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Aula 2

História da Psicologia da Educação

Profª. Ma. Luciana Marolla Garcia


luciana.m.garcia@unesp.br
CONCEITO E SURGIMENTO DA PSICOLOGIA

•Psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano e seus


processos mentais. Melhor dizendo, a Psicologia estuda o que
motiva o comportamento humano – o que o sustenta, o que o
finaliza e seus processos mentais, que passam pela sensação,
emoção, percepção, aprendizagem, inteligência.

•A história da Psicologia, cuja etimologia deriva de Psique (alma)


+ Logos (razão ou conhecimento), se confunde com a Filosofia
até meados do século XIX. Sócrates, Platão e Aristóteles deram o
pontapé inicial na instigante investigação da alma humana.
Psicologia Científica
• O fato é que no final do século XIX, os acadêmicos da
época resolvem distanciar a Psicologia da Filosofia e da
Fisiologia, dando origem ao que se chamou de Psicologia
Moderna ou Científica. Os comportamentos observáveis
passam a fazer parte da investigação científica em
laboratórios com o objetivo de se controlar o
comportamento humano. Nesse sentido, os teóricos
objetivam suas ações na tentativa construir um corpo
teórico consistente, buscando o reconhecimento, enfim, da
Psicologia como ciência.
CORRENTES E REPRESENTANTES DA
PSICOLOGIA
Inatismo / Pré-formismo / Apriorismo /
Racionalismo

• Ao nascer, a criança vem equipada com


capacidades, aptidões e possibilidades que
irão amadurecendo até sua transformação em
um adulto.
Concepção Inatista

• Essa concepção acredita que os eventos que ocorrem após o nascimento não são
essenciais para o desenvolvimento. As qualidades de o ser humano já se
encontrariam prontas, não sofrendo qualquer transformação ao longo da
existência.

• O papel do ambiente é interferir o mínimo possível no processo de


desenvolvimento da pessoa. Essa concepção valoriza os fatores endógenos (de
dentro para fora). Não valoriza o que o indivíduo adquiriu (bagagem)

• Principais teóricos: Pitágoras, Platão, Descartes, Herbart e Chomsky.


Noan Chomsky
1928
• O homem já nasce
como pessoa e vai
tomando forma de
acordo com o
desenvolvimento;

• Linguagem: herança
genética do ser humano.
• Pré- formismo:
Esta teoria defende que o desenvolvimento embrionário consiste no
desenvolvimento de potencialidades preexistentes no ovo.
O desenvolvimento do novo indivíduo limitava-se à amplificação das
estruturas preexistentes no ovo.

• Apriorismo:
Esta teoria que opõe-se ao empirismo por considerar que o indivíduo, ao
nascer, traz consigo, já determinadas, as condições do conhecimento e da
aprendizagem que se manifestarão imediatamente (inatismo) ou
progressivamente pelo processo geral de maturação. Toda a atividade de
conhecimento é exclusiva do sujeito, o meio não participa dela.

• Racionalismo:
É a corrente filosófica que iniciou com a definição do raciocínio como
operação mental, discursiva e lógica. A partir daí, elabora-se o que é
verdadeiro, falso ou provável.
Empirismo / Ambientalismo / Behaviorismo /
Comportamentalismo

• O desenvolvimento do ser humano


depende principalmente do seu ambiente,
dos estímulos do meio em que ele vive,
das experiências pelas quais ele passa.
• Empirismo:
Filosofia da experiência, que enfatiza o caráter experimental do conhecimento,
em oposição aos conceitos gerais. A perspectiva empirista se harmoniza com o
raciocínio indutivo, que parte da observação particular para a generalização,
ou seja, do concreto ao abstrato. Pela perspectiva empirista a experiência,
baseada na sensação ou emoção, é subjetiva. É o oposto do racionalismo.

