Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
U)
O
c
(me
(05)
5
o)
D
no
(D
W
Paz SE TERRA
E
(ojo]
(65)
|
(D
-o01)
pt
ice
(D
o)
(o
AG: o Emilia
q»)
29)
cê rua
+
os
Villa Ceila tomou-se o marco zero da
experiência de Reggio Emilia, uma das
propostas mais inovadoras e bem-su-
cedidas para a pedagogia da primeira
imfância.
Regoio Emilia é uma cidade no
nordeste da ltália. Antes conhecida
pela qualidade de seu vinho, hoje é re-
ferencial de excelência no campo da
educação. À proposta de Reggio, idea-
fizada por Loris Malaguzzi, baseia-se
na pedagogia da escuta, em que a
criança é posta ceno protagonista de
seu próprio processo de conhecimen-
to. G espaço da escola é pensado com
base no princípio de horizontalidade e
respeito mútuo, contra quaiquer tipo
de hierarquização. A participação dos
pais no dia a dia escolar é estimutada,
bem como & da comunidade. Não ha
um ensino convencional das matérias
tradicionais, e os atehês perrriem um
contato abrangente da criança Com as
mais variadas formas de are. O resul.
tado é fascinante, vsio O aumento de
E instituições que seguem a abordagem
Tradução
Vania Cury
Revisão técnica
Marilia Dourado
12º edição
D
Paz SUTERRA
Rio de Janeiro | São Paulo
2020
Rinaldi, Carla
12º ed. Diblogos com Regaio Emilia : escutar,
investigar e aprender Carla Rinaldi; tradução de
Vania Cury — 12*ed — Rio de Janeiro/ São Paulo:
Paz e Terra, 2020.
ISBN 978-85-7753-242
12-06932 CDD-372.21094543)
Rs nr
VP
2020 .
/ Primseá in Brazil
impresso BO Brasil
crianças (1999)
Criatividade como qualidade do 203
pensamento (2000)
|
À construção do projeto educativo:
TT"
=
Entrevista com Carla Rinaldi, por Lella
TITE
AGRADECIMENTOS 367
BIRETO RARA 369
ÍNDICE 385
do, o
presente e o futuro de Reggio.
TINTO ye
À
|
e
— writ ap
n ns
(ARIA RINALDI
ro TETE
desafiando a ideia corrente de que a aquisição do conheci-
mento se dá numa progressão linear, simbolizada pela ár-
vore” (p.30).
Não é fácil achar um termo que possa descrever esse pro-
cesso tal qual ele se dá em Reggio Emilia. Alguns escritores
de língua inglesa empregaram expressões, como “currículo
emergente”, “currículo projetado” ou “currículo integra-
E
do”, a fim de descrever de maneira geral como os professo-
res de Reggio planejam e trabalham com crianças, colegas e
pais. Esses termos, porém (como o leitor vai perceber), são
inapropriados, originários de métodos e modos de trabalhar
desenvolvidos e utilizados em outros lugares; seu emprego
torna invisível a especificidade de Reggio. Assim, decidimos
manter a palavra italiana progettazione.
I6 | Carta RiNALDI
iii ii
Digitalizado com CamScanner
As escolas são ambientes organizados que oferecem ao
ser humano um espaço de vida. Como devem ser esses es-
paços, são escolhas que devemos fazer. Carla defende que
TESES SE
sejam lugares envolventes para crianças e adultos, acolhen-
do-os numa rede de relações em um campo de possibili-
EE
dades criativas de expressão e de comunicações múltiplas.
Aqui entra a tão bem-colocada ideia de escuta; uma escuta
que prevê diálogo atento, cuidadoso e marcado pelo respei-
to — uma comunicação que não está só conectada com a
TT
palavra, mas também com os olhos, o corpo, as mãos.
pres
Volto à provocação inicial que Carla me fez e questio-
no: Como os educadores de Reggio podem aprender com
as nossas experiências? Recordo Humberto Maturana, que
afirmou: “Mesmo que de imediato não o percebamos, so-
mos sempre influenciados e modificados pelo que experien-
ciamos.”
