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Ética Do ponto de vista etimológico, ética deriva da palavra “ethos” que significa “costumes”.
Mais tarde, este conceito veio também integrar as noções de bem, mal, certo e errado
(Marques, 2008).
Para Dórey da Cunha (1996), ética pode definir-se como “articulação racional do bem”,
estando sempre relacionada com uma determinada cultura. A ética pressupõe que exista uma
ligação com as ciências que estudam as relações e comportamentos dos seres humanos em
sociedade – psicologia, antropologia, sociologia.
Assim, a palavra ética pode utilizar-se em sentidos distintos. Por um lado, pode referir-se à
ordem moral, entendida como a totalidade do dever moral. Por outro lado, pode ainda ser
entendida no sentido de estrutura fundamental das ideias morais ou éticas, que são
reconhecidas por uma pessoa ou por um grupo. Por último, entende-se ainda no sentido de
conduta moral efectiva.
Ética e moral são conceitos que comummente são apresentados indistintamente na linguagem
corrente, mas que se podem distinguir. Estrela (2010) esclarece que a ética se refere aos
princípios gerais, ao passo que a moral aparece associada a normas e obrigações, que
resultam da aplicação desses princípios a situações específicas.
MORAL
A origem etimológica da palavra moral é “mos”, “mores”, que se refere ao conjunto de normas
adquiridas por hábito. Ou seja é o conjunto de normas, regras,princípios, hábitos e costumes
que regem numa determinada sociedade ou cultura.
Para Baptista (2011) a moral corresponde “ao plano de realização histórica da ética,
remetendo para as dimensões normativas e imperativas da acção valorizadas pela tradição
deontológica de inspiração kantiana” (p.9).
Neste sentido, por exemplo, não terá significado idêntico referenciar moral e ética sob a
mesma perspetiva para falarmos de uma única realidade valorativa, pois, enquanto a
moral se refere a um conjunto de normas, valores (ex: bem, mal), princípios de
comportamento e costumes específicos de uma determinada sociedade ou cultura
(Schneewind, 1996; Weil, 2012), a ética tem por objeto de análise e de investigação a
natureza dos princípios que subjazem a essas normas, questionando-se acerca do seu
sentido, bem como da estrutura das distintas teorias morais e da argumentação
utilizada para dever manter, ou não, no seu seio determinados traços culturais;
enquanto a moral procura responder à pergunta: como havemos de viver?, a ética (meta
normativa ou meta ética) defronta-se com a questão: porque havemos de viver segundo
x ou y modo de viver?
DEONTOLOGIA
Deontologia é um saber que faz parte da filosofia moral contemporânea, que significa ciência
do dever e da obrigação.
A deontologia é um tratado dos deveres e da moral. É uma teoria sobre as escolhas dos
indivíduos, o que é moralmente necessário e serve para nortear o que realmente deve ser
feito.
O termo deontologia foi criado no ano de 1834, pelo filósofo inglês Jeremy Bentham, para falar
sobre o ramo da ética em que o objeto de estudo é o fundamento do dever e das normas. A
deontologia é ainda conhecida como "Teoria do Dever".
Immanuel Kant também deu sua contribuição para a deontologia, uma vez que a dividiu em
dois conceitos: razão prática e liberdade.
Para Kant, agir por dever é a maneira de dar à acção o seu valor moral; e por sua vez, a
perfeição moral só pode ser atingida por uma livre vontade.
A deontologia também pode ser o conjunto de princípios e regras de conduta ou deveres de
uma determinada profissão, ou seja, cada profissional deve ter a sua deontologia própria para
regular o exercício da profissão, e de acordo com o Código de Ética de sua categoria.
Para os profissionais, deontologia são normas estabelecidas não pela moral e sim para
a correção de suas intenções, acções, direitos, deveres e princípios.
Actualmente, a deontologia refere-se ao conjunto normativo de imposições que deve nortear
uma actividade profissional, de modo a obter um tratamento constante e justo a tantos quantos
recorrem a esse bem ou serviço.
O primeiro Código de Deontologia foi feito na área da medicina, nos Estados Unidos.
AXIOLOGIA
Etimologicamente, a palavra axiologia significa “ teoria do valor”, sendo formada a partir dos
termos gregos “axios” (valor) + “logos” (estudo, teoria).
