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A EPISTEMOLOGIA FENOMENOLÓGICA

E A INTERSUBJETIVIDADE
Professor Me. Jonatas Marcos da Silva Santos
DIREÇÃO

Reitor Wilson de Matos Silva


Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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Design Educacional Rossana Costa Giani
Design Gráfico Thayla Guimarães

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação


a Distância; SANTOS, Jonatas Marcos da Silva;

Fundamentos da Educação. Jonatas Marcos da Silva Santos;
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.
30 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
1. Fundamentos. 2. Educação. 3. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 370


CIP - NBR 12899 - AACR/2

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sumário
01 09| A FENOMENOLOGIA EPISTEMOLÓGICA E A APROPRIAÇÃO
DO CONHECIMENTO

02 13| A FORMAÇÃO DOCENTE E FENOMENOLOGIA

03 19| A RELAÇÃO EU-TU: FONTE DA EPISTEMOLOGIA DE


INTERSUBJETIVIDADE
A EPISTEMOLOGIA FENOMENOLÓGICA E A
INTERSUBJETIVIDADE

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Compreender como a fenomenologia contribui para o processo de forma-
ção e apropriação do conhecimento.
•• Aprofundar a epistemologia fenomenológica e definir os principais termos.
•• Compreender a epistemologia da relação Eu-Tu no processo de ensino e
aprendizagem.

PLANO DE ESTUDO

A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:


•• A fenomenologia epistemológica na apropriação do conhecimento
•• A formação docente e fenomenologia
•• A relação Eu-Tu: fonte da epistemologia de intersubjetividade
INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a), vamos entrar em uma das unidades mais difíceis em nosso estudo
sobre os fundamentos históricos epistemológicos da educação. Para isso em primei-
ro lugar vamos ver como fenomenologia tem contribuído para a reflexão teórica e
metodológica com as diversas áreas do conhecimento.
É sempre bom lembrar que muitas universidades no Brasil e no mundo estão se
consolidando como importantes espaços de pesquisas na área da epistemologia
fenomenológica, o que demonstra a sua influência nos diversos campos de cons-
trução do conhecimento.
Podemos afirmar sem sombra de dúvidas que a produção fenomenológica tem
ganhado espaço também em muitas teses de doutorado e dissertações de mestra-
do defendidas nos Programas de Pós-Graduação das instituições de ensino superior
no Brasil.
Por isso trazemos em nosso estudo um compreensão das principais categorias,
que formam a fenomenologia, isto é, a intencionalidade, a epoqué e o lebenswelt.
Vamos desenvolver os conteúdos dessas categorias, na mesma perspectiva de seu
criador Edmund Husserl, com a intenção de construir uma crítica à influência do po-
sitivismo na área das ciências humanas. Vamos entender que a fenomenologia afirma
a facticidade da experiência humana ao contrário da teorização objetivista das ciên-
cias da natureza.
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Por outro lado, vamos ver que a fenomenologia nos ajuda a entender o fenôme-
no da relação intersubjetiva na apropriação do conhecimento. Para compreender
melhor a atuação dos sujeitos, vamos discutir o que nos legou Martin Buber em
questão teórico-epistemológica, sobre a apropriação do conhecimento na relação
interpessoal. Para isso vamos propor um aprofundamento na obra Eu e Tu, destrin-
chando o denso pensamento deste filósofo.
Nas páginas da epistemologia buberiana veremos que a relação pode ser esta-
belecida em três esferas. A primeira dessas esferas se restringe a vida com a natureza.
A segunda esfera dá-se pela relação homem-a-homem. A terceira esfera, tem a ver
como os seres espirituais. Por motivos metodológicos iremos desenvolver acurada-
mente as duas primeiras esferas epistemológicas.
Desejo a você desde já um ótimo estudo.
8 Pós-Universo
Pós-Universo 9

A FENOMENOLOGIA
EPISTEMOLÓGICA E
A APROPRIAÇÃO DO
CONHECIMENTO
A fenomenologia tem contribuído para a reflexão teórica e metodológica com várias
áreas do conhecimento. Neste sentido é importante lembrar que diversas universi-
dades estão se consolidando como um importante espaço de pesquisas desta área,
o que demonstra a influência fenomenológica nos diversos campos de construção
do conhecimento.
A produção fenomenológica tem ganhado espaço também em muitas teses de
doutorado e dissertações de mestrado defendidas nos Programas de Pós-Graduação
das instituições de ensino superior. Isso porque a fenomenologia se preocupa com
uma epistemologia do rigor científico-metodológico, enfatizando a humanização
da ciência, da filosofia e das outras formas de conhecimento, valorizando o enfoque
qualitativo das pesquisas no campo da educação. De fato, para Peixoto (2011, p. 153)
“Husserl demonstrou que a preocupação da filosofia deve ser com o rigor, e não com
a exatidão.”
Peixoto (2011, p. 146) afirma ainda que “no contexto das diversas áreas do conhe-
cimento, a educação tem sido uma área que tem recebido uma forte influência da
fenomenologia”. Por esse motivo é importante delinear quais as contribuições ela traz
para a compreensão das pesquisas e dos temas relacionados com a educação e o que
é a fenomenologia nas suas categorias principais. Isso também, sem perder de vista
a forte influência da fenomenologia nos elementos basilares que modelaram a epis-
temologia educacional como forma de apropriação intencional do conhecimento.
10 Pós-Universo

