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UNIVERSIDADE PÚNGUÈ

Faculdade de Letras, Ciências Sociais e Humanidades

Fundamentos de pedagogia

Resumo

Curso de Licenciatura em Ensino de Inglês

xadreque Tomas nguenha

Chimoio
Março de 2024
Ciência e pedagogia

Philippe Meirieu ( 1996) É verdade que as ciências da educação trazem, cada uma em
seucampo, a colheita de fatos verificáveis. Mas a pedagogia não é,exatamente, a ciência da
educação. Ela é uma prática da decisãoconcernente a esta última. A incerteza é seu prêmio.
Incertezaconjetural, aumentada pela mobilidade vertiginosa das referênciascontemporâneas;
mas incerteza essencial desde que oconhecimento e a ação sejam conjugados numa teoria da
prática.”

A relação entre as ciências da educação e a pedagogia não é simples e areflexão sobre essa
relação é cada vez mais importante. Somente esta reflexão bemconduzida pode nos permitir
superar as polêmicas estéreis que são desenvolvidas,desde alguns anos, em torno dessa
questão e que, apesar de absorverem umaenergia considerável, contribuem muito largamente
para ‘embaralhar as cartas’ nocampo educativo.( Paris : le centurion, 1981, p6).

O que é o pedagogo?

Sabe-se que o pedagogo era, na Grécia antiga, o primeiro dos escravos;aquele que tinha a
confiança do mestre, já que deveria cumprir uma missãoparticularmente delicada: acompanhar
a criança à escola. Mas ele não agia somentepara decidir o itinerário para levar à classe (as
classes não existiam ainda, ao menostal como nós as conhecemos - elas não têm mais que dois
séculos!). Suaresponsabilidade era de outra importância, porque o pedagogo devia escolher
asdisciplinas a serem ensinadas à criança (esgrima ou matemática? Natação oupoesia?), assim
como os preceptores encarregados de ensinar. Na realidade, deacordo com seus mestres, ele
decidia o tipo de homem que se queria formar, oequilíbrio dos saberes que deveriam ser
ensinados, bem como os métodos epessoas que lhe convinham melhor
O que caracteriza os escritos pedagógicos?

Mas, para avançar sobre esta via e nos ajudar na reflexão, afirmo quedispomos,
essencialmente, de ‘tratados de pedagogia’ que emanam, sobretudo, defilósofos, aos quais se
ajuntaram ‘ensaios pedagógicos’. Estes foram redigidos, namaior parte, por homens engajados
e militantes, homens preocupados comdificuldades educativas do quotidiano e que nos dizem
da sua revolta relacionada àsinjustiças cometidas para com a infância, de sua inquietude sobre
os meiosperigosos ou insuficientes postos à sua disposição para educar os ‘pequenoshomens’,
de sua preocupação de respeitá-los e prover-lhes ‘alimentação intelectual’e afeição necessárias
ao seu desenvolvimento. Para simplificar e clarificar um poucoas coisas, podemos chamar esses
homens de pedagogos.

2A emergência das ciências da educação marcam a morte da pedagogia?

No que lhes concerne, as ciências da educação foram objeto de umainstitucionalização


universitária relativamente recente e, no momento em que foramreconhecidas, alguns, como
Gilles Ferry, num artigo estrondoso de 1967, não deixade afirmar que elas marcavam ‘a morte
da pedagogia’: “A substituição pedagogiapelas ciências da educação, se não for uma concessão
puramente formal dalinguagem anglo-saxã, significa, de todo o modo, o abandono de
especulaçõesnormativas em proveito de estudos positivos de um campo de pesquisas
orientadassobre a compreensão do fato educativo.” (L’éducacion nationale, n. 820, mars 1967.)

Pensava-se na época, com efeito, na esteira dos grandes psicólogos do iníciodo século, que
imaginavam ser possível substituir o discurso geral e generoso sobrea educação por um
verdadeiro discurso científico. Nos primeiros tempos, seconsiderava que o discurso devia se
apoiar exclusivamente sobre a psicologia, quenos entregaria a chave do conhecimento do
desenvolvimento das crianças, nospermitiria saber exatamente o que convinha fazer para os
ensinar. Foi a época emque a ‘psicopedagogia’ dominava o que alguns consideravam como a
ciência daeducação. Ferdinan Buisson, autor do famoso ‘dicionário’, havia afirmado: “Eu
nãohesitaria em definir a pedagogia simplesmente como a ciência da educação.” Apósele e
como ele, outros sonharam em ‘fundar’ uma verdadeira ciência da educação. Eassim como
alguns (Binet, Claparède ou Bouchet) falaram de pedagogia científica,outros, como Dottrens, de
‘pedagogia experimental’, e outros também, comoDebesse, evocaram a constituição de uma
verdadeira ‘ciência pedagógica’, todoscarregavam o desejo de desobstruir a educação das
incertezas, dos tateamentosdos educadores, de métodos aleatórios e de debates ideológicos
estéreis paraestabelecer o convinha fazer, em verdade, para o bem ‘ensinar as
crianças’.Percebeu-se, no entanto, muito depressa, que sozinha a psicologia nãopermitia
compreender o conjunto os elementos que contam no desenvolvimento dacriança: descobriu-
se a importância da sociologia, da antropologia, da linguistíca, daeconomia ou da história. Os
departamentos de ‘ciências da educação’ foram entãocriados, entre 1967 e 1970, com a
perspectiva de reunirem-se em torno de umobjeto de trabalho comum - a educação - com
especialistas que emanavam dediferentes disciplinas ‘científicas’ já constituídas. As pesquisas
feitas nessesdepartamentos deviam permitir um aporte plural e mais completo das
realidadeseducativas, graças à colaboração de pesquisadores de formação pluridisciplinar.
Aspesquisas deviam se submeter à administração da prova, garantia de suacientificidade.

