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ÉTICA, CIDADANIA E

DIREITOS HUMANOS
ÉTICA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS

Conceituação de ética profissional e moral. Conceituação de cidadania em seus


diferentes aspectos. Implicações culturais associadas à cidadania e ética. Exigências
individuais e sociais da cidadania. Direitos Humanos, fundamentos históricos e
filosóficos. Desenvolvimento histórico dos direitos humanos. Panorama nacional e
regional da realidade sobre a questão dos direitos humanos. Análise dos principais
problemas relacionados à ética, cidadania e direitos humanos no campo social, político,
econômico e cultural.
Ética é um tema sempre presente no nosso cotidiano desde o relacionamento

pessoal e profissional até a reflexão sobre as descobertas feitas por pesquisas

científicas feitas cujo impacto leva ao questionamento sobre os limites do controle

da vida do ser humano. Nós nos deparamos frequentemente com escândalos e

tendemos a crer que a falta de ética é a regra geral, na conduta do homem.


Quero, nesta disciplina, ressaltar que cabe a cada um de nós o comportamento
ético e moral diário dando a devida importância ao exercício pleno da cidadania
contribuindo para a formação de pessoas e profissionais que construam uma
Nação melhor, incentivando cada vez mais a propagação dos direitos humanos
em todos os setores necessários.
Iniciaremos nossa abordagem com os conceitos fundamentais de ética, moral,
cidadania, valores, conduta ética, dilemas éticos e consciência ética. Vistos estes
conceitos, vamos aplicá-los no cotidiano do homem e do profissional, voltando para
a gestão. O profissional em logística, assim como aqueles de diferentes áreas, se
depara diariamente com situações em que seus valores são colocados à prova
Quais parâmetros considerar para a tomada de decisão? Vamos discutir
amplamente nesta disciplina os temas voltados para a gestão e sua relação com
as bases éticas fundamentais. Liderança, comunicação, relacionamento
interpessoal, código de ética profissional e organizacional, gestão da reputação,
valorização da diversidade, ética no serviço público, cidadania, direitos humanos
são alguns temas sobre os quais você refletirá em termos de consciência e
conduta ética.
REFLEXÃO
QUAL A RELAÇÃO DO
VÍDEO COM A DISCIPLINA?
"Quando você ajuda alguém, na verdade está ajudando a si mesmo. De certa
maneira este processo funciona como um espelho: tudo que fazes aos outros se
reflete em seus caminhos."
Johnny De' Carli
Quando você ouve falar na
palavra ética, o que vem à sua
cabeça?
Quando você ouve falar na palavra
corrupção, o que vem à sua cabeça?
Todos os dias nos deparamos com escandalosos casos de corrupção, ativa ou passiva,
tanto no Brasil quanto no exterior, praticados especialmente nas relações promíscuas
entre políticos e empresários. A CORRUPÇÃO É DEFINIDA COMO O ATO DE
SOLICITAR OU RECEBER ALGUMA VANTAGEM INDEVIDA, segundo a “lei de
Gérson”: “levar vantagem em tudo”, não importando o meio para se alcançar o que se
almeja.
Tanto o corrupto como o corruptor praticam algo ilícito, passível de reprovação
jurídica, em notório conflito com os princípios elencados por Ulpiano: “viver
honestamente (honeste vivere), não lesar ninguém (neminem laedere), dar a
cada um o que lhe pertence (suum cuique tribuere)”. Sob o ponto de vista legal,
há a previsão de uma série de sanções para os casos da conduta corrupta.
Mas não apenas o Direito recrimina a corrupção; também a REFLEXÃO ÉTICA
reprova tal conduta. Em resumo, a Ética é a área da Filosofia que tem a ver com
o estudo das normas, princípios que norteiam o agir humano.
PEQUENAS CORRUPÇÕES
Hoje em dia, não se fala em outra coisa, senão em corrupção. Seja nas revistas,
nos telejornais, nas redes sociais e nas breves conversas no elevador, a palavra
corrupção atrai a atenção e pode render as mais variadas respostas. Podemos
definir o termo como atitudes que visam obter vantagem em negociata onde se
favorece uma pessoa e se prejudica outra.
A indignação e a revolta das pessoas são justificáveis, afinal ninguém gosta de se
sentir roubado e enganado. Porém, se observarmos a definição de corrupção, não
é difícil perceber que essas atitudes são mais comuns em nosso dia-a-dia do que
podemos imaginar. Denominadas “pequenas corrupções“, elas são mais sutis,
simples, e, infelizmente, mais aceitáveis pela maioria. É o famoso “jeitinho
brasileiro”. Por que sabemos condenar tão bem a corrupção dos outros, mas não
a nossa?
VOCÊ SE CONSIDERA UMA PESSOA
ÉTICA?
VAMOS PRATICAR?
INTERPRETAÇÃO DO CORDEL X ÉTICA
CONVERSANDO SOBRE
ÉTICA, MORAL E CONDIÇÃO
HUMANA
Eu começo este cordel
perguntando agoniado:
por que que nossos valores
são tão desvalorizados?
Quanto vale a honestidade?
Qual o preço da bondade?
Quanto custa ser do bem?
Vivemos a decadência
de um povo que, em sua essência,
só faz o que lhe convém…
Será mesmo tão difícil
pra gente compreender
que quando se ajuda alguém
o ajudado é você?
Será mesmo que enganar
é melhor que ajudar?
Será que não tem mais jeito
de aprender essa lição
consertando o coração
que bate no nosso peito?
Não precisa ter dinheiro
pra comprar uma padaria
seja grato se ao menos
tiver o pão todo dia.
A falta é um prato cheio
de pura sabedoria.
Pois quando se tem tão pouco
se valoriza o que tem.
E pra você que tem muito,
dê todo valor também.
Trabalhar, vencer na vida
é uma estrada comprida…
E ser rico não é feio.
Feio mesmo é esquecer
do que Deus deu pra você
pra desejar o alheio.
Tudo aquilo que vem fácil
facilmente se desfaz,
o vento que às vezes leva
é o mesmo vento que traz.
Seja justo, paciente,
seja um cidadão decente,
pois é na dificuldade
que a gente aprende a viver
e assim pode saber
quem é do bem de verdade.
Bráulio Bessa, Poesia que transforma
As palavras ética e moral são, geralmente, tomadas como sinônimos. Quando
alguém intencionalmente comete uma ação que prejudica outras pessoas,
costuma-se dizer que agiu de forma “antiética” ou que não tem “princípios
morais”. Aqui, ética e moral são tomadas indistintamente para denotar ações que
vão contra os valores considerados corretos ou justos pelos demais membros da
sociedade