quadro resumo

No final do século XIX e início do século XX, a preocupação com o trans-


cendental reapareceu com a filosofia de Edmund Husserl, a fenomenologia.
A discussão do dilema entre o inatismo e o empirismo é retomada por
Husserl a partir das discussões dos fundamentos da lógica e da matemáti-
ca e prossegue quando o filósofo procura determinar as condições a priori
de possibilidades da filosofia como ciência rigorosa.
Por que a fenomenologia? Porque Husserl reúne os dois principais significa-
dos da palavra fenômeno, tais como aparecem em Kant e Hegel. De Kant,
Husserl conserva a afirmação de que não conhecemos a realidade em si,
mas a realidade tal como aparece estruturada e organizada a priori pela
razão; de Hegel, Husserl conserva a afirmação de que uma fenomenologia
é a descrição do que aparece à consciência e a descrição do aparecer da
consciência para si mesma. (CHAUI, p. 2012, p. 103).

A fenomenologia e a educação
A pergunta: como a fenomenologia pode contribuir com a epistemologia da educação,
encontra sua resposta a partir da seguinte perspectiva segundo Bicudo (1999, p. 12),

““
como método de investigação, fundamenta procedimentos rigorosos de pes-
quisa, mostrando de que maneira tomar educação como fenômeno e chegar
aos seus invariantes ou características essenciais para que as interpretações
possam ser construídas, esclarecendo o investigado e abrindo possibilidades
de intervenção no campo da política educacional e da prática pedagógica.

Nesta visão estão implicados elementos constituintes do sistema educacional, seja


porque indica possibilidades de intervenção na composição de políticas públicas volta-
das ao melhoramento da qualidade do ambiente escolar, seja porque oferece itinerários
mais amplos para revisão das práticas pedagógicas em sala de aula pelos docentes.
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Ainda respondendo à pergunta posta acima, a fenomenologia contribui com


a epistemologia da educação “como procedimento didático-pedagógico, ela con-
tribui na medida em que o seu fazer é caracterizado pela busca do sentido e pela
atribuição de significados, tornando-se um excelente modo de trabalho na realidade
escolar.” (BICUDO, 1999, p. 12). Compreende-se nesta perspectiva que as experiên-
cias do quotidiano em que os sujeitos estão envolvidos no processo dialógico de
ensino-aprendizagem, são valorizadas e ganham significado dentro de um contex-
to profundamente caracterizado pelas marcas da vida humana na sua integralidade.
Marcas estas que os docentes começam a entender com a ajuda da epistemo-
logia fenomenológica, buscando sentido e atribuindo significados às experiências
constituintes da prática pedagógica. Deste modo partem não das teorizações gene-
ralizantes para definir os alunos ou suas famílias, mas dos casos específicos que se
apresentam concretamente diante da sua percepção.
Diante do exposto até o momento, percebe-se que a valorização da atribuição
de significados pelo sujeito à realidade que se apresenta à consciência é uma nítida
crítica ao objetivismo das ciências de matriz positivista. Se então a fenomenologia
é uma crítica ao objetivismo, ela pode contribuir proficuamente com os processos
que percebem a epistemologia da educação como ressignificação da experiência
vital do sujeito.
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Pós-Universo 13

A FORMAÇÃO DOCENTE
E FENOMENOLOGIA
Para Peixoto (2011, p. 157) “do ponto de vista fenomenológico, a educação é inten-
cionalidade, abertura às múltiplas dimensões do real; ao mundo humano, mundo
do trabalho, do lazer, da arte, da ciência, da família, da religião, da política, da cultura.”
Neste sentido a fenomenologia opõe-se fortemente contra a fragmentação da reali-
dade imposta pelo pensamento positivista instrumental. E ainda, ao contrário desta
visão estática a “fenomenologia percebe a educação como expressão humana e, por-
tanto, do imprevisto, do inacabamento, da criação, da subjetividade, da crítica, da
busca de sentido.” (PEIXOTO, p. 157).

