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Paulo Sumariva
Criminologia
Aula 2
ROTEIRO DE AULA
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1. CRIMINOLOGIA TRADICIONAL
1.1. Escola de Chicago:
A Escola de Chicago é o berço da moderna sociologia americana, que teve seu início nas
décadas de 20 e 30, à luz do Departamento de Sociologia da Universidade de Chicago, quando
esta apresentou a “sociologia das grandes cidades”, em razão da constatação do aumento da
criminalidade na cidade de Chicago.
Antropologia Urbana: o meio urbano é o foco da análise principal. Por meio desta
análise constata-se a influência do meio ambiente na conduta delituosa. Essa teoria traça uma
relação diretamente proporcional entre o crescimento populacional das cidades e o aumento
da criminalidade nestes locais. Faz isto sob uma perspectiva transdisciplinar que levaria em
consideração todos os aspectos da vida urbana. A teoria defende que as pessoas seriam
contaminadas pelos comportamentos, passando a aceitar com naturalidade o comportamento
criminoso. Há de se considerar também que na mesma cidade vão existir bairros de classe alta,
com baixa criminalidade, e de classe baixa, com alta criminalidade. Para esta teoria a cidade
produz a delinquência.
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A teoria ecológica traça um paralelo entre o desenvolvimento das grandes cidades e o
consequente aumento da criminalidade. E isso acontece em virtude da ausência do controle
social informal.
Essa teoria tenta explicar o efeito criminológico das grandes cidades levando em
consideração os conceitos de desorganização e de contágio inerentes aos modernos núcleos
urbanos e, acima de tudo, invocando a degradação do controle social desses núcleos.
Para a teoria há nos grandes centros uma deterioração dos grupos primários, uma
alteração qualitativa das relações interpessoais. Neles as amizades são mais superficiais e
pautadas nos interesses; há uma perda das raízes familiares (pais mais tempo no transporte para
o trabalho do que com os filhos); o que origina uma crise de valores tradicionais – tudo isso
fomentaria o desenvolvimento de um meio criminógeno.
Teoria Espacial
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Defende um modelo adequado de construção como maneira de prevenção situacional
do crime. Cria espaços defensáveis, com maior vigilância pelas pessoas; com barreiras reais ou
simbólicas que irão desestimular ações criminosas, pois criam maior risco ao infrator.
A teoria das janelas quebradas está intimamente atrelada a Escola de Chicago. Tem
origem nos Estados Unidos, onde dois criminologistas da Universidade de Harvard, James Wilson
e George Kelling, apresentaram esta teoria, em março de 1982, após publicaram na revista
Atlantic Monthly um estudo em que, pela primeira vez, estabelecia-se uma relação de
causalidade entre desordem e criminalidade, cujo título era The Police and Neiborghood Safety
(A Polícia e a Segurança da Comunidade).
A conclusão que chegaram foi de que deveriam reprimir os delitos menores e assim
inibiriam os delitos maiores, conclusão que acabou fundamentando a teoria da tolerância zero.
O prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani (ex-promotor público) aplicou isso na cidade
e teve bons resultados.
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O primeiro passo seria a tomada de consciência do Estado da necessidade de cumprir o
seu dever legal para com a população, dando condições adequadas para um desenvolvimento
psicossocial. Isso reconquistaria a confiança da população no Estado e na polícia, criando uma
aliança entre Estado-cidadão.
O objetivo principal dessa teoria é incutir o hábito da legalidade, o que reduzirá a médio
prazo os índices de criminalidade. E reduzindo a micro criminalidade, reduzirá a mais danosa.
Defende que criminosos não são apenas pessoas economicamente desfavorecidas; ex.:
crimes de colarinho branco.
É uma teoria que justifica a existência do Direito Penal Econômico; o sujeito aprende
algo e o utiliza para pratica de crimes.
