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A Psicologia e a Aprendizagem

Márcia Gomes Eleutério da Luz


Autor

Introdução
 Caro (a) Aluno (a) neste material, destacaremos as contribuições da Psicologia, ao
longo dos anos, para a aprendizagem humana, ou seja, compreenderemos os
aspectos que envolvem esse processo tão complexo que é o de ensino e
aprendizagem. Apresentaremos os principais autores que trabalharam e trabalham
com essa temática, além das possíveis estratégias metodológicas que o educador
pode utilizar ao lidar com seus alunos em sala de aula, a fim de favorecer o
processo de ensino e aprendizagem.

Objetivos de Aprendizagem

Compreender as contribuições da Psicologia ao longo dos anos.

Apresentar os principais autores que trabalharam e trabalham com essa


temática.
A psicologia da aprendizagem e sua
evolução histórica
A importância da aprendizagem para os seres vivos depende muito da espécie.
Para animais inferiores, comportamentos aprendidos se referem apenas a uma
parcela pequena das reações do organismo (vale relembrarmos do exemplo citado
na Unidade II, sobre o cavalo Hans). A aprendizagem para eles é lenta, tendo em
vista que não possui grande importância. Um exemplo disso, caro(a) estudante, são
os protozoários que nascem com o organismo basicamente desenvolvido. Os
animais não possuem infância e suas capacidades de respostas inatas é o
suficiente para que vivam a vida toda.

Com o passar do tempo, se pensarmos em uma escala evolutiva, à medida que se


ascende na escala animal, a importância e capacidade de aprender aumentam e
os comportamentos inatos e/ou instintivos diminuem. Dentre todos os animais, o ser
humano é o que menos possui reações fixas, invariáveis e inatas (CAMPOS, 2005).
Seu período de infância é mais longo e tem maior capacidade de aproveitar-se das
experiências passadas. Quase todas as suas reações são baseadas em respostas
adquiridas, ou seja, aprendidas. No homem, a vida se inicia até mesmo antes do
nascimento e se estende até a morte. Estudos mostram que é possível observar
reações condicionadas (aprendidas) em fetos.
FIGURA 1 Vida antes do nascimento.
FONTE: Subbotina, 123RF.

Logo que nasce, a criança conhece o cheiro e a voz da mãe. Com alguns dias,
aprende que ao chorar sua mãe vem ao seu encontro. No primeiro ano, acostuma-
se com objetos e pessoas que fazem parte de seu mundo. Aos cinco e seis anos, vai
à escola e inicia a aprendizagem dirigida, adquire costumes, hábitos e assim
sucessivamente. A aprendizagem, obtida ao longo da vida, propicia ao homem se
ajustar ao seu ambiente físico e social, ou seja, viver melhor. Cada pessoa é o que é
pela aprendizagem que adquiriu ao longo de sua vida. E em novas necessidades de
ajustamentos, poderá aprender adequando seus comportamentos a novos
padrões.

Saiba mais!
Desde o início da gestação, o bebê é afetado pelo humor e
sentimentos da mãe, uma vez que está exposto aos mesmos
hormônios que ela. Diante de inúmeros ruídos, como o batimento do
coração da mãe, os borbulhos do intestino, os ruídos vindos de fora, o
som que predomina é a voz da mãe, pois alcança os seus ouvidos por
dois canais distintos: vindo de fora (propagada pelo ar) e transmitido
pelo próprio corpo da mãe, por meio de suas cordas vocais. Quando
ele nasce, o som que mais o acalma é o que ouviu ao longo dos nove
meses que permaneceu no ventre.

Assista o vídeo:

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Ao longo dos séculos, caro(a) aluno(a), o homem aproveitou das experiências e


descobertas de gerações anteriores e também ofereceu contribuições para
gerações posteriores. Isso só foi possível por conta da capacidade de
aprendizagem dos seres humanos. Os costumes, linguagens, religiões, leis e
instituições sociais têm contribuído para que o homem se perpetue e se
desenvolva. Isso é observável nas realizações dos cirurgiões, engenheiros, artistas
etc. Pensamentos dos filósofos e decisões dos estadistas são nitidamente
percebidos nas invenções da ciência, por exemplo. O comportamento dos povos,
seus valores, crenças e tradições são adquiridos por meio da aprendizagem.

Caro(a) acadêmico(a), as atividades a serem aprendidas, que são impostas pelos


seres humanos, como ler, somar, escovar os dentes, multiplicar etc, não são
aprendidas naturalmente. Se quisermos compreender melhor os comportamentos,
interesses e ideais, ou seja, as habilidades que caracterizam o ser humano, é
imprescindível compreender o processo de aprendizagem, uma vez que ele e a
maturação são as duas maiores influências que interferem no comportamento
humano.

Desde a Antiguidade, pensadores e filósofos se preocuparam com os fenômenos da


aprendizagem do tipo “ideativo” e “verbal”. A noção de aprender se confundia com
a ação de fixar seus nomes, captar ideias, retê-las e evocá-las. Isso seria, conhecer
e aprender. 
Concepções de aprendizagem na
Antiguidade
Sócrates: o conhecimento, para ele, já preexistia no espírito e a aprendizagem
seria o despertar desses conhecimentos inatos que estavam adormecidos. O
método que ele chamou de “maiêutica” é que disciplinaria o espírito e
desvendaria as verdades universais.

