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CENTRO UNIVERSITÁRIO PAULISTANO

UNIPAULISTANA
Curso de Psicologia

PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
ATUAÇÃO OPERACIONAL/ ESTRATÉGICA
ENTREVISTA COM PROFISSIONAL

Isabella Silva de Lima - RA 21811291


Kátia Simone Pinheiro Silva - RA 21801302
Lucas Vinícius Alves Eduardo - RA 21801280
Mauricio Da Silva - RA 21801303
Samara Raquel Gomes Lima RA: 21801299

Campus Madre Cabrini – São Paulo


2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO PAULISTANO
UNIPAULISTANA
Curso de Psicologia

Isabella Silva de Lima - RA 21811291


Kátia Simone Pinheiro Silva - RA 21801302
Lucas Vinícius Alves Eduardo - RA 21801280
Mauricio Da Silva - RA 21801303
Samara Raquel Gomes Lima RA: 21801299

PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
ATUAÇÃO OPERACIONAL / ESTRATÉGICA
ENTREVISTA COM PROFISSIONAL

Atividade desenvolvida de estágio básico


para a disciplina Psicologia
Organizacional, do curso de Psicologia,
sob a orientação do Profº Ms Roberto
Zanotto.

Campus Madre Cabrini – São Paulo


2021
Introdução
Este trabalho tem como objetivo identificar a atuação do psicólogo
organizacional no contexto operacional ou estratégico.
História da psicologia organizacional
Define-se Psicologia Organizacional como “uma área do estudo científico e
da prática profissional que trata dos conceitos e princípios psicológicos no mundo
do trabalho”. (MUCHINSKY, 2004, p. 03).
As primeiras atividades relacionadas à Psicologia Organizacional surgiram
em 1897 com a publicação do trabalho do psicólogo W. L. Bryan, defensor da
ideia de que o trabalho dos psicólogos era “estudar as atividades e funções
concretas da forma como aparecem na vida cotidiana”. (BRYAN, 1904, p. 80 apud
MUCHINSKY, 2004, p. 07).
Outra contribuição importante para o desenvolvimento da psicologia nas
organizações foram os trabalhos desenvolvidos pelo casal Frank Bunker Gilbreth
e Lillian Evelyn Moller Gilbreth – ele engenheiro e ela psicóloga. Eles uniram os
conhecimentos da engenharia e da psicologia para estudar a maneira como as
pessoas desempenhavam as atividades. Os Gilbreth desenvolveram um estudo
sobre o tempo e o movimento, visando medir e sincronizar as ações executadas
pelas pessoas durante a execução de uma tarefa. (SPECTOR, 2010).
Deu-se o nome de “therbligs” ao estudo dos movimentos humanos, que
significa nada mais que uma forma invertida de se escrever Gilbreth.
Os pais da Psicologia Organizacional
Foram diversas as razões que favoreceram e possibilitaram a eclosão da
Psicologia Organizacional. No início do século XX já existiam psicólogos
experimentais e até mesmo pessoas que não eram psicólogos preocupados com
a realidade das organizações. Segundo Muchinski (2004) três indivíduos se
destacaram como os pais da Psicologia Organizacional: Walter Dill Scott,
Frederick Winslow Taylor e Hugo Münsterberg. Frederick Winslow Taylor não era
psicólogo, ele era um engenheiro mecânico de origem americana que estudou a
questão da produtividade nas fábricas e, através de sua metodologia de trabalho
foi considerado o principal influente para os psicólogos experimentais.
Principais acontecimentos na história da Psicologia Organizacional
No decorrer da primeira metade do século XX diversas ocorrências
contribuíram para a expansão e consolidação da Psicologia Organizacional.
Através de uma breve linha do tempo, se apresentam tais acontecimentos: 1913 –
É publicado o primeiro compêndio de psicologia organizacional; 1917 – São
desenvolvidos os testes psicológicos para admissão de funcionários; 1921 – O
primeiro Ph.D. de psicologia organizacional é conhecido; a Psychological
Corporation é fundada; 1924 – São iniciados os estudos de Hawthorne; 1939 –
Inicia-se a Segunda Guerra Mundial; 1964 – A lei que protege os direitos civis é
aprovada nos Estados Unidos; 1970 – A Associação Americana de Psicologia
(APA) aceita o nome da Divisão de Psicologia Industrial e Organizacional; 1991 –
A lei que favorece os americanos com invalidez é aprovada nos Estados Unidos.
(SPECTOR, 2010, p. 14).
Inicialmente os trabalhos da Psicologia Organizacional estavam voltados
ao chão de fábrica, com objetivo de aperfeiçoar a mão de obra disponível e,
consequentemente lucrar com a produtividade. Com o passar dos anos e com a
realidade de cada época, o psicólogo organizacional foi desenvolvendo diferentes
atividades e atuando em campos distintos, tornando-se uma ferramenta valiosa e
que tem muito a contribuir para com as organizações.

