Você está na página 1de 24

Psicologia do trabalho

1
Psicologia do trabalho

2
Psicologia do trabalho

Psicologia do Trabalho

É uma área que surgiu inserida na Psicologia aplicada, onde muitos dos
grandes estudos psicológicos sobre o trabalho se encontram. Psicologia do
Trabalho é a ciência do comportamento, que estudo dois tipos de comportamento,
o respondente e o operante.

Devido ao grande número de estudos sobre a psicologia do trabalho, surge


um novo campo de estudos, a psicologia industrial, que é a aplicação dos
métodos e descobertas da psicologia, para a solução de problemas industriais. O
termo psicologia industrial aparece em várias obras, mas a maioria dos autores
prefere utilizar o termo psicologia do trabalho, por ser mais abrangente.

Os primeiros estudiosos da psicologia do trabalho foram os franceses, que


se dedicaram á análise das causas e efeitos da fadiga e à utilização de testes
psicológicos para seleção de trabalhadores.

Durante muito tempo os problemas abordados pela psicologia do trabalho


limitavam-se ao recrutamento e distribuição de pessoal, em como localizar e
selecionar bons trabalhadores e como fazê-los produzir mais e melhor. Esse
enfoque na seleção e distribuição de pessoal, fez com que os psicólogos
organizacionais, inicialmente, ficassem muito tempo apenas aplicando testes.

Com o passar dos anos, o campo de atuação da psicologia do trabalho


alargou-se e passou a tratar, também, da formação do trabalhador, da orientação
do trabalho, dos planos de carreira e da organização, em seus diversos aspectos.
A Psicologia estuda duas classes de Motivos, os Impulsos ou Necessidades e os
Incentivos, estes são objetos ou condições do ambiente que estimulam o
comportamento, principalmente no que diz respeito à Motivação Pessoal.

A psicologia do trabalho abrange, principalmente, três grandes campos de


estudos:

 O homem e sua relação com o trabalho, abordando a personalidade do


trabalhador, sua capacidade de aprendizagem e a origem das diferenças
individuais entre os trabalhadores, seu nível de conhecimento e
competência e sua motivação para o trabalho;
 Estudo do ambiente onde se dá o trabalho e que pode influir positiva ou
negativamente no comportamento do indivíduo, sua relação com os
instrumentos de trabalho, como lida com decisão e risco, sua postura frente
às incertezas do cumprimento de metas. Desses estudos, surgem dados
importantes para o estudo da ergonomia e adaptação do homem ao
trabalho e vice-versa;
 Estudo das relações entre os componentes do conjunto, entre o homem e
seu trabalho, às tarefas que este tem de realização em determinado
momento e local. Busca-se saber como está definido, organizado e

2013

3
Psicologia do trabalho

controlado o trabalho, tentando identificar a necessidade de pausas e as


causas da monotonia.

Os psicólogos do trabalho podem atuar em diversas áreas, como


empresas, consultorias e órgãos públicos e sua atuação é de
extrema importância, tanto para os funcionários, que são alocados em ambientes
propícios às suas condições e habilidades, quanto para as empresas, pela
rentabilidade proporcionada por um trabalhador satisfeito. A Psicologia faz uma
analise do trabalho para identificar pontos críticos nas tarefas e no pessoal a ser
treinado.

A psicologia do trabalho (ou laboral) é a área da psicologia que se


encarrega de estudar o comportamento do ser humano no âmbito do trabalho e
das empresas. Também é conhecida sob a denominação de psicologia do
trabalho e das organizações pelo fato de poder analisar o comportamento em
associações civis ou governamentais.

A psicologia do trabalho dispõe de metodologia e objetivo próprios, ainda


que lembre um pouco a psicologia social. O seu objeto de estudo é a conduta do
ser humano no contexto do trabalho, a partir de uma perspectiva individual, grupal
(coletiva) e social. O objetivo principal desta disciplina consiste em melhorar a
qualidade de vida laboral dos trabalhadores.

As empresas e as organizações formam sistemas constituídos por grupos


de pessoas, integrados por sujeitos que interagem e que são interdependentes.
Estes sistemas estão em constante comunicação com o contexto e adaptam-se
às suas necessidades. A psicologia do trabalho zela pelo funcionamento das
organizações através dos recursos humanos. Desta forma, analisa as relações

2013

4
Psicologia do trabalho

interpessoais dentro da organização a fim de aperfeiçoar o seu rendimento e


permitir uma maior efetividade global.

A psicologia do trabalho tem em conta que, nas organizações, convivem


dois tipos de sistemas: o sistema formal, que procura cumprir com o objetivo da
organização recorrendo, de modo racional, aos meios disponíveis e controlando o
comportamento dos indivíduos e dos grupos de modo a torna-los previsíveis; e o
sistema informal, que surge na presença de pressões do sistema formal, às quais
o individuo responde através de comportamentos, relações e estratégias não
previstas pela organização.

Próxima à psicologia do trabalho se encontra a psicologia


organizacional ou das organizações, que se dedica, sobretudo ao estudo dos
aspectos organizacionais de firmas e empresas. Devido à grande proximidade
entre as duas áreas, elas são muitas vezes tratadas conjuntamente sob a
designação psicologia do trabalho e das organizações. Outra disciplina próxima é
a ergonomia, que se dedica também à estruturação do trabalho humano, mas de
maneira mais acentuada ao sistema homem-máquina. Entre as tarefas da
psicologia do trabalho estão: (a) Seleção e recrutamento profissional;
(b) Treinamento e avaliação de desempenho profissional e o aconselhamento e
orientação profissional. Essa ultima encontra-se formulada desde as primeiras
concepções dessa aplicação da psicologia. Para Hugo Münsterberg (1863 —
1916) trata-se da aplicação dos conhecimentos psicológicos ao estudo do
trabalho diferenciado em profissões.

Uma história da psicologia aplicada ao trabalho, psicologia industrial ou


organizacional deve recuperar ou distinguir as duas principais aplicações desta
disciplina científica ao trabalho: a Ergonomia ou estudo científico da relação entre
o homem à máquina, o ambiente e a organização do trabalho e a Profissiografia
do início do século, elemento fundamental dos estudos organizacionais dos
políticas empresariais dos "planos de cargos e salários" e da CBO,
a Classificação Brasileira de Ocupações de uso nos órgãos governamentais. Essa
atividade já foi definida na segunda metade do séc. XX como: Profissiologia "a
disciplina das atividades profissionais, onde se destaca a parte denominada
profissiografia ou estudo analítico das atividades profissionais procedendo a sua
sistemática classificação profissiológica ou seja não se limitando ao métodos
de "tempos e movimentos" do engenheiro americano Frederick Taylor (1856-
1915).

