Você está na página 1de 20

ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA

0
SUMÁRIO
AULA 01 – CONCEITOS DE ÉTICA ...................................................................................................................................... 2
AULA 02 – CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DE UMA CONDUTA ÉTICA .......................................................... 4
AULA 03 – ÉTICA E MORAL.................................................................................................................................................. 6
AULA 04 – PRINCÍPIOS E VALORES .................................................................................................................................. 7
AULA 05 – ÉTICA PROFISSIONAL E CIDADANIA ............................................................................................................ 9

1
AULA 01 – CONCEITOS DE ÉTICA

Ética, Moral e Condição Humana. Ética e moral: dois pilares da ação humana ante os dile-
mas da vida. Princípios éticos e valores. Ética e Cidadania.

Introdução

A área da ética, moral e cidadania dentro da esfera pública possui princípios e definições
que os distinguem da esfera privada, seja no cumprimento das leis, princípios constitucio-
nais ou zelo pelo bem do coletivo. Porém, tais ações não são suficientes para gerar resul-
tados e resolver os problemas sociais. É fundamental que os servidores públicos que tra-
balham na administração pública (concursados ou não) anseiem e fomentem por políticas
públicas que satisfaçam os anseios de todos, atuando com ética, moral e cidadania.

A palavra ética é de origem grega derivada de ethos, que diz respeito ao costume, aos hábitos dos
homens. Teria sido traduzida em latim por mos ou mores (no plural), sendo essa a origem da pa-
lavra moral. Uma das possíveis definições de ética seria a de que é uma parte da filosofia (e
também pertinente às ciências sociais) que lida com a compreensão das noções e dos princípios
que sustentam as bases da moralidade social e da vida individual. Em outras palavras, trata-se de
uma reflexão sobre o valor das ações sociais consideradas tanto no âmbito coletivo como no âm-
bito individual.

Conceito de Ética:

Ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade;

Ética é o conjunto de normas de comportamento e formas de vida através do qual o homem


tende a realizar o valor do bem.

A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto, ade-
quado ou inadequado. Um dos objetivos da Ética é a busca de justificativas para as regras
propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos - Moral e Direito - pois não
estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que caracteriza a Ética.

A ética se refere ao conjunto de valores e princípios que guiam determinado grupo ou cul-
tura. Assim, norteia o caráter das pessoas e como elas irão se portar no meio social.

De acordo com Sá (2010), a ética é estudada sob dois aspectos: primeiro como ciência que estuda
a conduta humana dos seres humanos, analisando os meios que devem ser empregados para
que a referida conduta se reverta sempre em favor do homem; nesse aspecto o homem torna-se
o centro da observação, em consonância com o meio que lhe envolve. Segundo como ciência que
busca os modelos da conduta conveniente, objetiva, dos seres humanos.

Moreira (1999, p. 28) fala que “Há pelo menos cinco teorias a respeito da formação dos
conceitos éticos”, aos quais também chama como preceitos, sendo:

- Teoria Fundamentalista: propõe que “os conceitos éticos sejam obtidos de uma fonte externa
ao ser humano, a qual pode ser um livro (como a Bíblia), um conjunto de regras, ou até mesmo
outro ser humano” (MOREIRA, 1999, p. 28).

2
- Teoria Utilitarista: Sustentada nas ideias de “Jeremy Bentham e John Stuart Mill, para os quais
o conceito ético deve ser elaborado no critério do maior bem para a sociedade como um todo”
(MOREIRA, 1999, p. 28).
- Teoria Kantiana: Defendida por Emanuel Kant, propõe que “o conceito ético seja extraído do
fato de que cada um deve se comportar de acordo com os princípios universais” (MOREIRA, 1999,
p. 28).
- Teoria Contratualista: Baseada nas ideias de: John Locke e Jean Jacques Rousseau, parte do
pressuposto de que o ser humano assumiu com seus semelhantes a obrigação de se comportar
de acordo com as regras morais, para poder conviver em sociedade. Os conceitos éticos seriam
extraídos, portanto, das regras morais que conduzissem à perpetuação da sociedade, da paz e da
harmonia do grupo social (MOREIRA, 1999, p. 28).
- Teoria Relativista: Segundo a qual “cada pessoa deveria decidir sobre o que é ou não ético,
com base nas suas próprias convicções e na sua própria concepção sobre o bem e o mal. Assim
sendo, o que é ético para um pode não o ser para outro.” (MOREIRA, 1999, p. 28).
Apesar disso, a ética não deve ser confundida com a lei, pois pessoas não sofrem sanções ou
penalidades do Estado por não cumprirem normas éticas.