Platão: criou uma teoria dualista, na qual o corpo era visto separado da alma.
Foi discípulo de Sócrates, mas reelaborou suas ideias, com sua doutrina da
“reminiscências”. Para ele, a alma estava sujeita à metempsicose e
armazenava lembranças da encarnação anterior que, por meio da
percepção, voltavam à consciência. Assim, considerava que a aprendizagem
era uma reminiscência.

Aristóteles: apresentou um ponto de vista científico. Para ele, todo


conhecimento iniciava pelos sentidos. Ele negou a preexistência das ideias de
um espírito. Lançou o pensamento intuitivo. Usou o método dedutivo e indutivo
para aplicar, em suas experiências, observações e hipóteses. Organizou a
teoria da associação de contraste e contiguidade. Afirmou que nada poderia
estar na inteligência se não tivesse primeiro passado pelos sentidos.

Santo Agostinho: reviveu o método indutivo. Adotou a introspecção a fim de


registrar suas experiências mentais e criou a teoria das faculdades mentais.

Santo Tomás de Aquino: diferenciou as verdades científicas das religiosas.


Para ele, o principal agente do aprendiz é a atividade que ele aprende.
Compreendia a aprendizagem como um processo autoativo, inteligente e
dinâmico.

Juan Luis Vives: permaneceu enfatizando os métodos indutivos em Filosofia e


Psicologia. Vale destacar que ideias como as de Juan e Santo Tomás foram
exceções no contexto em que viveram. A ênfase da educação era voltada
para a teoria e Teologia. Havia somente a explicação das ideias,
pensamentos, memória dialética e verbal (CAMPOS, 2005).

Concepções de aprendizagem na
Modernidade:
Copérnico, Bacon, Galileu, Descartes, Locke, entre outros pioneiros, que lançaram os
fundamentos da ciência moderna, voltaram a utilizar o método indutivo de
Aristóteles, priorizando provas experimentais e evidências empíricas, a fim de
compreender as generalizações sobre o homem e a natureza. Locke, Bacon e
Descartes propiciaram uma nova crença no conhecimento, baseada na senso-
percepção e raciocínio lógico. Dessa forma, o método de análise científico e
predição de eventos foi estabelecido, necessitando da observação e
experimentação, bem como medida e classificação da experiência. É nesse clima
de avanço científico que vão surgindo as concepções modernas de aprendizagem.

Locke: autor do século XVII, resgata o princípio de Aristóteles de que nada está na
inteligência sem ter antes passado pelos sentidos. Se posiciona contrário às ideias
inatas de Platão e defende que o espírito seria uma “tábula rasa”. Se opõe a ideia de
“disciplina formal”, ou de que o espírito se formaria somente por exercícios de sua
faculdade. Aceitou a transferência e generalização dos conhecimentos. Suas ideias
tiveram grande repercussão na área da educação na Alemanha, Estados Unidos e 
Inglaterra. Foi considerado precursor de Frobel, Pestalozzi e Comenius. Muitas de
suas ideias foram sistematizadas posteriormente por Herbart.

Herbart (1776-1841): estudou a “apercepção” e os passos formais de ensino


(preparação, apresentação, associação, sistematização e aplicação). Considerou a
educação como sendo fundamental no desenvolvimento humano. Era influenciado
pelas ideias intelectualistas dos gregos e medievais, ou seja, educação pela
instrução. Sua influência foi muito grande e continua sendo até os dias atuais. Ainda
no século passado, a Pedagogia se apropriou do chamado “método intuitivo” de
ensino e “lições de coisas”.

Lloyd Morgan: formulou sua teoria de ensaio e erro. Em vez de treino intelectual ou
ideias advindas da impressão das coisas, como imagens, sensações, ideias, juízos,
raciocínio e generalizações, começou a admitir as ações (comportamentos) como
base da aprendizagem.

Dentre as contribuições brasileiras, podemos citar Rui Barbosa pelo livro Lições de
coisas, que refletiu sobre o “método intuitivo” e ideias de seus “Pareceres” sobre o
ensino, apresentados na Câmara dos Deputados, no ano de 1882. Além dos citados
anteriormente, podemos destacar as contribuições de Dewey, Piaget, Pavlov,
Watson, Lewin, Freud, Adler, Jung, Sarte, Skinner, Bruner, dentre muitos outros.

Classes de comportamentos e aprendizagem


Caro(a) estudante, tendo em vista a caracterização da aprendizagem, torna-se
importante fazer uma breve apresentação de suas diferentes classes, a fim de
distinguir fatores genéticos ou hereditários da experiência do desenvolvimento do
comportamento.
FIGURA 2 Aprendizagem
FONTE: Lightwise, 123RF.

As classes de comportamentos que diferem da aprendizagem são:

Reflexos: comportamentos ou respostas específicas a determinados


estímulos. Peculiares a cada espécie e, dessa forma, advindos de fatores
genéticos.

Instintos: enquanto o reflexo é um comportamento simples, o instinto é um


processo complexo que se desenvolve sem os benefícios da aprendizagem.
Não depende, de forma geral, de um receptor específico e envolve grande
parte dos efetores de todo o corpo. Revela pouca variabilidade ou
possibilidade de aprendizagem.