Entre as categorias
fenomenológicas: a intencionalidade
As principais categorias, porém, que formam a fenomenologia são: a intencionalida-
de, a epoqué e o lebenswelt. Ao desenvolver os conteúdos dessas categorias, Edmund
Husserl constrói ao mesmo tempo uma dura crítica à influência do positivismo na área
das ciências humanas, e afirma a facticidade da experiência humana nos estudos fe-
nomenológicos ao contrário da teorização objetivista das ciências da natureza.
Na visão de Brutscher (2005, p. 71) “a intencionalidade da consciência consiste
na relação que se estabelece entre os atos de consciência e os objetos intenciona-
dos por essa mesma consciência.” Para ficar claro em qual horizonte se delineia esta
questão, é importante situá-la na relação entre subjetividade e objetividade. Nesta
relação, para a fenomenologia, se implicam de maneira incindível tanto o sujeito
quanto o objeto, formando extremidades correlativas. Deste modo “a intencionali-
dade da consciência significa a relação entre a consciência e a realidade sobre a qual
a consciência se volta, permitindo que se constituam respectivamente e correlativa-
mente em subjetividade e objetividade.” (BRUTSCHER, 2005, p. 71).
É bom lembrar que a intencionalidade é na fenomenologia de Husserl o núcleo
estruturante do seu pensamento. Bicudo (1999, p. 17) afirma que “para fenomenologia,
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a consciência é intencionalidade. É o próprio ato de estar-se atento a, dirigido para.”


Neste sentido só é possível falar de consciência, se for consciência de alguma coisa.
Segundo Zilles (2002, p. 27) “coisa (sache) não são objetos físicos, mas o fenômeno
como o imediatamente dado à consciência, isto é, como se apresenta ou manifesta
à consciência.” Percebe-se então que a consciência intencional prescinde do “em-
pírico, dos preconceitos e pressupostos, do singular e do acidental, para chegar às
essências dadas, as quais são o objeto inteligível do fenômeno, captado numa visão
imediata da intuição.” (ZILLES, 2002, pp. 27-28).
Esta forma de compreender o processo de construção de relações e do conhe-
cimento instaura no campo educacional novas perspectivas para superar a via que
propõe uma separação entre o sujeito e o objeto. De fato, na fenomenologia, como
afirma Saviani (2008, p. 184)

““
(...) existe uma íntima relação entre as coisas, entre o sujeito e o mundo. Ela
parte do princípio de que não existe realidade sem sujeito, nem sujeito sem
realidade. A fenomenologia resume-se, pois, a uma atitude mediante a qual
o homem se volta para as coisas, para o mundo dado e passa a descrevê-lo
tal como ele aparece à consciência de forma imediata. Essa atitude é possí-
vel em virtude da intencionalidade da consciência.

Continuando na descrição das categorias fenomenológicas que contribuem com


diversas áreas do conhecimento, de forma específica com a pesquisa no âmbito da
epistemologia da educação, descreveremos a epoqué.

A epoqué como categoria


fenomenológica
Esta é uma palavra grega, que na língua portuguesa significa suspensão, e numa com-
preensão mais especificamente fenomenológica, significa colocar o mundo entre
parênteses. O deixar de lado, entre parênteses os preconceitos, as preconcepções
do mundo, é o núcleo da epoqué ou da redução fenomenológica como também
é conhecida. Todos os conhecimentos preestabelecidos, bem como as certezas de
saberes constituídos convictamente, são deixados de lado no exercício da epoqué.
Pós-Universo 15

É importante lembrar que colocar entre parênteses tudo aquilo que sabemos,
as nossas convicções e preconceitos, é uma atitude metodológico-filosófica e não
um simples esquecer, ou uma tentativa de apagar “tudo” o que temos na consciên-
cia numa acepção objetivista. Segundo Bicudo (1999, p. 22) “intérpretes importantes
da obra husserliana distinguiram quatro caminhos que levam à redução transcen-
dental: o cartesiano, o da psicologia intencional, o da crítica das ciências positiva e o
da ontologia”. Iso Kern (1977), no entanto afirma que existem apenas três caminhos.
Essa questão foi alvo de muitos debates na década de 1980.
O que importa neste trabalho, porém, é esclarecer que essas vias tendem a levar
ao aprendimento das coisas em si no seu estado puro, sem a interferência das con-
cepções teorizadas ou ideias pré-formadas. A epoqué, no entanto, “não significa uma
negação do mundo, do objeto, do fenômeno; significa, isto sim, uma afirmação da
realidade como ela é e não como dizem que ela é.” (PEIXOTO, 2011, p. 152).
A consideração do mundo no seu “estado antipredicado” tem como objetivo
atingir a verdade apodítica, ou seja, o mundo como de fato ele é, sem julgamen-
tos valorativos, ou construções epistemológicas de ordem puramente cientificista.
Segundo Peixoto (2011, p. 152)

““
A epoqué é o meio para aprendermos toda a riqueza do fenômeno, toda a
sua complexidade, multiplicidade, seus perfis, é necessário desvencilharmo-
-nos das posições secundárias, das crenças e predicados que lhe atribuímos;
é o meio que nos possibilita o acesso à verdade, a realidade como ela é, sem
a imposição do que ‘eu penso’ ou do que ‘pensam as teorias’, sem conclusões
apressadas. A redução fenomenológica significa a transformação de todo
dado em fenômeno; significa a revelação das essências das coisas.

