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Exame de Psicologia – 09/01/2020

• Objeto de estudo da Psicologia:

- A Psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano


e os processos mentais e neurológicos que lhe dão origem, ou seja,
os comportamentos diretamente observáveis (ex: discurso e a
fala) e os não diretamente observáveis (ex: processos de
atenção, de memória, de raciocínio, de motivação).

• Psicologia do desenvolvimento (ciência normativa/semi-normativa):

- Estuda os processos de mudança que ocorrem no


comportamento humano ao longo do tempo, ou seja, ao longo do ciclo de
vida dos seres humanos, a partir do momento que somos gerados até
ao momento da nossa morte.

- Objetivos:
✓ Descrever: o que muda no comportamento humano em
cada período do seu desenvolvimento e em vários
domínios, nomeadamente: no psicomotor, no social, no
intelectual e na personalidade.
✓ Explicar: as causas e determinantes dessas mudanças,
desenvolvendo teorias científicas
✓ Predizer/prever: pois se houver uma cuidada descrição
do comportamento humano nas suas várias
manifestações e teorias explicativas, podemos predizer,
isto é, podemos prever o que vai ou o que pode ocorrer
no futuro em determinadas circunstâncias.
- Fatores que permitem o ser humano desenvolver-se:

✓ A maturação do sistema biológico (hereditariedade


específica e individual; maturação dos sistemas nervoso e
endócrino).
✓ A cultura, onde se inclui a educação e o acesso a bens
culturais.
✓ O tempo histórico, em que cada um nasceu e onde está
evidente as normas e os estilos de vida.
✓ O grupo social, a que cada um pertence.
✓ As características individuais, ou seja, o que diferencia
cada ser humano de todos os outros.

• Teoria de Piaget – desenvolvimento cognitivo

Piaget estudou o desenvolvimento dos processos cognitivos


nas crianças. O seu método de estudo foi feito através de
observações naturalistas e de perguntas adaptadas às respostas
das crianças.
A sua teoria é considerada construtivista, pois este
considera o fator do meio físico, o fator biológico e a própria
atividade do sujeito.
Para compreender o comportamento humano, o mais
importante é perceber as variáveis mediadoras (invariância
funcional; mudança estrutural) que explicam os inputs e os outputs.
- Estrutura: propriedades sistemáticas de um acontecimento;
relação de meios com um fim; aspetos de um ato; as estruturas são
transitórias (mudam), pois se não fossem não haveria
desenvolvimento; as descontinuidades na estrutura advêm da ação
contínua de funções invariantes. – Função: modos biologicamente
herdados da interação com o ambiente.
Segundo Piaget, existem duas funções básicas:

✓ Adaptação: concordância entre o pensamento


e as coisas – consiste na assimilação e na
acomodação.
✓ Organização: concordância do pensamento
consigo próprio.

Invariantes funcionais:

✓ Assimilação: é a capacidade de o sujeito incorporar um novo


objeto ou ideia a um esquema, ou seja, às estruturas já
construídas.
✓ Acomodação: consiste em ajustar as estruturas do sujeito à
nova informação; mecanismo pelo qual as mudanças ocorrem,
isto é, leva à alteração da estrutura do sujeito; função: tornar
possível a assimilação de alguns padrões de estímulos que não
nos são completamente familiares.

As mudanças que ocorrem no desenvolvimento cognitivo, segundo


Piaget, são mudanças estruturais nas estruturas mentais dos sujeitos.

Esquemas:

✓ Organização que está continuamente a mudar a sua forma para


que se lhe adapte o maior número possível de dados;
✓ Base da estrutura cognitiva do sujeito;
✓ Inclui o estímulo que desencadeia os processos mediadores e o
comportamento manifesto (observável);
✓ Mini-sistema que pode integrar outros esquemas;
✓ Tudo o que pode repetir-se e generalizar-se.
Fatores de desenvolvimento:

1. Maturação: refere-se ao fator biológico; processo de influências


genéticas no desenvolvimento.
2. Experiência física: chama-se física a esta experiência para a
distinguir da experiência lógico-matemática; tem como função
abstrair as várias propriedades dos objetos físicos.
3. Experiência lógico-matemática: o conhecimento é construído a
partir das ações sobre os objetos.
4. Transmissão social: parte do conhecimento das outras pessoas
e é adquirido pelas crianças.
5. Equilibração:
- Fator de desenvolvimento que orquestra os outros todos;
- Está sobretudo associada às transições entre estádios e à
atividade do sujeito;
- Mecanismo de mudança que revê as estruturas;
- Nunca é absoluta, é sempre dinâmica;
- Sistema de ações compensadoras que mantem a estabilidade
de um estádio de desenvolvimento.