Apesar da estreita relação que mantêm entre si, pois uma (valores) é o objeto de estudo da
outra (axiologia), aliás, à imagem da ética e da moral – como vimos – são, no entanto,
distintas: enquanto a axiologia mais não significa do que o estudo ou tratado dos valores, ou
seja, uma reflexão filosófica sobre os valores, sua natureza, características, estrutura,
conhecimento e teorias, os valores, enquanto tal, constituem o seu objeto de estudo. Não há,
pois, que confundir axiologia com valores.
A axiologia é a teoria filosófica responsálvel por investigar os valores morais, éticos, estéticos
e espirituais, concentrando-se particularmente nos morais.
Por definição,a firma,seja ela considerada como elo do processo produtivo, conjunto de
contratos ou sistema organizacional, não é ente moral.
Quem tem responsablidade são as pessoas nas empresas.Tanto as que dirigem como as
que contribuem para o que a empresa faz.
1.2.1. Normas morais , são regras, regulamentos de convivência social, nos dizem
o que devemos ou não fazer e como fazê-la. Elas sempre existiram e trata-se
da capacidade de distinguir entre o certo e o errado, o bem do mal. Aqueles
de convivência humana que muitas vezes, não precisam ser ditas, apenas
cumpridas.
A moral alternativa ideal para uma sociedade civilizada é a de attitudes. A pessoa é um ser
em construção, por isso, importa mesmo as suas atitudes diante dos variados desafios da
vida. O ser humano, não é ladrão porque um dia furtou; não é adúltero e inescrupuloso porque
traiu em alguma ocasião; não é explosivo porque perdeu a paciência em algum momento; não
é fracassado porque um dia falhou. Se esse parâmetro moral fosse posto em prática,
tomaríamos maior consciência de nossas limitações e nos empenharíamos ainda mais para
evitar os erros.
Em suma, somos pessoas que batalhamos a cada dia para construir uma personalidade
irrepreensível, mas resvalamos com frequência nestas estradas lisas e sinuosas da vida. O
erro jamais definirá nosso carácter , mas, sim as atitudes que empregamos para combatê-los
e corrigi-los; essas, identificam-nos como seres humanos!
1.2.3. ACTOS MORAIS
Assim, podemos considerar acção humana (acto moral), como aquilo que é feito de
maneira consciente e voluntária, sobre os acontencimentos do dia-a-dia, sem o qual tais
acontecimentos podem tomar rumos diferentes. Neste sentido, só os actos
especificamente humanos, merecem o nome de acções.
Actos do homem, são considerados, aqueles que o homem os faz ou acontecem sem que
o tenha querido; Não resultam da vontade nem da consciência e propósito do homem. Ex:
crescer, respirar, sonhar, nascer…
A ética desde cedo, foi sempre entendida como a parte da sabedoria, das crenças ou da
racionalidade responsável pelo comportamento humano individual e colectiva segundo valores
defenidos e assumidos culturalmente. O ideal de uma ética universal ainda não foi alcançado
na prática.
A palavra valor vem do latim “valore”, significando “aquilo que vale alguma coisa;
merecimento; valor real, independentemente de qualquer convenção ou arbítrio. São
aquilo que costuma pôr em movimento a conduta e o comportamento das pessoas;
orientam a vida e marcam a personalidade” (dicionário enciclopédico).
A palavra valor pode significar merecimento, talento, reputação, coragem e valentia. Assim,
podemos afirmar que os valores humanos são valores morais que afectam a conduta das
pessoas. Esses valores morais podem também ser considerados valores sociais e éticos,
dentro e constituem um conjunto de regras estabelecidas para uma convivência saudável
numa sociedade.
A palavra valor significa o que vale alguma coisa, o que tem valor desinteressado. O
que é bom, o que é bem. Padrões que servem de referência às nossas atitudes,
decisões e ações.
A caráter da pessoa assenta nos seus valores pessoais, tal como uma estátua assenta
numa base. Quanto mais forte e resistente for esta base, mais estável estará a estátua.
Falhas nessa base acarretam desequilíbrios e riscos de fratura ou quebra.
Cada empresa tem uma motivação e uma identidade específica. Uma empresa se destaca das
outras não só pela sua área de atuação mas também pelo claro desenvolvimento e divulgação
da sua missão, visão e valores.
É muito importante que essas normas e princípios sejam passados dos superiores
hierárquicos para outros trabalhadores da empresa, de modo a que possam juntos alcançar
padrões mais elevados de sucesso. É por esse motivo que os valores éticos de uma empresa
são uma parte crucial da sua cultura organizacional.