Estampagem: nessa categoria, a aprendizagem é mínima. O comportamento


resultante é fixado pela ligação entre um padrão complexo de
comportamento e um estímulo presente. Se trata de um tipo de
aprendizagem especial e limitado. Exemplo:
[...] Quando uma ave sai do ovo, o primeiro objeto que vê, torna-
se normalmente um de seus pais. O patinho vendo uma
galinha, desde que saiu da casca, passará a segui-la, como
sua mãe. Nas primeiras 24 horas da cria, esta visão tem um
efeito durável e é muito importante para algumas espécies,
como determinante do comportamento na maturidade
(CAMPOS,  2005, p. 23).

Na estampagem, a primeira experiência com uma situação é a mais importante. É


um fenômeno característico das aves, mas pode aparecer em mamíferos também.
Esse fenômeno tem sido pesquisado ao longo dos anos.

Primeira experiência: não pode ser considerada como sendo aprendida


porque nunca ocorreu. É definida como estimulação de um órgão do sentido,
combinações e sequências de estímulos que afetam o organismo. Essas
estimulações sensoriais do meio são necessárias para a manutenção de
estruturas neurais, que seriam degeneradas caso não ocorressem, afetando o
desenvolvimento normal do organismo. Essa falta de estimulação restringe a
capacidade seguinte de aprendizagem.

A aprendizagem, para Campos (2005), é compreendida como uma classe de


comportamentos que modificam de forma sistemática a conduta, por meio da
repetição de uma mesma situação.

Caro(a) aluno(a), todos os comportamentos, sejam eles aprendidos ou não, são de


extrema importância para o desenvolvido dos seres vivos. Os comportamentos
instintivos e reflexos não exigem experiência prévia, no entanto a percepção,
motivação normal e inteligência exigem primeiras experiências em condições
normais. Sendo assim, o comportamento inato e o superior estão sujeitos às
primeiras experiências, que dependem também da hereditariedade e de processos
de crescimento, receptores da pele, ouvidos, olhos e sistema nervoso por meio dos
quais ocorre a aprendizagem.

Teorias da aprendizagem
Existem várias teorias da aprendizagem que poderiam ser genericamente
condensadas em duas categorias: “cognitivista” e do “condicionamento”. As teorias
do condicionamento compreendem a aprendizagem por suas consequências
comportamentais e frisam as condições do ambiente como força que interfere na
aprendizagem, pois há uma conexão entre o “estímulo” e a “resposta”. Após a
instalação da aprendizagem, estímulo e resposta estão tão unidos que, ao
aparecimento do estímulo, a resposta já aparece. Já a teoria cognitivista
compreende a aprendizagem como um processo de relação entre o mundo interno
e externo do indivíduo. A aprendizagem é vista como um elemento advindo do
mundo e que se acumula em forma de riqueza de conteúdos cognitivos. Estamos
falando de organização de informações e integração do material por meio da
estrutura cognitiva. O sujeito adquire novas ações para conseguir ser inserido em
seu meio (BOCK, et al., 2002).

FIGURA 3 Aprendizagem
FONTE: Estrutura cognitiva

Caro(a) aluno(a), a seguir vamos conhecer as três principais controvérsias que


existem entre as diferentes teorias. A primeira se refere a “como” e “o que” é
aprendido. Para os teóricos cognitivistas, aprendemos pela relação que
construímos entre as ideias (conceitos) e pela abstração de nossas experiências; já
para os teóricos do condicionamento, aprendemos por meio da prática da
associação entre um estímulo e uma resposta.

A segunda controvérsia é como um comportamento aprendido é mantido. Nesse


sentido, para os cognitivistas, o que mantém nossos comportamentos são nossos
processos cerebrais centrais, como a memória e atenção, que são integradores de
nossos comportamentos. Por sua vez, os teóricos do condicionamento
compreendem que o comportamento é mantido pela sequência da resposta, ou
melhor, uma sequência de respostas, por exemplo, quando queremos abrir uma
porta, primeiramente pegamos uma chave, em seguida colocamos na fechadura,
após esse processo, giramos a chave, colocamos a mão na maçaneta,
dispensamos certa quantidade de força física até que ela se abra. São essas
diversas respostas - quando bem-sucedidas - que fazem com que a próxima
etapa seja reforçada, até que o objetivo do comportamento seja atingido. 

A terceira controvérsia mencionada é a forma como resolvemos uma futura


situação-problema, ou seja, como transferimos a aprendizagem. Para os
cognitivistas, só seremos capazes de resolver um problema se “este for
apresentado de uma forma, mas não de outra, mesmo que ambas as formas
requeiram as mesmas experiências passadas para serem solucionadas”. (BOCK, et
al.,  2002, p. 116). É necessário, então, uma estrutura perceptual que possibilita o
insight, ou seja, a compreensão interna do processo. Por exemplo, o insight ocorre
quando estamos montando um quebra-cabeça e percebemos que uma peça se
encaixa, sem termos feito tentativas anteriores. Para os teóricos do
condicionamento, evocamos experiências anteriores apropriadas para o novo
problema e respondemos com base nos elementos que o problema tem em
comum com os aprendidos anteriormente, exemplo: se uma criança aprende dar
laços nos calçados, saberá dar laços em presentes, cabelo, vestido etc.

A Aprendizagem Cognitivista
Caro(a) aluno(a), a aprendizagem cognitivista é aquela em que predominam os
elementos de natureza intelectual, como a memória, a percepção, raciocínio etc. A
seguir, veremos alguns conceitos básicos e imprescindíveis para a aprendizagem
intelectual.

