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CLÍNICA E INSTITUCIONAL
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Sumário
Sumário .................................................................................................................... 1
Intervenção preventiva..................................................................................................... 21
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NOSSA HISTÓRIA
A NOSSA HISTÓRIA tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas
de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.
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Fundamentos da psicopedagogia – clínica e institucional
o que é psicopedagogia?
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Pereire, Pestalozzi e Leguin começaram a se dedicar às crianças que apresentavam
problemas de aprendizagem devido a múltiplos fatores - período próximo a 1898, -
quando Clarapéde e Neville, introduziu na escola pública as "classes especiais",
destinadas à educação de crianças com retardo mental. Esta foi a primeira iniciativa
registrada de médicos e educadores no campo da reeducação. Outro fato importante
quanto a data do século XIX, é que ainda antes do seu termino, surgiu Seguin e
Esquirol, dando ênfase à neuropsiquiatria infantil que passou a se ocupar dos
problemas neurológicos que afetam a aprendizagem. Nessa época a psiquiatra
italiana Maria Montessori criou um método de aprendizagem destinado inicialmente
às crianças com algum retardo, tendo como sua principal preocupação a educação da
vontade e a alfabetização, via estimulação dos órgãos dos sentidos – (método
sensorial).
[ SÉCULO XX ] Entre 1904 e 1908 (século XX) iniciam-se as primeiras consultas
médico-pedagógicas, cujo objetivo era encaminhar crianças para as classesespeciais.
Mery (1985) aponta esses educadores como pioneiros no tratamento dos problemas
de aprendizagem, observando, porém, que eles se preparavam mais pelas
deficiências sensoriais e pela debilidade mental do que propriamente pela
desadaptação infantil. Segundo Andrade (2004), a gênese da psicopedagogia teria
acontecido na década de 1920 (século XX), momento em que se instituiu o primeiro
Centro de Psicopedagogia do mundo. Ligado ao pensamento psicanalítico de Lacan,
tal centro, de acordo com a autora, fundamentou aquilo que posteriormente foi
nomeado de Psicopedagogia Clínica. Bossa (1994) e Masini (1993), por outro lado,
apontam que a Psicopedagogia teria nascido no ano de 1946, período em que se deu
a criação dos primeiros Centros Psicopegagógicos na Europa, em Paris, por Juliet
Favez-Boutonier e George Mauco.
[ SURGIMENTO DO TERMO ] Psicopedagógico Conforme Masini et al. (1993),
Mauco teria explicado que o termo “psicopedagógico” foi utilizado na nomenclatura
desses centros em substituição à expressão “médico-pedagógico”, já que os pais
aceitavam mais facilmente encaminhar suas crianças para consultas
psicopedagógicas, do que médicas.
[ OBJETIVOS E FUNDAMENTOS PRIMÁRIOS ] A Psicopedagogia iniciada nesses
centros tinha entre os seus objetivos centrais auxiliar as crianças e os adolescentes
que apresentavam dificuldades de comportamento (na escola ou na família), segundo
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os padrões da época, no intuito de reeducá-las para o seu ambiente por meio de um
acompanhamento psicopedagógico (BOSSA, 1994). A prática da reeducação
consistia em identificar e tratar dificuldades de aprendizagem, a partir de ações de
medição, de classificação de desvios e de elaboração de planos de trabalho. A base
do conhecimento utilizado provinha fundamentalmente da Psicologia, da Psicanálise
e da Pedagogia e o tipo de enfoque predominante era o médico-pedagógico. Apesar
das equipes desses centros serem formadas por profissionais de várias áreas
(psicólogos, psicanalistas, pedagogos, reeducadores de psicomotricidade, de escrita
etc.), era o médico o responsável pela realização do diagnóstico do sujeito (MASINI
et. al, 1993). Por intermédio da investigação da vida familiar, das relações conjugais,
das condições de vida, dos métodos educativos, dos resultados dos testes de QI da
pessoa, ele dava a orientação sobre o tipo de tratamento cabível, visando corrigir a
falta de adaptação detectada no sujeito.
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Desenvolvimento da psicopedagogia na Argentina
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particulares e de ensino individualizado para crianças de aprendizagem lenta.
[ Surge a escuta psicopedagógica ]
Maria Regina Peres (2008) citando Fernández (1990) expõe que através dos
fatores citados nas paginas anteriores é que surge a chamada “escuta
psicopedagógica”, que tem sua origem no “olhar” e na “escuta clínica” da Psicanálise.
O que contribuiu para a reorganização da psicopedagogia na Argentina ampliando
seus trabalhos tradicionais restritos na área da saúde para os também desafiantes
trabalhos na área da educação. Nesta nova modalidade de ação o psicopedagogo
passa a atuar sob a ótica de identificar possíveis dificuldades de aprendizagem e
diagnosticar os possíveis problemas dela decorrentes. Para tal, o psicopedagogo
argentino pode recorrer a um variado número de testes, como, dentre outros citamos:
teste de inteligência, os projetivos, os psicomotores, que na Argentina são liberados
tanto ao uso dopsicólogo como do psicopedagogo.
A psicopedagogia no Brasil
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O contexto que originou o surgimento da psicopedagogia no Brasil foi
semelhante aos de outros países, ou seja, as situações de insucessos escolares.