O termo Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT), empregado desde


a década de 90, tem por objetivo contemplar a atual diversidade da área, de modo
a propor a existência de dois grandes eixos de fenômenos que envolvem
aspectos psicossociais: as organizações, enquanto ferramenta social formadora
de coletivos humanos e o trabalho, enquanto atividade básica do ser humano
reprodutora de sua própria existência e da sociedade (Bastos, 2003).

Neste sentido, os fenômenos organizacionais são considerados como


processos psicossociais, que estruturam a vida dos indivíduos e o funcionamento
das sociedades (Zanelli & Bastos, 2004). De modo semelhante, o trabalho é
concebido enquanto elemento transformador não apenas da matéria, mas
também da vida psíquica, social, cultural, política e econômica (Malvezzi, 2004).

Um dos principais desafios na área de POT é compreender como


interagem os múltiplos aspectos que integram a vida das pessoas, grupos e
organizações em um mundo em constante transformação, de modo a propor
formas de promover, preservar e restabelecer a qualidade de vida e o bem-estar
(Zanelli & Bastos, 2004). Dentre outros aspectos, é preciso evitar que as pessoas
tenham que se adaptar a condições que ultrapassem seus próprios limites, como
aprender habilidades em prazos mais curtos do que o necessário ou mesmo
alterar aspectos de sua identidade (Malvezzi, 2004). Para tanto, faz-se necessária
estreita interface com outras áreas do conhecimento, tais como sociologia,
antropologia, ciências políticas, educação, economia e administração (Bastos,
2003).

Definição de psicologia organizacional e do trabalho


A psicologia organizacional e do trabalho é definida como uma divisão
aplicada da psicologia preocupada com o estudo do comportamento humano
relacionado com o trabalho, as organizações e a produtividade (Cascio, 2001). Os
psicólogos organizacionais e do trabalho estão envolvidos na pesquisa sobre os
funcionários e na aplicação dos princípios de psicologia dessa pesquisa ao
ambiente de trabalhos para ajudar a otimizar o sucesso de uma organização.
(Schultz e Schultz, 2014).
Os psicólogos organizacionais e do trabalho ajudam as pessoas a
realizarem suas tarefas e as organizações a alcançarem seus objetivos das
seguintes maneiras:

 Desenvolvendo, validando e aplicando métodos para recrutar e


selecionar pessoas que se encaixarão às funções; orientando-as,
treinando-as, desenvolvendo-as e munindo-as com o conhecimento, as
habilidades e o comportamento exigidos pela função; motivando-as,
liderando-as e recompensando-as; mantendo e estimulando sua saúde,
segurança e bem-estar; participando do desenvolvimento de suas
carreiras.
 Aplicando o conhecimento do psicólogo organizacional e do trabalho
para beneficiar as organizações ao promover eficiência, melhorando o
moral e aumentando os lucros. Por exemplo: os psicólogos
organizacionais e do trabalho diminuem os custos das empresas
reduzindo faltas de funcionários e rotatividade voluntária, lentidão no
trabalho, produtos defeituosos, serviço de má qualidade e acidentes.
A Psicologia do Trabalho é classificada também como Gerenciamento de
Recursos Humanos e a Psicologia Organizacional é conhecida como
comportamento organizacional.
O Gerenciamento de recursos humanos é uma filosofia sobre como as
pessoas devem ser gerenciadas. É uma abordagem estratégica, integrada
e coerente com o trabalho, desenvolvimento e bem-estar dos funcionários
das organizações (Armstrong e Taylor, 2014). O comportamento
organizacional é definido como o estudo do que as pessoas fazem nas
empresas e como seus comportamentos afetam o funcionamento e o
desempenho da organização (Robbins e Judge, 2013).
A psicologia organizacional é direcionada para o comportamento das
pessoas, grupos e organizações na situação de trabalho. Ela se concentra
nos seguintes tópicos:

 Gerenciamento das diferenças individuais e da diversidade . As


Primeiras referem-se às diferenças entre as pessoas em relação a
qualquer característica, como um traço de personalidade, por meio da
qual uma pessoa poderia ser distinguida das demais. A Diversidade
inclui a mistura de muitas dimensões que torna as pessoas únicas e
diferentes.
 Motivação. O termo motivação refere-se aos fatores que determinam ou
regulam o comportamento.
 Comunicação. A comunicação é definida como o processo pelo qual
uma pessoa, grupo ou organização transmite a informação para outra
pessoa.
 Liderança. A liderança é o processo pelo qual alguém influencia outros
membros do grupo em direção ao cumprimento dos objetivos definidos
do grupo ou da organização.
 Dinâmica de grupo. A dinâmica de grupo refere-se à interação dos
grupos sociais.
 Saúde e bem-estar. Um ambiente de trabalho saudável é aquele em
que não há doenças. Bem-estar é um estado no qual as pessoas se
sentem e funcionam bem em diferentes situações da vida.
 Planejamento, desenvolvimento e cultura organizacionais . O
planejamento organizacional é definido como o sistema formal de
comunicação, autoridade e responsabilidade adotado por uma
organização que constitui sua estrutura interna. Esse é definido como
um esforço de longo prazo para melhorar a capacidade de uma
organização para lidar com a mudança e seus processos de solução de
problemas e renovação através do gerenciamento efetivo da cultura
organizacional.

Principais tarefas do psicólogo organizacional e perfil básico


A tarefa básica dos psicólogos organizacionais e do trabalho é aplicas os
princípios de psicologia e pesquisa aos fenômenos do ambiente de trabalho
usando uma abordagem científica. A ciência é definida pelos seus métodos e
procedimentos, não pelo assunto estudado (Schultz e Schultz, 2014). Eles usam a
observação qualitativa, bem como a medição quantitativa e a estatística, para
conduzir pesquisas e intervir no local de trabalho (Brewerton e Millward, 2004).
Além disso se concentram na eficiência da organização e no bem-estar das
pessoas.
Distinguem-se quatro tarefas dos psicólogos organizacionais e do trabalho,
que são:
1- Explicar o comportamento individual, do grupo e da organização;
2- Mensurar o comportamento e prever o potencial;
3- Contribuir para o desenvolvimento do indivíduo, do grupo e da
organização.
4- Traduzir as descobertas da pesquisa e outorgá-las aos usuários
potenciais.
As competências dos psicólogos organizacionais e do trabalho são
classificadas com base em três áreas, que são: o conhecimento do trabalho e da
teoria da psicologia organizacional, as habilidades de pesquisa e estatística e as
habilidades profissionais.
O Psicólogo Organizacional enquanto gestor, precisa constantemente
desenvolver a capacidade de gerir conflitos, possuir visão sistêmica, manter-se
atualizado sobre as tendências de mercado e gestão, ter conhecimento dos
negócios da empresa e das reais necessidades dos colaboradores, empregando
o conhecimento como diferencial estratégico e agregando valor às atividades que
desempenha, garantindo novas perspectivas profissionais.
Psicologia organizacional – Foco Operacional e Foco Estratégico
O RH operacional, também conhecido como tradicional é aquele exerce
funções burocráticas por meio de procedimentos padrões. Recrutamento e
seleção, folha de pagamento, controle de ponto entre outros, fazem parte da
rotina, nunca de forma planejada e estratégica, pois essas ações são apenas
operacionais e e excluem-se outras analises como avaliação de desempenho,
que é fundamental para que haja melhorias no setor e na empresa como um todo.
Já o RH estratégico ou RH 2.0 como alguns tem chamado, automatiza
todas as atividades operacionais e trabalha em busca de resultados. Dessa
maneira o profissional ganha tempo e consegue planejar ações para alcançar o
objetivo, promovendo efeitos satisfatórios a partir da ação dos colaboradores.
Partindo da maior ênfase na direção da ação humana e menor
previsibilidade no resultado dos processos de gestão de pessoas, o psicólogo,
com sua formação e olhar diferenciado sobre os fenômenos comportamentais,
pode contribuir sobremaneira nos contextos organizacionais. Como o trabalho,
invariavelmente, faz parte da vida de todos, o papel do psicólogo nas
organizações de trabalho tem como objetivo a promoção, a preservação e o
restabelecimento do bem-estar e da qualidade de vida de seus componentes.