A ética é também conhecida por filosofia da moral. É chamada assim justamente porque
estuda preceitos e valores morais. Trata-se de uma área de conhecimento que tem como
objeto de investigação as ações humanas e seus princípios orientadores.

Toda cultura e toda sociedade estabelecem-se baseadas em valores definidos a partir de uma
interpretação do que é o bem e o mal, o certo e o errado. Essas interpretações são fundamentadas
em valores morais socialmente construídos, em que cabe à ética se dedicar ao estudo desses
valores.
Note que ética se relaciona com investigação, julgamento, estudo, reflexão e interpretação daquilo
que uma dada sociedade está a definir como o que é bom e o que é mau, o que é certo e o que é
errado (valores morais) etc. Tenha em mente que cada sociedade traz em si seu conjunto de
preceitos e de normas.

O conceito de ética também pode significar o conhecimento extraído da investigação do compor-


tamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional. Portanto, a ética pode
refletir e questionar valores morais.

A ética é responsável por definir certas condutas do nosso dia a dia. É o caso dos códigos de ética
profissional, que indicam como um indivíduo deve se comportar no âmbito da sua profissão.

Segundo Marilena Chauí em seu livro Convite à Filosofia (2008), a filosofia moral ou a disciplina
denominada ética nasce quando se passa a indagar o que são, de onde vêm e o que valem os
costumes. Isto é, nasce quando também se busca compreender o caráter de cada pessoa, isto é,
o senso moral e consciência moral individuais. Segundo Chauí, podemos dizer que o Senso Moral
é a maneira como avaliamos nossa situação e a dos outros segundo ideias como a de justiça,
injustiça, bom e mau. Trata-se dos sentimentos morais. Já com relação à Consciência Moral, Chauí
afirma que esta, por sua vez, não se trata apenas dos sentimentos morais, mas se refere também
a avaliações de conduta que nos levam a tomar decisões por nós mesmos, a agir em conformidade
com elas e a responder por elas perante os outros. Isso significa ser responsável pelas conse-
quências de nossos atos.

O objetivo da ética é garantir a convivência pacífica dentro das comunidades. Essa ideia pode ser
aplicada também às relações dentro das empresas e entre essa empresa e a sociedade em que

3
atua. É a ética que define os códigos de conduta aceitáveis para que se alcance o bem comum,
incluindo no ambiente corporativo.

AULA 02 – CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DE UMA CONDUTA ÉTICA

Características fundamentais de uma conduta ética


Alguns conceitos são fundamentais para constituir o comportamento ético. São eles:
Altruísmo: a preocupação com os interesses do outro de uma forma espontânea e positivista.
Moralidade: conjunto de valores que conduzem o comportamento, as escolhas, decisões e ações.
Virtude: essa característica pode ser definida como a “excelência humana” ou aquilo que nos faz
plenos e autênticos.
Solidariedade: princípios que se aplicados às relações sociais e que orientam a vivência e conví-
vio em harmonia do indivíduo com os demais.
Consciência: capacidade ou percepção em distinguir o que é certo ou errado de acordo com as
virtudes ou moralidade.
Responsabilidade ética: consenso entre responsabilidade (assumir consequências dos atos pra-
ticados) pessoal e coletiva.

A importância da ética no serviço público

Os serviços públicos são executados por órgãos públicos, visando o bem-estar da população, tais
serviços, são desempenhados pelos chamados agentes públicos. Pessoas que cumprem com
uma função em um órgão público, podendo ser vinculado à Administração de maneira profissional
ou ser um representante político. É através das atividades desenvolvidas pela Administração Pú-
blica que o Estado Alcança seus objetivos, sendo os seus agentes púbicos os responsáveis pelas
decisões governamentais e a execução dessas decisões (Gonçalves, 2011).

A Administração Pública se submete às normas constitucionais e outros meios jurídicos para que
suas atividades estejam de acordo com a legalidade exigida e possam evitar que os processos
decisórios deixem de buscar atender as finalidades às quais foram designados.

A importância do Código de Ética tem como finalidade, produzir na pessoa do servidor público a
consciência de sua adesão às normas ético-profissionais.

Todo esse artefato proporcionado pelas normas e leis tem como objetivo proporcionar um com-
portamento ético e moral por parte dos agentes públicos (Gonçalves, 2011; Maria 2010).

Hodiernamente as pessoas tendem a ser cada vez mais individualistas e competitivas, estão em
busca de poder e dinheiro não se importando com os meios para atingir esse objetivo, demons-
trando a necessidade de desenvolver valores morais e éticos que possam direcionar suas vidas.
Por isso o estudo da ética se encontra no centro dos debates de organizações, cidadãos, juristas,
religiosos e profissionais diversos (ROCHA,2010).

