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Índice

Introdução.............................................................................................................................................2
Conceito do Bem...................................................................................................................................3
Sistema Racional...................................................................................................................................5
Sistema Científico.................................................................................................................................6
Cristianismo..........................................................................................................................................7
Conclusão..............................................................................................................................................9
Bibliografia..........................................................................................................................................10

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Introdução

O conceito do bem é uma questão fundamental que permeia diversas áreas do conhecimento
humano, desde a filosofia até a religião, passando pela ética e pela ciência. Compreender o
que é considerado bom, correto ou moralmente desejável é essencial para orientar nossas
acções e decisões em diferentes contextos. Neste trabalho, exploraremos o conceito do bem e
sua relação com diferentes sistemas morais, racionais, científicos e religiosos, com destaque
para o Cristianismo como uma das principais influências éticas na cultura ocidental.

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Conceito do Bem

O conceito de "bem" é fundamentalmente amplo e abrange uma variedade de significados em


diferentes contextos, incluindo ética, filosofia, psicologia, religião e senso comum. Aqui
estão algumas maneiras pelas quais o termo "bem" pode ser entendido:

1. Moral e ética: No contexto moral e ético, o "bem" geralmente se refere ao que é


considerado correto, justo, virtuoso ou moralmente desejável. Isso pode incluir acções
que promovem o bem-estar dos outros, respeitam os direitos individuais, seguem
princípios morais universais ou estão em conformidade com os valores culturais ou
religiosos.

2. Bem-estar e felicidade: Em um contexto mais prático, o "bem" pode se referir ao


bem-estar físico, emocional, social e psicológico das pessoas. Isso envolve aspectos
como saúde, segurança, satisfação pessoal, relacionamentos positivos e realização
pessoal. A busca pelo "bem" muitas vezes está ligada à busca pela felicidade e pelo
significado na vida.

3. Qualidades positivas: O "bem" também pode se referir a qualidades ou


características positivas, tanto em pessoas quanto em acções. Isso inclui virtudes
como generosidade, bondade, honestidade, compaixão, altruísmo e justiça.

4. Oposto ao mal: Em contraste com o mal, o "bem" é frequentemente definido como


aquilo que é oposto ao sofrimento, à injustiça, à crueldade e à destruição. Nesse
sentido, busca-se promover o "bem" como uma forma de mitigar ou superar o mal no
mundo.

5. Conceito metafísico e religioso: Em algumas tradições filosóficas e religiosas, o


"bem" pode ter conotações metafísicas ou transcendentais, relacionadas à noção de
ordem cósmica, harmonia divina ou propósito universal. O "bem" pode ser visto como
parte de uma realidade mais ampla além do mundo material, com significado e valor
intrínsecos.

Em suma, o conceito de "bem" é multifacetado e pode ser entendido de várias maneiras,


dependendo do contexto e das perspectivas individuais. No entanto, ele geralmente envolve
aspectos de moralidade, bem-estar, virtude, positividade e oposição ao mal.

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Sistema Moral

Um sistema moral é um conjunto de princípios, valores e normas que orientam o


comportamento humano e fornecem critérios para determinar o que é certo ou errado, bom ou
mau, virtuoso ou pecaminoso em uma determinada sociedade, cultura ou grupo. Esses
sistemas podem ser informados por diversas fontes, como religião, filosofia, tradição cultural,
experiência pessoal e raciocínio ético.

Existem várias abordagens para a construção de um sistema moral:

1. Deontologia: Esta abordagem se concentra nos deveres e obrigações morais inerentes


às acções. Deontologistas acreditam que certas acções são intrinsecamente corretas ou
erradas, independentemente das consequências. Exemplos incluem o imperativo
categórico de Immanuel Kant, que enfatiza a importância do respeito pela dignidade
humana, e os mandamentos religiosos que prescrevem certos comportamentos.

2. Consequencialismo: Nesta abordagem, o valor moral das acções é determinado pelas


consequências que produzem. Os consequencialistas argumentam que devemos agir
de forma a maximizar o bem-estar geral ou minimizar o sofrimento. Exemplos
incluem o utilitarismo, que defende a maximização da felicidade, e o utilitarismo
negativo, que busca minimizar o sofrimento.

3. Ética da Virtude: Esta abordagem enfatiza o desenvolvimento do carácter moral e


das virtudes pessoais. A ênfase recai não apenas em realizar acções corretas, mas
também em cultivar traços de carácter como coragem, justiça, temperança e
compaixão. Exemplos incluem a ética aristotélica e a ética das virtudes de Alasdair
MacIntyre.

