetores
auriculares; proteção respiratória: máscaras e filtro; proteção visual e facial: óculos e
viseiras; proteção da cabeça: capacetes; proteção de mãos e braços: luvas e
mangotes; proteção de pernas e pés: sapatos, botas e botinas; e proteção contra
quedas: cintos de segurança e cinturões (PAIVA, 2013).

Alguns EPI comuns utilizados na indústria, tais como capacete, botas, óculos e luvas,
são apresentados na Figura 7.

Figura 7: EPI comuns: capacete, botas, óculos e luvas (TUIUTI, 2016).

De maneira geral, a utilização dos equipamentos de proteção individual gera uma série
de benefícios ao trabalhador e às organizações. Por um lado, as empresas se
beneficiam na diminuição dos riscos de acidente de trabalho e afastamentos que
demandam, na maioria das vezes, um custo bem maior que o de um EPI. A ausência
do trabalhador traz outros prejuízos como a substituição do empregador afastado,
quebras na produção e passivos trabalhistas. (PAIVA, 2013)

NR 3 – Embargo e Interdição – e NR 28 – Fiscalização e Penalidades

A NR 3, cujo título é Embargo ou Interdição, estabelece as situações em que as


empresas se sujeitam a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou
equipamentos, bem como os procedimentos a serem observados pela fiscalização
trabalhista, na adoção de tais medidas punitivas, no tocante à segurança e à medicina
LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 36
do trabalho. A NR 3 tem existência jurídica assegurada, em nível de legislação
ordinária, no art. 161 da CLT (Portaria SSMT 06, 1983).

Essa norma trata, em seu item 3.1, de embargo e interdição, que são medidas de
urgência, adotadas a partir da constatação de situação de trabalho que caracterize
risco grave e iminente ao trabalhador. Em complemento, já no item 3.1.1, considera-
se grave e iminente risco toda condição ou situação de trabalho que possa causar
acidente ou doença relacionada ao trabalho com lesão grave à integridade física do
trabalhador (Portaria SSMT 06, 1983). A representação de uma obra embargada,
segundo a NR 3, pode ser vista na Figura 8.

Figura 8: Representação de uma obra embargada,


segundo a NR 3 (SST EM FOCO, 2016).

Embargo e interdição são palavras sinônimas, já que apresentam as mesmas


consequências jurídicas, ou seja, paralização das atividades. Embargo, porém, aplica-
se apenas à paralização de obras de construção civil, ao passo que interdição se refere
à paralização de máquinas, equipamentos, setor de serviços ou estabelecimentos onde
são desenvolvidas atividades diversas de construção civil.

Segundo a NR 3 (BRASIL, 2011b), o AFT pode interditar estabelecimento, setor de


serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra conforme o caso, em situações
que demonstrem grave e iminente risco para o trabalhador. No entanto, o conceito de

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 37


grave e iminente risco é subjetivo, sendo mais uma construção social do que algo
passível de caracterização com objetividade.

O embargo ou interdição, conforme item 28.2 da NR 28, deve ocorrer, segundo


condições descritas no item 28.2.1, quando o agente da inspeção do trabalho constatar
situação de grave e iminente risco à saúde e/ou à integridade física do trabalhador, e,
com base em critérios técnicos, deverá propor de imediato à autoridade regional
competente a interdição do estabelecimento, setor de serviço, máquina ou
equipamento, ou o embargo parcial ou total da obra, determinando as medidas que
deverão ser adotadas para a correção das situações de risco (Portaria 07, 1983).

De acordo com o MTE (BRASIL, 2010), as repercussões de atos de embargo ou


interdição não se limitam necessariamente à correção de situações pontuais de grave
e iminente risco, no entanto têm contribuído significativamente para o conhecimento
técnico sobre medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores, bem
como para a evolução da legislação e da normatização existente.

Os embargos e interdições são consequência da existência de vários itens de grave e


iminente risco na obra. A paralisação da construção pode ser total ou parcial. A partir
da notificação até a liberação, somente será permitida, nos setores paralisados, a
execução de serviços necessários para a liberação dos setores descritos na notificação.
(MAIA, 2009)

Embargos e interdições são paralisações das atividades, mas embargos se aplicam


apenas às paralisações de obras de construção civil; já interdições se referem à
paralisação de máquinas, equipamentos, setor de serviços ou estabelecimentos onde
são desenvolvidas atividades diversas de construção civil. (BRASIL, 2011b)

Segundo o MTE (BRASIL, 2010), o conhecimento técnico evolui, de forma que a


sistematização criteriosa do saber adquirido, as análises prévias de risco e a

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 38


observação de princípios de segurança e saúde no trabalho devem levar, cada vez
mais, à melhoria das condições e dos ambientes laborais.