• Ambientalismo:
Esta teoria é derivada do empirismo e atribui ao ambiente poder no
desenvolvimento humano. O homem desenvolve suas características em função
das condições presentes no meio em que se encontra. Skinner é o grande defensor
da posição ambientalista. Também é chamada de behavorismo ou
comportamentalismo.
Skinner
1904-1990
• A Máquina de Ensinar: O aparelho consistia numa caixa com uma abertura na sua parte
superior onde se podia visualizar os problemas propostos, que vinham impressos em uma tira
de papel. A criança respondia movendo um ou mais dos cursores, onde estavam impressos os
dígitos. As respostas eram impressas juntamente com as suas respectivas perguntas. Um botão
devia ser girado ao término de cada resposta. Se esta estivesse correta, o botão giraria
facilmente. Já se estivesse incorreta, o botão não giraria e o aluno teria que persistir na mesma
questão até que conseguisse solucioná-la.
Com o uso da máquina de ensinar, os alunos poderiam progredir no seu próprio ritmo de
aprendizagem, vencendo os obstáculos a partir das suas próprias tentativas.

• Livro: Escola, a máquina de ensinar.


• Adepto ao reforço positivo.

• Condicionamento (condicionamento pavloviano ou respondente) e


condicionamento
clássico operante (Skinner).

• Existem duas formas de reforço que são: o positivo e o negativo. Ambos têm como função
ensinar e reforçar um determinado comportamento. O indivíduo aprende qual o
comportamento desejável para alcançar determinado objetivo. Já a punição reforça qual o
comportamento indesejável, ou seja, que não deve ser manifestado para evitá-la.

• Defende que mudanças no comportamento podem ser provocadas (estímulo – resposta)

• John Watson (1878-1958): Desconsiderava os estudos dos fenômenos mentais e das


sensações. O controle do ambiente permite qualquer tipo de comportamento.
Construtivismo /Interacionismo / Relativismo

• Esta terceira forma de conceber o


humano
ser leva em conta, tanto fatores
orgânicos, comofatores ambientais: o
homem resulta de forças sócio-históricas
específicas mas, ao mesmo tempo, é capaz de
ação que o leva a transformar seu meio.
Jean Piaget
1896-1980
A Epistemologia Genética consiste numa síntese das teorias então
existentes, o apriorismo e o empirismo. Piaget não considera que o
conhecimento seja inerente ao próprio sujeito, como prega o apriorismo,
nem que o conhecimento provenha totalmente das observações do meio
que o cerca, como demanda o empirismo.
Vygotsky
1896-1934
Pe
n
sa
m
en
to

-A trajetória do desenvolvimento se dá
“de fora para dentro” (imerso no
grupo social)
– Internalização de processos
interpsicológicos. Lin
gu
ag
e m
Henri Wallon
1879-1962

• Propôs mudanças estruturais no


sistema educacional francês
• Coordenou o projeto da
reforma de ensino (Plano
Langevin-Wallon/1944)
• Suas ideias eram baseadas em
quatro elementos:
- Afetividade
- Movimento
- Inteligência
- A formação do “eu” como
pessoa
- Wallon dedicou-se ao ENTENDIMENTO DO PSIQUISMO HUMANO, seus
mecanismos e relações mútuas, a partir de uma perspectiva genética.
- Apesar de NÃO TER PROPOSTO UM MÉTODO PEDAGÓGICO,
participou ativamente de debates em torno do tema Educação, contribuindo com
críticas à educação tradicional.
- Manteve INTERLOCUÇÃO com as teorias de PIAGET e FREUD
- Foi um dos pioneiros a relacionar a hierarquização do sistema nervoso central
com a questão da inteligência.
- Propôs a teoria do desenvolvimento cognitivo => centrada na
psicogênese da pessoa completa
- Estudo centrado na criança contextualizada => a passagem dos estágios de
desenvolvimento não se dá linearmente, por ampliação, mas por
reformulação, instalando-se no momento da passagem de uma etapa a outra, crises
que afetam a conduta da criança.
- No entanto, Wallon pretendia a gênese da pessoa e Piaget a gênese da
inteligência.
Emília Ferreiro
1937

