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Gravura de Escher
e mensurável, similarmente aos factos e eventos nas ciências naturais e nas exatas. O
Behaviorismo são:
• A fonte dos comportamentos (os estímulos) é externa, vinculada ao meio e não aos
Definição
Princípios do Behaviorismo
para responder aos estímulos que, após uma exposição repetida, se tornaram familiares.
(resposta incondicionada);
Críticas:
superiores;
contextos...
Epistemologia Genética
combinação das teorias então existentes, o apriorismo e o empirismo. Piaget não acredita
que todo o conhecimento seja, inerente ao próprio sujeito, como postula o apriorismo,
nem que o conhecimento provenha totalmente das observações do meio que o cerca,
Para Piaget, o conhecimento é gerado através de uma interação do sujeito com seu meio,
depende tanto das estruturas cognitivas do sujeito como de sua relação com o objeto.
Estágios de desenvolvimento
decorrem do nascimento até se consolidarem por volta dos 16 anos. A ordem destes
relação causa e efeito, bem como das simbolizações. É a chamada idade dos
porquês e do faz-de-conta.
cientificamente.
Estrutura e aprendizagem
Definição
estruturas cognitivas sofisticadas - que vão dos poucos e primitivos reflexos do recém-
nascido até às mais complexas actividades mentais do jovem adulto. De acordo com
Princípios
complexas);
a quantidade.
"estruturas lógicas" para a explicação das suas experiências mas ainda sem
abstracção.
cientificamente.
O CONSTRUTIVISMO
Definição:
Princípios do Construtivismo
"factos isolados".
Os estudos de Vygotsky postulam uma dialética das interações com o outro e com o
estádios descrita por Piaget seja correta, porém diferem na concepção de sua dinâmica
potencial. Em outras palavras, a ZDP é a distância existente entre o que o sujeito já sabe
e aquilo que ele tem potencialidade de aprender. Seria neste campo que a educação
aprendiz, para assim intervir. O conhecimento potencial, ao ser alcançado, passa a ser o
Interacionismo e desenvolvimento
conhecimento real, Vygotsky sugere que se avalie o que o sujeito é capaz de fazer
sozinho, e o potencial aquilo que ele consegue fazer com ajuda de outro sujeito. Assim,
potencial atingido. Quanto mais ricas as interações, maior e mais sofisticado será o
desenvolvimento.
A perspectiva das NEUROCIÊNCIAS
Definição
aprendizagem.
Princípios
por três cérebros: o arqueocortex (cérebro "réptil", que data de há 250 milhões de
meio e a adaptação; o paleocortex (cérebro "límbico", que data dos "mamíferos", há 150
milhões de anos), que controla as emoções elementares (medo, fome, ...), o instinto
anos), que representa cerca de 85% da massa cerebral e que controla a cognição, o
livre, flexível, "como que uma teia", sobreposta e redundante. Para um sistema como este
cerca de 100 biliões e podem ter entre 1 e 10 000 sinapses cada um. A complexidade
das conexões possíveis é incalculável e o próprio padrão das conexões sinápticas pode
alterar-se com o uso do cérebro, isto é, após uma conexão sináptica estabelece-se um
padrão que faz com que essa mesma conexão seja mais fácil numa próxima vez
(resultando mesmo numa alteração física da sinapse), como acontece por exemplo no
campo da memória.
AS MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS
(Howard Gardner)
Definição
Teoria desenvolvida por Gardner que sugere a existência de pelo menos 7 inteligências
7 estilos de aprendizagem.
Princípios
escrever. A pessoa com este estilo de aprendizagem tem facilidade em recordar nomes,
matemáticos e lógicos;
Visual / Espacial - Habilidade para visualizar objectos e dimensões espaciais, para criar
"imagens" internas. Este tipo de pessoas adoram desenhar, pintar, visitar exposições,
falam, usam o corpo para expressar as suas ideias, gostam de dançar, de praticar
Musical - Rítmica - Habilidade para reconhecer sons e ritmos; trata-se de pessoas que
Definição
Teoria da Aprendizagem que parte da ideia de que os indivíduos têm diferentes maneiras
processos de aprendizagem.