Ressalta-se por último, que a categoria fenomenológica do Lebenswelt, que será


agora apresentada, foi tomada como um dos fundamentos para coleta e descrição
dos dados da dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação
de Rondonópolis no Mato Grosso. Segundo Santos (2016, p. 33), “para a organização
da análise das entrevistas foi estabelecido uma ordem ligada às instituições e aos
contextos onde foram sendo realizadas: na secretaria municipal de ensino, na escola
e nas famílias, compreendidas como lebenswelt.” Mas o que é o contexto vital para
fenomenologia?
16 Pós-Universo

2.4 O lebenswelt da fenomenologia


Continuando a expor porque consideramos a fenomenologia uma abordagem im-
portante no campo da educação, nos deparamos com a categoria do Lebenswelt
ou como muitos teóricos o identificam: “o mundo da vida”. Segundo Bicudo (1999,
p. 46) “o mundo da vida, campo universal das experiências vividas, é o horizonte em
que sempre se está consciente dos objetos existentes e dos Outros companheiros.”
O lebenswelt não é visto simplesmente como objeto fragmentado ou campo
delimitado de investigação teórica. Na realidade educacional ou “no mundo-vida
escolar estão alunos, professores e objetos culturais que sempre já estão dados à
consciência daqueles sujeitos que convivem nesse horizonte.” (BICUDO, 1999, p. 46).
A concepção fenomenológica leva a compreender a pesquisa como um percurso
dialogal, em que o outro se apresenta diante do pesquisador com os fenômenos já
assumidos pela sua consciência.
A significação no mundo da vida não é estática, mas desenvolve-se de acordo
com as experiências que vão se compondo no quotidiano da vida humana. No fazer
educacional essa categoria

““
trabalha com a percepção, explorando os modos pelos quais o fenômeno
se mostra a cada aluno, ao professor e aos demais presentes à situação de
ensino e de aprendizagem. Considera os modos pelos quais cada um sente,
de acordo com as nuanças do seu sentir e como cada um vê o mundo, a
partir do ponto zero, dado pelo seu corpo-próprio e pela sua cultura. (BICUDO,
1999, p. 47).

Esta categoria é a que certamente mais levanta críticas a respeito das ciências obje-
tivas do mundo moderno. O fazer científico e o pensar filosófico quando afastados
do mundo da vida, perdem-se em matematizações ou elucubrações sem funda-
mentos experienciais vitais. “O racionalismo, o empirismo e o positivismo passaram
a construir concepções epistemológicas abstratas por se afastarem do lebenswelt.
Com isso, a razão fica isolada do mundo e a matematização passaram a ser o funda-
mento da filosofia e da ciência.” (PEIXOTO, 2011, p. 155).
Husserl, o fundador da fenomenologia, ao longo de sua obra, aborda a questão
da crise da humanidade, principalmente a europeia, que através do gigantesco de-
senvolvimento das ciências, perpetrou simultaneamente as barbáries da I e II Guerras
Pós-Universo 17

Mundiais, bem como, criou os campos de concentração e realizou genocídios. A fe-


nomenologia aparece então como uma via para superar a crise da humanidade e
“restaurar a fé no projeto teórico, prático e político originário, corrigindo os erros im-
plícitos na epistemologia”. (ZILLES, 2002, p. 47).
Esse projeto de restauração considera a experiência vivida como ponto de partida
da filosofia e da ciência, e enfatiza a temporalidade e a ação como fundamentos da
atribuição de sentido pelo sujeito. O mundo vivido se constitui pela atividade de
percepção realizada pelo sujeito, mas não pára nesta percepção, pois o facto na cons-
ciência possibilita uma efetiva reflexão sobre ele.
É neste sentido que docentes, podem construir o processo educacional e aportar
para o melhoramento do ensino, segundo a visão da epistemologia fenomenológi-
ca, ou seja, o campo educacional

““
pode ser palco em que educadores e educandos busquem o desenvolvi-
mento do pensamento reflexivo, que implica consciência, autoconsciência
e expressão, o que contribui para o aprimoramento de nossa relação com o
mundo e com as demais pessoas, assim como com nossa própria identida-
de. (DANTAS; JUNIOR, 2009, p. 185).

A fenomenologia contribui com a epistemologia da educação procurando suprir


a escassez de produções teórico-metodológicas que proponham novas aborda-
gens dos fenômenos do contexto educacional. Nesta direção é preciso a proposta
de uma nova abordagem por meio do diálogo, considerando o campo da pesqui-
sa e da ciência como mundo da vida e os sujeitos da pesquisa como Outros na sua
corporeidade consciente, capazes de construir sentido a partir das experiências de
relação dialógica com as outras pessoas.

reflita

Sabemos que a apropriação do conhecimento acontece por diversas ma-


neiras. Neste sentido, de que forma a fenomenologia filosófica nos ajuda a
compreender a epistemologia dialógica elaborada por Martin Buber?
Fonte: elaborado pelo próprio autor
18 Pós-Universo
Pós-Universo 19