Intervir visando ao alcance desses objetivos implica a adoção de uma


perspectiva estratégica de atuação.

Orientações éticas mínimas para os psicólogos organizacionais e do


trabalho
Um profissional sempre deve:

 Apoiar, promover e aplicar os princípios de direitos humanos, equidade,


dignidade e respeito no local de trabalho, isto é, deve respeitar as
pessoas como indivíduos e inerentemente com igual valor,
independentemente de raça, origem, gênero, orientação sexual ou
quaisquer fundamentos enunciados sob código de direitos humanos
relevante.
 Manter em segredo estrito todas as informações confidenciais
adquiridas no curso da realização de suas responsabilidades e não
divulgar informações confidenciais a menos que seja requerido pela lei
e/ou onde houver prejuízo grave ou iminente.
 Esforçar-se para equilibrar as necessidades e interesses
organizacionais e dos empregados na prática de sua profissão, isto
é, um profissional deve apoiar e representar o maior interesse de seu
empregador ou cliente (empregado) e reconhecer e respeitar sua
responsabilidade fiduciária (confiança) nessa relação com os padrões
mais elevados de honestidade e integridade.
 Questionar as ações pendentes individuais, do grupo e
organizacionais quando for necessário para assegurar que as
decisões sejam éticas e sejam implementadas de modo ético.
 Evitar ou revelar um conflito de interesses potencial que poderia
influenciar ou ser percebido como capaz de influenciar as ações ou
julgamentos pessoais. Um profissional se encontra em uma situação de
conflito de interesses quando tende a favorecer, por questões alheias
aos interesses da organização, um cliente (empregado) que ele está
representando no momento ou um curso de ação que não seja do maior
interesse da organização ou do cliente.

Ramo da Psicologia
No Brasil, os cursos de graduação em psicologia surgiriam no final da
década de 1950 e tiveram duas expansões importantes, em termos de quantidade
e regionalização, nas décadas de 1970 e 1990. Neles a POT – psicologia
organizacional e do trabalho - era (é) ensinada como um dos possíveis campos
de aplicação, por meio de atividades de ensino em disciplinas e em supervisão de
estágios profissionais. Atualmente esses estágios são mais frequentemente
associados à gestão organizacional e à promoção de saúde e qualidade de vida
no trabalho. Um dos grandes problemas, dessas atividades de ensino, é que na
maioria dos cursos estão efetivamente mais voltadas para a aquisição de
conceitos do que para o desenvolvimento de competências para intervir e avaliar
e para produzir conhecimento.
Para a Psicologia, ações que buscam acessar e intervir nos diversos níveis
organizacionais podem ser viabilizadas mediante a ocupação de posições mais
estratégicas e menos operacionais, revertendo uma realidade na qual, nas
organizações, o psicólogo muitas vezes ainda não está incluído, ou então é
conhecido como um profissional cuja atuação ainda se restringe apenas ao
recrutamento e à seleção. É responsabilidade dos profissionais desse campo dar
visibilidade às suas possibilidades de contribuições (ZANELLI; BASTOS, 2004).
Segundo, WITTER et al. (2005), a precariedade da formação se evidencia
mais fortemente, e se confirma, quando da realização dos estágios na área da
POT (psicologia organizacional e do trabalho): apesar de proporcionar aos
estudantes maiores oportunidades de inserção profissional, a participação de
estagiários em organizações pouco está direcionada a atuações estratégicas e
promotoras de empreendedorismo, salvaguardando algumas raras organizações
do terceiro setor, empresas juniores e ONGs que oferecem alguma “liberdade” de
atuação.

