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Mestrado Em Ensino De Música

ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL

Ritmo Musical, Improvisação e Cognição como Elementos Importantes na


Formação do Instrumentista

Aluno:

Daniel Filipe Ferreira Safara, nº 42268

Professora Dr.ª Maria Conceição Leal Da Costa

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Índice

Introdução…………………………………………………………………………… 3

Ritmo musical e cognição……………………………………………………………. 4

Ritmo musical e vantagens………………………………………………………….... 5

Improvisação e criatividade…………………………………………………………... 6

Prática da improvisação-rítmico-cognitiva…………………………………………… 7

Processo criativo-improvisação………………………………………………………. 8

Vantagens da improvisação individual e em grupo (rítmica)


para a aprendizagem
do instrumento………………………………………………………………………...10

Conclusão…………………………………………………………………………….. 11

Referências bibliográficas……………………………………………………………. 11

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Introdução

A música é reconhecida por muitos investigadores um caracter fundamental de


modalidade que desenvolve a mente humana, promovendo o equilíbrio, proporcionando
um estado agradável e de bem-estar, facilitando a concentração e o desenvolvimento do
raciocínio, em especial em questões reflexivas voltadas para o pensamento filosófico.
Indivíduos que estudam um instrumento musical e a importância rítmica apresentam
áreas do cérebro mais desenvolvidas em comparação a uma pessoa que não desenvolve
este tipo de arte.
A música tem a capacidade de evocar sentimentos e emoções, pela ação exercida em
áreas especificas do cérebro relacionadas com a motricidade, cognição e linguagem.
Com base em investigações os indivíduos que desenvolvem algum tipo de atividade
com música apresentam melhor desempenho na sua vida em geral, tais como: melhoria
na concentração, coordenação motora, respeito a si próprio e aos outros, inteligência,
raciocínio, disciplina, equilíbrio emocional e inúmeros outros atributos que colaboram
na formação do ser humano.
A valorização do contato com a música e o ritmo já existe há muito tempo e a
aprendizagem de um instrumento musical a nível educacional tem o poder de expressar
e comunicar sensações, pensamentos, emoções, favorecendo a maior integração do
homem com o seu meio sócio cultural.
É perfeitamente compreensível nos dias de hoje esta visão, permitindo que a música
treine o cérebro para formas relevantes de raciocínio.
Inserir a música num planejamento para desenvolvimento e criar estratégias voltadas
para essa área, ajuda a melhorar a sensibilidade das crianças e adultos, a capacidade de
concentração e a memória, trazendo benefícios ao processo de alfabetização e ao
raciocínio matemático.

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Ritmo musical e cognição

 O ritmo na linguagem musical é considerado como um dos mais importantes


fatores musicais, está presente na vida dos seres humanos e há muito tempo faz parte da
educação em crianças e adultos.
Desde o nascimento, o ser humano tem necessidade de desenvolver a prudência em
relação a ritmo, pois o mundo que nos rodeia, expressa-se numa exuberância de ritmos
evidenciados por diversos aspetos, podendo ser percebido: no andar, no batimento
cardíaco, no voo dos pássaros, nos pingos da chuva, numa banda, num motor, no piscar
de olhos e até mesmo na voz das pessoas mais próximas.
No entanto, a cognição musical em relação à perceção do ritmo trata das limitações e da
capacidade do ser humano no que compete ao ritmo musical.
Ou seja, a cognição musical rítmica pode ser desenvolvida por meio da audição, já que
cada padrão sonoro representa um espaço ativo no cérebro, com o objetivo de reter a
informação.
Mas nomeu entender, não envolve somente os processos mentais relativos à escuta
musical, mas também se podem abordar outros aspetos como a memória musical, os
estudos sobre preferências musicais, entre outros, que contemplam áreas como a teoria
musical, as neurociências e a psicologia cognitiva, o que implica numa grande
interdisciplinaridade.
Sendo assim, o ritmo torna-se a ligação essencial de conexão e comunicação entre os
músicos refletindo diretamente na formação básica e técnica, na criatividade e na
educação de movimento.
No processo mental os neurônios recebem as informações codificadas de algum padrão,
após serem ativados pelos códigos musicais, ficam livres para receberem conhecimento
de outros órgãos dos sentidos.
A ativação dos neurônios será ampliada à medida que novos conhecimentos vão se
somando, quanto maior for o conhecimento rítmico da pessoa, mais métricas e padrões
diferentes ela ouvir, por estar utilizando uma área cerebral maior para reter aquelas
informações.
As energias rítmicas, enraizadas na nossa constituição fisiológica e neurológica, estão
interligadas à nossa habilidade de criar e realizar ritmos musicais.
Sendo um processo temporal ordenado, periódico e cíclico, o ritmo gera previsibilidade,
antecipação e sensação de conforto.

