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Teoria das janelas partidas

A priori é importante dizer que a teoria das janelas partidas refere-se a experiência realizada
num contexto norte-americano. Historicamente a teoria enquadra-se no ano de 1969, nos
Estados Unidos da América, concretamente na Universidade de Stanford quando o Professor
Philippe Zimbardo realiza uma experiência no âmbito da psicologia social que se descreve
nos seguintes termos, o professor em causa abandonou duas viaturas mesma marca, cor e
modelo.

Segundo Shecaira (2009, p. 166) revela que a primeira viatura ficou num bairro no bairro de
Bronx, em Nova York um bairro caracterizado por altos indicies de pobreza, criminalidade,
mas a segunda viatura foi deixada num bairro totalmente diferente, ou seja, a outra foi
deixada em Palo Alto, zona extremamente abastada na Califórnia. Após se terem abandonado
as viaturas num contexto social totalmente diferente, sucede-se que se verificam os seguintes
resultados sob controlo de pesquisadores ligados a psicologia em cada um dos bairros. O
principal objectivo era estudar o comportamento das pessoas em cada local.

A primeira viatura, abandonada no bairro de Bronx, bairro extremamente pobre foi


imediatamente vandalizada, primeiramente perdeu as rodas, o motor, os espelhos, inclusive o
rádio, isto é, a viatura foi vandalizada na totalidade, tudo que pudesse ser roubado não foi
deixado e o que não pode ser levado foi deixado no local a fim de ser destruído.

A segunda viatura, abandonada no bairro abastado, permanecia intacta já há uma semana, os


pesquisadores, propositadamente partiram o vidro do automóvel. Partido disso, verificou-se
uma mudança brusca no comportamento das pessoas. Esta viatura começou a ser vandalizada,
tal como a primeira, foram roubados, os pneus, o motor e tudo quanto pudesse ser retirado, e
o que não podia foi mais uma vez deixado para ser destruído ali mesmo.

Geralmente, ao ver o resultado do que aconteceu com o primeiro carro é comum associar a
pobreza como causa da prática de delitos, entretanto, quando se observa o resultado do
segundo carro, facilmente se concluiu que não é verdadeiro associar a pobreza como sendo a
causa de pratica de delito, pois se associa o nível ou classe social a possibilidade de prática de
delito. A pergunta que se coloca é porque, após uma semana, um simples vidro partido
desencadeou uma sucessão de pratica de delito?

Podem existir várias considerações sobre este assunto, mas ao facto é que o que é
determinante não é o quão abastado são as pessoas, muito menos ao ambiente em que vivem,
mas sim a psicologia humana. Não se trata de pobreza ou riqueza. A psicologia humana e as
relações sociais são determinantes para compreender todo o processo.

A idéia central que se pretende transmitir é que partir de um vidro partido se tem a idéia de
um sentimento de desinteresse, deterioração e despreocupação exacerbada, e isso faz romper
os códigos de convivência como, por exemplo a lei, as normas, regras. E último caso se vive
num autêntico “vale tudo”. Implantado o ambiente anarquista, o que sucede que a única
certeza é de que a escalada de violência só aumentar de forma incontrolável.

As experiências de James Q, Wilson e George Kelling

A teoria das janelas quebras foi consolidada posteriormente por estes dois pesquisadores. A
idéia central que se propõe é a de que a criminalidade pode ser maior nas zonas onde a
desorganização é maior, ou seja, onde há maior nível de sujeira, desordem. É como se se
deixa um vidro e ninguém resolve imediatamente, ao longo do tempo àquela situação vai se
replicar. A publicação do artigo “Broken Windows: The Police and Neighborhood Safety”,
escrito por James Wilson e George Kelling, em 1982, na revista norte-americana Atlantic
Montly, foi uma inspiração para colocar em prática a política de “Tolerância Zero” na cidade
de Nova York.

Segundo Wilson e Kelling (1982, p. 2-3) explicam que o nome dado ao artigo significa que a
infiltração da desordem e da criminalidade pode acabar com a qualidade de vida de uma
sociedade. Mais que isso, no momento em que há um crime que seja tolerado pela sociedade
e pelas autoridades, mesmo que esse seja pequeno, pode impulsionar que crimes mais graves
sejam cometidos. Assim, não há melhorias sociais se os crimes, por mais medíocres que
sejam, não forem estancados de forma autoritária.