• Estudos piagetianos;
• Como se ensina x Como se
aprende;
• Independe da
escolarização;
• Psicogênese da Língua
Escrita;
• Construtivismo não é
método.
• Emília Ferreiro e Ana Teberosky iniciaram em 1974 uma investigação
que permitiu demonstrar que a psicogênese* da língua escrita constitui-
se por uma sequência crescente de níveis de complexidade da
compreensão do que o sujeito vivencia em direção à leitura e à escrita. A
construção do objeto conceitual "ler e escrever" faz-se, portanto, durante
vários anos, através de um processo progressivo de elaboração pessoal.
* Estudo da origem e desenvolvimento dos processos mentais ou
psicológicos, da mente ou da personalidade.

• O domínio do código escrito é a apropriação de um novo objeto de


conhecimento. Com instrumental piagetiano de investigação,
Ferreiro & Teberosky partiram da concepção que a aquisição do
conhecimento se baseia na atividade do sujeito em interação com o
objeto de conhecimento e mostraram que as crianças pré- escolarizadas
têm idéias, teorias e hipóteses sobre o código escrito.
• A vinculação entre a escrita e a fala não tem nada de óbvio
para quem está no início do seu processo de alfabetização.
E mesmo quando o aprendiz já estabelece a relação entre
fala e escrita, a vinculação que se estabelece não é do tipo
fonema-grafema.

• Na concepção construtivista, o conhecimento é algo a ser


produzido, construído pelo aprendiz enquanto sujeito e não
objeto da aprendizagem é um processo dialético através do
qual ele se apropria da escrita e de si mesmo como usuário e
produtor de escrita.
Níveis Conceituais Lingüísticos
• Nível 1: Pré-silábico (escrita indiferenciada) – caracteriza-se pela busca de
parâmetros de diferenciação entre as marcas gráficas figurativas (desenhos) e
não figurativas (letras e números). É dividido em 3 fases:
a) Fase pictórica: a criança registra garatujas e desenhos. Escrita
indiferenciada.
Exemplo:

(FLOR)
b) Fase gráfica primitiva: a criança registra símbolos ou letras misturadas com
números. Escrita indiferenciada.
Exemplos: N021 (CARRO)
RV6N (ÁRVORE)

c) Fase pré-silábica: a criança começa a diferenciar letras de números,


desenhos ou símbolos.
Exemplos: TRAC (CASA)
AIVNOAXE (ABACAXI)
• Nível 2: Silábico (diferenciação da escrita) – A criança conta os “pedaços
sonoros”, isto é, as sílabas e coloca um símbolo (letra) para cada pedaço
(hipótese silábica). Essa noção de cada sílaba corresponder a uma letra pode
acontecer com ou sem valor sonoro convencional.
Exemplo: AO (GATO) ou TF (GATO)

• Nível 3: Silábico- alfabético (a hipótese alfabética: existe relação entre letras e


sons) – É um momento conflitante, pois a criança precisa negar a
lógica do nível silábico. É quando o valor sonoro torna-se predominante e a
criança começa a acrescentar letras principalmente na 1ª sílaba.
Exemplo: TOAT (TOMATE)

• Nível 4: Alfabético (hipótese silábico-alfabética: a caminho do convencional) –