Entretanto, já adianto que essas duas palavras não têm o mesmo sentido. Então,
quais são as principais diferenças entre as duas? O que diferencia ética e moral?
A palavra ética deriva do grego ethos e significa costume, modo de agir (VAZ,
1999). A moral, por sua vez, deriva do latim moris e também significa odo de se
comportar, costumes. Ou seja, moris é a tradução direta de ethos. Mas se
etimologicamente as duas palavras, ética e moral, têm a mesma origem, no
vocabulário especializado elas apresentam diferenças bem definidas. Quais são
então essas diferenças?
Uma primeira pista é fornecida por Adolfo Sanches Vàzquez, quando afirma de maneira
bastante resumida que a ética é teórica e a moral é prática (VÁZQUEZ, 2006). Vamos ver
o que isso significa. Em qualquer um dos casos, quando empregamos as palavras ética e
moral, estamos nos referindo a uma única realidade da experiência humana: a ação.
Todos os seres humanos agem. Em diversas circunstâncias da vida, em qualquer tempo,
em qualquer lugar, todos nós agimos. Mesmo quando decidimos não agir, ou seja, quando
nos omitimos, isso também é ação. Acontece que, como seres sociais, isto é, como
membros de uma coletividade que é maior do que nós, estamos sempre sujeitos ao
julgamento dos outros. Da mesma maneira, sempre julgamos os demais membros de
nossa sociedade.
Assim, a ação, enquanto parte integrante do nosso modo de ser, é sempre
objeto de avaliação por parte dos outros, assim como nós inevitavelmente
também julgamos as ações alheias. Pense bem. Como não emitir julgamento
sobre um indivíduo que, notoriamente embriagado, entra em seu veículo
acompanhado de suas crianças, dá partida no motor e segue dirigindo seu
automóvel em meio ao trânsito da cidade? Como não emitir julgamento sobre
o empregador que constantemente explora e humilha seus empregados?
Por outro lado, como não emitir julgamentos sobre uma pessoa que se mantém
honesta mesmo quando as circunstâncias adversas de sua vida (pobreza, fome,
etc.) servem de estímulo para a desonestidade? Enfim, as ações humanas são
sempre passíveis de julgamento moral por parte de outros indivíduos, quer este
julgamento seja positivo, quer seja negativo.
Voltando à definição de Vázquez, vamos apresentar um exemplo para facilitar a
compreensão. Quando alguém se pergunta se pode ingerir bebidas alcoólicas
mesmo sabendo que em breve vai dirigir, ou quando se pergunta como deve
tratar este ou aquele funcionário de sua empresa, ou ainda, se deve ou não, em
momento de necessidade extrema, furtar dinheiro de alguém, mesmo que este
dinheiro não fosse fazer falta à pessoa furtada, em todos esses casos estamos
diante de questões morais.
Isso porque temos diante de nós questões sobre o que fazer em uma situação
real e concreta na qual estamos particularmente envolvidos. Trata-se de situações
em que é o próprio indivíduo que deve responder, pois é ele mesmo quem está
envolvido, e a resposta à questão também gerará reflexos reais e concretos em
sua vida.
Se, por outro lado, deixa-se de perguntar se devemos fazer isso ou aquilo (dirigir
sob efeito do álcool, explorar funcionários, manter-se honesto mesmo nas
dificuldades) e passa-se a perguntar sobre as razões para agir desta ou daquela
maneira, chegamos a outro nível de questionamento. Desta vez nos encontramos
no nível de reflexão ética. Neste nível, mais teórico que o nível anterior, pergunta-
se por que é errado dirigir embriagado, por que não se deve explorar os
trabalhadores, por que manter a honestidade? Ou seja, trata-se de justificar a ação
moral.
Trata-se de descobrir o fundamento daquilo que julgamos certo ou errado. O que é o
bem? A honestidade? Estes valores são universais ou relativos? Quer dizer, valem em
qualquer época e lugar ou apenas aqui e agora, podendo deixar de valer daqui a algumas
décadas ou em lugares distantes? Estas questões, de caráter mais teórico do que prático,
são questões éticas, porque não se dirigem a uma situação concreta particular, mas a
diversas situações possíveis. E o modo como respondemos estas questões também não
