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EXPLORANDO AS CONEXÕES MULTIDISCIPLINARES: A RELAÇÃO ENTRE

A PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E OUTRAS CIÊNCIAS

Resumo:

Este trabalho científico aborda a interligação entre a psicologia da aprendizagem e


outras disciplinas, incluindo psicologia do desenvolvimento, sociologia, antropologia
cultural, história, pedagogia e áreas da biologia. Ao examinar como essas disciplinas se
entrelaçam, evidenciamos como essa abordagem interdisciplinar enriquece nossa
compreensão dos processos de aprendizagem. Exploramos como cada disciplina
contribui para moldar métodos de ensino, compreender as influências culturais e
históricas e identificar factores biológicos que impactam a aquisição de conhecimento.
Introdução:
A aprendizagem é um fenómeno multifacetado que não pode ser compreendido de
forma isolada. A intersecção entre a psicologia da aprendizagem e outras disciplinas
oferece uma visão holística que considera os aspectos cognitivos, sociais, culturais,
históricos e biológicos que moldam a forma como os indivíduos adquirem
conhecimento. Neste trabalho, examinamos como a psicologia da aprendizagem se
conecta a campos diversos e como essa abordagem multidisciplinar enriquece nossa
compreensão global da aprendizagem humana.

Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem:


A psicologia do desenvolvimento investiga as mudanças que ocorrem ao longo da vida
de um indivíduo. Essa disciplina está intrinsecamente ligada à psicologia da
aprendizagem, pois as capacidades cognitivas e emocionais evoluem à medida que o
indivíduo cresce. Compreender como as fases do desenvolvimento afetam a forma como
os conceitos são aprendidos e internalizados auxilia na adaptação de estratégias
pedagógicas.

Sociologia e Aprendizagem:
A sociologia examina a influência das estruturas sociais e da interacção humana. A
aprendizagem é fortemente moldada por contextos sociais, como a família, a escola e a
comunidade. A sociologia ajuda a identificar como as normas culturais, as relações
sociais e as desigualdades afectam o acesso ao conhecimento e as oportunidades de
aprendizado.
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Antropologia Cultural e Aprendizagem:
A antropologia cultural explora as práticas e crenças de diferentes grupos humanos. No
contexto da aprendizagem, essa disciplina ajuda a compreender como os processos
educacionais são influenciados pelas tradições culturais. A transmissão de
conhecimento, os métodos de ensino e a valorização do aprendizado variam
amplamente entre culturas, sendo vital compreender essas diferenças.

História e Aprendizagem:
A história fornece um panorama das abordagens educacionais ao longo do tempo.
Examinar as práticas pedagógicas do passado ajuda a contextualizar o presente e a
antecipar possíveis direções futuras. As mudanças nas teorias de aprendizagem, na
educação formal e nas tecnologias educacionais reflectem as transformações sociais e
filosóficas de cada época.

Pedagogia e Aprendizagem:
A pedagogia, a arte e a ciência do ensino, estão intrinsecamente conectadas à psicologia
da aprendizagem. Ao incorporar as teorias psicológicas, a pedagogia desenvolve
métodos de ensino adaptativos e eficazes. A compreensão das diferenças individuais,
estilos de aprendizagem e estratégias motivacionais é essencial para criar ambientes de
aprendizado eficazes.
Biologia e Aprendizagem:
A biologia contribui com uma compreensão profunda dos fundamentos neurobiológicos
da aprendizagem. Os aspectos genéticos, a anatomia cerebral, a fisiologia neuronal e a
medicina neurológica influenciam directamente como os seres humanos adquirem e
retêm conhecimento. A interacção entre processos biológicos e psicológicos é um
componente essencial da aprendizagem.
Conclusão:
A aprendizagem humana transcende fronteiras disciplinares, integrando conceitos da
psicologia, sociologia, antropologia, história, pedagogia e biologia. Essa abordagem
interdisciplinar não apenas enriquece nossa compreensão da aprendizagem, mas
também fornece uma base sólida para a criação de abordagens educacionais mais
eficazes e inclusivas. A interconexão dessas disciplinas destaca a complexidade do

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processo de aprendizagem e a importância de considerar todas as facetas que
influenciam o desenvolvimento intelectual e emocional dos indivíduos.

Historial do surgimento da psicologia de aprendizagem

1.1. Na antiguidade

Desde a antiguidade os filósofos e pensadores preocuparam-se com os factos da


aprendizagem do tipo verbal. A noção de aprender se confundia com a acção de captar
ideias, fixar seus nomes, retê-las evocá-las, isto seria a um tempo conhecer e aprender.