Percepção: é a forma como a pessoa interpreta os estímulos do ambiente,


usando suas experiências, vivências anteriores e necessidades imediatas. Os
órgãos do sentido e atividade mental são essenciais nesse processo. A
percepção leva à aquisição de conhecimentos específicos a respeito de
pessoas, fatos e objetos por meio da estimulação sensorial. A percepção é a
consciência da sensação. As impressões sensoriais não resultam na
percepção, antes disso o sujeito recebe, organiza e interpreta as experiências
sensório-perceptivas.

Atenção: ela faz com que, entre vários estímulos, o sujeito selecione e perceba
somente alguns. Dentre os fatores responsáveis pela atenção estão: novidade,
intensidade do estímulo, subitaneidade da mudança, relevância para as
necessidades do sujeito etc.
Memória: embora a aprendizagem não seja somente memorização, sem ela
o aprendiz não fixa, retém, evoca e nem mesmo reconhece a aprendizagem.
Ela é um dos fatores que contribui para o exercício das funções do raciocínio e
generalização. Uma pessoa não consegue compreender uma determinada
situação se não tiver antes armazenado imagens relacionadas à essa
situação e sem que, posteriormente, consiga evocá-las e associá-las com
outras imagens atuais (CAMPOS, 2005).

Cognição: segundo Bock et al. (2002, p. 117), a cognição é o

[...] processo através do qual o mundo de significados tem


origem. À medida que o ser se situa no mundo, estabelece
relações de significação, isto é, atribui significados à realidade
em que se encontra. Esses significados não são entidades
estáticas, mas pontos de partida para a atribuição de outros
significados. Tem origem, então, a estrutura cognitiva (os
primeiros significados), constituindo-se nos “pontos básicos de
ancoragem” dos quais derivam outros significados.

Por exemplo, quando precisamos ensinar à criança a noção de


sociedade, podemos levá-la a dar uma volta no quarteirão e
observar com ela tudo o que lá existe. A criança atribuirá
significados aos elementos dessa experiência e poderá,
posteriormente, compreender a sociedade.

A aprendizagem cognitivista se divide em aprendizagem mecânica e


aprendizagem significativa. A aprendizagem mecânica se refere àquelas novas
informações com pouca associação a conceitos já existentes na estrutura cognitiva
do sujeito. Nesse caso, o conhecimento adquirido fica distribuído na estrutura
cognitiva sem se associar a outros conceitos específicos. Um exemplo disso é
quando uma pessoa decora um poema em francês sem dominar o dialeto, logo:
ela sabe recitá-lo, mas não compreende o que é dito.

A aprendizagem significativa ocorre quando um novo conceito (informações ou


ideias) se relaciona com conceitos importantes e disponíveis na estrutura cognitiva
e, por isso, é assimilado por ela. Esses conceitos são considerados pontos de
ancoragem, ou seja, constituem “links” para a nova aprendizagem. Os pontos de
ancoragem são formados com o incorporação dos elementos (ideias e
informações) à estrutura cognitiva, a fim de constituir novos conhecimentos e se
generalizar, transformando-se em novos conceitos.
[...] Por exemplo, crianças pequenas podem, inicialmente, ter 
contato com sementinhas que, plantadas num canteiro,
surgem como folhinhas; ter contato com animais, que geram
novos animais; e ainda ter contato com as pedras e a areia da
rua. Esses contatos podem ser explorados até que as crianças
tenham condições cognitivas de perceber as diferenças entre
os seres, e assim, adquirir as noções de seres vivo - vegetais e
animais - e seres inanimados. A partir da aquisição destas
noções básicas, as crianças estarão aptas a aprender outros
conteúdos e a diferenciar e categorizar os diferentes seres.
Podemos, então, dizer que as noções de seres vivos e não- vivos
são pontos de ancoragem para outros conhecimentos (BOCK,
et al., 2002, p. 118).

O processo de ancoragem não ocorre somente em crianças, mas em pessoas de


todas as faixas etárias que estiverem aprendendo algo novo. Não necessariamente
conteúdos acadêmicos, mas qualquer tipo de aprendizagem. 

Aprendizagem de condicionamento
Todos os nossos comportamentos representam meios para fins específicos, ou seja,
realizados com um determinado propósito. Estudamos para obter boas notas,
compramos alimentos para saciar nossa fome, trabalhamos para receber
recompensas financeiras e assim por diante.

Aprendemos ao longo de nossa vida que, com base na forma como nos
comportamos, podemos ser recompensados ou punidos. Um certo comportamento
leva a um certo desfecho particular. A esse tipo de aprendizagem chamamos de
“Comportamento instrumental” ou “Comportamento operante”.

F. Skinner, criador do termo, considerou a nomenclatura adequada por expressar a


ideia de que os seres vivos agem sobre seus ambientes para produzirem efeitos
(GAZZANIGA et al., 2018). Nesse sentido,

O comportamento operante é o processo de aprendizagem em


que as consequências de uma ação determinam a
probabilidade de ela ser repetida. Assim, no condicionamento
operante, o ser humano ou animal faz associações entre
eventos que pode controlar. Em contraste, no condicionamento
clássico, faz-se associação entre acontecimentos que não
podem ser controlados (GAZZANIGA et al., 2018, p. 240).
O reforço incentiva o comportamento, ou seja, as consequências determinam a
probabilidade de o comportamento ocorrer ou não. Nessa abordagem, “a
aprendizagem ocorre em resposta ao reforço contínuo e reforço parcial”
(GAZZANIGA et al., 2018, p. 261).

