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Ética e Responsabilidade Social – Éstudo Dirigido

Material de disciplina

ALENCASTRO, Mario Sergio Cunha. Ética empresarial na prática: liderança, gestão e responsabilidade corporativa. 2.
ed. Curitiba: Intersaberes, 2016
Vídeoaulas 1 a 6
Rotas de Aprendizagem 1 a 6

Neste breve resumo, destacamos a importancia para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados ao
contexto trabalhado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteudo programatico da sua disciplina
nesta fase e lhe proporcionarao maior fixaçao de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema
avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Ésse e apenas um material complementar, que juntamente com a Rota de
Aprendizagem completa (livro-base, videoaulas e material vinculado) das aulas compoem o referencial teorico que
ira embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor maneira possível.

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Sumário

Capítulo 1................................................................................................................................................................... 4
Capítulo 2................................................................................................................................................................... 7
Capítulo 3................................................................................................................................................................... 9
Capítulo 4..................................................................................................................................................................12
Capítulo 1

É comum encontrarmos a expressão “ser-no-mundo” para reforçar o fato de que nós –


seres humanos – somente conseguimos realizar nossa existência na convivência com os
outros. A convivência em sociedade, para que não seja caótica, deve acontecer de formar
ordenada.

Para um perfeito entendimento da ética empresarial, que pertence ao campo das éticas
aplicadas, cabe uma análise mais aprofundada dos fundamentos da ética. Compreender
a origem dos valores humanos e sua aplicabilidade é um dos objetivos do estudo da ética.

Há quem diga que o ser humano é um “animal racional”, da ordem dos mamíferos, e que
se diferencia dos outros animais pelo dom da palavra articulada e pela inteligência. O uso
da razão, que o torna capaz de refletir, emitir juízos e elaborar conceitos e ideias, é o
grande diferencial do ser humano em relação a tudo o que existe.

Pelo fato de viverem em comunidade, em uma constante associação com seus


semelhantes, os humanos são seres sociais, políticos e comunitários. Ao necessitar de
afeto e de compreensão, de aceitação e de respeito por parte dos outros, assumem uma
característica psíquica muito particular.

Cultura é a totalidade dos produtos desenvolvidos pela atividade humana, sejam materiais,
sejam simbólicas. A cultura engloba “todo o conhecimento que uma sociedade tem sobre
si mesma, sobre outras sociedades, sobre o meio material em que vive e sobre a própria
existência”.

As diferentes formas de cultura têm uma racionalidade própria que necessita ser bem
entendida para que suas práticas façam sentido.

As práticas culturais precisam estar bem relacionadas aos contextos nos quais foram
produzidas

As questões éticas parecem fazer parte de todos os setores da atividade humana.

A palavra ética admite várias interpretações e significados, sendo geralmente traduzida


como “ciência da conduta”.
Faz parte da ética o estudo da formação dos hábitos, dos costumes e até mesmo das
regras e leis que regem dada sociedade.

Se preocupa em compreender o modo como cada indivíduo se posiciona em relação às


normas sociais e decide individualmente por sua aceitação ou negação.

Desde a Grécia antiga, diversas teorias têm sido formuladas para explicar o
comportamento ético do ser humanos. A ética das virtudes significa uma qualidade positiva
de um indivíduo que o motiva a agir de forma a fazer o bem para si e para os outros.

Aristóteles dividiu as virtudes em éticas (morais), às quais se chega pelo exercício contínuo
do hábito, e dianoéticas (não morais/intelectuais), que são obtidas pelo ensinamento, que
são obtidas pelo ensinamento. Entre as primeiras estariam a justiça, a temperança, a
honestidade, a lealdade e a fidelidade; já no segundo grupo apareceriam a coragem, a
sapiência e a prudência. Os dois grupos se apoiam mutuamente. A coragem, por exemplo,
é uma virtude dianoética necessária para que alguém exija publicamente que se faça
justiça (virtude ética).

Jean Piaget a partir de uma pesquisa feita com crianças observou quatro etapas que fazem
parte da formação da consciência moral dos indivíduos:

A anomia é a etapa do comportamento puramente instintivo, que se orienta pelo prazer ou


pela dor. Na anomia um adulto agiria puramente pelo prazer que sua ação lhe causa sem
qualquer preocupação ou respeito com as pessoas afetadas pela sua atitude.

Heteronomia (do grego heteros, “outros” + nomos, “lei, regra” = lei estabelecida por outros.
Na hetetonomia A criança obedece às ordens para receber recompensa ou para evitar
castigo.

O adulto é aquela pessoa que observa as leis, as regras, apenas para não ser punido, não
como um conceito interiorizado e aceito como verdadeiro e necessário.