A RELAÇÃO EU-TU: FONTE


DA EPISTEMOLOGIA DE
INTERSUBJETIVIDADE
Martin Buber, judeu, de descendência polaca, foi professor e profundo vivenciador
e coletor de textos hassídicos, este um singular e notável movimento da religião
judaica. Por muitos concebido apenas como um opúsculo o seu principal livro, Eu
e Tu - como está intitulado na versão para o Português - não recebeu na época de
sua publicação o devido acolhimento que merecia, e só anos mais tarde, após seu
lançamento, quando Martin Buber foi explanando seu pensamento com uma série
de outras publicações e sobretudo depois que saiu da Alemanha, para ocupar uma
cátedra na Universidade de Jerusalém em 1938, que seu pensamento se espalhou
pelo mundo, através de idéias contidas em Eu e Tu.
Mas, o que nos legou Buber em questão teórico-epistemológica, sobre a apro-
priação do conhecimento na relação interpessoal? Responder tal questionamento
corresponde fazer um aprofundamento na obra Eu e Tu, destrinchando o denso pen-
samento de Martin Buber.

saiba mais

Buber escreveu muitos e importantes artigos e livros. Entre eles o que mais
impressionou os estudiosos foi a obra Eu e Tu. Portanto, convido você a ler
esta obra para entender melhor a epistemologia dialógica buberiana.
Fonte: elaborado pelo autor
20 Pós-Universo

As palavras-princípio
A linguagem proferida entre os seres, se fundamenta no que Buber chamou de pa-
lavras-princípio. “As palavras-princípio são proferidas pelo ser. Se se diz Tu profere-se
também Eu da palavra princípio Eu-Tu. Se se diz Isso profere-se também o Eu da pa-
lavra-princípio Eu-Isso. A palavra princípio Eu-Tu só pode ser proferida pelo ser na
sua totalidade” (BUBER, 1968, p. 03). Essas palavras não nomeiam as coisas existentes,
mas as formas de relação com o mundo e os seres. Qualquer que seja a expressão
do homem interna ou externa, independente de qual seja o conteúdo, ou ele está
dizendo Eu-Tu, ou Eu-Isso. Dizer Tu é dizer Eu, ao invés dizer Isso é dizer, também, Eu.
Transparece nas páginas da epistemologia buberiana que a relação pode ser esta-
belecida em três esferas. A primeira dessas esferas se restringe a vida com a natureza.
“Nesta esfera a relação realiza-se numa penumbra como que aquém da linguagem.
As criaturas movem-se diante de nós sem possibilidade de vir até nós e o Tu que lhes
endereçamos depara-se como o limiar da palavra” (BUBER, 1968, p. 07).
A segunda esfera dá-se pela relação homem-a-homem, “nesta esfera de relação é
manifesta e explícita: podemos endereçar e receber Tu” (BUBER, 1968, p. 07). A terceira
esfera, tem a ver como os seres espirituais. “Aí a relação, ainda que envolta em nuvens,
se revela, silenciosa, mas gerando a linguagem. Nós proferimos, de todo nosso ser a
palavra-princípio sem que nossos lábios possam pronunciá-la” (BUBER, 1968, p. 07).
Essa esfera encontra a mudez que suscita nossa voz. Não é avistado nenhum Tu,
no entanto, há um estímulo sempre a espreita no homem para respondê-lo, seja pela
linguagem, pelas formas, criações artísticas ou até mesmo pensando e atuando. “Em
cada uma das esferas, graças a tudo aquilo que se nos torna presente, nós o invoca-
mos à maneira própria de cada esfera” (BUBER, 1968, p. 07).
O homem, não é uma coisa entre coisas, e muito menos algo formado por coisas.

““
Ele não é um simples Ele ou Ela limitado por outros Eles e Elas, um ponto ins-
crito na rede do universo de espaço e tempo. Ele não é uma qualidade, um
modo de ser, experienciável, descritível, um feixe flácido de qualidades de-
finidas. Ele é Tu, sem limites, sem costuras, preenchendo todo o horizonte.
Isto não significa que nada mais existe a não ser ele, mas que tudo mais vive
em sua luz. (BUBER, 1968, p. 09).
Pós-Universo 21

De fato, a relação de intersubjetividade, por excelência, só pode eventualizar-se entre


homem e homem. O Tu se apresenta nesta perspectiva, explícito e verbal, bastando
percebê-lo como falante e replicante.
Não se trata de retalhar o Tu, ou seja, o homem a quem endereço a palavra-princí-
pio. Dizer Tu, é considerar como pessoa integral, àquele que perfaz a relação dialogal.

““
Assim como a melodia não se compõe de sons, nem os versos de vocábulos,
ou a estátua de linhas – a sua unidade só poderia se aduzida a uma multipli-
cidade por um retalhamento ou dilaceramento – assim também o homem
a quem digo Tu. Posso extrair a cor de seus cabelos, o matiz de suas palavras
ou de sua bondade; devo fazer sem cessar, porém, ele já não é mais meu Tu.
(BUBER, 1968, p. 09-10).

