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LEGISLAÇÃO E ÉTICA

PROFISSIONAL
 AULA 3
 CONDUTA DO SER HUMANO EM SUA
COMUNIDADE E EM SUA CLASSE
PROFISSIONAL:
 INDIVIDUALISMO E ÉTICA PROFISSIONAL

 CLASSES PROFISSIONAIS

 CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL.

Bibliografia: Ética Profissional - Antônio Lopes de Sá

Professora Mariana Gomes


 Todo agregado, todo sistema precisa de uma
disciplina comportamental e de conduta. Tudo na
sociedade e na vida privada precisa de regramentos.
 A Sociedade, como um todo, precisa de ter
regramentos para poder bem conviver, e as classes
profissionais não poderiam ser diferentes.
 Cada conjunto de profissionais deve seguir uma
ordem que permita a evolução harmônica do
trabalho de todos, a partir da conduta de cada um,
através de uma tutela no trabalho que conduza a
regulação do individualismo perante o coletivo.
 Como os seres humanos são heterogêneos (significa
dizer, que o ser humano é diferente) por seus
caracteres, a homogeneização perante a classe
precisa ser regulada de forma que o bem geral
esteja preservado, inclusive o do próprio ser, como
unidade, em um regime de interação benéfica.
INDIVIDUALISMO E ÉTICA PROFISSIONAL
 Parece ser uma tendência do ser humano, a de defender,
em primeiro lugar, seus interesses próprios; quando,
entretanto, esses são de natureza pouco recomendável, ocorrem
seriíssimos problemas.
 Quando o trabalho é executado só para auferir renda, em geral,
tem seu valor restrito, por outro lado, quando o serviço é
realizado com amor, visando beneficio de terceiros, passa então
a ser adotada a expressão social ao mesmo.
 O valor ético do esforço humano é pois, variável de acordo com
seu alcance em face da comunidade.
 Aquele que só se preocupa com os lucros, em geral,
tende a ter menor consciência de grupo, pois, preocupado
com a questão monetária, a ele pouco importa o que ocorre com
a sua comunidade e muito menos com a sua sociedade.
 Devemos pensar como seres sociais, e não apenas, seres
individuais, pois nossas ações enquanto profissionais
ecoam em lugares em que sequer imaginamos.
 Dizem que um sábio procurava encontrar um ser integral,
em relação a seu trabalho. Entrou, então, em uma obra e
começou a indagar. Ao primeiro operário perguntou o
que fazia e este respondeu que procurava ganhar seu
salário; ao segundo repetiu a pergunta e obteve a
resposta de que ele preenchia seu tempo; finalmente,
sempre repetindo a pergunta, encontrou um que lhe
disse: "Estou construindo uma catedral para a
minha cidade". A este último, o sábio teria atribuído a
qualidade de ser integral em face do trabalho, como
instrumento do bem comum.
MAS AFINAL, O QUE É INDIVIDUALISMO?

 Individualismo para o dicionário é: substantivo


masculino.
 1.tendência, atitude de quem vive exclusivamente para
si, demonstra pouca ou nenhuma solidariedade; egoísmo,
egocentrismo.
 2. econ fil pol doutrina moral, econômica ou política que
valoriza a autonomia individual na busca da liberdade e
satisfação das inclinações naturais.

NA VIDA PROFISSIONAL O
INDIVIDUALISMO É DEMONSTRADO
EM BUSCAR APENAS O INTERESSE
PESSOAL, DESCONSIDERANDO O
INTERESSE COLETIVO.
A Consciência de grupo tem
surgido, então, quase sempre,
mais por interesse de defesa
do que por altruísmo.
Isto porque, garantida a
liberdade de trabalho, se não
se regular e tutelar a conduta,
o individualismo pode
transformar a vida dos
profissionais em
reciprocidade de agressão.