No Brasil perdurou durante algum tempo a crença de que os problemas de
aprendizagem tinham como causa fatores orgânicos. Podemos verificar essa
concepção organicista de "problema de aprendizagem" em vários trabalhos que
tratam da questão como "distúrbio", onde em geral a sua causa é atribuída a
umadisfunção do sistema nervoso central. Em 1970, por exemplo, foi amplamente
divulgado o trabalho dos brasileiros Antonio Lefèvre (médico) e sua esposa Beatriz
Lefèvre (pedagoga). Eles trabalharam com crianças agitadas, que apesar do bom
potencial de inteligência, rendiam de modo inadequado nas atividades escolares.
Essas crianças que hoje são denominadas com Déficits de Atenção (com e sem
hiperatividade) eram consideradas portadoras de Disfunção Cerebral Mínima (D.C.M.).
Devido à proximidade geográfica e ao acesso fácil à literatura (inclusive pela
facilidade dos brasileiros compreenderem o espanhol), as idéias dos argentinos muito
influenciaram e têm influenciado nossas práticas. O movimento da Psicopedagogia no
Brasil remete-nos portanto à Argentina e por conseqüência às influências da França.
A psicopedagogia, tal qual proposta por este movimento é ainda ensinada no
Brasil por muitos argentinos, além disso, autores argentinos escreveram os primeiros
artigos, resultando dos primeiros esforços no sentido de sistematizar um corpo teórico
próprio da psicopedagogia. Vale citar: Sara Paín, Jorge Visca, Alicia Fernández etc.
O famoso psicopedagogo argentino Jorge Visca, recentemente falecido
(2000/2001), ao criar a Epistemologia Convergente (Visca 1987) na clínica
psicopedagógica, assunto que estudaremos detalhadamente em Psicopedagogia
institucional I, fez convergir a Psicanálise de Freud, a Epistemologia Genética de
Piaget e a Psicologia Social de Enrique Pichon Riviere, o que causou um grande salto
nas práticas psicopedagógicas inclusive em nosso país (Brasil) e que perduram até
os dias atuais.
Fundamentação psicológica
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mais influentes que contribuíram para a esta fundamentação foram: Jean Piaget
(epistemologia genética), David Ausubel (Teoria da aprendizagem singnifitcativa),
Jerome Bruner (Teoria dos formatos), Lev Vygotsky (Teoria sócio-histórica-cognitiva),
Sigmund Freud (Teoria do inconsciente), Call Rogers (Teoria humanista),
Paulo Freire (Pedagogia do amor) etc., e na educação especial ou inclusiva, temos
Mary Warnock (trabalho voltado para a atenção a adversidade). Entretanto, livros
didáticos de excelentes níveis, como os de Bock, Furtado e Teixeira (1999) e Pinel
(2001) trazem todos esses teóricos citados. Sobre Piaget vale a pena ler seus livros
editados em 1970 e 1975. Sobre Vygotsky (1991, 1984; Calviño e Torre, 1996); sobre
Ausubel (Moreira e Masini, 1982); sobre Bruner (1973, 1971); sobre Rogers e Freire
(Misukami, 1986). Sobre Freud e outros teóricos (Hall e Lindsey, 1998). De Ferreiro
(1985).
Interdisciplinaridade na psicopedagogia
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Multidisciplinaridade psicopedagógica
Proposta psicopedagógica
OBJETO DE ESTUDO
Atividades psicopedagógicas
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reprogramar projetos educacionais, facilitadores de uma aprendizagem mais dinâmica
e significante; supervisionar programas, treinando educadores e atuando junto a
profissionais de educação; aprimorar a qualidade de aprendizagem do sujeito que
apresenta dificuldades escolares.
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METABOLISMO refletem de modo negativo no crescimento e desenvolvimento.
a) [ Abordagem psiconeurológica ]
Abordagem fundamentada na biologia, psicologia e processos educativos e de
treinamento.
Pinel (2001/2002;p.107-114) estudou as bases neurais da aprendizagem/
desenvolvimento, buscando compreender alguns mecanismos psicofisiológicos e
neuripsicológicos associados aos aspectos cognitivos. Destaca Pinel (2001/2002;
p.108) que é importante ao estudioso da Psicopedagogia uma atitude decompreensão
e esforço intelectual na pesquisa do aluno com dificuldades de aprendizagem escolar.
Os principais fatores podem ser agrupados em: 1. Disfunções endócrinas: Ex.:
nanismo hipofisário e tireoidiano; gigantismo; puberdade precoce etc.
2. Fatores genéticos: Ex.: acondroplasia; síndrome de Down; síndrome de Turner etc.
3. Desnutrição: o mecanismo de desnutrição gera um atraso no desenvolvimento-
aprendizagem, e esse é muito complexo e inclui a formação escassa de
somatomedina C.
4. Doenças crônicas: essas doenças, quando de longa duração perturbam o
metabolismo, atrasando o crescimento. Como é o caso da insuficiência digestiva e de
certas afecções renais, pulmonares e cardíacas.
5. Dificuldades emocionais no berço familiar: conflitos e violências no lar; o modo de
ser da criança diante do alcoolismo paterno, por exemplo, e o sentimento da criança
diante dos jogos psicopatológicos da família; abuso sexual etc.) e infecções
freqüentes (verminoses e intoxicações etc.) também prejudicam o
desenvolvimento/aprendizagem.
Podemos considerar ainda como sexto (6º fator) as características físicas de
uma criança que podem estimular seus familiares, coleguinhas, professores e outras
pessoas significativas em sua vida-vivida, a criar, de modo fantasioso, a respeito dela,
uma imagem marcada pelos estigmas, estereótipos e preconceitos. Muitas vezes,
esses algozes são destruidores do ser, e então persistem nas condutas e atitudes
prejudiciais ao crescimento do individuo.
