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FACULDADE DE DIREITO
DIREITO PENAL, MEDICINA FORENSE E CRIMINOLOGIA
Apesar da Escola Clássica de direito penal ter sido plural, o que faz com que seja
praticamente impossível interpretá-la de maneira unilateral, pode-se destacar algo comum aos
autores do período: a prevalência do sistema de liberdade; garantia em oposição ao modelo
punitivista.
A partir do século XX, a loucura passou a ser vista como uma doença mental, ao invés
de um mal resultante da intervenção de bruxas, demônios, monstros ou dos astros. Ao mesmo
tempo, o crime também passou a ser enxergado como uma questão mental. Alguns autores o
enxergavam como uma monomania (forma de loucura em que um único pensamento toma
conta da mente do indivíduo), outros como uma forma de “regressão” na escala evolutiva e
outros, como insanidade moral.
Lombroso, Ferri e Garófalo são considerados os três maiores nomes da escola positiva
italiana, sendo estes dois últimos discípulos de Lombroso. Todos convergem à medida que
suas teorias possuem o positivismo como núcleo fundamental - rejeitando, por exemplo, o
livre arbítrio e adotando a noção de determinismo -, mas, as diferenças de percurso e adoção
de diferentes áreas do conhecimento em suas teses são fatores de distinção entre os autores.
De maneira geral, faz-se uma correspondência entre os pensadores os fatores que eles mais
levam em consideração:
Essa ideia inverte a premissa clássica que prega o recuo do poder sancionatório em
benefício dos direitos individuais, uma vez que substitui o conceito de responsabilidade
pessoal pelo de responsabilidade social, aumentando as exigências e direitos da sociedade
sobre o delinquente. A partir disso, surgem as doutrinas de prevenção especial, que dão
origem ao conceito de ressocialização do delinquente como fim preventivo-especial da pena,
alvo de muitas críticas.
Já Tarde tinha como núcleo central de sua obra o tema da mudança da fenomenologia
criminal em função das transformações sociais de uma sociedade, o que se denomina
arqueologia criminal. Ele se opõe a Durkheim no que tange à normalidade do crime,
afirmando que um parasita não deixa de condenar o hospedeiro à morte mesmo fazendo parte
de sua vida, nesse sentido, o crime seria simultaneamente um fenômeno social e anti-social.
Criou também as leis de imitação, dizendo que comportamentos de imitação e repetição
ocorrem em situações de hierarquia (de pai para filho, empregado para chefe) e sua
intensidade aumenta com a proximidade social.
Na Itália, seus maiores nomes foram Turatti (que entende que o crime patrimonial não
decorre só da miséria, mas também da cobiça e ambição típicas do capitalismo) e Colajanni,
que entende o papel da miséria e do egoísmo e privilegia a tese de que a minimização do
crime ocorrerá com a maximização da estabilidade econômica e repartição menos desigual
das riquezas. Para além do papel dos italianos, destacam-se os trabalhos do holandês Willem
Boger, que afirmava que o capitalismo tornava as pessoas mais propensas ao crime por ser um
sistema hostil aos sentimentos de altruísmo e solidariedade, já que tem como premissa básica
a competição.
O texto afirma que a criminologia socialista não vai além da concepção do crime a
partir do peso das variáveis econômicas, sendo limitada já que não oferece uma teoria
explicita e sistemática acerca do crime, e que a ausência do método reproduz estereótipos
dominantes.