Vejo que, na ideia de complementaridade, encontramos
as possibilidades de intervenção e colaboração. É com a
nossa identidade e com o nosso próprio sentido de atuar
em relações democráticas e respeitosas com o outro, com
o mundo e com a natureza que expressamos nossas gran-
des riquezas. É nossa vocação para a atitude positiva e agre-
gadora, sobretudo pela realidade desafiadora e tão diversa
que vivenciamos no Brasil, a pista colocada por Carla para
trilharmos nosso caminho para uma educação infantil que
faça a diferença.
Vamos portanto construir laços entre espaços geográfi-
cos do nosso país e do mundo e tempos históricos diferentes
da nossa história e de muitas outras que nos projetem para
um aqui e agora pleno e um futuro cheio de relações múlti-
|
REAL ain pi, hs
Marilia Dourado
Representante Nacional da REdSOLARE Brasil
18 | Cas
ARTS
r RX
MINAI
E
DI
PP to aos
À tradução deste
+ de curros trechos citados no lxro é nossa. amda que apre-
Sexos ns Aibhogrzõs as edições brasdeiras (N E
b
ALOG
ALOGOS cos
COS Regcso
Goro TT
Emilia
25
y
Muito cedo,
cedo, também,
também, eles S compreenderam certa fra- mM
Pi
teoria dede Piaget,
za nana teoria
ueza inclusive a forma. pela qual seu
construtivismo descontextualiza e isola a criança, coisa
que muitos construtivistas hoje tentam remediar. Como
consequência, os educadores de Reggio começaram a
olhar de forma mais crítica para determinados aspectos da
teoria de Piaget, inclusive
tais
computadores.
e
Outro exemplo que demonstra como Reggio estava à
frente do seu tempo são suas ideias sobre o conhecimento.
se Para compreender o pensamento e a prática de Reggio Emi-
Jia, como, por exemplo, a noção de planejamento, temos de
nos abrir para repensar a ideia mestra do conhecimento. Não
somente devemos manter um permanente questionamento
acerca da disciplinaridade, deixando sempre aberta a questão
do que é uma disciplina e do que é a matéria da escola, como
também devemos nos perguntar por que temos conceitualiza-
do e organizado um conhecimento de determinada maneira.
Em Reggio, eles questionaram e repensaram. Num dos
seus discursos, Loris Malaguzzi falou da ideia do conheci-
mento em Reggio como uma espécie de Feraranhadoà)
(Espaguetee”) Carla tem uma visão semelhante quando diz
30 :( sARLA R: Wa D
ii
a
Digitalizado com CamScanner
sugere, apesar da intensa troca e do compartilhamento, dife-
renças importantes surgiram entre as inúmeras experiências
locais, produzindo identidades distintas.
As políticas de esquerda, porém, não foram os únicos
ingredientes, Reggio também simboliza a história de uma
mulher, o produto da participação ativa de uma mulher na
luta pela melhoria não somente de seus direitos, mas dos (9)
direitos das crianças; e a história da determinação em im-
pedir o ressurgimento do de quebrar
fascismo e do desejo
R
34
vga emages ss ms
| ' RR AM
Digitalizado com CamScanner
controle, por intermédio
da “educação dos pais”, para que
cles adotem ia determinal erspectiva Ghia, mas é “a
participação ativa, direta e explíci o)
projeto educativo” (p.60) e a construção de significado —
uma ideia extraída da repetição contínua que Carla faz da
palavra “protagonista”, para descrever todos os participan-
tes do projeto de Reggio. Por meio da participação, as esco-
Jas municipais têm propiciado novos locais para a política
democrática, ao mesmo tempo que expandem o escopo da
política para novas áreas.
be ) A abordagem socioconstrucionista significa que Reggio
totiih hi Emilia tem se engajado náquilo que poderia ser chamado
“ Am uma política de epistem les contestaram a ideia
os
moderna do conhecimento como representação objeti-
E d va do mundo real, em benefício do conhecimento como
Rd “uma interpretação da realidade que está em constante
evolução” (p.227) e que é socialmente construída por cada
um de nós na relação com os outros. Para Carla e seus co-
| legas,
ta,
MT a
Digitalizado com CamScanner
1
mudança é proposta: da linguagem como algo abstrato, um
nome, para a linguagem como um ato, um verbo. A cons-
“TITura
wa L
!i
de transmissão e de criação de cultura e valores. É o lugar que
Ai
'
É
38 | CagLA RINALDI
40 | Capia RINALD!
