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Vanderson de Sousa Silva
Pós-graduando em Educação (PPGEdu/UniRio), mediador presencial e orientador de TCC
na graduação em Pedagogia (UniRio/Cederj), professor conteudista de Filosofia (Unesa),
coordenador do grupo de estudos e pesquisa Filosofia e Educação: Temáticas Prementes -
GPFEduc, docente na Seeduc/RJ, mestre em Teologia (PUC-Rio), pós-graduado em
Psicopedagogia Clínica e Institucional , em Metodologia do Ensino de Filosofia e
Sociologia, em Metodologia do Ensino de História e Geografia, em Gestão, Inspeção e
Orientação Escolar, graduado em Filosofia, Teologia, Letras - literatura, História e
Pedagogia, graduando em Psicologia
No que tange à psicopedagogia como prática, Bossa explica que, para alguns, é
uma prática de abordagem empírica – obviamente ancorada num arcabouço
teórico –, mas que propicia às pessoas uma mudança em sua práxis. Daí a
dimensão prática.
Todo campo de saber possui história, que, bem compreendida, fornece àqueles
que se aventuram uma consciência bem forjada de sua atuação. Portanto, o
resgate dos aspectos historiográficos da Psicopedagogia possibilita-nos situá-la
no presente e, às apalpadelas, perscrutar o seu futuro.
Contudo, o cuidado para não ficar preso aos estereótipos e modelos que não
respondem mais à realidade deve ocupar toda ciência, ou seja, perscrutar o
passado, mas sem ficar no saudosismo e canonizando práticas e teóricos,
esquecendo-se de investigar e pesquisar novas abordagens e constituir novas
teorias. O filósofo alemão F. Nietzsche afirma que o homem é um “ser
histórico”; todavia, não deve supervalorizar tal dimensão, pois o homem é ação;
Assim, todo estudo histórico deve ser colocado em seu devido lugar, sem
cairmos num historicismo que é nefasto inclusive para a própria história.
Assumindo tais ponderações provocativas da filosofia da história de Nietzsche,
iniciamos nosso percurso histórico da Psicopedagogia.
As origens da Psicopedagogia
As origens da psicopedagogia coincidem basicamente com as seguintes
questões de fundo:
Como se aprende?
Todos aprendem da mesma forma?
As crianças possuem uma forma peculiar de aprender?
O que pode fazer com que uma criança tenha dificuldade para aprender?
Como sanar ou amenizar os distúrbios de aprendizagem?
A psicopedagogia no Brasil
A Psicopedagogia no Brasil surgiu em 1960 – na mesma época, na Argentina,
abriram-se as primeiras faculdades de Psicopedagogia –; no Rio Grande do Sul
foram criadas as primeiras clínicas de leitura, com uma parceria entre a
Pedagogia e a Medicina.
Havia uma notória práxis patologizante, conforme assevera Kinguel (1983, apud
Bossa, 2000); as pessoas com dificuldade de aprendizado eram no Brasil
diagnosticadas com distúrbios neurológicos, só que não detectáveis em exames
clínicos – a famosa DCM (disfunção cerebral mínima). As pessoas eram
diagnosticadas como portadoras de disfunções psicológicas, mentais e
psiconeurológicas.
A Psicopedagogia Clínica
A Psicopedagogia Clínica diagnostica, orienta, atende em tratamento e investiga
os problemas emergentes nos processos de aprendizagem. Esclarece os
obstáculos que interferem para haver uma boa aprendizagem. Favorece o
desenvolvimento de atitudes e processos de aprendizagem adequados (Sousa,
2017).
o não aprender;
o aprender com dificuldade;
o aprender lentamente; ou mesmo
a fuga de possíveis aprendizagens.
A Psicopedagogia Escolar
O fim da educação é a transformação do indivíduo autônomo (Gadotti, 2002, p.
36).
Para que a criança tenha boa adaptação na escola, sentindo-se cada vez mais
segura e dando sentido às atividades que realiza, é importante que a família
tenha e mostre certa confiança na escola, sinta tranquilidade quando deixa o
seu filho, demonstre interesse e curiosidade e valorize as suas aquisições e
avanços. Às vezes, quando a criança apresenta determinadas dificuldades, essa
confiança torna-se mais difícil ou desaparece. Nesses casos, frequentemente
atua-se de forma contraposta e contribui-se para a confusão e insegurança da
criança. A angústia e a ansiedade de pais e professores interferem na relação e a
criança sente-se prejudicada. Nesse sentido, nós, como psicopedagogos que
estamos um pouco fora do que acontece na sala de aula, podemos ajudar as
partes implicadas a despir-se de culpa e a analisar de forma mais objetiva o que
está ocorrendo. É preciso fazer um trabalho de aproximação dos dois sistemas
(escola/família), ajudar a buscar canais mais fluidos de comunicação e
colaboração com eles para planejar e estabelecer compromissos e acordos
mínimos que levem ao fim do bloqueio criado nesta situação (Bassedas et al.,
1996, p. 35).
Considerações finais
Nossa cultura apresenta o mundo como uma coleção de fragmentos, de
episódios e momentos efêmeros. Cada imagem – cada fato e pensamento –
afugenta e substitui a anterior só para ser substituída no momento seguinte.
Vivemos num tempo líquido, para Zygmunt Bauman; a fluidez, a fragmentação
e o transitório são as marcas da pós-modernidade (modernidade líquida). A
cultura influencia a formação de concepções educacionais que forjam práticas
de convivência e, por conseguinte, valores ético-sociais.
Referências
ARAÚJO, F. Psicopedagogo hospitalar: Qual sua função? Disponível
em: http://www.webartigos.com/artigos/psicopedagogo-hospitalar-qual-
suafuncao/30912/. Acesso em 2017.