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Algumas críticas tecidas a esta teoria dizem a respeito da mesma não se aplicar a
criminosos eventuais. Outra forte crítica que a teoria recebeu refere-se à
desconsideração da personalidade do indivíduo, ou das variáveis psicológicas que
poderiam influenciar na gênese do comportamento criminoso. Sutherland respondeu a
essas críticas com o argumento de que “personalidade é um termo que se refere apenas a
uma condição” e, assim, não consegue explicar as especificidades do motivo de um
indivíduo tornar-se criminoso. Joana Maltez e José Cruz contrastam ainda, no que se
refere aos crimes de colarinho branco, a teoria da associação diferencial com as
modernas teorias da escolha racional. Sutherland não explicaria a razão de um grande
número de indivíduos em um mesmo ambiente respeitar a lei, enquanto outros não o
fazem, razão pela qual a escolha racional se apresentaria, para estes autores, uma teoria
mais adequada para explicar os crimes praticados em contextos empresariais.
Teoria da Subcultura
As subculturas correspondem a subdivisões da cultura dominante que a ela se
opõem. Coexistem na mesma sociedade ainda que em oposição. Na sociedade moderna
existem diversas subculturas. O termo subcultura tem sido utilizado em sociologia
sobretudo no estudo da juventude e do desvio. O conceito de subcultura comporta dois
problemas de difícil resolução analítica. Por um lado, é um conceito de difícil definição
pois as suas características determinantes nunca foram encontradas com clareza. Daqui
deriva que seja por vezes complicado distinguir uma subcultura de uma manifestação
que se afaste dos parâmetros da classe dominante. Ou seja, ao falar em subcultura corre-
se o risco de se estar a adotar um ponto de vista minado por preconceitos de classe. Por
outro lado, o conceito de subcultura supõe que seja possível identificar com clareza a
cultura dominante. Antônio García-Pablos de Molina aponta três ideias fundamentais da
subcultura: caráter pluralista e atomizado da ordem social, cada subgrupo possuem seu
próprio código de valores, que nem sempre coincidem com os valores majoritários e
oficiais; cobertura normativa da conduta desviada a conduta delitiva não é produto da
desorganização, mas um reflexo de outros sistemas de normas e valores distinto; e a
semelhança estrutural em sua gênese, do comportamento regular e irregular.
Esta teoria foi desenvolvida Albert K. Cohen, que define a sociedade como
sendo dividida entre dominantes e dominados, e dentro dessa classe dominada a
existência de uma subcultura da violência, que faz com que alguns grupos passem a
aceitar a violência como um modo normal de resolver os conflitos sociais. Como dito
anteriormente grande parte dos integrantes dessa subcultura são pessoas que não
integram a classe “W.A.S.P” que, traduzindo para o português seria a sigla para
sociedade Branca, Anglo-Saxã e Protestante. O estudo de Cohen, mostrava que os
integrantes eram em sua maioria jovens.
No que diz respeito aos crimes nesta teoria, ao contrário do que diz as outras
teorias e correntes da criminologia, estes aqui, não possuem motivação racional que os
justifiquem. Albert Cohen apontava três principais características para esses crimes: 1)
não utilitarismo da ação: Alguns furtam coisas porque precisam delas, elas podem ser
comidas, colocadas como ornamentos, utilizadas de qualquer forma ou mesmo vendidas
para obtenção de dinheiro. De acordo com a Subcultura Delinquente, a intenção com
esse furto não era o aproveitamento material e sim a contestação do modelo de
sociedade que valoriza sobremaneira o “ter”; 2) Malícia da conduta: prazer em
prejudicar o outro, um sadismo. O exemplo dado por autores seria o furto da bolsa de
uma velhinha só pelo prazer e, por último, 3) Negativismo: a subcultura representa a
subversão total e a inversão de valores da cultura dominante. Como um grupo de jovens
pichadores que escrevem em edifícios e monumentos da cidade, é uma contraposição à
ordem majoritária. Cabe ainda citar três outras características citadas por Cohen que são
a versatilidade, hedonismo-imediatista e a autonomia.