EE SS Se entr e oem mc
Digitalizado com CamScanner
testemunharam a expansão de outros típos de formas políti-
cas, que Melucci (1989) designou de novos movimentos so-
ciais na arena pública, Exemplos bem conhecidos incluem o
movimento pela paz, o movimento das mulheres, o movi-
mento ambientalista e o movimento contrário ao neolibe-
ralismo global.
Essas manifestações se abrem para a ampliação da demo-
cracia nos tempos pós-modernos — apelando para o engaja-
mento, a ação coletiva e a proliferação de espaços públicos ou
fóruns; em síntese, uma nova cultura política. Tais movimen-
tos, que quase sempre ultrapassam as fronteiras dos Estados
nacionais, têm contribuído para fazer avançar novos temas
políticos na agenda de discussões e têm desafiado formas es-
tabelecidas de ação política e organização. Eles questionam
o significado de conceitos, como política e democracia, nos
tempos atuais. Por essa perspectiva, Reggio pode ser conside-
rada como um movimento social pela infância, e suas escolas,
novos espaços públicos para a prática democrática.
BAGS
Digitalizado com CamScanner
fla escuta de Reggio oferece uma indicação importante da
resposta a essa pergunta. No nosso primeiro livro da série
(Dahlberg e Moss, 2005), argumentamos que o escutar ativo
das teorias das crianças e de suas claborações de significados
se inscreve em uma abordagem ética particular: o conceito
deargumenta
EmmanuelqueLevinas da(ética como um encontro) Levinas
existe uma forte tradição filosófica no Oci-
dente que concede primazia ao saber. Por meio desse desejo
) de saber, agarramos o outro e o mimetizamos. Um exem-
plo disso são os conceitos e classificações, tais como os está-
gios de desenvolvimento, que nos dão, como educadores e
pesquisadores, possibilidades de desfrutar e “compreender
a criança. Aprisionadas pelo desejo de saber, a alteridade de-
saparece e a singularidade e a novidade são excluídas, sendo
| substituídas pelo “totalitarismo do mesmo”. A ética do en-
contro se opõe a esse aprisionamento por meio do respeito
pela absoluta alteridade do Outro.
A escuta também conecta Reggio à poderosa visão éti-
ca que Bill Readings esquematizou no seu livro final — The
University of Ruins —, sobre como as universidades e outras
instituições para educação e aprendizado têm a possibilidade
de se transformar em “lugares de obrigação” e “espaços de
práticas éticas”, em vez dos “locais para transmissão do co
nhecimento científico”. Pois, como ele argumenta,
aten ção
2 condição da prática pedagógica é “uma infinita
ao outro” (...) e a educação é a elaboração da alteri dade 0
. . a 20
x
Fazer justiç
Z
pensamento. (...) [E] Ouvir o Pensamen to (...)
Ê Pensamento, escutar nossos interlocutores, signi fica tentar
e fazé ;
ouvir aquilo que não pode ser dito, mas que tenta S
46 | Carta RINALDI!
meme
RR
escrito
por Nikolas Rose
como a “introdução de
uma atitude crítica em
relação às
dO de que existe
a e deve existir
uma distin-
do
aquele que Prat
e
Mais, ica
.
e aquele que
pel
; teoriza. .
Além
cadores
ainda outra di
stinção,
DiáLogos com
ReGcio Ema
| 47
sms é Tera + ru
IoBEILA FRUIMNALIA
'
muma rede giobal — ele construiu uma “nova geogrzê
- -
“
=- -=-
|
culmral”. segundo Carla Essa rede é uma abermra em &
ção à possibilidade de explorar novas formas de capzo
dade humana.
