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OS PRINCIPAIS CONCEITOS DA

TEORIA PIAGETIANA

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FUNDAMENTOS DA TEORIA PIAGETIANA – 60
ANOS DE PESQUISA
• 1896 – Nascimento de Piaget
• 1918 – Doutoramento com tese na área de desenvolvimento dos
moluscos
• 1950 – Publicação da Introdução à Epistemologia e do Tratado
de Lógica.
• A partir de então são publicados 30 volumes de Epistemologia
Genética
• 1955 – Inauguração do Centro Internacional de Epistemologia
Genética
• 1980 – Falecimento em Genebra

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FUNDAMENTOS DA TEORIA PIAGETIANA –
PRODUÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
• Até 1921 trabalhou na padronização dos testes de inteligência,
concentrando suas observações nos “erros” cometidos pelas crianças, de
onde concluiu que esses “erros” indicavam estruturas mentais
características de determinadas faixas etárias.
• Iniciou seu método clínico, numa primeira versão baseada no modelo de
observação utilizado na psicologia clínica (individual e casuística).
• De 1921 a 1930 procurou a lógica através do pensamento verbal e inicia
experiências com método não verbal. Estuda também as ideias espontâneas
das crianças.
• Inicia seu interesse pelo desenvolvimento moral da criança, associando-o
ao seu desenvolvimento afetivo.

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FUNDAMENTOS DA TEORIA PIAGETIANA –
PRODUÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

• 1930 a 1940 estudou as primeiras manifestações de inteligência e o


desenvolvimento das funções de representação; estudou o desenvolvimento
da percepção e da formação de conceitos (de número, de tempo, de espaço,
de ordem...).
• Seu método clínico sofre alterações, passando a misturar a agilidade da
observação aberta e o rigor do controle experimental.
• Publicações desse período: O nascimento da inteligência na criança; A
construção do real na criança, A formação do símbolo na criança.

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FUNDAMENTOS DA TEORIA PIAGETIANA –
PRODUÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
• De 1940 a 1955 formalizou seu método clínico. O método clínico torna-se uma
convergência de um método experimental com um método dedutivo
(Rappaport, 1981, p. 53).
• Muda o centro de interesse de suas pesquisas centrando seus estudos na
operação lógica tanto concreta quanto abstrata, os processos de pensamento.
• Estuda a construção de modelos matemáticos que fundamentam as estruturas
lógicas e a descrição sistemática de dos agrupamentos das operações concretas
e proposicionais.
• Cabe destaque para as publicações: O desenvolvimento da noção de tempo; As
noções de movimento e velocidade; A gênese da ideia de acaso na criança; A
concepção de geometria na criança; A gênese do mundo na criança.

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FUNDAMENTOS DA TEORIA PIAGETIANA –
PRODUÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
• Período posterior aos anos 1950, dedicou-se aos estudos de Epistemologia
Genética.
• Formou uma equipe multidisciplinar que desenvolveu pesquisas sobre a
Epistemologia das diversas ciências.
• Publicações importantes do período: Estudos da Epistemologia Genética (30
vol.); Biologia e Conhecimento; A gênese das estruturas lógicas elementares.

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DESIGNAÇÕES DO SISTEMA PIAGETIANO
• Epistemológico genético
• Estruturalista
• Interacionista
• Construtivista dialético
• Cognitivista
• Sua questão principal era: COMO TEM ORIGEM E COMO
EVOLUI O CONHECIMENTO?

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SEU RAMO DE PESQUISA: EPISTEMOLOGIA
• Definição: Conjunto de conhecimentos que têm por objetivo o conhecimento
científico, visando a explicar seus condicionamentos, sistematizar suas
relações, esclarecer seus vínculos e avaliar seus resultados e aplicações
(Dicionário Aurélio).
• Para Piaget: o estudo da constituição de conhecimentos válidos.
• Epistemologia Genética: procura compreender o desenvolvimento do
conhecimento desde o momento em que a pessoa nasce até o momento em
que é capaz de um raciocínio complexo, próprio do filósofo ou do cientista.
(Goulart, 2008, p. 14)
• Procura entender quais os mecanismos mentais o sujeito usa nas diferentes
fases da vida para entender o mundo.

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O OBJETO DE ESTUDO DE PIAGET
• O conhecimento (e não o desenvolvimento).
• O desenvolvimento cognitivo humano, como o organismo conhece o
mundo.
• Entender o processo de formação dos conceitos de tempo, espaço,
causalidade, sem os quais não seria possível assimilar o mundo exterior.
• Revelou que cada criança desenvolve espontaneamente esses conceitos,
que posteriormente podem ser reencontrados sob a forma de uma
elaboração formal e acabada no corpo das diferentes ciências (Goulart,
2008, p. 15)

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O OBJETO DE ESTUDO DE PIAGET

• Buscava compreender o processo de construção do


conhecimento num sujeito universal, não analisava os efeitos de
muitas variáveis (como história e classe social).
• Isso o diferencia de alguns de seus contemporâneos:
- Wallon: estudou o sujeito concreto, inserido no mundo do
trabalho e na sociedade (sócio-interacionismo)
- Vygotsky: estudou o sujeito marcado pelas condições materiais
de sua existência, o sujeito histórico (Interacionismo histórico).