A criança reconstrói o sistema lingüístico e compreende a sua organização. É a
fonetização da escrita convencional, mas podem ocorrer erros ortográficos.
Exemplos:
- Ela sabe que os sons L e A são grafados LA e que T e A são grafados
TA e que juntos, significam LATA.
- CAXORRO (CACHORRO)
• Nível 5: Hipótese alfabética (uma escrita com expressão fonética) – Nesse
estágio a criança já venceu todos os obstáculos conceituais para a compreensão da
escrita - cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores sonoros
menores do que a sílaba – e realiza sistematicamente uma análise sonora dos
fonemas das palavras que vai escrever.
O que a criança terá alcançado aqui não significa a superação de todos os
problemas. Há o alcance da legibilidade da escrita produzida, pois esta poderá ser
mais facilmente compreendida pelos adultos. No entanto, um amplo conteúdo
ainda está por ser dominado: as regras normativas da ortografia.
Exemplos: PAPAGAIO
TATUSSINHO
JACARE
DINOSAURO
CÃU
• A presença de erros ortográficos é um indicador do modo pelo qual as
crianças chegaram a descobrir as funções da escrita, a representação que esta
realiza e sua realiza e a sua organização.
MIKHAIL BAKHTIN: FILOSOFIA DA LINGUAGEM

Mikhail Bakhtin dedicou a vida à definição de noções, conceitos e categorias


de análise da linguagem com base em discursos cotidianos, artísticos,
filosóficos, científicos e institucionais. Em sua trajetória, notável pelo volume
de textos, ensaios e livros redigidos, esse filósofo russo não esteve sozinho.
Foi um dos mais destacados pensadores de uma rede de profissionais
preocupados com as formas de estudar linguagem, literatura e arte, que incluía
o linguista Valentin Voloshinov (1895-1936) e o teórico literário Pavel
Medvedev (1891-1938).

Um dos aspectos mais inovadores da produção do Círculo de Bakhtin,
como ficou conhecido o grupo, foi enxergar a linguagem como um constante
processo de interação mediado pelo diálogo - e não apenas como um sistema
autônomo.

• Segundo essa concepção, a língua só existe em função do uso que locutores


(quem fala ou escreve) e interlocutores (quem lê ou escuta) fazem dela em
situações (prosaicas ou formais) de comunicação. O ensinar, o aprender e o
empregar a linguagem passam necessariamente pelo sujeito, o agente das
relações sociais e o responsável pela composição e pelo estilo dos discursos.
Esse sujeito se vale do conhecimento de enunciados anteriores para formular
suas falas e redigir seus textos. Além disso, um enunciado sempre é modulado
pelo falante para o contexto social, histórico, cultural e ideológico.

• Nessa relação dialógica entre locutor e interlocutor no meio social, em que o


verbal e o não-verbal influenciam de maneira determinante a construção dos
enunciados, outro dado ganhou contornos de tese: a interação por meio da
linguagem se dá num contexto em que todos participam em condição de igualdade.
Aquele que enuncia seleciona palavras apropriadas para formular uma mensagem
compreensível para seus destinatários. Por outro lado, o interlocutor interpreta e
responde com postura ativa àquele enunciado, internamente (por meio de seus
pensamentos) ou externamente (por meio de um novo enunciado oral ou escrito).
Sigmund Freud
1856-1939
A Teoria de Freud
• Freud estudou o desenvolvimento emocional humano, criando um método de tratar os
distúrbios psíquicos chamado Psicanálise.

• Na teoria freudiana, o que leva o indivíduo a agir é a sua excitação energética, os seus
instintos.

• O instinto seria a fonte de todos os impulsos básicos do indivíduo que seriam a base dos
comportamentos, motivos e pensamentos. Todos seriam governados a partir de três fontes
energéticas (pulsões): a sexualidade (libido), os impulsos de auto-conservação (necessidades
básicas: fome, sede, sono...) e a agressividade.

• Para agir o recém-nascido dispõe apenas de uma estrutura psíquica, chamada Id.

• À medida que cresce, a criança vai formando outras duas estruturas psicológicas
derivadas do Id: o Ego e o Superego.

• O Ego é a parte da psique que contém as habilidades, os desejos aprendidos, os medos,


a linguagem o sentido de si próprio e a consciência. É o elemento de organização da
personalidade.