Em nosso diálogo no final deste livro, Carla prefere fiz
de Reggio mais como um sonho do que como uma utops mat mm mo a q
+“ -
(-APIA MImaL Em
= E ea a
56 | Carma RiNALDI
te di-
po
na época,
rque era extre mamen
grande is t
eresse
»s lu ga re s co mp reender que a
rs
CC ai n da é) em dive colha, mas parte da
fi ca
n ão er a um a es
lia
d a famí
participação o da s cr ia nç as ficando ao lado
re it
do nído, O di
identidade
is. ria acontecer
do direito dos pa rv iç o s só p o d e
ansão dos se
A defesa c à exp r i e d a d e e O apoio da famíli
a,
são, à soli d a
com à compreen ão ni d o não para serem
«
s pa is
da vinda do
“
E D UC A T I V O NA COMUNIDADE
O
MOLDANDO O PROJET
4 e já te nd o or g anizado a quin-
Doze anos após a Le
i 1.04
up po Na zi on al e Nidi, na qual discu-
| ta conferência do Gr mo s em outro s locais
a (C o mo fi ze
timos com insistênci pa pe l dos pai s na
sign if i ca do e o
e em outras ocasiões) O e lembrando o que
do , vo u co me ça r r
da experiência do ni e consolidamos
s no pl an o te ó ri co ,
realizamos, pelo meno
neve RR RR Sa
gu nd a pa rt e, vo l ol ha r al ém da consolidação
juntos. Na se or €
daquilo que já realizamos e tentar compreend er melh
pesa tepemepamo
cms
ganhando
turos avanços, assim imp et
do fato de qu e novas ideias (e
eNsemrrare
tanc
Ta iase
ncia
ore
EMILIA [59
Drárogos com REGGIO
x 0 ps
rp
cedia apes
” Aqui estou ressaltando, para o nido, a centralidade assumida não apenas pela
relação entre criança e educador mas também pela relação entre crianças, edu-
Cadores e pais. O significado do nido repousa na interação entre esses sujeitos,
no encorajamento dessas relações. O nido é um lugar de relacionamentos e co-
municação, um espaço onde se constrói uma forma ou cultura de ensino.
“” Quero dizer, valorizando a subjetividade de cada pessoa, criança ou adulto.
| 61
ee
pos
62 CaAvIA RiNAaLDIS
tendências centralizadoras.
64 | Carta RinaLDI
O TT OSS STS E E TO
66 | CARLA RINALDS
mm
Tamara
sucedidos,
Pi
!
A
»
é
E
pais
é
7
E
* Durante algum tempo, a taxa de fertilidade da Itália foi uma das mais baixas
Pa
$
“
a
ERES
180), (N.E.)
gro Aridi
e IPSENS
à
dao Sa?
A
”
o | Canta RinaLbi
e
/
BSS
RA
NE EN TO
m» TTeee
TP
Digitalizado com CamScanner
res, e se sentiram mais capazes de sustentar uma relação de
igualdade com outros membros da família.
No entanto, ao mesmo tempo elas tiveram de superar
demandas fortes e quase sempre conflitantes, com um pro.
fundo senso de desconforto e sentimentos de culpa. Elas
temem que, em consequência de seu trabalho, os filhos se.
jam negligenciados, fiquem desorientados e se exponham a
perigos sérios. As pessoas que trabalham com essas criancas
não podem ignorar tais aspectos psicológicos elementares
A mulher que trabalha fora precisa se certificar de que no
nido estamos aptos a satisfazer as necessidades de seu filho,
em termos qualitativos e quantitativos, e de que a equipe
pode ser como ela — mas não tanto quanto ela, que pode
temer estar sendo substituída nas afeições de seu filho (uma
questão muito importante a se abordar dos pontos de vista
cultural, comportamental e psicológico).
Analisar e interpretar a fenomenologia das famílias que
têm um filho pequeno seria um exercício grandioso e inte-
ressante. Todavia, vamos simplesmente convidar a todos,
inclusive as equipes, os administradores e os políticos, a
analisar a questão em profundidade, para lhes dar ferra-
mentas que permitam encontrar dados e experiências, €
para começar a entender o que significa ser pai hoje em
dia. Ou ainda, o que representa ser um pai ou uma mãe,
o que é diferente; ser o pai ou a mãe de um filho pequeno
e trabalhar fora; ser pai, mãe, homem e mulher numa so-
ciedade que definimos como sociedade da fragmentação,
tipificada pela necessidade de autocertificação (isto é, cada
pessoa certifica a própria autenticidade) e pelo direito a
mais completa realização.