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b) [Abordagem neuropsiquiátrica]
Abordagem fundamentada na medicina e medicalização dos problemas de
aprendizagem. Pode haverexageros nessa área, como a prescrição de tratamento
medicamentoso a base psicotrópicos como antidepressivos, ansiolíticos etc., para
crianças com problemas comuns de atenção escolar. Nesse caso é adequado
consultar um médico com residência em neurologia, e com compreensão do
movimento inclusivo.
c) [ Abordagem comportamental]
Abordagem fundamentada nos trabalhos de laboratório de Psicologia
experimental de Watson (Behaviorismo Metodológico) e B.F. Skinner (Behaviorismo
Radical).
O enfoque está na observação e descrição clara dos comportamentos
inadequados, a identificação daquilo que mantém (reforço/recompensa) esse
comportamento desviado/patológico – segundo o contexto do meio - e a intervenção
de modificação, por meio de técnicas de controle do comportamento e a instalação de
um novo e mais adequado comportamento.
Programas psicopedagógicos como a ANÁLISE DE TAREFAS (Pinel, 1987)
utlizam-se das propostas do neobehaviorismo de Madame Jordam. Filosoficamente o
behaviorismo é condenável, pois defende a tese que o homem é uma tabula rasa,
sem história e dele fazemos o que quizermos, a nosso bel prazer. Entretanto, mesmo
psicólogos sócio-históricos como Bock et al.; tem defendido as benesses desses
treinamentos para a Psicologia do Excepcional.
d) [Abordagem Fenomenológica ]
O mais importante nessa abordagem são as atitudes e posturas do cuida(dor).
É vital o envolvimento existencial com aquilo que se põe ao meu ser Total
(Holismo) e o necessário distanciamento reflexivo da coisa mesma, e então apreender
o sentido ou o significado do que é vivido pelo outro/orientando. Heidegger e
Sartre são dois filósofos que fundamentam tais práticas. Viktor Emil ou Emmanuel
Frakl, Medard Boss, Binswanger, Franz Rúdio, J. Wood/ Doxsey et al., Angerami-
Camom e Pinel são alguns psicólogos, que fundamentados nos filósofos, recriaram
alternativas de diagnóstico, prevenção e tratamento psicopedagógico.
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Obs.: Outro campo norteador da Psicopedagogia é a abordagem da Epistemologia
Convergente de Jorge Visca e os trabalhos projetivos, que tamanha sua importância
estaremos estudando com profundidade em outras disciplinas.
Fundamentos Psicanalíticos
Quanto as colaborações da Psicanálise de Freud, é importante que se estude
as seguintes categorias psicanalíticas: inconsciente; transferência; contra-
transferência, bloqueios, sistemas de defesa etc., e que será (psicanálise) nosso
objeto de estudo para aquisição de conhecimentos e sua importante aplicabilidade na
psicopedagogia, e que para tal, teremos uma disciplina unicamente com essa
finalidade (Contribuições da Psicanálise Para a Psicopedagogia).
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sociedades demonstram dificuldade em lidar com o diferente, as diferenças, aquilo
que é novo.
Todos resistem ao que é ameaçador à nossa estrutura de personalidade, ao
nosso pretenso e harmonioso ser. A humanidade tem toda uma história para
comprovar como os caminhos das pessoas com deficiência têm sido repletos de
obstáculos, riscos e limitações. O que observamos é o quanto tem sido difícil a
sobrevivência do ser, seu desenvolvimento e sua convivência (consigo mesmo e para
com a sociedade).
Pessoas nascem com deficiências em todas as culturas, etnias e níveis sócio-
econômicos e sociais, e de "perto são pessoas" (gente como a gente: o que é humano
não nos pode ser estranho) e se olharmos bem, também portamos temporária ou
definitivamente nossos déficits. Somos diferentes e temos o direito de expressá-la.
A forma de conceber a deficiência e de lidar com seus portadores tem variado
ao longo dos séculos. Atualmente, os preconceitos ainda existem em diferentes graus.
Os mitos são perpetuados - em detrimento dos fatos científicos - as
contradições conceituais prevalecem, assim como as atitudes ambivalentes, as
resistências, a inquietação e as muitas formas de discriminações. Isso acontece, não
que seja um sinal dos tempos modernos, nem dos avanços contemporâneos do
conhecimento, nem da evolução dos costumes ou dos valores essenciais do homem
ou algo da "monstruosidade que é a pós-modernidade", justo ela que propões a
convivência na diversidade do ser! Ao contrário, os preconceitos, estigmas e
estereótipos tem raízes psicológicas, psicanalíticas (inconscientes), históricas e
culturais. As atuais posturas discriminativas fortaleceram-se no tempo, no equívoco
compartilhado e transmitido culturalmente.
A evolução da concepção de deficiência sofreu alguma evolução, entretanto,
vivenciamos, ainda, uma fase assistencialista. Nesta etapa a pessoa diferente é vista
como aquela que precisa de ajuda. Há, nesse sentido, as pessoas que se dedicam a
esse atendimento, fazendo-o (e aí é o assistencialismo) de forma caritativa, negando
que o ser diferente deve ser incluído, aceito com suas diferenças.
Ser da Inclusão significa isso: conviver saudavelmente com as diferenças.
Saudável é entrar em conflito, sem deixar de respeitar e advogar ali mesmo há
diferenças e necessidades educativas ou outra necessidade que clamam por serem
satisfeitas.