Princípios
tipos:
pensando...
recolheram da experiência;
Definição
Princípios
divisão implica:
entanto, algumas pessoas são adeptas dos dois estilos (ambidextras). Em geral a Escola
A APRENDIZAGEM CONSCIENTE
" De acordo com os resultados dos estudos experimentais em pedagogia podemos definir
musculares ou voluntárias;
"A inteligência é como um prisma de numerosas faces. Não se trata de uma qualidade
suporte da inteligência: qualquer outro sistema, quer seja natural ou artificial, pode
aprender e de auto-aprender.
processo pelo qual o sistema inteligente cria, por si próprio, novas representações... O
cérebro humano parece ser o único sistema inteligente dotado daquilo a que
"... qualquer aprendizagem num sistema ou num ser vivo manifestar-se-á pela aquisição
de uma ou mais propriedades que não são inatas neste sistema ou neste ser ..." ( As
Ideias principais:
"Os patrimónios genéticos dos seres vivos são mais ricos em regras de
constroem mapas mentais do seu espaço familiar; as abelhas dispõem de mapas mentais
aprendizagens que não têm que ver com o seu estilo de vida.
No entanto, " O cérebro humano, para além da sua capacidade de memorizar e de tratar
"Este último tipo de aprendizagem implica decisões "conscientes" no momento ... tendo
Embora a estrutura e a função dos neurónios sejam idênticas em todos os seres vivos
cada espécie ... O próprio processo de aprendizagem tem, portanto, uma parte de
OS MOMENTOS DA APRENDIZAGEM
novas representações;
aprendizagem - que pode ser inculcada sob a forma de regras que orientam, guiam ou
assemelha-se à Consciência.
Teorias de
Características
Aprendizagem
Ponto central: estrutura cognitiva do sujeito. As estruturas
cognitivas mudam através dos processos de adaptação:
assimilação e acomodação. A assimilação envolve a
Epistemologia Genética de
interpretação de eventos em termos de estruturas cognitivas
Piaget
existentes, enquanto que a acomodação se refere à mudança da
estrutura cognitiva para compreender o meio. Níveis diferentes
de desenvolvimento cognitivo.
O aprendizado é um processo ativo, baseado em seus
conhecimentos prévios e os que estão sendo estudados. O
Teoria Construtivista de aprendiz filtra e transforma a nova informação, infere hipóteses
Bruner e toma decisões. Aprendiz é participante ativo no processo de
aquisição de conhecimento. Instrução relacionada a contextos e
experiências pessoais.
Desenvolvimento cognitivo é limitado a um determinado
potencial para cada intervalo de idade (ZPD); oindivíduo deve
Teoria Sócio-Cultural de estar inserido em um grupo social e aprende o que seu grupo
Vygotsky produz; o conhecimento surge primeiro no grupo, para só
depois ser interiorizado. A aprendizagem ocorre no
relacionamento do aluno com o professor e com outros alunos.
Aprendizagem baseada em Aprendizagem se inicia com um problema a ser resolvido.
Problemas/ Instrução Aprendizado baseado em tecnologia. As atividades de
ancorada aprendizado e ensino devem ser criadas em torno de uma
(John Bransford & the "âncora", que deve ser algum tipo de estudo de um caso ou
CTGV) uma situação envolvendo um problema.
Trata da transferência do conhecimento e das habilidades. É
Teoria da Flexibilidade
especialmente formulada para dar suporte ao uso da tecnologia
Cognitiva (R. Spiro, P.
interativa. As atividades de aprendizado precisam fornecer
Feltovitch & R. Coulson)
diferentes representações de conteúdo.
Aprendizagem ocorre em função da atividade, contexto e cultura
Aprendizado Situado (J. e ambiente social na qual está inserida. O aprendizado é
Lave) fortemente relacionado com a prática e não pode ser dissociado
dela.