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Essa teoria não fixa seu postulado apenas no perfil biológico do criminoso, mas sim
dentro de uma perspectiva social. Argumenta que ninguém nasce criminoso: a delinquência
nada mais é que o resultado de uma socialização inadequada. Não existe uma herança biológica,
existe um processo de aprendizagem que conduz o homem a pratica de atos socialmente
reprováveis.
A teoria geral da tensão foi formulada por Robert Agnew, que é a compreensão das
explanações em torno da questão por que os indivíduos se envolvem com o crime. A principal
ideia desta teoria é a análise das experiências de tensão (strain) ou stress que movem os
indivíduos a cometerem delitos.
Para Agnew, a teoria geral da tensão tem uma certa afinidade com as teorias de controle
social, pois partem das principais características da personalidade humana: o autocontrole e as
emoções negativas. Entretanto, se diferencia das demais nas seguintes características:
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Foi desenvolvida por Albert K. Cohen, que teve como marco o lançamento de seu livro
Deliquent boys, em 1955, onde explicou que todo agrupamento humano possui subculturas,
oriundas de seu gueto, filosofia de vida, onde cada um se comporta de acordo com as regras do
grupo, as quais não correspondem com a regra da cultura geral.
Cria-se uma subcultura dentro de uma comunidade isolada, esses grupos possuem seus
próprios líderes, o que diminui a influência do Estado. Possuem também suas próprias regras,
que parte do grupo só respeita por medo de violência e acaba tendo que se adaptar.
Teoria da Anomia:
Esta teoria surgiu no ano de 1960, nos Estados Unidos. Tem raízes na obra de Emile
Durkhein, que se referiu aos processos de construção da delinquência e a normalidade dela. Os
principais precursores da teoria da rotulação foram Erving Goffman, Edwim Lemert e Howard
Becker, considerados como autores da Nova Escola de Chicago. Estes autores adotam a
metodologia da observação direta e o trabalho de campo.
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seria a fonte dessa legitimidade e quais as consequências (punições) que são impostas a estas
pessoas.
Esta teoria surgiu na década de 70, nos Estados Unidos e na Inglaterra, posteriormente
irradiando para os países europeus, notadamente, na Alemanha, Itália, Holanda e França. Tem
sua origem mediata no livro “Punição e estrutura social” de Georg Rusche e Otto Kirchheimer.
Baseia-se na análise marxista da ordem social.
Os abolicionistas afirmam que o sistema penal não cumpre a sua função, isto é, não
protege a vida, a propriedade, a liberdade social, dentre outros direitos fundamentais. Pelo
contrário, só tem servido para legitimar e reproduzir as desigualdades e injustiças sociais.
Argumentava que todo crime deveria ser resolvido com conciliação, com diálogo; com
base na solidariedade entre os integrantes da sociedade, que buscariam entender as diferenças
das condições.
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Defende a privatização dos conflitos, o que transformaria um juiz penal em um juiz civil.
Admite que as frágeis condições econômicas dos pobres na sociedade capitalista fazem
com que a pobreza tenha seus reflexos na criminalidade, reconhecendo, contudo, que essa não
é a única causa da atitude criminosa, também gerada por fatores como: expectativa
superdimensionada, individualismo exagerado, competitividade, agressividade, ganância,
anomalias sexuais, machismo.
Defende que apenas uma política social ampla promoveria o justo e eficaz controle das
zonas de delinquência. Apenas governos com determinação compreenderiam que a carência e
o inconformismo, somados a falta de solução política, é o que gera o cometimento dos crimes.
❖ CRIMINOLOGIA CULTURAL
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❖ Criminologia INTERSECCIONAL
❖ Teoria “QUEER”
O termo “queer”, oriundo do vernáculo inglês e numa tradução livre, significa “estranho,
esquisito, excêntrico ou original”, e está associado à agressão voltada aos homossexuais e às
questões homofóbicas.