72 | Carta RiNALDI
À EQUIPE
76 | Carta Rimarbi
78 | Casia Rimatbi
* Quero dizer, expor nas paredes projetos e outros trabalhos com as crianças
Bo | CartA RINALDI
mori
c — novos métodos: É essencial romper com padrões anti-
gos de organização, de modo a identificar novas formas
ir
de se reunir que possam representar os pais, a equipe e
as crianças de diferentes maneiras. Deveria existir um “es-
pectro de oportunidades” para as pessoas se reunirem, se
mo
relacionarem e dialogarem, de forma necessária, mas tam-
bém prazerosa e enriquecedora. Conselhos de classe, em
sua concepção tradicional, nas quais os membros da equi-
o ro
pe falam e são ouvidos, e que são agendados previamente,
não podem ser uma proposta do nido para os novos usuá-
rios, tanto pais quanto equipe, que são tão diferenciados
e adeptos dos recursos multimídia, como já afirmamos
e
anteriormente. Não podemos nos dirigir a eles como pais
ee
utilizando métodos que são estranhos e anormais quan-
do comparados aos contextos culturais mais amplos nos
quais eles transitam como qualquer pessoa.
82 | CARLA RiINALDI
84 | CARLA RINALDI
A VERDADEIRA PARTICIPAÇÃO
BO | Carla RinaLAM
s ã o o u t r o s
por exe
oi te s na cozinha” , j u n to com
As “n r e p a r a
meras.
z inheiro(a) p io
an d o o / a co
«m no cardáp
ao final é um
t o d o s s ã o convidados
o nido, à 9
ue
do
ente, incluin
as pa ra to do
. as fest a t i v a m
e em que to
dos participam A c o m u nidade
go s.
equipe, avós e ami
cr ia nç as , pa is ,
id a no p l a n ejamento e
ém é envolv
mais ampla ta mb outras possibi-
g a n i z a ç ã o do ev en to . Há ainda
na or um even to mais
in cl us i ve a fe st a de grupo,
lidades, gr up o de crian-
o em qu e um
íntimo e personal izad isa para
traz alguma co
ças e pais se reúne e cada um
me r € be be r e to do s pa ss am uma noite agradável
co
ós e netos tém
juntos; ou a festa dos avós, quando av
, rmitin-
atido inteiro só para eles e brincam juntos pe
a os má à descobrir o nido
as resistências até dos mais
desconfiados;
º passeios
dera
q í de um ndiace
di 0€ (nos quaisis cri
xcursões crianças
juípc passam alguns s diasdias juntos
rea j à beira-mar |
Dm anhas, hospedando-se em hotéis ou p
sadas
ND olerecidos
e pelas
pelas autoridades
j locais), visitas aà
em * no,das 3proprias a crianças
anças cee dias
di paraa osos paispaismn pass
lo (mediante combinações prévi É +E : las “
são no
ies de pal
trabalho em que * pals )
Amigos) 1 taballam) e educadores E (mas* t
»
| sor junto
al ambém avós, Vos e tias
projeto (em peral,
1
t
necessidade1 ema tao » detecta da,
HM, uma mobfli a ou área do
dd Bum:
|| “tua sic
e
dades do nido, das crianças e da equipe, os objetivos primá-
E
rios a perseguir e as formas, os meios, os períodos de tempo
e as pessoas que irão garantir que as decisões tomadas re-
sultarão, rápida e eficientemente, em ações concretas com
o máximo de prazer e benefício para os envolvidos.
e —
Assim, o nido será capaz de expressar seu pleno poten-
cial sem nenhum custo adicional, apenas com o esforço da
mente. Ele também poderá manter diálogo com as famílias
cujas crianças não frequentam o nido. Essas famílias e crian-
ças, que em alguns casos não escolheram a opção completa
do nido, podem, mesmo assim, aproveitar algumas opor-
tunidades oferecidas pelo nido, como festivais, sessões de
trabalho, reuniões com especialistas e todas as demais ini-
ciativas destinadas a incrementar o envolvimento das famí-
lias com o nido.
Dessa maneira, o nido poderia realmente se tornar um
vigoroso protagonista cultural para todas as famílias e to-
dos os cidadãos. Ele poderia se abrir aos não usuários, em
algumas ocasiões, e interagir com outras instituições, asso-
ciações e grupos locais, entrelaçando-se com o bairro. Ele
poderia contribuir para o projeto educativo e para o avan-
ço da cultura, não apenas do nido, mas também da infância
como um todo.