Para que não seja suprimida a atualidade, o homem a quem digo Tu não deverá
ser inserido numa situação de tempo ou espaço, sendo inevitável este proceder,
constantemente, não ter-se-á a frente um Tu, senão, um Ele ou Ela, um Isso. “Eu não
experiencio o homem a quem digo Tu. Eu entro em relação com ele no santuário da
palavra-princípio. Somente quando saio daí posso experienciá-lo novamente. A ex-
periência é o distanciamento do Tu” (BUBER, 1968, p . 10).
A epistemologia de Buber não diz que é inevitável a relação com a matéria, mas
diz que a matéria não é conhecida em si mesma e não participa diretamente da expe-
riência, pois, é incondicionalmente passiva. As experiências concluem-se no mundo
do Isso ou do Ele e Ela.

““
O Eu da palavra-princípio Eu-Isso, o Eu, portanto, com o qual nenhum Tu está
face-a-face presente em pessoa, mas que é cercado por uma multiplicidade
‘conteúdos’ tem só passado, e de forma alguma presente. Em outras pala-
vras, na medida em que o homem se satisfaz com as coisas que experiencia
e utiliza, ele vive no passado e seu instante é privado de presença. Ele só tem
diante de si objetos, e estes são fatos do passado. (BUBER, 1968, p. 14).
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Buber sintetizaria numa frase essa visão, quando ele disse: “o essencial é vivido na
presença, as objetividades no passado” (BUBER, 1968, p. 15).
Corre-se grande risco, porém, de que o Tu se transforme em Isso para o Eu. Buber,
decretou, no entanto, a impossibilidade, pela sua própria essência , de que um Tu,
não tenha que retornar a coisidade, à restrição ao mundo do Isso. “Em termos ob-
jetivos poder-se-ia afirmar que cada coisa no mundo pode antes ou depois de sua
objetivação aparecer a um Eu como seu Tu” (BUBER, 1968, p. 20). Surge diante disso a
pergunta: é notável, estanque e gradualmente a passagem do Tu ao Isso e vice-ver-
sa? ao que surge a resposta. “O Isso é a crisálida, o Tu a borboleta. Porém, não como
se fossem sempre estados que se alternam nitidamente, mas, amiúde são processos
que se entrelaçam confusamente numa profunda dualidade” (BUBER, 1968, p. 20).
O desvanecimento do Tu numa relação implica na sua coisificação, ou imersão
imediata na esfera do Isso, para um Eu; implica a objetificação, passível de percep-
ção e experiência, um mergulho no mundo do Isso, ansiosamente aguardando um
evento de relação, “cada Tu, após o término do evento da relação deve necessaria-
mente se transformar em Isso” (BUBER, 1968, p. 38).
“O homem transformado em Eu que pronuncia o Eu-Isso coloca-se diante das
coisas em vez de confrontar-se com elas no fluxo da ação recíproca” (BUBER, 1968, p.
33). A relação não periferiza as coisas, objetivamente isolando-as e asentimentalmen-
te considerando-as sem nenhuma exclusividade, ou universalidade. “Eis uma verdade
fundamental do mundo humano, somente o Isso pode ser ordenado. As coisas não
são classificáveis senão na medida em que, deixando de ser no Tu, se transformam em
nosso Isso. O Tu não conhece nenhum sistema de coordenadas” (BUBER, 1968, p. 34).
O mundo do Isso bifurca-se na compreensão da relação de intersubjetividade,
Buber o trata como privilégios do mundo do Isso, esses dois pólos que nada mais são
que o mundo onde situa-se o homem, ou seja, o mundo onde ele deve viver, e no
qual ele pode viver; e o mundo que oferece com toda sorte de atrações e estímulos
de atividade e escavação de conhecimentos. Em questão à relação Eu-Isso, Martin
Buber diria: “E como toda seriedade da verdade, ouça: o homem não pode viver sem
o Isso, mas aquele que vive somente com o Isso não é homem” (BUBER, 1968, p. 39).
Pós-Universo 23

A Relação Eu-Tu: uma epistemologia


relacional
A relação Eu-Tu é diferente da relação fundamentada pela palavra-princípio Eu-Isso.
A relação de intersubjetividade compete aos seres humanos na busca do conheci-
mento. Buber diria “que o diálogo, o viver junto com os outros e o entrar em relação
como os outros sem submetê-los é o que constitui o ser humano” (GALANTINO, 1993,
P. 111). E acrescentaria,

““
Relação é reciprocidade. Meu Tu atua sobre mim assim como Eu atuo sobre
ele. Nossos alunos nos formam, nossas obras nos edificam. O ‘mau’ se torna
revelador no momento em que a palavra-princípio sagrada o atinge. Quanto
aprendemos com as crianças e com os animais! Nós vivemos num fluxo
torrencial da reciprocidade universal, irremediavelmente encerrados nela.
(BUBER, 1968, p. 18).