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Na visão da caridade, os ajudadores não reconhecem o impacto do social e
político no ser. Tais caridosos devem ser cuidadosamente cuidados, pois podem ser
perigosos, pois sua atuação tende a "calar" a voz do oprimido, gerando nele culpa e
subserviência a quem doa alimentos, roupas etc. Obviamente é que em um país em
crise como o Brasil, é essencial assitir, mas ao fazê-lo é vital que se faça com
dignidade, reconhecendo no outro seu direito de cidadão de receber o que lhe é
concreta ou simbolicamente tirado, usurpado!
Os técnicos, mesmo os especializados são vistos como beneméritos, e as
pessoas que se dedicam como voluntárias à causa dos portadores de deficiência, as
que criam as instituições e lutam pela sua manutenção, costumam ser exaltados pelo
seu espírito humanitário. (Carvalho, 1997; p.19).
Porque exaltar?
Muitos desses beneméritos abatem, com suas ações, no imposto de renda.
Muitos ainda ganham tanto, e tanto, que o mínimo que a sociedade espera deles é
sua contribuição, o seu retorno e não depósitos em bancos suíços!
Goffman escreveu um excelente livro chamado "Estigma" e Foucoult escreveu
"Vigiar e Punir". Esses livros valem a pena serem lidos, estudados. A leitura servirá
para se compreender os modos como as pessoas diferentes são tratadas, abordadas...
Nestes livros podemos detectar, sem entrarmos em detalhes, que:
a) as pessoas diferentes ainda são identificadas e socialmente rotuladas;
b) tende-se a generalizar as suas limitações e a minimizar as suas limitações e a
minimizar os seus potenciais;
c) a diferença está sempre tão presente e enfatizada para o seu portador (porta a dor?)
e para os que o cercam, que justifica os seus sucessos e fracassos, os seus atos e
realizações.
Para se chegar à filosofia inclusiva e a luta atual para a sua efetivação prática,
a sociedade passou pela exclusão, segregação, institucionalização, integração e
inclusão. A integração propunha (na prática) a colocação do aluno diferente ou com
necessidades educativas especiais em sala comum, sem reconhecer-lhe as
diferenças, sem propor modificações quer na instituição, na organização, quer no
desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem.
Hoje, no Brasil, a inclusão é garantida pela Constituição Federal.
Entretanto, desde 1986, no mundo, esse tema é discutido, pelo menos quando
utilizamos o termo inclusão.
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Madeleine Will, Secretária de Estado para a Educação Especial dos Estados
Unidos da América, fez um discurso que apelava para uma mudança radical no que
dizia respeito ao atendimento das crianças com n.e.e. (Necessidades Educativas
Especias) e em "risco educacional" (de rua; sob domínio de Ganges, drogadas e
prostituídas etc).
Dizia ela que, dos 39 milhões de alunos matriculados em escolas públicas,
cerca de 10% eram alunos com n.e.e. e que outros 10 a 20% embora fossem
considerados com n.e.e., demonstravam problemas de aprendizagem e
comportamento que interferiam com a sua realização escolar.
A solução para Will passava por uma cooperação entre professores - do ensino
regular e de educação especial - que permitisse a análise das necessidades
educativas dos alunos com problemas de aprendizagem e o desenvolvimento de
estratégias que respondessem a essas mesmas necessidades.
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Todo o sentir-pensar-agir a inclusão na escola, junto ao aluno com n.e.e.,
tende estimular o seu desenvolvimento nos planos acadêmicos, sócio-emocional e
pessoal. Nem sempre esta tarefa é fácil, mas existem relatos técnicos-científicos onde
se desenvolveram os sucessos como os encontrados em André et al. (1999).
Entretanto quando se lê a DECLARAÇÃO DE SALAMANCA o que se checa é um
texto legal - situado no plano ideal – cheio de “discursos” que não chegam à prática.
Tal como toda boa lei, sua cristalização está se processando de modo muito lento.
Para essa temática vale a pena ler: Mantoan (2003): Inclusão Escolar: O que é?
Por quê? Como fazer? – Editora Moderna. Bader SAWAIA et al: As artimahas da
exclusão. Ed. Vozes. José Leon Crochík: Preconceito. Robe Editorial.
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série de hipóteses indicadoras das estratégias capazes de criar a situação terapêutica
que facilite uma vinculação satisfatória mais adequada para a aprendizagem. Ao lado
deste aspecto mais técnico, esse profissional também trabalha a atitude, a
disponibilidade e a relação com a aprendizagem, a fim de que o aluno/cliente torne-
se o agente de seu processo (o aprender), aproprie-se do seu saber, alcançando
autonomia e independência para construir seu conhecimento e exercitar-se na tarefa
de uma correta auto-valorização de modo a alcançar o máximo possível de seu
potencial.
No ensino público, uma das opções para a realização da atuação clínica seria
o serviço público de atendimento, onde os profissionais da psicopedagogia poderiam
contribuir com uma visão mais integrada de aprendizagem e, conseqüentemente, com
a aprendizagem reconduzindo e integrando o aprendizado do processo normal de
construção de conhecimento, contando com melhores condições para detectar com
clareza os problemas de aprendizagem dos alunos, atendendo-os em suas
necessidades e contribuindo para sua permanência no ensino regular.
Quando se refere ao termo APRENDIZAGEM quanto objeto de estudo e
atuação do psicopedagogo pode-se incorrer no risco de acentuar as abrangências das
práticas dessa profissão.Condicionar a atuação do psicopedagogo quanto a tudo que
abranja o ato de aprender seria como não limitar sua atuação, considerando que a
aprendizagem esta contida em todos os aspectos do viver. Assim, quando se
apresenta dificuldades para aprender a nadar, dirigir, tocar um determinado
instrumento ou mesmo uma profissão a qual profissão estaria vinculada a tentativa de
resolução desses problemas? Apesar de cada profissão ter sua área de abrangência
definida, seria incoerente não admitir a interdisciplinaridade da dissolução da
diversidade de desafios que a vida nos apresenta.