As questões éticas estão cada vez mais visíveis na cena pública brasileira dada a multiplicação
de casos de corrupção e, sobretudo, a reação da sociedade frente a um tal grau de desmoralização
das relações sociais e políticas. Com os escândalos e as denúncias de corrupção expostas pela
mídia, refletir sobre essas questões traz à tona os conceitos éticos que envolvem a busca por
melhores ações tanto na vida pessoal como na vida pública.

4
A ética é pautada na conduta responsável das pessoas. E a importância da escolha de um político
com esse caráter é a fim de diminuir o mau uso da máquina pública e evitar que ele venha auferir
ganhos e vantagens pessoais.

As normas morais apenas fornecem orientações cabendo, apenas ao político determinar quais
são as exigências e limitações e decidir-se entre a melhor alternativa de ação.

Sócrates, considerado o pai da filosofia, relaciona o agir moral com a sabedoria, afirmando que só
quem tem conhecimento pode ver com clareza o melhor modo de agir em cada situação. Assim
como a teoria socrática, várias outras foram formuladas por meio da história, contribuindo de al-
guma forma para a melhoria do agir humano e, consequentemente, para o convívio social. Com o
atual cenário político que vivemos, percebe-se que o estudo e aplicação de normas éticas se fazem
cada vez mais frequentes e necessários ao desenvolvimento do país.

O que é moral?

A palavra moral tem origem no latim mores ou mor, que significa “costumes”, “hábitos”. A
palavra é raiz também de nossa palavra morada – isto é, “o lugar em que se mora” (do verbo
morar).

Note que, de um lado, a ética se relaciona a onde se habita de forma subjetiva, abstrata, de outro
lado, a moral se relaciona a onde se habita de forma concreta, em que se presume a possibilidade
de mudança.

Moral é o conjunto de regras que orientam o comportamento do indivíduo dentro de uma


sociedade. Ela pode ser adquirida através da cultura, da educação, da tradição e do cotidi-
ano.

Moral é um código cultural de normas que orientam as ações dos indivíduos inseridos em
um determinado contexto. Ela traz, então, uma característica contextual-temporal. Por
exemplo, é comum que ações consideradas absurdas há um tempo passem a ser conside-
radas comuns a partir da força do tempo mais das reflexões éticas.

Moralis e morale são adjetivos usados para indicar o que é “relativo aos costumes”, o que
traz a ideia de normas.

Tais regras norteiam os julgamentos de cada indivíduo sobre como agir. Isto de acordo com o que
foi previamente aceito como norma em determinado grupo. Quando falamos de moral, as defini-
ções do que é certo ou errado dependem do local onde a pessoa se encontra, da tradição e cultura.

Qual a diferença entre ética e moral?

A moral refere-se ao conjunto de normas e princípios que se baseiam na cultura e nos costumes
de determinado grupo social. Já a ética é o estudo e reflexão sobre a moral, que nos diz como
viver em sociedade.

5
AULA 03 – ÉTICA E MORAL

Observe que ética e moral são discutidos com igual significado. No entanto, em um nível intelec-
tual, enquanto a moral tende a ser particular pela concretude de seus objetos, a ética tende a ser
universal pela abstração de seus princípios. Em suma, ética é reflexiva.

6
É importante, neste momento, estabelecer os conceitos de universal, de particular... Universal é o
que diz respeito a todos – todas as pessoas têm direito ao estudo e à reflexão. Em nível mais
profundo, em plano cartesiano, particular diz respeito às partes de um todo – religiões e seus
subgrupos são exemplos de particulares. No nível mais profundo, temos o singular, que diz res-
peito ao indivíduo em perspectiva individual.

Note que o que é particular ou é singular não pode ser transformado em universal, de forma obri-
gatória. A reflexão, o julgamento e a discussão, que são do campo teórico da ética, contemplam
todos os níveis. Note que a iniciativa para isso parte da esfera singular, para daí avançar à esfera
da coletividade.

AULA 04 – PRINCÍPIOS E VALORES

PROVA!!
Para fins de provas de concurso, antiético e aético são sinônimos de modo geral. Já a amo-
ral e imoral são conceitos distintos. Uma pessoa imoral é aquela que conhece as normas e,
mesmo assim, opta por as desrespeitar. Já uma pessoa amoral é aquela que desconhece o
regramento social e, por não ter ciência, age contra o regramento.

Princípios

São preceitos, leis ou pressupostos considerados universais que definem as regras de


comportamento de uma pessoa. Em comparação com os valores, os princípios tem força
maior. Os princípios são incontestáveis, porque a sua adoção está em consonância com a
moral, a ética e a sociabilidade; e tem valor em qualquer âmbito.