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INTERACIONISMO

• Retomando a pergunta de Piaget: COMO TEM ORIGEM E COMO


EVOLUI O CONHECIMENTO?
• Inatistas: conhecimento é pré-formado, nascemos com estruturas que se
atualizam à medida que nos desenvolvemos (Lorenz, Chomsky).
• Empiristas: conhecimento tem origem e evolui a partir da experiência que o
sujeito vai acumulando (Watson, Skinner).
• Interacionismo: conhecimento resulta da interação do sujeito com o ambiente
(Wallon, Vygotsky, Piaget).

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O QUE HERDAMOS?
• O indivíduo herda uma série de estruturas biológicas que predispõem ao
surgimento de certas estruturas mentais.
• Não herdamos a inteligência, mas, sim, um organismo que vai amadurecer
na relação com o meio ambiente.
• Todo organismo possui certas propriedades para adaptar-se e o
funcionamento mental é apenas um aspecto.
• A maturação do sistema nervoso central é que vai contribuir para o
aparecimento de novas estruturas mentais que proporcionam a possibilidade
de adaptação cada vez maior.
• Ambientes físicos e sociais oferecem estímulos e situações que favorecem o
desenvolvimento dos processos cognitivos.

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ESQUEMA
• Uma unidade estrutural básica de pensamento ou de ação e que
corresponde à estrutura biológica que muda e se adapta.
• É um padrão de comportamento ou uma ação que se desenvolve com
uma certa organização e que consiste num modo de abordar a realidade
e conhecê-la.
• Esquemas podem ser:
- Simples: como o reflexo de sucção
- Complexos: como as operações lógicas.
• Os esquemas simples vão se organizando, integrando-se a outros e
formando os esquemas complexos. Estão em contínuo
desenvolvimento.

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POR QUE “ESTRUTURALISTA”?
• Uma estrutura é um sistema de transformação que comporta leis ou
propriedades de totalidade (...), que se conserva ou se enriquece pelo
próprio jogo de transformações, sem que estas conduzam para fora de suas
fronteiras ou façam apelo a elementos exteriores.
• Características da estrutura: totalidade, transformação e auto-regulação.
• Um organismo implica uma estrutura que seja receptiva ao meio.
• Só podemos compreender de forma adequada a natureza de um estímulo
depois de analisar a estrutura que está na base da resposta

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ESTRUTURA
• Em cada momento do desenvolvimento, uma estrutura mental é
responsável pela forma particular de abordar o meio e de se emitir
determinada resposta.
• O desenvolvimento de crianças e de adolescentes se caracteriza pela
sucessão de estruturas mentais diferentes, cada uma delas regidas
por leis próprias e caracterizando um modelo de compreensão da
realidade.
• Uma estrutura mental mais simples constitui, sempre, a base de
estruturas mais complexas.

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CONSTRUTIVISMO DIALÉTICO

• Cada criança constrói seu próprio modelo de mundo.


• Chaves dessa construção:
- A própria ação do sujeito
- O modo como isso se converte num processo de construção interna
• A própria criança exerce controle sobre a obtenção e a organização
de sua experiência sobre o mundo exterior.
• Essas ações tornam-se esquemas ou modelos psiquicos, que vão
permitir processos sucessivos de adaptação ao meio.

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POR QUE “DIALÉTICO”?
• Dialética significa mudança.
Afirmação Negação Síntese
• Isso explica a relação do sujeito como objeto, uma relação de
interdependência.
• O sujeito constrói seu objeto e este constrói o sujeito
• Assimilação e acomodação
• Assimilação: é a incorporação de um novo objeto ou ideia ao que já é
conhecido, ou seja ao esquema que já possui
• Acomodação: transformação que o organismo sofre para poder lidar com o
ambiente. (Ver exemplos em Goulart, 2008, p. 19)

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O PAPEL DA ADAPTAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO
• O ambiente físico e social coloca a criança continuamente diante de
questões que rompem o estado de equilíbrio do organismo e exigem a
busca de comportamentos mais adaptativos.
• O ato de conhecer é prazeroso e gratificante, gerando a curiosidade
intelectual, é a força motivadora para o desenvolvimento.
• “O conhecimento possibilita novas formas de interação como ambiente,
proporcionando uma adaptação cada vez mais completa e eficiente e, nesse
sentido, é gratificante para o organismo, que se sente mais apto a lidar com
situações novas (Rappaport, 1981, p. 56).

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EQUILÍBRIO OU EQUILIBRAÇÃO
• O organismo funciona de modo a atingir e procurar manter um estado de
equilíbrio interno que permita a sobrevivência num determinado meio
ambiente.
• E na mente? Temos um processo de organização de estruturas cognitivas
num sistema coerente, interdependente, que possibilita ao indivíduo um
tipo ou outro de adaptação à realidade (Rappaport, 1981, p. 62).
• Essa organização mental (equilíbrio) será modificada à medida em que o
indivíduo conseguir atingir novas formas de compreender a realidade e
atuar sobre ela.
• O desenvolvimento consiste em passar constantemente de um estado de
equilíbrio para um estado de desequilíbrio – um equilíbrio superior.

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CONCLUSÃO TEÓRICA
A criança é agente do seu próprio desenvolvimento; através de
processos assimilativos que ampliam seu domínio sobre o mundo
exterior e de acomodação que modificam a qualidade de sua
atividade sobre esse mesmo mundo.
“Do equilíbrio desses dois processos advém a adaptação ao mundo
cada vez mais adequada e uma consequente organização mental,
que se designa como equilibração das estruturas mentais” (Goulart,
2008, p, 19).

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