O conceito de Tolerância zero é amplamente debatido, pelo que segundo Bobbio (2002, p.
150) é entendido em sentido limitativo, como aceitação, por razões de conveniência, de um
erro. Ao passo que respeito é dirigido àquilo que se considera um bem, a tolerância é exercida
perante aquilo que se considera um mal, mas que por razões de prudência não se impede,
ainda que se possa impedir

Com essa teoria, os pesquisadores fazem perceber que sempre que uma comunidade
demonstra sinais de desgaste, pode não importar logo no início. Significa que os pequenos
erros que ocorrem na sociedade podem geral grandes transtornos na sociedade se não forem
imediatamente solucionados. As atitudes violentas não devem ser permitidas não importam o
quão menor sejam, pois, se não forem sancionadas, dali surgirão males piores.

O que os pesquisadores Wilson E Kelling apresentam aplicam-se também as crianças, ou


seja, se por alguma razão se permitir algo errado nas crianças, esse padrão pode ser
desenvolvido pela mesma no seu crescimento, gerando um problema em maior proporção a
toda a sociedade. Por exemplo, se algum espaço público for alvo de um crime e não tiver uma
resposta imediata pode gerar um sentimento de abandono, e paulatinamente os espaços
públicos serão verdadeiramente abandonados e vão dar espaço ao abandono dos espaços a
favor dos malfeitores, ou seja, Hard (2005, p. 33) sustenta melhor dizendo “quando o estado
de exceção se torna a regra, o tempo de guerra é interminável, a tradicional distinção entre
guerra e política fica cada vez mais obscura”

De um ponto de vista prático, a teoria foi implementa em nova York nos anos 80, a razão
para escolha deste local foi pelo nível de criminalidade que apresentava. No início, a acção
incidiu inicialmente em combater os (grafites) nas paredes, sujeira nas estações, alcoolismo
entre o público, evasões ao pagamento de passagem, pequenos roubos e desordens. Esta
acção demonstrou imediatamente resultados positivos. Salienta Foucault (2009, p. 279) “ ... a
mínima desobediência é castigada e o melhor meio de evitar delitos graves é punir muito
severamente as mais leves faltas”

É certo que a criminalidade não irá reduzir na totalidade, o que importa é a constante
prevenção para evitar o alastramento de qualquer situação criminal. Não se trata de embelecer
o princípio de tolerância zero em relação aos indivíduos, mas sim em relação ao próprio
delito. Em último caso, trata-se da responsabilidade de criar condições para existência de um
ambiente limpo, respeitoso e ordenado por leis e códigos básicos para uma convivência social
humana básica. Pode ainda se reafirmar que Agamben, (2004, p. 61). O estado de exceção é
um espaço anômico onde o que está em jogo é uma força de lei sem lei. Tal força de lei, em
que potência e ato estão separados de modo radical, é certamente algo como elemento
místico, ou melhor, uma fictio por meio da qual o direito busca se atribuir sua própria
anomia. Como se pode pensar tal elemento ‘místico’ e de que modo ele age no estado de
exceção é o problema que se deve tentar esclarecer

Na perspectiva de Shecaira (2009, p. 167-168) “... o pilar da gestão acerca da tolerância zero
foi, pois, o uso cartográfico de estatísticas de delinqüência e avaliação constante das
performances da polícia, com adicionais de produtividade aos envolvidos, como se fosse a
melhor empresa capitalista privada”. No final de tudo isso nos induz a uma necessidade de
uma convivência que se preza pela união e de respeito mútuo ,pois caso contrário, toda a
sociedade entraria em colapso, dito de outro modo Saramago (2002, p. 119) “se não formos
capazes de viver inteiramente como pessoas, ao menos façamos tudo para não viver
inteiramente como animais”

Face a tudo o que foi referenciado aqui é preciso compreender que a pratica de delitos ou
qualquer outra infracao napo esta envolvida a um simples factor, existem naturalmente varios
factores directamente asociados, tal como refere o nosso autor (CALDEIRA, 2000, p. 101) que o
aumento da violência é resultado de um ciclo complexo que envolve fatores como o padrão violento
de ação da polícia; descrença no sistema judiciário como mediador público e legítimo de conflitos e
provedor de justa reparação; respostas violentas e privadas ao crime; resistência à democratização;
e a débil percepção de direitos individuais e o apoio a formas violentas de punição por parte da
população