As ciências têm o monopólio da elaboração de ferramentas dainteligibilidade da ‘coisa


educativa’?

A pedagogia não tem então mais o direito de cidadela? Se o afirma, ela poderádizer que não se
reconhece como ‘ciência’ capaz de fornecer ferramentas deinteligibilidade do mundo e dos
homens. Mas isso é verdadeiramente possível? Nãose deve aceitar a ideia que Rimbaud nos
abre o mundo tanto Newton, Saint-John

Perse quanto Durkheim, Picasso quanto Heisenberg e Mozart quanto que Freud?Sim, sem
nenhuma dúvida.Mas os textos pedagógicos não estão à altura, a olhos vistos, da qualidade
deinspiração, da força estética das grandes obras artísticas. É verdadeiro dizer que,sob certos
aspectos, eles são medíocres. É preciso, portanto, abandon.

2.Relação da Pedagogia com Outras ciências

A Pedagogia surgiu com o objectivo de ensinar e de auxiliar alunos em diversos assuntos:


relativamente, políticos, sociais,, escrita, técnicos, entre outros. Podemos definir a Pedagogia
como ' o estudo de métodos, técnicas, estrategias e princípios de educação e de ensino com o
objectivo de assegurar e de facilitar o aprendizado, além de torná-lo inclusivo e sintonizado
com as mudanças.Foi através da relação com outras ciências que nasceu o conceito de ciência
da educação.

As ciências pedagógicas pelo seu caráter teórico e prático, compreende:

 Disciplinas filosóficas – teoria da educação, história da educação, filosofia da educação,


antropologia, educação comparada e política educacional;
 Disciplinas científicas – psicologia educacional, sociologia da educação, biologia
educacional e metodologias de pesquisa educacional;
 Disciplinas técnicas – didáctica, teoria e desenvolvimento curricular, tecnologia
educacional, administração e gestão escolar, entre outras.Na sua vasta rede de inter
conexões ou relações que a Pedagogia tem com Outras ciências, abordarei as seguintes:
2.1. Relação da Pedagogia com a Psicologia Tendo em conta que o objecto de estudo da
psicologia é o comportamento e asactividades mentais de todos os animais e o da Pedagogia é
a educação, instrução e ensino do Homem, veremos que a psicologia fornece fundamentos
para alguns aspectos de aprendizagem do aluno.Por exemplo: aspectos ligados a motivação
para que o aluno se interesse O professor precisa e deve estar munidos de ferramentas da
psicologia necessárias para lhe dar com alunos com necessidades especiais que obviamente
necessitam de uma educação especial e de um acompanhamento psicológico adequado.

. 2.2. Relação da Pedagogia com a Sociologia A sociologia estuda as sociedades e as


instituições dessa mesma sociedade e as relações que se estabelecem entre os membros que a
integram. A educação como fenómeno social, como mecanismo de reprodução equilibrada das
relações sociais, mas ao mesmo tempo, funciona como mecanismo de renovação e de
transformação. E a pedagogia nesse caso estuda a educação como prática social, orientando-se
pelos objectivos da sociedade onde ocorre. Ajuda aos professores a reconhecer a relação
existente entre a escola e a sociedade permitindo que este medeie a sua aula em colaboração
com a sociedade e que também participe nas actividades da sociedade em que se encontra. Um
dos exemplos da relação da pedagogia com a Sociologia é a integração do currículo local no
novo currículo do ensino básico em Moçambique.
2.3. Relação da pedagogia com a filosofia Sendo a filosofia o amor a sabedoria, não tem um
objecto de estudo definido, isto é, estuda a globalidade das coisas e é considerada a mãe de
todas as ciências, é evidente que influencie no pensamento pedagógico.Ela abrange os
princípios fundamentais da educação como a relação entre a educação e a vida quotidiana. A
filosofia proporciona à pedagogia fundamentos para algumas polêmicas, como: o que é a
educação? Para que tipo de sociedade educar? Que finalidade almeja essa sociedade? E com
que valores educar os membros dessa sociedade? Ela esclarece a essas inquietações, pois ela
diz o que deve ser a educação; para que sociedade educar; para onde se deve conduzir as novas
gerações e com que valores educar as pessoas.Em suma, a pedagogia busca bases filosóficas
para melhor esclarecer opapel da educação no desenvolvimento das sociedades

. 2.4. Relação da pedagogia com a didáctica Tendo em conta o objecto de estudo da qual a
aprendizagem é intencionalmente almejada, no qual os sujeitos envolvidos são o professor e o
aluno e suas acções ( o professor visa transmitir conhecimento e o aluno adquiri-lo), isto é, o
trabalho com o conhecimento são estudados nas suas dimensões histórico, didáctica e
problemática do ensino, enquanto prática da educação e o estudo da educação em tempos. A
didáctica fornece à pedagogia as ferramentas necessárias para a execução do processo ensino-
aprendizagem

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