CRISE DE VALORES
Quando éramos pequenos, nossos pais sabiam muito bem quais valores deveriam n
os
ensinar: ser honestos, verdadeiros, procurar fazer sempre o bem etc. O que era o bem ou o m
al
pareciam estar bem definidos e ninguém tinha dúvida sobre os valores morais. Hoje, contudo, nós
que crescemos e somos pais e mães, nos sentimos por vezes perdidos. Vivemos, sem dúvida, u
m
momento de crise ética.
Alguns autores afirmam que nos dias de hoje a maior crise que o ser humano pode enfrentar
(e que estamos enfrentando) é uma crise de valores, pois essa crise vai afectar a humanidade,
que passa a viver de forma mais egoísta, cruel e violenta. Assim, é necessário enfatizar a
importância de bons exemplos na sociedade, pois a transmissão de importantes valores
humanos consiste na base de um futuro mais pacífico e sustentável.
O que significa dizer que vivemos um momento de crise de valores? Em primeiro lugar,
refere-se a uma mudança cultural que está redefinindo os valores de nossa sociedade.
A crise de valores se expressa na confusão entre o bem e o mal, o certo e o errado, o justo
e injusto. Em
outras palavras, é a confusão entre valor e contra-valor. Os valores são produtos culturais, sujeitos
às variações
do tempo e do espaço. Sempre que uma determinada cultura decide eleger alguma atitude (por
que o campo
da ética é o campo das atitudes) como valor, estabelece-se o contra-ponto com a atitude op
osta. Assim, à
atitude positiva de respeito à vida, por exemplo, contrapõem-se a morte e a violência. Quanto
mais clara fica
a oposição entre os dois pontos, mais força tem o valor ético estabelecido. Onde reside, então, a
confusão de
valores? Parece-nos que ela nasce da aproximação dos pólos antagônicos: em nosso tempo, por
exemplo, vida
e morte convivem numa quase perfeita harmonia. (OLIVEIRA, 2005)
Para muitos, essa redefinição pode parecer um fato comum e, talvez, sem grandes
consequências. Porém, creio que se trata de algo muito grave a que devemos dar atenção. E
m
nossa opinião, trata-se de uma crise profunda, ou seja, de uma crise que muda o nosso modo
de
ser e de se posicionar diante da vida. Em termos gerais, pode-se dizer que a crise ética de
nosso
tempo corresponde a uma inversão de valores e não a uma ausência de valores.
Pensemos um pouco: se antes os interesses comuns e coletivos eram mais importantes do
que os interesses privados, a sociedade mostra que hoje o que realmente importa é a vida de ca
da
um. Houve não a eliminação de um valor, mas sua substituição por outro: o interesse público de
u
lugar aos interesses pessoais que, não raras vezes, se deixam levar pelo egoísmo. Houve, portan
to,
uma inversão de valores.
3. METODOLOGIA
Método expositivo
Método activo
Estudo de casos
4. AVALIAÇÃO
Trabalhos (individuais e em grupos)
Provas parcelares
Exames
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. CHAMBEL, M. J. e CURRAL, L. Ética e Deontologia Profissional. Lisboa:
Texto Editora, 1995.
2. CUNHA, M.P. e RODRIGUES, S. B. (orgs). Manual de estudos
organizacionais. Temas de psicologia, psicossociologia e sociologia das
organizações. Lisboa: RH Editora, 2002.
3. CUNHA, M.P.; REGO. A.; CUNHA, R.C.; CABRAL-CARDOSO. C.;
Manual de comportamento organizacional e gestão. RH Editora, 6ª
edição. Lisboa, 2007.
4. EVARISTO, F.. Sociopsicologia das empresas e organizações. Porto:
Porto Editora, 1991.
5. FEREIRA, Carvalho J.M.; NEVES, J; CAETANO; A. Manual de Ética e
Deontologia Profissional. Escolar editora, Lisboa, 2011.
6. FREIRE, J. Sociologia do trabalho: uma introdução. Porto: Afrontamento.
VALA, J. ; MONTEIRO, M. B. e LIMA, L.. Psicologia social das
organizações – estudos em empresas portuguesas. Oeiras: Celta
Editora, 1994.
7. MONTEIRO, Agostinho dos Reis, EDUCAÇÃO E DEONTOLOGIA,
Escolar Editora, Portugal, 2004;
8. MONTEIRO, Hugo e FERREIRA, P. Daniel; ÉTICA E DEONTOLOGIA,
Plural editores, Porto Editora, Portugal, 2014.
9. TAMO, Kianvu, Introdução a gestão das orgamizações, Estudo de caso,
2.ª Edição, Nzola Editora, Luanda, 2006.