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Ritmo Musical e Vantagens

O Ritmo é um movimento coordenado ou uma repetição de intervalos musicais que


podem ser fracos, fortes, curtos ou longos, os quais são utilizados para compor uma
música
Um dos benefícios da música é que ela contribui para o desenvolvimento cognitivo do
ser humano, uma vez que ajuda na concentração, no raciocínio lógico, na memorização,
entre outros aspetos.
Uma grande função do ritmo é no desenvolvimento motor, isto porque, contribuí para a
coordenação dos nossos movimentos durante a escuta ou na produção de percutir.
Por isso, de uma forma dinâmica e divertida a habilidade de movimentar o corpo de
forma articulada pode ser aprimorada pelo ritmo.
A música é uma excelente forma de estimular a expressão corporal do ser humano,
escutar música e ter perceção rítmica representa uma função cognitiva complexa do
nosso cérebro, introduzindo diversas mudanças psicológicas e neurais.
O ritmo musical apresenta inúmeras vantagens para beneficiar o ser humano, tais como:
desenvolve a capacidade física, propiciar a descoberta do próprio corpo e de suas
possibilidades de movimento, desenvolver o ritmo natural, possibilita o
desenvolvimento da criatividade para descoberta do estilo pessoal, desperta o sentido de
cooperação, solidariedade, comunicação, liderança e entrosamento através de trabalho
em grupo e individual, estimula a atividade, determina qualidade, melhor domínio e a
liberdade de movimento propiciando a sua realização com naturalidade, permitir a
vivência total do nossos movimento, incentiva a economia de trabalho retardando a
fadiga e aumentando resultados, reforça a memória, facilitar a expressão total, cria
hábitos de disciplina e atitudes, aperfeiçoa a coordenação motora.

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Improvisação e criatividade

A Improvisação é a forma mais antiga de fazer música, provavelmente a


primeira expressão musical da humanidade sendo uma experiência intensa de atividade
que permite gerar e executar algo novo a partir dos recursos disponíveis, transmitindo
ideias, sensações e sentimentos.
A atividade criativa ocorre muitas vezes nas artes, de uma maneira geral, na nossa vida
diária tendo uma forma simples de juntamos peças de conhecimento para montar novas
soluções, combinando poucas ou pequenas coisas para criar algo novo.
No entanto, a improvisação e criatividade não é uma prática exclusiva do Jazz, ao qual é
normalmente ligada na nossa cultura, em muitas culturas no mundo inteiro,
especialmente em tradições onde a prática oral é mais frequente.
Exemplos disso são a Índia, onde a improvisação faz parte dos procedimentos normais
da performance e da aprendizagem e ensino da música.
Envolve espontaneidade, extemporaneidade, podendo ser uma ação simples ou
complexa, essencialmente original e idiossincrática.
Criatividade, pode ser definida como a capacidade de inovar e ir além do que já é
conhecido, e identificar e gerar soluções para problemas.
A prática de improvisação-rítmica detalha o processo de criar novos padrões,
envolvendo algumas etapas do processo cognitivo, será motivador?
Quando realizada de forma aleatória, sem um objetivo claro e específico, pode conduzir
a reações negativas criando stress e receio de não alcançar as expectativas impostas.
No meu entender, a improvisação é algo que tem que ser prazeroso tendo para isso
precisamos de um bom vocabulário, saber escolher adequar o nosso conhecimento e
consoante o contexto em que estamos inseridos, ajustar estratégias para a necessidade
de cada pessoa, assim serão bem-sucedidos com o processo de criatividade e
improvisação.