Segundo estudos realizados por Maia (2009), as empresas tenham o conhecimento da


abrangência e dos custos, tanto dos acidentes, com incidentes, embargos e
interdições, sejam eles diretos e/ou indiretos, a fim de realizarem os reais
investimentos em segurança e saúde do trabalhador, visto que a falta de segurança
interfere de forma direta na produção. Especificamente sobre embargos e interdições,
pode-se concluir que esses eventos têm ligação direta com os acidentes ocorridos no
mesmo período e que existiam alguns itens em embargos e interdições, iniciais nos
laudos, que, por conceito, não eram itens desses eventos. Além disso, em uma análise
mais aprofundada, conclui-se que, dentro desses eventos, os principais itens foram:
proteção de periferia, andaimes, movimentação e transporte vertical, instalação
elétrica e especificamente para interdição, carpintaria.

Em estudos realizados por Élida (2011), o principal objetivo foi a avaliação de


embargos e interdições em dois canteiros de obra de uma construtora e incorporadora
de Porto Alegre, mediante a análise do sistema de gestão de segurança do trabalho
usual nas suas obras, da análise de toda a documentação referente a embargo e
interdição das obras estudadas e de entrevistas com três representantes da empresa
e dois representantes dos AFT. Levando como conclusão as recomendações de auditar
os equipamentos antes de comprá-los, realizar auditorias mensais na obra e padronizar
as proteções contra quedas serviriam para grande parte dos itens embargados ou
interditados nas obras, evitando que estas ocorram. Assim, estarão evitando um
possível prejuízo de prazo e de custo na obra e ao mesmo tempo protegendo seus
trabalhadores.

Em 1978 o ministério do trabalho aprova as NR, por intermédio da Portaria 3.214, de


08 de junho, e, dentre estas, a NR 28, com o título Fiscalização e penalidades,
buscando preservar o ambiente laboral saudável e sem riscos para a vida dos
colaboradores (Portaria 07, 1983).

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 39


Conforme discriminado na NR 18, em seu item 18.1.1, estabelece diretrizes de ordem
administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de
medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas
condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção. Já no item
18.1.2, desta norma, consideram-se atividades da Indústria da Construção as
constantes do Quadro I, Código da Atividade Específica, da NR 4 – Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e as atividades
e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral,
de qualquer número de pavimentos ou tipo de construção, inclusive manutenção de
obras de urbanização e paisagismo (Portaria 07, 1983).

É importante ressaltar para a empresa que é de sua responsabilidade manter seus


ambientes de trabalho dentro dos padrões estabelecidos nas normas
regulamentadoras, pois a partir de denúncias dos colaboradores e/ou entidades
sindicais ou, na ocorrência de acidentes graves ou fatais, os agentes de inspeção do
trabalho podem visitar as instalações e/ou canteiros de obra da empresa, visando
fiscalizar o seu cumprimento. (FREITAS, 2013)

Observa-se que as multas aplicadas pelos agentes de inspeção do trabalho têm o valor
na maioria das vezes maior que o custo necessário para a resolução do não
cumprimento da norma. A aplicação da multa não desobriga o empregador a se
adequar a legislação de segurança e medicina do trabalho. (FREITAS, 2013)

A inspeção prévia e da declaração da instalação tem por objetivo assegurar que o novo
estabelecimento inicie suas atividades livre de riscos de acidentes e/ou doenças do
trabalho, com isto o proprietário não correrá o risco de sofrer um embargo ou
interdição, ao se adequar as normas regulamentadoras à empresa atesta que a sua
empresa não oferece condição ambiental de trabalho que possa causar acidente ou
doença profissional com lesão grave à integridade física do trabalhador. (DIAS, 2015)

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 40


Conforme item 28.1.4 da NR 28, o agente da inspeção do trabalho, com base em
critérios técnicos, poderá notificar os empregadores, concedendo prazos para a
correção das irregularidades encontradas. Com relação aos prazos, isso pode ser
observado no item 28.1.4.1 desta norma, o prazo para cumprimento dos itens
notificados deverá ser limitado a, no máximo, 60 dias. No item 28.1.4.2 há a descrição
que a autoridade regional competente, diante de solicitação escrita do notificado,
acompanhada de exposição de motivos relevantes, apresentada no prazo de 10 dias
do recebimento da notificação, poderá prorrogar por 120 dias, contados da data do
Termo de Notificação, o prazo para seu cumprimento. Em complemento, no item
28.1.4.3, a concessão de prazos superiores a 120 dias fica condicionada à prévia
negociação entre o notificado e o sindicato representante da categoria dos
empregados, com a presença da autoridade regional competente (Portaria 07, 1983).

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