Enfatiza a percepção ao invés da resposta. A resposta é
considerada como o sinal de que a aprendizagem ocorreu e não
como parte integral do processo. Não enfatiza a seqüência
Gestaltismo
estímulo-resposta, mas o contexto ou campo no qual o estímulo
ocorre e o insight tem origem, quando a relação entre estímulo
e o campo é percebida pelo aprendiz.
O fator mais importante de aprendizagem é o que o aluno já
sabe. Para ocorrer a aprendizagem, conceitos relevantes e
Teoria da Inclusão (D. inclusivos devem estar claros e disponíveis na estrutura
Ausubel) cognitiva do indivíduo. A aprendizagem ocorre quando uma
nova informação ancora-se em conceitos ou proposições
relevantes preexistentes.
Deve-se buscar sempre o aprendizado experimental, pois as
pessoas aprendem melhor aquilo que é necessário. O interesse
Aprendizado Experimental e a motivação são essenciais para o aprendizado bem sucedido.
(C. Rogers) Enfatiza a importância do aspecto interacional do aprendizado.
O professor e o aluno aparecem como os co-responsáveis pela
aprendizagem.
No processo de ensino, deve-se procurar identificar as
Inteligências múltiplas inteligências mais marcantes em cada aprendiz e tentar explorá-
(Gardner) las para atingir o objetivo final, que é o aprendizado de
determinado conteúdo.
Bibliografia básica
AUSUBEL, D.P. et al. - Psicologia Educacional. Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1980.
COLL, C. - Aprendizagem Escolar e a construção do conhecimento. Porto Alegre, Artes
Médicas, 1994.
COLL, C. PALACIOS, J. ALVARO M (org). - Desenvolvimento Psicológico e Educação.
Porto Alegre, Artes Médicas, 1995.
FLAVELL, J.H. - A psicologia do desenvolvimento de Jean Piaget. São Paulo, Pioneira,
1975.
PIAGET, J. e INHELDER, B. - A psicologia da criança. São Paulo, DIFEL, 1982.
VYGOTSKI, L. S. - A formação social da mente. São Paulo, Martins Fontes, 1984.
VYGOTSKY, L.S. - Pensamento e Linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 1989
WALLON, H. H. - As origens do pensamento na criança. São Paulo, Manole, 1989.
Avalia~ao e Poder: disciplinar e/ou
transformar?
A avalia~iio no cotidiano escolar
Como a grande maio ria dos docentes, enfrento refletir, nesse trabalho, sobre esses diferentes tipos
um serio desafio no meu fazer cotidiano: a avaliagao. de poder, mas optei em destacar apenas a questao
Ela tem side 0 "calcanhar de Aquiles" da pratica de poder presente nas praticas avaliativas escolares.
docente. Por que sera que ela e tao dificil para muitos
de nos? Varias sac as razoes, mas eu gostaria de o poder da avalia~iio: disciplinar e
destacar apenas duas: por um lado, ela coloca quem
controlar
ensina frente a frente com resultados que levam ao Foucault (1993), ao fazer uma genealogia das
questionamento de seu proprio trabalho e do trabalho praticas avaliativas na Franga, obriga-nos a ficarfrente
de seus alunos; por outro lado, ela e a propria a frente com um concreto que se faz, desde suas
manifestagao do controle exercido pelos professores ra[zes, como controlador, disciplinador e normalizador.
