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Também chamada de teoria radical, ela tem sua origem com o livro "Punição e
estrutura social", de Georg Rusche e Otto Kirchheimer, a qual foi a primeira obra da
Escola de Frankfurt, sendo editada pela Columbia University Press de Nova York
em 1939, e ficou esquecida até o final da Segunda Guerra Mundial.
Em 1967, o livro foi republicado nos Estados Unidos e serviu de referência para
outros autores, os quais o mencionariam em seus estudos nos anos 70. A partir daí,
muitos escritores começaram a reescrever a criminologia, criando, a partir daí, a
vertente que seria conhecida como a “nova criminologia”.
Na Inglaterra, tal movimento teve destaque especial com as obras de Ian Taylor,
Paul Walton e Jock Young, 'A nova criminologia' (The new criminology: for a
social theory of deviance), de 1973, e 'Criminologia crítica' (Critical
criminology), de 1975.
O grupo inglês parte da premissa de que o problema do crime depende da
eliminação da exploração econômica e da opressão política de classe, tendo como
foco a visão que estava ancorada no pensamento marxista, visto que esta
sustentava que o delito era um fenômeno dependente do modo de produção
capitalista.
Em um primeiro momento, esta teoria fundamentou-se na crítica marxista e na
abolicionista acerca do fenômeno criminal, com foco nos bens jurídicos
supraindividuais e coletivos em relação aos bens jurídicos individuais.
Para os críticos, os atos são criminosos, pois é de interesse da classe dominante
assim defini-los.
A partir da distinção entre as propostas funcionalistas e as radicais, a teoria
crítica propõe uma ampla reflexão do próprio conceito de crime e do bem
jurídico protegido pelo tipo penal, centrando-se, para tanto, nos bens jurídicos
supraindividuais e coletivos em relação aos bens jurídicos individuais. De um
lado, ela defende a redução ou, até mesmo, a abolição dos tipos penais que
protegem os bens jurídicos individuais, e, de outro, sustenta o aumento dos tipos
penais que protegem os bens jurídicos supraindividuais e coletivos.
Em um segundo momento, a Teoria Crítica passou a defender novos postulados
a) Sistema de ultima ratio: o Direito Penal deve ser a última trincheira do sistema.
b) Crítica a determinados valores: Segundo a perspectiva marxista amenizada.
c) Redução da punição até o abolicionismo penal (a longo prazo): Por exemplo,
para o Direito Penal Juvenil, para o uso de drogas etc.
d) Transversalidade de teorias: Teorias nascidas no século XX, mas que se
transformam de modo mais acentuado no século XXI.
d.1) Feminismo.
d.2) Diversidade racial.
d.3) Igualdade LGBTQIA+.
d.4) Criminologias alternativas.
Como crítica à teoria crítica, temos a associação permanente da criminalidade à
pobreza e à opressão estrutural. Além disso, tem-se também a impossibilidade da
prática de um abolicionismo penal devido à necessidade do sistema penal como
controle formal da criminalidade.
Não obstante as críticas, a discussão sobre o enfoque dos bens jurídicos
protegidos pelo tipo penal é um dos méritos desta teoria.
Por fim, ela apresenta a compreensão de que o fato delituoso não está na ação em
si, devendo este ser buscado na sociedade, e tem o mérito de colocar o delito
como uma questão para as classes mais débeis da sociedade.
Fonte: Heloiza Meroto (2022).
REFERÊNCIAS
COLETA et al., E. D. et al. Psicologia e criminologia. Porto Alegre: Grupo A, 2018.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595024649/. Acesso
em: 31 jul. 2022.
GIMENES, Eron Veríssimo; PENTEADO FILHO, Nestor Sampaio. Manual esquemático
de criminologia. 12. ed. São Paulo : SaraivaJur, 2022. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786553620742.
Texto para leitura – Teoria Crítica -
https://mediacdns3.ulife.com.br/PAT/Upload/1777748/4503797/images/
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Vídeo - https://www.youtube.com/watch?v=eB5LstCBZIw