• Perspetiva Psicossocial

➢ Pressupostos:
- Concebe o crescimento ao longo de todo o ciclo da vida, da
gestação até à morte. Identifica e diferencia aspetos importantes
em cada período da vida humana.
- Embora o nosso desenvolvimento seja fruto de fatores biológicos
e ambientais, nós também somos capazes de influenciar e
determinar as nossas vidas (há um espaço de liberdade para cada
um determinar a sua vida).
- Dá importância à cultura no desenvolvimento individual.
- O desenvolvimento é visto como produto da interação entre as
necessidades e competências individuais e as expetativas e
exigências sociais.

➢ Conceitos básicos:

1. Estádios de desenvolvimento:
- Períodos da vida humana que tem uma organização e
estrutura subjacente;
- São sequenciais e integrativos;
- Têm um início e um fim;
- Cada estádio é caracterizado por comportamentos,
preocupações, competências individuais e demandas
sociais diferenciadas;
- Princípio epigenético: existe um plano biológico para o
crescimento, que faz com que cada função apareça de um
modo sistemático até que o organismo se desenvolva na
sua totalidade.

❖ Teoria dos estádios de desenvolvimento psicossocial


de Erik Erikson:

0-1 anos: Oral-sensorial, a principal fonte de


conhecimento dos bebés são a boca e os
sentidos. *Crise social: confiança básica vs
desconfiança.
1-2 anos: Muscular-anal, começa a andar e a ter a
capacidade de controlar as suas necessidades
(treino do bacio). *Crise social: autonomia vs
vergonha e dúvida.
3-5/6 anos: Locomotor genital, começa a explorar as
diferenças entre os sexos. *Crise social: iniciativa vs
culpabilização.

6-12 anos: Latência, preocupação com a realização


escolar. *Crise social: realização vs inferioridade.

12-18 anos: Puberdade e adolescência, construção


do senso de identidade. *Crise social: identidade vs
confusão de papéis.

20-30 anos: Jovens adultos, desenvolve uma relação


de intimidade com alguém. *Crise social: intimidade
vs isolamento.

30-65 anos: Adulto. *Crise social: generatividade vs


estagnação.

65> anos: Maturidade. *Crise social: integridade vs


desespero.

2. Tarefas de desenvolvimento:
- As tarefas de desenvolvimento são aquilo que é esperado
pelo próprio e pela sociedade consoante a idade e o grupo
social. É a conjugação entre as necessidades/desejos
pessoais com as expetativas sociais.
- Definem o que é considerado desejável e saudável em
cada estádio e em cada sociedade e mesmo em cada grupo
social.
- Cada sociedade tem expetativas de desenvolvimento
associadas à idade: espera-se que as pessoas em
determinados estádios realizem determinadas tarefas.
3. Crise Psicossocial:
- Surgem em cada estádio e são os esforços que cada um
de nós faz para nos adaptarmos às exigências das
demandas sociais.
- A crise tem 2 polos opostos, um muito negativo e outro
muito positivo.

4. Processo central para resolver a crise em cada estádio:


- Faz a ligação entre as necessidades e desejos individuais
e as exigências e expetativas sociais.

5. Uma rede/raio de relações significativas:


- Ter uma rede de relações sociais significativas é muito
importante para o desenvolvimento humano. Esta rede vai
se expandindo desde a infância até à adolescência. Durante
a idade adulta a rede volta a diminuir, mas estas são
relações significativas e de maior intimidade.

6. Coping:
- Consiste em aprender a enfrentar e a lidar com tudo o que
ocorre em cada estádio de desenvolvimento.

- Robert White identificou três componentes do processo de


Coping:
✓ Capacidade de obter e de processar nova
informação;
✓ Capacidade de ter controlo sobre os nossos
estádios emocionais;
✓ Capacidade de nos ambientarmos de modo
livre no nosso ambiente.
- Cada um de nós desenvolve estratégias de Coping para lidar com as mais
variadas situações.

