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VIOLÊNCIA
AULA 5
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A revolução industrial mudou radicalmente a relação de oferta e procura
de mão de obra, alterando com isso a concepção de obrigatoriedade de
trabalhos no cárcere.
Para os idealizadores do sistema penitenciário norte americano, conforme
Melossi e Pavarini (2006, p. 189), o confinamento solitário seria
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De Nova York propagou-se para o mundo a doutrina da tolerância zero,
instrumento de legitimação da gestão policial e judiciária da pobreza que
incomoda – a que se vê, a que causa incidentes e desordens no espaço público,
alimentando, por conseguinte, uma difusa sensação de insegurança, ou
simplesmente de incômodo tenaz e de inconveniência.
Formado está o “Estado penal”, que incrementa o aparato estatal de
repressão em detrimento do “Estado social”, procurando respostas à desordem
provocada pela desregulamentação da economia, dessocialização do trabalho
assalariado e pelo empobrecimento do proletariado.
Conforme Brisola (2012, p. 30), citando Wacquant, com intensificação nos
anos de 1990, os Estados Unidos da América experimentaram uma retração da
rede de segurança social, com o deslocamento de recursos para a segurança
pública, revelando o viés repressivo e punitivo da política governamental norte-
americana, com a implementação de políticas voltadas para o controle da ordem,
com o apoio do aparato policial e do Judiciário.
Para Wacquant, “no período citado as classes dominantes se ‘convertem’
à ideologia neoliberal, pressionando por transformações no âmbito do Estado às
quais expressam a remoção do Estado econômico, o desmantelamento do
Estado social e o fortalecimento do Estado penal” (citado por Brisola, 2012,
p. 30).
A política de encarceramento massificado dos pobres contribuiria ainda
para fins eleitoreiros. Com a disseminação nos meios de comunicação de que
os resultados para a segurança pública e para o mercado de trabalho estariam
sendo satisfatórios, esses resultados não se sustentariam em longo prazo,
prestando-se apenas para divulgação e uso em pequenos e médios períodos de
tempo.
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A partir da constatação de que as populações urbanas aceitam e
difundem que o crime comum violento e suas vítimas podem ser definidos pela
expressão “violência urbana”, entende-se que esta expressão pode ser objeto
de uma crítica racional. A violência urbana, na visão de Machado da Silva (2004,
p. 57), “seleciona e indica um complexo de práticas que são consideradas
ameaças a duas condições básicas do sentimento de segurança existencial que
costuma acompanhar a vida cotidiana rotineira – integridade física e garantia
patrimonial”. A violência urbana dissemina a sensação de falta de segurança,
não apenas por contrariar a lei, mas especialmente pelo uso da força física.
A violência é experimentada até mesmo dentro das escolas, sendo que o
ambiente escolar nem sempre é positivo, pois pode revelar muita competição e
envolver pouca solidariedade, um dos fatores que mais se relaciona às doenças
por conta do trabalho.
Sennett (2010) chamou atenção para o enfraquecimento dos laços
afetivos, de confiança e de cooperação frente a um novo modelo de trabalho
fundado no capitalismo flexível, no qual as formas rígidas da burocracia e o
excesso de rotina caem por terra.
NA PRÁTICA
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FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
NUCCI, G. de S. Código Penal Comentado. 12. ed. Imprenta: São Paulo, 2012.
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