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Aulas 2/3:

Operacionalização e
contextualização do
Psicodiagnóstico
Cartilha de Avaliação Psicológica - CFP (2013)
Avaliação psicológica é compreendida Testagem psicológica pode ser
como um amplo processo de investigação considerada um processo diferente cuja
no qual se conhece o avaliado e sua principal fonte de informação são os
demanda com o intuito de programar a testes psicológicos de diferentes tipos.
tomada de decisão mais apropriada ao
psicólogo. - Testes são procedimentos sistemáticos
para coletar amostras relevantes para o
** A avaliação psicológica refere-se à entendimento do funcionamento do
coleta e interpretação de dados, obtidos individual.
por meio de um conjunto de - Normatização entre comportamentos
procedimentos, confiáveis, entendidos do sujeito e da população
como aqueles reconhecidos pela ciência
psicológica.

Psicodiagnóstico, exame psicotécnico, perícia psicológica


CONTUDO ...

Arzeno (1995) “fazer um diagnóstico psicológico ou uma avaliação psicológica


não significa necessariamente o mesmo que fazer um psicodiagnóstico. Este
termo implica automaticamente a administração de testes.”

Toda avaliação psicológica que não utilize testes ou instrumentos não


padronizados não deve ser nomeado de psicodiagnóstico.

Cunha (2000): psicodiagnóstico é um termo que designa um tipo de avaliação


psicológica com propósitos clínicos, em que “... Há a utilização de testes e de
outras estratégias, para avaliar um sujeito de forma sistemática, cientifica,
orientada para a resolução de problemas.” Tornar mais objetiva a avaliação
em consonância com a visão positivista (Krug, Trentini e Bandeira, 2016)
PORTANTO...

“Psicodiagnóstico é um procedimento científico de investigação e intervenção


clínica, limitado no tempo, que emprega testes com propósito de avaliar uma
ou mais características psicológicas, visando um diagnóstico psicológico
(descritivo e/ou dinâmico), construído à luz de uma orientação teórica que
subsidia a compreensão da situação avaliada, gerando uma ou mais indicações
terapêuticas e encaminhamentos.”
(Krug, Trentini e Bandeira, 2016)
OBJETIVOS
Arzeno (1995) e Cunha (2000) referem que a aval psicológica/ psicodiagnóstico OBJETIVA:

1. Classificação Simples: Compara os resultados do examinando com os de


outros sujeitos da população geral.

2. Descrição Nosológica: Hipóteses são testadas como referência a critérios


diagnósticos.

3. Diagnóstico Diferencial: Investiga irregularidades ou inconsistências no


diagnóstico de acordo com quadros sintomáticos específicos.
*Diferenciação.

4. Avaliação do tratamento e prognóstico: avaliar o andamento do


tratamento. Seria o reteste, no qual se aplica novamente a mesma bateria
de testes usados na primeira ocasião ou uma bateria equivalente.
*Determina o curso provável do caso.
5. Entendimento dinâmico: Nível elevado de inferência clínica. Explicações
sobre personalidade, funções de ego e funcionamento dinâmico
(cognitivo e ambiental) de forma a indicar resultados e recursos
terapêuticos.

6. Prevenção e investigação: Planejar investigação ou elucidar o estudo de


uma determinada patologia; identificando precocemente e avaliando
riscos. Faz uma estimativa da força e fraquezas do ego, e sua capacidade
para enfrentar situações novas, difíceis e estressantes.
Ao final, deve-se integrar as abordagens nomoética e idiográfica, como
objetivo de realizar encaminhamentos e diagnósticos.

Nomoética: Procura-se por regras gerais e leis que se aplicam a todos os


indivíduos. Na avaliação dos dados de grupos: grupos normativos, grupos de
critério.

Idiográfica: Compreende os indivíduos como tendo características ou


disposições pessoais únicas. Comparação intra sujeito.

** Capacidade de levantar forças e fraquezas cognitivas


(normativas e pessoais) **
Diagnosticar alguém é um objetivo secundário, caso se pense que, ao identificar as
forças e fraquezas do avaliando, estamos tentando entender o que se passa com
ele nesse momento de vida e de quais recursos dispõe para que seja possível
formular recomendações terapêuticas adequadas. Mesmo quando é detectada a
presença de algum transtorno mental, o objetivo maior do psicodiagnóstico é
encaminhar o individuo para o tratamento mais adequado.

Reflexões:

Qual a importância real do CID ou do QI ?


Quem recebe um laudo entende os números apresentados por estes indicativos ?
A que ponto o psicodiagnóstico pode ser restritivo ou estigmatizante ao paciente ?
ETAPAS

Segundo Ocampo e cols. (2005), o processo envolve quatro etapas:

1ª Etapa: Levantamento do objetivo = contato inicial, identificação da


demanda, entrevistas(anamnese)
** requisição de documentos ** convite a outras pessoas ** visita escolar

2ª Etapa: Coleta de informações = aplicação de testes e técnicas


psicológicas

3ª Etapa: Integração = interpretação dos resultados coletados

4ª Etapa: Devolutiva = devolução oral dos achados e do informe escrito


** visita escolar ** relatório diferenciado para solicitante
PROCESSO DE AVALIAÇÃO

Técnicas e
instrumentos
Compreender psicológicos Interpretar

2
Solicitação / Análise
1 Perfil conjunta dos 3
psicológico resultados

Apresentação descritiva Laudo


dos fatores identificados psicológico
Sintetizar
e analisados como
resposta à solicitação
4
AVALIAÇÃO (PROCESSO)
PENSAMENTO ...