O grande inimigo contra o qual devemos lutar é a se-
paração, o isolamento; o grande valor a ser alcançado é a
informação, a comunicação. Uma espécie de comunicação,
conforme observamos em diversas ocasiões, que é infor-
9o | CariA RiNALDI
94 | Carta RiINALDI
E provável que exista algo mais, que seja sutil mas decisi-
vo. É comum, por exemplo, os tipos de participação nos
nidi seguirem de forma subserviente aqueles das scuole
del"infanzia, ou pior, aqueles estabelecidos por decretos go-
vernamentais. É comum também os desequilíbrios internos
entre os integrantes dos conselhos de administração (por
exemplo, o número excessivo de representantes políticos
ante os representantes dos pais, ou a quantidade limitada de
posa cata
da Sd
E
96 |; Caria RiINALDI
COMPETÊNCIA E CONSENSUALIDADE
Não sei de que forma isso será útil para os que estão me ou
vindo, mas quero dizer, em primeiro lugar, como foi dificil
para mim escrever este discurso. Mais do que escrever uma
fala, tive a impressão de que estava reconstruindo um peda
: ço de minha vida. Tenho certeza de que aqueles que, como
eu, tiveram a grande sorte de dividir experiências com
Casris RINALOS
E - ao
Digitalizado com CamScanner
sinar e aprender quanto o papel do professor e do aprendiz
no processo educativo. Ele expressava assim sua ideia:
“Devemos dar um imenso crédito ao potencial e ao poder
que as crianças possuem. Devemos nos convencer de que
as crianças, assim como nós, têm poderes mais vigorosos
do que nos disseram que tinham, poderes que todos nós
possuímos — nós e as crianças temos potencial ainda mais
forte do que acreditamos. Devemos entender como, sem
ao menos perceber, fazemos tão pouco uso do potencial
de energia que temos dentro de cada um de nós.” Mala-
guzzi ressaltava que o problema da escola (e além) é, acima
de tudo, relacionado à falta de percepção e à subutilização de
todas as inteligências, habilidades, aptidões e conhecimen-
tos que possuímos. O problema, assim, é comum a todos
nós — crianças, adultos e professores.
Sua crítica era de que “existe uma espécie de convicção
crescente, um acordo tácito que sanciona a ideia de que
t
18 | CARLA RinaLDI
e
pedagogia da escuta”.
k o as
Digitalizado com CamScanner
À PEDAGOGIA DA ESCUTA
Documentação
Caran rantirésc(EE
*Ua EU
utarE e ser escutadojéa uma das funções mais pri- w
COD
eim
LEGIBILIDADE
4
5
4
:54 CariA RexsiDI
4
À COMPETÊNCIA DO EDUCADOR
SEE
ed
DIÁLOGOS
*
“Mutações genéticas” é uma metáfora para a profunda transformação que
estamos experimentando, uma transformação que está modificando a própni
essência, a própria maneira de ser da sociedade e das pessoas, pois transtorm?
nosso modo de estabelecer relacionamentos e de interagir e nossos conceitos
de espaço e tempo.
RE SE —d
Digitalizado com CamScanner
elementos olfativos, auditivos e táteis, que são tre-
mendamente importantes na definição da qualidade
sensorial de um espaço.
+ Considerando-se a idade e a postura das crianças (be-
bês passam uma parte substancial do tempo sentados
ou deitados e, durante um determinado período, se
movimentam apenas engatinhando), uma grande im-
portância deve ser atribuída às superfícies, que nor-
malmente são tratadas como meros elementos de
fundo, assim como pisos, tetos e paredes.
+ Devemos fazer o maior esforço para estar mais cien-
tes do espaço e dos objetos que colocamos ali, saben-
do que os espaços em que as crianças constroem suas
identidades e suas histórias pessoais são muitos, tanto
reais quanto virtuais. Televisão, computador e outros
aparelhos domésticos são agora instrumentos da vida
cotidiana, assim como a coexistência de elementos
reais, virtuais e imaginários constitui um fenômeno
diário, a ponto de modificar — de uma forma que tal-
vez nem imaginamos — a definição do espaço e do eu
que as crianças de hoje estão construindo.
À IMAGEM DA CRIANÇA
textos
V a q À
ode
|
é
C +
|cultiltu ral e
ural € escEscol olar em que, como tal, deve haver um “am e
E b
v ê “
CONCLUSÕES
ata de ba df
à informação sobre reprodução sexual (como nascemos, a
relação sexual e assim por diante).