O princípio está na base, é de onde se parte para tomar as próprias ações. O primeiro contato com
os princípios está na família, que é a janela para a sociedade em que se está inserido. Ela irá
reproduzir ou criar esses princípios em conjunto.

• Princípios universais (comuns a todas as culturas): amor, felicidade, liberdade, paz e plenitude.

• Princípios constitucionais: LIMPE (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiên-


cia).

Os princípios da pessoa devem estar em consonância com os princípios morais e as regras ado-
tadas pelo grupo e podem ter força maior que os próprios princípios adotados pelo grupo.

Valores

Valores, princípios e virtudes não nascem com o indivíduo, logo não são inatos, são adquiridos.

Os princípios são preceitos ou leis, mais concretos, algo de força maior, incontestáveis, enquanto
os valores são:

O princípio é adotado para algo bom, é de onde se parte para fazer os comportamentos. Já
os valores podem ser contestáveis e sofrem influência da personalidade e do caráter da
pessoa. Pode-se ter um valor socialmente defendido que se toma em uma escala muito
polarizada e que pode ser usado para fazer algo errado. Por exemplo: se o valor de alguém
é a família e a defende, é o valor da sociedade também. Mas se esse indivíduo reconhece

7
apenas um padrão de família e quem sai dele, por exemplo, deve ser morto, está se usando
o valor para algo não ético.

Ética e Função
Pública Função pública é a competência, atribuição ou encargo para o exercício de deter-
minada função. Ressalta-se que essa função não é livre, devendo, portanto, estar o seu
exercício sujeito ao interesse público, da coletividade ou da Administração.
Segundo Maria Sylvia Z. Di Pietro, função "é o conjunto de atribuições às quais não corresponde
um cargo ou emprego".

No exercício das mais diversas funções públicas, os servidores, além das normatizações vigentes
nos órgãos e entidades públicas que regulamentam e determinam a forma de agir dos agentes
públicos, devem respeitar os valores éticos e morais que a sociedade impõe para o convívio em
grupo.
A não observação desses valores acarreta uma série de erros e problemas no atendimento ao
público e aos usuários do serviço, o que contribui de forma significativa para uma imagem negativa
do órgão e do serviço.
Um dos fundamentos que precisa ser compreendido é o de que o padrão ético dos servidores
públicos no exercício de sua função pública advém de sua natureza, ou seja, do caráter público e
de sua relação com o público.
O servidor deve estar atento a esse padrão não apenas no exercício de suas funções, mas 24
horas por dia durante toda a sua vida. O caráter público do seu serviço deve se incorporar à sua
vida privada, a fim de que os valores morais e a boa-fé, amparados constitucionalmente como
princípios básicos e essenciais a uma vida equilibrada, se insiram e sejam uma constante em seu
relacionamento com os colegas e com os usuários do serviço.

A Constituição Federal, promulgada em 1988, trouxe alguns princípios, aos quais a Administração
Pública ficaria submetida. Tais princípios estão inseridos no caput do art. 37, com sua redação
atual dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/1998, in verbis:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, im-
pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)

Segundo Filho (2003), convencionou-se denominá-los de princípios expressos exatamente pela


menção constitucional. Revelam as diretrizes fundamentais da Administração, de modo que só se
poderá considerar válida a conduta administrativa se estiver compatível com eles.
Os princípios constitucionais devem ser observados para que a função pública se integre de forma
indissociável ao direito. Esses princípios são:
- Legalidade – todo ato administrativo deve seguir fielmente os meandros da lei.
- Impessoalidade – aqui é aplicado como sinônimo de igualdade: todos devem ser tratados de
forma igualitária e respeitando o que a lei prevê.
- Moralidade – respeito ao padrão moral para não comprometer os bons costumes da sociedade.
- Publicidade – refere-se à transparência de todo ato público, salvo os casos previstos em lei.
- Eficiência – ser o mais eficiente possível na utilização dos meios que são postos a sua disposi-
ção para a execução do seu mister.

Dias (2009) frisa que é evidente que a atuação da Administração Pública não deve se restringir à
observância destes princípios, devendo ser observados, também, outros princípios expressos e
implícitos no texto constitucional.

8
AULA 05 – ÉTICA PROFISSIONAL E CIDADANIA

ÉTICA PROFISSIONAL
A palavra profissão vem do latim professione e possui diversos significados nesse idioma. Na atu-
alidade, profissão representa a prática constante de um ofício, labor (SÁ, 2009). De acordo com
Masiero (2007, p. 455):

Ética profissional reúne um conjunto de normas de conduta, exigido no exercício de qualquer ati-
vidade econômica. No papel de ‘reguladora’ da ação, a ética age no desempenho das profissões,
levando a respeitar os semelhantes, no exercício de suas carreiras. A ética envolve o relaciona-
mento de profissionais, a fim de resgatar a dignidade humana e a construção do bem comum.