sobre seus alunas (e naa paderia ser a cantrole das Seu discurso remete-nos ao nosso cotidiano e
alunas sabre seus professares?). Em qualquer dessas passamos a rever, como se estivessemos no cinema,
perspectivas 0 professor defronta-se com situagoes as diferentes situagoes que permearam nossa
de controle e poder, dimensoes essas ja impressas na formagao docente e ainda hoje estao presentes 00
mas que ainda precisam ser estudadas. Desde a distribuigao do curriculo no espa~ e 00
Ha necessidade de discutir-se de forma mais tempo ate as praticas avaliativas, todo 0 processo
aprofundada a questao do poder, porque ele insinua- pedagogico que hoje vivemos se apresenta pautado
se por entre as diferentes praticas docentes e pelo controle e pela sangao, pela disciplina e pela
discentes, perpassando as polfticas educacionais, hierarquia. Por exemplo, muitas escolas tinham portas
reflexo das polfticas econ6micas que interferem, com um visor de vidro, onde qualquer um tinha acesso
peremptoriamente, em relagoes socia is e culturais. ao que era feito em sala de aula. sem, praticamente,
ser visto. Ver sem se fazer presente. Junta-se a isso a
Alem disso, ha diferentes nfveis e instancias de
pratica usual em muitas escolas de ter um funcionario
poder. Por exemplo, ao afirmar que os alunos podem
encarregado da disciplina, especie de fiscal e vigilante,
exercer poder sobre seus professores, estou falando
sempre presente de maneira silenciosa e quase
de um poder diferente daquele que e exercido pelos
imperceptivel, mas que se movimentando em
professores sobre seus alunos, ou daquele que 0
diferentes pontos da escola observa, vigia e encaminha
pessoal tecnico-administrativo exerce sobre as
os alunos faltosos (que nao estao cumprindo as
professoras e os professores na escola. Da mesma
atividades pedagogicas previstas para aquele horario,
forma, tambem e diferente 0 poder que as varias
como assistir aula, estar na biblioteca, na Educagao
instancias da sociedade exercem sobre a escola, seus
Ffsica, nos laboratorios e, excepcionalmente, no
professores, funcionarios e alunos. Nao pretendo
banheiro) para serem devidamente advertidos e - d6ceis, como diz Foucault (1993), corpos capazes de
quem sabe? - pu1Idos. produzir mais e de acordo com os interesses do
mercado de trabalho.
Hoje, 0 assaIo, os roubos, a venda de drogas,
transfol1lsall a esrola numa verdadeira prisao, com o sistema coercitivo de provas, exames, concursos
muros, grades e portoes fechados a chave. para entrada em outros estagios da carreira torn am-
Obviamefde Que 0 tratamento dispensado aos alunos, se cada vez mais constantes e exigentes, ao longo da
e muiIas vezes aos pr6prios professores e visitantes, forma<;ao e do pr6prio exercfcio profissional de cada
eo de verdadeiros prisioneiros: hora para entrar, sair, um. Em nome de uma educa<;ao permanente e
registro da presen<;a, identifica<;ao de quem e, aonde decorrente da rapida produ<;ao e obsolescencia do
vai, 0 que vai fazer, com quem vai falar e assim por conhecimento, somos jogados, incessantemente, a
diante. S6 falta mesmo a revista, 0 que nao esta longe correr atras de provas e tftulos, que por sua vez nos
de tornar-se realidade, na medida em que 0 acesso a enquadram dentro de normas, pad roes,
armas e drogas e a sua consequente utiliza<;ao e venda conhecimentos determinados, formas de pensar e
nas escolas ja esta sendo divulgada amplamente pelos "causas" pelas quais lutar, na sua grande maioria como
meios de comunica<;ao. Diga-se de passagem que esta "carias marcadas num bara/ho".
nao e uma pratica especffica para a escola, mas que
A arquitetura das escolas, as salas de aula com
se estende a edificios, condomfnios fechados, 6rgaos
seus sistemas de controle absoluto da distribui<;ao dos
publicos, hospitais, sem falar, obviamente, nas pr6prias
corpos no espa<;o, lan<;am 0 professor, de imediato,
prisoes.