Skinner serve como referência até hoje para todos os pesquisadores que estudam o
“Comportamento operante”. Caro(a) aluno(a), você deve se lembrar que, na
Unidade II, estudamos brevemente sobre o experimento que esse autor
desenvolveu: a  “Caixa de Skinner”, por meio da qual ele ensinou um rato a
pressionar uma alavanca toda vez que queria beber água. Esse estudo realizado
com camundongos foi um marco na vida do pesquisador, uma vez que foi a partir
dele que desenvolveu toda a sua teoria.

Para que o comportamento seja aprendido e mantido, não é necessário que o


reforço seja contínuo. Estudos mostram que, um comportamento que é reforçado
somente ocasionalmente pode ter mais eficácia, no que diz respeito à
aprendizagem, do que aquele que é frequentemente reforçado. Podemos
exemplificar: como seria o mundo se os jogadores de pôquer, após terem perdido
uma partida, nunca mais jogassem? Ou se pescadores nunca mais pescassem,
caso perdessem uma boa presa? Ou se operadores de telemarketing nunca mais
ligassem para os cliente, na primeira vez em que o telefone fosse desligado
enquanto estava falando? Sendo assim, o que determina a aprendizagem não é
somente a frequência do reforço, mas outras variáveis, tais como: intensidade, tipos
de reforço etc (FELDMAN, 2015).

Teorias de ensino
Após as contribuições de autores que desenvolveram teorias sobre a
aprendizagem, foram criadas algumas teorias de ensino. Tais teorias buscavam
discutir e sistematizar o processo de ensino e aprendizagem. Dentre os inúmeros
autores, podemos destacar Jerome Bruner. Ele concebeu o processo de ensino e
aprendizagem como captar as relações entre os fatos, ou seja, adquirindo novos
conhecimentos, transformando-os e transportando para outras situações. Para ele,
caro(a) acadêmico(a), o ensino envolve a organização da matéria a ser aprendida
de maneira eficaz e significativa para o educando. Nesse ponto de vista, o professor
deveria se preocupar não somente com a matéria, mas essencialmente com a
estrutura (BOCK et al., 2002).

Para esta teoria, a aprendizagem deve possibilitar que o aprendiz domine a


“estrutura da matéria” a ser estudada, isto é, a natureza geral do fenômeno, ideias
gerais, essenciais e elementares. É preciso uma atitude de investigação. O método
utilizado, para ele, seria o “método de descoberta”, perguntando, investigando,
experimentando e descobrindo. O erro é visto como instrutivo. O professor deve
reconstruir o caminho do erro e, a partir dele, encontrar a resposta correta por meio
do raciocínio. Deve utilizar uma linguagem acessível ao aluno.

FIGURA 4 Método de descoberta


FONTE: Rabia Elif Aksoy, 123RF.

Diversas outras teorias voltadas a compreender como o processo de ensino


ocorrem foram desenvolvidas ao longo dos anos. Um tema que continua sendo
importante para essas teorias é a motivação. Caro(a) estudante, podemos
considerar que a motivação é tanto a facilidade como a dificuldade para aprender,
também é responsável pelo sucesso ou o fracasso dos professores para ensinar
algo aos alunos. O estudo da motivação considera três variáveis nesse processo: o
ambiente; as forças internas do sujeito, como desejo, necessidade, interesse,
impulso etc, e o objeto de desejo, aquele que atrai o sujeito, por se tratar de fonte de
satisfação das forças internas. Desse modo, a motivação é compreendida como
um processo que relaciona necessidade, ambiente e objeto. Além disso, predispõe o
organismo para uma ação em busca do objeto de satisfação de suas
necessidades.

A motivação está presente em todas as áreas de nossas vidas. Na área da


educação especificamente, a preocupação maior está em criar condições para
que o aluno esteja motivado a aprender. Não é algo fácil, é um duplo desafio:
despertar uma necessidade no aluno e oferecer o objeto de satisfação de sua
necessidade. Então, como isso seria possível, caro(a) aluno(a)? Primeiro: deve-se
favorecer a descoberta do aluno, desafiá-lo a aprender é uma forma de motivá-lo.
Segundo: é preciso despertar o interesse pela investigação, por exemplo: o aluno
pode ser motivado a investigar aspectos de sua vida cotidiana, fazer observações
sobre o mundo físico e social que o cerca. Terceiro: é fundamental usar uma
linguagem acessível, que ele compreenda. Quarto: as atividades devem ter um
grau de complexidade para seu nível de aprendizagem, conteúdos muito fáceis ou
muito difíceis são desmotivadores. Quinto: por fim, também é necessário favorecer
meios para que o aluno compreenda a utilidade do que está aprendendo é
fundamental, ou seja, como ele pode aplicar os conteúdos aprendidos em sua vida
cotidiana.

Teorias contemporâneas
Caro(a) aluno(a), a seguir estudaremos as principais teorias e pensadores
contemporâneos. Vamos começar?