2013

5
Psicologia do trabalho

MOTIVAÇÃO

O trabalho influencia fortemente todas as outras áreas de vida. Existe uma


bidirecionalidade de influências e motivações entre a vida e o trabalho. Cada vez
que a motivação é afetada negativamente na nossa vida em geral,
consequentemente o nosso trabalho sofre uma quebra. Ou ao invés, quando a
nossa motivação no trabalho sofre um abalo, quando perdemos perspectivas de
progressão e a satisfação diminui, também a motivação na nossa vida tem
tendência a diminuir.
A motivação comprova-se como um grande potenciador da nossa
qualidade de vida. Ou ao invés, a desmotivação tonar-se um tormento na nossa
vida. Então, posso afirmar categoricamente que aprendermos estratégias para
manter os nossos níveis de motivação adequados é promotor e potenciador de
satisfação no trabalho e na vida em geral.
Imaginarmos algo que gostamos, ou que vislumbramos vir a fazer sentir-
nos bem faz disparar a dopamina (uma hormona do bem-estar). A dopamina gera
expectativa, faz-nos criar uma forte ligação entre a visão de sucesso de algo e a
boa sensação que o nosso corpo registra nesse exato momento, e isto promove a
criatividade. Nesse estado, podemos dizer que nos sentimos motivados para fazer
coisas que façam acontecer aquilo que imaginamos e queremos alcançar. A visão
de sucesso ou das tarefas que temos de realizar para obter o que tanto
desejamos, funciona como um combustível que irá orientar a nossa energia na
direção do objetivo traçado. Está assim imaginado e consequentemente criado na
nossa mente o motivo para a ação. São as ações a que nos propomos,
alimentadas pela energia criada pela visão e associada ao bem-estar provocado
pela dopamina libertada na nossa corrente sanguínea que nos sentimos
confiantes, alegres e animados para realizar o que é necessário para atingirmos
os objetivos a que nos propomos.

MOTIVAÇÃO E ENVOLVIMENTO

A capacidade que cada um de nós tem, ou não tem para nos envolvermos
ativamente com o nosso trabalho, tarefa ou objetivos de vida condiciona em larga
escala a qualidade dos mesmos. Quando me refiro ao envolvimento ativo, falo
concretamente de nos colocarmos nas coisas, de interagirmos com elas, de
perspectivarmos um bom retorno, uma ótima satisfação e alegria no resultado.
Como promotor do envolvimento, temos de ter uma crença que possuímos algo
para oferecer ao que temos em mãos, que conseguimos oferecer algo de nós no
sentido de melhoramos a qualidade do nosso trabalho, tarefa ou objetivo. Quando
temos a crença de que temos o poder de contribuir positivamente para o resultado
das coisas que fazemos, ficamos envolvidos ativamente. Ficamos motivados para
influenciar de forma positiva aquilo que fazemos, colocando um conjunto de
estratégias para o sucesso em ação. E, certamente iremos sentir o retorno disso
na forma de motivação.

2013

6
Psicologia do trabalho

MOTIVAÇÃO E SENTIMENTO

O fim último de qualquer ação é vivenciar um determinado sentimento.


Então, o cerne da motivação é conseguirmos diariamente colocarmo-nos num
estado emocional propício ao impulso para a ação. Emoções e sentimentos jogam
um papel preponderante no potenciamento das nossa ações. A capacidade que
cada um de nós tem para associarmos emoções às nossas tarefas e objetivos de
vida é um tremendo diferenciador de resultados. Promovemos o êxito, tanto mais
quanto nos envolvermos com a ação (como descrevi no ponto anterior) de forma
a anteciparmos o que queremos vir a sentir ao atingir os resultados pretendidos.

MOTIVAÇÃO x DESMOTIVAÇÃO

A perda, o fracasso, a falta de envolvimento, o retorno financeiro baixo, e


um sentimento de mal-estar relacionando com o nosso trabalho, são alguns dos
motivos que podem conduzir-nos à desmotivação. A motivação é algo subjetivo, é
inerente à pessoa, é individual e específica. No entanto independentemente da
subjetividade da motivação, algo é comum a todos nós. A motivação é fluída,
inconstante e sofre abalos na relação com a vida. Por esta razão, todos nós já
vivenciamos períodos de elevada motivação, ou ao invés, de uma elevada
desmotivação. Ainda assim a vida não parou, continuamos a ter que realizar as
nossas tarefas do dia-a-dia, incluindo o nosso trabalho. Certamente nos períodos
de ausência de motivação, vimos o nosso desempenho diminuir, o rendimento é
afetado negativamente e com isso disparam os sentimentos negativos que nos
fazem sentir mal. Eventualmente podemos ter de lidar com a depressão
momentânea, o que obrigada a um esforço acrescido para voltar a repor os níveis
motivacionais aceitáveis. Mas é possível quebrar as barreiras para o sucesso.
Quando nos sentimos desmotivados é importante que consigamos orientar
a nossa atenção nos objetivos. É importante tornar nítida a nossa visão. Temos
de fazer um esforço para orientar as ações pelos nossos objetivos, pela
consciência que temos de que mesmo sentindo-nos em baixo é necessário
continuar a fazer coisas. Ao continuarmos a movimentar-nos para a nossa meta,
certamente iremos promover a nossa motivação. A motivação está fortemente
relacionada com as coisas que fazemos. E, ao fazermos coisas, aumentamos a
probabilidade de fazer algo que nos faça sentir bem, nesse momento
promovemos a motivação.

2013

7
Psicologia do trabalho

MOTIVAÇÃO E EXCPETATIVAS

As expectativas que vamos criando para nós direcionam a nossa


motivação. É importante termos expectativas positivas acerca dos nossos
objetivos de vida e de trabalho. Num estado abatido, com baixas expectativas, por
certo a motivação sofre um abalo negativo. Começam a emergir sintomas da
negatividade. A ansiedade instala-se, a desmotivação e o pessimismo ganham
vantagem e as expectativas entram num ciclo catastrófico. É consensual que as
expectativa que traçamos para nós devem ser edificadas sobre uma forte dose de
positivismo. Instale o pensamento positivo e as atitudes positivas na sua vida, as
expectativas vão ser uma consequência da sua mentalidade. Ao deparar-se com
dificuldades, alinhe as expectativas com as suas capacidades. Se ganhar uma
percepção de capacidade entre as suas expectativas e autoconfiança para atingir
as suas metas, a felicidade emerge no seu horizonte.

MOTIVAÇÃO E REALIDADE CRIADA

Nós criamos a nossa própria realidade. A realidade de vida de cada um de


nós é subjetiva, estabelece relações com a nossa forma de pensar, com as
nossas crenças e forma de olhar o mundo. A realidade criada, tal como na criação
da sua visão, é algo que tem o seu início de forma imaginada. É no entanto
suportada pelos nossos pensamentos, atitudes e comportamentos que
expressamos nos nossos objetivos de vida e de trabalho. Se criarmos uma
realidade com muitas limitações, baseada numa mentalidade pessimista ou numa
atitude de vítima e miserabilista, as nossas ações irão expressar exatamente esse
estado de espírito incapacitante.