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a) violência simbólica – trata-se de uma cultura homofóbica, que parte da construção
social de discursos de inferiorização da diversidade sexual e de orientação de gênero;
b) violência das instituições – oriunda da violência das instituições estatais, ou seja,
homofobia do Estado, com a criminalização e a patologização das identidades não
heterossexuais;
c) violência interpessoal – trata-se da homofobia individual, onde se busca a anulação
da diversidade por meio de atos brutos de violência, isto é, a violência propriamente
dita.
3. CRIMINOLOGIA AMBIENTAL
A criminologia ambiental está preocupada com a forma pela qual o crime é praticado.
2º - Alvo adequado: pode ser uma pessoa, um local, um produto, uma residência, um veículo.
São características ligadas ao baixo risco.
3º - Ausência de um guardião capaz de impedir o crime. Esse “guardião” pode ser uma pessoa,
um equipamento, etc., qualquer coisa que seja capaz de desencorajar o crime.
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Essa teoria está focada no processo de decisão do criminoso. Essa decisão está limitada
ao tempo, a capacidade cognitiva e as informações disponíveis. O criminoso não oferta muita
importância à punição, o seu objetivo é a recompensa imediata que terá com o crime.
Defende a ideia de que o cidadão deve pensar como um criminoso para avaliar as
situações de risco que pode estar se colocando. E dessa forma tentar minimizar esses riscos.
• Teoria do Padrão Criminal
Busca uma melhor compreensão de uma identificação das intervenções policiais. Esses
padrões criminais surgem na busca de uma eficácia da intervenção policial. São seis padrões
criminais a se analisar:
• Teoria da Oportunidade
O comportamento do indivíduo é o resultado entre ele e o ambiente.
4. PREVENÇÃO DO DELITO
- Primária
- Secundária
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- Terciária
A pena passa a ser vista como uma intervenção positiva: busca-se punir e ressocializar
o criminoso, para que ele possa voltar ao convívio social agindo de maneira correta. A
ressocialização do delinquente e a reparação do dano seriam a melhor forma de prevenção do
crime.
a) Prevenção Primária
É aquela que ataca a raiz do conflito; é aquela que vai agir na educação, no emprego, na
moradia. É voltada para as origens do delito e visa neutralizar o problema antes que ele ocorra.
É o Estado fornecer as condições mínimas de vida digna para todas as pessoas.
b) Prevenção Secundária
Está ligada ao trabalho policial, a politica de segurança pública, a criação de leis. Vai
atuar na exteriorização do conflito; é uma prevenção imediata e a curto prazo, ou seja, não vai
resolver o problema a fundo.
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É dirigida a setores específicos da sociedade, porque nesses setores as pessoas estão
praticando as infrações e isso torna necessária a atuação policial.
c) Prevenção Terciária
Possui outro destinatário: a população carcerária. Tem um caráter punitivo, mas seu
objetivo é evitar a reincidência.
Prevenção Situacional
Cifra Negra
a) Cifra dourada
Está relacionada as infrações penais de elite, infrações penais não reveladas, não
apuradas pelo Estado. Crimes que são realizados por cidadãos de alta classe social, que possuem
conhecimentos técnicos, habilidades, influências.
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Ex.: crimes de sonegação fiscal, de falências fraudulentas, lavagens de dinheiro, crimes
eleitorais.
A origem do termo “colarinho azul” está na cor da gola do macacão dos operários e
trabalhadores de fábricas, os quais eram chamados de blue-collar, em virtude da cor dos
uniformes.
b) Cifra Cinza
Consiste-se nas ocorrências policiais que são registradas nas delegacias e que no mesmo
local são solucionadas ou não há meios de prosseguir (ex.: crime de ação condicionada a
representação).
c) Cifra Amarela
Ligada a violência policial.
São aquelas ocorrências em que o agressor é um policial e a vítima possui medo de
denunciá-lo.
5. VITIMOLOGIA
• Processo de Vitimização
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a) Vitimização primária: é aquela causada pelo cometimento do crime. Provoca danos
materiais, físicos e psicológicos, e ocasiona mudanças de hábitos e alterações de
conduta. Exemplos: a ofensa contra a honra, a subtração da coisa.
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