• O Superego, espécie de censura, de controle sobre o poder dos impulsos, é o responsável


pelo adiamento do prazer por parte do indivíduo. A relação entre o Id, Ego e Superego
(impulsos, realizações e censura) é fonte de tensão e ansiedade.
• O inconsciente para Freud teria a atuação no comportamento das pessoas,
atuando sobre os desejos, e as idéias inconscientes através dos impulsos e das
fantasias.

• Afetividade e cognição:
- Constituem aspectos inseparáveis, presentes em qualquer atividade, embora em
proporções variáveis. Tanto a inteligência como a afetividade são mecanismos
de adaptação, permitem ao indivíduo construir noções sobre os objetos, as
pessoas e as situações, conferindo-lhes atributos, qualidades e valores.

• Motivação e aprendizagem:
- A motivação para aprender nada mais é do que o reconhecimento, pelo
indivíduo, de que conhecer algo irá satisfazer suas necessidades. A motivação
humana deve ser compreendida na relação entre os aspectos cognitivos e afetivos
da personalidade, dependentes do meio social. Cabe ao professor desenvolver
junto aos seus alunos a motivação através de conteúdos significativos.

- A aprendizagem é facilitada quando o indivíduo conta com informações sobre


o próprio desempenho. Conhecendo a natureza dos erros ou dos acertos, pode
colocar-se novas metas, buscar auxílio, modificar o comportamento. Desse
ponto de vista, a avaliação do professor leva ao aluno a se auto-avaliar, a
perceber quais seus pontos fortes e quais os pontos que devem ser superados.
EXERCÍCIOS
1. (Natal, 2003) Para Jean Piaget, o conhecimento se constrói a partir da ação do
sujeito sobre o objeto, num sistema de relações em que o sujeito incorpora
elementos do meio para modificar o que já sabe, por meio de um mecanismo
de adaptações sucessivas. Esse mecanismo compreende dois processos:
(a) assimilação e memorização.
(b) internalização e acomodação.
(c) assimilação e acomodação.
(d) assimilação e apropriação.

2. Em qual das alternativas abaixo existe a ideia de Piaget sobre os estágios de


desenvolvimento cognitivo?
A) Esquema, assimilação, acomodação e equilibração.
B) Assimilação, sensório-motor, pré-operatório e acomodação.
C) Sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal.
D) Sensório-motor, pré-operatório, esquema e acomodação.
E) Equilibração, assimilação, esquema e operatório formal.
3. De acordo com Piaget, existem diferentes fases do desenvolvimento cognitivo.
Analisando a situação abaixo, identifique em qual dessas fases o adolescente
se encontra: “Numa experiência de flutuação de corpos, um adolescente
separou objetos que bóiam dos que flutuam, pelo peso que possuíam.”

(a) sensório-motora
(b) pré-operacional
(c) operacional-concreta
(d) operações formais
(e) simbólica

4. (SEE/RJ – 2008) Segundo Piaget, a criança passa por três períodos de


desenvolvimento mental. O período de operações formais, quando a criança /
adolescente começa a lidar com abstrações e a raciocinar com realismo acerca
do futuro, formulando hipóteses, compreende, de modo geral, a faixa de idade
entre:

a) seis e oito anos


b) oito e dez anos
c) nove e onze anos
d) dez e doze anos
e) onze e quinze anos
5. (Nova Iguaçu, 2006) O estágio de pensamento intuitivo da criança no qual as
ações sensório motoras começam a sugerir a representação, a imagem mental
e a presença de regulação semi-reversíveis corresponde, segundo Jean Piaget,
ao seguinte período da criança:

a) 0 a 1 ano
b) 1 ano e meio a 2 anos
c) 2 anos a 7 anos
d) 7 anos a 12 anos
e) 5 anos a 7 anos

6. (Nova Iguaçu, 2006) O pensamento no adolescente se dará quando este


alcançar a possibilidade de relacionar a inversão e a reversibilidade com a
conseqüente compreensão da irreversibilidade, permitindo-o adquirir ideais e,
então, sonhar com o futuro e colocar degraus para alcançá-los. Jean Piaget
denomina este estágio de desenvolvimento do pensamento como:

