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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE- UFAC

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO-PROGRAD
CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA

Discentes:
ANA CASSIA PONTES SILVA
AUGUSTO SILVA
BEATRIZ SILVA RIBEIRO ARAÚJO
ELAYNE MEDEIROS DE SOUZA
FABIO FERREIRA
GABRIELA OLIVEIRA
GEOVANA UCHOA
LIVIA NOGUEIRA RIBEIRO
RAILINE GADELHA DA SILVA
REBECA SILVEIRA LOPES
WESLEY VICTOR

JEAN PIAGET

Rio Branco
2022
ANA CASSIA PONTES SILVA
AUGUSTO SILVA
BEATRIZ SILVA RIBEIRO ARAÚJO
ELAYNE MEDEIROS DE SOUZA
FABIO FERREIRA
GABRIELA OLIVEIRA
GEOVANA UCHOA
LIVIA NOGUEIRA RIBEIRO
RAILINE GADELHA DA SILVA
REBECA SILVEIRA LOPES
WESLEY VICTOR

JEAN PIAGET

Trabalho apresentado ao curso de


Psicologia, disciplina de Desenvolvimento
Humano I, como parte dos requisitos
necessários ao plano de ensino.

Orientador(a): Prof. Hallana Silva de Miranda.

Rio Branco
2022
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INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta um resumo da teoria de Jean Piaget e mostra como


essa teoria pode ser relevante para a compreensão da construção do
conhecimento na interação entre sujeito e objeto. A pesquisa busca, nos
trabalhos de Piaget que discutem sua teoria, as ideias que constituem a
essência da teoria piagetiana. Diante disso, o objetivo principal é distinguir de
que maneira essa teoria pode contribuir para com os estágios do
desenvolvimento sobre assimilação, acomodação e equilíbrio.

Aspecto histórico de Jean Piaget

Jean Piaget, nasceu em 9 de agosto 1896, na Suíça, cidade de Neuchâtel, filho


de uma família abastada e culta. Aos sete anos de idade, Piaget já revelava
sua capacidade científica e, aos 10, publica um artigo sobre o Pardal Branco,
na revista da Sociedade dos Amigos da Natureza de Neuchâtel. Aos 11 anos,
torna-se assessor do Museu de História Natural Local de sua cidade natal.
Desde o ensino ginasial, Piaget mostrava-se interessado por Filosofia e
Psicologia, mas é em Biologia que ele se forma, em 1915. Em 1918, defende
sua tese de doutorado sobre moluscos e inicia, em Zurique, estudos sobre
Psicologia, especialmente Psicanálise.

No ano seguinte, ingressa na Universidade de Paris, onde é convidado a


trabalhar com testes de inteligência infantil. Em 1921, passa a fazer pesquisas
destinadas à formação de professores no Instituto Jean Jacques Rousseau, em
Genebra. Em 1923, lança seu primeiro livro, intitulado A linguagem do
pensamento da criança. Em 1925, começa a lecionar Psicologia, História da
Ciência e Sociologia, na cidade em Neuchâtel. Em 1929, passa a lecionar
História do Pensamento Científico, em Genebra, e assume o Gabinete
Internacional de Educação dedicado a estudos pedagógicos.

Na década de 30, escreve vários trabalhos sobre as fases do desenvolvimento


por meio de observações diretas de seus filhos. Na década de 40, Piaget torna-
se sucessor de Claperède e assume como professor-diretor, o Laboratório de
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Psicologia. Em 1941, com a colaboração de alguns pesquisadores, publica


trabalhos sobre a formação de conceitos matemáticos e físicos.
Em 1946, participa da constituição da UNESCO, tornando-se membro do
Conselho Executivo e assumindo, diversas vezes, a subdireção geral do
Departamento de Educação. Nos anos 50, publica a Epistemologia Genética,
sua primeira tese sobre teoria do conhecimento. Em 1955, assume o lugar do
filósofo Merleau-Ponty, lecionando na Universidade de Sorbonne Paris.

No mesmo ano, na cidade de Genebra, Piaget funda o Centro Internacional de


Epistemologia Genética, destinado a pesquisas interdisciplinares sobre a
formação da inteligência. Em 1967, Piaget escreve Biologia e Conhecimento,
considerada a principal obra de sua maturidade. Em 16 de setembro de 1980,
na cidade de Genebra, morre Jean Piaget.

Piaget e sua teoria sobre a construção do conhecimento.

Piaget recusou as explicações do empirismo tradicional de que existiriam


estruturas endógenas no indivíduo que propiciavam o desenvolvimento da
inteligência. Pois, para o pensador, o conhecimento é resultado da interação do
sujeito com o objeto, sendo que essa interação depende de fatores internos
que são modificados a cada etapa de desenvolvimento das estruturas mentais,
por meio das quais acontece o desenvolvimento psíquico. Nessa perspectiva, o
indivíduo, a partir do ponto de vista biológico, age por instinto para atender as
suas necessidades, processo que o direciona a adaptar-se ao meio. Sob essa
concepção naturalizam-te, o ser humano é compreendido como um ser
biológico cercado pelo meio social que está correlacionado ao meio ambiente.
(ARANHA, 2012).