Lev Vigotski
Lev Vigotski nasceu em 1896, na Rússia. Desde muito cedo teve uma riqueza
intelectual muito significativa. Passou praticamente toda a sua vida questionando
sobre o homem e a sua cultura. Em 1914, estudou medicina e direito. Cursou ainda
Psicologia, Literatura, Filosofia e História. Suas inquietações diante da aprendizagem
e da construção do conhecimento perpassavam a cultura, como sendo adquirida
por meio das relações sociais. Por isso, buscou entender melhor as relações
históricas sociais, a fim de comprovar que o desenvolvimento do homem se dá por
meio do conhecimento adquirido nas relações humanas.

Diante disso, Vigotski criou uma teoria do desenvolvimento da inteligência,


compreendendo que o homem só se faz homem por meio das relações e que a
inteligência é sempre intermediada. Sua teoria foi desenvolvida no início do século e
hoje, mais de 70 anos após sua morte, Vigostski ainda é reconhecido por suas
contribuições para a Educação e para a Psicologia. Caro(a) acadêmico, veremos
alguns pontos de sua concepção a seguir.

Os fenômenos devem ser estudados na perspectiva de que estão em


constante movimento e transformação.

A história dos fenômenos é marcada por mudanças quantitativas e


qualitativas.

As mudanças na vida do homem ocorrem por influência das mudanças de


vida material e na sociedade.
O sistema de signos (escrita, linguagem, números) é pensado como
instrumentos que foram criados pela sociedade. Esse sistema muda o nível de
desenvolvimento e a forma social da humanidade. As mudanças ocorridas
em todos nós têm raizes na sociedade e cultura.

Para Vigostski, a educação ocorre por meio das relações interpessoais. A relação do
sujeito com o mundo é mediada pelo outro. É impossível pensar acerca do mundo
sem o outro, o qual fornece os significados para que seja possível pensar o mundo
a nossa volta. O desenvolvimento do homem é um processo em que inclui a
maturação do sujeito, contato com cultura e relações sociais que permitem a
aprendizagem. O outro é aquele que nos orienta no processo de apropriação da
cultura. Sendo assim, o desenvolvimento ocorre de fora para dentro.

De acordo com Vigostski, a criança inicia sua aprendizagem muito antes de ir à


escola. Desde muito cedo já está exposta ao contato com o outro e a sua cultura.
Ela aprende falar, andar e vai se comportando com base nas necessidades e
possibilidades que possui. Nesse processo, o outro lhe diz o que fazer, nomeia os
objetos, explica o mundo, ou seja, é seu intérprete do mundo.

A escola é um espaço privilegiado, uma vez que o contato com a cultura é realizado
de forma sistematizada, intencional e planejada. Professores e colegas servem de
mediadores da cultura, o que propicia um grande avanço no desenvolvimento da
criança. O contato com a escrita e com as operações matemáticas oferecem a
base para o desenvolvimento dos processos internos e complexos do pensamento
do aprendiz.

A partir desta concepção, Vigostski construiu o conceito de Zona de


desenvolvimento proximal, ao se referir às potencialidades das crianças que
podem e devem ser desenvolvidas por meio de um ensinamento sistematizado. A
Zona de desenvolvimento proximal é o espaço entre o nível de desenvolvimento real
da criança, que se determina por meio da solução de problemas sem ajuda de um
adulto, e a gama de possibilidades de resolver o problema com a ajuda de um
adulto ou de colegas. Esse conceito auxilia na compreensão acerca do nível de
desenvolvimento dinâmico da criança e importância do trabalho em conjunto.
FIGURA 5 Trabalho em conjunto
FONTE: Dolgachov, 123RF.

Vigotski acreditava que a escola deveria considerar as habilidades próprias do


aluno, a fim de potencializar o seu desenvolvimento. Um bom ensino deveria ser
aquele estimulado pelo contato com os colegas que já aprenderam determinado
conteúdo.

Atenção!
A mediação do professor, buscando estimular o desenvolvimento do
aluno, é essencial para o processo de ensino e aprendizagem. Uma
escola que favorece essa troca de experiências e vivências, colabora
para que o seu aluno se torne um adulto autônomo, capaz de ser
responsável em suas ações e de saber agir no mundo de forma ética,
humanizada e mais feliz.
A escola deveria se tornar um espaço que privilegia o contato social entre os seus
integrantes, favorecendo para que se tornem mediadores da cultura. Para Vigotski,
o professor deveria ser uma figura fundamental, que planeja as atividades a serem
desenvolvidas, a fim de favorecer a interação entre todos. Os colegas de classe
deveriam ser parceiros importantes e a escola um local de construção humana
(BOCK et al., 2002).

Jean Piaget 
Jean Piaget nasceu na Suíça, em 1896. Sempre foi uma criança precoce, desde os 7
anos de idade já demonstrava interesse por questões científicas.

Os apontamentos biográficos referidos por John H. Flavell (1975)


falam do trabalho de Piaget, aos 11 anos de idade, como
assistente do diretor do museu de história natural de Neuchâtel,
sua cidade natal. Antes dos 21 anos de idade já havia publicado
aproximadamente 25 trabalhos sobre moluscos e temas
zoológicos, frutos da forte influência do malacologista -
especialista em moluscos - de quem era assistente (AZENHA,
2000, p. 8).

Estudou na Universidade de Neuchâtel, licenciou-se em 1915 e concluiu o doutorado


em Ciências naturais no ano de 1918.