Considerando os dados dos séculos XIX e XX como primórdios históricos do
surgimento da psicopedagogia como relacionada às dificuldades de aprendizagem no
âmbito escolar, e a consideração do estudo etimológico do termo como segue:
“psico” de psicologia; (gr. Psiquê) = mente + logia (gr. Logos) estudo + pedagogia (gr.
Paidagogós) = instruir, conduzir, orientar a criança.
a psicopedagogia poderia ser compreendida como área do conhecimento voltada a
observar, descrever, analisar, avaliar, desenvolver e empregar técnicas que
estimulem o ato de ensinar e o desejo pelo aprender, minimizando o surgimento de
problemas e apontando intervenções para dissolução de dificuldades da
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aprendizagem já instaladas. Nesse caso, busca ensinar e instruir a criança através de
técnicas comportamentais , verbais e não-verbais que estimulem os aspectos
físico/motor e psicológico que corrijam as dificuldades ou facilitem sua aprendizagem.
Com base nesses poucos dados, poderia se concluir que a atividade do
psicopedagogo abrange áreas do conhecimento concernentes às questões “a
tudo”relacionadas às dificuldades de aprendizagem referentes a questões da
aquisição do conhecimento acadêmico, através do emprego de técnicas também
psicológicas e que por sua vez teria como publico alvo (não limite) as crianças.
Levantamos aqui um questionamento: O psicopedagogia cuida das dificuldades de
aprendizagem da criança, das dificuldades instaladas na criança, da criança com
determinadas dificuldades ou das possíveis dificuldades que podem surgir na infância
e se estender por outras fases da vida? A resposta às estas indagações pode
determinar os limites de sua atuação. No entanto, é compreensivo que dificuldades
apresentadas na infância possam também ser instaladas ou acompanhar o ser em
toda sua fase de desenvolvimento, assim, o público se tornaria universal. Com tudo,
como se trata de dificuldades diversas, a existência da interdisciplinaridade será uma
verdade. O que significa que: a dissolução ou minimização de determinadas
dificuldades quanto ao aprender, considerando possibilidades de variadas junções
que podem dificultar o ato, tanto o psicopedagogo pode recorrer ao auxilio de outros
profissionais que complementam e integram sua atividade, como, outros profissionais
de áreas diversas solicitar o auxilio psicopedagógico. Dessa forma, por exemplo: a
pessoa com dificuldades de aprendizagem quanto ao ato de nadar, teria um duplo
apoio profissional, se assim exigisse o caso – o professor de natação auxiliado, pelas
técnicas psicopedagógicas orientadas por um psicopedagogo, teria conhecimento
quanto às melhores práticas relacionais a aprendizagem poderiam ser adaptadas ao
ato de “ensinar” a “aprender a nadar” contribuindo assimpara a aceleração de tal
aprendizagem.
Conclui-se, pois, que a psicopedagogia apesar de ter como foco de estudo as
questões relacionadas à aprendizagem, ao mesmo tempo em que se limita às
dificuldades do aprender no ambiente escolar com base na interdisciplinaridade se
expande com tudo que envolve a aprendizagem.
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“A verdadeira prevenção tanto quanto a sua eficiência e eficácia, dependem
diretamente da sua regularidade, do seu acompanhamento e da constância de suas
ações. Intervenções preventivas esporádicas, pontuais ou emergenciais não
constituem a verdadeira prevenção”.
Intervenção preventiva
As primeiras propostas formais de intervenção em sentido preventivo quanto
aos aspectos relacionados à saúde, segundo consta nos estudos de Albee e Gullotta
(1997), ocorreu no século XX ao final dos anos setenta nos Estados Unidos tendo
como referencial as adversidades sociais causadas pela segunda guerra mundial e a
guerra do Vietnã. Assim os E.U.A foi o primeiro país a oficializar uma comissão de
prevenção à saúde, e teve como foco de observação preventivo os aspectos mental,
emocional e educacional; e, abrangia a participação de diversos profissionais
constituindo uma interdisciplinaridade entre: médicos, paramédicos, psicólogos,
educadores, que atuavam junto às vitimas da guerra, que geralmente eram
acometidas de depressão, raiva, discriminação, desemprego e pobreza, isso, sem
mencionar as inúmeras crianças órfãs com dificuldades de ajustes social que, entre
outros, comprometia o aprendizado.
Ressaltando a importância de programas preventivos, nosreportamos às
contribuições dos estudos de Albee e Joffe (1977) que distinguem três diferentes
níveis de prevenção: primaria, secundaria e terciária. Explicando:
A prevenção primaria esta voltada para ações a evitar as situações problemas. E
ocorrem especialmente por meio de programas educacionais.
A prevenção secundaria se estabelece depois de diagnosticar um determinado
problema, propor uma intervenção que focaliza um determinado grupo. E objetiva
proteger grupo de risco.
A prevenção terciária tem como objetivo atuar em situações quando um
determinado problema já esta instalado. Dessa forma, visa minimizar os efeitos
indesejáveis e reduzir sua incidência e buscar meios para evitar sua proliferação.