A atuação profissional e consequentemente as profissões possuem um grande valor para a soci-


edade, seja na área da saúde, lazer, habitação, educação, administrativa, entre outros. A seus
profissionais são concedidas responsabilidades no campo social que trazem benefícios através de
seus trabalhos, gerando satisfação para a comunidade e interagindo com essa.

Para Camargo (2008, pp. 31-32) “ética profissional e a aplicação da ética geral no campo das
atividades profissionais; a pessoa tem de estar imbuída de certos princípios do ser humano para

9
vivê-los nas suas atividades do trabalho”. Para que o profissional conduza seu trabalho com efici-
ência, eficácia e efetividade é necessário ter responsabilidade individual perante seu grupo.

Ética empresarial é definida por Alonso, López e Castrucci (2008, p. 147) como: “o conjunto de
princípios, valores e padrões que regula o comportamento das atividades da empresa do ponto de
vista do bem ou do mal”. As empresas são formadas por indivíduos que tomam decisões e seu
comportamento é orientado por normas e valores que lhe foram orientadas.

A ética profissional é o conjunto de valores, normas e condutas que conduzem e conscien-


tizam as atitudes e o comportamento de um profissional na organização. Desta forma, a
ética profissional é de interesse e importância da empresa e também do profissional que
busca o desenvolvimento de sua carreira.

Segundo Barros (2010), a Ética Profissional pode ser definida como um conjunto de normas
e valores que direcionam as condutas dos colaboradores para que estes mantenham uma
reputação positiva no ambiente de trabalho. O mesmo autor ainda destaca que um círculo
organizacional onde os indivíduos possuem ética profissional, o clima tende a ser bem
agradável, e refletir assim no rendimento de toda a equipe.

Oliveira (2012) alega que a ética é indispensável ao profissional, uma vez que, na ação humana,
“o fazer” e “o agir” estão interligados, onde o fazer diz respeito à competência, que trata da efici-
ência que cada um deve ter, com o intuito de exercer bem a sua profissão, e o agir se refere à sua
conduta, ou seja, ao conjunto de atitudes que o mesmo deve assumir ao desempenhar seu traba-
lho.

Barros (2010), afirma também que a pessoa ética, naturalmente é admirada e o respeito que os
clientes e colegas de trabalho têm por ele, mantém-no em destaque. O mesmo autor ainda afirma
que a Ética Profissional atua como um filtro, impedindo a passagem de fofocas, mentiras, entre
outros itens negativos que possam prejudicar um colaborador, dessa forma, afirma-se que cabe
aos líderes serem profissionais éticos, pois, assim, em vez de deixar o ambiente de trabalho de-
sarmônico, eles devem promover um clima harmônico.

Na ótica de Borges e Medeiros (2007), eles definem a Ética Profissional como o conjunto de atitu-
des técnicas e sociais que são exigidas por uma classe específica aos seus membros. É válido
ressaltar que o profissional ético é identificado por seu comportamento, e tal característica faz com
que ele atinja o reconhecimento dos demais membros da própria classe e da sociedade em geral.

Por sua vez, Sá (2009) diz que a Ética Profissional nada mais é que as normas de comportamento
que indicam a conduta mais apropriada defrontem algumas situações, que visam manter a harmo-
nia no âmbito empresarial. Ainda em consonância com o mesmo autor, quando o colaborador
aceita e reconhece o dever de cumprir tais normas, ele passa a agir moralmente e a emitir juízos
de valor condizentes com a cultura de qualidade que cada organização pretende adotar.

Barros (2010) agrega que a conduta Ética de um profissional é demonstrada diante de sua classe,
clientes e concorrentes, dessa forma ele deve agir para deixar claro seu compromisso e indepen-
dência perante suas ações, através da recusa de prêmios e presentes, não tomando decisões
individuais que possam colocar em risco o alcance dos objetivos da empresa ou de seus contra-
tantes, entre outros.

10
A ética profissional é um conjunto de valores e normas de comportamento e de relacionamento
adotados no ambiente de trabalho, no exercício de qualquer atividade. Ter uma conduta ética é
saber construir relações de qualidade com colegas, chefes e subordinados, contribuir para bom
funcionamento das rotinas de trabalho e para a formação de uma imagem positiva da instituição
perante os públicos de interesse, como acionistas, clientes e a sociedade em geral.

Além da experiência e autonomia em sua área de atuação, o profissional que apresenta uma con-
duta ética conquista mais respeito, credibilidade, confiança e reconhecimento de seus superiores
e de seus colegas de trabalho.