Socionomia (do latim socius, “companheiro, parceiro” + nomos (grego), “lei, regra” = lei
interiorizada pelo convívio social. Socionomia é a fase na qual os critérios morais da criança
vão se firmando por meio de suas relações com outras crianças. A criança age buscando
a aprovação e evitando a censura dos outros.

Autonomia (do grego autos, “por si mesmo” + nomos, “lei, regra” = lei própria. A criança já
interiorizou as normas morais e passa a comportar-se de acordo com elas.

A criança passa a entender a noção de propriedade dos objetos, ou seja, compreende que
se apropriar do que não foi dado a ela é errado e que chamam a isso de roubo.

Na fase jovem/adulta é o comportamento, por exemplo, de um aluno que orienta suas


ações e atitudes no ambiente escolar não somente pelas normas estabelecidas, mas
também por seus próprios princípios internos de conduta.

Ética religiosa: trata-se de uma ética delimitada por parâmetros (princípios, regras)
religiosos: os mandamentos de Deus têm caráter de imperativos supremos.

Centrado na razão humana e não mais na religião, esse sistema (ética do dever) foi
proposto por Immanuel Kant (1724-1804), na qual:

Deve-se tratar toda a humanidade e ao próximo sempre como um fim e nunca como um
meio.

Kant estava em busca de formas de procedimentos práticos e que, reconhecidos e aceitos


pela razão, pudessem ter validade universal.

A segunda regra (imperativo categórico) seria a obrigação de agir “apenas segundo uma
máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal.

Agimos corretamente na sociedade guiados por uma reflexão sobre o que é certo ou errado
ou sob uma mão pesada de algo que nos obriga constantemente a agir de forma correta e
que nos pune em caso de deslizes? Para muitos juristas, o direito e a lei representariam
apenas o mínimo de moral declarada obrigatoriamente para que uma sociedade possa
sobreviver

A ética das virtudes localiza o centro irradiador da ação correta no ser daquele que age:

Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”, uma vez alcançado tal conhecimento, o homem teria
uma percepção das virtudes, o que permitiria uma atuação política e social correta.
Platão considerava a virtude como inata, uma qualidade que o indivíduo traz consigo ao
nascer e, portanto, não poderia ser ensinada.

Aristóteles afirmava que o bem, para o homem, seria uma atividade da alma e em
conformidade com certas virtudes.

A coragem, a justiça, a prudência e a temperança são exemplos das virtudes aristotélicas.


Uma vez apropriado de forma pessoal, os hábitos dão lugar a um modo de ser que
expressa uma conformidade aos costumes, a marca de um indivíduo de caráter, aquele
capaz de agir de forma livre e responsável.

Aristóteles dividiu as virtudes em éticas e dianoéticas’, que são obtidas pelo ensinamento.

O homem virtuoso seria aquele capaz de refletir e escolher sobre o que é mais adequado
para sua vida e para os outros com quem convive em sociedade.

Ética religiosa: trata-se de uma ética delimitada por parâmetros (princípios, regras)
religiosos: os mandamentos de Deus têm caráter de imperativos supremos.

Capítulo 2

Durante anos, a ética e os negócios não formavam uma boa associação, pois no mundo
dos negócios, imperava a lei da selva e que todas as tentativas de sobrevivência nesse
meio aconteciam em um ambiente de concorrência pesada e desleal.

Hoje, falar de ética, valores, integridade e responsabilidade é uma ideia cada vez mais
aceita pela comunidade empresarial. O próprio capitalismo necessita redescobrir suas
regras, ter padrões éticos significa ter bons negócios e parceiros de longo prazo. O
consumidor está cada vez mais atento ao comportamento das empresas. Existe, hoje uma
intensa relação de troca no relacionamento entre as empresas e a sociedade em que estão
inseridas.
Arruda (2008, p. 7) chama a atenção para o fato de que o desenvolvimento das
organizações deve acontecer em harmonia com os sistemas econômicos, políticos e
culturais nos quais estas estão inseridas. Fica evidente que a contribuição da empresa à
sociedade deve ocorrer proporcionalmente ao aumento de seus rendimentos e de suas
linhas de produtos.

Se entendermos que a ética empresarial é um processo de amadurecimento e que vai


sendo conquistado aos poucos, é válido fazer uma analogia do amadurecimento ético de
uma organização com o de uma criança:

Corporação amoral: Persegue o sucesso a qualquer custo, vê os empregados como meras


unidades econômicas de produção.

Corporação legalista: Apegada à letra da lei, mas não a seu espírito, aplica códigos de
conduta que mais se assemelham a produtos de departamentos legais.