Tal luta quase sempre se processa através de aviltamento


de preços, propaganda enganosa, calúnias, difamações,
tramas, tudo na ânsia de ganhar mercado e subtrair
clientela e oportunidades do colega, reduzindo a
concorrência. Igualmente, para maiores lucros, pode estar
o indivíduo tentado a práticas viciosas, mas rentáveis.
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A tutela do trabalho, pois, processa-se pelo
caminho da exigência de uma ética, imposta
através dos conselhos profissionais e de
agremiações classistas. As normas devem ser
condizentes com as diversas formas de prestar o
serviço e de organizar o profissional para esse fim.
 Nos mais variados ramos profissionais, seja como
for, seja em que profissão se considere as
separações das temáticas corporativas (cada
profissional no seu ramo de atuação – ex:
administrador que trabalha em área de tributos,
outros em área de recursos humanos e afins), o
interesse apenas pessoal pode chegar a níveis
altíssimos!
 Carrel assim preceitua: “Uma sociedade que
reconhece o primado do econômico não se dá a
virtude, porque a virtude consiste essencialmente
em obedecer às leis da vida, e quando o homem se
reduz à atividade econômica, logo deixa de obedecer,
quase que de todo, as regras da natureza.”
 A conduta do ser humano tende ao egoísmo, mas
para os interesses de uma classe, de toda uma
sociedade, é preciso que acomode às normas, porque
estas devem estar apoiadas em princípios de
virtude.
 Como só a virtude virtuosa tem condições de
garantir o bem comum, a ética tem sido o caminho
justo, adequado, para o benefício geral. Eis a
importância do nosso estudo em sala de aula!
UMA DISCIPLINA DE
CONDUTA PROTEGE TODOS,
EVITANDO O CAOS QUE
PODE IMPERAR QUANDO SE
OUTORGA AO INDIVÍDUO O
DIREITO DE TUDO FAZER,
AINDA QUE PREJUDICANDO
TERCEIROS. (QUERO?,
POSSO?, DEVO?).

 É preciso que cada um ceda alguma coisa para


receber muitas outras; esse é um princípio que
sustenta e justifica a prática virtuosa perante a
comunidade.
 O homem não deve construir seu bem a custa de
destruir o de outros, nem admitir que só existe a sua
vida em todo o universo.
EGOÍSMO X AUTOINTERESSE
 Mas afinal, o que são interesses? Fatores tão
valiosos para os agentes sociais que eles se
mobilizam para satisfazê-los e defendê-los. Em
consequência, demarcam territórios ou espaços
vitais para proteger as próprias condições de
existência: suas relações de afinidade e lealdade
para com outros, a posse de bens materiais, o de
posições de mando, o acesso a bens simbólicos, o
desfrute de prestígio social.
 É trivial confundir interesse pessoal e egoísmo,
como se os dois conceitos fossem sinônimos. Isso é
um engano. A satisfação dos interesses pessoais
não é necessariamente maligna: pode ser legítima
se não prejudicar ninguém (autointeresse) ou
ilegítima se lesar outros (egoísmo). Há, pois dois
modos de realizar os interesses pessoais.
NO EGOÍSMO O INDIVIDUO AGE
PARA SATISFAZER OS PRÓPRIOS
INTERESSE, MAS O FAZ DE
FORMA NOCIVA AOS OUTROS:
PREJUDICA-OS, CAUSA-LHES
DANO, LESA-OS. EM SUA ÂNSIA
DE DESFRUTAR DETERMINADO
BEM:

 Atropela quem estiver em seu caminho, de forma calculista


ou de forma irresponsável;
 Realiza seus interesses individuais à custa dos interesses
dos outros;
 Age de modo interesseiro e egocêntrico;
 Gera para si mesmo um bem restrito que é abusivo,
particularista e excludente, à medida que explora
parasitariamente a boa vontade alheia.
 No autointeresse, ao contrário do egoísmo, o
indivíduo age de forma benigna sem prejudicar
ninguém. Assim as práticas autorinteressadas
produzem um benefício pessoal sem lesar os
demais agentes pessoais.
 Por isso mesmo, obedecem à razão ética:
revestem-se de caráter consensual e
universalista, pois interessa a todos que sejam
usufruídas.
 Resumindo, a geração de um bem restrito
satisfaz os interesses pessoas de um agente e
pode ser efetivada de duas formas:
A satisfação de
interesses pessoais gera
bem restrito

