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Universidade de Brasília - UnB

Faculdade de Educação Física - FEF


Aspectos Psicológicos da Aprendizagem na E.F.

André Xavier Marques 190102411


Lucas de Aquino Dourado 211025611
Matheus Silva R. 211025961
Robert Aguiar de O. Ribeiro 211026762
Vinicius Sousa Ferreira 212026790
Quem foi Jean Piaget?

Jean Piaget (1896-1980) foi um psicólogo suíço e importante estudioso da psicologia


evolutiva. Revolucionou os conceitos de inteligência infantil que provocaram mudanças nos
antigos conceitos de aprendizagem e educação.
Jean William Fritz Piaget nasceu em Neuchâtel, na Suíça, no dia 9 de agosto de 1896.
Aos 10 anos, já mostrava sua vocação para a pesquisa: dedicou-se à observação de um pardal
em um jardim público, escreveu uma descrição do comportamento do passarinho e esse seu
trabalho foi publicado.
Aos 16 anos, realizou estudos sobre Zoologia. Aos 21, licenciou-se e, no ano seguinte,
doutorou-se em Ciências Naturais, com tese sobre o desenvolvimento e a adaptação de
moluscos a novos ambientes. Aos 25 anos, já havia publicado 25 trabalhos científicos, em
que mostrava que o desenvolvimento biológico não era devido apenas à maturação e
hereditariedade, mas também a variáveis do ambiente.             Piaget era muito dedicado ao
estudo da Filosofia e da Psicologia. Argumenta que o desenvolvimento humano e o esforço
em direção ao conhecimento movem o homem no sentido da cooperação e do altruísmo,
afastando-o do egocentrismo e da guerra. Este otimismo em relação à espécie humana se
revela em seu trabalho filosófico e psicológico.
  Acreditando que o homem é movido pelo uso da razão, Piaget interessou-se em
compreender o processo de construção do conhecimento na história da humanidade e em
cada indivíduo, e criou a disciplina Epistemologia Genética, que estuda as raízes, agênese
(daí o termo ‘genética’) das várias formas de conhecimento, desde suas formas mais
elementares, até o pensamento científico. Piaget partiu da concepção de que o conhecimento
nem está pré-determinado nas estruturas internas do indivíduo (concepção inatista), nem dado
nos caracteres pré-existentes no objeto a ser conhecido (concepção empirista), mas é
construído na interação do indivíduo com o meio. Sua teoria é, portanto, interacionista.
Em 1936, Piaget recebeu o título de “Doutor Honoris Causa” pela Universidade de
Harvard. Lecionou em diversas universidades da Europa, entre elas a Universidade de
Sorbonne, em Paris.
Piaget escreveu cerca de 100 livros e mais de 500 artigos científicos. A metodologia
educacional criada por Jean Piaget passou a servir de modelo para diversas escolas em grande
parte do mundo.
  Jean Piaget faleceu em Genebra, na Suíça, no dia 16 de setembro de 1980.
Qual foi sua contribuição ?

É justamente a partir da década de 50 do século passado que toma impulso a teoria


de Piaget, cujo objetivo básico era o estudo da inteligência infantil para a melhor
compreensão do pensamento científico do adulto. Seu interesse era, portanto, de natureza
fundamentalmente epistemológica, antes que psicológica ou educacional. A essas teorias se
opõem os empiristas ou ambientalistas, que vêem o desenvolvimento como acúmulo
quantitativo de comportamentos aprendidos em função da experiência. A teoria psicogenética
de Piaget apresenta uma concepção bastante peculiar de desenvolvimento, ao considerá-lo um
processo de organização e reorganização estrutural, de natureza sequencial e ocorrendo em
estádios independentes de idades cronológicas fixas. Embora Piaget não tivesse interesse
específico pela educação, suas idéias tiveram bastante repercussão no campo educacional,
principalmente por focalizar noções básicas presentes também nos currículos escolares.
Se Piaget concebe o desenvolvimento dos conhecimentos como um processo
espontâneo, valorizando as trocas entre sujeito e objeto, a concepção educacional de
desenvolvimento supõe intervenção planejada e sistematizada em situação de ensino. As
trocas, nesta última, incluem também a figura do professor e os objetivos e meios utilizados
são intencionais, selecionados deliberadamente para resultarem em aprendizagem.Pensamos
que, embora ainda não existam um método de ensino e uma teoria pedagógica construtivistas,
Piaget deixa um quadro teórico consistente, a partir do qual o pesquisador e o professor
podem estudar e compreender questões educacionais e repensar a prática pedagógica. O
Construtivismo piagetiano não dá respostas sobre o que e como ensinar, mas permite
compreender como a criança e o adolescente aprendem, fornecendo um referencial para
identificação de possibilidades e limitações da criança e do adolescente.