terá impacto imediato em uma situação concreta de nossas vidas, mas servirão apenas
como princípios, como diretrizes gerais de nossas condutas em casos concretos.
Talvez agora esteja mais claro para você a primeira definição de ética e moral que
apresentamos de Vázquez, segundo a qual a ética é teórica e a moral é prática.
Perceba que a ética trata de questões gerais, que, embora possuam relação com
as nossas ações, não se materializam em atitudes concretas. Já a moral trata de
ações concretas, ocorridas aqui e agora e nas quais estamos diretamente
envolvidos.
Assim, podemos avançar um pouco mais e formular um segundo critério de diferença
entre a ética e a moral. Este segundo critério diz respeito ao grau de generalidade
dessas duas esferas da ação humana. Se na vida prática um indivíduo enfrenta um
determinado problema e quer saber como agir, deve tomar a decisão por si mesmo. Não
pode esperar que alguém tome a decisão por ele. É claro que pode até pedir um
conselho a um amigo, a um parente ou qualquer pessoa em quem confie. Mas a decisão
é sempre sua, afinal é o indivíduo quem será responsabilizado pelas consequências de
sua decisão. Neste caso, estamos diante de um problema prático-moral. Trata-se de
tomar uma decisão em uma situação específica em nossa vida concreta.
Já no plano ético, estamos diante de problemas mais gerais, mais amplos. O que
é o bem? Qual o valor da verdade? Existem valores universais? Perceba que
estas questões, todas elas éticas, embora influenciem as nossas ações, não têm
repercussão imediata em decisões específicas. Estas questões servem muito
mais para esclarecer certos conceitos de natureza moral (o bem, a verdade, a
justiça) do que para nos orientar em casos concretos.
Devemos estar bastante atentos. Pois apesar de diferentes, ética e moral não se
excluem. Pelo contrário. Apesar de se caracterizar por uma reflexão mais geral, as
respostas dadas aos problemas de natureza ética (teóricos) influenciam as decisões
morais (práticas). Por exemplo. Se você se questiona o que é a verdade, qual o seu
valor, e se ela é universal está refletindo no plano ético. Ou seja, no plano teórico e
generalista. Suponha que após longa reflexão e pesquisa, descubra que a verdade é um
valor moral absoluto, incondicional e universal. Esta solução ainda é uma solução ética.
Mas ela pode ter repercussões morais, que dizer, em ações práticas da vida cotidiana.
Mais um exemplo: seu chefe o convida até a sua sala para uma reunião particular. Lá,
ele faz uma pergunta. Se você responder a verdade, colocará em risco o emprego de
seu melhor colega de trabalho. Se mentir, sabe que seu chefe nunca tomará
conhecimento da mentira e, ainda, poupará o emprego de seu colega. O que fazer?
Bem, esta é, sem dúvida, uma situação concreta e específica, ou seja, moral. Mas se, no
plano ético, você respondeu que a verdade é um valor moral absoluto, incondicional e
universal, então, no plano moral, deverá contar a verdade, embora isso custe o emprego
de seu colega.
Estes exemplos são úteis para fazer você perceber que, embora diferentes, ética e moral
se relacionam e se influenciam. Além disso, chama-nos a atenção para um terceiro
critério de distinção: a moral é ação, a ética é a ciência sobre esta ação. Como ciência, a
ética tem a mesma finalidade de qualquer outra disciplina científica que é explicar,
elucidar determinado fenômeno (no caso, a moral), elaborando conceitos que ajudem na
compreensão do objeto estudado. Assim, por exemplo, a física ao estudar diferentes
aspectos da matéria elabora uma série de conceitos capazes de tornar mais
compreensível o seu objeto.
Questões aparentemente simples como “o homem é livre?” têm repercussões
éticas e morais bastante profundas, pois se respondermos que o homem é
absolutamente livre, então devemos também admitir que ele é absolutamente
responsável por suas ações. Quer dizer, não há atenuante para sua
responsabilidade sobre ações que ele cometerá.
Provisoriamente, poderíamos sintetizar as diferenças entre ética e moral a partir
dos seguintes critérios:

• A ética é teórica, enquanto a moral é prática;


• A ética é geral, enquanto a moral é específica e trata de problemas concretos;
• A ética é uma ciência, cujo objeto é a moral. A moral é uma forma de
comportamento humano, cuja compreensão é tarefa da ética.
Agora que vocês estão mais familiarizados com as diferenças entre ética e
moral, na próxima aula iremos prosseguir tentando refletir um pouco mais
detidamente sobre as particularidades deste tipo específico de comportamento
humano estudado pela ética: a moral.
VAMOS PRATICAR?
ESTUDO DE CASO
Marcelo é um analista de sistemas pleno que trabalha há oito anos em um banco
brasileiro e é responsável pelo sistema de créditos. Ele é casado e sua esposa teve
recentemente o seu segundo filho. Numa certa manhã o gerente de Marcelo o chama até
sua sala e lhe pede para fazer uma manutenção no sistema de créditos do banco. Essa
alteração permite que certas contas possam ser bloqueadas para acesso externo, de tal
forma que elas existem e podem ser movimentadas por quem possuir a senha das
contas, mas elas não aparecem em certas situações, como em auditorias, por exemplo.
Marcelo sabe que essa alteração contraria normas do Banco Central e diz isso a seu
gerente, que lhe responde que a alteração é temporária, para dar segurança ao banco
para fazer movimentações que são importantes para resolver certos problemas
financeiros pelos quais o banco está passando. Ao se retirar, o gerente lhe diz que está
pensando em sua promoção para analista de sistemas senior e lhe pede para manter a
conversa confidencial.
Ao retornar para sua mesa Marcelo analisa mentalmente sua situação,
percebendo que o que lhe foi solicitado é algo ilegal. Ele imagina que se não fizer
o que for pedido corre o risco de perder o emprego e, com a crise no mercado de
trabalho, tem medo de fazer sua família passar por sofrimentos. Por outro lado,
se concordar com a solicitação, pode ter uma promoção e, afinal de contas, pode
ser que seja mesmo uma desvio temporário das normas legais, já que o banco
sempre foi muito sólido.
Ele também imagina que se não fizer o que for pedido um outro colega de
trabalho vai acabar fazendo e, nesse caso, como ele sabe do assunto, pode vir a
ser despedido assim mesmo. Sua consciência, entretanto, lhe diz que essa não é
a melhor maneira de resolver um problema, que pode crescer, dar prejuízo a
muitos clientes, ser descoberto pelo Banco Central e no fim das contas, ele pode
estar envolvido por ter sido o responsável pela mudança do sistema.
O QUE FAZER?
ÉTICA PROFISSIONAL
A ética profissional corresponde a princípios que norteiam o comportamento de uma
pessoa ou grupo dentro de um ambiente corporativo. De um ponto de vista interno, cada
empresa dispõe de um código de conduta ética que direciona as atitudes dos
funcionários, definindo o comportamento esperado de cada um no dia a dia. Por outra
perspectiva, a ética profissional de cada pessoa define o modo como ela lida com a sua
profissão e com seus colegas de trabalho.
Cada um age de acordo com suas particularidades, dando mais ou menos ênfase à
características da conduta ética. Já em termos de áreas de atuação, a ética profissional
gera um comportamento uniforme entre os profissionais, fazendo com que exista
respeito e harmonia. Ela os protege de pressões e situações desconfortáveis em que
há conflitos de interesse, e impede que os membros da profissão tirem vantagens
indevidas de boas condutas.
Qual a importância da ética no trabalho?

A ética é importante para qualquer profissão ou negócio. Internamente, ela otimiza


processos, melhora a comunicação, previne situações indesejadas e cria uma convivência
agradável. Para o indivíduo, a ética profissional contribui para o desenvolvimento de
relações amigáveis sólidas, criando uma rede de contatos. As pessoas admiram sua
conduta, ganhando respeito e consideração. A reputação também entra em jogo, uma vez
que as referências serão sempre positivas, o que ajuda na saúde mental no trabalho.
A ética profissional também cria confiança e estabilidade, tanto dentro da empresa
quanto em suas relações externas. Os colaboradores têm mais confiança uns nos outros e
na companhia, e os clientes e fornecedores sabem que estão lidando com
uma organização de credibilidade. Além disso, a ética profissional tem um valor
estratégico muito alto para a reputação de uma empresa. Questões como política
ambiental e tratamento dos animais estão cada vez mais evidentes na vida da sociedade,
e muitas pessoas fazem suas escolhas de compra de acordo com o posicionamento de
uma companhia.
Isso porque as empresas também são entes sociais, que se relacionam com a
sociedade e meio ambiente. O modo como elas interagem nesse contexto acaba
influenciando a vida de todos, o que gera uma série de obrigações. Por isso,
surgem preocupações dos consumidores, que cobram posicionamentos
responsáveis.
Quais são as características de
uma conduta ética no trabalho?
Honestidade
Uma das características do comportamento ético é ser honesto em todas as situações,
mesmo quando isso irá te prejudicar de algum modo. Isso engloba assumir
a responsabilidade pelos atos, evitar verdades parciais e omissões.

Integridade
É o oposto da hipocrisia. Significa fazer o que você acha que é certo mesmo quando
existem pressões para que você faça o contrário. Em outras palavras, é seguir seus
princípios e não sacrificá-los sob hipótese alguma.
Lealdade
É a propriedade do caráter que diz respeito à fidelidade a indivíduos e instituições
mesmo nas adversidades. Uma pessoa leal não utiliza informações privilegiadas para
obter vantagens, e constrói relações fortes.