Em vez disso, peço a vocês que reflitam sobre a cduca.
ção sexual, a identidade sexual, sobre a identidade da pessoa
como um todo, incluindo corpo e sexo. O corpo como lu.
gar de conhecimento, prazer, afeição e desejos. Peço a vo.
cês que discutam sobre como podemos ajudar as crianças a
aceitar seus corpos, apreciá-los, amá-los e respeitá-los, assim
como deveriamos amar, apreciar e respeitar a nós mesmose
aos outros. Um corpo do qua] não devemos ter medo, e do
qual devemos cuidar e respeitar. Um corpo que é um meio
de obter conhecimento. Aprender por intermédio do cor.
po tem sido comum para a humanidade e, especificamente,
para os jovens. Como podemos oferecer apoio a isso sem
causar inibição, e proteger esse aprendizado sem negar 2
liberdade de expressão?
Essa é a tarefa difícil que temos diante de nós. É dificil
porque implica que nós também sejamos capazes de nos
libertar — graças às crianças — do “esplendor” cultural que
costuma envolver nosso corpo e nossa identidade sexual
E isso quer dizer que aquilo que transmiítimos às crianças
não é nosso medo, mas nossa coragem. Um corpo queé
familiar «e amado é melhor, mais protegido e mais fácil de st
proteger. Uma afetividade e uma sexualidade mais conhe
cidas « reconhecidas são menos suscetíveis a se confunár
com carícias «e atenções ambíguas.
Isso também é um problema de límites, de regras, entr
aquilo que é permitido e aquilo que não é. Uma ques*
I76 ams
maria
Da ar
RINALDI
e
<q»
mf
ças ou colegas de trabalho — uma busca de significado que
somente as crianças podem nos ajudar a fazer —, é a coisa
mais maravilhosa que encontramos em nosso trabalho e
que gostaríamos de dividir com vocês. É o que denomina-
mos “investigação pedagógica”. )
E acreditamos que são precisamente a documentação
e a pesquisa que nos dão a força geradora que torna cada
dia um dia especial. Agora, gostaria de partilhar com vocês
algumas reflexões que espero que lhes ajudem a compreen-
der melhor. A primeira delas me veio de uma releitura dos
escritos de Maria Montessori. Eis o que Montessori escre-
eee
fd
cultura e técnica. E teriam a possibilidade de parar de se ver,
e de serem vistos pelos outros, como aqueles que apenas
aplicam teorias e decisões desenvolvidas por terceiros.
A persistência dessa ideia (segundo a qual os educado.
res continuam a ser definidos como “praticantes”) é um
absurdo que precisa ser superado. Ele é o resultado de
conceitos de pesquisa, pedagogia e educação mal-elabo.
rados, intelectualistas e equivocados. A capacidade de re-
2 rage fletir e discutir as formas pelas quais as crianças,
- e todos $
o os seres humanos, aprendem (enriquecendo assim a hu.
Ryu manidade de cada indivíduo e de todos nós) é uma gran.
ds. . de possibilidade e uma necessidade que a escola até agora
of parece não ser capaz, ou não ter tido vontade de oferecer
É hora de mudar. Os locais em que se realizam pesquisas
sobre o aprendizado precisam ser ampliados para as esco-
las e devem permitir que tanto professores quanto alunos
reflitam, em seu cotidiano, sobre as maneiras pelas quais
aprendem e constroem o saber.
Sim. estou me referindo à documentação, na forma com
Úeau “que a desenvolvemos na experiência de Reggio: não como
Ness documentos para os arquivos, ou como painéis pendurados
1 nas paredes, ou ainda como uma série de belas fotografias
! - 4 mas como um traço visível e um procedimento que dá su
| porte ao aprendizado e ao ensino, tornando-os recíprocos
| por poderem ser vistos e partilhados. Creio que essa com
| tribuição da experiência de Reggio no campo da pedagog:
| (mas não apenas nesse campo) foi, tanto no plano nacionã
| quanto no internacional, muito importante, e poderá
|umais ainda no futuro.
".
4) O CONCEITO DE APRENDIZADO
es
diferenças e semelhanças entre as identidades mutantes
o)
das crianças e as das instituições).