A conduta ética também contribui para o andamento dos processos internos, aumento de produti-
vidade, realização de metas e a melhora dos relacionamentos interpessoais e do clima organiza-
cional.
Quando profissionais e empresa prezam por valores e princípios éticos como gentileza, tempe-
rança, amizade e paciência, existem bons relacionamentos, mais autonomia, satisfação, proativi-
dade e inovação.

Cidadania

Cidadania é o conjunto dos direitos e deveres civis e políticos de um indivíduo na sociedade. São
justamente esses direitos que permitem aos cidadãos intervir nas ações do Estado e poder usufruir
os serviços ofertados por órgãos estatais.

A cidadania, por sua vez, é simultaneamente um objeto e um direito fundamental das pessoas;
ela representa um verdadeiro status do ser humano: o de ser cidadão e, com isso, ter assegurado
o seu direito de participação na vida política do Estado. A previsão da cidadania como fundamento
do Estado brasileiro exige que o Poder Público incentive a participação popular nas decisões po-
líticas do Estado. Nesse sentido, está intimamente ligada ao conceito de democracia, pois supõe
que o cidadão se sinta responsável pela construção de seu Estado, pelo bom funcionamento das
instituições.

A cidadania é o conjunto de direitos e deveres exercidos por um indivíduo que vive em sociedade,
no que se refere ao seu poder e grau de intervenção no usufruto de seus espaços e na sua posição
em poder nele intervir e transformá-lo.

Para exercer plenamente a cidadania, o Estado precisa assegurar a liberdade e acesso aos direi-
tos individuais.

A consequência desse pertencimento são os direitos e deveres civis, políticos e sociais, que são
assegurados ao cidadão pela Constituição Federal.

Na nossa carta magna, a cidadania consta como um dos fundamentos da República Federativa
do Brasil já no primeiro artigo:

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;

11
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.”

De acordo com o inciso LXXVII do artigo 5º da mesma lei, os atos necessários ao exercício da
cidadania devem ser gratuitos.

Direitos
Saúde, segurança, educação, moradia, trabalho, lazer, previdência social, alimentação, trans-
porte e proteção à maternidade e à infância.

Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei

Ninguém deve ser submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante

A manifestação do pensamento é livre, sendo vedado o anonimato

A liberdade de consciência e de crença é inviolável, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.

Deveres
Votar para escolher os governantes
Cumprir as leis
Respeitar os direitos sociais de outras pessoas
Educar e proteger os semelhantes
Proteger a natureza
Proteger o patrimônio público e social do país
Colaborar com as autoridades.

O exercício pleno da cidadania não depende apenas das prerrogativas legais ou dos documen-
tos que delimitam direitos e deveres. A cidadania plena é acessada por meio de condições ofere-
cidas pelo Estado e também pela própria sociedade. A Declaração Universal dos Direitos Huma-
nos, a Constituição Federal do Brasil e uma infinidade de leis e normas listam os direitos e os
deveres dos cidadãos. Contudo, essas importantes previsões legais não impedem que muitos bra-
sileiros não alcancem direitos básicos, como liberdade, moradia digna, saúde, educação e traba-
lho.

12
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto
nº 1.171/1994).

Motivações/”Provocações” legais para edição da norma:


- Art. 37 da CF/1988 (A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de lega-
lidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e ...);
- Artigo 116 da Lei 8.112/90: Deveres dos Servidores Públicos Civis da União;
- Artigo 117 da Lei 8.112/90: Proibições aos Servidores Púb. Civis da União;
- Artigo 10 da Lei 8.429/92: Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo
ao Erário;
- Artigo 11 da Lei 8.429/92: Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os
Princípios da Administração Pública;
- Artigo 12 da Lei 8.429/92: Das Penas

Os artigos do Decreto 1.171/1994 estão relacionados à técnica legislativa para trazer, em


seu Anexo I, o mencionado Código de Ética.

13
O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal foi instituído
por meio do Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994, e tem aplicabilidade nas Administrações
Direta e Indireta do Poder Executivo Federal.

É importante destacar, então, a aplicabilidade do Código de Ética: esfera federal (Administração


Direta e Indireta) do Poder Executivo. O Código de Ética não alcança, portanto, a Estados e Mu-
nicípios, e nem aos poderes Legislativo e Judiciário. Juridicamente isso não seria possível, já que
estamos diante de um decreto, e não de uma lei.

ATENÇÃO:
O Código de Ética instituído pelo Decreto n° 1.171/1994 é aplicável apenas à esfera federal (Ad-
ministração Direta e Indireta) do Poder Executivo.