4. Relativismo Moral: Esta perspectiva sustenta que as noções de certo e errado são
relativas a contextos culturais, sociais ou individuais. De acordo com o relativismo
moral, não há padrões morais universais, e as normas éticas variam de acordo com os
valores e crenças de cada sociedade ou indivíduo.

Essas abordagens não são mutuamente exclusivas e podem ser combinadas ou adaptadas de
várias maneiras para formar sistemas morais mais abrangentes. Em última análise, a

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construção de um sistema moral é influenciada por uma variedade de factores e pode variar
significativamente de uma pessoa para outra.

Sistema Racional

Um sistema racional refere-se a um conjunto de princípios, regras ou procedimentos baseados


na razão, lógica e argumentação coerente. Especificamente, quando se fala de um sistema
racional no contexto da moralidade ou ética, isso implica em uma abordagem para determinar
o que é moralmente correto ou errado através do uso da razão humana, em oposição a
autoridade divina, tradição cultural ou emoções pessoais.

Na filosofia moral, os sistemas racionais procuram estabelecer princípios universais ou


normas que podem ser aplicadas de forma consistente e objectiva para avaliar a moralidade
das acções. Alguns exemplos de sistemas morais racionais incluem:

1. Ética Deontológica: Esta abordagem, associada ao filósofo Immanuel Kant, enfatiza


o dever moral e a obrigação de seguir certos princípios universais, independentemente
das consequências. Os deontologistas argumentam que algumas acções são
intrinsecamente corretas ou erradas, e devemos agir de acordo com regras éticas que
respeitem a dignidade e autonomia das pessoas.

2. Utilitarismo: O utilitarismo, desenvolvido por filósofos como Jeremy Bentham e


John Stuart Mill, é uma teoria ética consequencialista que defende que devemos agir
de forma a maximizar a felicidade ou o bem-estar geral. Os utilitaristas avaliam a
moralidade das acções com base nas consequências e no princípio da utilidade,
buscando o maior benefício para o maior número de pessoas possível.

3. Ética Contratualista: Esta abordagem, associada a filósofos como John Rawls,


propõe que os princípios morais justos são aqueles que as pessoas racionalmente
aceitariam em uma posição original de igualdade, sem conhecimento prévio de suas
circunstâncias individuais. Isso leva a princípios como a igualdade de oportunidades e
a protecção dos direitos básicos.

4. Ética Kantiana: Baseada nos ensinamentos do filósofo Immanuel Kant, a ética


kantiana enfatiza o respeito pela dignidade e autonomia das pessoas. Kant argumenta

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que devemos agir de acordo com o "imperativo categórico", que nos obriga a tratar os
outros como fins em si mesmos, e não apenas como meios para nossos próprios fins.

Esses são apenas alguns exemplos de sistemas morais racionais, e há uma variedade de outras
teorias éticas que adoptam uma abordagem racional para determinar o que é moralmente
correto. Essas abordagens procuram fornecer fundamentos objectivos e universais para a
ética, fundamentados na razão humana e na busca pelo bem comum.

Sistema Científico

Um sistema científico é uma estrutura organizada de métodos, princípios, teorias e práticas


que guiam a investigação e a compreensão do mundo natural. No contexto da moralidade ou
ética, um sistema científico pode referir-se a abordagens que utilizam métodos científicos
para estudar questões relacionadas à moralidade, comportamento humano e julgamento ético.
Aqui estão alguns aspectos importantes de um sistema ético baseado na ciência:

1. Estudo do Comportamento Humano: A ciência comportamental, incluindo a


psicologia, sociologia, antropologia e neurociência, investiga como os seres humanos
pensam, sentem e se comportam. Essas disciplinas podem ajudar a entender as origens
evolutivas, psicológicas e sociais do comportamento moral.

2. Neurociência Moral: A neurociência moral estuda como o cérebro está envolvido no


processamento de questões éticas e morais. Pesquisas nessa área podem examinar
padrões de actividade cerebral associados a julgamentos morais, empatia, tomada de
decisões éticas e comportamento pró-social.

3. Ética Empírica: A ética empírica utiliza métodos científicos para investigar questões
éticas, como a natureza da moralidade, diferenças culturais em julgamentos éticos,
motivações morais e comportamento moralmente relevante. Isso pode envolver
estudos empíricos, pesquisas de opinião pública, experimentos comportamentais e
análises estatísticas.