- Qualidades adaptativas do Ego, resultantes da resolução de cada crise


psicossocial em cada estádio (Erikson): São recursos (Coping) para saber lidar
com as demandas do estádio seguinte, pelo que podem ser positivas (qualidades
do ego) ou negativas (patologias).

• Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar

As teorias que explicam a relação entre o desenvolvimento “intelectual” e


a aprendizagem escolar (pela instrução), podem agrupar-se
esquematicamente em três categorias:

- Independência do processo de desenvolvimento e do processo de


aprendizagem: Teoria de Piaget.

- A aprendizagem e o desenvolvimento complementam-se, são uma e


mesma coisa.

- Teorias dualistas: a aprendizagem e o desenvolvimento coexistem, mas


o desenvolvimento é um processo mais amplo que o conceito de
aprendizagem.

➢ Teoria de Vygotsky – teoria da área do desenvolvimento


potencial/proximal ou ZDP

Surgiu para resolver o problema da relação entre o desenvolvimento


cognitivo e a aprendizagem escolar, pois a aprendizagem deve ser
coerente com o nível de desenvolvimento da criança.

Segundo Vygotsky, existem dois níveis de desenvolvimento de uma


criança:

I. Nível de desenvolvimento efetivo


II. Área do desenvolvimento potencial
✓ Nível de desenvolvimento efetivo (DE):
- Corresponde ao que a criança consegue realizar sem o apoio de
ninguém (testes);
- Quando se estabelece a idade mental da criança com o auxílio de testes,
referimo-nos sempre a este nível efetivo.
- Nível de desenvolvimento das funções psico-intelectuais da criança.

✓ Área do desenvolvimento potencial (DP):


- Corresponde ao que a criança faz com o apoio de alguém mais
competente;
- O que define a área de desenvolvimento potencial da criança é a
diferença entre o nível de tarefas realizadas com o auxílio dos adultos e o
nível de tarefas que se podem desenvolver com uma atividade
independente.
- A área do desenvolvimento potencial permite-nos determinar futuros
passos da criança e a dinâmica do seu desenvolvimento.

O estado de desenvolvimento da criança só pode ser determinado


referindo-se pelo menos estes dois níveis.

As funções psicológicas superiores são aquilo que nos distingue dos


animais. Segundo Vygotsky, estas aparecem duas vezes no decurso do
desenvolvimento da criança:

1º vez: Funções interpsíquicas – estão fora das crianças (linguagem; atividades


sociais);

2º vez: Funções intrapsíquicas – interiorização da aprendizagem; aparecem


como propriedades internas do pensamento (atividades individuais).
• Conceitos básicos da teoria de J. Bruner:

- Bruner assume que o desenvolvimento da criança depende da


utilização de técnicas para a produção de informação, tendo em vista
os diversos sistemas de representação. Este formulou uma teoria do
desenvolvimento cognitivo e da instrução, na medida em que considera
que o desenvolvimento cognitivo e a pedagogia estão relacionados.

- A teoria de Bruner tem 3 estádios de representação interna:

1) A representação-ação: com base na ação ou na motricidade, que


é adquirido através da interação da criança com os objetos (0-1
anos).
2) A representação-icónica: com base na imagem, onde as crianças
formam imagens e objetos com base nas suas experiências, sendo
capazes de interagir com objetos que apenas estão representados
na sua mente (1-6 anos).
3) A representação-simbólica: com base na linguagem, neste
parâmetro a criança representa informações, baseando-se em
símbolos, ideias, conceitos e pensamentos.

- O que significa representar?

- No mínimo, relacionar objetos e acontecimentos, e no máximo,


operar com modelos que não são a realidade, mas representam.
• Desenvolvimento Moral (Piaget e Kohlberg)

Convenção: diz respeito à transgressão de regras sociais que não


causam dano a outrem.

Teoria de Piaget – O juízo moral da criança

Método: Piaget estudou o desenvolvimento do raciocínio moral nas


crianças, observando os seus jogos de regras (ex: berlindes) e
entrevistando as crianças após terem ouvido pequenas histórias que
envolviam mentira, desobediência e punição.