Instaurada a relação Eu-Tu, que não é objetificadora, mas intersubjetiva, ela eviden-
cia uma permanência dos termos da relação no âmbito da palavra princípio Eu-Tu?
Buber diz que

““
a grande melancolia de nosso destino é que cada Tu em nosso mundo deve
tornar-se irremediavelmente um Isso. Por mais exclusiva que tenha sido sua pre-
sença na relação imediata, tão logo esta tenha deixado de atuar ou tenha sido
impregnada por meios, o Tu se torna um objeto entre objetos, talvez o mais
nobre, mas ainda um deles, submisso à medida e à limitação. (BUBER, 1968, p. 19).
24 Pós-Universo

O ser que reciprocamente era encarado numa totalidade edificante, se revela agora
numa perspectiva experienciável, “decomponível, classificável, um simples ponto de
intersecção de vários ciclos de leis” (BUBER, 1968, p. 19). O Tu que parecia não ser pas-
sível de coisificação, agora o está coisificado. Buber traça então dois pólos bastante
compreensivos sobre a questão da intersubjetividade. Isso significa que,

““
O Eu da palavra-princípio Eu-Tu é diferente do Eu da palavra-princípio Eu-Isso.
O Eu da palavra-princípio Eu-Isso aparece como egótico e toma consciência
de si como sujeito (de experiência e de utilização). O Eu da palavra-princípio
Eu-Tu aparece como pessoa e se conscientiza como subjetividade, (sem ge-
nitivo dela dependente). (BUBER, 1968, p. 73).

A atitude de separação revela explicitamente a experiência e a utilização como fun-


damentos. Já na atitude relacional a finalidade é o próprio ser, ou seja, o Tu. “Quem
está na relação participa de uma atualidade, quer dizer, de um ser que não está uni-
camente nele nem unicamente fora dele” (BUBER, 1968, p. 73). Segundo Buber o Eu
que conscientemente evade do evento da relação não perde sua atualidade, ela per-
manece nele como potencialidade viva.
atividades de estudo

1. Muitas universidades no Brasil estão se consolidando como espaço de pesquisa da


epistemologia fenomenológica na área das ciências humanas. Considerando o que
foi discutido assinale verdadeiro ou falso.

( ) A fenomenologia contribui para a reflexão teórica e metodológica com várias


áreas do conhecimento.
( ) A epistemologia fenomenológica não ganhou espaço nas teses de doutorado
e dissertações de mestrado defendidas nos Programas de Pós-Graduação das insti-
tuições de ensino superior, pois é um método positivista .
( ) a fenomenologia se preocupa com uma epistemologia do rigor científico-me-
todológico, enfatizando a humanização da ciência, da filosofia e das outras formas
de conhecimento.
( ) A fenomenologia não valoriza o enfoque qualitativo das pesquisas no campo
da educação.
( ) A principal preocupação da epistemologia de Husserl era com respeito ao rigor
e não com a exatidão objetiva.
Assinale a alternativa correta:
a) F, F, V, V, F
b) V, F, V, F, V
c) F, F, F, F, V
d) V, V, F, V, V
e) V, F, F, V, V
atividades de estudo

2. Estudamos quais são as principais categorias que compõem a epistemologia fe-


nomenológica. Desenvolvemos também no decorrer unidade o conteúdo destas
categorias. Considerando o que estudamos é correto afirmar que:

I) as categorias que formam a fenomenologia são: a intencionalidade, a epoqué e


o lebenswelt.
II) Ao desenvolver os conteúdos dessas categorias, Edmund Husserl construiu ao
mesmo tempo uma dura crítica à influência do positivismo na área das ciências
humanas.
III) A intencionalidade da consciência consiste em uma relação estabelecida entre
os atos de consciência e os objetos intencionados por essa mesma consciência.
IV) O Lebenswelt ou como muitos teóricos o identificam é o mundo da vida.
V) Epoqué é uma palavra grega, que na língua portuguesa significa colocar o mundo
entre parênteses.
a) Somente as alternativas I, II e III estão corretas.
b) Somente as alternativas II, IV, V estão corretas
c) Somente as alternativas III, IV e V estão corretas
d) Somente as alternativas I, III e V estão corretas
e) Todas as alternativa estão corretas.
3. Aparece nas páginas da epistemologia buberiana que a relação pode ser estabele-
cida em três esferas. Neste sentido assinale verdadeiro ou falso.

1) A epistemologia buberiana admite que a relação pode ser estabelecida em três esferas.
2) A primeira dessas esferas se restringe a vida com a sociedade.
3) A segunda esfera dá-se pela relação homem-a-homem.
4) A terceira esfera, tem a ver como os seres humanos.
5) O homem, não é uma coisa entre coisas, e muito menos algo formado por
coisas.
Assinale a alternativa correta
a) V,V,F,F,F
b) V,F,V,F,V
c) F,F,F,V,V
d) V,V,F,F,F
e) V,V,V,V,F
resumo

Caro(a) aluno(a), estamos chegando ao fim dos nossos estudos. Juntos percorremos esta última
unidade, talvez uma entre as mais difíceis na fundamentação epistemológica da educação.