A) intuitivo
B) não-formal
C) formal
D) instintivo
E) moto
7. (Estado RJ, 2001) Foi proposta a uma turma da terceira série do ensino
fundamental, a seguinte pergunta, feita por escrito: “Laura tem cabelos
mais escuros que Paula. Laura tem cabelos mais claros que Vitória. Qual das
três tem cabelos mais escuros?” Nenhuma das crianças conseguiu responder
corretamente à questão. Isso ocorreu porque, nessa idade, as crianças, para
desenvolverem operações lógicas dependem de que lhes sejam oferecidas
oportunidades de:

(a) formular hipóteses


(b) elaborar problemas
(c) trabalhar abstratamente
(d) manipular objetos
8. (Niterói, 2003) Sobre os postulados teóricos de Piaget e Vygotsky, podem ser
consideradas corretas as afirmações contidas em:

(d) Piaget defende uma perspectiva construtivista do conhecimento, enquanto Vygotsky defende
uma concepção inatista do desenvolvimento;

(b) Piaget sustenta que a construção do conhecimento procede do social para o individual, ao
passo que Vygotsky explicita a importância da mediação simbólica nos processos de
aprendizagem;

(c) Piaget é um teórico construtivista por defender a idéia de construção do


conhecimento, enquanto Vygotsky revela-se como teórico interacionista por
fundamentar-se nas noções de equilíbrio e estrutura;

(d) Piaget define o desenvolvimento como um processo de equilibrações regressivas, ao passo


que Vygotsky postula a formação social da mente;

(e) Piaget define o desenvolvimento como um processo de equilibração progressiva, enquanto


Vygotsky atribui à linguagem um papel fundante no psiquismo humano.
9. A teoria de Vygotsky entende o desenvolvimento e a aprendizagem como
relacionados desde o nascimento da criança. O desenvolvimento é entendido
como um processo:
(a) previsível, universal e linear;
(b)em que o sujeito é passivo e seu comportamento é condicionado pela influência dos
estímulos do ambiente;
(c)determinado por conteúdos mentais de caráter individual, dos quais não se tem
consciência;
(d) construído no contexto social e promovido pela aprendizagem.

10. (Altamira, 2005) Sobre a zona de desenvolvimento proximal presente nas


teorizações de Vygotsky é correto afirmar que:
(e) é uma área de tensão entre o aprendido e o não aprendido, que se acomoda na idade
adulta.
(f) ela é tanto maior quanto maior for a etapa evolutiva do indivíduo.
(g) é a área de aproximação e socialização entre crianças com mesmo nível de
desenvolvimento cognitivo.
(h)refere-se à distância entre o nível de desenvolvimento atual e o nível potencial de
desenvolvimento.
(i) é reveladora da natural preponderância da ação de aprender, dos discentes, em
detrimento da ação de ensinar, dos docentes.
11. (São Paulo, 2004) Tendo como fundamento a noção de zona de
desenvolvimento proximal de Vygotsky, ao planejar uma situação pedagógica,
o professor deve:
(a)Partir do que as crianças já conhecem e planejar ações que as possibilitem, com seu apoio ou
de outras crianças, realizar novas atividades propostas.
(b) Avaliar o que falta nas capacidades cognitivas de suas crianças para poder propor
atividades que desenvolvam essas capacidades.
(c) Planejar situações para que espontaneamente as crianças desenvolvam suas
habilidades.
(d) Identificar o potencial que suas crianças trazem e estimulá-los, não ultrapassando seus
limites.
(e)Estruturar situações na rotina para que com a repetição regular destas as crianças
memorizem e aprendam os conteúdos propostos.
12. Vigotsky afirma que o bom ensino é aquele que se adianta ao desenvolvimento,
ou seja, que se dirige às funções psicológicas que estão em
vias de se completarem (Rego, 2001). Isso significa dizer que, na abordagem
sóciointeracionista, a qualidade do trabalho pedagógico está associada à:

(A) capacidade de promoção de avanços no desenvolvimento do aluno a partir daquilo que


potencialmente ele poderá vir a saber.
(B) possibilidade de promover situações em que o aluno demonstre aquilo que já sabe e aprendeu
fora da escola.
(C) criação de zonas de atuação pedagógica a partir de conhecimentos mais adiantados nas séries
escolares.
(D)proposição de pré-requisitos para a aprendizagem que demonstrem a prontidão dos alunos.
(E) introdução de conceitos difíceis que levem os alunos a estudar além daquilo que está nos
livros didáticos.
13. Assinale a opção que apresenta, corretamente, semelhanças e diferenças
entre as teorias de Piaget e Vygotsky:

SEMELHANÇAS DIFERENÇAS
AMBOS PIAGET VYGOTSKY
A Compreendem que o processo de Insistiu na constituição de Defendeu um estudo inter-
desenvolvimento intelectual, sistemas estruturais como a relacionado das funções e
explicitado pelo mecanismo da chave da inteligência processos pedagógicos.
equilibração, precede e coloca
limites à aprendizagem

B Concordam que a aprendizagem Sua teoria enfatiza aspectos Aborda a dimensão individualista
interage com o desenvolvimento, histórico-sociais do do desenvolvimento, pois é o
produzindo sua abertura nas zonas desenvolvimento. próprio sujeito quem aprende
de desenvolvimento proximal.

C Apontam o desenvolvimento O sujeito não é apenas A intervenção social externa


cognitivo como um processo de ativo, mas, sobretudo pode ser facilitadora ou
construção de estruturas lógicas e interativo obstacularizadora.
são universalistas.

D Enfatizam a atividade do sujeito na A cognição se desenvolve A interação social e a linguagem


aquisição do conhecimento e o a partir da experiência são decisivas para compreender o
caráter qualitativo das mudanças com o meio físico. desenvolvimento cognitivo.
no desenvolvimento.

E Têm um enfoque genético partilhado As funções psíquicas A construção da inteligência é


por entender que as funções superiores são mediadas uma elaboração pessoal.
psicológicas e os sistemas de pela cultura.
conhecimento podem ser estudados
apenas em seu processo de
formação.
14. Para Wallon a origem da razão está:
(a) Na emoção
(b) Na mente
(c) Nos estágios do desenvolvimento
(d) Na própria razão.

15. É característico do pensamento de Wallon:


(A) o processo de desenvolvimento psico-social em fases, desde o “grau zero” até a
adolescência.
(B) a repetição baseada em prêmio (estímulo –resposta).
(C) a psicogenética tendo a dimensão afetiva como central tanto para a construção da pessoa
quanto do conhecimento.
(D) a idealização do conhecimento, partindo da experiência pessoal do grupo em que se trabalha.
(E) a liberdade total na aprendizagem como meio de se atingir o pensamento científico através
da busca pessoal.
16. (Guararema/2005) Qual foi a mudança de rumo no estudo do processo ensino-
aprendizagem propostos por Ferreiro e Teberosky?
(A) Mudar o centro da discussão para a formação profissional do professor.
(B) Rever o processo de aquisição de conhecimento baseadas em Skinner.
(C) Deslocar o eixo do “como se ensina” para “como se aprende”.
(D) Reverter o processo de ensino como algo que vem de fora para dentro e instalar no Eu o
centro das atenções.

17. (Guararema/2005) Em qual teórico se baseiam os estudos de Ferreiro e


Teberosky?
(A) Wallon.
(B) Piaget
(C) Freire.
(D) Vygotsky.
(E) Perrenoud.
18. (Natal/2003) Mariana, de 6 anos de idade, escreveu uma lista de presentes que
deseja ganhar no dia das crianças. O texto por ela produzido foi devidamente
transcrito por sua professora Vitória, como mostra a produção a seguir.