Desenvolvimento cognitivo infantil segundo Piaget

Piaget separa o desenvolvimento cognitivo infantil em quatro estágios, sendo eles:


sensório-motor, pré-operatório, operacional concreto e operacional formal. Cada um desses
estágios são divididos por faixa etária aproximada, pois cada criança precisa de um tempo
para se desenvolver por completo. Conforme a faixa etária da criança, a maneira como ela
assimila o aprendizado vai mudando e se diferenciando dos demais estágios.
Para o autor, a criança aprende durante as suas relações com pessoas e objetos, sendo
assim, é extremamente importante as pessoas que estão inseridas em locais com crianças
ajudarem influenciando e ensinando-as.
Os pais, responsáveis ou professores precisam saber pelo menos o básico sobre as
fases de desenvolvimento e sua faixa etária, para que possam assim ajudar no
desenvolvimento da criança sem exigir mais do que ela consegue.

Teoria da Epistemologia Genética de Piaget

Alguns conceitos são fundamentais para entendermos a Teoria de Piaget sobre a


compreensão do desenvolvimento psicológico.

• Assimilação:  O processo de equilibração, ou adaptação, ou desenvolvimento, é um


processo de construção, consolidação e mudança de estruturas mentais, por meio de
processos de assimilação e acomodação, segundo Piaget. O indivíduo, motivado por
necessidades ou interesses, assimila ou incorpora o mundo exterior às suas estruturas mentais
já construídas, ou, falando de outro modo, a assimilação é o processo mental pelo qual uma
pessoa integra um novo dado perceptual, motor ou conceitual aos esquemas ou padrões de
comportamento já existentes.

• Acomodação: consiste em criar ou transformar esquemas ou estruturas mentais, através do


reajuste das ações e pensamentos, com vistas ao contato com os dados de realidade
assimilados. A apreensão do mundo assimilada é como o sujeito a pode captar, mas, graças à
acomodação, ela se torna compatível como mundo objetivo. Depois de acomodado, o
estímulo é novamente assimilado às estruturas mentais, agora já acomodadas.

• Adaptação: é o equilíbrio das assimilações e adaptações. Essa é a forma geral do equilíbrio


psíquico: o desenvolvimento mental, em sua organização progressiva, apresenta uma
adaptação sempre mais precisa à realidade.

• Estruturas ou Esquemas : Piaget entende que a mente é dotada de estruturas, que ele chama
também de esquemas. Os esquemas são as estruturas mentais pelas quais os indivíduos
organizam seu meio e se adaptam. Diferentemente das estruturas orgânicas, que têm a função
de adaptação do corpo, as mentais, ou esquemas, não são objetos reais, como o estômago, por
exemplo, mas são inferidos por Piaget, são construtos hipotéticos.

Os quatro estágios do desenvolvimento

O primeiro estágio é o sensório motor, onde é dividido de zero aos dois anos de idade.
Nesta fase a criança aprende explorando e administrando sensações e movimentos. É muito
comum as crianças desta idade colocarem objetos na boca ou os jogarem no chão, pois é
dessa forma que eles vão construindo seu conhecimento e entendem o mundo
experimentando as coisas que estão ao seu redor.
O segundo estágio é o pré-operatório, neste as crianças já são mais velhas e estão
entre os dois e os sete anos de idade. É extremamente normal as crianças dessa fase
brincarem de faz de conta, misturando a realidade e a fantasia, ela é egocêntrica (entende o
mundo a partir das suas experiências). Durante essa fase a criança já consegue assimilar a
palavra que foi dita à imagem dela. É muito bom estimular o desenho e as brincadeiras de
teatro nesta fase.
O terceiro estágio dito por Piaget é o operacional concreto, onde as crianças têm a
idade de sete a doze anos. Durante essa fase elas conseguem ter um raciocínio mais lógico,
compreendem matemática, aprendem juntamente com as experiências concretas e a
alfabetização começa a fazer sentido. Sendo assim, as crianças nesta fase se colocam no lugar
do outro e conseguem compreender melhor o que é certo e o que é errado.
A última fase descrita por Jean Piaget foi a operacional formal, composta por crianças
a partir dos doze anos de idade. Nesta fase elas já conseguem formular hipóteses, entendem
melhor as teorias e são mais críticas. É muito comum crianças nesta fase criticarem seus pais,
pois elas acham que sabem o que é certo ou errado, elas querem autonomia e independência.
Atividades recomendadas para essa faixa etária são o xadrez e jogos de tabuleiro mais
complexos, para desenvolver melhor o raciocínio das crianças.
Na conclusão do texto “Aprendizagem e desenvolvimento na teoria de Jean Piaget”
diz que “para Piaget a aprendizagem depende do desenvolvimento. Aprender é construir ou
reconstruir conhecimento e não copiá-lo do real”, o que demonstra que os estímulos fazem
total diferença no desenvolvimento da criança.
Construtivismo

