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Trabalho Teórico-prático
7 de janeiro de 2019
Índice
Introdução ......................................................................................................................... 3
Jean Piaget ........................................................................................................................ 4
Aspetos do desenvolvimento ............................................................................................ 4
Psicologia Cognitiva - Teoria dos estágios cognitivos de Jean Piaget ............................. 5
Provas Operatórias Piagetianas ........................................................................................ 6
Música e o desenvolvimento ............................................................................................ 8
Estudo de Caso ............................................................................................................... 10
Escola de Música da Sociedade Filarmónica Payalvense Manoel de Mattos (SFPMM)
.................................................................................................................................... 10
Descrição da Atividade ............................................................................................... 11
Resultados ................................................................................................................... 11
Conclusão ....................................................................................................................... 13
Referências Bibliográficas .............................................................................................. 14
Anexo I ........................................................................................................................... 16
Anexo II .......................................................................................................................... 17
2
Introdução
3
Jean Piaget
Aspetos do desenvolvimento
4
Psicologia Cognitiva - Teoria dos estágios cognitivos de Jean Piaget
1
Processo em que o objeto que é transformado se torna parte do organismo.
2
Criação de novos esquemas ou a modificação de esquemas antigos, o organismo transforma-se para
poder lidar com o ambiente.
3
Estudo de como se chega a conhecer o mundo externo através dos próprios sentidos. Segundo Piaget o
sujeito epistémico é o sujeito do conhecimento, que focado na interação ativa do sujeito com a
realidade externa procura entender quais os mecanismos mentais que o sujeito usa nas diferentes
etapas da vida para poder entender o mundo.
5
mesma ordem, embora que os momentos de transição variem. Assim sendo, os estágios
são os seguintes: Sensório-motor (nascimento até aos dois anos); pré-operacional (dos
dois aos sete anos); operações concretas (dos sete aos doze anos); operações formais
(doze anos até à idade adulta). Esta divisão por estágios é apenas uma referência
(Papalia & Olds, 2000).
No período sensório-motor o bebé torna-se gradualmente capaz de organizar
atividades em relação ao ambiente, nesta altura o bebé aprende mediante atividade
sensória e motora. No período pré-operacional a criança desenvolve um sistema
representacional e usa símbolos tais como palavras para representar pessoas, lugares e
eventos. No período das operações concretas a criança pode resolver problemas de
maneira lógica se eles estiverem voltados ao aqui e agora. No período das operações
formais a pessoa pode pensar em termos abstratos, lidar com situações hipotéticas e
pensar em possibilidades (Idem).
É através de processos de adaptação (assimilação e acomodação) que as
estruturas cognitivas se transformam. Piaget divide a inteligência em duas partes, a
inteligência como função (consiste na adaptação do organismo ao meio, esta é
indispensável a todos os indivíduos) e como estrutura (conjunto ou organização de
processos). Assim, existem quatro fatores que explicam o desenvolvimento cognitivo,
que são eles: a maturação, a experiência (física e lógico-matemática), a interação social
e a equilibração (Vesce,s.d.).
6
domínio de todo o processo que implica a sua aplicação, evolução e obtenção de
hipóteses e conclusões (Carvalhaes, s.d.).
Piaget classificou e agrupou as provas operatórias por idades. A categoria das
provas mostra o nível de estrutura cognitiva que o indivíduo mostra na altura da
avaliação. O seguinte quadro mostra as provas e a idade em que se deve fazer as provas:
Idades Prova/Categoria Prova/ Tipo
Conservação Pequenos conjuntos discretos de elementos
6 anos Seriação Seriação de palitos
Seriação Seriação de palitos
Pequenos conjuntos discretos de elementos,
7 anos Conservação matéria, comprimento, superfície, líquido.
Prova de Espaço Unidimensional
Conservação Massa, comprimento, superfície, líquido,
peso
8 e 9 anos Classificação Mudança de critério, quantificação de
inclusão de classes
Espaço Unidimensional e bidimensional
Conservação Massa, comprimento, superfície, líquido,
peso.
Mudança de critério, quantificação de
10-12 anos Classificação inclusão de classes, interseção de classes
Espaço Unidimensional e bidimensional
Conservação Volume
Conservação Volume
+ de 12 anos Pensamento Formal Combinação de Fichas, Permutação de
Fichas, Predição
Espaço Espaço Tridimensional
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• Nível 2 – intermediário, as respostas oscilam, são instáveis ou
incompletas;
• Nível 3 – respostas firmes, demonstram aquisição da noção.