Não eram apenas os temas biológicos que chamavam a


atenção de Piaget durante a adolescência. As questões e
problemas de caráter religioso levavam-nos a procurar
respostas na filosofia e a leitura de Bergson. A evolução
criadora, exerceu grande influência sobre sua formação
intelectual. A identificação da idéia de Deus à idéia de vida dá à
biologia uma nova dimensão: como ciência da vida, pode ter as
chaves para a explicação de todas as coisas.

A principal questão que a biologia  poderia ajudar a resolver


seria a epistemológica, isto é, o problema do conhecimento.
Este é o ponto crucial das preocupações piagetianas. Explicar a
forma pela qual o homem atinge o conhecimento, o que o
distingue fundamentalmente de outras espécies vivas,
dotando-o de extrema especificidade, é um denso e
complicado problema a que Piaget dedica-se com afinco
(AZENHA, 2000, p. 8).
Piaget produziu muitas obras entre os anos de 1918 e 1980. Buscou discorrer sobre as
mudanças e transformações ocorridas ao longo dos anos no desenvolvimento
intelectual, sua teoria foi chamada de Construtivista. Para ele, o processo das
transformações cognitivas ocorrem com um processo geral de equilibração do
desenvolvimento cognitivo como um todo. Ele trouxe, em sua teoria, a ideia de que
já existe uma organização própria dos indivíduos da experiência, uma organização
que submete os estímulos do ambiente à atividade interna do homem. 

FIGURA 6 Estímulos do ambiente


FONTE: Sergey Nivens, 123RF.

O sujeito traz consigo estruturas geneticamente herdadas, que influenciam o


funcionamento intelectual, ou seja, uma forma de interação com o ambiente que o
leva a construir um conjunto de significados. As interações estabelecidas entre ele e
o meio permitirão a organização dos significados em estruturas cognitivas. No
decorrer da vida, o sujeito se depara com inúmeros modos de organização de
significados, acarretando em diferentes estágios de desenvolvimento. A cada
estágio conquistado, ele terá suas estruturas cognitivas diferenciadas, o que
permitirá formas diferentes de interação com o meio.
O autor usou o “modelo biológico” para a construção de sua teoria. Nesse modelo, o
homem é regido pela busca do equilíbrio entre as agressões e/ou restrições
impostas pelo meio, para a satisfação das necessidades físicas e fisiológicas
básicas de sobrevivência. Nessa relação, é possível que o homem tenha condutas
eficazes para atender às suas necessidades. Essa “adaptação”, que envolve
assimilação e acomodação, é o que permite ao sujeito não somente transformar o
assimilado, mas também ajustar a acomodação aos elementos incorporados.

Para Piaget, a inteligência é uma adaptação/assimilação, uma vez que incorpora


dados da experiência do sujeito e, também, acomodação, pois o indivíduo modifica
estruturas mentais, a fim de incorporar novos elementos da experiência. Nesse
sentido, o desenvolvimento da inteligência é resultado da construção de um
equilíbrio entre assimilação e acomodação. No decorrer desse processo, a
inteligência apresenta estágios que caracterizam as possibilidades de relação com
o ambiente. O homem, então, aprende de formas distintas, com base em seu
momento de desenvolvimento.

Emília Ferreiro
Emília Ferreiro nasceu na Argentina, em 1937. Ela é psicopedagoga e doutora,
orientada por Jean Piaget. Em 1980, mudou-se para o México, onde trabalha até
hoje, buscando elucidar a realidade social e cultural da América Latina,
relacionado-a com suas pesquisas na área da Educação.
FIGURA 7 Linguagem escrita
FONTE: Anna Om, 123RF.

Ferreiro trouxe grandes contribuições para o processo de aprendizagem, “[...]


demonstrando a existência de mecanismos no sujeito que aprende, mecanismos
estes que surgem da interação com a linguagem escrita, e que emergem de uma
forma muito particular em cada um dos sujeitos” (BOCK et al., 2002, p. 128). Nesse
sentido, as crianças decodificam o ensino que recebem,  transformando a escrita
tradicional e criando escritas estranhas aos adultos. Para ela, são aplicações de
esquemas de assimilação. Formas diferentes de interpretar e compreender o
mundo.

Para Ferreiro, existe um sujeito que conhece e que, para


conhecer, emprega mecanismos de aprendizagem. Há, na sua
concepção, um papel ativo do sujeito na interação com os
objetos da realidade. Dessa forma, o que a criança aprende
não corresponde ao que lhe é ensinado, pois existe um espaço
aberto de elaboração do sujeito. O educador deve estar atento
a esses processos para promover, adequadamente, a
aprendizagem.
Além disso, Ferreiro entende que a aprendizagem da escrita
tem um caráter evolutivo, no qual é relativamente tardia a
descoberta de que a escrita representa a fala, não sendo
necessário que se estabeleça, de início, a associação entre
letras e sons. Outro aspecto importante nesta evolução refere-
se ao aspecto conceitual da escrita. Para que as crianças
possam descobrir o caráter simbólico da escrita, é preciso
oferecer-lhes situações em que a escrita se torne objeto de seu
pensamento. Este aprendizado é considerado fundamental, ao
lado de outras habilidades que as concepções tradicionais já
foram capazes de apontar, como as relacionadas à percepção
e à motricidade (BOCK et al., 2002, p. 129).  

A autora enfatiza que o professor deve valorizar as histórias ouvidas e contadas


pelas crianças, bem como as tentativas em escrever bilhetes ou os seus próprios
nomes. Essas atividades são muito relevantes, uma vez que geram espaço para a
descoberta dos usos sociais da linguagem. Deve-se integrar o conhecimento
espontâneo do aprendiz ao ensino, proporcionando maior significado.