Além disso, é importante lembrar que no Direito Administrativo a expressão servidor público (am-
plamente utilizada no Decreto) tem duas acepções diferentes. Servidor público pode ser interpre-
tado como sinônimo de agente público (o que inclui servidores públicos estatutários e empregados
públicos celetistas) ou servidor público em sentido estrito (o que inclui somente servidores estatu-
tários, isto é, regidos por estatuto).

O próprio Código de Ética esclarece a questão no inciso XXIV:

XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo
aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado
direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações pú-
blicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou
em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

Podemos concluir, portanto, que o Código de Ética alcança todo servidor público, na acepção mais
ampla do termo, incluindo qualquer pessoa que preste serviços a qualquer órgão ou entidade es-
tatal, ainda que sem remuneração, junto ao Poder Executivo Federal.
O Código de Ética alcança, portanto, os servidores estatutários (regidos pela Lei nº 8.112/1990),
os empregados celetistas da Administração Pública, os empregados das empresas públicas e so-
ciedades de economia mista federais, bem como qualquer pessoa que esteja ligada direta ou in-
diretamente a qualquer órgão do poder estatal, ou em qualquer setor em que prevaleça o interesse
do Estado.

O Código de Ética, porém, não alcança os servidores dos Estados e Municípios, e nem dos Pode-
res Legislativo e Judiciário, e nem do Ministério Público. Também estão excluídos os militares das
Forças Armadas, pois estes se submetem a regras rígidas de conduta, calcadas na hierarquia e
na disciplina.

Regras deontológicas
Deontologia é um conceito que deriva da língua grega. O termo é usado para designar uma classe
de tratado ou disciplina que se centra na análise dos deveres e dos valores regidos pela moral.

• “Deontos” = dever
• Teorias de dever

14
Podemos considerar a palavra Deontologia como uma norma de conduta, que traz um conjunto
de princípios e regras para conduzir uma determinada profissão, sendo dada a cada profissional
— indivíduo/grupo de indivíduos — sua deontologia própria de acordo com o Código de Ética da
área de atuação.

As regras deontológicas são as linhas gerais de conduta Ética no serviço público. Portanto, são as
orientações gerais sobre o que se considera ético e que deve orientar a atuação dos servidores
públicos.

Das Regras Deontológicas


I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados
maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele,
já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e
atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não
terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveni-
ente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as
regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo
ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a
finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato adminis-
trativo.
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por
todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa
se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-
se, como conseqüência, em fator de legalidade.
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como
acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse
trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida
particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em
sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado
e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso,
nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e
moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a
quem a negar.
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que
contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Es-
tado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da
mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o
esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente
significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao
patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa
ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que
dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los.
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que
exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso

15
na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade,
mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando
atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o
descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo
imprudência no desempenho da função pública.
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do
serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus co-
legas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pú-
blica é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.

Principais Deveres do Servidor Público


O Código de Ética, em seguida, enumera vários deveres do servidor público, que não se
confundem com os deveres previstos no art. 116 do Estatuto dos Servidores Federais (Lei
nº 8.112/90), o qual lança seus efeitos apenas aos servidores estatutários. Os destaques
são nossos, para facilitar o entendimento.
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular;
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando priori-
tariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim
de evitar dano moral ao usuário;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sem-
pre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos
e serviços da coletividade a seu cargo;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e
contato com o público;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na ade-
quada prestação dos serviços públicos;
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações
individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou dis-
tinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-
se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprome-
timento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros
que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações
imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da
segurança coletiva;
l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho
ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema;
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse
público, exigindo as providências cabíveis;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à
sua organização e distribuição;
o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas
funções, tendo por escopo a realização do bem comum;

16
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao
órgão onde exerce suas funções;
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo
ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em
boa ordem.
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-
se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos juris-
dicionados administrativos;
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estra-
nha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qual-
quer violação expressa à lei;
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de
Ética, estimulando o seu integral cumprimento.
Vedações
De igual forma que o art. 117 da Lei nº 8.112/90 prevê vedações para os estatutários, o Có-
digo de Ética também cuidou de relacionar uma série de proibições, a saber:
O inc. XV encarrega-se de listar as condutas vedadas aos servidores públicos, vejamos:
XV - E vedado ao servidor público;
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qual-
quer favorecimento, para si ou para outrem;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles depen-
dam;
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código
de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pes-
soa, causando-lhe dano moral ou material;
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
atendimento do seu mister;
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pes-
soal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hie-
rarquicamente superiores ou inferiores;
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação,
prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pes-
soa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem
pertencente ao patrimônio público;
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício
próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a digni-
dade da pessoa humana;
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

Comissão de Ética

17
Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e
fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder pú-
blico, deverá ser criada uma Comissão de Ética.
O art. 2º do Decreto 1.171/1994 determina que os órgãos e entidades da Administração Pública
Federal direta e indireta deverão implementar, em até sessenta dias, as providências necessárias
à plena vigência do Código de Ética, inclusive por meio da constituição da respectiva Comissão
de Ética, integrada por três servidores efetivos ou empregados titulares de permanente.
Nessa linha, o inc. XVI do Código de Ética reforça a necessidade de instituir a Comissão de Ética
em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e
fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder pú-
blico. A mencionada Comissão será encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissio-
nal do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhe-
cer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura.