Para potenciar a motivação importa então criarmos uma realidade


vantajosa, que nos transmita energia, esperança, otimismo, alegria, e acima de
tudo confiança em como iremos ser capazes de realizar aquilo que pretendemos,
e ou minimizar os problemas que enfrentamos. Com uma noção de esperança e
capacidade em mente, os níveis motivacionais sobem drasticamente, facilitando a
nossa vida.

Citação: “Se podemos sonhar, também podemos tornar nossos sonhos


realidade.” – Walt Disney

2013

8
Psicologia do trabalho

Trabalho Prescrito ou Tarefa

O trabalho prescrito (tarefa) é aquele correspondente aos objetivos da


organização, a qual estabelece as regras e condições fixas. Entretanto, o trabalho
prescrito nunca é cumprido plenamente, diante das condições da realidade do
trabalhador, a tarefa se transforma adquirindo novas formas, o que chamamos de
atividade ou trabalho real. Assim, os protocolos e as normas técnicas e de
segurança não são cumprido exatamente como a organização prescreve, pois se
vinculam ao conhecimento técnico, a experiência e aos valores dos trabalhadores
que vão desenvolver a atividade.

Trabalho Real ou Atividade

O trabalho real (atividade) pode ser resumido como a realização da tarefa


ou do trabalho prescrito. As prescrições são apreendidas e modificadas pelo
trabalhador. Isso acontece, pois essas determinações são incompletas e não
correspondem à realidade do trabalhar, não contemplando todas as
circunstancias encontradas no dia a dia do trabalhador.
Desta forma, o sujeito está a todo tempo modificando as prescrições,
inventando novas formas de cumprir uma tarefa com menos esforço, com menos
tempo ou com menos desgaste físico e psíquico. Assim, a tarefa acaba sendo
sempre flexível, já que os imprevistos são inerentes ao trabalho, o trabalhador
regula, ajusta e analisa o próprio trabalho.
Desta forma, o sujeito está a todo tempo modificando as prescrições,
inventando novas formas de cumprir uma tarefa com menos esforço, com menos
tempo ou com menos desgaste físico e psíquico. Assim, a tarefa acaba sendo
sempre flexível, já que os imprevistos são inerentes ao trabalho, o trabalhador
regula, ajusta e analisa o próprio trabalho.
A partir a tarefa prescrita é possível fazer a análise da atividade ou do
trabalho real desenvolvido pelo indivíduo. Todavia, a análise da atividade vai além
de uma análise da realização da tarefa, mas busca entender as lógicas de ação
que guiam o comportamento do sujeito, ou seja, busca abranger as forças que
desencadeiam e orientam as ações dos operadores. Desta maneira, leva em
conta os sentidos envolvidos no comportamento, valorizando a criatividade do
trabalhador que não é visto como um sujeito passivo, mas como ator na situação.

A Abordagem Sócio-técnica

A Abordagem Sócio-técnica incentiva a participação democrática dos


operadores nas instituições e visa estabelecer um balanceamento entre o sistema
técnico e o ambiente social. Se de um lado o sistema técnico é delimitado pelas
exigências prescritas pela tarefa, do outro lado o ambiente social se define como
as pessoas que o compõem e suas interações entre si e com a própria tarefa.
Assim, os sistemas técnico e social são claramente interdependentes.
Teoria Geral dos Sistemas foi muito importante para a constituição da
sócio-técnica. Essa teoria surge como uma crítica ao taylorismo que defendia um
modelo fechado e burocrático de organização do trabalho. A Teoria Geral dos
Sistemas entende que as organizações são sistemas integrados, universais e

2013

9
Psicologia do trabalho

abertos, ou seja, são adaptativos, ajustam-se e se reajustam, buscando sempre


uma melhoria do trabalho, a partir do ambiente social. Desta forma, a abordagem
sócio-técnica tem como princípios essa ideia de sistema aberto, a otimização do
trabalho conjuntamente e entende que há sempre um aprendizado contínuo.

A PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Esta área de conhecimento da psicologia estuda o desenvolvimento do ser


humano em todos os seus aspectos: físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e
social – desde o nascimento até a idade adulta.

O desenvolvimento humano

O desenvolvimento humano refere-se ao desenvolvimento mental e ao


crescimento orgânico. O desenvolvimento mental é uma construção contínua.
Estas são as formas de organização da atividade mental que vão-se
aperfeiçoando e se solidificando até o momento em que todas elas. Algumas
dessas estruturas mentais permanecem ao longo de toda a vida.

A importância do estudo do desenvolvimento humano

Esse estudo é compreender a importância do estudo do desenvolvimento


humano. Estudar o desenvolvimento humano significa conhecer as características
comuns de uma faixa etária. Planejar o que e como ensinar implica saber quem é
o educando. Existem formas de perceber, compreender e se comportar diante do
mundo, próprias de cada faixa etária.

Fatores que influenciam o desenvolvimento humano

 Hereditariedade – a carga genética estabelece o potencial do indivíduo,


que pode ou não desenvolver-se. A inteligência pode desenvolver-se de
acordo com as condições do meio em que se encontra.

 Crescimento orgânico – refere-se ao aspecto físico.

 Maturação neurofisiológica – é o que torna possível determinado padrão de


comportamento.

 Meio – o conjunto de influências e estimulações ambientais altera os


padrões de comportamento do indivíduo.

Aspectos do desenvolvimento humano

 Aspecto físico-motor - refere-se ao crescimento orgânico, à maturação


neurofisiológica.

Ex.: A criança que leva a chupeta à boca.

2013

10
Psicologia do trabalho

 Aspecto intelectual – é a capacidade de pensamento, raciocínio.

Ex.: A criança de 2 anos que usa um cabo de vassoura para puxar um


brinquedo que está em baixo de um móvel.

 Aspecto afetivo-emocional – é o modo particular de o indivíduo integrar as


suas experiências. A sexualidade faz parte desse aspecto.

Ex.: A vergonha que sentimos em algumas situações.

 Aspecto social – é a maneira como o indivíduo reage diante das situações


que envolvem outras pessoas. Ex.: Quando em um grupo há uma criança
que permanece sozinha.

Não é possível encontrar um exemplo “puro”, porque todos estes aspectos


relacionam-se permanentemente.

COMPORTAMENTO

Comportar + mento

Procedimento, modo de se comportar ou de proceder. Esta palavra foi


introduzida na linguagem filosófica para indicar o objeto da psicologia de reação,
chamada impropriamente muitas vezes de psicologia objetiva. Claparede propõe
a palavra conduta para indicar as reações não estereotipadas da espécie, mas
que caracterizam o indivíduo, e provêm do hábito. Em Psicologia, entende-se
como comportamento o conjunto de reações que resultam da experiência
individual e que não se transmitem à espécie. A escola do behaviorismo, ou da
psicologia do comportamento, preconiza a observação como norma de
comportamento, porquanto somente as ações humanas podem ser observadas, e
despreza a introspecção como método psicológico.