Justiça
Pessoas éticas tem um compromisso com a justiça, sendo imparciais e tratando os
indivíduos com igualdade, aceitando a diversidade. Elas não se aproveitam do poder ou
da fraqueza alheia para obter vantagens.
Coletividade
Compaixão, benevolência e gentileza são importantes para a ética. O modo como você
trata os outros impacta todo o grupo de pessoas. Isso envolve um exercício
de humildade e altruísmo que pode ser bastante desafiador.

Respeito
Essa é a base de qualquer relação saudável. Podemos encará-lo aqui dentro de duas
dimensões: respeito à pessoas e respeito à lei. Respeitar as pessoas no sentido de
aceitar e entender seus gostos e preferências, e seguir as leis, normas e
regulamentações.
RESPEITO E DIVERSIDADE
É fato que todo e qualquer ser humano gosta e precisa ser respeitado. O
respeito, além de ser considerado uma valiosa virtude, é essencial para que,
nas empresas, possa haver um ambiente cujo clima organizacional seja
harmonioso; logo, isto se torna propício à produtividade, caso contrário, a
mesma poderá ficar comprometida.
A palavra respeito, na sua origem em latim possui o significado de “OLHAR
OUTRA VEZ”, assim sendo, tudo aquilo que merece um segundo olhar, será
respeitado. Um dos valores mais importantes do ser humano é o respeito, e possui
uma imensa importância para uma interação social saudável e harmoniosa.
Por natureza, o respeito está atrelado ao comportamento e à atitude. Pensando assim, é
preciso lembrar que cada ser humano veio de um “seio” familiar distinto. Cada um tem
características peculiares, com valores e princípios diferenciados; portanto, torna-se
necessário que cada pessoa faça de seu íntimo uma breve análise, procurando seu
autoconhecimento, analisando desta forma as profundezas de seu ser, analisando sua
conduta bem como o seu comportamento. Igual atenção deve ser dada às suas atitudes
diante de todos, diante da vida, verificando e buscando desta forma, detectar suas falhas
e procurando realizar os devidos acertos, tornando-se assim um ser humano cada vez
melhor, um novo ser humano.
Isto posto, torna-se de grande importância cuidar de seu comportamento e de
sua atitude. É da mesma forma importante quanto cuidar de sua aparência
perante o cenário mercadológico, e isto vale para quem deseja sobreviver no
mercado de forma perene. É preciso aprender a respeitar a si próprio, para
depois aprender a respeitar o próximo; logo, quem não se respeita, possui grande
dificuldade em respeitar o outro.
Sabemos que o respeito é a base para a construção de quaisquer relacionamentos
sólidos e equilibrados; portanto, na empresa, é preciso estar atento o tempo todo,
procurando sempre respeitar o ambiente interno e externo em que encontramos
inseridos, enxergando nossos limites e respeitando o colega de trabalho como um
verdadeiro ser humano. É prioritário que também o percebamos como um verdadeiro
parceiro, sabendo ouvi-lo, respeitando sempre o seu jeito de ser, dando-lhe a devida
atenção, sendo cortês e educado para com todos, sem distinção. Todos merecem o
devido respeito, desde o porteiro até a diretoria da empresa. Todos são parceiros e
precisam ser respeitados.
Conhecedores da valiosa importância que tem o respeito no mundo dos negócios, um
gestor do século XXI deve ter o cuidado de inserir o respeito na cultura organizacional
da empresa no qual é responsável, preocupando-se em propagar o zelo pelo mesmo.
Face ao exposto, salientamos a importância de resgatar junto aos seus colaboradores
os valores necessários à construção de um ser humano melhor, que muitas vezes
encontram-se perdidos no decorrer da caminhada. Tais valores são imprescindíveis para
que esse “ser humano” se torne de fato humano, passando assim a não somente
valorizar mais o outro, mas a respeitar a si próprio, bem como a respeitar o próximo
como deve ser respeitado, tratando-o com dignidade, atenção, educação e respeito.
É oportuno perceber que a ausência de respeito gera um estresse no ambiente de
trabalho, situação essa desnecessária, que unicamente contribui para que ocorra certo
desequilíbrio na produtividade, pois o colaborador, quando não se sente respeitado, não
respeita os colegas de trabalho e nem a empresa da qual faz parte. Da mesma forma ele
não se dedica, não se empenha, não faz “aliança” com a empresa em que está inserido,
não executa suas funções de forma a compartilhar ideias em equipe, e de certa forma
não se compromete com suas atividades, atribuições e/ou funções, podendo causar
futuros transtornos dentro da organização da qual faz parte.
Por fim, é preciso conscientizar que a empresa é composta por seres humanos, que
devem não somente compartilhar, mas somar ideias, ideais, valores, princípios,
conhecimentos, habilidades, talentos e compromissos, caso contrário, estará em pouco
tempo fadada ao fracasso; portanto, verifica-se que é de suma importância a empresa
zelar pela agregação de todos esses valores.
Além do respeito ao próximo, toda empresa possui um papel social muito importante, o
de saber lidar com a MULTIPLICIDADE CULTURAL. Encarar que as diferenças existem
e que é preciso fomentá-las é o primeiro passo para uma postura madura frente a
diversidade no ambiente de trabalho. Diferenças como etnia, PcD, orientação sexual,
gênero, idade, cor, personalidade e crenças precisam estar presentes no ambiente
profissional da organização para estimular o respeito à individualidade do próximo entre
os colaboradores. Além disso, essa política social precisa fazer parte da cultura
organizacional da empresa. Essas diferenças no ambiente de trabalho, quando olhadas
de forma positiva, podem trazer muitos benefícios para a instituição como um todo.
Benefícios