num ambiente de contra Ie e autoritarismo. Em nome
A sala de aula e um verdadeiro mosaico, muitas da ordem e da sala bem arrumada a professor e
vezes com lutas explfcitas ou mascaradas entre alunos submetido a materialidade das concep<;oes de
e professores, ou entre as pr6prios alunos, indo desde hierarquiza<;ao, discrimina<;ao e preferencias, formas
agressoes verbais ate mesmo as vias de fato. Passam sutis de privilegios e san<;oes que vao desde 0 carinho
por af os diferentes sistemas punitivos que os e afeto oferecido aos mais capazes, aos que
professores utilizam sobre seus alunos, desde a ironia respondem de acordo com a que a professora deseja
e ridiculariza<;ao das suas dificuldades, ate as (e na maioria das vezes significa "obediencia a normas
admoesta<;oes, na maioria das vezes feitas aos gritos, impostas"), ate as admoesta<;oes publicas, ferinas, as
de quem ja nao sabe mais 0 que fazer para tornar ironias, ao desprezo e as san<;oes que passam,
seus alunos d6ceis e disciplinados. Isso, sem falar nos inclusive, pela "nota mais baixa" para os que
encaminhamentos a dire<;ao ou a supervisao ou incomodam. Muitos desses alunos que expressam sua
orienta<;ao educacional, conversas queixosas com as maneira de ver e de expressar 0 mundo de forma
pais e encaminhamentos a institui<;oes especializadas diferente manifestam sua inconformidade au recusam
no tratamento dos cham ados "disturbios de cumprir normas e manter-se passivos. E isso acontece
aprendizagem". tanto no 10 grau, quanta no 20 e 30 graus; 0 que muda
sao as formas, mas 0 conteudo controlador e
Nesse contexto a avalia<;ao entra como mais um
disciplinador mantem-se 0 mesmo. Presente a essa
elemento disciplinador e controlador, servindo para se
obter desde 0 silencio momentaneo, ate a "estudo para especialidade do medo, da hierarquia, da disciplina,
junta-se a organiza<;ao disciplinar da escola e 0 seu
a prova". E interessante notar como as praticas
sistema avaliativo (Ieia-se punitivo, na maioria das
avaliativas ao longo da permanencia do estudante na
escola vaG refinando-se no sentido de tornarem-se vezes). Cabe ao professor fazer valer as ordens e
normas pre-estabelecidas, pois ele pr6prio tambem
mais castradoras e modeladoras de corpos uteis e
esta sendo controlado nao s6 pela dire<;ao e
administra<;ao escolar, como tambem pelos seus
pares, pelos 6rgaos de c1asse, pela legislagao, pel os conhecimento academico: estudos, pesquisas, teorias,
alunos, pelos pais e assim por diante. falas e praticas de pessoas e/ou instituigoes que
tenham ou estejam estudando de forma mais
E possivel desconstruir essas praticas avaliativas
sistematica 0 que esta sendo avaliado. E dessa forma
controladoras?
que serao feitas diferentes leituras e releituras,
(Des)construindo saberes sobre mostrando-nos sob diferentes olhares, vivencias e
avalia~iio: compromisso de saberes as realidades em avaliagao.
professores?
A compreensao, analise e interpretagao dessas
Um posicionamento critico e transformador implica leituras, assim como os conflitos e as crises geradas,
interagir e mergulhar nas realidades que encaminharao para hip6teses de trabalho e para agoes
contextualizam 0 que ou quem esM sendo avaliado que podem e precisam ser entendidas como formas
de maneira que se explicitem as realidades que variadas de fazer avangar 0 conhecimento, a partir de
compoem 0 cotidiano. Esse e um trabalho que eu probabilidades e do exame critico de contradigoes
chamaria de "garimpagem", isto e, ir procurando 0 que coexistentes. Dessa forma, e possivel construir-se
sustenta, naquilo que num primeiro momenta vemos referenciais provis6rios que ajudarao na construgao
como uma realidade explfcita, mas que tem algo que de saberes discutidos a luz de articulagoes e
subjaz separando ou intercambiando, analisando e confrontos. E um saber que articula a teoria-pratica e
comparando, enfim, tentando colocar figuras e fundos a pratica-teoria enquanto revezamentos, quer dentro
em destaque, nao como dois contrarios excludentes, de si (de uma teoria para outra; de uma pratica para
mas como num caleidosc6pio em que, conforme os outra), quer entre si ( praticas rompendo com teorias,
movimentos que fazemos, figuras e fundos mudam. teorias rompendo com praticas) (Deleuze, apud
Ha necessidade de incentivar e deixar que os Foucault, 1993a. p.69-70).