COMPORTAMENTO:

O termo Comportamento vem de: com - PORT - a - mento.


O termo PORT, que deu origem também à palavra porto, significa levar, conduzir
daí com - PORT - ar, exportar, transportar. Logo, o que leva uma pessoa a agir é
com - PORT - a - mento, ou melhor, você leva (carrega) com você modos de agir
que se expressam em situações de estímulo.

COMPORTAMENTO:

São as respostas de uma pessoa ou de um animal diante de uma situação.

* ETOLOGIA - Ciência ou tratado do caráter, caracterologia.


Estudo das adaptações dos animais e dos vegetais ao ambiente; parte da
Ecologia que estuda o comportamento dos seres vivos.

2013

11
Psicologia do trabalho

BEHAVIORISMO
(Psicologia Do Comportamento)

O Behaviorismo nasce com Watson e tem um desenvolvimento grande nos


Estados Unidos, em função de suas aplicações práticas; tornou-se importante por
ter definido o fato psicológico, de modo concreto, a partir da noção de
Comportamento (Behavior).

BEHAVIORISMO: Designação de uma forma radical da psicologia objetiva.


O método de “Introspecção” é recusado, só os conceitos de “Estímulo” e “Reação”
tem importância para a discussão dos fatos psicológicos (J.B. Watson).

O PSICOLÓGO COMPORTAMENTAL: Ele está interessado em descobrir as


variáveis que controlam o comportamento e em determinar as relações precisas
que existem entre elas.

A Escola Behaviorista ou Comportamental segue as propostas de B.F.


Skinner. Define o COMPORTAMENTO como qualquer movimento observável ou
mensurável feito por um organismo, incluindo movimentos externos e internos e
seus resultados, bem como as secreções glandulares e seus efeitos.

Skinner (l938) distinguiu duas espécies de comportamento:

 Comportamento Respondente
 Comportamento Operante

COMPORTAMENTO RESPONDENTE: uma espécie específica de resposta é


eliciada por uma espécie específica de estímulo, e o estímulo sempre precede a
resposta. Ex.: reflexos da salivação, da transpiração, reflexo patelar, reflexo
pupilar.

COMPORTAMENTO OPERANTE: comportamento fortalecido ou enfraquecido


por eventos posteriores à resposta. O comportamento operante é controlado por
suas consequências. É um comportamento voluntário, inclui todos os movimentos
de um organismo dos quais se possa dizer que, em algum momento, tem um
efeito sobre ou fazem algo ao mundo ao redor.

O Comportamento Respondente, conforme Pavlov descobriu, pode ser


CONDICIONADO, ou seja, pode-se fazer com que um novo evento elicie a
resposta. Assim, se um estímulo neutro for associado, um certo número de vezes,
a um estímulo eliciador, o estímulo previamente neutro irá evocar a mesma
espécie de resposta (uma resposta semelhante ao REFLEXO). O novo
REFLEXO, (exemplo da apresentação da carne ao cão), em que a campainha
sozinha elicia a salivação é chamado REFLEXO CONDICIONADO, a campainha
que elicia a resposta constitui o ESTÍMULO CONDICIONADO.

ESTÍMULO INCONDICIONADO: é o estímulo que por si só elicia uma resposta.

As consequências que fortalecem o comportamento são chamadas REFORÇOS.

2013

12
Psicologia do trabalho

REFORÇO: é qualquer evento que aumenta a força de qualquer comportamento


operante. Ex.: o animal privado de comida pode emitir uma ampla variedade de
respostas e qualquer uma delas que seja seguida por alimento será fortalecida.
Um reforço fortalece uma resposta no sentido de que aumenta a probabilidade
com que a resposta ocorrerá novamente.

O aumento na frequência do comportamento reforçado é chamado:


CONDICONAMENTO.
Se o reforço é interrompido, a frequência de uma resposta condicionada
declina até que não ocorra numa frequência maior do que a nível operante. O
decréscimo na força de uma resposta condicionada quando não reforçada é
chamada EXTINÇÃO.

Há também uma classe de estímulo chamado REFORÇO NEGATIVO ou


ESTÍMULO AVERSIVO, eles enfraquecem o comportamento.

EXTINÇÃO: Eliminação dos comportamentos indesejáveis ou inadequado. Se dá


através da retirada do reforço que fortalece um dado comportamento ou através
da PUNIÇÃO.

Os Reforços podem ser aplicados sob a forma Constante ou


Intermitentemente.

INTERMITENTES: o que não é contínuo, que tem intervalos, acontece de quando


em quando; ou CONSTANTES quando incessante, contínuos.

BEHAVIORISMO - APLICAÇÃO

A principal área de aplicação dos conceitos apresentados tem sido a


educação. São conhecidos os métodos de ensino programado e o controle e
organização das situações de aprendizagem, bem como a elaboração de uma
tecnologia de ensino.
Entretanto outras áreas também tem recebido a contribuição das técnicas e
conceitos desenvolvidos pelo Behaviorismo, como Treinamento em Empresas, a
Clínica, o trabalho educativo de crianças excepcionais, a Publicidade e outros
mais. Na verdade, a análise experimental do comportamento pode auxiliar-nos a
descrever nossos comportamentos em qualquer situação, ajudando-nos a
modificá-los.

O MÉTODO PSICANALÍTICO

Nasce com Freud, na Áustria, a partir da prática médica, recupera para a


psicologia a importância da afetividade e postula o inconsciente como objeto de
estudo, quebrando a tradição da psicologia como ciência da consciência e da
razão. O termo Psicanálise é usado para se referir a uma teoria, a um método de
investigação e a uma prática profissional. Enquanto Teoria caracteriza-se por um
conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida
psíquica. A Psicanálise, enquanto Método de Investigação, caracteriza-se pelo

2013

13
Psicologia do trabalho

método interpretativo, que busca o significado oculto daquilo que é manifesto


através de ações e palavras ou através das produções imaginárias, como os
sonhos, os delírios, as associações livres. A Prática Profissional refere-se à forma
de tratamento psicológico (a análise), que visa a cura ou o autoconhecimento.
Em l900, Freud apresenta a primeira concepção sobre a estrutura e
funcionamento da personalidade. Essa teoria refere-se à existência de três
sistemas ou instâncias psíquicas: inconsciente, pré-consciente e consciente.

O INCONSCIENTE exprime o “conjunto dos conteúdos não presentes no


campo atual da consciência”. É constituído por conteúdos reprimidos, que não
tem acesso aos sistemas pré-consciente e consciente, pela ação de censuras
internas. Estes conteúdos podem ter sido conscientes, em algum momento, e ter
sido reprimido, isto é, “foram” para o inconsciente, ou podem ser genuinamente
inconscientes. O inconsciente é um sistema do aparelho psíquico regido por leis
próprias de funcionamento. Exemplo: não existem as noções de passado e
presente.