Música e o desenvolvimento
8
do conhecimento”. As atividades que são realizadas com a ajuda da musicalização4
permitem que a criança se conheça a si mesma e ao próximo, desenvolvendo a sua
definição de esquema corporal e também proporcionando a oportunidade de comunicar
com o outro. Estas atividades ajudam no desenvolvimento sócio afetivo (a criança
forma a sua identidade aos poucos, percebendo que é diferente dos outros tentando criar
ligação com as restantes crianças, ao expressar-se musicalmente em atividades que lhe
deem prazer, ela mostra os seus sentimentos, emoções e desenvolve o sentimento de
segurança e realização pessoal) , no desenvolvimento cognitivo/linguístico (ao trabalhar
com os sons, a criança desenvolve a sua capacidade de ouvir melhor, ao acompanhar a
música com gestos ou danças, ela trabalha a coordenação motora, a sua atenção e a sua
concentração, ao cantar ou imitar sons a criança descobre as suas capacidades e
relaciona-as com o ambiente onde vive) e no desenvolvimento psicomotor (a expressão
musical ativa age sobre a mente da criança) (Araujo, s.d.).
A música é benéfica na aprendizagem, esta pode ajudar os alunos a realizar
funções motoras e intelectuais, bem como a relacionar-se com o meio social, esta pode
ser usada pelos professores das disciplinas gerais como recurso no processo de ensino/
aprendizagem. Sendo o espaço escolar um dos principais sítios onde a criança
desenvolve as suas perspetivas intelectuais, motoras, linguísticas e psicomotoras, a
música deve fazer parte da escola pois esta é muito importante para o desenvolvimento
do aluno porque permite que este se torne um ser crítico. Segundo Barreto (2000),
através de Araujo (s.d.)
“Ligar a música e o movimento, utilizando a dança ou a expressão corporal, pode
contribuir para que algumas crianças, em situação difícil na escola, possam se adaptar
(…). Por isso é tão importante a escola se tornar um ambiente alegre, favorável ao
desenvolvimento.” (Araujo, s.d.: 1)
Segundo vários estudos que correlacionam música, processamento auditivo,
linguagem e cognição a características em 2002 são que a música influencia na
aquisição e desenvolvimento fonológico e se relaciona com habilidades de leitura, em
2004 não há diferença no desenvolvimento cognitivo entre crianças que praticam canto
ou instrumento. Segundo os estudos de 2004 toda a atividade musical exerce influência
4
Processo de construção do conhecimento, que tem como objetivo despertar e desenvolver o gosto
musical, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, sentido rítmico, do prazer de
ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, autodisciplina, do respeito ao próximo,
da socialização e efetividade, contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de movimentação.
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sobre o desenvolvimento cognitivo. Perante os estudos de 2008 o tempo de estudo
musical é um fator importante para determinar as consequências no desenvolvimento
auditivo, linguístico e cognitivo. Já nos estudos de 2010 verifica-se que as principais
habilidades cognitivas (atenção e memória) melhoram após a exposição à música
(Eugênio, Escalda & Lemos, 2011).
Desde o século XX que vários pedagogos e músicos como Jacques Dalcroze,
Willems, Kodály e Orff mostravam a necessidade da vivência sensorial, corporal e
auditiva para a educação musical, outros enfatizam a necessidade de haver uma
abordagem direta com a música, ou seja, a criança deve apreciar, executar e compor
música, relacionada com o meio que a rodeia. Esta última ideia é fundamentada pelo
pedagogo Murray Schafer. Estes autores concordam com a ideia de Piaget “de que o
conhecimento se origina a partir da ação do indivíduo e não da simples perceção. A
atividade do sujeito sobre o objeto a ser conhecido é que vai determinar” o que o sujeito
vai aprender (Weiland & Valente, 2007).
As características que as crianças mostram com a música são as seguintes: dos 0
aos 3 anos, as crianças tentam imitar e responder aos estímulos externos com sons,
criando momentos no desenvolvimento afetivo e cognitivo, com cerca de 2 anos a
criança balbuciam estabelecendo conexão com os sons do cotidiano que estão ao seu
redor. Dos 3 aos 6 anos já reconhecem e distinguem os sons, participam em brincadeiras
que envolvem o corpo, nesta altura já possuem um reportório de canções em memória.