Aprofundamento Contato com


da queixa
Anamnese
paciente

Contato Estabelecimento Contato com Seleção de


inicial da demanda e outras fontes testes
com pais das ações

Contrato
Queixa
CONTATO INICIAL

- Telefone e agendamento;
- Quem pediu a avaliação ?
- Quem chamar para as primeiras consultas ?
Auto relato ou hetero relato
ENTREVISTAS INICIAIS

Aprofundamento da queixa

No processo é a primeira etapa e norteará todas as demais


** IMPORTANTE ** = 1ª consulta escuta / demais aprofunda

METAS:

- Ajudar o paciente a se sentir bem vindo, seguro e aceito;


- Compreender o motivo do atendimento (de maneira breve);
- Levantar histórico relacionado às questões atribuídas (queixa e anamnese);
- Lidar e esclarecer fantasias dos pais e/ou responsáveis;
- Estabelecer vinculo para a Avaliação Terapêutica
- Estabelecer contrato de trabalho;
Quem entrevistar?

Paciente adulto Paciente adolescente Paciente criança

Próprio paciente Próprio paciente Pais


(com exceção de (seguido de entrevistas (posteriormente
pacientes com os pais) paciente)
com dificuldades
cognitivas)
APROFUNDAR - QUEIXA
História do problema atual;

Quando o problema começou ? (inicio do sintoma)

Em quais contextos o problema parece pior ?


(intensidade)

Como afeta a vida cotidiana ?

Quando o problema cessa ? (duração)

O que você já fez para resolver o problema ? (intervenções prévias)

Como os pais percebem o problema atual do filho ? (discordâncias e concordâncias)

Qual a real possibilidade de uma intervenção? (encaminhamentos)

Aprofundadas na entrevista
Motivo manifesto diz respeito ao que levou à solicitação do psicodiagnóstico, e
é o que, de fato, preocupa, a ponto de tornar-se um sinal de alerta.

Motivo latente diz respeito ao que não é obvio, às hipóteses subjacentes


elaboradas pelo psicólogo enquanto escuta e reflete sobre o que é manifesto.

** POR QUÊ AGORA ? **

Sinais = termo utilizado para designar comportamentos observáveis “achados


objetivos”.

Sintomas = são experiências dos sujeitos, por eles sentidos.


DEMANDA

Pergunta a ser respondida (desejo / individual);

Essa nem sempre é formulada com clareza pelo paciente que busca avaliação,
uma vez que, em muitas ocasiões, ele próprio não tem condições de perceber
as razões do sofrimento ou não entende a demanda como sendo dele
(Bandeira, Trentini e Krug, 2016).

A partir da definição, pode-se pensar no planejamento de uma atividade


avaliativa, nas etapas a serem seguidas e hipóteses sobre o caso.

Requer reflexão clínica Manifesto / Latente


- Relatório Escolar (escalas para professores)
- Visita escolar
-Visita doméstica / familiar
- Pedir a participação de avós, babás e irmãos
- Chamar esposa e filhos
- Pedir relatórios de outros profissionais
- Sempre com autorização e conhecimento dos pais e/ou responsáveis
ANAMNESE
** Coleta de informações aprofundadas focando nas
áreas e na história de vida do examinando, focando
em aspectos considerados relevantes para o
entendimento da queixa (estabelece conexões entre
os fatos).
Foca-se em uma entrevista direcionada à
investigação, com um roteiro básico definido (de
acordo com a instituição e queixa).
** Evitar posicionamentos e interpretações =
julgamento
-Estebelecer rapport adequado explicando os objetivos
gerais da anamnese bem como sua duração e papel no
processo.
Habilidade para perguntar e anotar
Transcrição
Gravação (???)
História do casal
Casamentos anteriores
Número de filhos e idades
História escolar, médica, genética, desenvolvimental e psicológica

Período pré gestacional


Como descobriu a gravidez?
Motivos e desejos de ter filhos
Escolha e planejamento de engravidar
Limitações no cotidiano
Sonhos e dificuldades em relação à gravidez
Reação do casal e da família
Escolha do nome da criança
Parto
Complicações
APGAR
Contato com o bebê

Desenvolvimento
Historia médica
Desenvolvimento motor, linguagem e treinamento dos esfíncteres
História social e emocional
Brincadeiras e jogos
Sexualidade

Adolescência
História escolar Interesse sexual
Rendimento, Namoro
Uso de drogas e álcool
Pontos fracos e fortes Relacionamentos familiares
Bullying Autoconceito
Profissão

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