O desenvolvimento psíquico, que começa quando


nascemos e termina na idade adulta, é compatível ao
crescimento orgânico: como este, orienta-se,
essencialmente, para o equilíbrio. Da mesma maneira
que um corpo está em evolução até atingir um nível
relativamente estável – caracterizado pela conclusão do
crescimento e pela maturidade dos órgãos -, direção de
uma forma de equilíbrio final, representada pelo espírito
adulto. O desenvolvimento, portanto, é uma
equilibração progressiva, uma passagem contínua de
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um estado de menor equilíbrio para um estado de


equilíbrio superior (PIAGET, 1983, p. 11).

Essa concepção de meio social como um organismo explica a compreensão de


Piaget acerca da condição humana, ou seja, ele a compreende como o
prolongamento natural do processo de adaptação que é comum a todo
organismo vivo. Para Piaget, as leis da organização social dos homens são as
mesmas que de uma organização animal, ou seja, são de idêntica natureza a
de uma organização biológica. Nessa perspectiva, o indivíduo, a partir do ponto
de vista biológico, age por instinto para atender as suas necessidades,
processo que o direciona a adaptar-se ao meio. Sob essa concepção
naturalizante, o ser humano é compreendido como um ser biológico cercado
pelo meio social que está correlacionado ao meio ambiente.

OS ESTÁGIOS COGNITIVOS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Estágio Nessa fase, as crianças aprendem sobre o


sensório-motor – do mundo por meio dos sentidos e da manipulação
nascimento até cerca de objetos.
de 2 anos.
Estágio pré- Durante este estágio, as crianças
operacional – 2 a 7 desenvolvem a memória e a imaginação. Eles
anos de idade. também são capazes de entender as coisas
simbolicamente e entender as ideias do passado
e do futuro.
Estágio Durante este estágio, as crianças se
operacional concreto – tornam mais conscientes dos eventos externos,
de 7 a 11 anos. bem como de outros sentimentos que não os
seus. Eles se tornam menos egocêntricos e
começam a compreender que nem todos
compartilham seus pensamentos, crenças ou
sentimentos.
Estágio Durante esse estágio, as crianças são
operacional formal – a capazes de usar a lógica para resolver
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partir de 11 anos. problemas, ver o mundo ao seu redor e planejar o


futuro.
FONTE: Palangana (2015).

Assimilação e Acomodação

Com Piaget, ficou claro que as crianças não raciocinam como os adultos e
apenas gradualmente se inserem nas regras, valores e símbolos da maturidade
psicológica. Essa inserção se dá mediante dois mecanismos: assimilação e
acomodação. O primeiro consiste em incorporar objetos do mundo exterior a
esquemas mentais pré-existentes. Por exemplo: a criança que tem a ideia
mental de uma ave como animal voador, com penas e asas, ao observar um
avestruz vai tentar assimilá-lo a um esquema que não corresponde totalmente
ao conhecido. (PIAGET, 1982).

Todo esquema de assimilação é construído e toda abordagem à realidade


supõe um esquema de assimilação. A mente não se modifica, portanto o
conhecimento que se tem da realidade não é remodelado. Os esquemas de
assimilação refletem, portanto, a forma de agir do organismo (mente) frente à
realidade (no qual são capazes, também, de deformar a realidade, tal qual
quando uma criança brinca com um pedaço de pau dizendo que é um cavalo).
Quando o nível de desenvolvimento cognitivo é alto, um esquema de
assimilação pode ser considerado uma teoria, mas para chegar lá, é preciso
percorrer um longo trajeto, precisando passar pelos esquemas de assimilação
característicos dos períodos de desenvolvimento mental.

O desenvolvimento infantil é uma "construção" feita por reequilibrações e


reestruturações sucessivas. À vista disso, a partir desses conceitos, poder-se-
ia chegar a um conceito de "estrutura cognitiva" dentro da teoria piagetiana
(embora Piaget em si não use essa terminologia). Para ele, a mente é um
conjunto de esquemas que se aplicam à realidade. Estes esquemas tendem a
agregar os elementos que lhes são exteriores e compatíveis com sua natureza.
Por exemplo, o esquema de classificação tende a classificar tudo aquilo que é
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classificável. E assim, teorias explicativas também são esquemas de


assimilação da realidade. Tais esquemas, entretanto, têm a tendência de
assimilarem-se em estruturas cada vez mais amplas, móveis e estáveis, até
poderem alcançar o poder de "manipular" todos os "possíveis". No caso da
modificação, ocorre o que Piaget chama de acomodação. É através das
acomodações (que, por sua vez, levam à construção de novos esquemas de
assimilação) que se dá o desenvolvimento cognitivo. Não há acomodação sem
assimilação, pois a acomodação é a reestruturação da assimilação. No
momento em que um esquema se reestrutura e ocupa um modelo mais
eficiente de ação, considera-se que houve acomodação do esquema. A
"estrutura cognitiva" de um indivíduo é, portanto, um complexo de esquemas
de assimilação que, de acordo com Piaget, tendem a organizar-se conforme os
modelos matemáticos de grupo e rede. No qual Piaget chama de grupamentos
os grupos e redes que não atingiram ainda o nível operatório.

