Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sociologia Criminal.
3º Congresso Internacional de Antropologia Criminal (Bruxelas, 1892).
Lacassagne, Tarde e Durkheim. Crime como fato social.
Esta teoria, introduzida pelas obras clássicas de Emile Durkheim e desenvolvida por Robert King Merton,
representa a virada em direção sociológica efetuada pela Criminologia contemporânea.
Merton afirma que em todo contexto sociocultural desenvolvem-se metas culturais. Estas expressam os
valores que orientam a vida dos indivíduos em sociedade. Coloca-se então uma questão: como uma
pessoa pode atingir essas metas? Merton diz que, para tal efeito, cada sociedade estabelece meios.
Trata-se de recursos institucionalizados ou legítimos que são socialmente prescritos. Existem também
outros meios que permitem atingir estas mesmas metas, mas que são rejeitados pelo grupo social. A
utilização destes últimos é considerada como violação das regras sociais em vigor.
O insucesso em atingir as metas culturais devido à insuficiência dos meios institucionalizados pode
produzir o que Merton chama de anomia: manifestação de um comportamento no qual as regras do
jogo social são abandonadas ou contornadas. O indivíduo não respeita as regras do comportamento
que indicam os meios de ação socialmente aceitos. Surge então o desvio, ou seja, o comportamento
desviante.
Teoria da subcultura delinquente
O criador dessa teoria foi o sociólogo norte-americano Albert K. Cohen e teve como
marco o ano de lançamento de seu livro Deliquent boys, em 1955.
As teorias subculturais sustentam três ideias fundamentais: o caráter pluralista e
atomizado da ordem social, a cobertura normativa da conduta desviada e a
semelhança estrutural, em sua gênese, do comportamento regular e irregular. A
premissa dessas teorias subculturais é, antes de tudo, contrária à imagem monolítica
da ordem social que era oferecida pela Criminologia tradicional. A referida ordem
social, a teor deste novo modelo, é um mosaico de grupos, subgrupos, fragmentado,
conflitivo; cada grupo ou subgrupo possui seu próprio código de valores, que nem
sempre coincidem com os valores majoritários e oficiais, e todos cuidam de fazê-los
valer diante dos restantes, ocupando o correspondente espaço oficial.
Teoria do labeiling aproach, interacionismo
simbólico, etiquetamento, rotulação ou
reação social
Deixou de centrar estudos no fenômeno delitivo em si e passou a focar suas atenções
na reação social proveniente da ocorrência de um determinado delito.
Erving Goffman e Howard Becker.
A tese central dessa corrente pode ser definida, em termos muito gerais, pela
afirmação de que cada um de nós se toma aquilo que os outros veem em nós e, de
acordo com essa mecânica, a prisão cumpre uma função reprodutora: a pessoa
rotulada como delinquente assume, finalmente, o papel que lhe é consignado,
comportando-se de acordo com o mesmo. Todo o aparato do sistema penal está
preparado para essa rotulação e para o reforço desses papéis.
Crime e reação social são, segundo esse enfoque, manifestações de uma só
realidade: a interação social.
Teoria crítica, radical ou "nova
criminologia"
As bases dessa linha de pensamento se materializaram na crítica às posturas
tradicionais da criminologia do consenso, incapazes de compreender a totalidade
do fenômeno criminal. A premissa do pensamento estava indubitavelmente
ancorada no pensamento marxista, pois sustentava ser o delito um fenômeno
dependente do modo de produção capitalista.
O enfoque macrossociológico se desloca do comportamento desviante para os
mecanismos de controle social dele, em especial para o processo de
criminalização, que o momento crítico atinge sua maturação na Criminologia, e
ela tende a transformar-se de uma teoria da criminalidade em uma teoria crítica e
sociológica do sistema penal.
Esse clima de questionamento da criminologia da criminologia propiciou o
florescimento, alguns anos depois, de três tendências da Criminologia: o neo-
realismo de esquerda, o direito penal mínimo e o abolicionismo criminal.