Na perspectiva de construção da psicogênese da escrita, segundo Emília Ferreiro,


as crianças que apresentam a escrita semelhante à de Mariana começaram a:
A) escrita ortográfica, em que cada letra corresponde a um valor sonoro.
B) escrita silábica, descobrindo que as letras podem ser controladas por meio das sílabas das
palavras.
C) escrita alfabética, quando a criança usa uma letra para representar cada som.
D) escrita pré-silábica, quando as crianças escrevem uma série de letras e as lêem sem fazer
nenhum tipo de análise.
19. Na visão de Emília Ferreiro, há de se considerar que a representação e os
meios utilizados para criar a escrita seguem uma linha evolutiva,
surpreendentemente regular, através de diversos meios culturais, diversas
situações educativas. Esta afirmativa corresponde a uma abordagem:
a) tradicional
b) construtivista
c) tecnicista
d) neo-liberal
e) pós-moderna

20. (Estado, 2008) Considerando os pressupostos de Emilia Ferreiro sobre o


processo de alfabetização, é correto afirmar que:
A) A leitura e a escrita são resultado de um processo de memorização.
B) A produção da escrita começa na família e no contexto social mais próximo da
criança.
C) A aprendizagem da leitura e da escrita supõe o desenvolvimento de uma série de
competências específicas.
D) A escrita é resultado dos processos operados na escola.
E) A escrita só se desenvolve após a aquisição, pela criança, da motricidade fina.
21. (Bom Jardim, 2007) “Estamos tão acostumados a considerar a aprendizagem
da leitura e da escrita como um processo de aprendizagem escolar, que se
torna difícil reconhecermos que o desenvolvimento da leitura e da escrita
começa muito antes da escolarização”. Este trecho de Emília Ferreiro significa
que:
I. as crianças precisam completar 7 anos para, a partir desta idade, começar sua
aprendizagem.
II. as crianças desde que nascem são construtoras do conhecimento.
III. as crianças, no esforço de compreender o mundo, levantam problemas e tratam de descobrir
respostas.
IV. as crianças devem controlar suas ações na iniciação da leitura e da escrita, pois há uma
idade certa para isto.
V. as crianças estão construindo objetos complexos de conhecimento e o sistema de escrita é
um deles.

Estão corretas as afirmativas:


(A)apenas I, II e III;
(B) apenas I, IV e V;
(C) apenas II, III e V;
(D) apenas III, IV e V;
(E) apenas I, III e IV.
22. Quando o aluno escreve a mesma palavra com letras diferentes, como em
casa / caza / kasa /kaza, significa que:
a) Está utilizando hipóteses, processo próprio de quem não está se alfabetizando.
b) Não está maduro, por isso basta oferecer contato com as palavras que ele construirá seu
conhecimento.
c) Está utilizando hipóteses, processo próprio de quem está se alfabetizando.
d) Não aprendeu corretamente, por isso um bom exercício é reescrever a palavra corrigida
várias vezes.

23. Na visão de Bakhtin, os acabamentos são:


a) coletivos
b) subjetivos
c) objetivos
d) sociais
24. Para Bakhtin, todo discurso é:
a) individual
b) Ideológico
c) cidadão
d) Hegemônico

25. Produzindo uma analogia ao contexto atual da alfabetização, é possível a


produtividade de gêneros discursivos na escola, por meio:
e) das cartilhas
f) dos professores
g) do letramento
h) da mecanização da escrita
GABARITO
13. D;
1. C; 14. A;
2. C; 15. C;
3. C; 16. C;
4. E; 17. B;
5. C; 18. B;
6. C; 19. B;
7. D; 20. B;
8. E; 21. C;
9. D; 22. A;
10. D; 23. B;
11. A; 24. B;
12. A; 25. C.

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