Apesar da importância das diversas ações preventivas, de acordo com Albee e
Gullotta (1997), a verdadeira prevenção tanto quanto a sua eficiência e eficácia,
dependem diretamente da sua regularidade, do seu acompanhamento e da
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constância de suas ações. Intervenções preventivas esporádicas, pontuais ou
emergenciais não constituem a verdadeira prevenção.
Observando como ponto referencial as ações preventivas primárias como meio
de evitação do surgimento e instalação de situações indesejáveis, mencionamos o
enfoque das ações psicopedagógicas preventivas. Assim, destacamos o nome de
alguns daqueles que relacionaram o trabalho preventivo à Psicopedagogia
Institucional, são eles: Fagali e Vale (1994), Bossa (2000), Visca (2002).
Quanto às questões relacionadas a educação e embasados nos níveis de
prevenção mencionados a cima, é completamente aceitável mencionar que o de maior
destaque esta voltado para as ações primarias, onde exatamente, as ações
psicopedagógicas institucionais iram atuar, junto aos processos educativos, no
sentido de evitar ou minimizar os problemas de aprendizagem.
Considerando a importância da psicopedagogia institucional (preventiva) esta atuará
junto à equipe escolar, constituída de: pedagogos, orientadores e professores; que
atuarão na comunidade escolar: diretor, coordenador, orientador, professores, equipe
de apoio, alunos e pais e familiares próximos.
Visca (2002) propõe apenas dois níveis de prevenção psicopedagógicas:
prevenção primaria e prevenção secundaria.
Na prevenção primaria, Visca, enfatiza a importância do desenvolvimento de
um conjunto de medidas que, respeitando o desenvolvimento cognitivo do aluno,
tenha por objetivo manter as condições idéias de aprendizagem;
Na prevenção secundaria se valoriza o desenvolvimento de ações para que os déficits
já existentes não se agravem. Nesse sentido, a prevenção secundária apresenta um
caráter reparador dos déficits já existentes, e ao mesmo tempo, um sentido preventivo,
na medida em que pode prevenir o surgimento de outros problemas ou, mesmo, de
conseqüências de problemas já existentes.
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Na escola, o profissional da psicopedagogia utiliza instrumental especializado,
sistema específico de avaliação e estratégias capazes de atender aos alunos em sua
individualidade e de auxiliá-los em sua produção escolar e para alémdela, colocando-
os em contato com suas reações diante da tarefa e dos vínculos com o objeto do
conhecimento. A meta é sempre resgatar de modo prazeroso o ato de aprender.
A psicopedagogia institucional pode ser compreendida de dois modos:
1. Trabalhando a escolaridade "in loco" escolar, tal como sugere Fagali e vale
(1999);
2. Trabalhando a instituição enquanto aparelho e estrutura resistente à mudança, pois
tende a legitimar a ideologia dominante: Por que o aluno não aprende? Por que ele
nega o ato de estudar? Por que um aluno com potencial mental bem estruturado
apresenta dificuldade com a aprendizagem acadêmica?
Esse primeiro modo engloba a tarefa clínica. Clinicar significa cuidar do outro
que, explícita ou implicitamente, sofre. O clínico, na instituição, contribui com o
diagnóstico e intervenção frente às dificuldades do aluno em relação à aprendizagem.
Aqui cabe uma observação, pois compreendemos o diagnóstico, se bem efetuado,
como um processo de intervenção que gera mudanças no próprio ser do aluno/cliente!
No modo institucional-escolar o profissional da psicopedagogia procura refletir
sobre a aprendizagem do aluno, na relação com a informação e os conceitos em
diferentes áreas do conhecimento, buscando os diagnósticos e ampliação da prática
em sala de aula, junto a professores e pedagogos. Assim, na psicopedagogia
institucional os trabalhos em salas de aula, salas de apoio e/ou salas de recursos
contaminam os outros profissionais da instituição. Como esses profissionais são
agentes que fornecem sentido à instituição, a proposta psicopedagógica acaba por
ser institucional. Esse trabalho é um novo espaço, onde se aprofundam as questões
sobre as dificuldades de aprender e com isso, vai construindo para a instalação da
intervenção preventiva: os profissionais da psicopedagogia passam a sentir-pensar-
agir novas ações frente aos aprendizados dos conceitos, na escola. Nesse contexto,
o profissional da psicopedagogia facilita a ampliação e a abertura para novas
construções onde estejam presentes a integração cognitivo-afetivo-social e a
transdisciplinaridade. O educador passa, nesse processo dialético, a rever o seu
próprio processo de aprender. O profissional de psicopedagogia contribui intelectual,
mas principalmente com vivências e práticas por meio de oficinas, por exemplo.
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No segundo modo, encontramos respaldo em Guirado (1987) que trabalha com
a psicologia institucional de José Bleger, Georges Lapassade, René Lourou e Guilhon
de Albuquerque. A análise institucional, modo de atuar do psicopedagogo institucional,
pode ser compreendida de três modos:
1. disciplina que se detém em estudar e penetrar nas entranhas institucionais
(relações de poder; ideologia etc.);
2. política de intervenção psicosociopedagógica em instituições, organizações, grupos
etc;
3. movimento destinado a planejar, executar/desenvolver e avaliar programas de
intervenção objetivando transformar a realidade, pois dificilmente sob determinados
pontos de vistas teóricos, é impossível, nessa estrutura atual, mudar a realidade de
modo total. Severa (1993) sugere que o psicopedagogo institucional deve:
a. distanciar-se afetivamente segundo o"ambiente" em que pretende ingressar;
b. manter um "relacionamento harmonioso" com toda a equipe e superiores diretos e
indiretos, não confundindo: situações de conflitos que necessitam ser enfrentados;
relacionamentos afetivos e laços de amizade;
c. dominar a ansiedade, isto é, não pode e nem deve ter pressa;
d. efetuar sóbria, segura, estruturada e bem planejada observação;
e. aproximar-se do poder instituindo (chefes; supervisores; coordenadores; diretores;
presidente etc.), evitando, contudo a carga de estereótipos que temos contra esses
atores mandantes em seus "locus descontroles" e que condicionam os
relacionamentos pessoais e interpessoais - buscando sempre preservar pela
qualidade do trabalho do que segurar o emprego de um determinado ator.