Conclusão:
A psicologia organizacional, contribui para que a empresa consiga adotar
uma gestão mais eficaz e estratégica, visando sempre a promoção do bem-estar
e da qualidade de vida do trabalhador e o sucesso da organização.
Ao saber gerir bem seu principal ativo, que é o colaborador, a companhia é
capaz de se antecipar, identificar e resolver conflitos. Além de desenvolver todas
as atividades internas de maneira mais eficaz, gerando benefícios para a
organização, tais como: processos seletivos mais direcionados (analisando a
função corretamente, se torna possível traçar o perfil ideal para a vaga); a
rotatividade da empresa diminui (obtendo uma taxa de turnover pequena, a
empresa reduz custos com rescisões trabalhistas e indenizações); as equipes têm
melhor performance (agregando valor à sua carreira e à companhia).
Quanto à entrevista realizada, a profissional em seus 31 anos de profissão
atuou basicamente com foco operacional e teve em seu penúltimo emprego mais
liberdade de atuar estrategicamente, o que lhe trouxe grande crescimento
profissional e pessoal. Porém, na atual empresa ainda não achou espaço para
este foco estratégico.
Outro aspecto notado em suas respostas e também nas aulas, é que,
geralmente, há um acúmulo de funções na atuação dos psicólogos
organizacionais, principalmente no contexto atual, impedindo-os de que se
dediquem à visão estratégica e possam assim, levar as empresas e
colaboradores a alcançarem outros patamares.
Em resumo, foi possível constatar que o psicólogo organizacional tem uma
carreira muito desafiadora especialmente por ter a “missão de equilibrar”, por
assim dizer, necessidades e objetivos de empresa e colaboradores, a fim de que
ambos alcancem satisfação como resultado de seus esforços laborais. E, ao
mesmo tempo gerar a motivação que leve a um maior preparo e melhor processo,
os quais promovem, por fim, crescimento da empresa no mercado competitivo e
dos profissionais em suas carreiras.
Quanto à nossa formação, como futuros psicólogos, consideramos
fundamental o conhecimento adquirido acerca das funções e possibilidades de
atuação como profissionais em organizações, independente de esta ser nossa
área de escolha.
REFERÊNCIAS

ROTHMANN, Ian; COOPER, L. Cary. Fundamentos de psicologia


organizacional e do trabalho; tradução Luíz Cláudio de Queiroz – 2ª Ed. – Rio
de Janeiro: Elsevier, 2017
CAMPOS, Keli Cristina de Lara et al . Psicologia organizacional e do trabalho
- retrato da produção científica na última década. Psicol. cienc. prof., Brasília ,
v. 31, n. 4, p. 702-717, 2011. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1414-98932011000400004&lng=en&nrm=iso>. access on
23 Apr. 2021. https://doi.org/10.1590/S1414-98932011000400004.
TONETTO, Aline Maria et al. Psicologia organizacional e do trabalho no
Brasil: desenvolvimento científico contemporâneo. Psicol. Soc., Porto Alegre,
v. 20, n. 2, p. 165-173, Aug.2008 . Available
from<http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S010271822008000200003&lng=en&nrm=iso>. access on
23 Apr. 2021. https://doi.org/10.1590/S0102-71822008000200003.
SCHMIDT, Beatriz et al. Psicologia e Gestão de Pessoas em Organizações de
Trabalho: investigando a perspectiva estratégica de atuação. Revista de
Ciências HUMANAS, v. 47, n. 2, p. 344-361, out. 2013.
https://doi.org/10.5007/2178-4582.2013v47n2p344
DE PAULA MENDES, Orlei et al. História da psicologia organizacional. Anais
da Jornada Científica dos Campos Gerais, v. 16, 2018.
file:///C:/Users/Casa/Downloads/691-Texto%20do%20artigo-2863-1-10-
20181003.pdf
https://blog.solides.com.br/importancia-da-psicologia-organizacional/
Anexo – ENTREVISTA COM PROFISSIONAL