O PRÉ-CONSCIENTE refere-se ao sistema onde permanecem aqueles


conteúdos acessíveis à consciência. É aquilo que não está na consciência
naquele momento, mas que no momento seguinte pode estar.

O CONSCIENTE é o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo


tempo as informações do mundo exterior e as do mundo interior. Na consciência
destaca-se o fenômeno da percepção e, principalmente, a percepção do mundo
exterior.

Em 1920 e 1923, Freud remodela a Teoria do Aparelho Psíquico e introduz


os conceitos de ID, EGO e SUPEREGO para referir-se aos três sistemas da
personalidade.

O ID constitui o reservatório da energia psíquica, é onde se localizam as


pulsões: a de vida e a de morte. As características atribuídas ao sistema
inconsciente, na primeira teoria, são nesta teoria, atribuídas ao ID. É regido pelo
Princípio do Prazer.

O EGO é o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do id,


as exigências da realidade e as “ordens” do superego. Procura dar conta dos
interesses da pessoa. É regido pelo Princípio da Realidade, que, com o princípio
do prazer, rege o funcionamento psíquico. As funções básicas do ego são:
percepção, memória, sentimentos e pensamento.

O SUPEREGO origina-se com o complexo de Édipo, a partir da


internalização das proibições, dos limites e da autoridade. A moral, os ideais são
funções do superego. O conteúdo do superego refere-se a exigências sociais e
culturais.

OS MECANISMOS DE DEFESA

São vários os mecanismos que o indivíduo pode usar para realizar a


deformação da realidade, chamados Mecanismos de Defesa.

2013

14
Psicologia do trabalho

Os Mecanismos de Defesa são processos realizados pelo ego e são


inconscientes.
Para Freud, defesa é a operação pela qual o ego exclui da consciência os
conteúdos indesejáveis, protegendo, desta forma, o aparelho psíquico. O ego -
uma instância a serviço da realidade externa e sede dos processos defensivos -
mobiliza estes mecanismos, que suprimem ou dissimulam a percepção do perigo
interno, em função de perigos reais ou imaginários localizados no mundo exterior.

Alguns destes mecanismos são:

FORMAÇÃO REATIVA: o ego procura afastar o desejo que vai em


determinada direção, e, para isto, o indivíduo adota uma atitude oposta a este
desejo. Aquele que aparece (atitude), visa esconder do próprio indivíduo suas
verdadeiras motivações (desejo), para preservá-lo de uma descoberta acerca de
si mesmo que poderia ser bastante dolorosa.

REGRESSÃO: o indivíduo retorna a etapas anteriores de seu


desenvolvimento; é uma passagem para modos de expressão mais primitivos.

PROJEÇÃO: é uma confluência de distorções do mundo externo e interno.


O indivíduo localiza (projeta) algo de si no mundo externo e não percebe aquilo
que foi projetado como algo seu que considera indesejável.

RACIONALIZAÇÃO: o indivíduo constrói uma argumentação


intelectualmente convincente e aceitável, que justifica os estados “deformados” da
consciência. Na racionalização, o ego coloca a razão a serviço do irracional e
utiliza para isto o material fornecido pela cultura, ou mesmo pelo saber científico.

SUBLIMAÇÃO: Impulsos instintivos sexuais e agressivos são


descarregados para objetos não sexuais ou agressivos, de tal sorte que se
tornam socialmente aceitáveis.

NEGAÇÃO: mecanismo de defesa pelo qual se dá como inexistente, um


impulso instintivo ou aspecto do EU, ou, ainda, uma experiência penosa.

REPRESSÃO: consiste em manter inconsciente, um impulso instintivo ou


uma representação mental inaceitável.

PERCEPÇÃO SOCIAL

Para que haja interação social é preciso que as pessoas percebam-se uns
aos outros. Chama-se percepção social ao processo pelo qual formamos
impressões a respeito de uma outra pessoa ou grupo de pessoas.

2013

15
Psicologia do trabalho

Os fatores que influem no processo perceptivo de forma geral, também


caracterizam a percepção social:

I. Seletividade perceptiva – Nas relações sociais a seletividade perceptiva se


evidencia numa série de situações, eis algumas: tendência a perceber
características negativas nas pessoas de quem não gostamos e aspectos
favoráveis naquelas que nos agradam; a facilidade com que aprendemos o
que nos interessa e deixamos para traz o que não nos interessa.

II. Experiência prévia e consequente disposição para responder - Esta


característica da percepção facilita o processo de influência interpessoal ou
de influência geral. Desta forma, estímulos conhecidos são mais
facilmente comunicáveis e determinadas disposições a responder podem
ser aproveitadas para maior eficácia de uma comunicação persuasiva.
Exemplificando, será mais fácil persuadir um homem do campo a adotar
determinada técnica em seu trabalho através da utilização de estímulos
que lhe são familiares e, por esta razão, facilmente percebíveis, do que
tentar fazê-lo por meio de filmes sofisticados exibindo ambientes pouco
familiares ou de outro contexto cultural.

III. Condicionamento – As consequências do condicionamento no processo de


percepção social se evidenciam nos costumeiros problemas de
comunicação entre pessoas de culturas diferentes, ou de ambientes
educativos diversos. Não raro se verifica a dificuldade de um mesmo fato
ser percebido de maneira semelhante por duas pessoas em virtude de
condicionamento anteriores que as levam a perceber elementos diferentes
numa mesma estrutura ou, pelo menos, enfatizar tais elementos em maior
ou menor escala.

IV. Fatores contemporâneos ao fenômeno perceptivo – Tal como se apresenta


no processo perceptivo em geral.

EMOÇÃO

A EMOÇÃO é uma reação difusa e desorganizada a algum estímulo interno


ou externo. É um comportamento na qual as respostas viscerais condicionadas
têm um papel preponderante. É um estado complexo, que envolve aumento da
percepção de um objeto ou situação, grandes mudanças físicas, apreciação de
atração ou repulsa sentida, e organização do comportamento no sentido de
aproximação ou afastamento.
Não podemos observar a emoção diretamente, inferimos sua existência
através do comportamento.
O comportamento emocional é determinado por um complexo jogo de
predisposições hereditárias e condicionadas.
A constituição individual é um fator determinante na sensibilidade do
sistema nervoso autônomo, no grau da resposta visceral e no padrão de difusão
das reações viscerais. Desta forma, é importante que os órgãos dos sentidos
estejam maduros para a condução dos estímulos e posterior percepção.

2013

16
Psicologia do trabalho

As reações emocionais tendem a durar mais do que outras reações porque


os músculos viscerais lisos, uma vez estimulados, são lentos em relaxar. Os
estados emocionais podem então, continuar mesmo depois que o estímulo que o
desencadeou desaparecer.

 As emoções básicas são: prazer, tristeza, raiva e medo.