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Prática da improvisação-rítmico-cognitiva

Improvisar e criar é executar algo novo, envolvendo principalmente as seguintes etapas


isso acontece porque o ato de escutar música representa uma função cognitiva complexa
do cérebro humano. Por isso, induz a diversas mudanças psicológicas e neurais do
processo cognitivo, descritas a seguir com os principais componentes:
Na primeira fase o indivíduo tem contato com uma proposta de improvisar. No entanto,
determina a necessidade de identificar quais são os recursos internos e externos de um
individuo, incluindo as habilidades que possui e que podem auxiliar na resolução do
problema.
Fase de planejar, organizar e formular estratégias adequados para se alcançar uma
resposta satisfatória na resolução do problema.
É importante sublinhar experiências semelhantes ou anteriormente vividas a memória
regista e pode constituir uma grande colaboração nesse momento ajudando no processo
da improvisação.
As habilidades sociais necessárias para uma boa perceção e interação com o grupo
durante a improvisação.
Sendo assim, criar livremente não significa poder fazer tudo ou qualquer coisa a
qualquer momento, em quaisquer circunstâncias e de qualquer maneira.
Ser livre é uma condição estruturada e altamente seletiva, sempre vinculada a uma
intencionalidade presente, embora talvez inconsciente, e a valores (individuais e sociais)
de uma época.

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Processo criativo-improvisação

O processo criativo é o processo de estruturação de um pensamento com o


objetivo de exercer a criatividade em benefício de alguma atividade necessária.
Em seguida, apresentamos um exercício do Professor Eduardo Lopes com um exemplo
de estruturação criativa:
É importante a disposição dos participantes fica em círculo para visualizar e exercitar a
ideia de grupo.
O coordenador deverá fica no centro para a acompanhar e facilitar o processo,
conseguindo desta forma a auxiliar o grupo.

Exemplo:

Os recursos e materiais utilizados podem ser instrumentos musicais de percussão ou


objetos comuns como caneta, lápis ou palmas.
Apresentamos a atividade ao grupo e informamos que se trata de uma improvisação
rítmica, da mesma forma como ocorre no dia a dia.
Inicia-se com a apresentação com uma pulsação regular de aproximadamente (60 BPM)
por um tempo.
O tempo pode ser ajustado constantemente a necessidade do grupo ou dificuldade
individual o objetivo é todos sentirem-se confortáveis e estáveis em relação á pulsação.
Apresenta-se um padrão rítmico e o grupo deve repetir o modelo apresentado pelo
coordenador.

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Nesse momento, trabalhamos a audição de si e do outro com o objetivo de buscar
simultaneidade entre os membros. Podemos fazer pela seguinte ordem como está no
exemplo:

Após a primeira experiência realiza-se um processamento que inclui noções individuais,


do grupo e do coordenador.
Mantendo a pulsação anterior, inicia-se um ciclo em que o primeiro faz sete batidas, o
segundo seis, e assim sucessivamente até passar por todos os participantes.
A disposição dos participantes em círculo possibilita o contato visual entre todos que é
importante para reforçar a escuta de si e do outro, e facilita a interação e integração
entre os participantes, necessária também para o desenvolvimento das habilidades
sociais. A atividade deve iniciar-se com a apresentação de um padrão rítmico simples
adaptando uma pulsação confortável. O Grupo assim sente-se capaz de realizar a tarefa
de maneira satisfatória.
A escuta ativa envolve, dentre outras, áreas cerebrais da memória de trabalho, atenção,
audição espacial. O ritmo parece ser a chave pelo qual a música passa pela habilidade de
escuta e linguagem. A consciência rítmica fortalece a capacidade de compreensão de
frases em contextos de ruído.