A aprendizagem vem sendo estudada e sistematizada desde os povos de antiguidade


oriental. Já no Egipto, China e na Índia a finalidade era transmitir as tradições e
costumes. Na antiguidade clássica, na Grécia e em Roma aprendizagem passou a seguir
duas linhas compostas, porem complementares: pedagogia da personalidade – visava a
formação individual.

A pedagogia humanista – desenvolvia os indivíduos numa linha onde o sistema de


ensino – sistema educacional era representativo da realidade pessoal e dava ênfase a
aprendizagem universal.

É, pois, assim que Sócrates dizia que o conhecimento preexiste no espírito do homem e
a aprendizagem consiste no despertar esses conhecimentos inatos e adormecidos.

Platão formulou uma teoria dualista que separava o corpo (material e a alma, ideias
espirituais). Disse ele que a alma está sujeita a metempsicose e guarda lembrança das
ideias contempladas na encarnação anterior que, pela percepção, volta a consciência. A
aprendizagem é o buscar desta recordação.

Aristóteles pai de associativismo: a criança é uma tábula rasa onde são impressas as
sensações.

Diziam que a origem do conhecimento é as sensações. Toda a ideia é formada por


informações provenientes dos sentidos, rejeitando a preexistência das ideias em nosso
espírito.

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1.2. Idade média

Durante a idade média a aprendizagem e o ensino passaram a ser determinados pela


religião e seus dogmas. Por exemplo: uma criança aprendia a não ser canhota, a sinistra
embora geneticamente o fosse.

No final daquele período iniciou-se a separação das teorias de aprendizagem e do ensino


com a independência em relação ao clero. Devido as modificações que ocorreram com
advento do humanismo e da reforma no século XVI e sua ampliação a parti da
revolução francesa as teorias de ensino – aprendizagem continuam a seguir o seu rumo
natural.

1.3. Século XVII até ao início do séc. XX

Do século XVII até ao início do século XX doutrina central sobre a aprendizagem era
demonstrar cientificamente que determinados processos universais regiam o princípio
de aprendizagem tentando explicar as causas e formas do seu funcionamento forçando
uma metodologia que visava enquadrar o comportamento de todos organismos num
sistema unificado de leis, a exemplo da sistematização efectuada pelos cientistas para
explicação dos demais fenómenos das ciências naturais.

Muitos acreditavam que a aprendizagem estava intimamente ligada somente ao


condicionamento. Um exemplo de experiência de condicionamento foi realizado pelo
filósofo russo Ivan Pavlov que condicionou cães para salivarem ao som de campainhas.

John Watson (behaviorismo 1913), representante da psicologia anti-mentalista que tem


como objectivo uma conduta observável controlada pelo ambiente através de estímulos
– respostas (E - R). Esta teoria defende que toda a conduta é redutível a uma serie de
associações entre limites simples, estímulos e respostas; a aprendizagem é iniciada e
controlada pelo ambiente.

1.4. A partir de 1930

Na década 30 os cientistas Edwin R. Guthrie, Clark L. Hull e Edward C. Tolman


pesquisaram sobre as leis que rege a aprendizagem.

Guthrie acreditava que as respostas ao invés das percepções ou estados mentais


puderam formar os componentes da aprendizagem.

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Hull afirmava que a forca do hábito, além dos estímulos originados pelas recompensas,
constituía um dos principais aspectos da aprendizagem, a qual se dava num processo
gradual.

Tolman seguia a linha de raciocino de que o principal objectivo visado pelo sujeito era a
base comportamental para a aprendizagem. Percebendo o ser humano a sociedade em
que esta inserida se faz uma maior observação do seu estado emocional.

1.5. Psicologia de aprendizagem como ciência

De acordo com Tavares (2002), o interesse pela educação, suas condições e seus
problemas foi sempre uma constante entre filósofos, políticos, educadores e psicólogos.

Com o desenvolvimento da psicologia como ciência e como área da actuação


profissional, no final do século XIX várias perspectivas se alinharam, facto que também
ocorreu a chamada psicologia educacional. Durante as três primeiras décadas do século
XX a psicologia aplicada a educação teve enorme desenvolvimento. Nos EUA
destacava-se a necessidade de um novo profissional capaz de actuar como intermediário
entre a psicologia e a educação.

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