Cabe, ainda, ao profissional da psicopedagogia assessorar a escola, prestar
consultorias etc. trabalhando o papel que lhe compete, seja propondo para com a
reestruturação de uma atuação da própria instituição junto a alunos e professores.
Pode também colaborar para com o redimensionamento do processo de aquisição e
incorporação do conhecimento dentro do espaço escolar, seja, por exemplo,
reconhecendo seus limites e então, encaminhando alunos para outros profissionais.
Como assessor, o profissional que se dedica a psicopedagogia promove: O
levantamento, a compreensão e a análise das práticas escolares e suas relações com
a aprendizagem; O apoio psicopedagógico aos trabalhos realizados no espaço da
escola; A resignificação da unidade ensino/aprendizagem, a partir das relações que o
sujeito estabelece entre o objeto deconhecimento e suas possibilidades de conhecer,
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observar e refletir, a partir das informações que já possui; A prevenção de fracassos
na aprendizagem e a melhoria da qualidade do desempenho
escolar.
Esse trabalho pode ser desenvolvido em diferentes níveis, propiciando aos
educadores conhecimentos para: A reconstrução de seus próprios modelos de
aprendizagem, de modo que, ao se perceberem também como 'aprendizes', revejam
seus modelos didáticos; A identificação das diferentes etapas do desenvolvimento
evolutivo dos alunos e a compreensão de sua relação com a aprendizagem; O
diagnóstico do que é possível ser melhorado no próprio ambiente escolar e do que
presa ser encaminhado para profissionais fora da escola; A percepção de como se
processou a evolução dos conhecimentos na história da humanidade, para
compreender melhor o processo de construção de conhecimentos dos alunos; As
intervenções para a melhoria da qualidade do ambiente escolar;
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de tristeza, sentimentos de ser pior e culpada pelo que aí se colocou. Apesar dessa
depressão advinda das injustiças, também foi detectado (Pinel, 2002) a presença do
"otimismo trágico" (Frankl, 1981), isto é, uma característica subjetiva e explícita de
enfrentamentos, apesar das adversidades, das vicissitudes. Sob as mais altas tensões
que o ser enfrenta e resiste às pressões e sofrimentos.
A auto-estima (Pinel, 2001/2002) é uma variável psicológica muito importante
para o rendimento (sucesso-fracasso) da criança na escola. Não gostar de si implica
em um alto grau de contaminação psíquica, que fere inclusive o organismo, o corpo,
o desejo e a inteligência.
Moura (1993) pontua que "muitas crianças crescem precocemente,
apresentando peso e altura que sugerem uma idade maior que a real. Quem convive
com essas crianças, inclusive os professores, tende a esperar demais delas e a julgá-
las unicamente por seu físico, esquecendo que uma criança cuja maturação física é
precoce enfrenta exigências para as quais não está psicologicamentepronta, e isso é
uma causa geradora de ansiedade" (p. 55).
Assim, a vida escolar da criança, sob cruéis pressões, por parte de outras
crianças e por parte dos adultos (professores, diretores, merendeiras, outros adultos
presentes na escola etc.) podem produzir no ser desprezado, ansiedade e sentimento
de inadequação, aponto desses sentimentos de menos-valia acompanhá-la e, mais
tarde, perturbar sua vida.
É que a imagem negativa de si mesma pode ficar profundamente arraigada
e, quando adolescente, adulta e idosa, embora tenha crescido e mudado, ela ainda
se sentirá inadequada, desagradável e indesejável. Essas questões psico-afetivas são
vitais quando pensamos, sentimos e principalmente agimos para efetivação da
26
desprezam e desprezam os outros, constando os efeitos dessas relações
desrespeitosas.
E, finalmente, estimular o grupo a AGIR, por meio de planos de intervenção,
objetivando mudar atitudes e, de imediato, os comportamentos indesejáveis à
socialização do ser.
Ver/ Julgar/ Agir é um método bem descrito por Boran, e fundamentado no
marxismo. Assim, a intervenção psicopedagógica institucional(preventiva) toma como
referencial a ação curricular e os aspectos afetivo-cognitivos dos aprendizes. No que
se refere á questão curricular , torna evidente a necessidade do desenvolvimento de
práticas que sensibilizem os docentes sobre a importância da reflexão crítica e
possível revisão da: concepção de educação;
organização e seleção dos conteúdos de ensino; metodologia e avaliação e,
consideração de vínculos afetivo-emocionais como elementos facilitadores de ensino
aprendizagem.
Crema (1998) sugere que o psicopedagogo da instituição antes de iniciar um
trabalho de intervenção com o corpo discente, deve considerar o desenvolvimento
prévio com o corpo docente. Assim, o profissional da psicopedagogia pode estar mais
atento e apto para melhor auxiliar no desenvolvimento cognitivo, afetivo, emocional,
psicomotor e ao mesmo tempo, fortalecer as relações de grupo, não deixando de
considerar a influencia da escola, da família e da sociedade, para o sucesso do
processo de ensino e aprendizagem.