Estudo de Caso
10
edificada a atual sede graças ao sr. Comendados Manoel de Mattos. A partir daí passou
a designar-se por Sociedade Filarmónica Payalvense Manoel de Mattos. A principal
atividade desta associação é o ensino e a divulgação da música.
Técnica de recolha de dados e instrumentos: realização das provas de Piaget (que são
apresentadas em Anexo), observação direta, exercícios práticos feitos com as crianças.
Descrição da Atividade
Inicialmente colocou-se uma música de fundo, para as crianças se ambientarem.
De seguida coloquei os materiais necessários para as experiências em cima de uma
mesa para que se pudesse iniciar a prova.
Resultados
Prova criança 6 anos Possui Noção (PN) Não Possui Transição (TR)
(Aluna A) Noção (NP)
1. Prova de
X
conservação de
massa
2. Prova de
X
conservação de
líquido
Na prova de conservação de massa a aluna A revela que está em fase de
transição pois consegue verificar que quando a plasticina tem a mesma quantidade no
cilindro, mas quando está achatada e dividida em várias partes a aluna diz que há mais
quantidade de plasticina.
Na prova de conservação de líquido a aluna A revela que não possui noção pois
quando se passou a água do recipiente A2 para B a aluna disse que o B tinha mais água
porque estava mais alto e quando se passou a água de A2 para C está disse que tinha
menos água porque estava mais baixa. No entanto quando argumentei que a água era a
mesma não tinha retirado nem adicionado esta percebeu e confirmou.
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Prova criança 8 anos Possui Noção (PN) Não Possui Transição (TR)
(Aluna B) Noção (NP)
1. Prova de
X
conservação de
massa
2. Prova de
X
conservação de
líquido
Na prova de conservação de massa a aluna B revela que possui noção, pois
consegue verificar que em todas as experiências a plasticina é a mesma e argumenta que
não se retirou nem colocou mais plasticina apenas se mudou a forma.
Na prova de conservação de líquido a aluna B revela que está em fase de
transição, pois verifica que a água é a mesma quando se coloca a água de A2 para C,
mas quando se põe de A2 para B esta diz que tem mais água porque está mais alto.
Prova criança 9 anos Possui Noção (PN) Não Possui Transição (TR)
(Aluna C) Noção (NP)
1. Prova de
X
conservação de
massa
2. Prova de
X
conservação de
líquido
Na prova de conservação de massa a aluna C revela que possui noção, pois
consegue verificar que em todas as experiências a plasticina é a mesma e argumenta que
não se retirou nem colocou mais plasticina apenas se mudou a forma.
Na prova de conservação de líquido a aluna C revela que possui noção, pois
argumenta que a água é mesma em todas as mudanças pois não se tirou nem pôs mais
água apenas se mudou o copo onde se mudou a água.
No fim das provas de conservação de massa e de líquido tentei fazer uns
exercícios baseados na formação musical, no entanto estes mostraram não ter raciocínio
lógico-matemático, pois quando dividi figuras e perguntei se tinha o mesmo valor eles
não souberam responder pois verifiquei que estes não têm noção de quanto é a metade.
12
Conclusão
13
Referências Bibliográficas
14
SPRINTHALL, N. A. & SPRINTHALL, R. C. (1993), Psicologia Educacional (Uma
abordagem Desenvolvimentista). Amadora.
Vesce, G.E.P (s.d.). Psicologia Cognitiva. Disponível em:
https://www.infoescola.com/psicologia/cognitiva/
Weiland, R. L. & Valente, T.S. (2007). Aspectos e operativos da aprendizagem musical
de crianças e pré-adolescentes, por meio do ensino de flauta doce. Disponível em:
http://www.abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/revistaabem/a
rticle/view/280.
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Anexo I
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- Retorno Empírico – Se da plasticina vermelha fizer uma bola, será que vai ter a
mesma quantidade que a outra?
De seguida, faz-se novamente as duas bolas e confirma-se com a criança a
preparação inicial e pergunta-se se ambas têm a mesma quantidade de plasticina. Após a
confirmação da criança, divide-se uma das bolas em cinco pedaços iguais fazendo com
eles bolas mais pequenas e pergunta-se à criança: “E agora? Onde há mais plasticina?
Na bola grande ou em todas as pequenas juntas? Como sabe?” Independentemente da
resposta faz-se a contra-argumentação.
Contra-argumentação:
- Conservação – A bola verde é maior que as bolinhas, será que tem mais
plasticina?