sujeitos falem, descrevam, explicitem as realidades Inserido num mundo em crise e conflitos
que constituem a chamada cultura popular, assim permanentes, informatizado, fragmentado e sem os
como tambem e necessario que quem avalia pergunte- referenciais das verdades eternas, universais e
se sobre para que, por que e a quem interessa tal absolutas, os saberes-produto de tais avalia~ sac
avaliagao. Discutidas essas "condigoes de realidade", saberes referenciais que tem por finalidade precipua
sera possivel levantar hip6teses que permitam mostrar a provisoriedade do conhecimento, pet1'TVtindo
diferentes leituras dessas realidades. Tais hip6teses aos sujeitos a construg80 de sUbjetividades e a
serao levantadas a partir dos dados coletados e concretizagao de projetos de Iiberdade ceticos. auto-
elaboradas junto com os avaliados. Assim, avaliadores inventivos e plenos de riscos assim como a
e avaliados precisam "sentar-se junto a mesa" e discutir experimentagao de vidas paroquiais, finitas,
o porque dos resultados alcangados, inserindo tal humanas ... que consolidam 0 exercicio de poderes
discussao no contexto das realidades das quais eles localizados e especfficos, capazes de provocar
fazem parte. Mais do que isso, tal discussao precisa mudangas circunstanciais, mas sempre mudangas.
estar permeada, tambem, pelo chamado
Com que forga e ate quando? Nao sabemos.
Adaptado de:
OSOWSKI, Cecilia. Avaliayao e poder: disciplinar e/ou transformar? Revista de Educar;iio AEC. ana 24, n. 94, jan.lmaio
1995.
A escola opera corn verifica9ao e nao corn avalia9ao da aprendizagem
Processo de verificar - configura-se pel a observagao, obteng8.o, analise e sfntese dos dad os ou informagoes que delimitam
o objeto ou ato com 0 qual se est a trabalhando. Encerra-se no momenta em que se conclui se 0 objeto da investigagao
possui determinada configuragao. Nao implica conseqQencias novas e significativas.
Concerto avalia9ao - formulado a partir das determinagoes da conduta de "atribuir urn valor ou qualidade a alguma coisa,
ate ou curso de a<;:ao".Implica urn posicionamento positivo ou negativo em rela<;:ao ao objeto avaliado. Ato de avaliar -
implica uma atribui<;:ao de valor processada a partir da comparag21O da configura<;:ao do objeto avaliado com urn padrao
preVJarneflte estabelecido.
AVPJ..IA Ao
tmapassa a obtengao da configuragao do objeto, exige decisao do que
fazer ante au corn ele, direciona 0 ob'eto numa trilha dinamica de a ao
::':5o::olabrasileira opera geralmente com a verifica<;:ao e nao com a avalia<;:ao. Os resultados tern a fun<;:ao de aprovar ou
~e~rovar e 0 uso dos resultados se encerra na obten<;:ao e registro da configura<;:ao da aprendizagem do educando.
Pnitica Escolar: do erro como fonte de castigo ao erro como fonte de virtude
1. Que e 0 erro? A ideia de erro s6 emerge no contexto da existencia de urn padrao considerado correto. 8em padrao nao
na erro.
2. Uso do erro como fonte de virtude - na aprendizagem nao deve ser considerado como fonte de castigo e sim suporte
para 0 crescimento.
3. Erro e avalia9ao da aprendizagem escolar - a avalia<;:ao deveria servir de suporte para ajudar 0 educando a alcan<;:ar
os objetivos que se tern e nao como suporte para a imputa<;:ao de culpabilidade e decisao de castigo.
A Rela~ao Pedag6gica
..•.•.•• Relac;:aopedag6gica - alicer9ada na conceP9ao de homem como um sujeito ativo que transforma a mundo que a rodeia;
e permeada par inten9ao consciente, clara e objetiva par parte de professore~ e ~Iunos que §....vivenciam.
Relac;:6es.entre professor e aluno - rela90es entre personalidades sociais. Professores e alunos pertencem a grupos
diferentes quanta as condi90es objetivas de vida, tendo assim posturas, valores e expectativas diferentes.