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Vantagens da improvisação individual e em grupo (rítmica) para a aprendizagem
do instrumento

A improvisação pode ser a maneira mais fácil e a mais profunda para comunicar.
A atividade de improvisar integra um processo de desenvolvimento musical e pode ser
um sinónimo de jogo, alegria, entretenimento, e também de exploração e curiosidade.
Na improvisação rítmica escutar é um processo extremamente importante que
ativa elevado teor mental que requer atenção para dar sentido à comunicação verbal
do interlocutor e criar com ele uma relação dinâmica de entendimento.
Escutar requer mais sensibilidade, atenção e perceção. A habilidade pessoal e
profissional, envolvendo técnica e didática, pois não é raro encontrar músicos
extremamente proficientes, mas sem o devido cuidado para com as questões do ensino.
Não se podendo assim deixar de mencionar a capacidade pessoal, no âmbito habilidades
sociais (cognição) e ética. Motivação é um impulso que faz com que as pessoas ajam
para atingir seus objetivos. A vontade, disposição, compromisso e responsabilidade do
aluno para aprender, são especto de estrema importância para aprender.
Nesta circunstância a improvisação rítmica pode auxiliar o aluno nos seguintes aspetos:
- Motor: o treino do instrumento musical possibilita ativar várias áreas cerebrais,
principalmente a visual com a prática de leitura e notação musical acompanhando os
movimentos realizados para a execução do movimento;
- Audição: para se ouvir o resultado sonoro;
- Tato: proveniente do contato físico com o instrumento;
- Motricidade: os movimentos dos dedos e músculos faciais para instrumentos de sopro,
motricidade ampla que permite o equilíbrio de tronco, postura, tônus muscular
adequado, movimento dos membros superiores, coordenação motora.
- Cognitivo: consideramos a sensação, a perceção e interpretação do som, bem como a
atenção e a memória (melódica, rítmica, motora dentre outras). Mais aspetos relevantes
da cognição é a habilidade social para o estabelecimento do vínculo, importante
elemento na relação do professor-aluno.
- Emocional: todas as ações estão permeadas por fatores emocionais.
A prática da improvisação rítmica e consciencialização das suas questões cognitivas,
pode trazer vários benefícios em auxilia o estudante a tomar consciência e procurar
recursos internos para resolver essas questões.
Compreender o processo de uma forma mais coordenada a enfrentar esses desafios que,
muitas vezes dividem a atenção com o objetivo principal do estudo. Sendo assim

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minimizar a desatenção extramusicais é possível fazer uma interpretação mais musical,
livre, espontânea em relação com o instrumento.

Conclusão

O ritmo e a música estão presentes na vida do ser humano desde o seu nascimento, na
cultura dos povos, na dança e também nas brincadeiras. Ela ajuda a desenvolver os
movimentos, a linguagem, a sociabilidade, além de trazer calma.
Favorece o estímulo rítmico, que desenvolve uma linguagem corporal para expressar a
música que ouve.
Podemos através de a música encurtar o caminho e facilitar o desenvolvimento das
crianças, além de sociabilizas mais facilmente, ajudando a respeitar os outros que com
ela convivem.
Pode-se concluir através deste estudo que o ritmo tem um objetivo em ser utilizado para
facilitar o desenvolvimento do ser humano, sendo utilizada corretamente e estimulando.

Referências bibliográficas
Lopes, E. (2017). Tópicos de pesquisa para a aprendizagem do instrumento musical:
research themes for the learning of musical instruments. Goiânia: Kelps.

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