Para Piaget, existem dois estádios de raciocínio moral:


I. Moral heterónoma ou de constrangimento (até aos 7/8 anos)
II. Moral autónoma ou de cooperação (após os 7/8anos)

✓ Moral heterónoma ou de constrangimento (até aos 7/8anos):


- Está em linha com o egocentrismo intelectual;
- Momento em que a criança compreende que existem regras no mundo;
- Através da relação com a sociedade a criança vai conhecer alguns
limites e regras, na medida em que este conhecimento a leva ao medo do
castigo e à obediência estrita à autoridade.
- Moralidade objetiva: algumas fontes vão permitir conhecer regras à
criança que dizem o que é que está certo e o que é que está errado em
termos das suas consequências materiais;
- Esta fase é concretizada através de dois tipos de relações:
▪ Relações de constrangimento: vai
conhecer/compreender as regras no mundo através
do medo do castigo e da obediência;
▪ Respeito unilateral: o respeito e as regras ocorrem
da relação entre o amor e o medo.
✓ Moral autónoma ou de cooperação (após os 7/8anos):
- As regras estão dentro do próprio sujeito, isto é, a criança analisa as
regras e estas passam a ser do próprio sujeito;
- As crianças tornam-se subjetivas nos seus raciocínios morais, pelo que
têm em conta as intenções pois mentir é mau porque destrói a confiança
mútua;
- A criança sabe o que pode ou não fazer, mas considera sempre os
outros;
- As regras são vistas como resultados de acordos estabelecidos de
pessoas que estão em relação e não tanto por constrangimentos sociais:
regras coletivas;
- Esta fase é realizada através de 2 tipos de relações:
▪ Relações de cooperação;
▪ Respeito mútuo – diálogo, democracia,
justiça.

- Haverá um terceiro estádio?

Há outro processo que ocorre de forma paralela a estes estádios de


moralidade, ou seja, à medida que a criança se desenvolve durante os dois
processos, esta vai reduzindo outro: O egocentrismo.

Descentração cognitiva

- Quando a criança nasce, ela é totalmente egocêntrica, mas à medida


que ela vai interagindo com o mundo e através dos dois estádios de
desenvolvimento do raciocínio moral, esta percebe que não está sozinha, isto é,
o egocentrismo da criança vai reduzindo até ao estado de autonomia. Pode-se
dizer que o sujeito de autonomia reduziu o egocentrismo.

- O sujeito sabe que está no mundo e reconhece o que está certo e o que
está errado, mas considera sempre a importância dos outros.
✓ Fatores que condicionam e permitem o desenvolvimento do raciocínio
moral:
- Passagem do egocentrismo próprio da 1ª e 2ª infância para a
descentração.
- A descentração cognitiva é quando as crianças conseguem analisar uma
situação a partir do ponto de vista do outro.
- Cooperação social entre iguais (igualdade, justiça, democracia, diálogo).
- Trocas de ponto de vista que deve conduzir ao desequilíbrio
sociocognitivo.

Teoria de Kohlberg

Método: Utilizou uma série de histórias, cada uma apresentava dilemas


imaginários. Um dilema não tem resposta certa ou errada, mas várias
possibilidades de se pensar sobre a situação. Usava a entrevista. As
respostas dadas pelos entrevistados foram categorizadas em três níveis
de raciocínio moral.

➢ Segundo Kohlberg, existem 3 níveis e 6 estádios de


desenvolvimento moral:

I. Pré-convencional:
- Corresponde à maioria das crianças antes dos 9 anos e a
alguns adultos;
- Está preocupado com o ser de uma maneira egocêntrica;
- Não adotou as convenções/regras da sociedade sobre o
que é certo ou errado.

Estádio 1: Moral do castigo – orienta à obediência e punição;


atitudes egocêntricas.

Estádio 2: A pessoa é movida pelos próprios interesses: o


comportamento moral consiste em seguir as regras quando forem do interesse
do sujeito.
II. Nível Convencional:
- Corresponde a adolescentes e adultos.
- Aceitação das convenções sociais a respeito do certo e do
errado.
- O indivíduo obedece às regras e segue as normas da
sociedade, mesmo quando não há consequências pela
obediência ou desobediência.

Estádio 3: Expetativas interpessoais mútuas; o correto é atender


às expetativas das pessoas e ser um “bom cidadão”; inclui as perspetivas dos
outros e sentimentos compartilhados (têm sempre o outro em consideração).

Estádio 4: Obediência á autoridade; o correto é cumprir o seu dever


na sociedade, preservar a ordem social e manter o bem-estar da sociedade ou
do grupo.