Ter um time com pessoas completamente diferentes umas das outras, às vezes, pode
aparentar que acabará em confusão. Mas, de acordo com um estudo realizado
pela Organização McKinsey & Company10, os resultados provam o contrário.

• Empresas com diversidade étnica e racial possuem 35% mais chances de ter
rendimentos acima da média do seu setor;
• As empresas com diversidade de gênero, possuem 15% a mais de chances de ter
rendimentos acima da média;
• Nos Estados Unidos, para cada 10% de aumento na diversidade racial ou étnica na
equipe de executivos, os lucros aumentam 0,8%.

Esses resultados estimulam a ideia de que empresas mais diversificadas são mais
capazes de reter talentos e melhorar sua orientação para o cliente, satisfação dos
funcionários e tomada de decisões, e tudo isso leva a um ciclo virtuoso de retornos
crescentes.
Desafios e o Papel dos Líderes

Cada companhia tem sua cultura, o que significa que nem todas possuem a
multiculturalidade como identidade básica da empresa. Por isso, antes de começar
é imprescindível que seja feito o trabalho de conscientização, de mudança
de cultura organizacional. A comunicação pode se tornar uma barreira se
houverem ruídos ou confusões na emissão ou recepção das mensagens,
provocadas pelas diferenças entre os colaboradores.
A resistência às mudanças também pode ser um problema, principalmente por parte de
colaboradores que acreditam que não é necessário mudar. Então, para criar um ambiente
de abertura e incentivo à diversidade, que abre espaço para inovação e incentiva o alto
desempenho, não acontece sem o envolvimento da liderança. Os líderes são os
catalisadores desse ambiente mais aberto, produtivo e eficiente. Nas empresas nas quais
os gestores são mais bem avaliados por seus empregados, o ambiente de alto
desempenho e efetividade também é maximizado em 20%.
Um líder dirigente e visionário, que transmite mensagens de forma clara, que se preocupa
com o desenvolvimento de sua equipe, incentiva e reconhece o ambiente de diversidade,
faz com que as pessoas tenham suas diferentes habilidades aproveitadas da melhor forma,
gerando, assim, melhores resultados para a organização. Esses líderes e funcionários
motivados, juntos, conseguem maximizar a eficiência da empresa.
VAMOS PRATICAR?
DINÂMICA “O ABRIGO SUBTERRÂNEO”
Apesar de ser exagerado, o cenário proposto na dinâmica do abrigo subterrâneo
tem o objetivo de mostrar aos participantes que a agilidade de uma tomada de
decisão deve incluir estratégia, inteligência emocional e uma justificativa para cada
pensamento. Caso contrário, as deliberações se tornam apenas julgamentos
pessoais sem explicação racional.
Levando a lógica de pensamento para o mundo profissional, os colaboradores que
conseguem combinar as condutas éticas citadas anteriormente, para estruturar demandas
e resolver situações de pressão que necessitam de um direcionamento, destacam-se.
Essa sabedoria também pode ser chamada de habilidade para o gerenciamento de crises.
E quem, além de conseguir isso, faz uma análise crítica a respeito da própria decisão e do
que aconteceu durante todo o processo ganha ainda mais protagonismo, pois tem senso
indagador e humildade para enxergar erros e acertos como aprendizados.
O ABRIGO SUBTERRÂNEO
Você deve imaginar que a cidade onde está será logo bombardeada e precisa tomar uma
decisão imediatamente. Existe um abrigo subterrâneo, onde cabem apenas 6 pessoas
(além de você), entretanto, ao todo, existem 12 pessoas. Da lista das 12 pessoas que
desejam se abrigar neste local, você poderá escolher apenas as seis que considera mais
viáveis para conviver durante o bombardeio.

Quais são as seis pessoas que você escolheria e por quê?