A Comissão de Ética também deve fornecer, aos organismos encarregados da execução do qua-
dro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e
fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor
público (XVIII).

Acrescenta-se, ainda, que a única penalidade que poderá ser aplicada pela Comissão de Ética é
a pena de censura, sendo que sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por
todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.
Assim, é importante distinguir as penalidades administrativas previstas no Estatuto dos Servidores
da pena que poderá ser aplicada pela Comissão de Ética. As sanções administrativas são aplica-
das pela autoridade competente, nos termos da Lei 8.112/1990, observando-se as regras da sin-
dicância ou processo administrativo disciplinar. Nesse caso, a Administração poderá aplicar ao
servidor todas as penalidades constantes no art. 127 da Lei 8.112/1990.

Por outro lado, a Comissão de Ética é responsável por apurar as infrações contra o Código
de Ética, podendo aplicar unicamente a pena de censura.

Assim, a Comissão de Ética não poderá aplicar, por exemplo, as penas de advertência, sus-
pensão e demissão, que somente estão previstas no Estatuto dos Servidores.

DAS COMISSÕES DE ÉTICA


XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica
e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder
público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a
ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, compe-
tindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura.
XVII -- Cada Comissão de Ética, integrada por três servidores públicos e respectivos suplentes,
poderá instaurar, de ofício, processo sobre ato, fato ou conduta que considerar passível de infrin-
gência a princípio ou norma ético-profissional, podendo ainda conhecer de consultas, denúncias
ou representações formuladas contra o servidor público, a repartição ou o setor em que haja ocor-
rido a falta, cuja análise e deliberação forem recomendáveis para atender ou resguardar o exercí-
cio do cargo ou função pública, desde que formuladas por autoridade, servidor, jurisdicionados
administrativos, qualquer cidadão que se identifique ou quaisquer entidades associativas regular-
mente constituídas. (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do
quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e

18
fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor
público.
XIX - Os procedimentos a serem adotados pela Comissão de Ética, para a apuração de fato ou
ato que, em princípio, se apresente contrário à ética, em conformidade com este Código, terão o
rito sumário, ouvidos apenas o queixoso e o servidor, ou apenas este, se a apuração decorrer de
conhecimento de ofício, cabendo sempre recurso ao respectivo Ministro de Estado. (Revogado
pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XX - Dada a eventual gravidade da conduta do servidor ou sua reincidência, poderá a Comissão
de Ética encaminhar a sua decisão e respectivo expediente para a Comissão Permanente de Pro-
cesso Disciplinar do respectivo órgão, se houver, e, cumulativamente, se for o caso, à entidade
em que, por exercício profissional, o servidor público esteja inscrito, para as providências discipli-
nares cabíveis. O retardamento dos procedimentos aqui prescritos implicará comprometimento
ético da própria Comissão, cabendo à Comissão de Ética do órgão hierarquicamente superior o
seu conhecimento e providências. (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXI - As decisões da Comissão de Ética, na análise de qualquer fato ou ato submetido à sua
apreciação ou por ela levantado, serão resumidas em ementa e, com a omissão dos nomes dos
interessados, divulgadas no próprio órgão, bem como remetidas às demais Comissões de Ética,
criadas com o fito de formação da consciência ética na prestação de serviços públicos. Uma cópia
completa de todo o expediente deverá ser remetida à Secretaria da Administração Federal da
Presidência da República. (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua funda-
mentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do
faltoso.
XXIII - A Comissão de Ética não poderá se eximir de fundamentar o julgamento da falta de ética
do servidor público ou do prestador de serviços contratado, alegando a falta de previsão neste
Código, cabendo-lhe recorrer à analogia, aos costumes e aos princípios éticos e morais conheci-
dos em outras profissões; (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo
aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado
direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações pú-
blicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou
em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.
XXV - Em cada órgão do Poder Executivo Federal em que qualquer cidadão houver de tomar
posse ou ser investido em função pública, deverá ser prestado, perante a respectiva Comissão de
Ética, um compromisso solene de acatamento e observância das regras estabelecidas por este
Código de Ética e de todos os princípios éticos e morais estabelecidos pela tradição e pelos bons
costumes. (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

19

Você também pode gostar