III. Nível Pós-Convencional:


- Minoria de adultos, após os 22-25 anos.
- A perspetiva do próprio individuo pode tomar precedência
sobre a visão da sociedade.
- As regras são vistas como necessárias, pelo que devem
de ser obedecidas sem questionamentos, mas podem ser
desobedecias ou modificadas com base em justificativas
universais.

Estádio 5: Direitos pré-existentes e do contrato social; existem no


mundo pessoas de diferentes opiniões, direitos e valores – o correto é apoiar os
direitos, os valores e os contratos jurídicos de uma sociedade.

Estádio 6: Princípios universais éticos: igualdade para todos.


• Desenvolvimento psicológico ao longo da gravidez:

❖ A gravidez como um período de crise:


- Mudanças de natureza diversa.
- Mudanças com calendários diferentes.
- Muitas mudanças.

❖ A gravidez como um período de crescimento sem


retrocesso:
- Depois da menarca: não se pode voltar a ser
menina.
- Depois da menopausa: não se pode voltar a
engravidar.
- Depois da gravidez: não se pode voltar a estar
delimitada a si mesma.

❖ A gravidez como um período de proteção:


- Proteção maternal primária (Winnicot): vão estar
100% concentradas para que não aconteça nada ao
bebé.
- Diminuição da probabilidade de ocorrência de
uma primeira perturbação mental.
- Diminuição da probabilidade de ocorrência de
doenças graves na vida adulta.

➢ As fases de desenvolvimento psicológico na gravidez:

1) Integração (I trimestre):
- A mulher tem de se mentalizar que está grávida;
aceitar a realidade da gravidez.
- Reavaliar a identidade feminina.
- Regressar à infância.
- Introspeção: A mulher vai virar-se para dentro e
investir no mundo interior.
- É necessário a aceitação ser feita em 3 meses, pois nem todas as mulheres
desejam estar grávidas devido às suas condições.

- Quando começa a 1ª fase? Com a confirmação do diagnóstico.

- O que vai mudar? Mais sono, menos apetite, menos sexto; sonhos com
acidentes (relação da mãe com o feto; confusão da identidade).

2) Diferenciação (II Trimestre):


- Aceitar a autonomia e a independência da gravidez.
- Reavaliar a identidade adulta: situar-se no presente
e reelaborar o relacionamento com o seu
companheiro.
- Extrospeção: virar-se para fora e investir no mundo
exterior.

- Quando começa a segunda fase? No início da perceção dos movimentos fetais.

- O que vai mudar? Menos sono, mais apetite, mais sexo; Crise de higiene
doméstica; Sonhos (perigos ou ameaças relacionadas com outros elementos da
família); Início da comunicação mãe-filho: sinais do feto.

3) Separação (III Trimestre):


- Aceitar a realidade do bebé (a gravidez vai
terminar).
- Reavaliar a identidade materna: situar-se no futuro
e reelaborar o relacionamento com o bebé.
- Maternospeção: Virar-se para a futura criança;
antecipar o nascimento; imaginar o trabalho de parto;
investir na maternidade.

- Quando começa a 3ª fase? Com o início da contagem decrescente.


- O que vai mudar? Estabilização do apetite; menos sexo; sonhos acerca do
trabalho do parto (salas apertadas; rodeadas de água).

✓ Fim da gravidez:
- O bebé está no seu volume máximo (dificuldades físicas; cansaço).
- Após a rotação e o encaixe do bebé, a grávida recupera fisicamente.
- Ressurgem as crises de higiene doméstica.
- O homem grávido tem uma evolução psicológica muito semelhante à da
mulher, pois este é arrastado pelas vivências dela.

• As mudanças e desenvolvimento durante a idade adulta e a velhice

A idade, por si só, não explica nada. A idade tem um valor descritivo
e costuma estar associada a várias circunstâncias e mudanças.
No processo de desenvolvimento psicológico existem mudanças
que são mais próprias de umas idades do que outras.
Vários agrupamentos de idades:
- Idade adulta inicial (25-40)
- Idade adulta média (40- 65)
- Idade adulta tardia (65-75)
- Idade de velhice tardia (>75)

Foi utilizada a diferenciação por Birren e Renner para conseguir


situar o melhor significado das etapas de desenvolvimento posteriores à
adolescência e à juventude:

Idade cronológica: número de anos que ocorrem desde o


nascimento do individuo até à sua morte.
Idade biológica: está relacionada com a saúde biológica. Estimativa
de um lugar que uma pessoa se encontra em relação ao seu potencial de
vida.
Idade psicológica: está relacionada com capacidade de adaptação
de uma pessoa, pelo que corresponde à maneira que o indivíduo é capaz
de responder adequadamente aos desafios da vida quotidiana.