4. Modelagem e Teoria: A ciência também pode contribuir para a formulação de


modelos e teorias que explicam aspectos da moralidade e ética. Isso pode incluir
modelos computacionais de tomada de decisão moral, teorias evolutivas sobre a

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origem da moralidade humana e modelos matemáticos de cooperação e
comportamento altruísta.

É importante notar que a ciência, por si só, não determina o que é moralmente correto ou
errado. No entanto, pode fornecer insights valiosos que informam a compreensão das bases
biológicas, psicológicas e sociais do comportamento moral. Além disso, a ciência pode ajudar
a identificar padrões comportamentais e factores que influenciam a tomada de decisões
éticas, contribuindo assim para debates éticos e políticas públicas

Cristianismo

O Cristianismo exerce uma influência significativa na ética e na deontologia, fornecendo


princípios e directrizes morais que moldaram a cultura ocidental por séculos. Aqui estão
algumas maneiras pelas quais o Cristianismo influencia esses campos:

1. Ética Cristã:

 A ética cristã baseia-se nos ensinamentos de Jesus Cristo, encontrados no


Novo Testamento da Bíblia, bem como nas interpretações e tradições
desenvolvidas ao longo dos séculos pela igreja cristã.

 Princípios fundamentais incluem o amor ao próximo, a justiça, a compaixão, a


humildade, a generosidade e a santidade. Esses princípios orientam a conduta
moral dos cristãos em relação a Deus e ao próximo.

 Jesus ensinou o amor incondicional, o perdão e a busca pela justiça social,


influenciando as percepções morais dos cristãos em questões como pobreza,
injustiça, igualdade e direitos humanos.

2. Deontologia Cristã:

 A deontologia cristã está enraizada nos mandamentos e nos princípios éticos


encontrados na Bíblia. Os cristãos vêem esses mandamentos como imperativos
morais dados por Deus.

 O Decálogo, ou os Dez Mandamentos, é uma fonte primária de princípios


deontológicos na tradição cristã. Eles incluem instruções sobre o culto a Deus,

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o respeito aos pais, a santidade do sábado, a proibição do assassinato, do
roubo, da mentira e da inveja, entre outros.

 Além dos mandamentos, Jesus Cristo apresentou ensinamentos éticos claros,


como o mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como
a si mesmo, bem como o chamado para tratar os outros como gostaríamos de
ser tratados.

3. Conflitos Éticos e Dilemas Morais:

 O Cristianismo fornece uma estrutura moral para abordar conflitos éticos e


dilemas morais. Os cristãos podem recorrer aos ensinamentos e princípios
bíblicos para tomar decisões em situações éticas complexas.

 A tradição cristã também desenvolveu abordagens éticas sistemáticas, como a


ética natural, a ética das virtudes e a ética situacional, para lidar com dilemas
morais de forma mais elaborada.

Em resumo, o Cristianismo desempenha um papel significativo na formação da ética e da


deontologia, fornecendo princípios morais fundamentais, directrizes éticas e abordagens para
lidar com questões éticas complexas. Esses princípios e valores têm influenciado
profundamente a moralidade individual e a tomada de decisões éticas na sociedade ocidental
e além.

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Conclusão

O conceito do bem é complexo e multifacetado, reflectindo a diversidade de abordagens


éticas e filosóficas que buscam compreendê-lo. Os sistemas morais, racionais, científicos e
religiosos oferecem diferentes perspectivas sobre o que constitui o bem e como alcançá-lo.
Enquanto os sistemas morais fornecem directrizes éticas baseadas em deveres, consequências
ou virtudes, os sistemas racionais buscam fundamentar princípios éticos na razão e na lógica.
A ciência, por sua vez, contribui para a compreensão empírica da moralidade humana,
enquanto o Cristianismo continua a exercer uma influência significativa na ética ocidental,
baseada nos ensinamentos de Jesus Cristo.

Em última análise, a busca pelo bem é uma jornada contínua, moldada pela interacção
complexa entre filosofia, religião, ciência e cultura, e é essencial para orientar nossas
escolhas e acções em busca de uma sociedade mais justa, compassiva e moralmente
responsável.

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Bibliografia

https://www.infopedia.pt/artigos/$classificacoes-racionais
https://fasbam.edu.br/2019/02/14/o-conceito-de-bem-segundo-platao/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bem_(filosofia)
Cruz, S. Jus Derectum (directum), Coimbra, 1971, apud Ferraz Jr., Tercio Sampaio,
"Introdução ao Estudo do Direito", Atlas, 1988.
David, R.. (1993) Os Grandes Sistemas do Direito Contemporâneo. São Paulo: Martins
Fontes, 2a. ed,.

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