Corporação receptiva: Interessada em mostrar-se responsável porque isso é conveniente,


não porque é certo; assume códigos de conduta que começam a parecer códigos de ética.

Para Peter Drucker (2004, p. 20) empresa é uma organização de pessoas com uma visão
compartilhada de contribuição socialmente legítima, definida em termos de desempenho
econômico. As diversas culturas organizacionais têm um ethos próprio, que se desdobra
em valores, princípios, crenças, políticas, sistemas e clima organizacional.

A clássica metáfora do iceberg organizacional foi utilizada pela primeira vez por Richard J.
Selfrigde e Stanley L. Sokolik (1975), sobre o assunto: Existe uma parte visível (racional),
na qual está detalhado formalmente o que a empresa gostaria que todos ficassem
sabendo. A parte humana da organização, os valores pessoais, as influências, as
necessidades e os desejos aparecem representados na parte invisível/submersa do
iceberg, pois nem sempre são fáceis de perceber. Os dois pedaços da organização, ou
seja, as duas partes representadas pela metáfora do “iceberg organizacional” interagem
entre si.
Os valores devem materializar as convicções claras e fundamentais que a empresa defende
e, a fim de manter uma conduta ética impecável, ela precisa fazer da ética uma questão
mais concreta e passível de discussão, ou seja, uma questão a ser implementada
diariamente. ”: É absolutamente recomendável que todas as empresas elaborem um
código de conduta ética.

Capítulo 3

Quando falamos em relacionamento da empesa com a sociedade, é interessante conhecer


o conceito de stakeholder: É o termo usado para definir o grupo de indivíduos que pode
afetar, ou ser afetado, por uma organização ao realizar seus objetivos

A competição faz parte do mundo dos negócios. A competição deve acontecer obedecendo
a certas regras, de modo que não se transforme em algo predatório e destrutivo para as
necessárias relações sociais.

De forma simplificada, a concorrência desleal representa atos praticados pela indústria ou


pelo comércio para prejudicar os concorrentes. No campo microeconômico, atitudes como
o desvio de segredos industriais e comerciais “espionagem industrial, a difamação do
concorrente e o aliciamento de funcionários também são consideradas posturas antiéticas.

A empresa tem uma série de obrigações morais e legais para com seus empregados, as
quais se materializam nas tomadas de decisão em relação a ações relacionadas a
recrutamento e seleção, contratação, promoção, remuneração, rescisão de contrato etc.
Garantir a liberdade de seus empregados, não permitir abuso e assédios (moral e sexual),
garantir a saúde e a segurança no ambiente de trabalho e não permitir que preconceito ou
discriminações possam interferir no dia a dia organizacional.

Atualmente, é muito grave a questão dos assédios (sexual e moral) e, por isso, ela merece
ser estudada com mais cuidado. O assédio sexual pode ocorrer tanto do homem para com
a mulher como no sentido contrário. O assédio sexual é uma coerção de caráter sexual
geralmente praticada por alguém que se encontra em uma posição hierárquica superior na
empresa em relação a um subordinado. As características do assédio sexual geralmente
são ameaças ou insinuações de caráter sexual, como condições para uma promoção que
envolvam concessões sexuais ou ameaças de demissão caso o subordinado recuse o
assédio de seu superior.

No Brasil, o assédio está assim definido na Lei n. 10.224, de15 de maio de 2001:
Constranger alguém com intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-
se o agente de sua condição se superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício
de emprego, cargo ou função. Cabe ao empregador deixar claro que não tolera esse tipo
de prática e informar a seus empregados o direito que eles têm. A empresa deve ter uma
política definida para abordar a questão, inclusive mantendo canais formais para
comunicação desse tipo de problema. Um treinamento preventivo pode ser útil por
proporcionar subsídio na orientação jurídica, caso o assédio venha a acontecer .O
ambiente de trabalho não deve ser permissivo à literatura pornográfica e a brincadeira de
mau gosto sobre sexo.

O assédio moral é a exposição frequente do empregado a situações humilhantes e


constrangedoras no ambiente de trabalho. O assédio moral faz com que a vítima fique
desestabilizada emocionalmente, muitas vezes adoecendo e afastando-se do trabalho.

Uma das áreas mais vulneráveis às práticas antiéticas em uma empresa são as do setor
comercial, devido: A pressão por parte da organização para o vendedor atingir as metas
definidas; A comissão para o comprador, por muitos vista como suborno; A comissão no
final do mês, a tentação de fazer a venda “custe o que custar.

