1. Criminologia tradicional - busca identificar as causas do crime, bem como a
possibilidade da prevenção de sua ocorrência, através da observação do delinquente. As teorias mais comuns são:
a) Teorias ecológicas ou da desorganização social, dos círculos
concêntricos (Escola de Chicago) - 1920/1940 - esta teoria defende que a ordem social, a estabilidade e a integração contribuem para o controle social e a conformidade com as leis, enquanto a desordem e a má integração conduzem ao crime e a delinquência, ou seja, quanto menor a coesão e o sentimento de solidariedade entre as pessoas, maiores serão os índices de criminalidade.
b) Teorias da Subcultura Delinquente - Desenvolvida por Wolfgang e Ferracuti
(1967), esta teoria defende a presença de subculturas em todas as sociedades, sendo que a existência de uma subcultura da violência faz com que alguns grupos passem aceitar a violência como modo normal de resolução de conflitos sociais. Tal teoria ainda sustenta que algumas subculturas valorizam a violência, e, assim como a sociedade dominante impõe sanções aqueles que deixa de cumprir as leis, a subcultura violenta impõe sanções como desdém, violência física, ostracismo e indiferença, aos indivíduos que não se adaptam as normas e padrões do grupo.
c) Teoria da anomia - desenvolvida por Merton (1938), é a teoria de maior
cunho sociológico acerca da criminalidade, na qual afirma que a motivação para a delinquência decorre da impossibilidade social do indivíduo atingir metas pessoais, como status social e sucesso econômico, portanto, ele nega a norma imposta e cria suas próprias.
2. Criminologia crítica - se preocupa com a reação social, verificando as
instâncias formais de controle como fator criminógeno, e defende que não há outra solução para o problema criminal senão a construção de uma nova sociedade mais justa, fraterna, igualitária, menos consumista e menos sujeita as ambições das altas classes sociais. Suas principais teorias são:
a) Teoria da rotulação ou Labeling Approach (1960) - Defende que as
questões centrais da teoria e da prática criminológica se relacionam ao sistema de controle adotado pelo Estado no campo preventivo, no campo normativo e na seleção dos meios de reação da sociedade à criminalidade, e não ao crime e ao delinquente, ou seja, não se deve indagar o motivo pelo qual o indivíduo se torna criminoso, e sim buscar explicações sobre os motivos pelos quais alguns indivíduos são estigmatizados como delinquentes, além de determinar a fonte da legitimidade e as consequências da punição imposta a essas pessoas.
b) Criminologia Radical ou Marxista (1970) - critica a teoria da rotulação,
alegando que não se distinguir da criminologia tradicional, conservando a ordem social opressiva. Defende que o problema criminal é insolúvel dias de uma sociedade capitalista, sendo necessária a transformação da própria sociedade para o modelo socialista.
c) Criminologia abolicionista (1990) - afirma que o direito penal produz mais
criminalidade, portanto propõe acabar com as prisões e abolir o próprio direito penal, ou o limitando, tornando mínima sua aplicação, uma vez que considera a pena uma forma de limitação dos direitos que reprime as necessidades fundamentais das pessoas. Defende a resolução dos conflitos por meio do diálogo e da solidariedade dos grupos sociais, sendo tudo discutido, no máximo, na esfera civil.
d) Criminologia Minimalista (1990) - Afirma que é necessário a limitação do
Direito Penal, que está a serviço de grupos minoritários, tornando-o mínimo, pois a pena, representada em sua manifestação mais drástica pelo Sistema Penitenciário, é uma violência institucional que limita direitos e reprime necessidades fundamentais das pessoas, mediante a ação legal ou ilegal de servidores do poder, legítima ou ilegitimamente investidos na função.
e) Criminologia Neorrealista (1990) - Afirma que as condições econômicas
frágeis dos pobres na sociedade capitalista fazem com que a pobreza tenha seus reflexos na criminalidade, reconhecendo, contudo, que essa não é a única causa da atitude criminosa, uma vez que ela também é gerada pela expectativa superdimensionada, individualismo exagerado, competitividade, agressividade, ganância, anomalias sexuais, machismo etc. Defende, pois, que só uma política social ampla pode promover o justo e eficaz controle das zonas de delinqüência, desde que os Governos, com determinação e vontade, compreendam que carência e inconformidade, somadas à falta de solução política, geram o cometimento de crimes.