Um violinista, com 40 anos, narcótico viciado.
Um advogado, com 25 anos, HIV +.
Uma mulher, com 24 anos, que acaba de sair do manicômio.
Um sacerdote com 75 anos
Uma prostituta, com 34 anos.
Um ateu com 20 anos, autor de vários assassinatos.
Uma universitária que fez voto de castidade
Um físico, 28 anos, que só aceita entrar no abrigo se puder levar consigo uma arma.
Um cristão fanático, com 21 anos.
Uma menina de 12 anos, e baixo Q.I.
Um homossexual, com 47 anos.
Um excepcional, com 32 anos, que sofre de ataques epilépticos
DIREITOS HUMANOS
Direito: A palavra "Direito" deriva do latim directum e significa direção sem desvio. Adota-
se o termo em três sentidos: a) regra de conduta obrigatória (Direito Objetivo); b) sistema
de conhecimentos jurídicos (Ciência Jurídica); c) faculdade ou poderes que tem ou pode
ter uma pessoa de exigir de outra (Direito Subjetivo).
Fato Social: É um fato social na medida em que se registra o relacionamento social. A
vida em sociedade é impensável sem um conjunto de normas que discipline o uso dos
bens da vida (propriedade, liberdade etc.), impondo sanções pela inobservância dos
padrões de conduta estabelecidos.
Direitos Humanos (Direitos Fundamentais): Conjunto de regras para salvaguardar as
necessidades essenciais da pessoa humana e os benefícios que a vida em sociedade
proporciona, a fim de que a pessoa, ao mesmo tempo em que se torne útil à mesma
sociedade, viva em harmonia e goze de paz. É justamente a lei, à qual se submetem o
Estado e a sociedade, que vem coordenar o exercício dos direitos fundamentais. O artigo
4° da Declaração de 1789 exprime, em sua segunda parte: "O exercício dos direitos
naturais de cada homem não tem por limites senão os que asseguram aos outros
membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Esses limites não podem ser
determinados senão por lei". Tais leis decorrem, geralmente, de uma carta de princípios,
intitulada Declaração de Direitos, que precedem as constituições. Isso aconteceu na
América do Norte e na França. Neste país, a Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão apareceu em 1789, e, a Constituição, somente em 1791.
Em nossa Constituição de 1988, os Direitos Fundamentais dizem respeito aos Direitos
Individuais e Coletivos (art. 5°: direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade), aos Direitos Sociais (art. 6° ao art. 11º – direito à educação, à saúde, ao
trabalho, ao lazer, à segurança, à previdência social, à proteção, à maternidade e à
infância, e à assistência aos desamparados), e aos Direitos Políticos (art. 14º ao 16º).
Esses três conjuntos de direitos, que compõem os direitos do cidadão, não podem estar
desvinculados entre si, pois sua efetiva realização depende da relação recíproca e,
sobretudo, de forças econômicas e políticas, que, a propósito, deverão estar a serviço da
cidadania e não do capital.
O núcleo do conceito de direitos humanos se encontra no reconhecimento da dignidade
da pessoa humana. Essa dignidade, expressa num sistema de valores, exerce uma
função orientadora sobre a ordem jurídica porquanto estabelece "o bom e o justo" para o
homem. A expressão "direitos humanos" é uma forma abreviada de mencionar os direitos
fundamentais da pessoa humana. Esses direitos são considerados fundamentais porque
sem eles a pessoa humana não consegue existir ou não é capaz de se desenvolver e de
participar plenamente da vida.
Todos os seres humanos devem ter assegurado, desde o nascimento, as mínimas
condições necessárias para se tornarem úteis à humanidade, como também devem ter a
possibilidade de receber os benefícios que a vida em sociedade pode proporcionar, para
viver em harmonia e gozar de paz. Esse conjunto de condições e de possibilidades
associa as características naturais dos seres humanos à sua capacidade natural (como
um dever) de atuar como cidadão na organização social, e dela usufruir seus direitos. É a
esse conjunto que se dá o nome de direitos humanos.
Características:

• Imprescritibilidade: os direitos humanos fundamentais não se perdem por decurso de


prazo. São permanentes.
• Inalienabilidade: não são transferidos de uma pessoa para outra, quer gratuitamente
quer mediante pagamento.
• Irrenunciabilidade: não são renunciáveis. Não se pode exigir de ninguém que renuncie
à vida (não se pode pedir a um doente terminal que aceite a eutanásia, por exemplo) ou
à liberdade (não se pode pedir a alguém que vá para a prisão no lugar de outro).
• Inviolabilidade: nenhuma lei infraconstitucional nem tampouco autoridade alguma pode
desrespeitar os direitos fundamentais de outrem, sob pena de responsabilização civil,
administrativa e criminal.
• Interdependência: as várias previsões constitucionais e infraconstitucionais não podem
se chocar com os direitos fundamentais. Antes, devem estar relacionados e harmonizados
para atingirem suas finalidades.
• Universalidade: os direitos fundamentais aplicam-se a todos os indivíduos,
independentemente de nacionalidade, sexo, raça, credo ou convicção políticofílosófica.
• Efetividade: o Poder Público deve atuar de modo a garantir a efetivação dos direitos e
garantias fundamentais, usando inclusive mecanismos coercitivos quando necessário,
porque esses direitos não se satisfazem com o simples reconhecimento abstrato.
• Complementaridade: os direitos humanos fundamentais não devem ser interpretados
isoladamente, mas sim de forma conjunta para sua plena realização.
Sanções: As sanções visam alcançar a ordem e a estabilidade sociais, variando da
simples desaprovação coletiva à privação da própria vida (pena de morte). Tais regras
dividem-se em dois grandes grupos: as normas meramente sociais e as normas
jurídicas. As primeiras decorrem do costume e não se encontram legisladas. As
segundas, por sua vez, são reconhecidas pelo Poder Público, que estabelece órgãos
próprios para observar seu cumprimento (p. ex: a polícia e os tribunais).
DIFERENÇA ENTRE NORMAS JURÍDICAS E NORMAS SOCIAIS