Sendo assim, Emília Ferreiro trouxe muitas contribuições ao processo de


alfabetização, destacando a importância de conhecer todo o processo de
aprendizagem e as suas fases evolutivas. Trata-se de autora que revolucionou a
forma de trabalhar a alfabetização infantil.

Indicação de Leitura
 Nome do livro: Construtivismo: de Piaget a Emília Ferreiro

Editora: Ática

Autor: Maria da Graça Azenha

ISBN: 9788508102990

Comentário: O livro discorre sobre o Construtivismo de Piaget, que busca  explicar o


aparecimento de mudanças, inovações e transformações qualitativas que surgem
no percurso do desenvolvimento intelectual. 

Atividade
Caro(a) aluno(a), leia atentamente a afirmativa a seguir e assinale a
alternativa que corresponde à questão correta no que diz respeito ao
filósofo Sócrates.

A. Criou uma teoria dualista, na qual o corpo era visto separado da


alma. Foi discípulo de Aristóteles, mas reelaborou suas ideias, com
sua doutrina da “reminiscências”. Para ele, a alma estava sujeita à
metempsicose e armazenava lembranças da encarnação anterior
que, por meio da percepção, voltavam à consciência. Assim,
considerava que a aprendizagem era uma reminiscência.

B. Diferenciou as verdades científicas das religiosas. Para ele, o


principal agente do aprendiz é a atividade que ele aprende.
Compreendia a aprendizagem como um processo autoativo,
inteligente e dinâmico.

C. O conhecimento, para ele, já preexistia no espírito e a


aprendizagem seria o despertar desses conhecimentos inatos que
estavam adormecidos. O método que ele chamou de “maiêutica” é
que disciplinaria o espírito e desvendaria as verdades universais.  

D. Permaneceu enfatizando os métodos indutivos em Filosofia e


Psicologia. Vale destacar que ideias como as de Juan e Santo
Tomás foram exceções no contexto em que viveram. A ênfase da
educação era voltada para a teoria e Teologia. Havia somente a
explicação das ideias, pensamentos, memória dialética e verbal. 

E.  Reviveu o método indutivo. Adotou a introspecção a fim de


registrar suas  experiências mentais e criou a Teoria das faculdades
mentais.

Atividade

Caro(a) aluno(a), leia atentamente a afirmativa a seguir e assinale a


alternativa que corresponde à questão correta no que diz respeito à
definição de “reflexo”.  . 
A. Não pode ser considerado como sendo aprendido porque nunca
ocorreu. É definido como estimulação de um órgão do sentido,
combinações e sequências de estímulos que afetam o organismo. 

B. Essa estimulação sensorial do meio é necessária para a


manutenção de estruturas neurais, que seriam degeneradas caso
não ocorressem, afetando o desenvolvimento normal do
organismo. Essa falta de estimulação restringe a capacidade
seguinte de aprendizagem.   

C. Nessa categoria a aprendizagem é mínima. O comportamento


resultante é fixado pela ligação entre um padrão complexo de
comportamento e um estímulo presente. Se trata de um tipo de
aprendizagem especial e limitado.

D. São comportamentos ou respostas específicas a determinados


estímulos. Peculiares a cada espécie e, dessa forma, advindos de
fatores genéticos. 

E.  São comportamentos resultantes de um tipo de aprendizagem


especial e limitado que define um padrão complexo de
comportamento e um estímulo presente, advindo de fatores
genéticos.

Atividade

Caro(a) aluno(a), leia atentamente a afirmativa a seguir e assinale a


alternativa que corresponde à questão correta. A aprendizagem
cognitivista é aquela em que predominam alguns elementos de natureza
intelectual, alguns deles são:

A. Memória, percepção e atenção

B. Memória, medo e atenção.


C. Percepção, memória, leitura e medo.

D. Memória, fixação, medo e raciocínio.

E. Memória, percepção, atenção, raiva e medo.

 
Síntese
Parabéns!

Você concluiu este estudo. Esperamos que as informações apresentadas aqui


contribuam para a sua bagagem de conhecimento sobre o tema estudado e que
elas possam ser utilizadas em seu dia a dia. Que todo esse conhecimento possa lhe
trazer muito sucesso em suas atividades, além de despertar o desejo de estudar
cada vez mais.

Desejamos, a você, bons estudos!

Referências Bibliográficas
AZENHA, Maria da Graça. Construtivismo: de Piaget a Emilia Ferreiro. São Paulo:
Ática: 2000.

BOCK, Ana Mercês Bahia et al. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia.
13. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

CAMPOS, Dinah Martins de Souza. Psicologia da aprendizagem. 34. ed. Petrópolis:


Vozes, 2005.

FELDMAN, Robert. S. Introdução à Psicologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.

FREIRE, Paulo. Política e educação. São Paulo: Cortez, 1993.

GAZZANIGA, Michael et al. Ciência psicológica. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018.

LAKOMY, Ana Maria (Org.). Teorias cognitivas da aprendizagem. Curitiba:


InterSaberes, 2014.

MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo:


EPU, 1986.

SALVADOR, César Coll et al. Psicologia do ensino. Porto Alegre: Artes Médicas Sul,
2000.
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. São
Paulo: Cultrix, 2002.

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