Unipaulistana – Centro Universitário Paulistano


Campus – Madre Cabrini - Vila Mariana
Curso: Psicologia - 6° semestre - 2021
Trabalho da matéria de: Psicologia Organizacional
Professor responsável: Roberto Zanotto
Grupo: Kátia, Maurício, Lucas, Isabella, Samara.

Roteiro para entrevista com Psicólogo organizacional

1. Nome, idade, estado civil?


Francisca A. de Oliveira, 52 anos, divorciada
2. Há quanto tempo se formou? Tem especializações na área? Por que
escolheu a psicologia organizacional para atuar?
Me formei em 1994 em Psicologia pela Universidade Metodista, realizeu Pós-
Graduação em Gestão de Pessoas pela Unianhanguera e Especialização em
Liderança e Gestão pela FOIL – Formação Ontopsicológica Interdisciplinar
Liderística.
Escolhi está área porque quando eu estava iniciando o 2º ano de Psicologia eu
consegui uma vaga de Estágio em RH em uma empresa multinacional metalúrgica
e me identifiquei com a área e nunca mais saí, acabei me especializando nela.
3. Me fale um pouco da empresa. Tem quantos funcionários? Quanto tempo
está no mercado? Qual ramo de atuação? Por quanto tempo trabalha ou
trabalhou na empresa?
Estou há 2 meses e meio na empresa atual. Ela se chama Blisfarma e é do ramo
farmacêutico, fabricante de remédios. Fui contratada como Analista de RH sendo
responsável pelas áreas de T&D (Treinamento e Desenvolvimento) e R&S
(Recrutamento e Seleção de Pessoal), dentre estas e outras atividades tenho uma
missão na área de treinamento que é administrar junto a área da Qualidade os
POP’s – Procedimento Operacional Padrão da empresa. Somos auditados pela
Anvisa e grandes clientes do ramo farmacêutico, pois somos prestadores de
serviços, e estes procedimentos são exigidos com muita intensidade no ramo.
A empresa chegou a ter 1 mil funcionários, mas com o passar do tempo, por conta
de crise financeira e grandes restruturações, ela reduziu para 150 funcionários
(atual).
Anteriormente a este emprego atuei em uma empresa de grande porte com cerca
de 10 mil funcionários, Grupo Empresarial TB (prestadora de serviços em
multisserviços, facilities, transportes, urbanização, alimentícia, agronegócios,
construção civil, e outros negócios) onde eu exercia o cargo de Supervisora de
Desenvolvimento Humano Corporativo (atendia a todas as empresas do grupo),
fui responsável pelas mesmas áreas citadas acima, envolvendo também as
atividades de Avaliação de Desempenho 360 ° e Pesquisa de Clima Organizacional.
Atuei por 14 anos lá e fui demitida o ano passado por conta da pandemia.
Foi a minha conquista trabalhar nesta empresa. Desenvolvi muitos projetos e
obtive muitas sucessos e merecimentos. Eu implantei a área de RH na empresa,
pois só existia o departamento pessoal na época em que fui contratada.