O Construtivismo afirma que o conhecimento é resultado da construção pessoal do


aluno; o professor é um importante mediador do processo ensino-aprendizagem. A
aprendizagem não pode ser entendida como resultado do desenvolvimento do aluno, mas sim
como o próprio desenvolvimento do aluno (Nunes, 2010).

Piaget afirma que quando uma criança interage com o mundo à sua volta, ela atua
(interna e externamente) e muda a realidade que vivencia. Para que isso ocorra, a criança
deve ter um esquema de ação. É por meio do esquema de ação que a criança organiza e
interpreta a ação, para que esta seja praticada. É uma estratégia de ação generalizável, de
forma que a criança consiga se adaptar às mudanças ocorridas no seu meio.
Consequentemente, surgem dois mecanismos necessários à elaboração de novos esquemas:
assimilação e acomodação (Nunes, 2010).

O construtivismo defende que as crianças da Educação Infantil devem ter contato com
a língua escrita. A professora, ao ler para a criança, proporciona que esta perceba a leitura em
si e adquira interesse em escrever. Tanto a leitura quanto a escrita devem estar presentes no
ambiente alfabetizador (Nunes, 1990).

Após essa descoberta, entendemos as ideias que a criança tem de escrita e leitura.
Todos “os processos que ocasionam mudanças nas concepções infantis devem ser ligados aos
conflitos gerados pela interação sujeito-objeto” (Nunes, 1990).

Ao analisar as crianças desde o nascimento até a adolescência, Piaget concluiu que o


aprendizado é um processo dinâmico e está relacionado com a complexidade e interação do
indivíduo com o meio, ou seja, quanto mais complexo for esta interação, mais inteligente será
o indivíduo.Para Piaget não tem como obter um outro conhecimento sem o organismo
assimilar o anterior.

A obra de Jean Piaget não mostra aos educadores uma forma didática de como
desenvolver a inteligência do aluno ou da criança. Piaget apresenta as fases de
desenvolvimento e as possibilidades de crescimento. O conhecimento destas possibilidades
faz com que os professores possam oferecer estímulos adequados a um maior
desenvolvimento do indivíduo.
Uma das maiores críticas ouve-se as teorias de Piaget são justamente a falta de uma
prática pedagógica clara e explícita.

Podemos notar a diferença entre as salas de aula construtivista em relação ao ensino


tradicional. Como é observado no quadro a seguir.
Referências Bibliográficas:

https://www.scribd.com/document/311277470/TEXTO-02-A-Teoria-Psicogenetica-de-Jean-P
iaget

https://www.ebiografia.com/jean_piaget/

MENIN, M. S. D. S. Aprendizagem e Desenvolvimento na Teoria de Jean Piaget. Nuances:


Estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 7, n. 7, 2001. DOI:
10.14572/nuances.v7i7.148. Disponível em:
https://revista.fct.unesp.br/index.php/Nuances/article/view/148 .Acesso em: 30 maio. 2023.

Contribuições da Pesquisa Psicogenética para a Educação Escolar


Cilene Ribeiro de Sá Leite Chakur1
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Psicologia: Teoria e Pesquisa
Set-Dez 2005, Vol. 21 n. 3, pp. 289-296

PICOLLI, Luciana; CAMINI, Patrícia. Práticas pedagógicas em alfabetização: espaço, tempo


e corporeidade. Porto Alegre: Edelbra, 2013.

NUNES, Therezinha. Construtivismo e alfabetização: um balanço crítico.Educ. Revista, Belo


Horizonte, 1990. Disponível em:
http://educa.fcc.org.br/scielo.php?pid=S0102-46981990000200004&script=sci_arttext.
Acesso em: 31 Maio 2023.

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