Entretanto, todas elas têm uma enorme escala de variação. Por exemplo,
o prazer pode variar de satisfação ao êxtase, sendo que nesta escala estão
incluídos o amor, a alegria, etc.; a tristeza pode variar do desapontamento ao
desespero; o medo, da timidez ao terror; a raiva, do descontentamento ao ódio.
As pessoas e outros animais respondem às suas emoções com
expressões faciais, gestos e ações.

MANIFESTAÇÃO DAS EMOÇÕES

Indicadores utilizados para identificar as emoções:

1. Relatos Verbais – identificam-se as emoções através dos relatos escritos ou


falados da pessoa que está sentindo a emoção.

2. Observação do Comportamento – os gestos, a postura corporal, a expressão


facial e outros movimentos são indicadores de emoções, muito embora uma
mesma emoção possa desencadear respostas distintas em diferentes
pessoas, como também é verdadeiro que emoções diferentes possam gerar
respostas iguais nas pessoas.

3. Indicadores Fisiológicos – várias alterações fisiológicas e orgânicas ocorrem


durante os estados de emoção. As principais são: a) a condutividade elétrica
da pele que aumenta com o grau de excitação emocional do indivíduo; b) as
mudanças na pressão, volume e composição do sangue e o ritmo cardíaco; c)
as alterações na temperatura e exsudação cutâneas; d) a mudança nas
dimensões da pupila do olho; e) a secreção alterada das glândulas salivares; f)
a tensão e o tremor muscular.

DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL

Há controvérsia quanto a emoção ser inata ou adquirida, porém todos


aceitam que o recém nascido apresenta reações que denotam sentimentos de
prazer e desprazer.
O estudo das emoções tem demonstrado que em sua formação há
componentes orgânicos responsável pelo aparecimento de reações emocionais à
medida que o indivíduo se desenvolve e amadurece (respostas do sistema
nervoso , principalmente autônomo, e o do sistema endócrino) como da influência
da aprendizagem no desenvolvimento emocional.

Os que enfatizam o papel da aprendizagem no desenvolvimento emocional


apontam três processos de aquisição de respostas emocionais:

2013

17
Psicologia do trabalho

a) Imitação – consiste na observação de um modelo e na posterior incorporação


das respostas do mesmo.

b) Condicionamento – uma resposta é aprendida através da associação de um


estímulo neutro a um outro capaz de provocar uma reação emocional.

c) Compreensão – através dos processos racionais e lógicos (considerando a


recepção, interpretação e informações recebidas). A razão nos faz
compreender as consequências de determinados eventos, e isto nos leva a
sentir emoção.

ANSIEDADE

É uma emoção caracterizada por sentimentos de previsão de perigo,


tensão e aflição e, pela vigilância do sistema nervoso simpático.
Podemos distinguir a ansiedade do medo através de: 1) o objeto do medo é
fácil de especificar, ao passo que o objeto da ansiedade amiúde não é claro; 2) a
intensidade do medo é proporcional à magnitude do perigo enquanto que a
intensidade de uma ansiedade tem a probabilidade de ser maior do que o medo
objetivo.
De acordo com diversos estudiosos, a ansiedade pode ser despertada por
diferentes motivos, assim, para Freud, os perigos do mundo real e a previsão de
punição por expressar impulsos sexuais, agressivos ou outras formas proibidas
ou engajar-se em comportamento imoral seriam os detonadores da ansiedade.
Os cognitivistas realçam os conflitos entre expectativas, crenças, atitudes,
percepções, informações, concepções e coisas parecidas que conduzam à
dissonância cognitiva. Os behavioristas acreditam no condicionamento como
eliciadores da ansiedade.

CÓLERA E AGRESSÃO

RAIVA- uma emoção caracterizada por um alto nível de atividade do


sistema nervoso simpático e por forte sentimentos de desprazer os quais são
desencadeados por um mal real ou imaginário.

AGRESSÃO – qualquer evento que vise ferir pessoas ou propriedades.

A Raiva é, frequentemente, acompanhada por um impulso para retaliar por


agressão, todavia, nem sempre a raiva e a agressão se acham ligadas. A raiva,
além da agressão, também pode conduzir a comportamentos amuado, retraído,
deprimido ou construtivo. Estímulos como frustração, dor física, escárnio, insultos
e ameaças frequentemente levam à raiva e provocam agressão.
A Agressão, por sua vez, pode ser desencadeada por incentivos sem que
haja a presença da raiva, como obedecer ordens, pressões sociais, influência
grupal e outros.

2013

18
Psicologia do trabalho

PRAZER

Olds e Milner, em uma das suas experiências, acabaram, acidentalmente,


descobrindo que uma estimulação em um determinado local do sistema límbico
do rato provocava sensações agradáveis e que, tanto quanto a fúria, o prazer
tinha suas raízes no cérebro.
Hoje se sabe que muitos mamíferos, inclusive as pessoas, têm numerosos
circuitos associados ao prazer distribuídos pelo cérebro, não sabendo, porém,
exatamente o que esses locais fazem ou como.

Observação:

Sistema Nervoso Autônomo: consiste em nervos que vão do cérebro e da


medula espinhal para os músculos lisos dos órgãos internos, glândulas, coração e
vasos sanguíneos.

O Sistema Nervoso Autônomo apresenta duas divisões chamadas de


Divisão ou Sistema Simpático e Divisão ou Sistema Parassimpático.
O Sistema Nervoso Simpático atua durante os estados de excitação do
organismo e age no sentido de despender os recursos do organismo. Ativado pelo
Hipotálamo, desencadeia mudanças profundas no organismo preparando-o para
enfrentar desafios (como nas situações de luta, medo ou fuga): aumenta o suor;
o coração bate mais depressa; o sangue é redistribuindo para os músculos;
liberação do açúcar na corrente sanguínea; melhora da contração do músculo
fatigado, torna mais rápida a coagulação dos sangue, aprofunda a respiração
para melhorar a oxigenação, etc.

O Sistema Nervoso Parassimpático tende a ser mais ativo quando os


animais estão calmos, quando digerem os alimentos, dormem e se recuperam de
uma doença, etc.
O Sistema Endócrino compõe-se de glândulas sem canais de secreção
externa que secretam substâncias químicas denominadas hormônios e as lançam
diretamente na corrente sanguínea. Uma vez no sangue,, esses mensageiros
químicos são conduzidos até partes distantes do corpo para influenciarem as
células-alvo sensíveis. Os hormônios têm papeis importantes na regulação do
metabolismo, do crescimento, da sexualidade, da emotividade, da vitalidade e da
motivação. As Suprarrenais são glândulas de importância nas reações
emocionais, uma vez que liberam os hormônios Adrenalina e a Noradrenalina
responsáveis pela resposta de ativação, ação (Adrenalina na corrente sanguínea)
e reações de paralisação torpor, falta de ação por obra da noradrenalina na
corrente sanguínea.

PENSAMENTO

O que é PENSAMENTO?