- Não-conservação – Antes as bolas tinham a mesma quantidade de plasticina. E
agora?
- Retorno Empírico – Se juntar essas bolinhas, será que vai ter a mesma
quantidade que a outra?
Hipótese Diagnóstica:
(PN) – Possui Noção de Conservação de Massa – Quando afirma que as bolas
continuaram a ter a mesma quantidade, apesar da contra-argumentação do examinador,
justificando com argumentos lógicos de identidade, reversibilidade simples ou por
reciprocidade.
Argumentações Lógicas:
(A) de identidade – as bolinhas tinham a mesma quantidade de plasticina!
(B) de reversibilidade simples – se voltar a fazer a bola de novo vai ver que tem
a mesma quantidade.
(C) de reversibilidade por reciprocidade – a forma ficou diferente, mas a
quantidade de plasticina é a mesma.
(NP) – Não possui noção de conservação de massa – quando admite que a quantidade
de massa se altera quando a bola se transforma.
(TR) – Transição – Admite a conservação em algumas transformações e nega em outras.
Anexo II
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- 1 recipiente mais fino e alto B
- 1 recipiente mais largo e baixo C
Procedimento:
A1 A2 B C
Dispõe-se os recipientes diante da criança de modo a que a visibilidade seja
adequada. Depois explica-se à criança: “Vou colocar água nestes dois copos (A1 e A2),
quando eles estiverem cheios com a mesma água você avisa-me? Fique atento!”
Quando finalizar, a criança responde e questiona: “Tem a certeza?” Quando a criança
responde que já está, a primeira parte fica concluída.
1ª manipulação:
A1 B A2
Passa-se a água de A1 para o B e depois pergunta-se à criança: “E agora o B tem
mais água? Como sabe?” Independente da resposta faz-se a contra-argumentação.
Contra-argumentação:
- Conservação - No outro dia eu fiz esta brincadeira com um menino que disse
que neste copo (B) havia mais água porque nele a água estava alta! O que acha, ele
estava certo ou errado? Porquê?
- Não-conservação - No outro dia uma criança igual a você disse me que nestes
dois copos há a mesma quantidade de água porque ninguém tirou nem pôs mais água.
Você acha que aquele menino estava certo ou errado? Porquê?
- Retorno Empírico – Se colocarmos a água nos copos iguais terá a mesma
quantidade nos dois? Porquê?
Novo procedimento:
B A1 A2
Retoma-se a água de B para A1. Então, mostra-se à criança os copos A1 e A2 e
pergunta-se: “E agora, onde há mais água, em A1 ou A2?” Se a resposta for negativa,
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completa-se com água até que a resposta seja positiva. A preparação é finalizada quando
a criança dá uma resposta positiva.
2ª manipulação:
A1 C A2
Passa-se a água de A1 para C e depois pergunta-se: “E agora, onde há mais?
Como sabe?” Independentemente da resposta faz-se a contra-argumentação.
Contra-argumentação:
- Conservação - No outro dia eu fiz esta brincadeira com um menino que disse
que neste copo (C) havia menos água porque nele a água estava baixa! O que acha, ele
estava certo ou errado? Porquê?
- Não-conservação - No outro dia uma criança igual a você disse me que nestes
dois copos há a mesma quantidade de água porque ninguém tirou nem pôs mais água.
Você acha que aquele menino estava certo ou errado? Porquê?
- Retorno Empírico – Se colocarmos a água nos copos iguais terá a mesma
quantidade nos dois? Porquê?
Hipótese Diagnóstica:
(PN) – Possui Noção de Conservação de Quantidade – Afirma que nos copos A e B/A e
C têm a mesma quantidade de água.
Argumentações Lógicas:
(A) de identidade – têm a mesma quantidade porque não se pôs nem se tirou
água ou então tem a mesma quantidade porque apenas passamos a água de
um copo para outro.
(B) de reversibilidade simples – tem a mesma quantidade porque pusemos a água
deste copo (B) neste (A) e fica tudo igual outra vez.
(C) de reversibilidade por reciprocidade – tem a mesma quantidade porque este
copo (B) é estreito e nele a água sobe e este é mais largo e a água fica mais
baixa
(NP) – Não possui noção de conservação de quantidade – quando admite que a
quantidade de água não é a mesma nem em B nem em C.
(TR) – Transição – Admite a conservação da quantidade nalguns transvasamentos e
nega noutros.
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