Continuidade, compreendida não no sentido de pagr,
nização, mas de desenvolvimento coordenado e cocrens,
do processo educacional. Isso deveria implicar a não erosi,
de métodos e meios, mas, ao contrário, deveria envolver;
busca de diferentes estratégias e contextos destinados a ur
objetivo comum (isto é. permitir que toda criança, ass
como todo adulto — educadores e pais —, divida significa.
dos comuns. dando origem a nidi e scuole dellinfanzia que
sejam não uma preparação para à vida, mas a própria vida e
a valores construídos juntos. Esses não são lugares onde os
os edu.
educadores tentam passar informações, mas onde
recíproco, com-
cadores e as crianças procuram, de modo
preender um ao Outro. no 2.4
No fim das contas, isso poderá garantir a identificação
das diferenças apropriadas e das semelhanças necessárias
estima
entre as duas instituições, num relacionamento de
o vem do sign- ificado.
respeito mútuos. Esse rela cionament
nto compartilhados,€
do conhecimento e do desenvolvime
alcançá-los, isto é, o pro
dos processos que lhes permitem
cesso de educar, o papel das instituições da primeira intan-
* O que quero dizer com “posição contratual mais forte” é que o maior po-
der de negociação para as crianças advém do reconhecimento da infância e das
crianças como sujeitos sociais, sujeitos com direitos e que, como tais, não po-
dem ser ignorados nem ofendidos.
ARIA RINALDI
TO
ETR TT
Digitalizado com CamScanner
Desde a mais tenra idade as crianças tentam produzir
teorias interpretativas, dar respostas. Alguns podem consi-
derar essas teorias ingênuas e inocentes, mas isso tem pouca
importância: o que importa mesmo não é apenas dar valor
a alguma coisa, mas, acima de tudo, entender o que há por
trás dessas questões e teorias, e o que há por trás delas é
algo verdadeiramente extraordinário. Há a intenção de pro-
duzir questões e buscar respostas, o que constitui um dos
“aspectos mais excepcionais da criatividade.
” À criança competente tem um adulto que a enxerga des-
| se jeito: o nível de expectativas é um fator determ
inante
Acredito, por exemplo, que para nós, em Regeio Emili
a, foi
fundamental o afastamento da ideia
de “observação obje-
tiva. isto é, a eliminação da objetividade
em benefício do
sujeito, mas, em especial, a possibilidade de olhar
para a
| criança com amor, com cumplicidade.”
Essa visão cúmplice
também pode ajudar a compreender que os
elementos que
SR
unida
enquanto elabora o conceito, divide-a com os outros. Es
a o ad
outros exemplos:
4 Dm do
ae
as ndo
* “O clima nasceu da tempestade.” Aqui, a crianca by
uma associação e só espera ser ouvida, não rejeita
da. Ela consegue criar representações compostas com
linguagens e combinações incomuns.
* “O vento nasceu do ar e tem o formato de bater nas
coisas”: uma declaração como essa confere dignidade
a expressão “criança competente”.
* “Mas quando uma pessoa morre, ela vai para a bar
riga da morte e depois nasce de novo?” É isso 0 mx
a busca de significado e a formulação de teoriares
presenta: aqui, a criança uniu todos os elementos q
tinha em mãos e, talvez, suas ansiedades.
Figura 1
oe
Figura 2
Figura 3
Fiçura 5
-
adulto: a criança competente e criativa existe se existir um
mim do
adulto competente e criativo.
li (io É
Pensemos em nossa relação com a arte: com muita fe
at Vi ad ae
quência, separamos a arte da vida e, assim como a criatm
dade, a primeira não tem sido reconhecida como um direx
cotidiano, como uma qualidade da vida. O desenvolvimer
to disciplinar das ciências trouxe inúmeros beneficios, ma
também nos legou problemas, como a superespecializaç:
e a compartimentalização do conhecimento. Em geral. nº
so sistema social também adere a essa lógica de separal
e fragmentação. Somos sempre ensinados a separar o 9% .
está conectado, a dividir em vez de juntar as disciplinasé
Ê
E
f
E,
PE DR
década. A maior parte das perguntas nesta entrevista redes
as questões que nos foram colocadas; mas há também de
al