Esta palavra pode ser usada como um rótulo geral para atividades mentais
variadas, tais como raciocinar, resolver problemas e formar conceitos.

2013

19
Psicologia do trabalho

Pensamento Dirigido – visa a uma determinada meta, é altamente controlado e


vinculado a uma situação ou problema específico. Raciocínio, solução de
problemas e aprendizagem de conceitos são exemplos comuns de pensamento
dirigido.

Pensamento Não Dirigido (corrente de consciência ou consciência comum da


vigília) - é a atividade mental errante sem meta específica, em que, nas horas em
que estamos acordados, as ideias se misturam com lembranças, imagens,
fantasias, percepções e associações. Tanto o pensamento dirigido como o não
dirigido dependem dos mesmos processos básicos, incluindo memória,
imaginação e a formação de associações.
Em estudos, principalmente em laboratórios, tem se pesquisado a
importância da imagem mental para o pensamento. Para responder a certos tipos
de perguntas a respeito de um objeto, tais imagens parecem ser exatamente úteis
quanto ter o objeto em si presente.
As imagens mentais que podem ser visuais, auditivas, táteis ou gustativas
parecem acompanhar o pensamento.
Outra observação tem-se feito quanto a importância da linguagem para o
processo de pensamento. As observações de laboratório apoiam a ideias de que
as pessoas falam a si mesmas enquanto pensam.

PERSONALIDADE

De modo geral, Personalidade refere-se ao modo relativamente constante


e peculiar de perceber, pensar, sentir e agir do indivíduo. A definição tende a ser
ampla e acaba por incluir habilidades, atitudes, crenças, emoções, desejos, o
modo de comportar-se e, inclusive, os aspectos físicos do indivíduo. A definição
de personalidade engloba também o modo como todos esses aspectos se
integram, se organizam, conferindo peculiaridade e singularidade ao indivíduo.

ESTRUTURA E CONTEÚDO DA PERSONALIDADE:

A estrutura da personalidade é a base que organiza e une entre si as


diferentes condutas e disposições do indivíduo, é a organização global que dá
consistência e unidade à conduta. A Psicanálise afirma que esta estrutura está
formada, como base, por volta dos 4 ou 5 anos; Piaget coloca que a
personalidade começa a se formar muito mais tarde, entre 8 e 12 anos.
Os conteúdos desta estrutura da personalidade estão relacionados com as
vivências concretas do indivíduo no seu meio social, cultural, religioso, etc. Só é
possível compreender a personalidade considerando a relação indissociada entre
estrutura e conteúdo.

AS DIVERSAS TEORIAS DA PERSONALIDADE:

Existem inúmeras teorias da personalidade. Estas teorias enfatizam


aspectos diferentes. A Psicanálise enfatiza os aspectos psicossexuais; a teoria
Rogeriana enfatiza a necessidade fundamental de auto realização de todo
indivíduo; a teoria behaviorista enfatiza a aprendizagem em que os aspectos

2013

20
Psicologia do trabalho

duradouros do comportamento do indivíduo são os hábitos. Além da ênfase em


aspectos diferentes da personalidade, as teorias também podem se agrupar ou
diferenciar quanto aos princípios pelos quais norteiam a abordagem da
personalidade.

Alguns destes princípios são:

1. Os DETERMINANTES INCONSCIENTES do comportamento, em


contraposição aos DETERMINANTES CONSCIENTES.

2. Conceber a personalidade e, portanto, o homem como produto do


DETERMINISMO AMBIENTAL ou do DETERMINISMO PSÍQUICO. Alguns
teóricos, adeptos da teoria S-R, supõem que, quando o indivíduo nasce, a
mente humana é uma “tábula rasa” que só vai adquirindo estrutura e
conteúdo pela estimulação do meio, pelas inúmeras situações de
aprendizagem que compõem o cotidiano e a vida inteira. O homem é
pensado como passivo e reativo. A personalidade, portanto, é um conjunto
de hábitos e comportamentos adquiridos a partir de condicionamentos na
infância e outras formas de aprendizagem que vão reforçando alguns
hábitos, substituindo outros.

Outros, assim, como Freud, colocam o indivíduo como fonte de seus atos. A
natureza do homem é ativa. Ele é dotado de impulsos, instintos, motivações,
necessidades, desejos conscientes ou inconscientes, bem como de uma energia
vital ou sexual que determinam seu modo de ser. É o DETERMINISMO
PSÍQUICO.

3. A HEREDITARIEDADE e a BASE BIOLÓGICA do organismo como


relevantes na formação da personalidade. Dentre os adeptos, Sheldon é
um que sustenta que há uma estrutura biológica que determina o
desenvolvimento físico e o tipo psicológico.

4. O CONTEXTO SOCIOCULTURAL, enquanto referência ao mundo das


relações sociais mais amplas e da cultura, é considerado por poucas
teorias.

W.Reich, em sua teoria, procurou demonstrar que o comportamento dos


indivíduos é determinada, também, pelas condições histórico-estruturais da
sociedade em que os homens vivem. Buscou mostrar que a formação do caráter
(personalidade) é peculiar e ajustada às condições de vida econômica, política e
cultural de um povo. E esta formação caracteriológica (de personalidade) passa a
“sustentar”, legitimar e conservar esta ordem social.
Para Erich Fromm, a personalidade desenvolve-se de acordo com as
oportunidades que a sociedade oferece. Outros autores, como Lewin, consideram
a influência social equivalente a experiências grupais, isto é, afirmam a
importância dos grupos sociais aos quais o indivíduo pertence ou já pertenceu, na
formação e controle de seu comportamento.

2013

21
Psicologia do trabalho

CARÁTER, TEMPERAMENTO E TRAÇO DE PERSONALIDADE:

CARÁTER - é um termo que os teóricos preferem não usar, devido à diversidade


de usos existentes, inclusive no senso comum, para designar os aspectos morais
dos indivíduos. Mais comumente, encontramos este termo para designar aquilo
que diferencia um indivíduo do outro, a marca pessoal de alguém. Caráter é a
peculiaridade indivisível, particular da pessoa, que se manifesta em certos modos
de experiência individual; esses modos são organizados como totalidades e são
sujeitos a mudanças, embora conservem a essência.

TEMPERAMENTO - deve ser entendido como uma alusão aos aspectos da


hereditariedade e da constituição fisiológica que interferem no ritmo individual, no
grau de vitalidade ou emotividade dos indivíduos. Neste sentido, afirma-se que os
indivíduos têm uma quantidade de energia vital, maior ou menor, que dará a
tonalidade de seus comportamentos. Por exemplo, há o indivíduo “mais calmo” e
o “mais agitado”.

TRAÇO DE PERSONALIDADE - refere-se a uma característica duradoura da


personalidade do indivíduo. Ex.: ser reservado, ser bem-humorado, ser
expansivo, etc.