Idade funcional: corresponde à capacidade de autonomia e de


independência de uma pessoa. Integra os conceitos de idade biológica e
psicológica.

Idade social: relacionadas com os papéis e com as expetativas


pessoais associadas a determinadas idades.

➢ Diferenciação entre a idade e as influências que moldam o


desenvolvimento

Esta distinção foi feita por Baltes, Reese e Lipsitt, através


das:
- Influências normativas relacionadas com a idade:
ligadas a fatores que afetam o desenvolvimento psicológico,
permitindo que ao conhecer a idade da pessoa tenhamos
condições de fazer previsões razoavelmente certas sobre
alguns dos seus processos evolutivos.
- Influências normativas relacionadas com a história:
afetam todas as pessoas que vivem numa determinada
época e sociedade.
- Influências não-normativas: são experiências pelas
quais nem todos passam. É a condição de afetar um ou mais
indivíduos, mas não todos.

➢ Mudanças biológicas na idade adulta e a velhice

O corpo humano atinge a sua maturidade entre os 25 e 30


anos, etapa caracterizada pelos maiores índices de
vitalidade e saúde, por isso é difícil de dizer quando começa
o envelhecimento biológico, na medida em que não é um
processo unitário que acontece de igual forma em todo o
organismo.

▪ Envelhecimento primário: Consiste em processos de


deterioração biológica geneticamente programados.
Acontece em pessoas com um elevado nível de
saúde e que nunca passaram por doenças graves. É
um envelhecimento universal, inevitável e
irreversível.
▪ Envelhecimento secundário: Refere-se a processos
de deterioração que aumentam com a idade que se
relacionam com fatores que nós próprios podemos
controlar, como o nosso tipo de alimentação, a nossa
atividade física e os nossos hábitos de vida (ex:
tabaco). É um envelhecimento não-universal, evitável
e prevenido.
▪ Envelhecimento terciário: Alguns autores
consideram existir um envelhecimento terciário
relacionado com a “queda terminal”, pelo que à
medida que a morte se aproxima vai existindo
declínios: a capacidade de se adaptar diminui; as
habilidades cognitivas deterioram-se; a
personalidade fica desestabilizada e vulnerável.

Metáfora do envelhecimento em cascata:

- O envelhecimento primário provoca uma lentidão no processo de


informação.

- O envelhecimento secundário faz com que as perdas sejam cada vez mais
intensas quanto maior for a idade.

- O envelhecimento terciário implica declínios generalizados que afetam


todos os processos psicológicos.
Mudança no funcionamento psicológico:

Ao acumular os efeitos do envelhecimento primário e secundário,


envelhece também o nosso cérebro e os nossos neurónios.

Diversas partes do nosso cérebro envelhecem, tais como os lóbulos


frontais e o hipocampo, que tem como sintomas: a perda de memória, a
incapacidade de responder a tarefas de rotina, as dificuldades em aprender, a
falta de orientação e as mudanças na personalidade.

Um cérebro velho, mas saudável pode servir de base a um funcionamento


psicológico normal, tendo capacidade de aprender novas coisas e novas
habilidades.

Mudanças Físicas:

Os órgãos começam a envelhecer por volta dos 40/50 anos, porém alguns
ainda se conseguem manter intactos até ao final de vida, como o sentido do
paladar.

A mudança mais significativa aparece no sistema reprodutor. A mulher


perde a capacidade fértil e dá-se a menopausa (48/50 anos). Nos homens as
mudanças físicas são mais lentas e estão relacionadas com as alterações
hormonais. O envelhecimento começa a partir dos 30/35 anos.

Expetativa de vida: As mulheres apresentam uma elevada taxa de


sobrevivência quando comparada aos homens. A expetativa de vida dos homens
é, em média, de 74 anos. Na maioria dos casos os homens morrem devido a
doenças respiratórias, cancro da próstata ou acidentes em trânsito. A expetativa
de vida da mulher é, em média, de 80 anos. Estas morrem devido aos diabetes
ou ao cancro da mama.

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