4. Como é a estrutura do RH?


Atualmente na Blisfarma, com a reestruturação me reporto diretamente a
Presidente (proprietária da empresa). Nestas atividades atuou sozinha. Existe o
depto de Administração de Pessoal que é constituído por um Supervisor (que além
desta atividade acumula a área de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente), ele
coordena uma equipe de 2 Analistas de Administração de Pessoal e 1 Estagiário.
Por tratar-se de uma empresa de menor porte e por conta da crise que passou o
quadro é bem enxuto.

Na empresa anterior por tratar-se de uma empresa de grande porte, eu


coordenava uma equipe de 8 funcionárias nas áreas citadas. Os demais
departamentos eram comandados por outros supervisores. Cada departamento da
área de RH tinha um Supervisor. Depto de Admissão, Depto de Demissão, Depto
de Cadastro, Depto de Folha de Pagamento/Benefícios/Encargos. Por ser uma
empresa de grande porte existia vários sub-sistemas e cada um com um
comando.
Reportávamos ao Gerente de Recursos Humanos e alguns momentos a Diretora
de RH.
5. Sua atuação na empresa é mais estratégica ou operacional? Fale um pouco
a respeito de como é o seu funcionamento.
Nas duas empresas atuava e atuo nas duas linhas: operacional e estratégica.
Sempre atuei com demanda de contratações (mais na empresa anterior), então
sempre fui muito de “arregaçar as mangas” e estar com a equipe na linha de
frente operacional, me envolvia em todo o processo, do início ao fim, mesmo com
o cardo de liderança.
Hoje faço pouca atividade de seleção de pessoal, mas cuido de tudo que se refere
a área e muito mais. Ainda não consegui desenvolver muito a parte estratégica da
empresa, tais como desenvolvimento de treinamentos comportamentais, avaliação
de desempenho, pesquisa de clima organizacional. Me envolvo muito em questões
dos treinamentos dos POP’s que já é algo estabelecido que não há um
desenvolvimento da área de RH, ele é padrão.
Hoje tenho uma missão de modificar a integração de pessoal de RH, Segurança do
Trabalho e Qualidade (BPF – Boas Práticas de Fabricação). Talvez seja algo
estratégico por ser um desenvolvimento meu, mas ainda falta uma atividade
realmente estratégica que é o que sinto falta comparada a empresa anterior, onde
desenvolvi vários projetos, tais como Pesquisa de Clima Organizacional, Avaliação
de Desempenho, Programa de Trainee, Plano de Imersão, Faculdade Corporativa,
Formação de Multiplicadores para Treinamento etc.

6. Quais características você acredita que deva ter um psicólogo


organizacional?
Acredito que o Psicólogo Organizacional tenha um compromisso que é assegurar o
envolvimento dos profissionais através de motivação, comprometimento,
desenvolvimento pessoal e profissional, engajamento cultural, criação de metas e
conquistas.
Atender aos seus clientes internos e externos com qualidade, agilidade, presteza e
credibilidade e sempre com relação de confiança.
Um bom profissional desta área tem quem ser flexível, resiliente, com habilidade
no relacionamento em equipe, motivador, acolhedor, com visão estratégica e
generalista, com senso crítico, construtivo, além de ser um consultor, mentor e
coach aos colaboradores de todos os níveis. Deve promover um ambiente
agradável e participativo.

7. Me conte um pouco sobre o dia a dia na empresa, como é a relação com a


empresa, colaboradores e candidatos.
Meu dia é muito corrido, mas muito mesmo (rs)....faço muitas coisas aqui....
acredito que devido a demanda de atividade e redução de funcionários na minha
área, pois trabalho sozinha. Anterior a minha contratação existia uma Gerente e
uma Assistente de RH, com a saída delas eu fui contratada e acabei acumulando
atividades.
Estou me adaptando ainda, mas já possuo uma relação muito agradável com
todos. Atuar no ramo farmacêutico é novidade para mim e confesso que “apanhei”
um pouco no primeiro mês, até pensei em desistir, porque não entendia o
processo da empresa relacionados à muito procedimentos operacionais e não
tinha quem me ensinasse o serviço diário. Fui aprendendo na raça e e estou
ainda, mas não penso mais em desistir, muito pelo contrário, tornou-se um
desafio o meu dia a dia.
Por ser nova sinto que sou cobrada pelos gestores muitas coisas que
anteriormente não eram realizadas, acreditam que eu possa trazer novas
mudanças, inovações e acho que já estou fazendo isso, mas tem muita cobrança e
pressão também, porque tudo tem prazo.
Há uma boa relação com todos, desde os funcionários existente e os que estou
contratando.