Os recentes escândalos provocados por empresas que visam apenas ao lucro fácil estão
mudando a percepção dos consumidores em relação a essas práticas indesejáveis.
Percebeu-se a importância da postura ética nas vendas e negociações, sendo assim, é
possível para um profissional aumentar sua confiabilidade melhorando a sua conduta,
como, por exemplo, sendo claro e transparente.

Aristóteles nos ensinou que o homem é um animal político que realiza seu viver ético pela
prática das virtudes, e que a vida social é o lugar em que essas virtudes se manifestam.
O sociopata costuma ser delicado e simpático para com as outras pessoas e, quase
sempre, apresenta uma inteligência acima da média

Uma pessoa que se sinta responsável pelos resultados da equipe terá maior probabilidade
de agir de maneira mais favorável aos interesses da empresa e de seus clientes, dentro e
fora da organização. Lealdade permite ao funcionário alegrar-se quando a organização ou
seu departamento é bem-sucedido.

Liderança e ética são temas estreitamente conectados. Para muitos autores, líder é
diferente de chefe. O chefe se contenta com tarefas; o líder consegue entusiasmo,
interesse pelo trabalho, cooperação e comprometimento. “Líder é todo indivíduo que,
graças à sua personalidade, dirige um grupo social, com a participação espontânea dos
seus membros.

Para o psicólogo norte-americano Abraham Maslow, há uma hierarquia das necessidades


humanas, dispostas em uma espécie de pirâmide, em ordem de importância e de força de
influência sobre o comportamento humano. Na base da pirâmide, estariam as
necessidades básicas e, no topo, as mais sofisticadas e intelectualizadas.

“Douglas McGregor desenvolveu os conceitos denominados teoria X e Y, que concebem o


homem de forma totalmente diversa, pois estão baseadas em visões de mundo diferentes
e que permitem a determinação dos diversos estilos de liderança existentes. A teoria X
pode desencadear certos tipos de práticas gerenciais, como o paternalismo, a não
delegação de decisões, o controle e a punição, tornando a remuneração e a segurança as
únicas formas de incentivo ao trabalho. Os gerentes exclusivamente “tipo X” acabam por
estimular comportamentos negativos por parte de seus empregados. Na teoria Y, a forma
de influência pregada é a da integração entre as necessidade e aspirações do indivíduo e
o sucesso da empresa.

Mario Sergio Cortella, no seu livro Qual é a sua obra?,aponta algumas competências que
um líder deve ter no sentido de uma liderança produtiva e ética. O líder precisa ter a mente
aberta, estar atento àquilo que muda e sempre disposto a aprender.
A obrigação que o líder tem é a de criar um ambiente de trabalho alegre, pois as pessoas
passam muito tempo no trabalho e precisam se sentir bem onde estão.

Liderar também pressupõe capacidade de inovação, a busca de novos métodos e soluções,


e visão de futuro.

O filósofo e professor Willian Hit, identificou quatro estilos particulares de liderança, os quais
têm correspondência com quatro sistemas éticos distintos: 1) o manipulador; 2) o
administrador burocrático; 3) o administrador profissional; 4) o transformador.
Para o líder manipulador, os fins justificam os meios.
O líder transformador: sua ética é personalística e justificada por fortes virtudes morais, as
quais transmite pelo seu exemplo.

Capítulo 4

A ideia de responsabilidade social incorporada aos negócios surge a partir de novas


demandas e da maior pressão por transparência e ética nos negócios. É fato conhecido
que hoje é cada vez mais forte a tendência do consumidor em procurar empresas não
apenas voltadas à produção e ao lucro.

É fundamental que as empresas assumam não apenas o papel de produtoras de bens e


serviços, mas também o de serem responsáveis pelo bem-estar de seus colaboradores e
da sociedade na qual estão inseridas.

A responsabilidade social das empresas representa, portanto, mais do que uma postura
mercadológica: é um selo de qualidade que direciona o consumo de produtos e serviços.

A ideia de responsabilidade social por parte das empresas, embora tenha tomado corpo
apenas recentemente, vem sendo concebida há bastante tempo. No período de 1960, nos
Estados Unidos, e 1970, na Europa, nasceu uma ampla “contracultura”, que questionou
de forma incisiva os valores da sociedade industrial capitalista de então, exigindo intensas
transformações políticas, culturais e comportamentais. A entrada das empresas no
universo das ações de responsabilidade social foi também provocada pela crise de Welfare
State, que ocorreu na metade da década de 1970. No Brasil, a criação do Instituto
Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), bem como a do instituto Ethos de
Empresas e Responsabilidade Social em 1988, por um grupo de empresários e executivos
provenientes da iniciativa privada, foram grandes impulsionadores da responsabilidade
social no país.