Formação em psicopedagogia
Hoje a Formação de Especialistas em Psicopedagogia se dá via cursos, livros,
curso de pós-graduação " Lato Sensu", especialização aberta/livre; apenas com o
curso de graduação comum em áreas correlatas como a Psicologia; Pedagogia;
Fonoaudiologia; Terapia Ocupacional; Medicina: Psiquiatria, Neurologia, Geriatria,
Medicina Pedagógica etc.; Serviço Social; Sociologia com tendência à Sociologia
Clínica; Licenciaturas Gerais, especialmente em Ciências Humanas; Enfermagem etc.
Geralmente recomenda-se alguma especialização ou cursos diversos em
Psicopedagogia Clínico-Instucional.
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Há no Rio de Janeiro escolas superiores – cursos tecnológicos – em
Psicopedagogia como o da Universidade Estácio de Sá. No curso de Pedagogia da
Universidade Federal do Espírito Santo já consta - há mais de 6 anos - a disciplina
"Introdução à Psicopedagogia", tendo já sido oferecida a disciplina "Pedagogia
Terapêutica". Há instituições e profissionais que oferecem cursos de Psicopedagogia
nas modalidades livres/abertas, cumprindo regulamentos e registros específicos.
A formação do psicopedagogo ou do especialista em Psicopedagogia
continua se dando dentro de um contexto mais amplo, que tradicionalmente
denomina-se de (super)visão clínica – apoio psicológico à pessoa do profissional da
Psicopedagogia - e técnica – apoio profissional ao psicopedagogo: como fazer o
psicodiagnóstico para aquele determinado “caso” etc. Outro unitermo para
(super)visão – uma outra sentida e alternativa visão acerca das experiências do outro
no seu labor – são: Educação Continuada; Treinamento em Serviço; Supervisão
Profissional; Orientação Profissional etc.
Um supervisor geralmente apresenta formação semelhante ao do candidato
a supervisionando. Deve ter como diferencial: uma experiência significativa e mais
longa; formação refinada – com titulações como Especializações, Mestrado e
Doutorado, registros profissionais etc.; artigos publicados; prática com determinada
concepção teórica.
Código de ética
ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia CAPÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS
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Artigo 3º O trabalho psicopedagógico é de natureza clínica e institucional, de caráter
preventivo e/ou remediativo.
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CAPÍTULO III DAS RELAÇÕES COM OUTRAS PROFISSÕES
CAPÍTULO IV DO SIGILO
Artigo 8º
Artigo 9º
Artigo 10º
Os resultados de avaliações só serão fornecidos a terceiros interessados, mediante
concordância do próprio avaliado ou do seu representante legal.
Artigo 11º
Os prontuários psicopedagógicos são documentos sigilosos e a eles não será
franqueado o acesso a pessoas estranhas ao caso.
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CAPÍTULO V DAS PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS
Artigo 12º
Na publicação de trabalhos científicos, deverão ser observadas as seguintes normas:
d) Em todo trabalho científico deve ser indicada a fonte bibliográfica utilizada, bem
como esclarecidas as idéias descobertas e ilustrações extraídas de cada autor.
Artigo 13º
O psicopedagogo ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deverá
fazê-lo com exatidão e honestidade.
Artigo 14º
O psicopedagogo poderá atuar como consultor científico em organizações que visem
o lucro com venda de produtos, desde que busque sempre a qualidade dos mesmos.
Artigo 15º
Os honorários deverão ser fixados com cuidado, a fim de que representem justa
retribuição aoserviços prestados e devem ser contratados previamente.
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CAPÍTULO VIII DAS RELAÇÕES COM SAÚDE E EDUCAÇÃO
Artigo 16º
O psicopedagogo deve participar e refletir com as autoridades competentes sobre a
organização, implantação e execução de projetos de Educação e Saúde Pública
relativo às questões psicopedagógicas.
Artigo 17º
Cabe ao psicopedagogo, por direito, e não por obrigação, seguir este código.
Artigo 18º
Cabe ao Conselho Nacional da ABPp orientar e zelar pela fiel observância dos
princípios éticos da classe.
Artigo 19º
O presente código só poderá ser alterado por proposta do Conselho da ABPp e
aprovado em Assembléia Geral.
Artigo 20º
O presente código de ética entrou em vigor após sua aprovação em Assembléia Geral,
realizada no V Encontro e II Congresso de Psicopedagogia da ABPp em 12/07/1992,
e sofreu a 1ª alteração proposta pelo Congresso Nacional e Nato no biênio 95/96,
sendo aprovado em 19/07/1996, na Assembléia Geral do III Congresso Brasileiro de
Psicopedagogia da ABPp, da qual resultou a presente solução.
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Referências:
RUBINSTEIN, Edith (Org.) . Psicopedagogia uma prática, diferentes estilos. São Paulo,
Casa do Psicólogo, 1999.
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_____________. Psicopedagogia: contextualização, formação e atuação profissional.
Porto Alegre, Artes Médicas, 1992.
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Lanhes, MARIA E., Nico, M., A.. Nem Sempre é o que parece: como enfrentar a
dislexia e os fracassos escolares, São Paulo, Editora Alegro, 2002.
SANTOS, M., T., M., ( org.) .Distúrbios de Leitura e Escrita – Teoria e Prática, São
Paulo, Manole,2002
WEISZ, Telma . O Diálogo Entre o Ensino e a Aprendizagem, São Paulo, Ática, 1999.
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