Indivíduo age de forma Indivíduo age de forma


benigna e não prejudica nociva e prejudica outros
outros

Autointeresse Egoísmo
(Indivualidade) (Exclusividade)
 Egoísta, quando  Autointeressadas, quando
beneficia beneficia o indivíduo sem
prejudicar outrem e,
exclusivamente o
portanto, assume feições
indivíduo à custa dos consensuais e
outros e, portanto, universalistas, pois
assume feições salvaguarda a
abusivas e individualidade e
particularistas. interessa a todos.
CLASSES PROFISSIONAIS
 Uma classe profissional caracteriza-se pela
homogeneidade do trabalho executado, pela
natureza do conhecimento exigido
preferencialmente para tal execução e pela
identidade de habilitação para o exercício da
mesma.
 A classe profissional é, pois, um grupo dentro da
sociedade, específico, definido por sua especialidade
de desempenho de tarefa.
 A divisão do trabalho é antiga, ligada que está à
vocação de cada um para determinadas tarefas e às
circunstâncias que obrigam, às vezes, a assumir
esse ou aquele trabalho; ficou prático para o homem,
em comunidade, transferir tarefas e executar a sua.
A união dos que realizam o mesmo trabalho foi uma
evolução natural e hoje se acha não só regulada por
lei, mas consolidada em instituições fortíssimas de
classe.
Ex: Conselhos Regionais de Administração, Medicina,
Contabilidade, Ordem dos Advogados do Brasil e
outros.
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL

 As relações de valor existem entre o ideal moral


traçado e os diversos campos da conduta humana
podem ser reunidas em um instrumento regulador.
 Tal conjunto racional, com o propósito de estabelecer
linhas ideais éticas, já é uma aplicação desta ciência
que se consubstancia em uma peça magna, como se
uma lei fosse entre partes pertencentes a
grupamentos sociais.
 Um espécie de contrato de classe gera o Código de
Ética Profissional e os órgãos de fiscalização do
exercício passam a controlar a execução de tal peça
magna.
PARA OS ADMINISTRADORES, A
VIGILÂNCIA E A ATUAÇÃO PARA QUE
SE CUMPRA O CÓDIGO DE ÉTICA
PROFISSIONAL SÃO REALIZADAS PELO
CONSELHO REGIONAL DE
ADMINISTRAÇÃO EM CADA UNIDADE
DO PAÍS E COORDENADAS PELO
CONSELHO FEDERAL DE
ADMINISTRAÇÃO.

 Tudo deriva pois de critérios de condutas de um


indivíduo perante seu grupo e o todo social.
 Os Códigos de Éticas são necessários para que ocorra o
exercício coletivo de ações por parte daquela classe
profissional. O exercício de uma virtude obrigatória
torna-se exigível de cada profissional, como se uma lei
fosse, mas com proveito geral, eis aí o motivo do
surgimento dos códigos de éticas e órgãos reguladores.
 É inequívoco que o ser tenha sua individualidade, sua
forma de realizar seu trabalho, mas também o é que
uma norma comportamental deva reger a prática
profissional no que concerne a sua conduta, em
relação a seus semelhantes
É inequívoco que somos seres diferentes e
individuais... Porém, também é inequívoca a
necessidade de haver uma certa disciplina, através de
um contrato de atitudes, de deveres, de estados de
consciência, e que dever formar um CÓDIGO DE
ÉTICA, tem sido a solução, especialmente para as
classes profissionais que passaram por cursos
universitários (contadores, administradores,
advogados, médicos, etc).
 Uma ordem deve existir para que se consiga
eliminar conflitos e especialmente evitar que se
macule o bom nome e o conceito social de uma
categoria profissional.
 Se muitos exercem uma
profissão, é preciso que
uma disciplina de
conduta ocorra.

E daí? Você concorda


que existam
regramentos de
condutas dentro de
determinadas classes
profissionais?

VAMOS AOS ESTUDOS DE CASO: O MAGO DE WALL


STREET, GUARDAS NOTURNOS, CONVITE PARA O EXTERIOR
E TESTE DE CONCEITOS.

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