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Modelos Pedagó gicos e

Modelos Epistemoló gicos


Teorias Sociocognitivas

Profª Drª Valéria de O. Thiers


Modelos Pedagó gicos

Existem três diferentes formas de representação da relação ensino/aprendizagem


escolar: - Pedagogia diretiva; - Pedagogia não-diretiva; - Pedagogia relacional. Cada
Profª Drª Valéria de O. Thiers
modelo pedagógico é sustentado por uma epistemologia
Modelos Pedagó gicos ,
fundamentos epistêmicos

Profª Drª Valéria de O. Thiers


Pedagogia Diretiva – Modelo
pedagó gico
• Aula em que o professor fala e o aluno escuta.
• Mito da transmissão do conhecimento.
• Tudo o que o aluno tem que fazer é submeter-
se à fala do professor: ficar em silêncio,
prestar atenção, ficar quieto e repetir tantas
vezes quantas forem necessárias, escrevendo,
lendo, etc.

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Falas:
• O conhecimento “se dá à medida que as coisas
vão aparecendo e sendo introduzidas por nós nas
crianças...”.
• Outro professor diz: o conhecimento “é
transmitido, sim; através do meio ambiente,
família, percepções, tudo”.
• Outro, ainda: o conhecimento se dá “na medida
em que a pessoa é estimulada, ela é perguntada,
ela é incitada, ela é questionada, ela é até
obrigada a dar uma resposta...”.
Profª Drª Valéria de O. Thiers
Pedagogia Diretiva – Modelo
epistemoló gico
• Empirismo é o nome de uma explicação da gênese e
do desenvolvimento do conhecimento, segundo a qual
“não há nada em nosso intelecto que não tenha
entrado lá através dos nossos sentidos”
• O indivíduo, ao nascer, nada tem em termos de
conhecimento: é uma folha de papel em branco; é
tabula rasa. É assim o sujeito na visão epistemológica
desse professor: uma folha em branco.
• O conhecimento (conteúdo) e sua capacidade de
conhecer (estrutura) vem do meio físico e/ou social

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Pedagogia Nã o-Diretiva – Modelo
pedagó gico
• O professor deve interferir o mínimo possível.
• É o regime do laisser-faire.
• O professor não-diretivo acredita que o aluno
aprende por si mesmo.
• Professor renuncia àquilo que seria a
característica fundamental da ação docente: a
intervenção no processo de aprendizagem do
aluno.
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Falas:
• “Ninguém pode transmitir. É o aluno que
aprende.”
• Outro professor afirma: “Tu não transmites o
conhecimento. Tu oportunizas, propicias,
levas a pessoa a conhecer”.
• Outro, ainda: “...acho que ninguém pode
ensinar ninguém; pode tentar transmitir, pode
tentar mostrar... acho que a pessoa aprende
praticamente por si...”.

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Pedagogia Nã o-Diretiva – Modelo
epistemoló gico
• “Apriorismo” vem de a priori, isto é, aquilo que é posto
antes como condição do que vem depois.
–O que é posto antes?
–A bagagem hereditária.
• Esta epistemologia acredita que o ser humano nasce
com o conhecimento já programado em sua herança
genética. Basta o mínimo de exercício para que se
desenvolvam ossos, músculos e nervos e assim a
criança passe a postar-se ereta, engatinhar, caminhar,
correr, andar de bicicleta... assim também com o
conhecimento. Tudo está previsto.
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Pedagogia Relacional – Modelo
pedagó gico
• Professor acredita - melhor, compreende - que o aluno só
aprenderá alguma coisa, isto é, construirá algum
conhecimento novo, se ele agir e problematizar a sua ação.

• Há duas condições necessárias para que algum


conhecimento novo seja construído:
– a) que o aluno aja (assimilação) sobre o material que o
professor presume que tenha sigo de cognitivamente
interessante e significativo para o aluno;
– b) que o aluno responda para si mesmo às perturbações
(acomodação) provocadas pela assimilação deste material, ou,
que o aluno se aproprie, neste segundo momento, não mais do
material, mas dos mecanismos íntimos de suas ações sobre este
material.

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Pedagogia Relacional – Modelo
epistemoló gico
• O sujeito constrói – daí, construtivismo – seu conhecimento
em duas dimensões complementares, como conteúdo e
como forma ou estrutura; como conteúdo ou como
condição prévia de assimilação de qualquer conteúdo
• A ideia de que nada está pronto, acabado e de que,
especificamente, o conhecimento não é dado, em
nenhuma instância, como algo terminado. Ele se constitui
pela interação do indivíduo com o meio físico e social, com
o simbolismo humano, com o mundo das relações sociais; e
se constitui por força de sua ação e não por qualquer
dotação prévia, na bagagem hereditária ou no meio, de tal
modo que podemos afirmar que antes da ação não há
psiquismo, nem consciência e muito menos pensamento

Profª Drª Valéria de O. Thiers


Falas:
• "Como professora procuro interferir o mínimo
para que a criança toque, mexa, experimente e,
para isso, o professor precisa ter um pouco de
sensibilidade para perceber se o aluno está ou
não a fim de algo”.
• "Olha, o conhecimento é o domínio sobre o saber
fazer, no sentido da especificidade do curso que
eu trabalho [Arquitetura]. No outro sentido, vejo
como aquilo que tu produziste sobre esse saber
fazer”.
Profª Drª Valéria de O. Thiers
Em síntese,

S: Sujeito O: Objeto de conhecimento


A: Aluno P: Professor

Na linguagem epistemológica, o sujeito é o elemento conhecedor, o centro do


conhecimento; o objeto é tudo o que o sujeito não é.
– O que é o não sujeito?
– O mundo onde ele está mergulhado: isto é, o meio físico e/ou social.
(BECKER, 2008, p.46)
Profª Drª Valéria de O. Thiers
Referências
BECKER, Fernando. Modelos Pedagógicos e
Modelos Epistemológicos. Em: Educação e
construção do conhecimento. Porto Alegre:
Artmed. , 15-32. 2001.

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