POSIÇÃO DA SELEÇÃO DE PESSOAL NO CAMPO DA PSICOLOGIA:

A seleção é fundamentada em que as pessoas desenvolvem


potencialidades diferentes, e assim a psicologia também acredita que existe em
cada pessoa a potencialidade desenvolvida diferentemente. Assim sendo o
Psicólogo desta área deverá conhecer inteligência, aptidão, interesse,
personalidade e bom conhecimento de técnicas.

DEFINIÇÃO:

A literatura especializada contém inúmeros conceitos de Seleção. Dentre


alguns que examinamos, segue aqueles que exprimem de maneira mais
satisfatória o que entendemos ser Seleção de Pessoal.
Visto o objetivo que imedia, “Seleção é o satisfatório ajustamento de um indivíduo
a um determinado grupo social, seja este um grupo educacional (seleção de
alunos), seja um grupo ocupacional (seleção de pessoal), ou qualquer outro grupo
(esportivo, religioso, cultural, etc.)”.

SELEÇÃO:

É um processo através do qual escolhemos elementos que tiverem as


melhores probabilidades de ingressarem com sucesso num grupo operacional.
Seleção não significa que sempre devemos escolher os indivíduos que obtiverem
os melhores e mais elevados índices de aptidões e capacidade. Trata-se da
escolha, dentre os melhores, daquele que mais convêm a determinada situação.
Assim, interessa o indivíduo que apresente, pelos resultados obtidos na testagem
e na entrevista, maior possibilidade de adaptação a determinado grupo e não o
indivíduo que obteve a melhor classificação.

2013

22
Psicologia do trabalho

Como exemplo imaginemos uma fábrica que necessita de operadores para


máquinas automáticas num determinado setor. O trabalho é predominantemente
sensório-motor (colocar chapa de metal numa prensa, acionar um pedal e retirar a
chapa já estampada). Fica claro que um indivíduo com nível intelectual ou de
escolaridade próprio a profissões superiores estaria rapidamente submetido à
fadiga psicológica, a sentimentos de desvalorização pessoal e profissional que
rapidamente ocasionariam instabilidade em seu comportamento e
consequentemente no emprego. Essa situação é muito comum quando indivíduos
com aptidões e capacidades superiores (os melhores colocados) são admitidos
para trabalhos que exigem muito pouco dessas mesmas capacidades.

TIPOS DE SELEÇÃO:

a) EXPERIÊNCIA NO TRABALHO:

É o método mais natural e considerado o mais primário. Este método é


utilizado por empresas ainda não atingidas por provas técnicas e métodos dessa
área. Baseia-se na verificação da experiência do candidato, visto o exame de
documentos como C.T.P.S., Cartas de Referências, dados pessoais como idade,
sexo, nacionalidade, etc. Uma vez admitido, o indivíduo trabalha durante um
determinado período, quando deverá permanecer ou não definitivamente na
empresa.

b) FORMULÁRIO DE SOLICITAÇÃO DE EMPREGO:

O formulário de solicitação de emprego pode servir como meio a seleção


de pessoal. Alguns formulários são elaborados minuciosamente e através do
exame de itens, procura-se fazer uma correlação estatística entre as respostas e
um possível êxito no trabalho. O problema maior na elaboração das propostas de
solicitação de emprego é a definição dos itens que realmente possam diferenciar
indivíduos com boa possibilidade de êxito. O conceito atual é de que o exame dos
formulários é apenas um dos itens que deve formar o processo seletivo.

c) PROVAS E TESTES PSICOLÓGICOS:

O uso dos testes psicológicos é intenso hoje em seleção. Entretanto


devemos observar que atualmente procura-se dar uma interpretação dinâmica
aos resultados obtidos, ou seja: as reações dos indivíduos, em determinado
momento e situação são o resultado de variáveis pessoais e sociais atuando
sobre o indivíduo.
Os métodos de seleção psicológicos inclui em geral testes, questionários,
formulários específicos e entrevistas específicas. Procura-se reunir as vantagens
da utilização de múltiplos recursos para assegurar um máximo de precisão e
validade nos prognósticos.

d) DOCUMENTOS: Apresentação de provas de títulos, papéis comprobatórios.

e) ENTREVISTAS: (abertas ou dirigidas); Poderão ser entrevistas técnicas ou


psicológicas (individual ou coletiva).

2013

23
Psicologia do trabalho

f) DINÂMICAS DE GRUPOS

g) CONCURSO COM PROVAS ESCRITAS

h) INDICAÇÕES: e outros métodos.

SELEÇÃO COMPETITIVA E SELEÇÃO NÃO COMPETITIVA:

Quando o número de vagas é menor que o número de candidatos, dizemos


Seleção Competitiva.
Neste tipo de seleção, desenvolve-se um melhor nível de admissão,
pessoas mais aptas serão admitidas.
Na Seleção Não Competitiva, o número de vagas é maior ou igual ao
número de candidatos. Neste caso, devem-se montar padrões mais exigentes
para conseguir pessoas mais aptas.
Quanto maior é o número de candidatos, tanto maior é a possibilidade de
que seja escolhido um bom funcionário. Se há somente um candidato para uma
vaga, o recrutamento é negativo e não existe seleção de pessoal.
Aumentando-se a proporção de candidatos para uma vaga, aumenta-se
as possibilidades de uma escolha melhor. Assim, a seleção depende vitalmente
do Recrutamento. Se não existem candidatos com potencial para preencher
determinada vaga também não existe Seleção, mesmo que estejam preparados
os testes, hajam pessoal e instalações adequadas.

A seleção de Pessoal científica deve ser constituída:

1. Conhecimento do Cargo ou da Função;


2. Conhecimento dos Instrumentos de Seleção;
3. Conhecimento da Amostra (população de candidatos a este cargo).

MERCADO DE TRABALHO

Mercado de Trabalho pode ser definido como uma área onde os diversos
grupos ocupacionais encontram emprego muda de empregador ou onde
encontram salários relativamente uniformes. A importância do Recrutamento
varia de acordo com o ciclo econômico, as crises de desenvolvimento, as crises
políticas e sociais e os meses do ano e, as vezes com as flutuações das
estações. Nos tempos de prosperidade aumenta o número de empregos e
aumenta a competição das indústrias pela mão de obra disponível.
Durante os períodos de recessão ou de depressão, a mão de obra é
abundante e a competitividade se cria entre os trabalhadores. O empresário tem
pessoal de sobra para escolher e que aparece facilmente, com ou sem anúncio.
Tanto o Recrutamento como a Seleção se tornam definitivamente mais
fáceis nos tempos de dificuldades econômicas. Apesar disso, num período de
recessão a mão de obra torna-se mais conservadora e raros indivíduos se
arriscam a mudar de emprego. Tanto o Recrutador como o Selecionador devem
ser sensíveis aos fatores que modificam as condições do mercado de trabalho.
Deve saber determinar tendências e escolher o meio adequado de ação em cada
momento; devem saber orientar o empresário sobre o que ocorre no mercado de
trabalho.

2013

24

Você também pode gostar