Para a escola da economia clássica, a única obrigação da empresa é gerar lucro para seus
acionistas de acordo com os limites legais. Na visão clássica, a responsabilidade de uma
empresa consiste em compromisso com acionistas (lucro), trabalhadores (salários),
governo (impostos) e comunidade (ações filantrópicas pontuais).

O modelo conceitual proposto por Archic Carroll, que aborda a responsabilidade social
tanto sob a ótica do desempenho empresarial quanto pelo comportamento empresarial
responsável. A dimensão ética representa o compromisso de se fazer o que é devidamente
correto, mesmo que tais ações não estejam contempladas formalmente nas leis
determinadas pela sociedade.

Responsabilidade social é diferente de filantropia, pois deve estar vinculada á estratégia


empresarial, fazendo parte do planejamento da empresa e compreendendo ações proativas,
inseridas na cultura da empresa como um todo.

A filantropia está relacionada apenas às ações, quase sempre pontuais, da organização


com a comunidade.

Apesar de conceitualmente diferentes, a filantropia em geral é o primeiro passo para a


responsabilidade social.

A expressão desenvolvimento sustentável foi apresentada como um novo paradigma na


Conferência Mundial sobre Conservação e Desenvolvimento da União Internacional pela
Conservação da Natureza (IUCN) em Ottawa, no ano de 1986. O desenvolvimento
sustentável visa o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, o meio ambiente e as
questões sociais. O desenvolvimento sustentável é, então, um referencial para medir o
progresso do país, em que existe cada vez mais demanda por projetos responsáveis em
educação, saúde, meio ambiente e tudo o que diz respeito à ecologia e ao social, com
vistas à manutenção dos recursos necessários às gerações futuras. Embutida no conceito
de desenvolvimento sustentável, é possível afirmar que a responsabilidade social é um
compromisso moral que as empresas assumem diante da sociedade.

O modelo Triple Bottom Line, ou tripé da sustentabilidade, ficou conhecido como os 3 Ps,
pois se manifesta em três dimensões: gente ou capital humano, planeta ou capital natural
e benefício econômico que devem interagir para que se atinja um desenvolvimento
sustentável”. O termo people tem a ver com as pessoas que compõem uma sociedade e,
consequentemente, suas organizações. O termo planet representa os objetivos ambientais
a serem perseguidos. O termo profit é o resultado econômico positivo, sem o qual nenhuma
organização sobrevive.

O desenvolvimento sustentável visa ao equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, o


meio ambiente e as questões sociais. A Segunda Conferência das Nações Unidas para o
Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92) consagrou a ideia de desenvolvimento
sustentável em um documento intitulado Agenda 21.

A Agenda 21 aborda vários capítulos importantes quanto ao desenvolvimento sustentável,


contudo, o trigésimo capítulo trata do fortalecimento do papel do comércio e da indústria e
reforça a importância da responsabilidade social. As empresas desempenham uma função
difícil no desenvolvimento econômico e social e também podem influenciar na redução do
impacto sobre o uso dos recursos e do meio ambiente do país.

A responsabilidade social deve ser encarada como uma complexa estratégia empresarial
que, entre outros fatores, representa uma exteriorização dos princípios que regem a
organização.

Atualmente, para uma empresa competir com sucesso nos mercados nacional e mundial
tem de levar em conta a importância de cultivar uma sólida reputação de comportamento
ético e responsabilidade social.
A reputação é um elemento muito importante nas relações comerciais, formais ou
informais, quer estas digam respeito à publicidade, aos produtos e serviços, quer estejam
ligadas aos recursos humanos.
A confiança de clientes e fornecedores é algo poderoso. É um benefício em curto prazo,
pois eles divulgam a empresa, recomendando-a a terceiros.

Mundialmente, as primeiras práticas sociais ficaram conhecidas nos Estados Unidos, na


qual foram introduzidas durante o século XX, na década de 30. Sendo as primeiras
definições sobre responsabilidade social surgidas na década de 50, classificando como
uma obrigação que o homem de negócios tem para com a sociedade. Para muitos
especialistas no assunto, a responsabilidade social assume diversas características,
englobando o público interno (dimensão endógena), tal como funcionários e seus
familiares, e externo (dimensão exógena), que se preocupa com fatores ligados à
comunidade e ao meio ambiente. Comunidade é palavra que não costuma passar das
declarações de princípios das empresas e poucos empresários reconhecem com
convicção o fato de que a empresa tem que exercitar sua função interativa na comunidade.

A prática da responsabilidade social está ligada à liderança e ao apoio, nos limites


razoáveis dos recursos das organizações, a objetivos de interesse social.

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