Horizontalidade - caracterfstica indispensavel na rela9ao pedag6gica, porem diffcil de ser estabelecida na rela9ao entre
professor e aluno.
Aluno - incentivado a questionar, argumentar, contra-argumentar, avaliar, explicar seus interesses e necessidades objetivas,
suas expectativas, de modo a definir objetivos comuns.
Abordagem Tradicional
Caracterfsticas gerais:
concep<;ao e pratica educacionais que persistiram no tempo, em suas diferentes formas, e que passaram a fomecer
um quadro referencial para todas as demais abordagens que a ela se seguiram
o ensino tradicional, para Snyders, e verdadeiro; tem a pretensao de conduzir 0 aluno ate 0 contato com as grandes
realiza<;oes da humanidade; privilegiam-se 0 especialista, os modelos e 0 professor, elemento imprescindfvel na
transmissao de conteudos
Saviani sugere que 0 papel do professor se caracterize pela garantia de que 0 conhecimento seja conseguido.
independentemente do interesse e vontade do aluno.
Ensino-Aprendizagem:
enfase dada as situa<;oes de sala de aula, onde os alunos sac "instrufdos" e "ensinados" pelo professor; a existencia
de um modele pedag6gico e de suma importancia para a crian<;a e para sua educa<;ao
Aebli, analisando as concep<;oes psicol6gicas e praticas educacionais do ensino tradicional, comenta que seus elementos
fundamentais sac imagens estaticas que serao "impressas" nos alunos, c6pia de modelos do exterior gravadas nas
mentes individuais
evidencia-se preocupa<;ao com a sistematiza<;ao dos conhecimentos apresentados de forma acabada
tarefas de aprendizagem quase sempre padronizadas, 0 que implica poder recorrer-se a rotina para conseguir a
fixa<;ao de conhecimentos/conteudos/informa<;oes
Abordagem Comportamentalista
Caracterfsticas gerais:
comportamentalistas, instrumentalistas e positivistas 16gicos consideram a experimenta<;ao planejada como base do
conhecimento
positivistas 16gicos pretendem demonstrar que certos acontecimentos se relacionam sucessivamente uns com os
outros
modelos sac desenvolvidos a partir da analise dos processos por meio dos quais 0 comportamento humane e modelado
e refor<;ado
aluno e considerado como um recipiente de informa<;oes e reflexoes
uso de maquinas libera, ate certo ponto, 0 professor de uma serie de tarefas; a educa<;ao decorrente disso se preocupa
com os aspectos mensuraveis e observaveis
professor pode aprender a analisar os elementos especfficos do comportamento, seus pad roes de interac;ao para
modifica-Ios, se necessario, ou desenvolver outros padroes, atraves do treinamento
Ensino-Aprendizagem:
. para Skinner, ensinar e planejar refor<;os sob os quais os estudantes aprendem e e responsabilidade do professor
. assegurar a aquisi<;ao do comportamento
~'cOrnPortallientos desejados dos alunos sac instalados e mantidos por condicionantes e refor<;adores arbitrarios (elogios,
graus, notas etc) os quais estao associados com outra classe de refor<;adores (aprova<;ao final, diploma, possibilidade
de ascensao social etc.)