Teoria Construtivista

A teoria construtivista foi estabelecida por Jean Piaget no na década de 1920. O termo
construtivismo surge com Jean Piget com no contexto da Epistemologia genética, onde tinha
como principal objectivo demonstrar a centralidade do papel do sujeito na construção das
estruturas cognitivas. Desde então, construtivismo foi assumindo varias abordagens que
foram sendo consideradas como construtivismo social, radical, critico bem como
educacional. Embora haja uma propalacao de Piaget é preciso reconhecer que contrutivismo
tem tambem por u lado seu berço na Rússia do século XX, em meio a um contexto histórico
conturbado devido as reviravoltas do poder político. A partir de 1913, o Construtivismo liderado pelo
teórico russo e poeta futurista Vladmir Maiakosvski inserido no grupo das artes da vanguarda da
europa.

De entre as varias formas que o construtivismo pode assumir podemos empreender um


especial atenção ao construtivismo social, onde o mesmo é compreendido como um
movimento de critica a psicologia social moderno que tem como preponente Kennet gerden
com o foco em dois dos seus maiores trabalhos “psicologia social como hostoria” publicado
em 1973 “O movimento constreutivista nan a psicologia moderna”. A prepodenracia de
Gergen é notoria pelo factro de lancado tres pressupostos fundamentais:
A resalidade é dinamica, pelo que não possui nenhum tipo de essencia ou leis imutaveis

O conhecimento é uma contrucao social, baseado em comunidades linguisitcas

O conhecimento tem consequencias sociais, estas que devem determinar o que é valido ou
não.

No contexto do contrutivismo social, Zuriff (1998) entende que a essencia da posicao


ontologica do contrutivismo social é a ideia de que não há realidad objectiva a ser descoberta.
O que ocorre é que tudo é fruto de construcoe sociais, o que o homem faz é construir teorias
acerca do funcionamento do mundo atraves das realcoes socias. Segundo Shotter (1992) as
nossas teorias socialmente contruidas não nos aproximam de uma descricao mais acurada do
mundo como ele é, de um conhecimento.

Construtivismo refere-se a uma família de teorias que partilham os seguintes pressupostos: 1.


Conhecimento tem uma natureza pró-activa onde : Os processos tácitos e abstractos
constrangem os processos explícitos; A auto-organização como aspecto fundamental;a
constante organização e reorganização da acção e da experiência perante o fluxo constante de
mudança, por isso (Mahoney, 1998, p. 272 “…o domínio mental ou cognitivo é intrinsecamente
motor”

A teoria construtivista não tem sido tranqüila em relação a elamesma pelo ao longo do do tempo tal
como motra Bruce Ryan (1999) na raiz do problema verifica-se a epistemologia e a pos-modenidade
tem sob o ponto de vista construtivista, debate sobre a a natureza da realidade, pois por umlado,
neste caso, ma modernidade a realidade é concebida como objectiva e independemente do sujeito,
a realidade existe de forma independente dos sujeitos, no outro, contexto pos-moderno a
realidade é subjectiva, ou seja, a ciência cria sua própria realidade.
Conclusao

Foi possível perceber ao longo do trabalho que o que divide as interpretações vconstrutivistas são
os +posicionamentos de cada área construtivista, cada corrente construtivista defende uma área que
nega fundamentalmente as demais.

Bibliografia

AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção. Tradução de Iracy D. Poleti. São Paulo: Boitempo,
2004.

BOBBIO, Norberto. Elogio da Serenidade e outros escritos morais. São Paulo: Editora
Unesp, 2002.

CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. Cidade de Muros: Crime, Segregação e Cidadania em São
Paulo. Trad. Frank de Oliveira e Henrique Monteiro. Editora 34, Edusp, São Paulo, 2000

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. 37. ed. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2009

HARDT. Michael; NEGRI Antonio. Multidão: Guerra e Democracia na Era do Império. Rio
de Janeiro: Record, 2005.

SARAMAGO, José. Ensaio Sobre a Cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

WILSON, James Q. & KELLING, George L. Broken Windows: the police and neighborhood
safety. Atlantic Montly (Digital edition), mar, 1982

Shotter, J.(1992). A meta-metodologia da ciência pós-moderna na vida mental. Kvale

Zuriff,G.(1998). Contra o construtivismo social metafissico na psicologia. Behav

Mahoney,M. J. ()1998. Psicoterapia construtivista: Psicoterapia e construtivismo:


Consideracoes teoric. Artmed, Porto.

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