8. O que o contratante espera do psicólogo organizacional? E o colaborador?


Você acha que atende as expectativas?

Acho que todos esperam melhorias à empresa e a si próprio. Todos enxergam o


Psicólogo como alguém que irá dar uma guinada na empresa e em suas vidas
profissionais, trazer melhorias em seu dia a dia, motivação, mudanças e
principalmente desenvolvimento pessoal e profissional.
Eu acho que pelo pouco tempo que estou aqui ainda não consegui atingir as
expectativas de todos, mas já realizei atividades dos quais recebi elogios.
Esta foi uma mensagem que recebi e meu deixou alegre e reconhecida.
Estou realizando algumas mudanças aqui que parecem estar representando ganho
a empresa, tais como mudança de formulários, ações mais sociais, sugestões,
nova integração de pessoal, novo método de seleção de pessoal, entre outras
atividades que antes eram engessadas.

9. Qual a importância do psicólogo para a organização?


Contribuir para a melhoria dos processos da organização, promover o
desenvolvimento dos colaboradores e da liderança, ser um mediador entre ambos,
além de fazer com que se sintam pertencentes, motivados e engajados, com o
objetivo de alcançar grandes resultados a todos.

10. Você utiliza alguma abordagem psicológica especifica? Se sim, poderia nos
falar como lhe auxilia e atende as demandas do seu trabalho?

Não utilizo nada específico. Ajo da minha forma mesmo, com empatia e
envolvimento. Acredito que estar próximo dos funcionários, saber ouvir, dar um
retorno, a atenção que todos necessitam quando algo é solicitado é um bom
método de atuar.

11. Quais as principais dificuldades encontradas hoje pelo psicólogo


organizacional?

Falta de valorização profissional, acúmulo de atividade que não permite ser mais
estratégico e atuante em sua atividade. Acredito que o trabalho do Psicólogo é
uma parceria com o empregador e todo o time de gestão e muitas vezes eles não
se envolvem como deveriam.

12. Você utiliza testes psicológicos? Se sim em quais contextos? O que é


avaliado?
Na atual empresa não. Na empresa anterior eu utilizava vários de personalidade,
atenção concentrada, raciocínio lógico, aptidão entre outros.
Eu utilizava como uma ferramenta e não como base eliminatória. A avaliação do
candidato é um contexto no geral.
13. Você gostaria de deixar um recado para os futuros psicólogos que desejam
atuar na área organizacional?

O profissional que decidir atuar nesta área primeiramente ter que ter paixão em
trabalhar com pessoas, se identificar com suas atividades, ser bem relacionado e
empático.
Deve se preparar para o mercado de trabalho através de conhecimentos,
inovações, entendimento do negócio, ter uma mente aberta e clara sobre os
aspectos culturais de uma empresa, ser resiliente, paciente, criativo, informado e
saber trabalhar sob pressão, pois somos exigidos em encontrar soluções ágeis e
estratégicas as necessidades da empresa e de seus colaboradores e em curto
prazo.
Se você for assim, está na área certa, pois quando somos reconhecidos e sabemos
que estamos contribuindo para o crescimento dos negócios e do profissional, isso
é muito gratificante.
Plantamos e regamos sementes e através da nossa dedicação e empenho
conseguimos ver a árvore florescer, isso ninguém tira da gente em nossa
trajetória profissional... é muito bom!
Eu tive muitas conquistas ao longo dos meus 31 anos de experiência, onde iniciei
como Estagiária e super me identifiquei com a área.
Boa Sorte a você que pretende iniciar sua carreira na Psicologia Organizacional, se
dedique que você terá muito sucesso!

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