o comportamenOiO !1u:"ano e complexo e f1uido, muitas vezes sujeito igualmente a multiplas causac;:6es, presentes e
passadas. que podem. como decorn§ncia, mascarar os verdadeiros fatores que afetam 0 comportamento num
determinado tmOf1"TEf1ID
nao ha I"I'lCldebs 00 sistemas ideais de instruc;:ao
a etic:ien::ia na e:abomc;:ao e utilizac;:ao dos sistemas depende de habilidades do planejador
os eJeueiii/l:s rrinimos a serem considerados para a consecuc;:ao de um sistema instrucional sao: 0 aluno, um objetivo
de apre ~ e um plano para alcanc;:ar 0 objetivo proposto
Abo •• ' y ,Humanista
Cd a::=e iSScas gerais:
A.. Nell enfatiza 0 papel do sujeito como principal elaborador do conhecimento humane
Rogers defende 0 ensino centrado no aluno
:: ::r.Jtessor nao deve transmitir conteudo e sim dar assistencia, sendo um facilitador da aprendizagem; 0 conteudo
ac',.-em das proprias experiencias dos alunos
~ conteudo da educac;:ao deve consistir em experiencias que 0 aluno reconstroi
Er:sino-Aprend izagem:
ensino centrado na pessoa implica tecnicas de dirigir, sem dirigir; conduzir a pessoa a sua propria experiencia para
Que ela possa estruturar-se e agir
nao-diretividade consiste num conjunto de tecnicas que implementa a atitude basica de confianc;:a e respeito pelo aluno
aprendizagem significativa e considerada por Rogers como a que envolve toda a pessoa
Segundo Mahoney:
tudo 0 que e significativo para os objetivos do aluno tende a realizar sua potencialidade para aprender
se 0 processo de aprendizagem significativa provoca mudanc;:a do Eu, entao essa aprendizagem e ameac;:adora e
provoca resistencia
toda aprendizagem significativa e ameac;:adora
se e pequena a resistencia do aluno a aprendizagem significativa, entao ele se torna aberto a experiencia
Abordagem Cognitivista
Caracteristicas gerais:
estuda a aprendizagem como sendo mais que um produto do ambiente, das pessoas ou de fatores que san externos ao
aluno
consideram-se formas pelas quais as pessoas lidam com os estfmulos ambientais, organizam dados, sentem e resolvem
problemas, adquirem conceitos e empregam sfmbolos verbais
embora se note preocupac;:ao com relac;:6es socia is, e dada enfase a capacidade do aluno de integrar informac;:ao e
processa-Ias
representantes: Jean Piaget e Jerome Bruner
Ensino-Aprendizagem:
concepc;:ao piagetiana de aprendizagem tem carater de abertura e comporta possibilidades de novas indagac;:6es,
assim como toda a sua teoria e epistemologia genetica
aprender implica assimilar 0 objeto de esquemas mentais
todo 0 ensino deve assumir formas diversas no decurso do desenvolvimento; 0 "como" 0 aluno aprende depende da
esquematizac;:ao presente, do estagio atual, da forma de relacionamento atual com 0 meio
segundo Piaget, 0 ensino tem de ser baseado no ensaio e erro, na pesquisa, na investigac;:ao, na soluc;:ao de problemas
por parte do aluno e nao na aprendizagem de formulas, nomenclaturas, definic;:6es etc.
ensino deve levar ao desenvolvimento de operac;:6es, evitando a formac;:ao de habitos
Abordagem Socio-Cultural
Caracteristicas gerais:
apos a II Guerra Mundial surge a preocupac;:ao com a cultura popular e a democratizac;:ao da cultura
surge 0 Movimento de Cultura Popular
nos pafses do terceiro mundo, 0 enfoque e a alfabetizac;:ao de adultos
no Brasil, Paulo Freire se destaca no movimento de cultura popular enfatizando os aspectos socio-polftico-culturais do
povo brasileiro
o movimento de cultura popular no Brasil, ate 1964, contribuiu para a elaborac;:ao de uma verdadeira cultura, a partir de
uma motivac;:ao de cunho vivencial
Ensino-Aprendizagem:
segundo Paulo Freire, uma situac;:ao de ensino-aprendizagem, entendida em seu sentido global, devera procurar a
superac;:ao da relac;:ao opressor-oprimido
ensino e aprendizagem assumem um significado amplo, tal qual 0 que e dado a educac;:ao; nao ,ha restric;:6es as
situac;:6es formais de instruc;:ao
para Freire, a verdadeira educac;:ao consiste na educac;:ao problematizadora ou conscientizadora; objetiva 0
desenvolvimento da consciencia critica e a liberdade como meios de superar as contradic;:6es da educac;:ao bancaria e
responde a essencia de ser da consciencia que e a sua intencionalidade
educac;:ao e uma pedagogia do conhecimento e 0 dialogo, a garantia deste ate de conhecimento
ac;:aopedagogica deve comprometer os alunos com a problematica de suas situac;:6es existenciais