Em primeiro lugar vimos como fenomenologia contribuiu para a reflexão teórica e metodológi-
ca na produção do conhecimento. Afirmamos que muitas universidades no Brasil e no mundo
estão realizando pesquisas na área da epistemologia fenomenológica, e procuramos demons-
trar a sua influência nos diversos campos de construção do conhecimento.

Pudemos ver que a produção fenomenológica ganhou muito espaço também em nas teses de
doutorado e dissertações de mestrado defendidas nas instituições de ensino superior no Brasil.

Por isso quisemos trazer em nosso estudo uma aprofundada compreensão das principais ca-
tegorias, que formam a fenomenologia, isto é, a intencionalidade, a epoqué e o lebenswelt.
Desenvolvemos a perspectiva fenomenológica dessas categorias, com a intenção de construir a
crítica à influência do positivismo.

Por conseguinte, vimos que a fenomenologia nos ajudou a entender o fenômeno da relação in-
tersubjetiva na apropriação do conhecimento pelo profissional de educação.

Buscamos juntos compreender fenomenologicamente a atuação dos sujeitos na construção do


conhecimento, discutindo o legado teórico-epistemológico de Martin Buber e sua importância
para a apropriação do conhecimento na relação interpessoal. Para isso nos propusemos tratar as
principais contribuições na obra Eu e Tu, deste filósofo.

A partir da epistemologia buberiana compreendemos que a relação intersubjetiva pode ser esta-
belecida em três esferas. A primeira dessas esferas se restringe a vida com a natureza. A segunda
esfera é da relação homem-a-homem. A terceira esfera, tem a ver como os seres espirituais.
Desenvolvemos acuradamente as duas primeiras esferas epistemológicas.
material complementar

LIVRO

Título: Eu e Tu

Autor: Martin Buber

Editora: Centauro

Sinopse: Eu e Tu é considerado um dos maiores livros escritos no


século XX, numa lista elaborada pelo filósofo Mortimer Jerome Adler
e publicada na Revista Time, de 7 de março de 1977. Suas obras filosó-
ficas têm influenciado várias das Ciências Humanas como a Psiquiatria, a Psicologia, a Educação.
Pode-se dizer que a principal intuição de Buber foi exatamente o sentido do conceito de relação
para significar aquilo que, de essencial, acontece entre seres humanos e entre o homem e Deus.

NA WEB

Entrevista com o Professor Valdir (PUC-PR) sobre a Martin Buber na obra o Eu e Tu

Web: <https://www.youtube.com/watch?v=PFNqKU9n0g8>
referências

BICUDO, M. A. V. A contribuição da fenomenologia à educação. In Fenomenologia uma visão


abrangente da educação. BICUDO, M. A. V.; CAPPELLETTI, I. F. (Orgs.) São Paulo/Olho d’Água, 1999.

BUBER, Martin. Eu e Tu. Tradução de Newton Aquiles Von Zuben. 2. ed. São Paulo: Editora Moraes,
1968.

BRUTSCHER, V. J. Educação e Conhecimento em Paulo Freire. Passo Fundo: IFIBE, 2005.

CHAUI, Marilena de Souza. Convite à filosofia. 14. ed. São Paulo: Ática, 2012.

DANTAS, L. G.; JUNIOR, F. S. C. Educação e diálogo: construindo o humano. Cadernos de Educação


| FaE/PPGE/UFPel | Pelotas [32]: 181 - 196, janeiro/abril 2009

GALANTINO, N. Dizer Homem Hoje: Novos Caminhos da Antropologia Filosófica. Tradução de


Roque Frangiotti. São Paulo: Paulus, 1993.

HUSSERL, E. A Crise de Humanidade Européia e a Filosofia. Tradução de Urbano Zilles. 2. Ed. Porto
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PEIXOTO, A. J. (org.). Fenomenologia: diálogos possíveis. Campinas: Editora Alínea; Goiânia Editora
da PUC de Goiás, 2011.

SANTOS, Jonatas Marcos da Silva. Desafios e Possibilidades: a Compreensão do Diálogo que se


Constrói Entre Escola e Famílias. 2016. Dissertação – Curso de Mestrado em Educação. Instituto
de ciências humanas e sociais. Universidade Federal do Mato Grosso. Rondonópolis.

SAVIANI, Dermeval. A Pedagogia no Brasil: História e Teoria. Campinas, SP: Autores Associados,
2008. (Coleção Memória da Educação).

VAZ, H. C. de L. Ontologia e História. São Paulo: Duas Cidades, 1968.


resolução de exercícios

1. b) V, F, V, F, V

2. e) Todas as alternativa estão corretas.

3. b) V,F,V,F,V

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