Equilibração

No início de seus estudos, Piaget utilizou a palavra “adaptação” para nomear o


processo no qual as crianças passam de um nível de conhecimento mais
simples a outro mais complexo. Anos depois, optou pelo termo equilibração e,
mais tarde, à ideia de abstração reflexiva. Dentro desses três sinônimos
equilibração é o termo mais conhecido. Essa teoria trata de um ponto de
equilíbrio entre a assimilação e acomodação, logo é considerado como um
mecanismo autorregulador para assegurar à criança uma interação eficiente
dela com o meio ambiente. Existem dois fatores importantes na teoria da
equilibração: primeira delas, a assimilação, é uma etapa externa; a segunda,
a acomodação, é um processo interno. Piaget chamou o balanço entre
assimilação e acomodação de equilíbrio. É ele o mecanismo autorregulador,
necessário para assegurar uma eficiente interação da criança com o meio-
ambiente. Equilibração é o processo de passagem do desequilíbrio para o
equilíbrio. Portanto, o equilíbrio entre os dois, a assimilação e a acomodação, é
a adaptação à situação. (PIAGET, 1982).
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Experiências acomodadas dão origem, posteriormente, a novos esquemas de


assimilação e um novo estado de equilíbrio é atingido. Novas experiências não
assimiláveis, levarão a novas acomodações e a novos equilíbrios (adaptações)
cognitivos. Este processo de equilibração prossegue até o período das
operações formais e continua, na idade adulta, em algumas áreas de
experiência do indivíduo.

Obras mais importantes de Piaget:

- A Linguagem e o Pensamento na Criança (1923);


- O Juízo e o Raciocínio na Criança (1924);
- A representação do mundo na criança (1926);
- A causalidade física na criança (1927);
- O julgamento moral na criança (1931);
- O desenvolvimento das quantidades físicas (1941);
- A gênese do número (1941);
- A noção de tempo na criança (1946);
- A geometria espontânea na criança (1948);
- A representação do espaço na criança (1948);
- Da lógica da criança à lógica do adolescente (1955);
- A gênese das estruturas lógicas elementares (1959);

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Entende-se que uma pessoa passa por vários estágios ao longo de sua vida, e
que fazendo isso ela passa por um processo de construção de conhecimento
quando se depara com o novo, ela entra em desarmonia que seria o
desequilíbrio, em seguida ela faz a absorção ou assimilação do conteúdo e se
acomoda ao conhecimento anterior, com isso ocorre o processo de
aprendizagem que é o resultado da interação entre maturidade e experiência.
Desse modo, demonstra-se que a concepção biológica e naturalizante de
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Piaget sobre o conhecimento implicam em consequências para a educação


escolar.

Pode-se perceber que essas consequências são bastante problemáticas e


negativas para a prática educativa. Assim, algumas críticas são apresentadas,
tendo em vista o referencial teórico de que o homem é um ser social. Sabe-se
que muitas das questões que perpassam o trabalho requerem
aprofundamentos e, portanto, devem ser retomadas a partir de
fundamentações críticas que contraponham e combatam teorias que concebem
a educação como restrita ao âmbito das relações interpessoais.

REFERÊNCIAS

ARANHA, Maria Lúcia. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo:


Moderna, 2012.
PALANGANA, Isilda Campaner. Desenvolvimento e aprendizagem em
Piaget e Vygotsky: a relevância do social. Summus Editorial, 2015.
PIAGET, J. A epistemologia genética. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
______, Jean e INHELDER, Barbel. A psicologia da criança. São Paulo:
DIFEL, 1982.
MOREIRA, M. A. Teorias de aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999. 100-10p
p.
SOBRINHO, M. F. Resenha: A teoria do desenvolvimento cognitivo de
Piaget. Disponível em: https://m.meuartigo.brasilescola.uol.com.br/. Acesso
em: 06 de ago. 2022 Piaget e os conceitos de assimilação, acomodação e
equilibração. Portal educação. Disponível em:
https://blog.portaleducacao.com.br/piaget-e-os-conceitos-de-assimilacao-
acomodacao-e-equilibracao/. Acesso em: 06 de ago. 2022

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