Os grupos sociais, sejam grandes potências mundiais, como a China que tem mais de
1,6 bilhão de habitantes, seja um país acanhado como a Bolívia, estabelecem em sua
organização jurídica as normas de conduta obrigatórias a todos os habitantes e a todos
os visitantes daquele país. A esse conjunto de regras dá-se o nome de ordenamento
jurídico, pois é composto pelas normas juridicamente reconhecidas pelo poder estatal,
dotadas de coerção, ou seja, a possibilidade de o Estado-poder fazer cumprir tal norma,
coagindo seus súditos, com o uso da força, se necessário.
Esses países, naturalmente, têm suas normas consuetudinárias, ou seja, normas de
conduta criadas pelo costume. Assim, enquanto no Brasil as pessoas se cumprimentam
abraçando-se, como demonstração de afetuosidade e apreço, na Inglaterra essa atitude
não é aceita pela maioria da população. Enquanto na Jordânia homens beijam-se para
demonstrar amizade e respeito, nos países ocidentais isso é inadmissível. Essas regras
de conduta são frutos da história e da cultura de determinado povo, sendo comuns
normas de conduta social diferentes no mesmo país, como acontece no Brasil: o
churrasco do gaúcho somente deverá ser servido quando toda a carne estiver assada,
enquanto que para o carioca a carne deverá ser servida ao longo de horas de churrasco.
Essas normas de convívio social, baseando-se na cultura e nos costumes, não se
confundem com as normas jurídicas, pois não são dotadas de obrigatoriedade imposta
pelo Estado-poder. É lógico que se um churrasco, no Rio de Janeiro, for servido apenas
quando toda a carne estiver assada, não será o caso de intervenção do Poder Judiciário
ou da força policial, pois se trata apenas de uma norma social de convivência. Já em
caso de envenenamento doloso com a carne desse mesmo churrasco, o poder público
atuará inconteste, pois se trataria de norma prevista no Código Penal, artigo 121: Matar
alguém.
Um segundo significado de "sanção"

"Parte da lei em que se indicam as penas contra os transgressores", está diretamente


relacionada à lei. LEI é toda norma obrigatória que serve para disciplinar as relações dos
homens numa sociedade. As leis são tão importantes que sem elas não existe sociedade
organizada. A esse conjunto de "normas obrigatórias", assim como à ciência que as
estuda, dá-se o nome de Direito. E tudo isso existe em função da paz na sociedade.
Aliás, se cada pessoa fizesse tudo o que lhe apraz, sem respeitar o direito dos outros,
não haveria paz na sociedade.
Hieraquia da Lei

São Tomás de Aquino (séc. XIII), na Suma Teológica, aborda, de forma refinada, sobre os
direitos fundamentais do homem, relacionando-os com o conceito de lei, a qual, segundo
ele, tem a seguinte hierarquia:

a) Lei eterna (só o próprio Deus a conhece na plenitude);


b) Lei natural (gravada na natureza humana, a qual o homem conhece pelo uso da
razão);
c) Lei humana (a lei positiva, legislada).
Leis sobre os direitos humanos

• A sua principal função é garantir a dignidade de todas as pessoas;


• São universais: são válidos para todas as pessoas, sem qualquer tipo de discriminação
ou diferenciação;
• São relacionados entre si: todos os direitos humanos devem ser aplicados igualmente,
a falta de um direito pode afetar os outros;
• São indisponíveis: significa que uma pessoa não pode abrir mão dos seus direitos;
• São imprescritíveis: significa que os direitos humanos não têm prazo e não perdem a
validade.
Leis sobre os direitos humanos

Os direitos humanos são tratados em várias leis, convenções, acordos e tratados


internacionais. Além da existência de leis sobre o assunto, é dever de cada Estado ter as
suas próprias leis que garantam que os direitos humanos serão respeitados e colocados
em prática. Conheça algumas leis que tratam dos direitos humanos:

• Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948)


• Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (1966)
• Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966).
A Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, define quais são os direitos e garantias
fundamentais dos cidadãos. Veja alguns:

• Igualdade de direitos e deveres entre mulheres e homens,


• Proibição de tortura e tratamento desumano,
• Liberdade de pensamento, de crença e de religião,
• Proibição de censura,
• Proteção da intimidade, vida privada, honra e imagem,
• Sigilo telefônico e de correspondências,
• Liberdade de escolha de profissão,
• Liberdade de locomoção dentro do país,
• Direito de propriedade e de herança,
• Acesso garantido à justiça,
• Racismo, tortura e tráfico de drogas são crimes inafiançáveis,
• Proibição de pena de morte,
• Nenhum brasileiro pode ser extraditado.

Ainda que existam várias leis que tratem dos direitos humanos, é importante saber que
eles não são limitados ao que é previsto na lei. Outros direitos podem ser incluídos como
direitos humanos com o passar do tempo e de acordo com as necessidades, com as
transformações sociais e com o modo de vida da sociedade.
OBRIGADO!

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